Grupo A1.................................................................................................. A-001 à A-016

 

A001

 

Avaliação de um programa preventivo aplicado a deficientes auditivos.

L. T. NEVES*, B. COSTA, M. R. GOMIDE.

Setor de Odontopediatria – HRAC – USP. Tel.: (0**14)235-8141.

As metas da Odontologia hoje, estão voltadas para a prevenção das doenças bucais, principalmente a cárie e a doença periodontal, ambas relacionadas a placa bacteriana como um dos fatores etiológicos. Os programas preventivos vem sendo utilizados como uma das estratégias no controle de placa e de suas conseqüências para a saúde bucal. Embora seja amplamente comprovada a eficiência desses projetos, poucos deles tem como público-alvo, os pacientes especiais. O portador de deficiência auditiva (DA), alvo deste estudo, tem como característica especial a dificuldade de comunicação. O objetivo deste estudo foi elaborar um programa preventivo específico para deficientes auditivos e verificar sua efetividade no controle da placa bacteriana. Fizeram parte do projeto 21 crianças DA, na faixa etária de 2 a 8 anos regularmente matriculadas no CEDAU - USP. O programa foi aplicado durante 16 semanas, e dividido em duas etapas. Na primeira etapa foram desenvolvidas atividades de educação em saúde bucal e orientação de escovação e na segunda etapa de manutenção, reforçada a motivação e a técnica de escovação. Para medida da quantidade de placa foi utilizado o índice PHP no início, após a primeira fase e ao final do programa. Houve redução de 34,15% no índice PHP do grupo. A faixa etária entre 6 e 8 anos foi a que apresentou o maior percentual de redução. Houve diferença estatisticamente significante em relação a redução no índice PHP, quando comparados os valores inicial e final.

Concluiu-se que é possível reduzir gradativamente o índice de placa através de programas preventivos, elaborados de acordo com as características do grupo-alvo, havendo necessidade de motivação e orientação periódicas para se obter resultados satisfatórios a longo prazo.

A002 

Casuística do Centro de Pesquisa de Traumatismo em Dentes Decíduos – FOUSP – SP.

M. T. WANDERLEY*, C. R. M. D. RODRIGUES.

Disciplina de Odontopediatria da FOUSP – SP. Tel.: (0**11) 3091-7854.
E-mail: marciatw@fo.usp.br

No presente trabalho, avaliou-se o atendimento no Centro de Pesquisas de Traumatismos em Dentes Decíduos da Disciplina de Odontopediatria da FOUSP, São Paulo (Brasil), entre 1996-1998. A amostra abrangeu 200 crianças (111 meninos e 89 meninas) de 1 a 8 anos. Os resultados mostraram que a faixa etária de maior procura foi de 3 a 5 anos (56,5%), sendo que a primeira história de trauma ocorreu entre 1 e 4 anos (82,5%). O motivo da primeira visita ao CD na maioria das crianças foi por trauma (85%). Observou-se que 17% das crianças sofreram mais que um trauma e que a grande parte não procurou atendimento logo após o trauma (42,9%). Metade dos casos atendidos em hospital não foram encaminhados ao CD (55,2%). A maioria não procurou o dentista (64,4%), mas quando o fez não recebeu tratamento (78,41%). Houve maior prevalência no arco superior (95,4%), não havendo diferença entre o lado direito e esquerdo, sendo o incisivo central superior (83,3%) mais afetado. A maior parte dos casos apresentaram mais de um dente traumatizado (57,8%). Não houve diferença significante entre os sexos. As injúrias traumáticas mais freqüentes foram: luxação (25,3%), fratura de esmalte (17,6%), subluxação (15,5%) e avulsão (12,4%). As causas mais encontradas foram: quedas por andar/correr (43,3%), quedas contra objetos (13,8%) e quedas de objetos altos (10,5%). Houve grande prevalência de mordida aberta e protrusão (29%) e selamento labial deficiente (81%).

Concluí-se que o trauma foi o motivo mais freqüente da primeira visita ao dentista, não recebendo tratamento adequado ou encaminhamento, sendo necessário maior divulgação das condutas junto ao profissionais e a população.

A003 

Avaliação dos danos do complexo maxilo-mandibular por violência interpessoal.

U. O. FRUGOLI*, D. G. RAMOS, H. F. CARDOZO, D. R. MUÑOZ.

Departamento de Odontologia Social da FOUSP.

O objetivo deste estudo é avaliar a ocorrência de danos do complexo maxilo-mandibular conseqüentes à agressões em periciandos do Núcleo de Odontologia Legal do Instituto Médico Legal, Sede, na cidade de São Paulo nos anos de 1993 e 1998. Esta escolha foi no sentido de averiguar um possível incremento da violência. Foram avaliados 193 laudos, 46 em 1993 e 147 em 1998, analisando a distribuição conforme o agente lesivo, o sexo, a idade em intervalos de 10 anos, o tipo de dano, incluindo as lesões dentárias. No ano de 1993 os exames relativos às agressões representaram 22,2% do total de casos de lesões corporais examinados no NOL do IML/SP; em 1998 essa porcentagem subiu para 53,85%; o sexo masculino predominou com um total de 65,80% dos casos e o pico dessas ocorrências foi observado na terceira década (20-29 anos), seguida da quarta década (30-39 anos); os danos odontológicos mais freqüentes foram as fraturas e perdas dentárias e o principal agente lesivo responsável pelas lesões foi o soco e/ou pontapés.

Foi observado que as lesões maxilo-mandibulares decorrentes da violência interpessoal teve um crescimento significativo, sendo o mais freqüente tipo de exame realizado no ano de 1998 no NOL, acometendo na sua maioria, pessoas do sexo masculino com até 39 anos. Lesões de elementos dentários prevaleceram sobre aquelas do tecido ósseo.

 

A004 

Avaliação das manifestações sistêmicas relatadas durante a erupção dos dentes decíduos.

A. D. FREITAS*, L. F. MOLITERNO, R. FISCHER, V. M. SOVIERO, P. MILBOURNE.

PRECOM – FO/UERJ. Tel.: (0**21) 587-6389. E-mail: adridf@ig.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a ocorrência de manifestações sistêmicas durante a erupção dos dentes decíduos. As informações foram coletadas através de entrevista estruturada com 105 mães, após devido consentimento, num posto de saúde do município do Rio de Janeiro. Os dados foram analisados através do Programa Epi Info, utilizando o teste Qui-quadrado. As 105 crianças, 55 (52,4%) meninas e 50 (47,6%) meninos, entre 3 e 36 meses de idade, foram distribuídas em 4 faixas etárias (0-6; 7-12; 13-24; 25-36). A ocorrência de manifestações foi relatada por 85,7% (90) da amostra, tendo sido significativamente mais freqüente durante a erupção dos dentes anteriores (p < 0,05), independente do sexo (p > 0,05). Fato confirmado pela associação significativa entre faixa etária e alterações, mais freqüentes no grupo de 3 a 12 meses (p < 0,05). Apesar de não significativo (p > 0,05), o grupo de dentes anteriores permaneceu com tais manifestações por mais tempo. Dentre as manifestações, as mais relatadas foram: irritabilidade (75,6%), hábito de levar mãos (71,1%) e objetos (63,3%) à boca, sialorréia (66,7%), diarréia (31,1%), febre e sono intranqüilo (30% cada), rinorréia (10%), vômito (8,9%), “rashes” cutâneos (5,6%) e periorais (4,4%). Destas crianças, 70% receberam tratamento para atenuar os sintomas, sendo anestésicos tópicos, analgésicos e mordedores os mais empregados (41,3%; 30,2%; 27%; respectivamente).

As evidências sugerem associação entre erupção dos dentes decíduos e sintomas, tais como, irritabilidade, levar as mãos e objetos à boca e sialorréia. No entanto, a época de erupção dos anteriores coincide com eventos, como a introdução de outros alimentos, que poderiam atuar como co-causadores de outros sintomas, tais como a diarréia e a febre.

A005 

Estudo Radiológico para a estimativa da idade de 18 anos.

E. M. GOMES*, H. F. CARDOZO, D. G. RAMOS, M. G. P. CAVALCANTI.

Departamento de Odontologia Social da FOUSP.

Visando o estudo da estimativa da idade esse trabalho tem como objetivo verificar se a aplicação da técnica preconizada por NICODEMO, MORAIS e MÉDICI FILHO (1974) oferece resultados satisfatórios em examinandos com idades próximas à maioridade penal de 18 anos. Foram avaliadas 72 radiografias panorâmicas, de pacientes com idade entre 12 e 22 anos, sendo 48 do sexo feminino e 24 do sexo masculino, provenientes de diversos institutos de radiologia. A interpretação do estágio de mineralização dos dentes permanentes verificados através da análise radiográfica, baseou-se nos estágios de mineralização dos terceiros molares, de conformidade com a técnica empregada, sendo realizada por dois peritos individualmente, em momentos distintos, sem o conhecimento da idade real. Cada perito examinou duas vezes cada radiografia, comparando os resultados entre si e com a idade real, analisando-se as variações. O estudo demonstrou que a técnica aplicada oferece melhores resultados para o sexo masculino. No sexo feminino, em 14,58% dos casos a idade radiológica mostrou-se expressivamente maior que a idade real; e os terceiros molares superiores, em comparação com os inferiores, apresentavam estágio de mineralização mais avançado.

Tais resultados apontam para a necessidade de estudos considerando separadamente sexo, bem como arco superior e inferior que possibilitem a elaboração de tabelas atualizadas com valores individuais para cada sexo e arcos.

A006 

Comunicação de acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho em Odontologia.

S. R. JUNQUEIRA*, F. A. PACE, M. E. ARAUJO.

Departamento de Odontologia Social – FOUSP. E-mail: e-simone@fo.usp.br

O mercado de trabalho competitivo na Odontologia, os altos custos de manutenção dos consultórios e a abertura indiscriminada, e cada vez maior, de empresas de convênios e credenciamentos têm levado um número crescente de cirurgiões-dentistas (CD) a procurarem um emprego para o estabelecimento de vínculo empregatício. Este fato, conjugado com as condições de trabalho inadequadas – pouco ergonômicas, extensas jornadas de trabalho, entre outras – aumentam a exposição a várias situações de risco profissional. Da análise da legislação pertinente a esse assunto verificou-se que existe um Seguro de Acidentes de Trabalho (SAT) – que não indeniza doenças mas a incapacidade para o trabalho –, sendo este compulsório às empresas. Na área da Odontologia este recolhimento é da ordem de 2% de seu faturamento anual bruto, o que garante o seguro – à cargo do INSS – do CD empregado pelo regime da CLT, desde que o acidente/doença seja notificado através da Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT). O levantamento de dados registrados pelos órgãos oficiais sobre o número de acidentes/doenças relacionadas ao trabalho no Brasil revelam o pouco destaque que os mesmos recebem, embora indiquem, por exemplo, que a Previdência Social gastou, no período de um ano, cerca de um bilhão de reais somente com os acidentes de trabalho e, a perda por parte das empresas chegou a 3,4 bilhões de reais.

Após a análise dessa legislação e dos dados levantados, pode-se concluir que o desconhecimento das leis, a falta de enquadramento dos CD como trabalhadores assalariados, o despreparo dos mesmos frente às relações trabalhistas são alguns dos entraves que levam à subnotificação dos acidentes/doenças ocupacionais que acometem os profissionais da Odontologia, deixando os mesmos de receber um direito garantido por lei.

 

A007 

Conservação de marcas de mordida em alimentos perecíveis.

M. R. SILVA*, A. P. A. COSTA E SILVA, E. M. GOMES, R. F. H. MELANI.

Departamento Odontologia Social – FOUSP. E-mail: adri@fo.usp.br

Em certas circunstâncias as marcas provenientes de mordidas humanas são os únicos vestígios encontrados em locais de crime, e podem possibilitar a identificação do agressor ou criminoso. Estas impressões podem ser encontradas em diferentes superfícies: pele humana, objetos inanimados e particularmente em alimentos. É de fundamental importância a conservação dos alimentos porque, uma vez expostos ao meio ambiente, deterioram-se. Neste estudo, compararam-se dois métodos de conservação de alimentos mordidos, de forma a determinar qual técnica reduz mais as alterações que ocorrem nas marcas de mordida em função da deterioração dos mesmos. Seis maçãs foram utilizadas, e após serem mordidas, foram separadas em três grupos de duas maçãs cada. Uma maçã de cada grupo foi mantida fora do refrigerador, e a outra foi mantida no refrigerador. As maçãs foram analisadas nas primeiras 24, 48 e 72 horas após terem sido mordidas, intervalos que geralmente ocorrem entre a ação pericial na cena do crime até o exame propriamente dito. As marcas também foram observadas após 8 e 15 dias, simulando casos em que as provas são encontradas somente após tempo prolongado. Os resultados mostram ausência de alterações visíveis entre os intervalos de tempo considerados para ambos os métodos.

Este fato justificaria o uso de qualquer uma das técnicas. Entretanto, após o período de 8 dias, seria necessário conservar as maçãs dentro do refrigerador, pois fora dele já se observa considerável mudança na forma das marcas de mordida.

 

A008 

Comércio de dentes humanos, um problema que merece atenção.

A. P. A. COSTA E SILVA*, F. FERNANDES, D. L. P. RAMOS.

Departamento de Odontologia Social – Faculdade de Odontologia da USP.
E-mail: adri@fo.usp.br

A utilização de dentes humanos nos cursos de graduação em Odontologia é um fato que deve merecer muita atenção e cuidado dos professores e instituição envolvidos, uma vez que pode estar contribuindo para extração dentária indiscriminada, desenvolvimento de comércio ilegal de dentes, bem como a prática de crimes contra o cadáver, quando os dentes são retirados de cemitérios. Este estudo procurou identificar como se apresenta a dinâmica da aquisição desses dentes utilizados nas práticas laboratoriais no ensino da graduação em Ponta Grossa – PR, Recife – PE e São Paulo – SP. Foram distribuídos questionários para os alunos de graduação do último ano de faculdades de Odontologia de cada cidade considerada, num total de 172 alunos, procurando esclarecer a forma de aquisição dos dentes, da obtenção da infomação de como consegui-los, procedência e o destino desses dentes após o uso, além do conhecimento sobre as implicações le­gais (penais) destes procedimentos.

Apesar dos resultados demonstrarem variações importantes entre cada faculdade considerada, ficou evidente o comércio de dentes humanos e o desconhecimento pela maioria dos alunos das suas implicações legais (pe­nais), indicando a negligência com o fato.

 

A009 

Mercado de trabalho: perfil de cirurgiões-dentistas que pleiteiam emprego público.

P. P. N. S. GARCIA*, M. D. FIGLIOLI, S. R. C. SILVA, A. VALSECKI JR, E. L. DINI.

Odontologia Social – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.

O presente trabalho teve como objetivo verificar as características profissionais de cirurgiões-dentistas que buscam emprego público. A população de estudo foi constituída por 96 candidatos de um concurso público realizado no município de Araraquara, em 1999. Foi aplicado um ques­tionário, previamente elaborado, contendo questões relativas as características pessoais, a existência de vínculo empregatício, de trabalho autônomo e ao motivo de estarem prestando o concurso. Os resultados mostraram que 70,8% dos candidatos eram do sexo feminino, 66,7% apresentavam entre 22 e 30 anos de idade e 39,6% estavam formados há até cinco anos. Quanto as características profissionais, 66,7% dos cirurgiões-dentistas não apresentavam vínculo empregatício, no entanto, 75% exerciam atividade em consultório ou clínica particular, como autônomo. O salário fixo, a estabilidade profissional, a segurança econômica e a necessidade de trabalhar foram as razões que 49,5% dos profissionais alegaram para estarem participando do concurso.

Mediante a metodologia aplicada pode-se concluir que os profissionais analisados são, na maioria, jovens com pouco tempo de formados e que apesar do trabalho em consultório particular estão a procura de um emprego público que lhes proporcione estabilidade profissional e salário fixo.

 

A010 

Análises dos fatores influenciadores do comportamento infantil frente ao tratamento odontopediátrico.

M. L. RAMOS-JORGE*, I. A. PORDEUS, J. M. C. SERRA-NEGRA, S. M. PAIVA.

Departamento Odontopediatria e Ortodontia, FO-UFMG. E-mail: flolet@terra.com.br

Muitos fatores têm sido considerados como potencialmente capazes de influenciar o comportamento infantil diante do tratamento odontológico. Assim, o objetivo deste trabalho preliminar foi avaliar a relação entre comportamento de crianças durante o atendimento odontológico e fatores tais como: ansiedade materna, ansiedade da criança e experiências médicas anteriores. Participaram da pesquisa 11 crianças de 4 a 5 anos de idade que não tinham tido experiências odontológicas prévias. Em um primeiro momento as mães responderam ao teste “Personality Scale of Manifest Anxiety” (MAS) para mensurar a sua ansiedade e a um questionário versando sobre as experiências médicas do filho. Para avaliar a ansiedade das crianças foi aplicado o teste “Venham Picture Test” (VPT) imediatamente antes do exame clínico e da realização de uma profilaxia. Durante o atendimento clínico o comportamento das crianças foi avaliado, por uma examinadora previamente calibrada, utilizando-se a Escala de Frankl (definitivamente positivo ++, levemente positivo +, levemente negativo –, definitivamente negativo – –). Verificou-se que 75% das mães pouco ansiosas tinham filhos que apresentaram bom comportamento durante a consulta (++). Das crianças que tiveram experiências médicas anteriores boas e excelentes, 67% mostraram bom comportamento. Apresentaram um nível baixo de ansiedade 55% das crianças, sendo que a totalidade destas apresentou um comportamento tranqüilo frente ao atendimento odontológico (++). Todas aquelas que se comportaram negativamente (– –) tiveram um nível de ansiedade alto.

Desta forma, conclui-se que a ansiedade materna, a ansiedade da criança e as experiências médicas anteriores são fatores fundamentais para a definição do comportamento infantil frente ao atendimento odontopediátrico.

 

A011 

Promoção de saúde bucal na comunidade de Pitangui/RN.

M. A. P. FUSCELLA*, L. M. CERQUEIRA, M. F. J. OLIVEIRA, A. MEDEIROS JUNIOR,
L. M. A. G. FERNANDES, T. G. FERNANDES.

Departamento de Odontologia da UnP; Departamento de Odontologia da UFRN.
Tel./Fax: (0**84) 215-1230.

O quadro da doença cárie continua preocupante, principalmente no Nordeste do Brasil. No levantamento de 1996, o Rio Grande do Norte apresentou um índice CPO-D de 3,78 na idade de 12 anos. Conhecedora da situação, a Universidade Potiguar (UnP) vem desenvolvendo ações de promoção de saúde bucal em Pitangui - Extremoz/RN, através de um Projeto de Extensão, articulado à disciplina Odontologia Preventiva e Social e à Escola das Dunas, instituição de ensino e pesquisa ambiental, mantida pela UnP. Inicialmente, levantou-se os índices ceo-d e CPO-D dos escolares, consolidou-se estatisticamente os dados e obteve-se: ceo-d para crianças de 0 a 5 anos igual a 3,62 e CPO-D de 7,33 e 9,48 para as idades de 12 e 15 anos respectivamente. Programou-se atividades educativo-preventivas objetivando a promoção da saúde bucal, além de possibilitar aos alunos de Odontologia, vivenciarem o planejamento em saúde bucal coletiva.

Concluiu-se que o CPO-D encontrado foi muito alto e que a estratégia despertou o interesse e a compreensão dos alunos pelas práticas coletivas, além de ter envolvido a comunidade escolar de Pitangui, considerando que professores e educandos participaram efetivamente do processo, tanto na divulgação das ações como coadjuvantes nas atividades. Em continuidade à experiência, viabiliza-se a implantação da atenção odontológica em Pitangui, tornando-a campo de estágio, ensino, pesquisa e extensão para o curso de Odontologia da UnP. (*Apoio financeiro: FINEP.)

A012 

Cronologia e seqüência de erupção de dentes decíduos: diferenças entre gênero e classe econômica.

C. F. FARIA, I. A. PORDEUS*, L. H. P. M. MARTINS, E. SAKURAI.

Departamento Odontopediatria e Ortodontia; Estatística/UFMG.
E-mail: isabela@dedalus.lvv.ufmg.br

O objetivo deste trabalho foi determinar a cronologia e seqüência de erupção de dentes decíduos em crianças de Belo Horizonte/MG, avaliando a influência das variáveis sexo e classe econômica. O estudo piloto envolvendo 245 crianças verificou a metodologia empregada e estipulou o cálculo amostral (a = 0,05; erro = 0,2 mês). Participaram do estudo 2.457 crianças de 0 a 40 meses, saudáveis, nascidas a termo, e que se apresentaram para receber a vacina Sabin, no ano de 1998, em postos de vacinação selecionados aleatoriamente por sorteio. Os dados foram tabulados para sexo e classe econômica (ABIPEME, 1991). A coleta de dados foi desenvolvida por 8 examinadores calibrados (kappa = 0,99), consistindo em um único exame da criança, quando se fez a anotação do número e de quais elementos presentes. Os exames foram realizados sob luz natural, obedecendo as normas de biossegurança. A análise estatística dos dados foi feita pelo método de Kärber. A influência das variáveis em estudo se deu através da utilização dos intervalos de confiança de 95%. A cronologia e seqüência de erupção encontradas foram: 71 (8,5 ± 2,4); 81 (8,6 ± 2,4); 61 (10,6 ± 2,6); 51 (10,6 ± 2,5); 62 (12,8 ± 3,4); 52 (12,9 ± 3,5); 72 (13,9 ± 3,6); 82 (13,9 ± 3,6); 54 (16,7 ± 3,2); 64 (16,8 ± 3,2); 84 (17,1 ± 3,3); 74 (17,1 ± 3,3); 63 (20,0 ± 4,3); 53 (20,0 ± 4,3); 73 (20,2 ± 4,2); 83 (20,3 ± 4,3); 75 (27,3 ± 5,0); 85 (27,4 ± 5,1); 65 (28,7 ± 5,2); 55 (28,9 ± 5,3). A comparação entre lados direito e esquerdo, entre os gêneros e entre a classificação econômica não apresentou diferença estatística e nem relevância clínica.

Pode-se concluir que há um atraso na cronologia de erupção em relação aos dados encontrados na literatura, não sendo detectada diferença entre os gêneros e classificação econômica. (Apoio financeiro: CNPq.)

A013 

Relação entre perda dental e qualidade de vida.

M. M. RENDEIRO*, J. M. REIS, D. G. ALMEIDA, E. R. BUNDZMAN, E. CASOTTI.

SMS/SSC/Coordenação de Programas de Saúde Bucal.

O objetivo desta pesquisa foi investigar a relação entre a perda dental e necessidade de prótese com a qualidade de vida dos indivíduos. Em evento de promoção de saúde bucal, ocorrido em outubro de 1999, no Centro Administrativo da Prefeitura do Rio de Janeiro, foram examinados 117 indivíduos (69 sexo feminino; 48 sexo masculino), com média de idade de 33 anos (DP 10,7 anos), os quais responderam a um questionário abordando se os problemas bucais afetam seu cotidiano. Do total da amostra, selecionada de maneira aleatória e por conveniência, 18,8% e 10,3% usam algum tipo de prótese dental, superior ou inferior respectivamente. Dentre os examinados, 21,3% precisavam de prótese superior e 40,3% de prótese inferior, tendo 28,2% necessidade de prótese de múltiplos elementos. Para mensurar os impactos definitivos da condição odontológica sobre a capacidade de realizar atividades diárias, envolvendo desempenho físico, psicológico e social, foi utilizado o Índice de Impactos Odontológicos no Desempenho Diário (IODD), de LOCKER (1988) o qual considera a freqüência e a severidade do dano. O valor médio deste índice, na população estudada foi de 4,66 (DP 10,57) e a falta de dentes foi a queixa mais freqüente (18%). Os valores médios de IODD não tiveram relação significativa com a necessidade de prótese total (p = 0,2) e com o estado geral de saúde relatado pelos participantes. A verdadeira importância da Odontologia está relacionada à contribuição para a saúde geral.

Embora a perda dental seja considerada um grande dano à saúde do indivíduo, os participantes deste estudo parecem não perceber a sua influência na qualidade de vida.

 

A014 

Verificação das necessidades acumuladas em crianças submetidas ao tratamento emergencial – Florianópolis – Brasil.

G. B. de RESENDE*, S. A. PITHAN, M. J. C. ROCHA, V. L. BOSCO.

Universidade Federal de Santa Catarina – Pós-Graduação em Odontologia.
Tel.: (0**48) 331-9531.

Este estudo teve como objetivo verificar as necessidades de tratamento acumuladas em 195 crianças atendidas na Clínica de Emergência Odontopediátrica da UFSC, de março/1998 a dezembro/1999. Os exames e o preenchimento das fichas foram realizados por acadêmicos do 8º período, orientados e supervisionados por um único professor. As fichas de emergência possuíam dados pessoais, questionamentos acerca da vida médica e odontológica pregressa, necessidades de tratamento, além do motivo da sua vinda para receber o atendimento emergencial. Estas fichas foram utilizadas para a apuração dos resultados, e aquelas com informações incompletas foram descartadas. Os resultados das médias e porcentagens calculadas demonstraram que a idade média das crianças era de 7 anos, apresentando dentição decídua (39,5%) e dentição mista (60,5%). Entre as crianças, 28,2% já haviam sofrido internação hospitalar, 27,7% apresentavam problemas de saúde geral e 14,9% faziam uso de algum tipo de medicamento. 75,4% das crianças já haviam ido ao dentista, das quais 30,3% sofrido exodontias. O principal motivo da procura ao atendimento foi a dor (96,15%) causada por lesões de cárie, comprometimento endodôntico e dos tecidos perirradiculares. Como segundo motivo, o trauma e suas conseqüências recentes ou remotas. Quando analisadas as necessidades acumuladas de tratamento constatou-se que 14,9% já apresentavam perda precoce de dentes decíduos; 12,3% tinham falta de espaço e 76,4% necessitavam de tratamento endodôntico ou exodontia.

Concluímos que aqueles pacientes que procuram o serviço emergencial, o fazem sistematicamente, como forma de “tratar os dentes”, acumulando uma necessidade de tratamento em quantidade e complexidade.

 

A015 

Prevalência de anomalias dentárias em pacientes da Clínica de Odontopediatria da FO-Gama Filho – RJ.

M. L. A. NEVES*, D. M. MAURO, M. E. COSTA, S. C. CHARLIER, F. C. FERREIRA.

Disciplina de Odontopediatria da FO-Gama Filho – RJ. Tel.: (0**21) 599-6166.

O objetivo deste estudo é avaliar a prevalência de anomalias dentárias em pacientes atendidos na Clínica de Odontopediatria da FO-Gama Filho no ano de 1999. Para isto, 188 fichas referentes aos atendimentos clínicos, e exames radiográficos foram avaliados sendo a média de idade das crianças de 5,4 (± 2,6) anos, variando de 2 a 14 anos, onde 49,5% eram do sexo feminino e 50,5% do sexo masculino. Anomalias dentárias foram encontradas em 11,1% das crianças, sendo 3,7% anomalias de número (1,1% de anodontia e 2,6% de extranumerários), 5,3% anomalias de estrutura (4,2% de elementos apresentando hipoplasia de esmalte e 1,1% de casos de amelogênese imperfeita) e 1,6% de anomalias de forma (1,1% de casos de geminação e 0,5% de elementos apresentando cúspide em garra). A anomalia que mais causou alterações na dentição foi a presença de dentes extranumerários, que em 80% dos casos eram mesiodentes que impediram a irrupção dos incisivos centrais permanentes. Alterações de estrutura causaram principalmente danos estéticos, especialmente os casos de amelogênese imperfeita (100%), enquanto que as alterações de forma levam principalmente à um excessivo acúmulo de placa e conseqüentemente, lesões de cárie nos elementos envolvidos.

Podemos concluir que é essencial o acompanhamento clínico e radiográfico do paciente em dentição mista no sentido de detectar precocemente alterações de desenvolvimento e interceptá-las o mais rapidamente posssível para minimizar os danos à dentição permanente do paciente.

 

A016 

Histórico médico e sua importância na clínica odontopediátrica.

A. L. CAVALCANTI, A. M. G. VALENÇA, F. G. G. VASCONCELOS, R. C. DUARTE.

Disciplina de Odontopediatria – UFPB – PB.

O objetivo do presente trabalho foi avaliar dados da anamnese relativos à história médica dos pacientes de 4 a 12 anos, atendidos na Disciplina de Odontopediatria da UFPB. Compuseram a amostra 690 prontuá­rios odontológicos dos quais 340 (49,3%) pertenciam ao sexo masculino (SM) e 350 (50,7%) ao feminino (SF). Os dados coletados foram: a) ocorrência de doença na gestação; b) problemas de saúde apresentados pela criança; c) natureza destas alterações; d) pacientes em tratamento médico; e) utilização de medicamentos. Verificou-se que, nos SM e SF, respectivamente, 34 (10%) e 37 (10,6%) das mães relataram problemas de saúde no período gestacional. Tais desordens acometeram 106 (31,2%) das crianças do SM e 110 (31,4%) do SF. As alterações mais prevalentes, no SM e SF, respectivamente, foram: respiratórias - 29 (23,6%) e 35 (28%); neurológicas - 22 (17,9%) e 15 (12%); otorrinolaringológicas - 20 (16,2%) e 27 (21,6%); cardíacas - 14 (11,4%) e 13 (10,4%); circulatórias - 9 (7,35) e 5 (4%). Os pacientes que se encontravam em tratamento corresponderam a 70 (20,6%), para o SM, e 69 (19,7%), dos quais 134 (19,4%) faziam uso de um ou mais medicamentos.

A partir dos resultados obtidos, conclui-se que, em função do expressivo número de pacientes infantis que relataram problemas de saúde (31,3%), bem como encontravam-se em tratamento médico (20,1%) e utilizando medicamentos (19,5%), o histórico médico deve ser criteriosamente coletado e analisado devido às possíveis complicações no transcorrer do atendimento odontológico.

A017 

Relação entre a prevalência de defeitos de esmalte e cárie em pré-escolares de Piracicaba.

V. E. GOMES*, M. L. R. SOUSA, R. S. WADA, R. F. GERLACH.

Departamento de Odontologia Social – FOP-UNICAMP. E-mail: vivigomes_br@yahoo.com.br

Defeitos na ultra-estrutura do esmalte podem ter diversas causas dentre elas a contaminação ambiental, porém atualmente a presença de defeitos de esmalte não é adequadamente enfatizada na pesquisa de fatores de risco à cárie. O objetivo deste trabalho foi verificar se há relação da prevalência de defeitos de esmalte e de cárie em pré-escolares de duas regiôes distintas da cidade de Piracicaba. A amostra total no Grupo Geral (GG) foi composta por 1.417 pré-escolares, sendo 632 da região Dois Córregos - DC (região industrial) e 785 da região Campestre - RC (região não industrial). Os exames clínicos foram realizados sob luz natural, com espelhos bucais e utilizando os índices DDE para os defeitos de esmalte e índice ceo, segundo a OMS, para cárie. No GG o valor médio dos defeitos de esmalte foi igual a 0,29 e do ceo foi de 2,88; para o DC foi 0,38 e 2,99 e para RC foi 0,23 e 2,79, respectivamente. Utilizando-se o teste t para duas médias com a = 0,05, verificou-se não haver diferença de ceo entre as duas regiões (p = 0,93), entretanto para os defeitos a média de DC foi significantemente maior do que em RC (p = 0,004). A partir dos dados observou-se uma correlação entre o índice ceo e o número de defeitos muito próximo de zero. Através destes dados não encontrou-se correlação entre o índice ceo e o número de defeitos de esmalte.

Os dados sugerem que na região mais próxima às industrias houve em média maior número de defeitos de esmalte e revelam não existir correlação entre o índice ceo e número de defeitos de esmalte em dentes decíduos. (*Financiado pela FAPESP, Proc. 99/12891-8.)

 

  A018 

Será a promoção de saúde uma realidade nos consultórios particulares de Petrópolis ?

L. F. BASTOS*, M. RENDEIRO, M. V. GUIMARÃES, R. R. JORGE, U. V. MEDEIROS, F. CRUZ.

Odontologia Social – UNIGRANRIO; UFF – RJ.

Baseado nos novos conhecimentos de promoção de saúde, o objetivo deste estudo, através de pesquisa de campo exploratória, foi avaliar as práticas de promoção de saúde empregadas nos consultórios particulares. Um questionário foi elaborado e aplicado pelos pesquisadores numa amostra de 50 consultórios dentários particulares do município de Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro, escolhido de forma aleatória. Esta amostragem corresponde a 10% das clínicas existentes. O dados obtidos foram tabulados e analisados sob a forma de percentual: 45% dos profissionais ao realizarem restaurações não envolvem áreas consideradas de risco; 40% preconizam qualquer creme dental com flúor independente da especificação de cada um e 12% não indicam nenhum; 44% recomendam aplicação de flúor semestral e 17% somente em crianças; 80% utilizam a sonda exploradora para exame de sulcos e fissuras durante o diagnóstico; 56% remarcam seus pacientes de 6 em 6 meses; 66% sugerem alguma técnica específica de escovação, 27% não orienta e somente 7% faz adaptação da própria técnica do paciente; 78% não utilizam o diário de dieta e 100% não utilizam testes bacteriológicos nem fazem análise do biofilme da placa.

De acordo com as respostas obtidas, concluímos que a amostra estudada ainda não atua em linha com a prática de promoção de saúde.

 

  A019 

Promoção de saúde no atendimento odontológico de pacientes especiais no Rio de Janeiro.

M. T. A. GOLDNER*, N. M. MORAES, C. W. M. CRUZ.

Departamento de Odontologia Social e Preventiva – UFRJ. Tel.: (0**21) 562-2050.
E-mail: o.social@odonto.ufrj.br

Este trabalho visa avaliar a atenção dada à promoção de saúde bucal no atendimento odontológico feito aos pacientes especiais em cinco unidades de saúde que atendem estes pacientes no Rio de Janeiro (capital); duas universidades (uma pública - UFRJ e uma particular - UNIGRANRIO), duas associações (ABORJ e APAE) e um hospital público (Hospital Municipal Cardoso Fontes). A avaliação baseou-se em referências bibliográficas e questionários abertos distribuídos aos profissionais mostrando a importância da visão integral do paciente especial passando pela necessidade de conhecimento de seus hábitos, comportamento, educação e consciência familiar, levando em consideração o paciente especial na sociedade. O questionário foi aplicado em 22 profissionais sendo 1 da APAE, 4 da UNIGRANRIO, 2 na UFRJ, 12 no HMCF e 3 na ABORJ. A avaliação feita foi qualitativa pela própria natureza dos questionários.

Nas conclusões temos que através de perguntas diretas aos profissionais das instituições com atendimento de caráter ambulatorial ou hospitalar percebe-se que os profissionais atuam no modelo de atenção cirúrgico-restaurador, dentro de uma lógica que não promove a saúde. Percebe-se a falta de maior incentivo destas instituições a educação em saúde, não somente para conscientizar o indivíduo (paciente especial), o que dependerá de seu entendimento e cooperação, mas voltada a se preocupar com o meio ambiente em que ele vive.

 

  A020 

Diagnóstico precoce do paciente HIV+ pelo cirurgião-dentista.

M. V. L. GUIMARÃES*, M. M. P. RENDEIRO, J. M. REIS.

Odontologia – UNIGRANRIO; PAM – Oswaldo Cruz; CSB/SMS – RJ.

Nos dias atuais, discute-se muito o papel do cirurgião-dentista como profissional de saúde atuando em equipes multiprofissionais e interdisciplinares. É fundamental sua participação no diagnóstico precoce de manifestações bucais de pacientes infectados pelo HIV. A amostra trabalhada foi de caráter aleatório e por conveniência aplicada a 61 cirurgiões-dentistas, presentes em um encontro científico, no mês de abril deste ano, na cidade do Rio de Janeiro. O objetivo do trabalho foi verificar a capacidade e a segurança desses profissionais para o diagnóstico precoce do HIV. O perfil dos entrevistados demonstrou maioria feminina (65%), entre 36 e 50 anos, (51,6%). Em relação ao tempo de graduação houve um equilíbrio, não interferindo nos resultados. 50% dos profissionais se sentem capazes de diagnosticar as manifestações bucais do HIV, dos 66,6% que se formaram antes da descoberta da doença, 81,1% afirmam conhecer as principais manifestações bucais porém, quando perguntados quais seriam essas manifestações, nenhum dos profissionais entrevistados soube responder. 48,9% se sentem inseguros diante da responsabilidade do diagnóstico, 100% dos profissionais acham que precisam adquirir mais conhecimento sobre as manifestações bucais do paciente HIV+ e 51,8% dos profissionais encaminham os pacientes aos serviços especializados.

A análise dos dados demonstrou que apesar de 50% dos cirurgiões-dentistas entrevistados se declararem capazes de diagnosticar as manifestações bucais do paciente HIV+ e afirmarem conhecê-las ainda se sentem inseguros diante desta responsabilidade; e todos declararam necessitar de maiores conhecimentos e capacitação nessa área.

 

  A021 

Condições de saúde bucal da população idosa de Piracicaba.

A. V. ASSAF, M. C. MENEGHIM*, F. C. KOZLOWSKI, A. C. PEREIRA, D. P. QUELUZ,
N. A. SALIBA, L. ZANIN.

Departamento de Odontologia Social – FOP/UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5209.
E-mail: meneghim@fop.unicamp.br

O aumento da expectativa de vida da população brasileira justifica a necessidade de pesquisas direcionadas à população mais adulta. O presente estudo teve como objetivos, verificar as seguintes condições: a) condição de dentes e raízes; b) condição periodontal; c) uso e necessidade de prótese; d) ATM. Foram examinadas 209 pessoas, ambos os sexos, distribuídas pelas faixas etárias de 50-59 anos; 60-69 anos e 70 anos ou mais, de Piracicaba, SP, Brasil. Os exames clínicos seguiram as normas contidas em levantamentos básicos em saúde bucal, OMS, 1997. A pesquisa seguiu a Resolução do CNS nº 196 de 1996. A calibração foi desenvolvida num total de 40 horas e observou-se uma concordância intra-examinador acima de 95%. Os exames foram realizados por um único examinador.

Conclusões: a) CPOD médio foi de 26,58 e a prevalência de cárie de raiz foi de 0,83 em média; b) para a condição periodontal, observou-se a grande porcentagem de sextantes excluídos e, entre 12,44% e 18,66% dos indivíduos apresentaram perda de inserção entre 0 e 3 mm; c) 86,12% para o arco superior e 60,77% para o arco inferior, dos pacientes não necessitam de prótese; d) desenvolvimento de programas de atendimento e de um currículo específico, na graduação e pós-graduação, para a Odontologia Geriátrica.

 

  A022 

Avaliação de fatores relacionados a cárie em crianças de Florianópolis.

J. B. ROSA*, I. C. S. ALMEIDA.

Departamento de Estomatologia – UFSC.

Este trabalho avaliou fatores relacionados à cárie dental em crianças de 24 a 42 meses, matriculadas em creches da rede municipal, na cidade de Florianópolis, Santa Catarina. Foram selecionadas 100 crianças, realizado um exame clínico, bem como um questionário foi aplicado ao responsável com perguntas sobre hábitos de alimentação, higiene e condição sócio-econômica-cultural. Verificou-se nestas crianças a prevalência de cárie, índice ceo-d, e procurou-se associar fatores relacionados à alimentação, higiene e condição sócio-econômica-cultural, à prevalência e à severidade da doença.

Observou-se uma prevalência de 34% e índice ceo-d de 7,8, ambos crescentes com o aumento da idade. Apesar dos valores não serem estatisticamente significantes, em relação à prevalência, observou-se uma tendência ao desenvolvimento da doença em crianças que utilizavam mamadeira, mamavam à noite, tinham um alto consumo de açúcar, iniciaram a higiene bucal após os três anos de idade, e quando era a própria criança o responsável pela escovação. Em relação à severidade, observou-se que ela aumenta com a idade, em casos de utilização da mamadeira, amamentação noturna, início de higiene bucal após um ano, quando o responsável pela higiene era a criança, a escolaridade da mãe era menor que oito anos, e a renda da família estava acima dos quatro salários mínimos.

  A023 

Motivação em remunerar atividades educativas e preventivas no consultório particular.

C. P. MINAIR*, F. CAVALCANTE, T. PAULO, E. SANTOS, J. SERRÃO, J. SILVEIRA, V. OLIVEIRA.

Curso de Odontologia – FACBS – UNIG – RJ.

A motivação humana baseia-se na combinação de expectativas, idéias, crenças, sentimentos, valores que mantêm e regulam o comportamento das pessoas. Essa pode estar vinculada à fatores como informação, emocio­nais, situação econômica que podem determinar comportamentos negativos em relação à saúde bucal. Esta pesquisa teve por objetivo analisar o interesse/motivação de pessoas de duas diferentes classes econômicas em remunerar atividades educativas e/ou preventivas no consultório particular. Foi utilizado como método de abordagem o indutivo com procedimento comparativo e estatístico-descritivo. O universo de trabalho foi composto por transeuntes de shopping centers. A técnica de pesquisa empregada foi a observação direta extensiva através de um formulário de entrevista. Na amostra investigada 34% dos integrantes foram considerados baixa renda (G1) e 66% foram considerados alta renda (G2). Foram considerados os seguintes aspectos na caracterização dos grupos: tipo de residência, renda média e composição familiar. Observou-se que, em relação à remuneração de atividades educativas e preventivas: no G1, apenas 27% já o fizeram, e 73% não; no G2, 37% já pagaram e 63% não; quanto à importância atribuída a tais atividades: no G1, 44% não consideram importante e 56% acham que sim; no G2, 53% afirmam que dão importância às atividades educativas e preventivas e 47% discordam.

Concluiu-se que o nível socioeconômico não interfere diretamente no interesse/motivação em remunerar atividades educativas e/ou preventivas.

 

  A024 

Freqüência dos hábitos orais e a severidade das maloclusões.

L. P. BITTENCOURT*, E. C. PIMENTEL, A. MODESTO, E. BASTOS.

Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da UFRJ. E-mail: larissab@rio.com.br

Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de descrever a relação entre a presença de hábitos de sucção e alterações oclusais verticais e ântero-posteriores, como a mordida aberta anterior (MAA) e a sobressaliência (SS), determinando sua severidade. A metodologia utilizada baseou-se no exame clínico bucal de 239 crianças entre 4 e 6 anos de idade, da cidade do Rio de Janeiro, avaliando os arcos dentais decíduos, segundo os critérios de Foster & Hamilton. Utilizou-se compasso de ponta seca e régua milimetrada flexível para aferir mmA e SS, classificando-as em leve, moderada e severa. Foi realizada entrevista estruturada com os pais ou responsáveis, abordando o tipo de hábito bucal, sua duração e freqüência. Os resultados foram analisados pelo teste Qui-quadrado (Epi Info 6.02). Houve o consentimento escrito dos pais e aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa (NESC-UFRJ). A prevalência de MAA foi de 28,5%, sendo mais freqüente em meninos, e tendeu a diminuir com a idade. A SS apresentou-se em 41% dos casos leve, 38,1% moderada e 18,4% severa. Tanto a presença de MAA como a SS estiveram diretamente relacionadas à história de sucção digital ou de chupeta. Crianças com hábito de sucção apresentavam 7,4 vezes mais MAA (p < 0,0001). Quanto à duração, das 60 crianças que possuíam MAA, 46 (76,7%) apresentaram o hábito além dos 3 anos de idade (p < 0,05). A má-oclusão esteve relacionada também à freqüência do hábito, embora sem significância.

Quanto maior a freqüência e a duração do hábito de sucção, maior a severidade da mordida aberta anterior e do grau de sobressaliência.

 

  A025 

Ensino público relacionado ao nível socioeconômico na Graduação em Odontologia.

J. H. V. SERRÃO*, J. L. G. C. SILVEIRA, V. OLIVEIRA, B. FERRAZ, E. P. CABRAL.

Curso de Odontologia – UNIG; Mestrado em Odontologia Social – CCM – UFF/RJ.

Este trabalho objetivou conhecer o perfil socioeconômico dos alunos de graduação em Odontologia, comparativamente, em instituições de ensino público e privado do Rio de Janeiro, verificando se há alteração na situação encontrada no grupo dos alunos do último período em relação aos que estão ingressando no curso. Utilizou-se o método indutivo de abordagem com procedimento comparativo e estatístico-descritivo, aplicando-se a técnica de observação direta extensiva tendo como instrumento um ques­tionário para investigação. A amostra constituiu-se de alunos de 1º e último períodos de 4 universidades privadas (Pr) e 2 Públicas (Pu) do Estado do Rio de Janeiro. Encontrou-se, em média, 13% de alunos com renda familiar superior a R$ 5.000,00 nas Pu e 32% nas Pr, ambos os grupos com composição familiar de 4 a 5 membros; escolaridade dos pais: nível superior – 79% nas Pu e 71% nas Pr; 90% dos alunos de Pu são estudantes exclusivos contra 86% nas Pr; 76% dos alunos das Pu cursaram o ensino fundamental e médio em instituição particular e nas Pr 81%; tanto em Pu quanto em Pr, encontrou-se 83% de alunos com formação em língua estrangeira; fizeram curso pré-vestibular 84% dos alunos de Pu e 81% de Pr; possuem outro curso superior 3,5% dos alunos das Pu e 1,6% das Pr. 59% dos alunos ingressam com menos de 20 anos e 63% concluem até 23 anos; são do sexo feminino 63% dos alunos que ingressam e 66% dos que saem. Em relação à renda detectou-se um aumento de 9% dos alunos iniciantes com renda superior a R$ 5.000,00.

O curso de graduação em Odontologia é elitizado, principalmente nas instituições privadas, considerando o perfil socioeconômico do acadêmico. A tendência de elitização é incrementada pelos alunos que ingressam atualmente no curso.

  A026 

Avaliação da redução de IPV e ISG em promoção de saúde.

J. L. G. C. SILVEIRA*, J. H. V. SERRÃO, V. OLIVEIRA, W. W. N. PADILHA.

Curso de Odontologia, FACBS – UNIG – RJ.

A etiologia das doenças bucais, especialmente a doença cárie, apresenta uma série de fatores que, interagindo, determinam a evolução desse processo. Dentre estes fatores podemos destacar a presença e principalmente a qualidade da placa bacteriana, associada à dieta. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a redução imediata de IPV - índice de placa visível e ISG - índice de sangramento gengival em crianças atendidas em uma unidade do SUS do RJ. Foi utilizado o método de procedimento comparativo e estatístico (teste t através do programa GMC) para verificar a variação ocorrida entre as médias do IPV e do ISG iniciais (registrados no início do ciclo de atendimento) e finais (registrados logo após as crianças terem participado de atividades promocionais de saúde com escovação supervisionada semanal, orientação de dieta individual e atividade educativa coletiva com a presença do responsável, bem como adequação do meio bucal e atendimento cirúrgico restaurador, num período de 6 meses. A amostra foi composta de 42 crianças com uma média de idade de 9 anos que apresentavam 4 dentes afetados pela doença cárie, em média. Utilizou-se a técnica de documentação indireta através de pesquisa documental, não havendo necessidade de submeter nenhuma criança a exames ou procedimentos clínicos. O índice de consumo de sacarose foi considerado alto no grupo (ICS = 14). Resultados: IPV-inicial = 29% contra IPV-final = 11% e ISG-inicial = 13% contra ISG-final = 5%. As variações encontradas foram estatisticamente significantes ao nível de 1% pelo teste estatístico aplicado.

O programa mostrou-se eficaz em relação ao controle de placa, embora o ISG e o ICS devam ser melhor trabalhados no grupo.

  A027 

Evasão de mães de um programa de saúde bucal – projeto piloto.

L. DAMASCENO*, J. M. MIASATO, R. VIANNA, F. DAMASCENO, S. BARROSO.

Odontopediatria – FO/UFRJ; UNIGRANRIO. Tel.: (0**21) 719-2056.

O objetivo deste trabalho foi investigar os motivos da evasão de mães de um programa de saúde bucal desenvolvido pela Bebê-Clínica da UNIGRANRIO em conjunto com a Prefeitura Municipal de Duque de Caxias - RJ e, verificar o estado atual da saúde bucal dos seus filhos. Foram enviadas 113 correspondên­cias às mães que iniciaram o projeto e que não retornaram no período de pelo menos 6 meses às visitas periódicas agendadas. Estas, foram convidadas a retornar a Bebê-Clínica para avaliação da condição bucal de seus filhos e responder uma entrevista. Cinco correspondências foram devolvidas pelo correio. Desta forma, a amostra constituiu-se de vinte e seis mães que compareceram e foram entrevistadas a respeito da evasão, sendo os bebês examinados na Bebê-Clínica para avaliar o incremento de cárie utilizando o índice CPO inovado (PINTO, 2000). As mães assinaram o termo de consentimento. Motivos da evasão: 26,9% (n = 7) por estar trabalhando; 7,7% (n = 2) problemas financeiros; 26,9% (n = 7) problemas de saúde; 19,2% (n = 5) ninguém para ficar com os outros filhos e 19,2% (n = 5) por não achar o programa importante. Quanto ao reexame dos bebês, os valores iniciais e atuais foram respectivamente: idade em meses, 7,4 ± 3,4 e 22,9 ± 5,3; nº de dentes, 1,8 ± 2,3 e 16,6 ± 2,3; ceo-d, 0 e 1 ± 1,8; MBA, 1 (n = 1) e 23 (n = 8); presença de cavitação, 0 e 26 lesões (n = 8); higienização/escovação, 0 e 78,3% (n = 21). Todos os bebês retornaram ao programa.

Conclui-se que motivos diversos levaram à evasão e houve incremento da atividade e lesão de cárie na amostra estudada.

 

  A028 

A influência do período de amamentação sobre a ocorrência de hábitos de sucção em bebês.

S. F. M. GONÇALVES*, M. L. G. SILVEIRA, K. C. S. ABREU, R. F. CUNHA.

Faculdade de Odontologia de Araçatuba/UNESP. Departamento de Odontologia Infantil e Social.

A instalação de hábitos de sucção não nutritiva vem sendo pesquisada na Odontologia, e na tentativa de se estabelecer uma relação de causa e efei­to, divergências foram encontradas em relação à instalação de hábitos e o método de alimentação utilizado nos primeiros meses de vida. Os autores propuseram verificar em crianças com idade de zero a 3 anos, de ambos os sexos, matriculadas em creches municipais, a existência de relação entre o tempo de aleitamento materno e a ocorrência de alguns hábitos bucais nocivos. A avaliação foi realizada através de exame clínico de 210 crianças e informações fornecidas pelas mães, em relação aos métodos alimentares e o tempo de aleitamento. A análise estatística dos dados foi realizada pelo teste Qui-quadrado de Fisher, considerando como variações a sucção de polegar, chupeta, e outros hábitos como mordiscar os lábios, roer unhas e cheirar fraldas.

Os resultados mostraram que existe uma relação de dependência inversamente proporcional entre os tempos de aleitamento materno e hábitos bucais nocivos, de forma que, quanto mais prolongado o aleitamento materno, menor a ocorrência de hábitos bucais nocivos.

 

  A029 

Hábitos de sucção nutritivo e introdução da sacarose.

J. M. MIASATO*, U. V. MEDEIROS, M. N. MISSEL, R. S. GAMA.

UNIGRANRIO – RJ; UFRJ; UEL – PR. Tel.: (0**21) 671-4251, ramal 139.
E-mail: massao@unigranrio.br

O objetivo desta pesquisa foi avaliar a correlação entre hábitos de sucção nutritivo e introdução da sacarose. Este estudo retrospectivo foi realizado na Bebê-Clínica da UNIGRANRIO, consultando-se 431 prontuários referentes aos anos de 1998 e 1999. Criou-se então 3 grupos a saber: G1 - seio materno; G2 - mamadeira e G3 - associação de G1 e G2. Os resultados estão expressos a seguir:

 

Sexo masculino

Idade

*Sacarose
presente

Época da introdução da sacarose

 

 

 

 

Antes de 3 meses

De 3 a 6 meses

De 7 a 12 meses

G1

54,4% (n = 93)

5,8 ± 2.9

65,0% (n = 111)

37,8% (n = 42)

48,6% (n = 54)

13,5% (n = 15)

G2

43,6% (n = 65)

7,3 ± 2.7

96,6% (n = 144)

45,1% (n = 65)

  9,1% (n = 13)

43,6% (n = 65)

G3

49,5% (n = 54)

5,7 ± 2.5

85,3%   (n = 93)

44,1% (n = 41)

9,7% (n = 9)

49,5% (n = 54)

*p = 0,000000x2

Pode ser observado também que 35% (n = 151) da amostra deixou de ser amamentada no seio materno respectivamente em: 50,7% (n = 76) antes dos 3 meses; 43,3% (n = 65) entre 3 e 6 meses e 6,0% (n = 9) entre 7 e 10 meses de idade.

Pode-se concluir que é significante a utilização da sacarose em G2 > G3 > G1 e que não é significante a época de sua introdução. É evidente a necessidade de um programa educativo direcionado principalmente às mães envolvendo uma equipe multiprofissional.

  A030 

Informática em Odontologia: como está sendo utilizada?

E. V. DOTTA*, M. C. SERRA, P. P. N. S. GARCIA, R. MATSUZAKI.

Departamento de Odontologia Social – FOAr-UNESP. Tel.: (0**16) 232-1233, ramal 115.
E-mail: edivani@foar.unesp.br

O objetivo deste trabalho foi verificar a utilização da informática em Odontologia, o que está sendo usado e a sua finalidade. Um questionário, contendo questões de múltipla escolha, foi aplicado a 250 cirurgiões-dentistas participantes de um congresso odontológico no Estado de São Paulo. Tal questionário continha questões relativas a informatização do consultório, configuração dos microcomputadores, finalidade de uso e uso de sistemas aplicativos. Após a coleta dos dados, pode-se observar por meio dos resultados que 46,4% dos profissionais entrevistados apresentam seu consultório informatizado, e apenas 38,4% dos que não são informatizados pretendem fazê-lo no futuro. 18,8% dos profissionais possuem o Pentium, 14,4% o Pentium II e 10,0% o Pentium III. 45,2% utilizam o computador como editor de texto, 36,8% para acesso à Internet, 30,0% para confecção de material didático para os pacientes. 32,8% usam sistemas aplicativos em Odontologia, 17,2% para captura de imagens do paciente e 6,4% para radiografia digital. Dos cirurgiões-dentistas que possuem sistema aplicativo, os módulos mais utilizados são cadastro de pacientes (38,8%), ficha clínica com odontograma (34,0%), mala direta (28,0%), controle de orçamento (27,6%) e agenda (25,2%).

Pode-se concluir que apesar do crescente desenvolvimento da informática, penetrando em todos os segmentos profissionais, seu emprego na Odontologia ainda é pequeno.

  A031 

Ansiedade dentária – avaliação do perfil dos pacientes atendidos no setor público.

D. P. QUELUZ*, G. J. PEREIRA.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

Este estudo teve como objetivo proceder a uma avaliação do perfil de pacientes atendidos no setor de Odontologia do SUS do município de Itatiba, com relação ao grau de ansiedade quando submetidos à tratamento odontológico. A pesquisa abrangeu o ano de 1998, sendo realizada com 70 pacientes selecionados aleatoriamente que responderam à um questionário. As variáveis utilizadas foram: sexo, faixa etária, condição socioeconômica, grau de instrução, freqüência de visitas ao dentista, procedimentos odontológicos que mais incomodam e grau de ansiedade. Os resultados evidenciaram que a grande maioria dos pacientes entrevistados (94,3%) apresentam ansiedade quando submetidos à tratamento odontológico (ansiedade dentária), sendo os pacientes do sexo feminino mais ansiosos que os pacientes do sexo masculino. Há uma predominância de grau de ansiedade exacerbada em pacientes: de menor grau de instrução, na faixa etária entre 15-20 anos, e apresentando renda mensal familiar de um salário mínimo.

Após análise dos resultados concluímos da necessidade de se criar condições ao cirurgião-dentista e equipe para que saibam como reduzir e controlar o nível de ansiedade do paciente quando submetido à tratamento odontológico no serviço público.

  A032 

Análise funcional do comportamento do cirurgião-dentista.

K. A. SINGH*, A. B. A. MORAES, J. CESAR, R. F. POSSOBON.

FOAr-UNESP (Odontopediatria); FOP-UNICAMP; UNIMEP. Tel.: (0**19) 430-5275.
E-mail: kira_singh@yahoo.com

Nosso objetivo foi realizar a análise funcional do comportamento do dentista considerando as variáveis presentes na situação odontológica. Foram realizadas 21 sessões de atendimento que variaram de 15 a 50 minutos. Em todas as sessões estavam presentes dentista, auxiliar, mãe e paciente. A pesquisadora ficava em outra sala separada por um espelho unidirecional. Todas as sessões foram gravadas em videoteipe e as observações posteriormente realizadas. Foi feito um registro cursivo e seqüencial dos eventos clínicos e comportamentais de cada sessão. A partir dos registros os dados eram transferidos para uma ficha de análise que continha os seguintes itens: rotina, minuto, ações da criança e ações do dentista. Para análise das ações do dentista e criança foram utilizadas um conjunto de categorias comportamentais. Para a criança tais categorias eram: colaboração, não-colaboração, etc; para a dentista: tranqüilização, contato físico, explicação etc. Os resultados revelam que as categorias mais utilizadas pelo dentista foram: direção, atividade odontológica, tranqüilização, distração e restrição física. Em relação as crianças avaliadas duas se mostraram colaboradoras e duas intercalavam a colaboração com a não-colaboração levando o dentista ao uso eventual de estratégias restritivas. A análise das respostas do dentista frente a diferentes ações das crianças revela um estilo particular, que era pouco influenciado pelo comportamento da criança, mas mantinha-se restrito as variáveis estabelecedoras do planejamento clínico.

Esta forma de análise nos permite identificar a dinâmica da interação do dentista-criança, além de levantar o papel que os comportamentos da criança e os eventos clínicos da situação odontológica desempenham na determinação do comportamento do dentista. (Apoio financeiro: CNPq.)

 

  A033 

Saúde bucal: comparação entre condutas de pediatras e conteúdo dos livros didáticos de Pediatria.

F. SILVEIRA*, B. VOLSCHAN, M. NAEGELE, M. ALMEIDA.

Pós-Graduação – Odontologia Social – UFF; Odontopediatria – UNESA – RJ.
E-mail: flaviams@nitnet.com.br

A integração entre a Odontologia e a Pediatria é muito importante na promoção de saúde bucal. O objetivo deste estudo foi analisar as condutas dos pediatras da cidade do Rio de Janeiro comparando-as com o conteúdo de livros de Pediatria. Foi utilizado o método de abordagem indutivo, através da distribuição de 120 questionários à pediatras contendo perguntas abertas sobre suas condutas com relação à saúde bucal, obteve-se um índice de retorno de 66,7%, com 80 questionários respondidos. Foi realizada a análise qualitativa do conteúdo dos 5 livros de Pediatria mais utilizados da Biblioteca de Medicina da Universidade Federal Fluminense - RJ, classificando-os em três categorias: adequado, inadequado e incompleto. O exame da cavidade bucal é realizado por 98% dos pediatras abordados; 16,5% orientam os pais a adicionarem açúcar nos sucos, chás e leite; 77,5% não indicam bico especial de mamadeira; 25% prescrevem flúor sistêmico; 40% recomendam a amamentação noturna mesmo após a introdução de alimentação semi-sólida; todos os entrevistados acham importante a integração com odontopediatras, entretanto, 42% destes acham conveniente somente quando houver paciente em comum apresentando problemas bucais. Dos livros analisados, apenas um faz referência aos aspectos odontológicos na infância, sendo o único escrito por odontopediatras e com o conteúdo adequado sobre a saúde bucal. Os outros títulos continham informações inadequadas ou incompletas.

As condutas dos pediatras refletiram as recomendações dos principais livros utilizados em Pediatria, as quais precisam ser revisadas em vários aspectos relacionados à saúde bucal; a integração de odontopediatria com pediatria na elaboração do conteúdo sobre saúde bucal em um livro didático mostrou-se adequada.

 

  A034 

Saúde bucal nas escolas: estudo comparativo entre escolas particulares e públicas, Araçatuba, SP.

I. M. G. BRANDÃO*, R. A. CHIARATTO, R. A. A. R. SOUZA, S. A. S. MOIMAZ, N. A. SALIBA.

Pós-Graduação em Odontologia Preventiva e Social, FOA, UNESP.

O objetivo deste trabalho é a análise comparativa das práticas relacionadas à saúde bucal desenvolvidas em escolas de ensino infantil da rede pública e particular da cidade de Araçatuba, SP. Um instrumento de coleta de dados foi aplicado aos coordenadores de todas as escolas municipais (n = 33) e enviado a diretores de escolas particulares representando uma amostra de 50,0% (n = 15), na intenção de obter informações sobre os seguintes aspectos: rotina alimentar diária, hábitos de higiene bucal, utilização de bochechos fluoretados, atividades educativas e a equipe envolvida nas referidas atividades. Os resultados mostraram diferenças marcantes entre a rede pública e particular. Com relação à alimentação, na maioria das escolas municipais (60,6%) a mesma é fornecida pela pre­feitura, sendo que nas escolas particulares, tanto a escolha do cardápio quanto o seu preparo é de responsabilidade dos pais das crianças. No que diz respeito aos hábitos de higiene bucal, enquanto 100% das escolas particulares realizam a escovação dentária diária, nas municipais este percentual cai para 87,9%. Diferenças também são encontradas na freqüência de realização da mesma, destacando-se a quantidade de 2 vezes ou mais ao dia nas escolas particulares (53,3%) e uma vez ao dia (51,5%) nas escolas municipais. O armazenamento das escovas também difere de uma rede para outra: na rede municipal prevalece o armazenamento em caixas coletivas (36,4%), sendo que na rede particular em caixas individuais, geralmente da própria escova (86,6%). Quanto à realização de bochechos fluoretados, 94% das escolas municipais o fazem, contra apenas 13,3% nas escolas particulares. Com respeito às atividades educativas dirigidas às crianças, 93,3% das escolas particulares as realizam, contra 66,7% das escolas municipais.

Concluiu-se que existe diferença expressiva nas práticas analisadas, necessitando de uma homogeneização entre o pensar e o agir em saúde bucal nas referidas redes de ensino.

  A035 

Prevalência das deficiências e de cardiopatias no C.A.O.E., Araçatuba.

P. S. B. SILVA*, I. M. G. BRANDÃO, A. D. SOARES, M. L. M. M. SUNDEFELD, S. A. S. MOIMAZ.

Pós-Graduação em Odontologia Preventiva e Social, FOA-UNESP.

O objetivo do presente trabalho foi verificar a prevalência das deficiências e das cardiopatias, analisar a existência de associação entre as mesmas e expor a conduta clínica para prevenção da endocardite bacteriana adotada no Centro de Atendimento Odontológico a Excepcionais (C.A.O.E.) da Faculdade de Odontologia de Araçatuba nos três últimos anos. Para tanto foram utilizados os dados contidos nos 1.456 prontuários dos pacientes assistidos de 1997 a 1999, sendo os mesmos processados no programa EPI-6. Foram identificadas 84 deficiências, enquadradas em 10 grupos: Paralisia Cerebral, Retardo do Desenvolvimento Neuropsicomotor, Distúrbio Psiquiátrico, Distúrbio de Comportamento, Síndrome de Down, Outras Síndromes Genéticas, Oligofrenia, Microcefalia, Traumatismos Cranianos e Outros. A deficiência mais prevalente foi Paralisia Cerebral, correspondendo a 29,3% do total de pacientes estudados seguida do Retardo do Desenvolvimento Neuropsicomotor com 21,3%. Os resultados revelaram ainda uma prevalência de cardiopatias de 10,7%. O teste Qui-quadrado foi utilizado para verificar possível associação entre deficiências e cardiopatias, sendo obtido um X2 = 50,33 com p < 0,0001 havendo significância ao nível de 1%. A maior freqüência de cardiopatias foi encontrada nos portadores da síndrome de Down (30,2%) seguidos dos pacientes com outras síndromes genéticas (15,2%). Embora grande número de casos de endocardite bacteriana não sejam aparentemente precedidos por manipulação de focos sépticos, medidas profiláticas devem ser instituídas previamente a determinados procedimentos odontológicos por estes representarem expressiva parcela na casuística de incidência da doença.

Conclui-se que houve significativa associação de deficiências e cardiopatias e que é necessário profilaxia específica quando do atendimento de pacientes com as características estudadas.

 

  A036 

Análise da comercialização de dentes nas universidades.

E. C. PIMENTEL*, L. P. BITTENCOURT, S. PAULA, J. C. IMPARATO, P. A. GABRIELLI FILHO.

Departamento de Odontopediatria UFF; UniFOA; USP.

O objetivo deste trabalho foi verificar a existência da comercialização de dentes no ambiente universitário. O método utilizado constou da aplicação de 924 questionários entre os alunos do último ano de Odontologia do interior e capital do Rio de Janeiro e São Paulo. O questionário foi estruturado em 6 perguntas: se o aluno já comprou algum dente, qual a quantidade e o valor pago, em que lugar comprou, com quem encomendou e quais as disciplinas que mais solicitam dentes. Os resultados foram apresentados em porcentagens. 54,11% dos alunos relataram já ter comprado dentes. A maioria dos alunos compraram de 1 a 50 dentes (78,6%), 7,6% compraram de 51 a 100 dentes, 2,8 compraram mais de 100 dentes e 11% não lembravam. Os valores variaram de alguns centavos até R$ 10,00 por unidade. O cemitério foi o local de maior freqüência na compra dos dentes (62,8%), seguido de alunos veteranos (24,2%), outros locais (21,2%) e clínicas particulares (21%). 53,6% dos alunos relataram que a encomenda foi feita com o co­veiro, 24% encomendaram com alunos veteranos, 14% em clínicas odontológicas, 10,8% com pessoal auxiliar, 4,4% com profissional recém-formado e 12,2% com outros. As disciplinas que mais solicitaram dentes foram: Endodontia (80,5%), Dentística (58,3%), Prótese (43,07%) e Anatomia (27,05%).

A comercialização de dentes humanos reforça a necessidade de organização de um “banco de dentes”, que auxilie os alunos não só em atividades pré-clínicas e de pesquisa, mas também para garantir a biossegurança na manipulação desses dentes e um futuro mais digno para esses órgãos.

 

  A037 

Efeito da fluoretação da água de abastecimento na prevalência de fluorose dentária em escolares de Barretos.

M. E. K. TANIMOTO *, R. C. C. LIA, A. VALSECKI Jr., M. R. B. OLIVEIRA,
J. A. C. SCUOTEGUAZZA.

Departamento de Patologia, Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.
Tel.: (0**16) 232-1233, fax: (0**16) 232-3287.

O objetivo deste trabalho foi determinar a prevalência de fluorose dental na cidade de Barretos, utilizando-se o índice TF (Thylstrup & Fejerskov). A amostra constituiu-se de 499 escolares de 12 a 14 anos da rede pública e privada, de ambos os sexos, nascidos e residentes contínuos de Barretos que possui água fluoretada ininterruptamente há 27 anos na concentração média de 0,7 ppm de F.

A prevalência de fluorose dental encontrada foi de 27,25%, não havendo diferença entre sexo, idade e escola. Do total de escolares com fluorose, 23,40% possuíam o grau TF1; 3,40% o grau TF2 e 0,40% o grau TF4. A fluorose dental observada nos estudantes pode estar ocorrendo devido a uma associação da água fluoretada com o uso intensivo de outros meios de utilização do flúor (sistêmico e/ou tópico) e de maneira indiscriminada. (Trabalho subvencionado pela CAPES.)

 

  A038 

Prevalência de cárie dentária em escolares da cidade de Barretos, SP, Brasil – 27 anos de fluoretação.

J. A. C. SCUOTEGUAZZA*, M. R. B. OLIVEIRA, A. VALSECKI JR, R. C. C. LIA,
M. E. K. TANIMOTO.

Departamento de Patologia – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.
Tel.: (0**16) 232-1233, fax: (0**16) 232-3287.

Este trabalho teve por finalidade avaliar a prevalência de cárie dentária em escolares, residentes contínuos da cidade de Barretos, SP, Brasil. E a situação desta prevalência em relação às metas propostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para os anos 2000 e 2010. Como também a influência da fluoretação das águas de abastecimento público na redução de cáries após 27 anos. Foram examinados 499 escolares de 12 a 14 anos de escolas públicas e privadas. Os resultados obtidos, após a análise dos dados, permitiram as seguintes conclusões:

1 - Houve uma redução de cárie dentária em torno de 70% nos escolares de 12 anos em relação ao primeiro levantamento epidemiológico realizado em 1971; 2 - aos 12 anos, 63% dos escolares, apresentaram CPO menor ou igual a três, e destes 33% estavam livres de cárie; 3 - O CPO-D aos 12 anos é de 2,56, aos 13 anos 2,73, aos 14 anos 3,81; 4 - O CPO-D do sexo feminino apresentou-se maior (e em todas as idades) em relação ao sexo masculino; 5 - O CPO-D dos escolares das escolas públicas (e em todas as idades) foi sempre maior que o das escolas privadas; 7 - Considerando a meta esperada pela OMS para o ano 2010, algumas medidas deverão ser tomadas para este objetivo ser alcançado, principalmente nas classes sociais mais baixas da população, uma vez que o CPO médio dos indivíduos de escolas públicas estão distantes dos padrões ideais. (Trabalho subvencionado pela CAPES.)

  A039 

O que falta aos odontopediatras de Belo Horizonte para atender crianças HIV+/AIDS: conhecimentos ou sentimentos?

Ê. L. VILAÇA*, I. A. PORDEUS, H. H. PAIXÃO.

FO-UFMG. E-mail: enio@dedalus.lcc.ufmg.br

Este estudo teve como objetivo avaliar o conhecimento, sentimentos/atitudes e a disposição dos odontopediatras de BH-MG, para atender crianças e adolescentes portadores do HIV ou com AIDS. A amostra foi composta por 82 profissionais, agrupados por tempo de especialista: Grupo 1 (até nove anos), Grupo 2 (entre 9 e 20 anos) e Grupo 3 (mais de 20 anos). Após pré-teste e aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa/UFMG, os questionários foram entregues/recolhidos pelo pesquisador. Os dados foram processados no programa Epi Info, e aplicou-se os testes t/F e c2. Foi considerado como medida de significância estatística p < 0,05. Dos odontopediatras de BH, 48,8% apresentam disposição para atender crianças HIV+, e 69,4% apresentam disposição para atender crianças com AIDS. O tempo de especialista não apresentou associação com a disposição para atender crianças HIV+. Profissionais que atuam em ambos setores, público e privado, apresentam 7,5 vezes mais chance de estarem dispostos a atender crianças HIV+ do que aqueles que atuam exclusivamente no setor privado. O grau de conhecimento relativo à infecção pelo HIV/AIDS não influenciou na disposição para atender crianças HIV+, sendo que a variável sentimentos/atitudes apresentou forte associação com a disposição para atendê-los. Odontopediatras com sentimentos/atitudes mais positivos apresentam 6,8 vezes mais chance de estarem dispostos a atender crianças HIV+ do que aqueles com sentimentos/atitudes intermediários, e 15,8 vezes mais chance do que aqueles com sentimentos/atitudes mais negativos.

Conclui-se que há necessidade de uma sensibilização desse grupo profissional em relação a disposição para tratar crianças HIV+/AIDS. (Apoio: CPGO/FO-UFMG.)

  A040 

Conhecimento e conduta dos médicos pediatras sobre saúde bucal de bebês.

S. G. HARARI*, N. D. HARARI, N. MORAES, U. MEDEIROS.

*Departamento de Odontologia Social e Preventiva – UFRJ. Tel.: (0**21) 562-2050.
E-mail: o.social@odonto.ufrj.br

A Odontologia para bebês procura difundir os conhecimentos de higienização e práticas alimentares compatíveis com uma dentição decídua saudável. Após o nascimento, o bebê faz consultas mensais ao pediatra que, como primeiro profissional de saúde, deveria também conhecer e promover práticas de saúde oral. O presente trabalho pretende verificar o conhecimento sobre etiologia e prevenção da doença cárie, assim como conduta frente aos pacientes dos médicos pediatras do Hospital Universitário Clementino Fraga (UFRJ). Aplicou-se um questionário a 59 médicos do Hospital. A primeira parte do questionário era composta de dados de identificação (idade, sexo, ano de formatura, se praticava outra especialidade e se atuava também em consultório particular). Na parte referente a hábitos e atitudes frente aos pacientes, foram formuladas questões fechadas. Quanto a prescrição de leites e medicamentos, optou-se por respostas livres. Os resultados mostraram que 81,2% dos médicos não recebem orientação específica sobre a etiologia e prevenção da doença cárie. Que 71,1% preconizam algum tipo de higienização bucal, mas 33,5% não julgam necessário a higienização após a mamada ou uso de medicamento via oral e que complexos vitamínicos são receitados por longos períodos e com freqüência de uma a três vezes ao dia.

Com base nos resultados concluímos que existe a necessidade de implementação de um programa educativo de promoção de saúde bucal na Faculdade de Medicina da UFRJ, para uma efetiva interação entre pediatras e odontólogos.

  A041 

Saúde bucal de pré-escolares: ineqüidades sociais e a subjetividade da dor.

N. E. TOMITA*, F. C. TORRES.

Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva. Faculdade de Odontologia de Bauru – USP. Tel.: (0**14) 235-8343, fax: (0**14) 223-4679.

Tendo por objetivo avaliar a influência do acesso à educação e à assistência odontológica sobre o quadro de saúde bucal de pré-escolares, este estudo transversal foi delineado. Adicionalmente, comparar a queixa de dor (dado subjetivo) com o diagnóstico odontológico (dado objetivo) constituiu escopo do presente estudo. A partir de um censo populacional realizado em bairro periférico do município de Bauru - SP - Brasil, foram localizadas crianças na faixa etária de 5-6 anos. Nas visitas domiciliares, foram coletadas informações sobre a composição familiar, acesso à pré-escola e ao tratamento odontológico e queixa de dor de dente. O primeiro grupo não freqüentava qualquer tipo de instituição educacional (Grupo I, n = 56) e o segundo grupo era composto por crianças matriculadas em uma pré-escola municipal (Grupo II, n = 70). O levantamento epidemiológico de cárie dentária foi realizado segundo metodologia proposta pela OMS (1997). Foram feitas análises bivariadas para testar a associação entre o acesso à educação e a prevalência de cárie da amostra estudada (p < 0,05). O percentual de crianças livres de cárie do Grupo I foi menor do que o Grupo II. O Grupo I apresentou um percentual significantemente maior de dentes cariados que o Grupo II.

O dado subjetivo pela queixa de dor de dente foi confirmado, quando comparado com o dado objetivo da necessidade de tratamento pulpar e/ou restaurador-reabilitador, sendo evidenciado que crianças excluídas do sistema educacional apresentaram maior prevalência de cárie.

  A042 

Ocorrência do traumatismo em dentes decíduos na Universidade Federal de Santa Catarina – Brasil.

M. CARDOSO*, M. J. C. ROCHA, J. de OLIVEIRA.

Mestrado em Odontopediatria – UFSC. Tel.: (0**48) 234-8776. E-mail: acarlos@ccs.ufsc.br

O objetivo deste estudo foi determinar alguns fatores relacionados a ocorrência do traumatismo dental em dentes decíduos que foram atendidos na Clínica de Odontopediatria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em um período de 18 meses. 54 crianças entre 10 meses e 6 anos receberam tratamento em 97 dentes traumatizados. Os atendimentos foram realizados por uma única cirurgiã-dentista, estagiária da disciplina de Odontopediatria da UFSC. A ocorrência do traumatismo foi maior em meninos (59,3%). O maior número de traumas ocorreram entre 1 e 2 anos de idade e a média dessa idade foi de x = 2,6.  53,7% das crianças sofreram traumatismo em mais de um dente e os casos de reincidência do trauma somam 22,2% das crianças. Os dentes anteriores superiores representam 97,9% dos casos, sendo os incisivos centrais os mais atingidos. O lado direito e o lado esquerdo praticamente foram acometidos pelo mesmo número de traumas. As luxações foram mais comuns (87,6%) quando comparado com as fraturas (12,4%). Dentre as luxações, as subluxações representaram 39,2% do total de dentes traumatizados. As quedas foram a principal causa (83,3%). 34,7% das crianças tiveram algum tipo de atendimento odontológico nas primeiras 24 horas.

 

  A043 

Programa preventivo para gestantes e bebês.

L. F. A. D. MOURA*, M. S. MOURA, M. D. MOURA, C. D. T. RODRIGUES.

Universidade Federal do Piauí – Pró-Reitoria de Extensão. Tel./Fax: (0**86) 233-3132.
E-mail: iso@webone.com.br

O presente trabalho tem por objetivo apresentar à comunidade científica odontológica um programa de extensão universitária, com proposta de atendimento simplificado, educativo/preventivo, desenvolvido por alunos de graduação e orientado por professores do curso de Odontologia da Universidade Federal do Piauí - UFPI. O programa é desenvolvimento no Instituto de Perinatologia Social do Piauí, tendo como públicos-alvo gestantes e bebês. O desenvolvimento do projeto é feito em duas etapas: 1. palestras educativas às gestantes; 2. atendimento clínico educativo/preventivo de bebês, na faixa etária de 0 a 36 meses. O mesmo teve início em abril de 1997 e já atendeu a um público de 13.226 gestantes e 8.099 bebês. O perfil odontológico dos bebês no momento da implantação do projeto pode ser assim delineado: idade: 17,10 meses; início de higiene bucal: 7 meses; 81, 75% do total de mãe abrangidas não haviam recebido orientações preventivas; 49% mamam à noite; 33,5% tinham hábito de sucção de chupeta e 8,5% de dedo; 47,5% não apresentaram distúrbios durante a erupção dos primeiros dentes e 39,5% apresentaram diarréia; 4,5% apresentaram lesões de manchas brancas ativas e 3% lesões cavitadas. Quanto às gestantes o perfil delineado foi o seguinte: 77% apresentavam problemas dentários; 15% foram orientadas a procurarem um serviço odontológico; 20% o procuraram; 10% aumentaram o sangramento gengival; 56% alteraram os hábitos alimentares; 12% vomitavam com facilidade.

 

 

 

Grupo A2.................................................................................................. A-044 à A-085

 

  A044

 

Resistência ao cisalhamento de materiais restauradores unidos ao esmalte.

L. G.  SANTOS*, A. COLVERO, J. D. F. CAMARGO, M. PELEGRINI, S. CONSANI, F. M. MILAN,
L. CORRER SOBRINHO, M. A. C. SINHORETTI.

UNICAMP. Faculdade de Odontologia da Universidade PassoFundo – Departamento Restauradora.

Este estudo visou avaliar a qualidade de adesão de duas resinas compostas modificadas por poliácidos F2000 (3M) e Dyract AP (Dentsply) aplicados sobre esmalte livre de cárie, com ou sem condicionamento com ácido fosfórico a 37% por 15 segundos e os resultados comparados com um grupo controle formado pelo cimento de ionômero de vidro convencional Vidrion R (SS White). Foram selecionados cinqüenta dentes, incluídos com resina autopolimerizável em tubos de PVC e divididos em 5 grupos: grupo A- Vidrion R (controle), grupo B- Dyract AP com condicionamento, grupo C- Dyract AP sem condicionamento, grupo D- F2000 com condicionamento e grupo E- F2000 sem condicionamento. As amostras foram preparadas num aparelho de montagem (Assembly Apparatus) para padronização, seguindo a orientação do fabricante, após foram submetidas ao teste de resistência ao cisalhamento em máquina de ensaio universal EMIC modelo DL2000. Os resultados submetidos à análise estatística e ao teste de Tukey (5%) mostraram que o maior valor foi obtido pelo grupo D (8,398 MPa), diferente estatisticamente dos grupos B (5,065 MPa), C (1,930 MPa), A (0,723 MPa) e E (0,000 MPa), todos diferentes entre si, com exceção dos grupos A e C, com semelhança estatística.

Concluiu-se que a falta de condicionamento ácido no esmalte afetou negativamente os valores da resistência de união ao cisalhamento dos materiais testados.

  A045 

Amálgama adesivo versus cerômero: estudo comparativo da infiltração marginal em esmalte.

M. N. CORREIA*, C. H. V. SILVA, R. L. D. F. S. NOVAIS, J. A. S. NOVAIS.

Faculdade de Odontologia de Pernambuco – Universidade de Pernambuco.
Tel.: (0**81) 458-1186.

A proposta deste estudo foi comparar a capacidade de selamento marginal de um cerômero (Tetric Ceram – Vivadent) e de um sistema adesivo de cimentação (Enforce com flúor – Dentsply) quando associado ao amálgama, em restaurações com margem cervical em esmalte. 60 restaurações foram realizadas em 20 molares humanos extraídos, com 3 cavidades (“slot” vertical) cada dente. Os grupos, de 20 restaurações foram: G1 - amálgama adesivo; G2 - amálgama convencional (controle); G3 - cerômero. Os dentes foram armazenados em soro fisiológico a 37ºC por 24 horas e termociclados a 5º-55ºC por 125 X, com tempo de imersão de 30 segundos/banho. Depois os dentes foram imersos em fucsina básica 0,5% a 37ºC por 24 horas, lavados e seccionados com disco diamantado para verificar a infiltração marginal através de escores de zero (sem infiltração) a 2 (infiltração máxima). Os resultados foram: G1 - escore 0 = 95%; escore 1 = 5%; G2 - escore 0 = 40%; escore 1 = 5%; escore 2 = 55%; G3 - escore 0 = 80%; escore 1 = 15%; escore 2 = 5%.

Houve diferença estatisticamente significante entre os grupos quando aplicado o teste de Kruskal-Wallis (p < 0,01). O selamento marginal foi melhor para o grupo 1 que para o grupo 3 e 2 respectivamente.

 

  A046 

Avaliação da resistência de união a microtração de sistemas adesivos simplificados.

A. D. LOGUERCIO*, A. SILVA, M. R. CARRILHO, R. BALLESTER, R. M. CARVALHO.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP; Departamento de Dentística – FOB-USP.
E-mail: aloguercio@fo.usp.br

O propósito deste estudo foi avaliar a microtração de diferentes sistemas adesivos de frasco único em dentina. 12 terceiros molares tiveram a superfície oclusal removida para expor uma superfície plana de dentina superficial. Após serem desgastados em lixa 600, cada grupo de 3 dentes foram restaurados com os seguintes sistemas adesivos: 1 - SingleBond + P60 (SB); 2 - Prime & Bond NT + Surefil (PBNT); 3 - Bond1+ Alert (BOND1); 4 - Prime & Bond 2.1 + TPH (PB2.1). Os adesivos foram aplicados sobre a dentina úmida (grupo 1- seco com 1-2 papéis absorventes e grupos 2, 3 e 4 secos com 4-5 papéis absorventes). Os dentes foram estocados por 24 horas em água destilada a 37ºC e depois secionados longitudinalmente através de dois cortes perpendiculares entre si para se obterem palitos com aproximadamente 0,8 mm2 de secção transversal. Cada palito foi testado em uma máquina Kratos com velocidade de 0,5 mm/min. A carga de fratura foi registrada para os palitos não “zero bonds” e aplicada a análise de variância sendo compilados na tabela abaixo.

Materiais

MPa ± DP (n)

“Zero bond” (% do total)

Variação

CV (%)

Média ± DP da área (mm2)

SB

35,6 ± 15    (72)

  6   (8,3)

6,1 - 79

42

0,726 ± 0,133

PBNT

28    ±   8,5 (32)

17 (52,1)

15,3 - 42,7

30

0,797 ± 0,072

BOND1

33,3 ± 11,6 (39)

25 (64,1)

  13,5 - 56,31

35

0,837 ± 0,111

PB2.1

34,8 ± 12,4 (52)

  23 (44,23)

8,7 - 65

35

0,813 ± 0,062

Os resultados permitiram concluir que não houve diferença entre os adesivos utilizados, apesar do adesivo SingleBond ter apresentado um número menor de “zero bonds”. (Apoio FAPESP 99/05124-0.)

  A047 

Microinfiltração em restaurações oclusais de resina composta fotopolimerizadas pela técnica do pulso atrasado.

P. E. C. CARDOSO, P. A. BURMANN, L. F. SOARES, T. MELO*, L. CASAGRANDE.

Programa de Iniciação Científica em Odontologia – Convênio UFSM-USP.

Há indícios de que a fotopolimerização com altas intensidades de luz promove uma cura muito rápida e gera altas tensões, capazes de promover defeitos marginais. Técnicas alternativas de fotopolimerização vêm sendo sugeridas para minimizar este problema. Nesta pesquisa avaliamos o efeito da técnica do pulso atrasado (“pulse delay technique”) sobre a microinfiltração em restaurações classe I de resina composta, comparada com uma técnica convencional. Cavidades classe I (oclusais) foram preparadas em terceiros molares extraídos (5 mm comprimento, 3 mm largura, 3,5 mm profundidade). A seguir os corpos-de-prova (CPs) foram divididos em dois grupos (n = 10). O adesivo Single Bond (3M - USA) foi aplicado de acordo com as instruções do fabricante, e a resina composta Filtek Z250 (3M) inserida em 3 incrementos fotopolimerizados por oclusal, a saber: Grupo 1: cada incremento foi fotopolime­rizado por 30 segundos a 500 mW/cm2; Grupo 2: os dois primeiros incrementos (preenchendo a cavidade até a junção amelodentinária) foram fotopolimerizados por 30 segundos a 500 mW/cm2, e o último por 3 segundos a 300 mW/cm2, seguidos por 5 minutos de espera, e polimerização final por 30 segundos a 500 mW/cm2. Os CPs foram armazenados por 24 horas (H2O - 37ºC) e submetidos à ciclagem térmica (700 x 1 min: 5-55ºC). As margens da restauração foram expostas à solução de nitrato de prata e revelação para evidenciação da microinfiltração. A avaliação foi feita após os CPs serem seccionados no sentido vestíbulo-lingual e mesiodistal (8 interfaces para análise por CP).

A análise estatística dos dados permitiu a conclusão de que a microinfiltração em restaurações de resina composta classe I não sofreu influência da técnica de fotopolimerização, já que para todas as interfaces analisadas a microinfiltração teve grau zero.

 

  A048 

O efeito de diferentes técnicas de fotopolimerização sobre a microinfiltração.

P. BURMANN, P. C. CARDOSO, B. SILVEIRA, L. CASAGRANDE*, J. GAZOLLA.

Programa de Iniciação Científica em Odontologia UFSM-USP.

Alguns pesquisadores acreditam que a fotopolimerização com altas intensidades de luz pode aumentar a infiltração marginal, devido ao alto “stress” desenvolvido durante a rápida contração de polimerização. O objetivo deste estudo foi avaliar o grau de microinfiltração marginal em restaurações classe II restauradas com sistemas adesivos e resinas compostas fotopolimerizadas de acordo com diferentes protocolos: A- três incrementos, sendo cada um fotopolimerizado por 100-300-500 mW/cm2 por 10 segundos em cada intensidade; B- dois incrementos, sendo o primeiro fotopolimerizado como citado anteriormente, e o segundo por 20 segundos a 500 mW/cm2; C- um único incremento, fotopolimerizado por 30 segundos a 500 mW/cm2. Dois sistemas restauradores foram empregados: Z100/Single Bond (3M Company, USA), e Definite/Etch & Prime 3.0 (Degussa), aos quais chamaremos, respectivamente Z10 e DEF. Sessenta cavidades proximais tipo “slot” foram preparadas e restauradas de acordo com as instruções do fabricante. Os corpos-de-prova (CPs) foram termociclados (700 X 1 min 5º-55ºC), selados, imersos em solução de azul de metileno e seccionados mesiodistalmente em 4 fatias. A microinfiltração foi avaliada ao longo da margem cervical das restaurações (graus 0 a 5, de acordo com a profundidade de penetração do corante). Os resultados médios foram:

Z10 – A

1,9

Z10 – B

2,2

Z10 – C

1,5

DEF – A

3,1

DEF – B

3,7

DEF - C

3,5

Após a análise estatística dos dados, foi possível concluir: a) as técnicas de fotopolimerização não tiveram influência sobre a ocorrência de microinfiltração; b) o sistema Z100/Single Bond (3M) apresentou menor ocorrência de microinfiltração, quando comparado ao sistema Definite/Etch & Prime 3.0 (Degussa); c) o sistema restaurador empregado é mais crítico do que a técnica de fotopolimerização.

 

  A049 

Resistência adesiva em esmalte e dentina condicionados com laser Er:YAG.

R. G. PALMA DIBB*, J. D. PÉCORA, A. BRUGNERA JÚNIOR.

Departamento de Odontologia Restauradora – FORP-USP. Tel.: (0**16) 602-4078.
E-mail: rgpalma@forp.usp.br

O objetivo desse estudo foi avaliar a influência da potência e da intensidade de pulsos do laser Er:YAG para o condicionamento de esmalte (E) e dentina (D) na resistência adesiva de um sistema adesivo. Quarenta e oito molares hígidos foram seccionados ao meio e os hemidentes foram incluídos em resina acrílica e desgastados, sendo metade até a exposição do esmalte e metade até a exposição da dentina superficial. As superfícies de esmalte e dentina foram tratadas com laser em intensidades de pulso “short pulse” (SP) e “very short pulse” (VSP) com potências variando de 80 mJ (G1), 120 mJ (G2) e 140 mJ (G3) com 4 Hz. Após o tratamento superficial foi aplicado o Single Bond e confeccionado um cone de resina composta Z100 com o auxílio de uma matriz de teflon. Os corpos-de-prova foram então mantidos em estufa a 37ºC em água destilada por 24 horas e em seguida testada a resistência adesiva na máquina Instron (0,5 mm/min). Os resultados obtidos em MPa foram: SP (E): G1 - 3,14 (± 1,05); G2 - 3,11 (± 2,71); G3 - 2,95 (± 2,31); (D): G1 - 3,14 (± 1,05); G2 - 3,11 (± 2,71); G3 - 2,95 (± 2,31); VSP: G1 - 5,87 (± 1,78); G2 - 4,79 (± 1,41); G3 - 6,27 (± 1,69); (D): G1 - 2,62 (± 0,71); G2 - 3,75 (± 1,42); G3 - 3,42 (± 1,55). Analisou-se estatisticamente através da análise de variância e o teste de Tukey e observou que nos grupos de dentina não houve diferença entre eles e no esmalte o G3 (VSP) apresentou significantemente diferença estatística com os demais tendo o melhor resultado.

Pode-se concluir que variando a intensidade de pulsos e a potência tem-se alterações significativas na adesão principalmente em esmalte, porém ainda esta é considerada baixa quando comparada com o condicionamento ácido, necessitando mais estudos sobre aplicação do laser Er:YAG.

 

  A050 

Avaliação in vitro de compômero e ionômero utilizados como selantes.

K. C. SALVI, M. SILVEIRA, C. SILVEIRA, C. PERCINOTO, P. CARDOSO.

Faculdade de Odontologia Júlio de Mesquita Filho/UNESP.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a profundidade de penetração de dois materiais contendo ionômero de vidro, utilizados como selante em fissuras oclusais. Foram selecionados 30 pré-molares superiores hígidos, recém-extraídos, por indicação ortodôntica, divididos em três grupos, de dez dentes, distribuídos aleatoriamente sendo que o grupo I foi o grupo controle; o grupo II recebeu o material híbrido Vitremer (3M); e o grupo III recebeu o material compômero Vitro Seal Alpha (DFL). Todos os dentes foram submetidos a um tratamento da superfície oclusal, através de profilaxia coronária com jato abrasivo de bicarbonato de sódio e condicionamento ácido com ácido fosfórico a 37% por 20 segundos. Em seguida, os dentes foram seccionados no sentido vestíbulo-lingual da coroa dentária, abrangendo toda extensão das fissuras, obtendo-se quatro fatias de aproximadamente 200 micrômetros de espessura, as quais foram limpas, regularizadas com lixas d’água de granulações de 320, 600 e 1200. Os espécimes foram analisados microscopicamente para visualização da profundidade de penetração dos selantes, atribuindo-se escores de avaliação. A análise estatística empregando-se o teste de Kruskal-Wallis e Miller, demonstrou haver diferença significante entre os grupos testados, com um nível de significância de p < 0,01 para os grupos I versus II, I versus III e II versus III.

As informações obtidas, permitem-nos concluir que o material Vitro Seal Alpha, penetrou mais efetivamente nas fóssulas e fissuras oclusais, quando comparado com o Vitremer.

 

  A051 

Micromorfologia da dentina de decíduos em cavidades preparadas com laser de Er:YAG.

C. M. PITONI*, F. B. ARAUJO, M. A. L. SOUZA, E. PURICELLI, A. S. PINTO, P. WIENANDTS,
R. G. BRAYNER, C. E. BARALDI, S. I. MIYAKI.

Disciplina de Odontopediatria, UFRGS. Tel.: (0**51) 223-3951. E-mail: cmpitoni@conex.com.br

O objetivo deste estudo in vitro foi comparar a micromorfologia da superfície dentinária de dentes decíduos em cavidades classe V, preparadas com instrumento cortante rotatório e condicionamento ácido ou laser de Er:YAG seguido ou não de condicionamento. Foram utilizados 15 incisivos centrais superiores decíduos esfoliados, divididos nos seguintes grupos: 1) instrumento rotatório seguido de condicionamento com ácido fosfórico a 10%; 2) laser de Er:YAG; 3) laser de Er:YAG seguido de condicionamento com ácido fosfórico a 10%. O laser utilizado foi o KaVo Key laser, com comprimento de onda de 2,94 mm, 400 mJ de energia, densidade de energia de 19, 75 J/cm2 e freqüência de 2 Hz. Após os preparos, as amostras foram desidratadas e analisadas em MEV, encontrando-se os seguintes resultados: grupo 1) os túbulos dentinários permaneceram obliterados na maior parte das áreas analisadas; grupos 2 e 3) os túbulos dentinários foram expostos, sendo que a dentina peritubular não é observada nas amostras e a superfície ficou irregular.

Nas amostras preparadas com laser de Er:YAG, os túbulos dentinários apareceram mais evidentes que nas amostras preparadas com broca e condicionamento ácido.

  A052 

Avaliação clínica da retenção de um selante ionomérico com e sem a técnica de condicionamento ácido.

R. G. BRAYNER*, F. B. ARAÚJO.

Disciplina de Odontopediatria, Faculdade de Odontologia da UFRGS.
E-mail: rosabrayner@hotmail.com

O papel biológico do selante de fossas e fissuras oclusais está na criação de uma barreira mecânica que impeça ou pelo menos dificulte a colonização de microrganismos nesta região. Assim a proposta deste trabalho foi avaliar in vivo, o desempenho de um cimento de ionômero de vidro resinoso modificado (Vitremer - 3M) como selante de fossas e fissuras oclusais. Foram selecionados 47 primeiros molares permanentes hígidos em oclusão com o antagonista, de crianças entre 8-12 anos de idade, para serem distribuídos em 2 grupos, a saber: I - 24 selados sem condicionamento ácido do esmalte; II - 23 selados com prévio condicionamento ácido do esmalte (H3PO4 - 30 segundos). Após profilaxia, e com o campo seco, isolado de forma relativa, avaliações clínicas com base em critério visual (com auxílio de corante) e tátil (com sonda exploradora) foram realizadas 3 e 6 meses após o selamento. Os escores para avaliação foram: A - selante em toda superfície oclusal; B - falta ou perda de material de uma ou mais fossas ou fissuras; C - perda total do material. Após 3 meses de observação, 58% da amostra do grupo I apresentou o escore C, enquanto este percentual de perda total aumentou neste grupo para 75% em 6 meses, o escore C para o grupo II foi de 17% em 6 meses.

O pré-condicionamento do esmalte determinou uma melhor performance do CVIRM com selante de fossas e fissuras oclusais no período proposto.

 

  A053 

Avaliação do efeito do uso de antimicrobianos sobre a morfologia da dentina de dentes decíduos.

R. M. PUPPIN-RONTANI, E. CAETANO, M. F. GÓES.

Área de Odontopediatria. FOP/UNICAMP. E-mail: rmpuppin@fop.unicamp.br

A proposta deste estudo foi avaliar as alterações morfológicas dentinárias, decorrentes da utilização de agentes antimicrobianos em diferentes profundidades da dentina (regiões superior, média e inferior). Foram preparadas 25 superfícies vestibulares de dentes decíduos, seccionados ao centro, que foram lixadas e polidas em série de lixas até 600. Em seqüência as superfícies foram submetidas aos efeitos dos agentes antimicrobianos cloreto de benzalcônio associado ao ácido fosfórico a 32% - Bisco, (CBAF), ácido fosfórico a 35% gel - 3M (AF), solução de cloreto de benzalcônio a 3% (CB) e ácido maléico a 10% (AM), aplicados por 15 segundos sobre a superfície dentinária. As amostras foram lavadas em água destilada, secas e metalizadas com ouro para observação da superfície dentinária, em microscopia eletrônica de varredura, observando-se: presença de lama dentinária, abertura dos túbulos dentinários, dentina inter e intratubular. A avaliação dos resultados foi realizada comparando-se os efeitos dos antimicrobianos nas diferentes regiões da dentina. A análise dos resultados demonstrou que a superfície condicionada com a CB apresentou poucos túbulos dentinários desobstruídos. A utilização do CBAF promoveu completa remoção da lama dentinária, bem como aumento do diâmetro dos túbulos. O AF desobstruiu totalmente os túbulos da região superior da superfície analisada e parcialmente das regiões média e inferior. O AM removeu totalmente a lama dentinária, deixando os túbulos totalmente abertos, como também promoveu o condicionamento da dentina intertubular.

Pode-se concluir que o AM apresentou as melhores características de condicionamento dentinário em dentes decíduos, comparado aos outros agentes, nas diferentes profundidades da superfície dentinária. (Apoio: FAPESP 96/96230-3.)

 

  A054 

Influência do hipoclorito de sódio na adesão de 4 sistemas adesivos de frasco único à dentina.

A. K. B. BEDRAN de CASTRO*, V. A. GALLEGO, L. A. F. PIMENTA.

Dentística da FOP-UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5340. E-mail: lpimenta@fop.unicamp.br

O objetivo deste trabalho foi observar o efeito do NaOCl na resistência ao cisalhamento de adesivos hidrófilos de frasco único. Foram utilizados 180 dentes bovinos incluídos em resina de poliestireno, lixados até alcançar dentina e divididos aleatoriamente em 12 grupos (n = 15): G1- Gluma One Bond/Heraeus - Kulzer (GOB); G2- NaOCl 10% solução + GOB; G3- NaOCl gel + GOB; G4- Prime & Bond 2.1/Denstply (PB); G5- solução NaOCl 10% + PB; G6- NaOCl gel + PB; G7- Single Bond/3M; G8- solução NaOCl-10% + SB; G9- NaOCl gel + SB; G10- Prime & Bond NT/Dentsply (PBNT); G11- solução NaOCl 10% + PBNT; G12- NaOCl gel + PBNT. Em todos os grupos, a dentina sofreu condicionamento com ácido fosfórico a 35% sendo, em seguida, lavada e secada. Na seqüência, nos grupos predeterminados, foi aplicado NaOCl em solução ou gel por 60 s, e lavando por 30 s. Os sistemas adesivos foram aplicados e, após sua polimerização, foi inserida resina Z100 (3M) em matriz de teflon e fotopolimerizado. Os espécimes foram armazenados sob umidade em estufa à 37ºC por 7 dias. A resistência ao cisalhamento foi obtida em máquina universal de ensaio (EMIC), com velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados estatísticos (ANOVA e SIDAK) identificaram diferenças estatisticamente significantes representadas por letras diferentes (p £ 0,05). Os valores em MPa ± DP, em ordem decrescente foram: G11 = 17,40 ± 4,88(a); G12 = 16,93 ± 5,28(ab); G6 = 15,61 ± 6,25(ab); G10 = 15,33 ± 5,31(ab); G3 = 14,33 ± 3,81(ab); G8 = 14,26 ± 4,57(ab); G7 = 14,00 ± 3,40(abc); G5 = 13,84 ± 3,05(abc); G4 = 13,50 ± 4,27(abc); G9 = 11,85 ± 4,35(abc); G2 = 11,38 ± 3,28(bc); G1 = 8,33 ± 3,31(c). O uso do NaOCl gel aumentou significantemente a força de união ao cisalhamento somente para o adesivo GOB.

Conclui-se que o uso de NaOCl pode interferir na resistência de união dependendo do sistema adesivo.

  A055 

Resistência de união de sistemas adesivos de frasco único.

G. C. LOPES, G. M. ARCARI*, J. OLIVEIRA, S. F. T. FREITAS.

Dentística Restauradora – UFSC. Tel.: (0**48) 224-6990, fax: (0**48) 234- 1788.
E-mail: guilherme_lopes@usa.net

O presente trabalho teve por intenção avaliar a resistência de união ao esmalte e à dentina de quatro novos sistemas adesivos de frasco único. 80 molares permanentes humanos foram incluídos com resina acrílica em tubos de PVC. As superfícies oclusais foram polidas até lixa de granulação 600. E, divididos aleatoriamente entre os 8 grupos (n = 10). Os 4 sistemas adesivos foram aplicados conforme instruções dos fabricantes. Uma cápsula cilíndrica gelatinosa (d = 4,5 mm), preenchida com compósito híbrido de cada fabricante, foi posicionada sobre a superfície dental e fotopolimerizado durante 40 segundos. Após 24 horas, os corpos-de-prova foram submetidos a ensaios de cisalhamento em uma máquina de ensaios EMIC (5 mm/min). As médias de força de união (MPa) foram:

Sistema adesivo

Bond 1

 One Coat Bond

PermaQuick 1

Prime & Bond NT

Esmalte

16,09 (7,9) A

13,36 (6,6) A

14,52 (5,1) A

21,42 (7,8) A

Dentina

 5,89 (1,1) b

11,39 (4,2) a

   8,03 (3,2) ab

11,31 (4,7) ab

Os dados foram analisados por testes ANOVA e Student Newman-Keuls. Verificou-se que a força de união ao esmalte ainda é superior à dentina, mesmo com os sistemas de última geração. Comparando-se os resultados obtidos nos 4 diferentes sistemas, constatou-se que em esmalte todos os agentes tiveram resultados equivalentes. Entretanto, no substrato dentinário, o sistema One Coat Bond apresentou maior resistência de união que o sistema Bond 1.

 

  A056 

Resistência de reparos em resina composta utilizando diferentes tratamentos de superfícies.

A. B. D. A. FREITAS*, M. H. SILVA E SOUZA Jr., L. WANG.

Departamento de Dentística – FOB – USP – Bauru – Brasil.

Visando a importância clínica dos procedimentos de reparo em restaurações de resina composta, este estudo propôs-se a avaliar a influência de diferentes tratamentos de superfície na resistência de adesão dos reparos. Trinta hemi-halteres (5 para cada grupo) foram confeccionadas com o restaurador Z100 (3M) e armazenados em água por seis meses a 37ºC, para simular envelhecimento. Após este período, cada grupo recebeu tratamento mecânico es­pecífico, os grupos A e B tiveram a superfície a ser reparada desgastada com ponta diamantada (3113), os grupos C e D foram preparados com disco Sof-Lex (3M) de granulação média e os grupos E e F receberam jateamento com óxido da alumínio de 50 µm. Todos os grupos receberam uma camada do adesivo Scotchbond MP (3M), que foi ­polimerizada por 20 segundos com unidade fotopolimerizadora XL3000 (3M). Os grupos B, D e F receberam ­previamente ao adesivo duas camadas de silano Ceramic Primer (3M). Após receberem o tratamento de superfície e agente adesivo os hemi-halteres foram reparados com auxílio de um dispositivo metálico, resultando em um ­corpo-de-prova em forma de haltere. Os corpos-de-prova reparados foram armazenados em água deionizada, a uma temperatura de 37ºC por mais uma semana e depois submetidos ao teste de tração em uma máquina de ensaios ­universal. Os resultados obtidos (média ± DP em MPa) foram: A - 13,991 ± 3,576; B - 10,208 ± 4,010; C - 13,982 ± 3,960; D - 22,241 ± 7,813; E - 13,508 ± 6,271; F - 17,539 ± 7,813. Para análise dos dados foi utilizado o teste ANOVA a 2 critérios e para comparação entre os grupos o teste de Tukey.

Os resultados indicaram que os tratamentos de superfície que promoveram maior rugosidade desempenharam-se melhor e, ainda, que a utilização do agente silanizador não conseguiu elevar significantemente a resistência de união quando comparado à utilização do adesivo isoladamente.

 

  A057 

Avaliação da força de adesão de seis sistemas adesivos em esmalte e dentina.

L. A. F. PIMENTA*, M. C. G. ERHARDT, A. K. B. BEDRAN de CASTRO, C. M. AMARAL.

Dentística – FOP-UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5340. E-mail: lpimenta@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a força de adesão de seis sistemas adesivos, sendo três sistemas frasco único e três sistemas autocondicionantes, em esmalte e dentina. Foram incluídos em resina de poliestireno 120 incisivos centrais bovinos e, em seguida, polidos com lixas abrasivas de Al2O3, de granulação 320 a 1000; e, aleatoriamente divididos em 6 grupos (n = 20): G1 (SB) - Single Bond (3M); G2 (PB) - Prime & Bond NT (Dentsply); G3 (GOB) - Gluma One Bond (Heraeaus Kulzer); G4 (CLB) - Clearfil Liner Bond 2V (Kuraray); G5 (EP) - Etch & Prime 3.0 (Degussa) e G6 (DMA) - Definite Multi-Bond Adhesive, sendo todos manipulados de acordo com as instruções do fabricante. Em todos os grupos, o sistema adesivo foi aplicado, fotopolimerizado e restaurados com resina composta (Definite/Degussa) inserida em uma matriz de teflon bipartida. Os corpos-de-prova foram estocados em meio úmido por 7 dias à 37ºC. O teste de cisalhamento foi realizado em máquina universal de ensaio EMIC com velocidade de 0,5 mm/min. Todos os procedimentos realizados foram repetidos para avaliação em dentina. Os dados foram analisados estatisticamente (ANOVA e SIDAK - p £ 0,05) apresentando os seguintes resultados em ordem decrescente (Média ± DP): Esmalte - PB = 16.35a, CLB = 15.95a, GOB = 14.6a, DMA = 14.05a, SB = 13.8a, EP = 9.42b. Dentina - CLB = 19.44a, SB = 16.72a, DMA = 14.42b, PB = 14.10bc, GOB = 11.75cd, EP = 8.33d.

Todos os adesivos, em esmalte, apresentaram desempenho similar, com exceção do sistema adesivo EP. Em dentina, os sistemas adesivos que obtiveram as melhores médias foram CLB e SB, ambos apresentando etanol e água como solvente.

  A058 

Longevidade da união à dentina de adesivos de frasco único.

M. GIANNINI*, L. A. F. PIMENTA, C. T. S. DIAS.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOP/UNICAMP.
E-mail: giannini@fop.unicamp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência de união de oito adesivos dentinários de frasco único após três períodos de armazenamento dos espécimes. Foram utilizadas as faces vestibulares e linguais/palatinas de 120 terceiros molares. As faces em esmalte foram abrasionadas com lixas de SiC (600) para exposição de uma região dentinária planificada. Foram aplicados os adesivos Bond 1 (BO), One Step (OS), Optibond Solo (OP), Prime & Bond 2.1 (PB), Single Bond (SB), Stae (ST), Syntac Sprint (SS) e Tenure Quick (TQ) associados ao compósito Z100. Os espécimes foram armazenados em 100% umidade relativa por 1 semana, 3 meses (1.500 ciclos térmicos - 5 a 55 ± 1ºC) e 6 meses (3.000 ciclos térmicos - 5 a 55 ± 1ºC). Decorrido o período de armazenagem, os espécimes foram submetidos ao ensaio de cisalhamento em máquina universal de ensaio com velocidade de 0,5 mm/min. Os dados foram expressos em MPa e submetidos a ANOVA e o teste de Duncan (p < 0,05).

Período

BO

OS

OP

PB

SB

ST

SS

TQ

1 semana

15,1abc

17,2ab

8,8efghi

14,6abcd

16,2abc

10,2defg

10,2defg

11,6cdef

3 meses

12,0bcdef

16,5abc

7,6ghij

12,7abcde

17,6a

 8,7fghi

 8,6fghi

 8,8efghi

6 meses

11,5cdef

15,6abc

6,1j

11,9bcdef

13,5abcd

 7,2hij

 9,0efgh

 6,3ij

Os resultados sugerem que os adesivos BO, OS, PB, SB e SS não mostraram diferença estatística significativa na resistência de união nos três períodos de tempo estudados. (Apoio: FAPESP 98/01978-2.)

 

  A059 

Efeito do tempo de secagem de um adesivo autocondicionante na resistência ao cisalhamento.

J. A. RODRIGUES*, A. K. B. BEDRAN de CASTRO, C. M. AMARAL, L. A. F. PIMENTA.

Dentística – FOP-UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5340. E-mail: lpimenta@fop.unicamp.br

O propósito deste trabalho foi observar a influência do tempo de secagem de um adesivo autocondicionante (Etch & Prime 3.1/Degussa), na sua resistência adesiva à dentina. Foram utilizados 80 dentes bovinos incluídos em resina de poliestireno, lixados até alcançar dentina e divididos aleatoriamente em 4 grupos (n = 20): G1 - controle: tempo de secagem de 5 segundos (indicado pelo fabricante); G2 - tempo de secagem de 10 segundos; G3 - tempo de secagem de 20 segundos; G4 - como G1 com secagem de 20 segundos após fotopolimerização. Para cada dente foi misturada uma gota do adesivo Universal e uma gota do catalisador (obteve-se o sistema adesivo autocondicionante). O sistema foi aplicado por 30 segundos, realizada a secagem de acordo com os grupos, fotopolimerizado e reaplicado por uma segunda vez. Utilizando-se uma matriz de teflon bipartida e uma resina condensável (Definite/Degussa) foi confeccionado um cilindro para realização do teste de cisalhamento. Os espécimes foram armazenados sob umidade em estufa à 37ºC por 7 dias. A resistência ao cisalhamento foi obtida através de uma máquina universal de ensaio (EMIC), com velocidade de 0,5 mm/min. Os testes estatísticos de ANOVA e SIDAK identificaram diferenças estatisticamente significantes entre os valores em MPa representadas por letras diferentes (p £ 0,05), segundo a tabela. O aumento no tempo de secagem resultou em uma maior na força de adesão do sistema adesivo autocondicionante.

G1

4,26 ± 2,23 (MPa)

(a)

G2

7,41 ± 3,63 (MPa)

(b)

G3

6,96 ± 3,41 (MPa)

(b)

G4

6,70 ± 2,74 (MPa)

(b)

Conclui-se que a adesão do Etch & Prime 3.0 a dentina pode ser melhorada com um aumento no tempo de secagem.

  A060 

Influência do adesivo na remoção de coroas totais fixadas com cimento resinoso.

L. H. M. PRATES*, S. CONSANI, M. A. C. SINHORETI, L. C. SOBRINHO.

UFSC e Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

O propósito do estudo foi avaliar a influência do adesivo na resistência à remoção, por tração, de coroas totais fixadas com cimento resinoso em preparos de dentina e a núcleos metálicos. Dezoito molares recém-extraídos, com as raízes embutidas em resina acrílica, foram preparados para coroas totais. Os dezoito núcleos metálicos foram fundidos com liga de prata (Pratalloy - Degussa), com técnica de duplicação, a partir dos preparos em dentina. As 36 coroas totais foram fundidas com liga de paládio-prata (Pors-on 4 - Degussa) e após a adaptação das mesmas aos respectivos preparos e aos núcleos os espécimes foram divididos em 6 grupos de 6 unidades cada. Todas as coroas foram fixadas com cimento resinoso (Resin Cement  - 3M) à dentina (grupos 1, 2 e 3) e aos núcleos (grupos 4, 5 e 6), através do seguintes procedimentos: sem adesivo nos grupos 1 e 4; com adesivo (Scotchbond MP Plus - 3M) e sem condicionamento ácido nos grupos 2 e 5; com adesivo (Scotchbond MP Plus - 3M) após o condicionamento da dentina com ácido fosfórico a 35% no grupo 3; e com adesivo após a aplicação do “primer” silano (Scotchbond MP Plus - 3M) no Grupo 6. Após 24 horas os corpos-de-prova receberam 500 ciclos térmicos entre 5 e 55ºC e as coroas foram submetidas aos testes de remoção, por tração, em máquina Instron (1 mm/min). Os resultados foram analisados por ANOVA e teste de Tukey (p < 0,05) e as médias (kgf) foram: grupo 1: 11,05 (4,03); grupo 2: 13,49 (4,10); grupo 3: 81,28 (13,77); grupo 4: 55,47 (10,61); grupo 5: 77,44 (9,72) e grupo 6: 68,41 (9,47).

Em dentina, o adesivo aplicado após o condicionamento ácido aumentou significativamente a resistência retentiva das coroas fixadas com cimento resinoso. Nos núcleos metálicos, o “primer” silano não aumentou a resistência retentiva.

  A061 

Efeito do condicionamento no padrão de esmalte: tempos e concentrações.

P. W. R. OSINAGA, F. F. DEMARCO, P. A. ARAUJO, R. V. ELIAS*.

Departamento de Materiais Dentários, Faculdade de Odontologia da UFPel – RS.
E-mail: osinaga@ufpel.tche.br

O propósito deste estudo foi avaliar o condicionamento do esmalte com ácido fosfórico em diversas concentrações e tempos. Foram utilizados 40 dentes incisivos humanos cujas faces vestibulares foram lixadas até a granulação 600. A seguir fixadas com lacre em suportes de madeira apropriados. Sobre a superfície de esmalte eram pincelados faixas com verniz alternadamente deixando superfícies livres de esmalte com aproximadamente 1 mm de largura. Foi realizado o condicionamento com ácido a 10%/1 min em 10 dentes (grupo A), 10%/2 min em 10 dentes (grupo B), 30%/1 min em 10 dentes (grupo C) e 40%/1 min em 10 dentes (grupo D). Após lavagem e secagem foi aplicada, sobre as superfícies condicionadas, resina fluida misturada previamente com tinta acrílica colorida para maior contraste e melhor mensuração das penetrações. Após os dentes foram secionados em micrótomo gerando fatias de 50 µm de espessura. A observação e mensuração foram realizadas com auxílio de uma ocular micrométrica. Para melhor verificar a intensidade do ataque ácido, foram ainda elaboradas fotomicrografias e gráficos de perfil das superfícies de esmalte através do MEV. Os resultados foram submetidos a análise estatística de variância, teste de Tukey verificando-se que o ácido no grupo D (17,50 mm) produziu uma descalcificação estatisticamente maior (p > 0,05) que no grupo A (9,50 mm), e no grupo C (12,50 mm). O grupo B (16,50 mm) foi similar aos grupos D e C, sendo a descalcificação maior (p > 0,05) que aquela do grupo A. Os grupos A e C apresentaram valores similares na descalcificação.

Conclui-se que a concentração e o tempo de aplicação influenciaram na profundidade de descalcificação.

  A062 

Microinfiltração em fossas e fissuras com selante resinoso e compômero.

D. CARVALHO*, B. VOLSCHAN, E. PIMENTEL, K. DIAS.

Pediatria, Odontologia Social e Dentística da UNESA; UFF e UERJ.

O propósito deste trabalho foi comparar, in vitro, a microinfiltração em fossas e fissuras de uma resina composta modificada por poliácido (Dyract) e um selante resinoso (FluroShield). Utilizou-se 36 pré-molares íntegros, divididos em três grupos: GI (Flu.), GII (Dyr.) e GC (Controle - sem selante). Após selamento, os dentes foram submetidos a ciclos de DES-RE, simulando alto desafio cariogênico. Os dentes permaneceram em solução de nitrato de prata a 50%. Em seguida, foram incluídos em resina epóxica. As coroas foram cortadas no sentido vestíbulo-lingual para avaliação do grau de microinfiltração na interface esmalte/selante. Para a classificação da microinfiltração, avaliada por três examinadores, foram utilizados escores 0- ausência de corante, 1- metade do sulco e 2- todo sulco. Os resultados foram tratados estatisticamente por ANOVA Kruskal-Wallis e Mann-Whitney (p £ 0,05), sendo os postos médios: GI (35,97), GII (37,53), GC (90,00). Não houve diferença estatisticamente significante entre os materiais.

Concluimos que o Dyract apresenta, in vitro, boa adesividade ao esmalte. Não devemos descartar a necessidade de estudos clínicos longitudinais que comprovem sua resistência e retentividade como resina e suas propriedades anticariogênicas como ionômero de vidro.

  A063 

Retenção de núcleos mistos cimentados com Panavia 21.

A. A. CARA, C. I. CAPP*, L. J. SHIOZAWA, S. MANDETTA, M. I. RODA.

Departamento de Dentística, FOUSP. Tel./Fax: (0**11) 3091-7839. E-mail: aacara@fo.usp.br

Núcleos mistos fundidos (pinos pré-fabricados completados com fundição de liga de Ag-Sn) poderiam ser uma alternativa viável para o melhor ajuste do pino pré-fabricado à raiz. O objetivo desta pesquisa foi comparar a resistência à remoção por tração de núcleos metálicos fundidos em Cu-Al (Duracast MS) com pinos pré-fabricados mistos com liga de Ag-Sn, ambos cimentados com cimento adesivo e cimento de fosfato de zinco. Condutos de 10 mm foram preparados em quarenta raízes de caninos superiores e inferiores tratadas endodonticamente, montadas em cilindros de resina acrílica e divididas 4 grupos de 10. Os condutos preparados com 10 mm de profundidade. Vinte núcleos foram modelados em resina acrílica autopo­limerizável e fundidos em liga de Cu-Al. Vinte pinos pré-fabricados (FKG) foram complementados com resina acrílica, ajustando-se ao conduto e posteriormente fundidos em Ag-Sn. Os núcleos foram cimentados: Grupo 1) núcleo de Cu-Al com fosfato; G2) misto Ag-Sn com fosfato; G3) Cu-Al com Panavia 21; G4) misto Ag-Sn com Panavia 21. Após armazenagem em soro fisiológico a 37ºC por 48 h, as amostras foram submetidas a testes de remoção por tração numa máquina de testes (Riehle) na velocidade de 0,05 mm/min. As médias (kgf) obtidas foram: G1) 26,23 (± 2,68); G2) 37,64 (7,68); G3) 31,12 (± 2,44); G4) 23,04 (± 4,48). Os resultados foram submetidos a análise estatística, através do teste de Tukey-Kramer (a = 0,05).

Os núcleos de Cu-Al cimentados com Panavia 21 apresentaram maior capacidade retentiva que os cimentados com fosfato. Os mistos/Ag-Sn cimentados com fosfato comportaram-se melhor do que os cimentados com Panavia 21. A combinação mistos/Ag-Sn e fosfato apresentou melhor retenção.

  A064 

Estudo da resistência adesiva à dentina contaminada por um agente hemostático.

M. COLOMO*, D. PÉREZ, A. B. NASCIMENTO, H. TEIXEIRA, E. JERICÓ.

Dentística Restauradora – FOP/UPE. E-mail: alexnasc@elogica.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência ao cisalhamento do sistema adesivo Single Bond (3M) quando a dentina foi exposta ao agente hemostático Adstringent (Ultradent). Após o condicionamento com ácido fosfórico a 37% por 15 segundos, lavado por 30 segundos e secado com papel absorvente. Vinte e quatro terceiros molares humanos extraídos foram seccionados no sentido mesiodistal utilizando assim, as superfícies vestibular e lingual. Grupo 1: controle; Grupo 2: contaminação com 1 gota de hemostático por 20 segundos e secado por 5 segundos com jato de ar; Grupo 3: contaminação com 1 gota de hemostático por 20 segundos, lavado por 15 segundos e secado por 5 segundos com jato de ar; Grupo 4: contaminação com 1 gota de hemostático por 20 segundos, lavado por 15 segundos, secado por 5 segundos com jato de ar e recondicionado por 10 segundos. Os dentes foram lixados com lixa d’água de granulação # 100, # 320 e # 600 para obter uma superfície plana e lisa. A área de adesão foi delimitada com papel “contact” com um orifício de 2,5 mm de diâmetro. A resina Z250 (3M) foi aplicada com auxílio de uma matriz de teflon sobre a superfície dentinária. Depois os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada a 37ºC por 24 horas. A resistência ao cisalhamento foi determinada usando máquina de teste MEM 2000 Kratos com uma velocidade de 0,5 mm/min. O resultado expresso em MPa foi: Grupo 1: (13,68/2,54); Grupo 2: (7,64/3,68); Grupo 3: (8,69/4,65); Grupo 4: (13,62/2,44). Foram analisados através dos testes F, Kruskal-Wallis e Tukey com (p < 0,05). A análise estatística mostrou que os valores dos Grupos 2 e 3 foram significativamente inferiores aos outros grupos.

Concluiu-se que a adesão foi influenciada negativamente quando foi empregado o Single Bond na dentina contaminada por hemostático, exceto no grupo onde a dentina foi seca, lavada e recondicionada.

 

  A065 

Resistência adesiva à dentina contaminada por um agente dessensibilizante.

D. PÉREZ, M. COLOMO, A. B. L. NASCIMENTO, H. M. TEIXEIRA, V. PIMENTEL*.

Dentística Restauradora. FOP/UPE. E-mail: alexnasc@elogica.com.br

O propósito deste estudo foi avaliar a resistência ao cisalhamento do sistema adesivo Single Bond (3M) e do Bond 1 (Jeneric/Pentron) quando foi aplicado na dentina o agente dessensibilizante Gluma (Kulzer) após o condicionamento com ácido fosfórico a 37% por 15 segundos, lavado por 30 segundos e secado com papel absorvente. Vinte e quatro terceiros molares humanos extraídos, foram seccionados no sentido mesiodistal utilizando assim, as superfícies vestibular e lingual. Grupo 1: controle (Single Bond); Grupo 2 (Single Bond + Gluma): aplicado Gluma por 60 segundos, seco, lavado por 30 segundos e seco com papel absorvente; Grupo 3: controle (Bond 1); Grupo 4 (Bond 1 + Gluma): aplicado Gluma por 60 segundos, seco, lavado por 30 segundos e seco com papel absorvente. Os dentes foram lixados com lixa d’água de granulação 100, 320 e 600 para obter uma superfície plana e lisa. A área de adesão foi delimitada com fita adesiva com um orifício de 2,5 mm de diâmetro. A resina Z250 (3M) foi aplicada com auxílio de uma matriz de teflon sobre a superfície dentinária. Após, os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada a 37ºC por 24 horas. A resistência ao cisalhamento foi determinada usando a máquina de teste MEM 2000 Kratos com uma velocidade de 0,5 mm/min. O resultado em MPa foi (média/DP): Grupo 1: (16,74/4,06); Grupo 2: (14,90/3,78); Grupo 3: (17,47/5,02); Grupo 4: (15,60/2,74). Foram analisados através dos testes F, Kruskal-Wallis e Tukey com (p < 0,05). A análise estatística mostrou que os valores dos Grupos 2 e 4 não foram significativamente inferiores aos grupos controles.

Concluiu-se que o agente dessensibilizante não influenciou significativamente na força de adesão.

  A066 

Avaliação clínica de restaurações de amálgama: fatores influentes.

E. FORMOLO*, A. L. S. BUSATO, F. F. DEMARCO, T. V. MACHADO, V. M. JARDIM.

Mestrado em Endodontia e Dentística – FO-UFPel. Tel.: (0**53) 222-7237.
E-mail: elenitaformolo@uol.com.br

Avaliar restaurações é uma prática freqüentemente utilizada para verificar a performance clínica dos materiais restauradores. Com o objetivo de verificar fatores que possam influenciar a qualidade das res­taurações de amálgama é que foram novamente chamados os pacientes atendidos em 1995, na Faculdade de Odontologia de Pelotas. Foram examinados 44 pacientes, totalizando 78 restaurações. A qualidade das restaurações foi definida pelos critérios de avaliação clínica (USPHS). As variáveis investigadas foram: idade; sexo; raça; renda; escolaridade; profissão; utilização de medicamentos; fatores salivares; freqüência de escovação, dentifrício, fio dental e flúor; hábitos alimentares; experiência de cárie; problemas pe­riodontais; posição dentária; faces dentárias envolvidas; qualidade e quantidade de placa e lesões cariosas em outro sítio do dente em questão. Os resultados demonstraram que 65,4% das restaurações encontravam-se inaceitáveis. Trinta e cinco por cento das restaurações foram enquadradas como inaceitáveis devido à recidiva de cárie e a necessidade de troca imediata foi indicada em 78,3% dos casos pelo mesmo motivo. Na análise estatística através do teste X² e o exato de Fisher, as variáveis que se mantiveram associadas com a qualidade da restauração foram: idade; raça; escolaridade; profissão; experiência de cárie; faces dentárias envolvidas; qualidade e quantidade de placa e atividade da doença.

Os resultados indicam que a qualidade de restaurações de amálgama é afetada por determinados fatores e investigações com maiores amostras são necessárias para colaborar com o estudo.

  A067 

Avaliação clínica de restaurações de dois compômeros em dentes posteriores.

B. PALHA, F. R. R. MOURA*, E. PIVA, E. PIOVESAN, F. F. DEMARCO.

Departamento de Odontologia Restauradora, Faculdade de Odontologia, UFPel – RS.

O objetivo do presente estudo foi avaliar o desempenho clínico de dois compômeros, Dyract (Dentsply) e F2000 (3M) em dentes posteriores, após período de 6 meses. Foram realizadas 63 restaurações de classe I em 25 pacientes, na clínica de Dentística da FOUFPel. Foram colocadas 82% das restaurações em molares. Todos os procedimentos foram realizados por um único operador. Os pacientes foram esclarecidos dos objetivos do estudo e assinaram um termo de consentimento para sua participação no estudo. Cada paciente recebeu no mínimo uma restauração de cada material. Os materiais foram utilizados de acordo com as indicações do fabricante. Após acabamento e polimento, como “baseline”, as restaurações eram avaliadas utilizando o sistema de avaliação clínica da USPHS modificada, por um examinador. Foi realizada moldagem inicial com silicona (Express, 3M), que era vazada com gesso especial (Durone, Dentsply) para confecção dos modelos de avaliação do desgaste. Decorridos seis meses, os 25 pacientes foram chamados sendo as restaurações avaliadas novamente pelo sistema de avaliação clínica da USPHS modificada e nova moldagem era realizada, para avaliação do desgaste. Todas as restaurações encontravam-se clinicamente aceitáveis (Alfa & Bravo). Quando os critérios alteração de cor, descoloração do cavo superficial ou manchamento da interface, rugosidade, adaptação marginal e forma anatômica foram submetidos à análise estatística (testes X2 e exato de Fisher), os materiais apresentaram desempenho similar, exceto na rugosidade. Para esse critério o F2000 apresentou superfície mais rugosa (p < 0,01). Não houve diferença em relação ao desgaste dos materiais.

Conclui-se que os materiais tiveram desempenho clínico similares, mas o material F2000 apresentou maior rugosidade após 6 meses de avaliação.

 

  A068 

Avaliação clínica de restaurações de resinas condensáveis em dentes posteriores.

E. PIVA*, F. R. R. MOURA, C. S. MOTTA, L. M. JUSTINO, F. F. DEMARCO.

Departamento de Odontologia Restauradora, Faculdade de Odontologia, UFPel – RS.
E-mail: ejpiva@uol.com.br

O objetivo desse trabalho foi avaliar o comportamento clínico de restaurações de resinas condensáveis (Alert, Jeneric-Pentron) em dentes posteriores, quando comparado com restaurações de resina composta micro-híbrida (Sculp-It, Jeneric-Pentron) e de amálgama (Logic C, SDI) após 1 ano. Um único profissional realizou 33 restaurações de classes I e II, em 6 pacientes, selecionados na clínica de Dentística, mediante termo de consentimento esclarecido aos pacientes. Cada paciente deveria ter, no mínimo, uma restauração de cada um dos materiais, sendo os dentes aleatoriamente escolhidos para cada material. Após o acabamento e polimento, como “baseline”, foi realizada avaliação clínica, com base no sistema de avaliação clínica da USPHS, para amálgama e de USPHS modificado, para as restaurações de resina, por um examinador. Foi também executada uma moldagem com silicona de adição (Express - 3M), a qual era vazada com gesso especial (Durone – Dentsply) para confecção de modelos para avaliação do desgaste. Após 1 ano, os pacientes foram chamados, as restaurações foram avaliadas pelo mesmo examinador, com base nos critérios previamente estabelecidos, sendo realizada também nova moldagem, para comparação do desgaste com o período inicial (“baseline”). Com base na avaliação clínica e na análise dos modelos, as restaurações foram classificadas como clinicamente aceitáveis (Alfa & Bravo) e inaceitáveis (Charlie & Delta). A análise estatística através do teste exato de Fisher demonstrou não haver diferenças em relação ao desempenho dos diferentes materiais testados (p > 0,05).

Conclui-se que quase a totalidade das restaurações estavam aceitáveis e que os materiais apresentavam-se semelhantes clinicamente.

 

  A069 

Influência do tempo de polimerização na contração de compômeros.

P. M. B. VILLALTA*, P. E. C. CARDOSO, R. Y. BALLESTER, P. S. L. PRAZERES,
C. R. M. D. RODRIGUES.

Universidade de São Paulo – São Paulo.

O objetivo deste trabalho foi quantificar a contração de polimerização, pela técnica descrita por WATTS & CASH (DENT. MATER., 7 : 4 281-7, 1991), de três materiais restauradores estéticos: uma resina composta (Z100®/3M) e dois compômeros (Compoglass®/Vivadent e Dyract AP®/Dentsply) usando cinco tempos de fotoativação: 40, 80, 120, 160 e 200 segundos. Para tanto, foram confeccionados cinco corpos-de-prova para cada material, os valores obtidos foram registrados em dois momentos: imediatamente após a fotoativação e um minuto depois, sendo posteriormente transformados em porcentagem e analisados estatisticamente (ANOVA e Tukey).

Os resultados demostraram que: a contração da resina Z100 foi significativamente menor (p < 0,001) que a dos dois compômeros, que demostraram-se semelhantes. O tempo de fotoativação de 40 segundos provocou uma contração de polimerização significantemente menor (p < 0,001) quando comparado aos 80 segundos, sendo este semelhante aos tempos de 120 e 160 segundos e significativamente menor que o tempo de 200 segundos. Os valores de contração foram estatisticamente menores (p < 0,001) imediatamente após a fotoativação (média = 1,91) quando comparado com a medida realizada 1 minuto depois (média = 2,22).

Material

Z100

Compoglass

Dyract AP

% contração (média)

1,83

2,15

2,22

Tempo de polimerização

40

80

120

160

200

40

80

120

160

200

40

80

120

160

200

% contração (média)

1,39

1,75

1,93

2,00

2,09

2,02

2,13

2,18

2,19

2,21

2,07

2,19

2,25

2,27

2,31

  A070 

Estudo da interação entre dentina e resina de sistemas adesivos autocondicionadores através do MEV.

M. A. A. C. LUZ, V. E. ARANA-CHAVEZ, N. GARONE NETTO.

Departamento de Dentística – FOUSP.

Conseguir uma união estável, livre de pertuitos, entre resina e dentina, nos procedimentos adesivos, tem sido o objetivo de vários estudos atuais em busca de uniões clinicamente estáveis e de fácil aplicação. Este trabalho se propõe a estudar a interação resina/dentina de alguns adesivos autocondicionadores – o Syntac Single Component, o Prime & Bond 2.1, o Etch & Prime 3.0 e o Clearfil Liner Bond 2V – e compará-los com um sistema de condicionamento total dentina e esmalte, o Scotchbond Multiuso, empregando a microscopia eletrônica de varredura. Foram empregados terceiros molares retidos, extraídos por indicação, livres de cárie, de pacientes adultos jovens, com o devido consentimento, os quais foram conservados em água destilada à temperatura de 4ºC até o momento do uso. Após a remoção das raízes e do terço oclusal coronário, criamos uma camada de esfregaço com lixa de papel de granulação 600 aplicada por 2 minutos, no plano oclusal. Depois de um leve “spray” ar/água, aplicamos um dos sistemas adesivos citados e sobre este uma camada de aproximadamente 2 mm de resina composta da mesma marca comercial. Estes espécimes foram conservados em água destilada à temperatura de 37ºC por sete dias e então fraturados no sentido mesiodistal, utilizando-se uma das partes de cada amostra. Os espécimes foram montados em bases metálicas deixando exposta a face fraturada. Antes do recobrimento metálico, promovemos a descalcificação desta face com ácido clorídrico a 2%, por 2 minutos, para expor a camada de interação entre resina e dentina. Foram realizadas três repetições para cada sistema adesivo. As electromicrografias com diferentes aumentos demonstraram a formação da camada híbrida resina/dentina sendo que as que mais se assemelharam à do sistema de condicionamento total dentina e esmalte foram, em ordem decrescente: Clearfil Liner Bond 2V, Etch & Prime 3.0, Prime & Bond 2.1 e Syntac Single Component.

Pode-se concluir que os sistemas adesivos empregados formam a camada híbrida mesmo sem o condicionamento ácido prévio da dentina, embora com profundidades diferentes de interação.

  A071 

Influência da umidade relativa ambiental na resistência ao cisalhamento de diferentes sistemas adesivos.

A. N. K.KONNO*, M. A. C. SINHORETI, S. CONSANI, L. CORRER SOBRINHO, M. B. LOPES.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

O propósito deste estudo foi avaliar a influência da umidade relativa ambiental na resistência ao cisalhamento de diferentes sistemas adesivos. Foram utilizados 40 dentes bovinos, divididos em 4 grupos, de acordo com o sistema adesivo utilizado e umidade relativa ambiental (U.R.) nas seguintes combinações: 1) Scotchbond Multipurpose utilizado em U.R. 95%; 2) Scotchbond Multipurpose utilizado em U.R. 50%; 3) Prime & Bond NT utilizado em U.R. 95% e 4) Prime & Bond NT utilizado em U.R. 50%. Os dentes foram incluídos em resina acrílica ativada quimicamente, e depois desgastados com lixas d’água de granulação 80, 120, 220, 320 e 400 até que uma superfície lisa e plana de dentina fosse obtida. Uma área circular de 4 mm de diâmetro foi delimitada com fita adesiva onde o procedimento de união foi realizado, de acordo com as normas do fabricante. Após aplicação do sistema adesivo, foi confeccionado um cilindro de compósito (Z100) de 4 mm de diâmetro por 5 mm de altura para que o teste de resistência ao cisalhamento fosse realizado. O teste foi realizado em uma máquina universal Instron com velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados foram estatisticamente avaliados por análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância.

As conclusões foram as seguintes: 1) os grupos utilizados em umidade relativa a 50% tiveram melhores resultados, sendo que o grupo 2 obteve a maior média (7,25 MPa) seguido pelo grupo 4 (4,69 MPa); 2) os grupos 1 (1,61 MPa) e 3 (1,13 MPa) utilizados em umidade relativa a 95% não mostraram valores com diferença estatisticamente significante.

 

  A072 

Resistência à tração de dois sistemas adesivos dentinários monocomponentes.

A. CASSONI*, C. I. CAPP, R. S. NAVARRO, V. L. MOLDES, M. N. YOUSSEF.

Departamento de Dentística, FOUSP-SP – Brasil. E-mail: acassoni@osite.com.br

O objetivo desse estudo foi determinar a resistência à força de tração de dois sistemas adesivos monocomponentes em dentina. Foram confeccionados 20 corpos-de-prova através do desgaste vestibular de pré-molares incluídos em resina acrílica. A superfície dental foi desgastada com lixas de carboneto de silício de granulação 220 até 600, em politriz refrigerada a água ECOMET 3 (Buehler). Esses 20 dentes foram divididos em 2 grupos de 10 dentes: Grupo 1- PQ1 (Ultradent) que é um sistema adesivo monocomponente, baseado em etanol e que possui resina natural preenchedora e Grupo 2- Single Bond (3M) que é um sistema adesivo monocomponente e que possui copolímero ácido polialcenóico. As superfícies dentinárias foram tratadas de acordo com as orientações dos fabricantes. A resina composta Z100 (3M) foi inserida e polimerizada em camadas, em média de 1 mm cada, com tempo de exposição de 40 segundos, até o preenchimento total da matriz cônica de teflon com 4 mm de altura. Isso foi realizado com o auxílio de um fotopolimerizador Curing Light (3M). Os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada a 37ºC durante 24 horas. A seguir foi realizado o teste de tração, na máquina de ensaio universal Instron 4442, com velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados obtidos para o grupo 1 foi de 16,96 MPa (± 4,41) e o grupo 2 foi de 23,50 MPa (± 5,25).

Após a análise estatística com o teste t (p = 0,01) conclui-se que a força de adesão à dentina do grupo 2 foi significantemente maior do que a do grupo 1.

 

  A073 

Microinfiltração em restaurações de resinas compostas tratadas com CO2 laser.

A. NADDEO LOPES da CRUZ*1,2; N. GARONE NETTO1,2, A. F. PAGLIARI1, J. MATSON1,
R. S. NAVARRO1, D. ZEZELL3, C. P. EDUARDO1

1FOUSP; 2UNICID; 3IPEN/CNEN-SP, São Paulo – Brasil.

Vários materiais e técnicas têm sido investigadas para minimizar ou eliminar a microinfiltração em restaurações de resinas compostas. O laser de CO2 (10,6 mm) remove o “smear layer” criando uma superfície irregular capaz de promover retenção micromecânica para materias restauradores adesivos. Cavidades classe V padronizadas foram preparadas com alta-rotação em 20 molares humanos extraídos e divididos aleatoriamente em 4 grupos: Grupo 1- CO2 laser (3 W, 2 Hz, 50 ms) e posteriormente condicionamento com ácido fosfórico 37% na superfície do esmalte e dentina; Grupo 2- condicionamento ácido e posteriormente CO2 laser; Grupo 3- CO2 laser; Group 4- condicionamento ácido. As cavidades foram restauradas com sistema adesivo (OptiBond Solo - Kerr) e resina composta (Prodigy - Kerr) e termocicladas (700 ciclos, 5-55ºC). As amostras foram impermeabilizadas, imersas em nitrato de prata 50% por 8 h e seccionadas com disco de diamante sob refrigeração e expostos a luz reveladora (Photoflood - GE) por 5 minutos e avaliadas quanto a microinfiltração marginal em lupa estereoscópica (40 X) por 3 examinadores com escores (0-3). Os resultados foram analisados com teste ANOVA e Tukey (p = 0,05), mostrando haver significante menor microinfiltração nos grupos tratados com CO2 laser ou ácido fosfórico (grupos 3 e 4) que nos grupos tratados com ácido fosfórico e CO2 laser juntos (grupo 1 e 2).

Estes resultados sugerem que o CO2 laser, nos parâmetros utilizados neste estudo in vitro, é aplicável para o condicionamento dental.

  A074 

Comparação de métodos de mensuração sobre os resultados dos testes in vitro de infiltração marginal.

M. A. C. SINHORETI*, S. CONSANI, D. A. A. CAMARGO, L. CORRER SOBRINHO.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

A proposta deste estudo foi comparar dois métodos de avaliação utilizados em testes in vitro da infiltração marginal de restaurações com compósitos odontológicos. Foram utilizados 30 dentes humanos do grupo terceiros molares, com preparos cavitários ocluso-distal padronizados com término cervical em dentina. Os dentes foram divididos em três grupos, de acordo com o sistema restaurador utilizado, ou seja, grupo 1 - Single Bond/Z100 (3M), grupo 2 - Bond 1/Alert (Jeneric-Pentron) e grupo 3 - Etch & Prime 3.0/Degufill Mineral (Degussa). Após o término das restaurações, as amostras foram termocicladas 500 vezes, cobertas com duas camadas de esmalte para unha e, em seguida, imersas em solução corante de azul de metileno a 2% tamponado, por 4 horas. Após foram seccionadas e a infiltração analisada de duas ma­neiras diferentes: com microscópio comparador, onde a extensão da penetração do corante foi transformada em percentagem; e com lupa estereoscópica, onde foi adotado o sistema de escores preconizado pela ISO (TR 11405). Os dados da avaliação em percentagem foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas através do teste de Tukey, segundo a transformação arco seno de X/100. Os dados obtidos em escores foram analisados estatisticamente através do teste de Kruskal-Wallis.

Conclui-se que não houve diferença significativa (p > 0,05) entre os grupos quando foi utilizada a avaliação em escores. Quando a avaliação foi feita em percentagem, houve diferença estatística (p < 0,05) entre os grupos 1 (25,2%) e 2 (50,8%), onde o grupo 1 apresentou as menores médias de penetração do corante. O grupo 3 (40,5%) obteve média intermediária e não diferiu dos demais grupos (p > 0,05).

  A075 

Avaliação da resistência de união de dois sistemas adesivos antes e após a termociclagem.

A. B. BORGES*, J. R. RODRIGUES, A. L. MARSILIO.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOSJC – UNESP.
Tel.: (0**12) 321-8166, ramal 1303.

O objetivo deste estudo foi comparar a efetividade da união de dois sistemas adesivos: Scotchbond Multiuso Plus (3M) e Etch & Prime 3.0 (Degussa) à dentina bovina antes e após a termociclagem e avaliar o tipo de fratura ocorrido na interface dentina/material. Os espécimes foram divididos em dois grupos, nos quais aplicou-se os sistemas adesivos e, posteriormente, a resina composta Z100 (3M) por meio de uma matriz de teflon. Estes grupos foram subdivididos em dois subgrupos (A e B). O subgrupo A foi submetido ao teste de cisalhamento após 24 h e o subgrupo B recebeu a ciclagem térmica (500 ciclos entre 5ºC e 55ºC), para depois ser submetido ao teste de cisalhamento. O ensaio mecânico foi realizado em máquina Instron Universal à velocidade de 0,5 mm/min. As superfícies fraturadas foram analisadas em estereomicroscópio (Karl Zeiss).

O teste estatístico ANOVA (a = 0,05) revelou que os valores de resistência adesiva não apresentaram diferença estatisticamente significativa e que a termociclagem não influenciou a resistência adesiva dos materiais testados. O Scotchbond Multiuso Plus apresentou predominância de falhas adesivas e o Etch & Prime 3.0 apresentou maior quantidade de fraturas mistas, seguidas pelas fraturas adesivas.

 

  A076 

Microinfiltração em restaurações de cimento de ionômero de vidro utilizando duas técnicas restauradoras.

C. C. RODRIGUES*, A. CHELOTTI, S. I. MYAKI, M. R. MATSON.

Disciplina de Odontopediatria – UNIP e UNESP – SJC. Tel.: (0**11) 5051-1685.

A proposta deste estudo in vitro foi de avaliar a microinfiltração em cavidades Classe II de molares decíduos restaurados com cimento de ionômero de vidro modificado por resina (Vitremer - 3M), com duas diferentes técnicas de inserção: única ou 3 incrementos. Foram utilizados dez segundos molares decíduos, clinicamente hígidos, recém-extraídos, onde foram confeccionados preparos cavitários do tipo “slot” vertical nas faces mesial e distal. As amostras foram divididas aleatoriamente em dois grupos. No G1 (n = 10) foi utilizada a técnica de inserção única. No G2 (n = 10) a inserção foi realizada em três incrementos no sentido horizontal. Em ambos os grupos, o material restaurador foi manipulado e fotopolimerizado segundo as recomendações do fabricante. Após as restaurações, as amostras foram submetidas ao processo de ciclagem térmica (700 ciclos - 5ºC e 55ºC - 30 segundos de imersão em cada banho), impermeabilizados com esmalte de unha até 1 mm da margem cervical das restaurações, imersos em solução de azul de metileno a 0,5%, seccionados e avaliados por cinco examinadores, os quais estabeleceram o grau de microinfiltração. Os dados obtidos revelaram altos níveis de infiltração marginal em ambos os grupos, e a análise estatística (teste de Mann-Whitney, p > 0,05) demonstrou não haver diferença significante entre eles.

Concluiu-se que as duas diferentes técnicas restauradoras não foram capazes de impedir a penetração do corante, não havendo diferença significante entre elas.

 

  A077 

Avaliação de um sistema adesivo em diferentes tratamentos da dentina.

F. A. KAWAGUCHI*, H. C. P. BRUCOLI, E. MATSON, L. B. BISPO, C. P. EDUARDO.

O objetivo do trabalho foi avaliar o comportamento de um adesivo monocomponente quando utilizado em diferentes tipos de tratamento da dentina. Três grupos foram divididos com 10 dentes cada: Grupo 1 - ácido + adesivo; Grupo 2 - Er:YAG laser + ácido + adesivo e Grupo 3 - laser + adesivo. Foram delimitadas áreas em dentina (3 x 3 mm) condicionadas com o KaVo KEY Laser II de comprimento de onda 2.094 nm com refrigeração, focado, 4 Hz e 250 mJ, 200 pulsos e 50 J de energia, associado ou não ao ácido fosfórico a 35%. Utilizou-se o adesivo Single Bond (3M) e resina composta (Z250) nos corpos-de-prova que foram submetidos à máquina de ensaios universal para o teste de resistência à tração. A análise estatística mostrou que não houve diferença significante entre os valores médios obtidos nos 3 grupos para os diferentes tratamentos.

Podemos concluir que o adesivo mostrou comportamento similar nos diferentes tipos de tratamento dentinário.

 

  A078 

Infiltração sob adesivos dentários usados como selante em campo contaminado.

P. CHRISTINO NETO, J. SINGER, F. DOY, C. TOLOI, R. H. GRANDE*.

Materiais Dentários, FOUSP; Estatística, IMEUSP. Tel.: (0**11) 3091-7840.
E-mail: pcneto@fo.usp.br

O desempenho de adesivos usados para selar fissuras foi avaliado in vitro quanto à infiltração. Cinqüenta e seis dentes humanos foram embutidos com resina acrílica, identificados, submetidos à profilaxia, e de forma aleatória a um dentre 8 tratamentos (n = 7), definidos pela classificação cruzada dos fatores adesivo (Optibond FL, Optibond Solo), ciclos (pH não, sim) e intensidade de luz (360 ou 590 mW/cm2). O experimento foi planejado de acordo com um delineamento em blocos incompletos balanceados. Após condicionamento ácido, a superfície oclusal de cada unidade experimental foi contaminada com 1 ml de plasma humano. Os adesivos foram aplicados e fotoativados. Em seguida, os corpos-de-prova (cp) foram submetidos a cargas cíclicas (225.000 ciclos, com 8 kgf) e a ciclos térmicos (4.000 ciclos a 5 e 55ºC, 60 s). Durante os ciclos de carga os dentes permaneceram imersos em água destilada ou em soluções desmineralizante/remineralizante (ciclos de pH). Os ciclos de remineralização (pH = 7,0) duraram 180 minutos e os de desmineralização (pH = 4,7) 90 minutos, realizados sucessivamente durante 18 h; entre os ciclos os cp foram lavados em água destilada. Para evidenciar a infiltração foi utilizada a técnica do AgNO3. Cada cp foi secionado duas vezes gerando 4 superfícies de onde foram obtidas 8 mensurações (2 vertentes/superfície), através de imagem digitalizada empregando o software IMAGELAB. Uma porcentagem média de infiltração foi calculada para cada dente e os dados foram submetidos a uma ANOVA apropriada. Com exceção do tipo de adesivo (p < 0,001), todos os outros fatores mostraram-se não significativos. O percentual médio de infiltração foi de 84% para o Solo e de 46% para o FL.

As conclusões sugerem que o Solo não pode ser utilizado como agente único para selar fissuras. (Apoio CNPq.)

  A079 

Avaliação in vitro da microinfiltração quando da utilização de adesivos monocomponentes em dentes decíduos.

A. L. CIAMPONI*, R. B. ULSON.

Departamento de Odontopediatria, Faculdade de Odontologia da USP – SP.
Tel.: (0**11) 3091-7835.

O objetivo desta pesquisa foi avaliar a microinfiltração nas margens gengivais de preparos classe II em molares decíduos, restaurados com resina composta fotopolimerizável (Z100), utilizando diversos sistemas adesivos monocomponentes (Prime & Bond 2.1 - GI; One Step - G2; Optibond - G3; Single Bond - G4; Bond 1 - G5) e comparando-os a um adesivo convencional (Scotchbond Multiuso Plus - G6). Foram realizados 48 preparos cavitários em 24 molares decíduos, divididos em grupos equivalentes. Após a realização das restaurações (MO e OD), os dentes foram termociclados (700 ciclos, 5º/55ºC), impermea­bilizados, imersos em solução corante (nitrato de prata 50%) e seccionados. A avaliação da microinfiltração foi realizada através do Sistema de Análises Morfométricas, junto ao Laboratório de Informática (LIDO) da FOUSP. Os valores médios de microinfiltração observados em milímetros foram: G1 = 0,27; G2 = 0,13; G3 = 0,37; G4 = 0,29; G5 = 0,34; G6 = 0,28.

Após análise estatística dos resultados (Kruskal-Wallis), pode-se concluir que não houve diferença significante (p > 0,05) entre os materiais avaliados.

 

  A080 

Microtração em esmalte e dentina de sistemas adesivos “self-etching” primers.

P. E. C. CARDOSO*, A. MALLMANN, P. A. BURMANN, G. GOMES.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7842. E-mail: capel@fo.usp.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência adesiva em esmalte e dentina de 2 sistemas adesivos “self-etching primers” (Clearfil Liner Bond 2V - Kuraray Co. e Clearfil SE Bond - Kuraray Co.), e compará-los a um sistema adesivo de condicionamento ácido total de frasco único (Excite - Vivadent), através do teste de microtração. Foram utilizados 6 molares hígidos para cada condição experimental. Os dentes para o teste em esmalte tiveram a superfície oclusal desgastadas com lixas, resultando em superfícies de esmalte planas. Para o teste em dentina, outros dentes foram cortados transversalmente com disco diamantado sob refrigeração. Previamente às restaurações, todas as superfícies oclusais foram abrasonadas em lixas de papel 600 e água, visando uma simulação de “smear layer”. A aplicação dos sistemas adesivos seguiu as instruções do fabricante, sendo que para os adesivos “self-etch primers” foi usada a resina Clearfil APX (Kuraray Co.). Já para o adesivo de frasco único, empregou-se a resina Tetric Ceram (Vivadent). Após 24 horas em água destilada a 37ºC, os dentes foram seccionados nos eixos x e y para a obtenção de palitos (cps) com área adesiva de aproximadamente 0,8 mm2. Os cps foram colados em paquímetros adaptados para o teste de microtração e tracionados em máquina de ensaio Kratos a uma velocidade de 0,5 mm/min. O modo de fratura foi analisado em estereoscópio com 25 X de aumento. Os resultados (tabela) foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey (p < 0,05).

Valores médios (MPa) e desvio-padrão (DP) do teste de microtração em esmalte e dentina.

 

Clearfil Liner Bond 2V

Clearfil SE Bond

Excite

Esmalte

37,0   (± 4,7)

46,4  (± 6,5)

45,5   (± 6,6)

Dentina

54,8 (± 13,5)

58,2 (± 12,4)

58,0 (± 10,9)

Não foi encontrada diferença entre os sistemas adesivos quando testados em dentina. Em esmalte, o sistema adesivo Clearfil SE Bond comportou-se de forma similar ao sistema adesivo Excite, e ambos obtiveram melhores resultados que o sistema adesivo Clearfil Liner Bond 2V.

  A081 

Microinfiltração em dentes decíduos após uso de CarisolvTM ou broca.

M. D. M. OLIVEIRA*, C. R. M. D. RODRIGUES, R. S. MATHIAS.

Departamento de Odontopediatria – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7835.

O objetivo desta pesquisa foi realizar avaliação in vitro da microinfiltração em dentes decíduos restaurados com resina composta, submetidos à remoção de tecido cariado com Carisolv™ ou sistema convencional, ou seja, utilizando-se broca de baixa rotação. Foram selecionados 22 dentes, subdivididos de acordo com a técnica de remoção do tecido cariado usada. Os dentes apresentavam cavitação em superfície proximal, de profundidade em dentina e com paredes localizadas em esmalte. O tecido cariado dos dentes do Grupo I foi removido mediante o uso de broca esférica de baixa rotação, e do Grupo II, através do uso do Carisolv™. Todos os elementos foram imobilizados em lâmina de cera e restaurados utilizando-se sistema adesivo Scotchbond MP (3M) e resina composta Z100 (3M), receberam polimento após 48 h, foram impermeabilizados e imersos em azul de metileno 0,5% por 4 h. Após, os espécimes foram seccionados com disco diamantado e observados por três examinadores calibrados, sob iluminação e uso de lupa, sendo utilizados escores de 0-4 para teste de microinfiltração. Os dados foram agrupados, aplicando-se a seguir, o teste estatístico de Kruskal-Wallis.

Os resultados demonstraram não haver diferença estatisticamente significante entre os grupos avaliados, concluindo-se que a remoção do tecido cariado pelo uso de broca ou do sistema Carisolv™ oferece resultados similares em termos de microinfiltração.

 

  A082 

Resistência de união à dentina tratada com abrasão a ar e laseres de Er:YAG e Nd:YAG.

A. RAMOS*, L. BISPO, D. M. ZEZELL, E. MATSON, C. P. EDUARDO.

Departamento de Dentística – Faculdade de Odontologia da USP – IPEN.
E-mail: acbrdeia@uol.com.br

Este estudo in vitro analisou, por meio de teste de tração, a resistência de união à dentina de um novo sistema adesivo de dentina (Excite) associado a uma resina composta (Tetric Ceram). Utilizou-se 28 terceiros molares humanos extraídos divididos igualmente em 4 grupos. As superfícies dentinárias de cada grupo foram expostas por lixas de granulação 400 e 600 e submetidas a 4 tipos de tratamento prévios às aplicações do ácido fosfórico a 35%, sistema adesivo e resina composta. O Grupo 1 (controle) foi apenas tratado com as lixas; o Grupo 2, com o sistema de abrasão a ar (Mach 5.0 Plus - Kreativ Inc.), com pressão de 60 psi, partículas de óxido de alumínio de 27,5 mm de tamanho, modo micropulsado; o Grupo 3, com o laser de Er:YAG (KaVo Co.), com a peça de mão 2051, focalizado, com energia por pulso de 200 mJ e taxa de repetição de 2 Hz e o Grupo 4 com o laser de Nd:YAG (ADT), com 1 W de potência, taxa de repetição de 10 Hz, com a fibra de 320 mm de diâmetro em contato. Após estocagem em água a 37ºC por 48 horas, as amostras foram submetidas ao teste de tração na máquina Instron, com velocidade de 0,5 mm/minuto. Os resultados de resistência adesiva obtidos foram convertidos em MPa.

As médias de resistência adesiva encontradas para cada grupo em ordem crescente foram: Grupo 4 (Nd:YAG) = 5,03 MPa; Grupo 2 (abrasão a ar) = 6,7 MPa; Grupo 1 (controle) = 7,8  MPa e Grupo 3 (Er:YAG) = 8,52 MPa. (Agradecimentos: FAPESP, New Image do Brasil e Vivadent.)

  A083 

Comparação da resistência de união de sistemas adesivos sobre a dentina aos 10 minutos e 24 horas.

M. R. B. da CUNHA*, M. F. DE GOES, M. A. J. R. MONTES.

Departamento de Odontologia Restauradora, Faculdade de Odontologia de Piracicaba, UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5345. E-mail: marciarbcunha@helicomnet.com

O objetivo deste estudo foi comparar a resistência à tração de sistemas adesivos de frasco único - Single Bond® (3M) e de dois frascos - Scotchbond Multi-Purpose® (3M) - aos 10 minutos e 24 horas. Sessenta dentes bovinos incisivos inferiores foram usados e aleatoriamente divididos em quatro grupos. As faces vestibulares foram desgastadas até a obtenção de uma superfície plana e a área de união foi delimitada com fita adesiva em 4,0 mm de diâmetro. Em todos os grupos, a dentina foi condicionada por 15 segundos com ácido fosfórico a 35%, lavada e o excesso de água foi removido. Nos grupos 1 e 2 foi aplicado Single Bond® seguida da resina Z100® (3M) e nos grupos 3 e 4 foi aplicado Scotchbond Multipurpose® e a resina Z100®, todos de acordo com as instruções do fabricante. Um cilindro de resina composta foi posicionado sobre a área de união e polimerizado por 20 segundos em três lados da interface para a realização do ensaio de tração. Os grupos 1 e 3 foram submetidos ao ensaio de tração após 10 minutos da união e os grupos 2 e 4 foram armazenados em água destilada a 37ºC e tracionados após 24 horas. O ensaio de tração foi realizado em máquina universal (Instron) na velocidade de 0,5 mm/minuto. Após o ensaio o tipo de fratura foi analisado em microscópio eletrônico de varredura. Os resultados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey (p < 0,05).Os valores em MPa da resistência à tração foram: Grupo 1 - 8,56 ± 2,97; Grupo 2 - 7,99 ± 2,12; Grupo 3 - 7,69 ± 1,40 e Grupo 4 - 7,86 ± 2,66. Não houve diferença estatística significante entre todos os grupos. A predominância do tipo de fratura foi coesivo no adesivo.

A resistência à tração dos sistemas adesivos dentinários de frasco único e de dois frascos foi similar aos 10 minutos e em 24 horas.

 

  A084 

Preparos cavitários em molares decíduos com abrasão a ar: estudo da microinfiltração.

S. I. MYAKI, D. A. KLATCHOIAN*, A. C. BEZERRA.

Disciplina Odontopediatria. UNESP – S. J. Campos, UNIb – São Paulo e UNB – Brasília.
Tel.: (0**12) 321-8166.

O objetivo deste estudo in vitro foi de comparar a infiltração marginal em molares decíduos que foram restaurados com resina composta após preparos cavitários confeccionados por abrasão a ar, com ou sem condicionamento ácido antes da aplicação do sistema adesivo. Foram selecionados vinte molares decíduos, clinicamente hígidos, esfoliados naturalmente. Os dentes receberam limpeza coronária com pasta de pedra-pomes em baixa velocidade. Os preparos cavitários foram realizados na superfície oclusal através de um equipamento de abrasão a ar (Mach 4.1, Kreative Inc.), utilizando partículas de 27 mm e ponta com 0,46 mm de diâmetro a 90º, com pressão de 80 psi. As amostras foram divididas aleatoriamente em dois grupos, com dez dentes em cada. Grupo 1: condicionamento com ácido fosfórico a 35% por 15 segundos, aplicação do sistema adesivo Single Bond (3M) e restaurações com a resina composta de baixa viscosidade fotopolimerizável Tetric Flow (Vivadent). Grupo 2: foram realizados os mesmos procedimentos, exceto o condicionamento ácido. Todos os dentes restaurados foram armazenados em água destilada por 48 horas. Após, foram termociclados (500 ciclos, 5ºC e 55ºC, 30 segundos em cada banho), isolados com duas camadas de esmalte de unha até 1 mm das margens das restaurações e imersos em azul de metileno a 0,5% durante 4 horas. As amostras foram seccionadas para avaliação da penetração do traçador e a microinfiltração. Os resultados demonstraram que o Grupo 1 apresentou significantemente menos microinfiltração do que o Grupo 2 (teste de Mann-Whitney, p < 0,05).

O condicionamento ácido antes da aplicação do sistema adesivo resulta em uma menor microinfiltração em molares decíduos restaurados com resina composta de baixa viscosidade após preparos cavitários por abrasão a ar.

 

  A085 

Avaliação da resistência à tração de diferentes agentes cimentantes para bráquetes ortodônticos.

F. NAUFF*, G. M. GARONE, R. S. C. SANTOS, A. TORTAMANO.

Departamento de Ortodontia e Odontopediatria, FOUSP.

O objetivo desse estudo é avaliar a força de adesão de diferentes agentes cimentantes de bráquetes. Foram utilizados 60 pré-molares humanos íntegros recém-extraídos por motivos ortodônticos nos quais foram cimentados bráquetes ortodônticos metálicos (Abzil-Lancer). Analisou-se o desempenho in vitro de resinas compostas ortodônticas quimicamente e fotoativadas, resinas compostas restauradoras fotoativadas e um cimento de ionômero de vidro ortodôntico. Divididos em seis grupos: grupo I - Concise (3M); grupo II - Transbond com adesivo XT (3M); grupo III - Transbond com adesivo MIP (3M); grupo IV - Z100 (3M); grupo V - Durafill (Kulzer); grupo VI - Fuji Ortho (GC Corporation), os corpos-de-prova foram submetidos a ciclagem térmica (700 ciclos, 5ºC/55ºC, 1 minuto de imersão) posteriormente a testes de tração (Instron 4400). As seguintes médias amostrais foram obtidas: Concise (3M) - 11.06 MPa; Transbond XT (3M) - 12,73 MPa; Transbond MIP (3M) - 7,61 MPa; Z100 (3M)- 9,82 MPa; Durafill (Kulzer) - 9,90 MPa; Fuji Ortho (GC Corporation) - 3,23 MPa. As resinas Concise (3M), Transbond XT (3M), Z100 (3M) e Durafill (Kulzer), não apresentaram resultados estatisticamente significantes quando comparadas com o teste Tukey no nível de 5%. A resina Transbond MIP (3M) apresentou resultados inferiores estatisticamente significantes apenas quando comparada com a resina Transbond XT (3M).

Concluiu-se que as resinas compostas testadas podem ser utilizadas para a cimentação de bráquetes metálicos, enquanto que o cimento de ionômero de vidro apresentou resultados insatisfatórios o que torna questionável sua utilização clínica.

 

 

Grupo A3.................................................................................................. A-086 à A-127

 

  A086

 

Módulo elástico dinâmico de compostos em função do tratamento térmico pós-polimerização.

L. T. POSKUS*, P. E. C. CARDOSO, A. MALLMANN, L. F. C. LIMA.

A aplicação de luz e/ou calor após a fotopolimerização tem sido utilizada para aumentar a conversão de monômeros. O propósito desse estudo foi avaliar o módulo elástico dinâmico (ME) de três resinas compostas: P60 (3M), Z100 (3M) e Z250 (3M), antes e após tratamento térmico pós-polimerização (TT). Utilizou-se o Dynamic Mechanical Thermal Analyser (DMTA) para realizar as mensurações do ME. Este equipamento possibilita variar a temperatura e aplicar uma tensão sinusoidal (cíclica). Empregaram-se três tipos de TT: “calor seco” (TTS) - de 25ºC a 130ºC, 2ºC/min; autoclave (TTA) - 132ºC; 2,3 kgf; 16 min; TTS + TTA (TTSA) e, como grupo controle, nenhum TT (NTT). Confeccionaram-se 3 c.p. para cada condição experimental, na seguinte dimensão: 2 mm x 4 mm x 50 mm. Devido ao tamanho do c.p., realizaram-se 5 fotoativações (500 mW/cm2) ao longo do mesmo, com 40 s cada, em ambos os lados. Previamente aos testes, os c.p. ficaram armazenados em água destilada por 24 h a 37ºC. Os valores do ME foram registrados na temperatura de 37ºC em todos os experimentos. Os resultados (tabela) foram submetidos à análise de variância e Tukey.

Valores médios e desvio-padrão (DP) de ME (GPa) de resinas compostas.

Resina ´ TT

NTT

TTS

TTA

TTSA

P60

13,8  ±  1,6

16,5  ±  1,7

14,9  ±  0,3

17,3  ±  0,4

Z250

14,1  ±  1,1

15,7  ±  1,4

13,3  ±  0,3

15,0  ±  0,7

Z100

15,2  ±  1,5

17,6  ±  0,9

17,5  ±  0,1

18,5  ±  0,3

As condições TTS e TTSA levaram a maiores valores de ME que as demais (p < 0,001). Os materiais mostraram diferentes valores de ME (p < 0,001): Z100 > P60 > Z250. (Apoio FAPESP.)

  A087 

Efeito da desinfecção sobre a dureza e características superficiais de resinas.

A. L. MACHADO*, A. C. PAVARINA, E. T. GIAMPAOLO, C. E. VERGANI.

Departamento de Materiais de Prótese – UNESP – Araraquara.

Este estudo avaliou a influência da desinfecção sobre a dureza e características superficiais de duas resinas acrílicas termopolimerizáveis (Lucitone 550 - LC e QC20 - QC). Após a polimerização, os corpos-de-prova foram polidos e divididos em 6 grupos, com dez amostras cada. No grupo I, os testes foram realizados após o polimento. Os demais corpos-de-prova foram imersos em água a 37ºC por 48 horas, antes da desinfecção. As amostras do grupo II, foram testadas após esse período. O procedimento de desinfecção incluiu imersão em clorexidina a 4% por 1 minuto, seguida pela imersão em solução desinfetante (perborato de sódio - grupo III; clorexidina a 4% - grupo IV e hipoclorito de sódio a 1% - grupo V) e, imersão em água por 3 minutos. Esse ciclo foi realizado duas vezes, simulando as condições clínicas. As amostras do grupo VI (controle) foram imersas em água pelo mesmo período de tempo da desinfecção. As características superficiais foram observadas em microscopia eletrônica de varredura. O teste estatístico de Mann-Whitney foi utilizado para estabelecer a diferença entre os grupos. Os resultados evidenciaram que as resinas apresentaram uma diminuição significativa nos valores de dureza obtidos após o polimento (QC = 28,23 VHN e LC = 20 VHN) e após a armazenagem em água (QC = 21,48 VHN e LC = 17,68 VHN). Com exceção do perborato de sódio, a resina LC não apresentou alterações significantes na dureza após a imersão nas soluções desinfetantes. Os valores de dureza da resina QC não apresentaram alteração significativa após a imersão nas soluções desinfetantes.

Concluiu-se que a resina QC pode ser imersa em qualquer das três soluções desinfetantes avaliadas sem alterações na dureza. As características superficiais das duas resinas estudadas não foram alteradas após a imersão nas soluções desinfetantes ou na água.

  A088 

Análise da rugosidade de novas resinas compostas com 2 sistemas de polimento.

L. JACQUES*, P. E. C. CARDOSO, A. MALLMANN, P. A. BURMANN.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7840.
E-mail: leticiajacques@uol.com.br

Esse trabalho teve como objetivo avaliar a rugosidade de novas de resinas compostas utilizando 2 sistemas de polimento e compará-las com resinas compostas já existentes no mercado odontológico. Foram utilizadas as resinas: Durafill VS - Kulzer (DUR), Herculite XRV – Kerr (HER), Z250 – 3M (Z25), Fill Magic Condensável – Vigodent (FMC), Esthet X - Dentsply (ESX), Renew – Bisco (REN), Point 4 – Kerr (P4), Microfill Experimental – 3M (MEX). Foram confeccionados 4 corpos-de-prova (cps) (2,5 mm de espessura x 4 mm de diâmentro) para cada material, sendo cada um fotopolimerizado por 40 segundos. Após armazenados em água a 37ºC por 24 horas, metade dos cps foram polidos com discos Sof-Lex (3M) e a outra metade com taças de borracha Viking (KGS). Nas trocas de discos de polimento e ao final, todos os cps foram limpos em ultra-som. Cada cp foi submetido a 10 leituras (5 em cada sentido, x e y) na escala Ra em rugosímetro Mitutoyo Surf Test 211. Após as leituras, os dados (tabela) foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey.

Médias (Ra) de rugosidade de resinas compostas usando 2 sistemas de polimento.

Polimento ´ Resina

DUR

HER

Z25

FMC

ESX

REN

P4

MEX

Sof-Lex Pop On

0,10

0,06

0,09

0,10

0,09

0,06

0,09

0,08

Viking

0,29

0,31

0,21

0,40

0,34

0,28

0,27

0,20

O sistema Sof-Lex proporcionou menores valores de rugosidade em relação ao sistema Viking; não sendo encontrada diferença estatística entre as diferentes resinas; quando polidas com o sistema Viking, as resinas MEX, Z25 e P4 obtiveram as menores médias de rugosidade.

  A089 

Avaliação da dureza de resina acrílica desinfetada com ácido peracético.

L. HEHN*.

Departamento de Materiais Dentários – UFRGS.

O objetivo deste estudo foi avaliar a dureza de uma resina acrílica quimicamente ativada após a desinfecção química com ácido peracético (0,2%), Sterilife® Lifemed Prod. Med. Ltda. O material utilizado foi a resina acrílica da marca Clássico (Artigos Clássico). Foram confeccionados 10 corpos-de-prova medindo 10 mm x 10 mm x 25 mm, devidamente acabados e polidos. Todos os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de dureza Knoop com o auxílio do NU Research Microscope (E. Leitz Wetzlar, Alemanha). A carga de 40 g foi aplicada por 15 s. A dureza média dos 10 corpos-de-prova antes do tratamento foi 8,44 (± 1,03). A seguir as amostras foram imersas na solução desinfetante por 10 min, lavadas em água destilada e secas. Após o tratamento, a dureza Knoop das amostras foi novamente avaliada encontrando-se a dureza média de 9,96 (± 1,21). Submetendo-se os resultados à análise estatística (ANOVA) e ao teste t, pode-se observar que houve diferença significativa após o tratamento (5%).

Portanto, concluiu-se que a desinfecção química com ácido peracético aumentou a dureza da resina acrílica analisada, o que em termos clínicos, seria interessante, desde que não haja prejuízo nas demais propriedades a serem avaliadas posteriormente.

 

  A090 

Avaliação da satisfação dos pacientes da clínica odontológica, em relação a estética de seus dentes.

R. G. ANTONIAZZI, L. L. BONATO, L. C. VILLELA.

Departamento de Dentística – FO Taubaté. Tel.: (0**12) 233-7144.
E-mail: rgantoniazzi@uol.com.br.

0 avanço da idade, iatrogenias, pequenas restaurações em amálgama, entre outros fatores, alteram a cor dos dentes, levando os pacientes a questionarem os profissionais sobre possíveis soluções. Este trabalho teve o objetivo de verificar, por meio de questionário específico, o estado atual dos dentes e a expectativa dos pacientes em relação a estética. Foram entrevistados 126 pacientes, sendo, 47 homens e 79 mulheres. Os fatores analisados, por serem subjetivos, foram aferidos pelo grau de porcentagem. No relato dos pacientes, a escovação feita quatro vezes ao dia apresentou 46,80% nos homens e 55,59% nas mulheres; quanto a cor de seus dentes, 46,80% dos homens e 39,24% das mulheres estavam satisfeitos; e 53,19% dos homens e 60,75% das mulheres, insatisfeitos; em relação às restaurações dos dentes anteriores, 42,55% dos homens e 49,36% das mulheres, satisfeitos e 42,55% dos homens e 41,77% das mulheres, insatisfeitos; com relação as restaurações dos dentes posteriores, 44,68% dos homens e 55,69% das mulheres, satisfeitos e 40,42% dos homens e 31,64%das mulheres, insatisfeitos.

Assim, concluiu-se que as mulheres procuram mais o tratamento odontológico que os homens e preocupam-se mais com a estética e que entre as alterações das restaurações, tanto as dos dentes anteriores como as dos dentes posteriores, o que mais incomoda é a diferença de cor em relação aos dentes.

 

  A091 

Estudo da fração volumétrica de partículas inorgânicas de compósitos de alta viscosidade.

G. L. ADABO*, C. A. S. CRUZ, R. G. FONSECA, L. G. VAZ.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese. Faculdade de Odontologia Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 232-1233. E-mail: adabo@foar.unesp.br

Um importante parâmetro para a classificação das resinas compostas é o conteúdo da fase inorgânica por volume. A proposta desse trabalho é apresentar um método prático para a determinação da fração volumétrica de partículas inorgânicas de sete compósitos para dentes posteriores. Foram confeccionados corpos-de-prova cilíndricos de 3 mm x 6 mm, cujo volume foi determinado pelo Princípio de Arquimedes, que postula que a massa da água deslocada equivale ao volume do corpo imerso. Assim, a diferença entre as massas do corpo-de-prova ao ar e imerso corresponde ao seu volume. A pesagem ao ar foi feita em balança com precisão de 0,0001 g e a massa imersa em água foi medida adaptando-se uma peneira, a ser imersa, em substituição ao prato de pesagem. Pelo mesmo Princípio calculou-se o volume das partículas inorgânicas. A fase resinosa foi eliminada em forno à 700ºC e a massa inorgânica ao ar foi medida. Os corpos-de-prova foram armazenados em água por 3 dias, para preencher os poros deixados pela eliminação da fase orgânica, e a massa do resíduo inorgânico imerso foi medida. Com base nos volumes do compósito e das partículas calculou-se o percentual volumétrico de carga. Foram feitas 5 réplicas para cada resina e, após a análise de variância, o teste de Tukey mostrou que os materiais Alert (67,26%) e Z100 (65,27%) exibiram os maiores percentuais, seguidos de P60 (62,34%) e Ariston pHc (61,07%) iguais entre si e superiores a Tetric Ceram (57,22%), Definite (54,42%) e Solitaire (47,76%), sucessivamente.

Os percentuais médios foram estatisticamente diferentes e próximos às informações dos fabricantes e a dados da literatura.

  A092 

Avaliação do desgaste do esmalte dental por materiais resinosos usando método radiométrico.

L. K. ADACHI*1, M. SAIKI1, T. N. CAMPOS2.

1TFR, IPEN; 2Departamento Prótese, FOUSP. Tel.: (0**11) 816-9174. E-mail: adachi.cd@uol.com.br

O funcionamento do sistema mastigatório promove o desgaste dental fi­siológico, mas este pode ser alterado pela abrasividade da dieta, hábitos como bruxismo e introdução de restaurações com propriedades diferentes da estrutura dental. O objetivo deste trabalho foi avaliar o desgaste ocasionado ao esmalte dental humano por um outro esmalte e pelos mate­riais restauradores Artglass (polividro) e Targis (cerômero), com a utilização do método radiométrico. Este método consistiu na medida do 32P, transferido para a água, quando o esmalte, tornado radioativo pela irradiação com nêutrons do reator nuclear, é submetido ao desgaste, em uma máquina de simulação de desgaste que permite a realização de contatos deslizantes de superfícies antagonistas com o esmalte, em presença de água. A massa do esmalte desgastada foi calculada pelo método comparativo de ativação com nêutrons, utilizando-se padrões de fósforo. Foram utilizadas 8 amostras de cada material usado como antagonista, preparados na forma cilíndrica (esmalte, Artglass e Targis) e 8 amostras de esmalte cujas superfícies foram preparadas na forma retangular plana e posteriormente irradiadas. Cada esmalte radioativado foi desgastado com uma amostra de cada material antagonista, por 2.500 ciclos em cada operação, tendo sido realizadas 24 operações no total. As massas médias de esmalte desgastadas, dadas em mg/mm2 de área de contato, foram: 0,94 – 0,22 e 0,37 para antagonistas de esmalte, Artglass e Targis, respectivamente.

Os resultados foram submetidos ao tratamento estatístico (a = 5%) que indicou diferenças significantes entre os desgastes provocados no esmalte por Artglass e por um outro esmalte. Não houve diferença estatisticamente significante entre o desgaste do esmalte provocado por Artglass e Targis. (Este trabalho recebeu apoio financeiro da FAPESP e CNPq.)

 

  A093 

Posso reembasar minhas moldagens de casquete?

E. AKAKI*, J. M. L. F. MOTA.

Departamento de Odontologia Restauradora – Faculdade de Odontologia da UFMG.
E-mail: emilioaka@bol.com.br

O propósito deste trabalho foi avaliar a viabilidade da técnica de reembasamento em moldagens de casquete, utilizando poliéster, silicona de adição e polissulfeto, todos de consistência regular. Como modelo, foi utilizado um troquel de aço inoxidável com preparo do tipo coroa total e uma coroa metálica, que funcionou como elemento comparador. Uma prensa foi desenvolvida para a padronização da seqüência das etapas para a obtenção dos moldes. Casquetes com alívio de 2 mm foram confeccionados em resina acrílica e nestes foi aplicado o adesivo específico. Para o grupo controle, os moldes foram obtidos pela técnica convencional. Para o grupo experimental, previamente à primeira moldagem, foi colocado, sempre na mesma área, um fio de cera de tamanho padronizado, simulando um defeito. Após a execução da moldagem, o defeito foi retirado e uma nova porção de material moldador foi manipulado e realizado o reembasamento. Os elastômeros foram proporcionados por comprimento. Os moldes foram vazados com gesso tipo IV. A manipulação manual dos elastômeros e do gesso foi de acordo com as recomendações dos fabricantes. Um total de trinta corpos-de-prova foram confeccionados. Tanto a moldagem quanto o vazamento foram feitos em ambiente de temperatura controlada de 23 ± 1ºC. A coroa metálica foi levada aos troquéis de gesso e foram feitas as medidas de desajuste cervical através de um projetor de perfil (Mitutoyo). A silicona de adição teve desajuste médio de 2,7 ± 12,3 mm no grupo experimental e média de 87,8 ± 35,2 mm no grupo controle.

Após análise estatística (teste t Student à 5%), concluiu-se que houve diferença significativa entre os grupos, sendo os moldes obtidos pela técnica de reembasamento os mais precisos. A silicona de adição obteve os melhores resultados, seguido pelo poliéster e polissulfeto.

 

  A094 

Resistência ao cisalhamento da união entre metal e revestimentos estéticos.

H. J. ALMILHATTI*, E. T. GIAMPAOLO, A. L. MACHADO, A. C. PAVARINA, C. E. VERGANI.

Departamento Mat. Odont. e Prótese. FO Araraquara – UNESP. Fax: (0**16) 222-4823.

Estruturas metálicas de coroas e próteses fixas podem ser revestidas esteticamente por porcelana ou resinas compostas laboratoriais. Porém, uma das desvantagens das resinas em relação a porcelana é a sua união com o metal. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar a resistência da união de três materiais utilizados como revestimento estético de coroas e próteses fixas a uma liga de Ni-Cr. Para tanto, 51 estruturas metálicas circulares foram construídas e divididas em três grupos. Porcelana felds­pática convencional (Noritake EX-3) e duas resinas compostas laboratoriais (Sistema Solidex e Targis), com seus respectivos agentes de união (Metal Photo Primer e Targis Link), aplicados sobre essas estruturas de acordo com as instruções dos fabricantes. Em seguida, os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada a 37ºC por 7 dias. Após esse período, foram submetidos aos ensaios mecânicos de cisalhamento em máquina de ensaios universais (MTS 810) com velocidade de 0,5 mm/min. Os tipos de falhas foram também avaliados, utilizando-se uma lupa estereoscópica com aumento de 40 vezes. Os resultados foram submetidos a análise de variância e ao teste de Tukey (p < 0,01). A porcelana Noritake EX-3 proporcionou o maior valor médio de tensão de cisalhamento (42,9 MPa). Nenhuma diferença estatisticamente significante foi observada entre as resinas Targis (12,9 MPa) e Solidex (11,94 MPa). A análise microscópica da superfície fraturada indicou que para a resina Solidex as fraturas foram predominantemente adesivas, enquanto que para o material Targis todas as falhas foram do tipo mista (coesiva/adesiva).

Concluiu-se que a técnica metalocerâmica apresentou resistência de união maior que aquela proporcionada pelas duas resinas avaliadas. (Apoio financeiro: FAPESP - nº 98/03525-5.)

  A095 

Desajuste de peças fundidas em Ni-Cr em função do forro, líquido especial e acabamento.

R. Y. BALLESTER*, E. LODOVICI, A. D. LOGUERCIO, I. BALDUCCI.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7840.
E-mail: ryballes@fo.usp.br

Foi medido o desajuste vertical intracoronário (I) e extracoronário (E) de 144 luvas tronco-cônicas no próprio troquel onde foram formados os padrões de cera. Fundiu-se sobre revestimento fosfatado (Termocast - Polidental) com liga de Ni-Cr (Verabond II), em função dos seguintes fatores de variação: concentração [C] do líquido especial (100%; 80%); porcentagem [%] de líquido de espatulação (16%; 19%); tipo de forro [F] (plástico sem forro [P]; forro seco da celulose [S]; forro úmido de celulose [U]); acabamento [A] do metal (bruto de fusão limpo com jato de esferas de vidro [B]; após desgaste de irregularidades superficiais com pedra branca [D]). Foi também medida a rugosidade (Rs) das peças brutas de fusão e analisada sua relação com o ajuste. Os resultados de desajuste (I e E) em micrômetros (médias na tabela) foram submetidos a duas análises de variância, que revelaram diferenças significantes (p < 0,01) para os fatores C, %, A e para as interações C versus %, C versus A (só no desajuste I). O fator F não foi significante.

 

F

C

%

A

 

P

S

U

100%

80%

16%

19%

B

D

I

4

– 32

21

72

– 65

41

– 50

–156

125

E

556

552

587

671

459

634

496

740

390

O desajuste E sempre ocorreu por superexpansão e foi maior do que o I. O tipo de forro não influiu; as peças fundidas com revestimento de líquido mais concentrado ou menor proporção de líquido ficaram mais expandidas. O desgaste de irregularidades influiu mas a rugosidade não se correla­cionou com o desajuste.

  A096 

Fundibilidade em ligas de Ni-Cr com e sem berílio.

O. L. BEZZON*, S. CROSARA.

Departamento de Materiais Dentários e Prótese, FORP-USP. E-mail: olbezzon@forp.usp.br

O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo comparativo no que diz respeito a fundibilidade de duas ligas de Ni-Cr, uma contendo berílio (Verabond) e outra não (Verabond II). Foi utilizado o método de fundição por indução a vácuo e atmosfera não controlada às temperaturas de 1.370ºC, 1.340ºC e 1.310ºC. Os corpos-de-prova obtidos seguiram o método proposto por Whitlock, que utiliza como padrão de fundição, uma malha de poliéster contendo 100 espaços vazios. A inclusão dos corpos-de-prova foi feita com revestimento Termocast. Após fundição, os resultados são expressos por uma leitura direta do número de espaços reproduzidos, que traduzem o potencial da liga em reproduzir finos detalhes.

Após realização do teste de Kruskal-Wallis, pudemos concluir que para as duas ligas, a fundição a vácuo possibilitou a redução da temperatura de 1.370ºC para 1.310ºC sem que houvesse alteração dos valores obtidos no ensaio (100% dos espaços reproduzidos). A fundibilidade à atmosfera não controlada provocou maiores alterações nos valores obtidos, variando na liga Verabond de 94 a 95,5% e na liga Verabond II de 77,5 a 90,5% dos espaços reproduzidos. Pelo teste U de Mann-Whitney, não houve diferença estatisticamente significante quando as ligas Verabond e Verabond II foram comparadas. (APOIO CNPq - Processo 301080/91-7 - RN.)

 

  A097 

Rugosidade superficial de resinas para posteriores submetidas a diversos tratamentos.

A. BOLANHO*, C. ANAUATE NETTO, M. N. YOUSSEF, A. R. P. CARMO, A. MANDELLI.

Departamento de Dentística, Faculdade de Odontologia da UMC – SP.

Este trabalho estuda in vitro a rugosidade superficial de resinas para dentes posteriores submetidas a diversos tratamentos de superfície. Foram avaliadas 5 resinas em um total de 150 amostras, fotopolimerizadas contra a matriz de poliéster e posteriormente submetidas aos tratamentos de superfície com borracha abrasiva, brocas multilaminadas, disco de feltro com pasta diamantada e por fim, selante de superfície. As leituras foram realizadas em rugosímetro, em RA (mm). Os resultados estatísticos, após a análise de variância ANOVA, mostraram que há diferença significativa (p < 0,05) na rugosidade superficial de todas as resinas pesquisadas, entre o grupo controle e as superfícies obtidas após tratamento de superfície. Diferenças significativas (p < 0,05) também foram observadas entre todos tratamentos de superfície com borracha abrasiva e broca multilaminadas.

Conclui-se que, com exceção da resina Alert, todas as resinas pesquisadas não apresentaram melhora nos resultados da lisura superficial após a aplicação do selante de superfície. A melhor lisura de superfície obtida após selante de superfície em ordem crescente foi: Definite, Solitaire, Alert, Filtek P60 e Prodigy quando tratadas com borracha abrasiva e Definite, Prodigy, Filtek P60, Solitaire e Alert quando tratadas com brocas multilaminadas.

 

  A098 

Avaliação da microdureza de materiais restauradores após o clareamento com peróxido de carbamida a 10%.

I. T. CAMPOS*, L. A. PIMENTA.

Dentística, FOP-UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5337. E-mail: inger@plugue.com.br

O objetivo deste trabalho in vitro foi avaliar quantitativamente os efei­tos do clareamento com peróxido de carbamida (PC) a 10% (Opalescence - Ultradent Prod.) nos materiais restauradores, utilizando-se análise de microdureza. Matrizes cilíndricas de acrílico (4 x 2 mm) foram preenchidas com os seguintes materiais restauradores: Charisma (Heraeus Kulzer), Vitremer (3M), Dyract (Dentsply) e Permite C (SDI). Confeccionaram-se 40 corpos-de-prova para cada material restaurador (n = 160). Destes, metade recebeu tratamento clareador e a outra metade (controle) permaneceu imersa em saliva artificial, trocada diariamente. O tratamento clareador consistiu na imersão dos espécimes em um volume de 1 cm3 de PC a 10%, por seis horas diárias, durante três semanas. Após este período, foi feita a medida da microdureza Knoop (KHN) em cada corpo-de-prova, em cinco locais diferentes (microdurômetro - Future Tech - FM - 1e, Germany), aplicando-se carga de 25 g, por 20 segundos. Os valores lidos, foram transformados em KHN e a média dos valores foi calculada. Os dados foram submetidos a análise estatística (ANOVA e Sidak). Não foram observadas alterações estatisticamente significantes na microdureza para a resina composta - Charisma/PC 10% = 38,05 (ab); Charisma/saliva = 36,85 (bc). Para os materiais híbridos - Vitremer/PC 10% = 27,75 (d); Vitremer/saliva = 40,5 (a); Dyract/PC 10% = 29,8 (d); Dyract/saliva = 33,45 (c) e amálgama- Permite C/PC 10% = 183,5 (e); Permite C/saliva = 215,8 (f) houve diminuição da microdureza após o tratamento com PC 10%.

Concluiu-se que o tratamento clareador com gel de peróxido de carbamida a 10% pode ocasionar alterações na microdureza dos materiais Vitremer, Dyract e Permite C. (Apoio: FAPESP projeto nº 98/10285-0.)

  A099 

Pré-hibridização: influência sobre a resistência de união à dentina em cimentação adesiva.

P. E. C. CARDOSO, P. BURMANN*, M. GOMES, E. H. DUTRA, M. A. PIMENTA.

Programa de Iniciação Científica em Odontologia – Convênio UFSM/USP.

Procedimentos restauradores indiretos envolvem etapas intermediárias, com constante exposição da dentina a agentes contaminantes. Isto pode, tanto interferir no processo adesivo, quanto na sensibilidade dentinária. A aplicação de sistemas adesivos imediatamente após o preparo pode ser considerada uma técnica eficiente, entretanto, seus efeitos sobre a cimentação adesiva são discutíveis. Este estudo avaliou a influência da pré-hibridização na adesão à dentina. Foram utilizados 36 molares humanos com as superfícies oclusais planas em dentina. Suas raízes foram embutidas em resina acrílica autopolimerizável (RAP) num anel de PVC. Foram fundidos 40 botões (Æ 5 mm) em liga de Ni-Cr-Be (Co-Span 13.5 – Ceramodental, Brasil) que foram jateados com Al2O3. A superfície de dentina, antes da cimentação, foi contaminada, em seqüência, com vaselina sólida, RAP, silicona de adição (Aquasil ULV - Dentsply, Brasil), cimento provisório (Provy - Herpo, Brasil) e uma profilaxia com pedra-pomes e água, simulando situações clínicas. Os botões metálicos foram, então, cimentados à dentina com o seguinte arranjo (n = 9): Grupo 1) Clearfil SE Bond (SE) + Panavia F (PAN); Grupo 2) ED Primer (EDP) + PAN; Grupo 3) pré-hibridização (PHZ) com SE + SE + PAN; Grupo 4) PHZ com SE + EDP + PAN (sistemas adesivos Kuraray - Japan). Na seqüência, os CP foram armazenados por 24 horas (H2O/37ºC) e então submetidos ao teste de tração (Wolpert - 0,5 cm/min). Pela análise estatística dos dados (ANOVA e Tukey 5%) foi possível concluir que a pré-hibridização na forma proposta não influi na resistência adesiva (p > 0,05) e que o sistema adesivo Clearfil SE Bond como adesivo principal (grupos 1 e 3: 4,4 e 5,7 MPa respectivamente) proporcionou melhores resultados que o ED Primer (grupos 2 e 4: 2,4 MPa para ambos).

O tipo de adesivo usado na cimentação foi fator decisivo nos resultados de adesão.

  A100 

Resistência à compressão de compósitos indiretos após armazenagem em água.

A. F. P. CARREIRO*, C. A. S. CRUZ.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – Faculdade de Odontologia de
Araraquara – UNESP.

Um dos grandes problemas das resinas compostas ainda é sua inadequada longevidade no ambiente bucal. A degradação físico-química do sistema de resinas compostas manifesta-se após algum tempo, tendo o material entrado em contato íntimo com a saliva ou forças oclusais. Motivados pela evidente ação adversa da absorção da água em polímeros e compósitos orgânicos, decidimos avaliar, por meio de testes de resistência à compressão, a degradação hidrolítica nos compósitos indiretos Artglass (Heraeus Kulzer), Solidex (Shofu) e Targis (Ivoclar), comparando-os a resina composta direta Z100 (3M) e a uma cerâmica feldspática (Noritake). Para a execução dos testes de resistência à compressão foi utilizada a máquina de ensaios mecânicos universal Material Test System - MTS 810 (MTS System Corporation, EUA) equipada com célula de carga de 100 kN, a uma velocidade de 0,5 mm/min. Para cada grupo foram confeccionados inicialmente 20 corpos-de-prova: 10 foram submetidos a carga de compressão após 7 dias e 10 foram colocados em recipientes âmbar devidamente identificados, contendo 10 ml de água destilada, e armazenados em estufa de cultura FANEM a temperatura de 37 ± 1ºC por período de 180 dias, quando foram submetidos a carga de compressão. Os resultados mostraram que apenas para o material Targis houve diminuição da resistência à compressão após 180 dias de imersão, para os demais materiais testados os valores antes da imersão foram estatisticamente similares aos valores após 180 dias de imersão.

Com base na metodologia empregada e nos resultados obtidos, podemos concluir que o processo de degradação hidrolítica está presente apenas no material Targis, indicando a possibilidade de alteração de suas propriedades mecânicas no ambiente bucal.

 

  A101  

Avaliação do grau de conversão de resinas compostas pela FTIR.

C. M. L. S. CARVALHO*, M. F. GOES, J. M. ROSOLEN, E. ZANICHELLI, A. L. MOREIRA.

Materiais Dentários – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5345/433-4946.
E-mail: cmlscarvalho@hotmail.com

O propósito deste trabalho foi avaliar o grau de conversão de uma resina composta convencional (Z100 – 3M) e de uma resina cuja composição orgânica e inorgânica foi alterada (Solitaire – Kulzer) através de espectroscopia de transmissão infravermelha de Forrier (FTIR) realizada antes e após a polimerização. As amostras foram divididas em 2 grupos: Grupo A: Z100 e Grupo B: Solitaire, tendo como controle a resina não polimerizada. Foi obtida uma película de material não polimerizado entre dois discos de vidro de KBr (brometo de potássio) e levada à análise de FTIR no aparelho Nicolet (52 DX FT-IR Spectrometer. 400-4.000 cm–1). Para análise do material polimerizado, foi confeccionada uma amostra cilíndrica (5 mm de espessura x 12 mm de diâmetro) para cada grupo, polimerizada por aparelho fotopolimerizador XL1000 (3M - 500 mW) por 40 segundos de acordo com as instruções do fabricante. As amostras foram armazenadas ao abrigo da luz em umidade relativa por 24 horas a 37ºC. Decorrido este tempo, a superfície em contato com a luz foi seccionada com o auxílio de disco diamantado sob irrigação a uma espessura de 0,5 mm. A amostra foi triturada até a obtenção de um pó fino, misturada a brometo de potássio (KBr) e prensada sob carga de 10 toneladas para obtenção de um disco, levado a análise através de FTIR. Os valores de grau de conversão para as resinas estudadas são: Grupo A: 98,831% e Grupo B: 99,248%.

A avaliação gráfica dos resultados, leva a concluir que não há diferença significante no grau de conversão das duas resinas estudadas. (Apoio financeiro: CAPES.)

  A102 

Avaliação in vitro da infiltração marginal em restaurações de dentes decíduos com cimento de ionômero de vidro modificado por resina.

S. L. CASTRO*, A. M. A. LEAL, C. A. PANSANI, F. C. B. A. LIMA, L. C. M. LONFFREDO.

Departamento de Odontolologia Restauradora e Clínica Infantil – FOAr. – UNESP.
Tel.: (0**16) 236-7483.

O objetivo deste estudo foi avaliar a infiltração marginal em restaurações com cimento de ionômero de vidro modificado por resina, em função de diferentes tratamentos do esmalte e da dentina. Foram confeccionadas sessenta cavidades em molares decíduos humanos recém-extraídos. Previamente à inserção do cimento de ionômero de vidro realizou-se diferentes pré-tratamentos, tais como: grupo 1 - “primer” do Vitremer, grupo 2 - condicionamento com ácido fosfórico a 35% + “primer” do Vitremer e grupo 3 - sistema adesivo Scotchbond Multipurpose. Os espécimes submetidos à ciclagem térmica por 300 ciclos de 10ºC e 55ºC foram imersos em rodamina B a 0,2% por um período de 24 horas. Posteriormente foram seccionados e analisados sob lupa estereoscópica Zeiss em aumento de 40 X.

Os resultados foram submetidos a análise estatística de Kruskal-Wallis, através da qual pode-se concluir que: a) nenhum dos tratamentos foi capaz de inibir completamente a infiltração marginal, b) para a parede oclusal, os grupos G1 tratados com “primer” (Vitremer) e G2 tratado com ácido fosfórico a 35% e “primer” (Vitremer) tiveram comportamentos semelhantes, enquanto o grupo G3 tratado com Scotchbond Multipurpose apresentou maior infiltração; c) para a parede cervical os tratamentos da superfície dentária apresentaram comportamentos semelhantes; d) a infiltração marginal ocorreu em maior grau na parede oclusal quando comparado a parede cervical.

 

  A103 

Translucidez de resinas compostas modificadas por poliácidos.

A. B. E. CATIRSE*, N. S. GARCIA, S. A. M. CORONA, W. DINELLI.

Departamento de Materiais Dentários e Prótese, FORP-USP. E-mail: alma@forp.usp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a translucidez de resinas compostas modificadas por poliácidos, F2000 e Freedom, quando submetidas à vinte imersões em diferentes soluções de fluoreto de sódio a 0,05%, Fluordent Reach, Fluorgard e Oral-B. Foram preparados para cada solução, cinco corpos-de-prova com 10 mm de diâmetro e 2 mm de espessura. O aparelho de eletroforese de Jouan foi utilizado para a determinação dos valores percentuais de translucidez. Após a obtenção dos dados, estes foram submetidos a análise de variância e aplicação do teste de Tukey, no qual obteve-se que o Freedom (73,81%) apresentou maiores porcentagens de translucidez que o F2000 (58,33%). Para o fator solução os maiores níveis de translucidez foram determinados pela solução Fluorgard (67,90%) e os menores níveis pela solução Oral-B (64,80%), ficando em posição intermediaria a solução Fluordent Reach (65,50%). O fator número de imersões apresentou diferença estatisticamente significante, sendo que a terceira, quarta e quinta imersões determinaram porcentagens de translucidez estatisticamente iguais entre si e maiores que as demais imersões.

Os resultados deste trabalho permitem concluir que: o material Freedom apresentou maiores porcentagens de translucidez do que F2000 quando submetidos a ação de qualquer uma das soluções estudadas. A solução Fluorgard determinou maiores níveis de translucidez e a porcentagem de translucidez aumentou na terceira, quarta e quinta imersões.

 

  A104 

Sorpção de água e solubilidade de cimentos de ionômero de vidro modificados por resina.

D. F. G. CEFALY*, A. ISHIKIRIAMA, M. F. L. NAVARRO.

Departamento de Dentística/FOB – USP. (0**14) 235-8325. E-mail: mflnavar@usp.br

Falhas clínicas têm sido observadas quando coroas totais de porcelana são cimentadas com cimentos de ionômero de vidro modificados por resina (CIVMR). As tensões de expansão causadas pela sorção de água estão relacionadas com tais falhas. Recentemente, um novo material foi lançado e uma baixa expansão é anunciada pelo fabricante. O objetivo deste estudo foi avaliar a sorção de água e a solubilidade deste novo produto, ProTec Cem - Vivadent (P), e de dois outros CIVMR: Fuji Plus - GC (F) e Vitremer - 3M (V). O ionômero convencional Ketac Cem - Espe (K) foi utilizado como controle. Os testes foram realizados de acordo com a ISO 4049 : 1988. Cinco espécimes cilíndricos (15 mm x 0,5 mm) foram confeccionados para cada material e para cada teste. Após 15 minutos do início da ma­nipulação, os espécimes foram removidos dos moldes e transferidos a dessecadores. Os espécimes foram pesados até uma massa constante ser obtida (M1), imersos em água deionizada por 7 dias e pesados (M2). Em seguida, foram ­recondicionados até uma massa constante em dessecadores (M3). O volume de cada espécime (V) foi calculado. A sorção de água (SA) foi determinada: SA = M2-M3/V. As médias da SA em mg/mm3 foram: 257,99 (3,33) para F; 140,58 (6,33) para P; 248,54 (3,59) para V e 170,28 (2,72) para K. A solubilidade (S) foi determinada: S = M1-M3/V. As médias da S em mg/mm3 foram: 30,63 (2,18) para F; 40,67 (5,11) para P; -9,71 (1,68) para V e 32,52 (2,14) para K. Os dados foram submetidos a ANOVA a um critério e ao teste de Tukey. Exceto pelo P, os grupos apresentaram sorções estatisticamente maiores que o grupo controle (K). Exceto pelo F, os grupos foram estatisticamente diferentes do grupo controle (K).

O ProTec Cem pode ser considerado uma boa opção para a cimentação de coroas totais de porcelana. (Financiado por FAPESP 98/15709-3.)

  A105 

Posicionamento de muflas no microondas - liberação de monômero e dureza.

V. M. OLIVEIRA*, A. A. DEL BEL CURY, S. CONSANI, R. C. M. RODRIGUES GARCIA.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

No intuito de reduzir o tempo dispensado na fase laboratorial para a confecção de próteses, foi objetivo desta pesquisa analisar a influência da posição e número de muflas durante a polimerização no forno de microondas sobre a liberação de monômero residual e dureza de resinas para bases de prótese. Foram confeccionados 15 espécimens com dimensões de 32,5 x 3,0 x 10,0 mm com a resina Acron MC e polimerizadas com microondas por 3 minutos à 500 W, com somente uma mufla e 4,5 minutos quando polimerizadas com duas muflas no interior do forno. A posição da mufla no centro do prato giratório (C) foi considerado controle e, as posições: na extremidade (G1E) e no centro do prato (G1C), bem como a utilização de uma mufla sobre a outra (G2A, embaixo e G2E, em cima), como fases experimentais. Os espécimens de cada grupo foram colocados individualmente, em tubos de ensaio contendo 6 ml de água deionizada e mantidos em estufa a 37 ± 2ºC. A água foi trocada a cada 24 h e o monômero liberado foi analisado através da espectrofotometria a 215 nm. Os resultados foram expressos em quantidade de monômero liberado por área do material (mg/cm2). Para avaliação da dureza foram preparados 15 espécimens e a dureza Knoop determinada em 12 pontos, após 144 h de imersão em água. Os resultados obtidos foram submetidos a ANOVA e teste de Tukey. 24 h: C = 26,64 ± 12,7; G1C = 11,15 ± 4,7; G1E = 137,6 ± 165,1; G2E = 51,59 ± 39,7; G2A = 2,37 ± 0,2; 48 h: C = 5,81 ± 3,3; G1C = 2,46 ± 0,9; G1E = 15,1 ± 4,0; G2E = 12,57 ± 9,9; G2A = 0,78 ± 0,1 e dureza: C = 17,97 ± 1,4; G1C = 16,7 ± 1,5; G1E = 15,0 ± 0,9; G2E = 12,28 ± 1,5; G2A = 17,9 ± 1,3.

Pode-se concluir que a posição da mufla (G2E) apresentou diferenças significantes tanto para a liberação de monômero nas primeiras 48 h, quanto para a dureza. (FAPESP: 99-02498-7.)

  A106 

Avaliação do desgaste e da rugosidade de diferentes resinas compostas.

D. T. CHIMELLO*, R. G. PALMA DIBB, E. H. G. LARA.

Dep. Odonto. Rest./FORP – USP e Dep. Ciências Farm./FCFRP – USP. Tel.: (0**16) 602-4078. E-mail: rgpalma@forp.usp.br

A rugosidade superficial das resinas compostas pode ser causada pela escovação, que ocorre mais freqüentemente em restaurações classe V de dentes anteriores. O objetivo deste trabalho foi a avaliação in vitro do desgaste e da rugosidade de diferentes resinas, antes e após a escovação. Cinco resinas compostas foram testadas: Revolution, Natural Flow, Fill Magic Flow (resinas “flow”), Silux Plus (resina microparticulada) e Z100 (resina híbrida). Oito corpos-de-prova foram confeccionados para cada grupo (totalizando 40 corpos-de-prova), utilizando-se um molde com 12 mm de diâmetro e 1 mm de profundidade. Cada material foi inserido no molde em um único incremento, recoberto por uma lâmina de vidro, fotopolimerizado por 40 segundos e mantido em água destilada a 37ºC por 7 dias. Após este período foram polidos com discos Super Snap e submetidos ao teste de rugosidade. Cada espécime foi então pesado, fixado sobre placas de Plexiglass, e submetidos a escovação simulada. Após o teste, os corpos-de-prova foram removidos das placas, novamente pesados, e submetidos ao segundo teste de rugosidade. A perda de peso de cada espécime foi calculada, e os resultados de rugosidade superficial analisados. De acordo com os resultados, observou-se que a Natural Flow apresentou a superfície mais lisa após a escovação, mostrando-se estatisticamente superior às outras resinas testadas. Natural Flow e Z100 apresentaram a menor taxa de desgaste em relação as outras resinas, não havendo diferença estatisticamente significante entre ambas.

Concluindo, a Natural Flow e a Z100 apresentaram melhor comportamento frente a escovação, em termos de desgaste e rugosidade. (Financiado pela FAPESP - Processo nº 99/06060-6.)

  A107 

Avaliação clínica de restaurações classe V estéticas.

M. A. CHINELATTI*, R. P. RAMOS, D. T. CHIMELLO, R. G. PALMA DIBB, T. NONAKA.

Departamento de Odontologia Restauradora FORP-USP. Tel.: (0**16) 602-4078.
E-mail: rgpalma@forp.usp.br

O objetivo deste estudo foi comparar o comportamento clínico de dois compômeros: F2000 - 3M (F2) e Freedom - SDI (F) com um cimento de ionômero de vidro modificado por resina: Vitremer - 3M (V) no período de 1 ano. Foram selecionados 19 pacientes com pelo menos 3 cavidades classe V decorrentes de lesões cariosas e não cariosas. No total foram realizadas 29 restaurações de cada material em dentes posteriores e/ou anteriores. Realizou-se a profilaxia, remoção do tecido cariado quando necessário, retenção adicional na parede circundante 0 ou I da cavidade e bisel no ângulo cavossuperficial 0 ou I nas cavidades restauradas pelos compômeros. Em seguida os materiais foram inseridos sob isolamento absoluto, seguindo as instruções dos fabricantes. As restaurações foram acabadas após uma semana e avaliadas por 2 examinadores previamente treinados, no “baseline” e após 1 ano usando os critérios da USPHS. As características analisadas foram: cárie, forma anatômica, alteração de cor, descoloração marginal, textura superficial, integridade marginal e sensibilidade pós-operatória. No “baseline” todas as restaurações foram aceitáveis. Após 1 ano, retornaram 16 pacientes (em torno de 21 restaurações de cada material) e os três materiais apresentaram alterações. Observou-se que houve alterações principalmente quanto à forma anatômica e a textura superficial. Os resultados foram analisados pelo teste Qui-quadrado. Houve diferença estatisticamente significante entre os materiais restauradores tendo o F2 obtido os melhores resultados.

Concluindo que após 1 ano somente o F2000 apresentou resultados satisfatórios em todos os aspectos analisados.

  A108 

Influência de operadores na adaptação das bases de prótese total.

R. L. X. CONSANI*, S. S. DOMITTI, M. F. MESQUITA, M. H. W. ALMEIDA.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba, UNICAMP, São Paulo.

Diversas variáveis afetam a alteração dimensional das bases de prótese total. Este estudo avaliou a adaptação das bases sob influência dos procedimentos de três operadores. Cada operador confeccionou cinco conjuntos-modelo de gesso-base de cera, que foram incluídos em muflas metálicas pela técnica de rotina. A resina acrílica termopolimerizável Clássico foi proporcionada e manipulada de acordo com as instruções do fabricante. Após prensagem final em prensa de bancada, a resina foi submetida ao ciclo de polimerização em água aquecida a 74ºC por 9 horas. As bases foram removidas das muflas, acabadas e fixadas ao modelo de gesso com adesivo instantâneo. O conjunto modelo-base foi seccionado lateralmente nas regiões correspondentes à distal de caninos (A), mesial dos primeiros molares (B) e palatina posterior (C). O desajuste da base de resina ao modelo de gesso foi verificada com microscópio comparador (Leitz), com sensibilidade de 0,001 mm, em cinco pontos referenciais para cada corte.

Os resultados submetidos à análise estatística e ao teste de Tukey (5%) mostraram que: 1) a adaptação da base foi influenciada pelos operadores; 2) a alteração dimensional obtida pelo operador 2 (0,050 mm) foi estatisticamente diferente dos operadores 1 (0,211 mm) e 3 (0,210 mm); 3) para todos os operadores, o menor desajuste foi verificado no corte A (1 = 0,156 mm, 2 = 0,014 mm e 3 = 0,164 mm) e o maior no C (1 = 0,274 mm, 2 = 0,074 mm e 3 = 0,281 mm), ficando o B com valores intermediários (1 = 0,204 mm, 2 = 0,058 mm e 3 = 0,158 mm); 4) o padrão de distorção da base, ocorrido na região palatina posterior foi confirmado no corte C pelos três operadores.

 

  A109 

Resistência flexural de compósito em função de dimensões e fotoativação.

I. C. CORRÊA*, A. MUENCH, R. Y. BALLESTER.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7840.
E-mail: p-ivo@fo.usp.br

A finalidade foi estudar a resistência flexural de um compósito (Heliomolar RO) em função das dimensões dos espécimes (cp) e número de lados de irradiação, vinculada ao lado de aplicação da carga. Os cp foram obtidos em matriz especial, com as dimensões de comprimento ´ largura ´ espessura e distância (d) entre apoios (mm): 25 x 2 x 4, d = 20; 25 x 2 x 2, d = 20; 15 x 2 x 2, d = 12; 10 x 2 x 2, d = 8; 10 x 2 x 1, d = 8. A fotoativação foi por 40 segundos a 600 mW/cm2, perfazendo junto com a aplicação da carga de ruptura 3 níveis (L/F): 1) irradiação pelos 2 lados, com aplicação da carga em qualquer um (2L); 2) e 3) irradiação por um lado e aplicação da carga no mesmo (1F/FLI) ou no oposto (1L/FLO). Os cp foram armazenados por 24 horas a 37ºC antes dos testes. Foi aplicada a análise de variância e teste de Tukey. Os resultados (tabela) mostram a grande influência da irradiação ´ espessura e não dos comprimentos dos cp.

Conclusões: A irradiação influiu nas maiores espessuras mas não na de 1 mm; o comprimento dos cp não influiu, possibilitando obter cp com menos material e com menor tempo na confecção dos mesmos. (Apoio CAPES.)

L/F

25 x 2 x 4 mm

25 x 2 x 2 mm

15 x 2 x 2 mm

10 x 2 x 2 mm

10 x 2 x 1 mm

2L

 91,9 abc

 92,3 abc 

 97,0 a    

 97,1 a     

 95,1 abc 

1L/FLI

 78,6 de

 96,2 ab  

 88,1 abcd

 88,5 abcd

 90,3 abcd

1L/FLO

 71,8 e 

   84,5 abcde

 83,7 bcde

 82,7 cde

 91,4 abcd

Médias (n = 10) em MPa, com mesma letra são semelhantes (p > 0,05)

  A110 

Influência da escovação na rugosidade de superfície de materiais restauradores estéticos.

L. CORRER SOBRINHO*, M. U. FRANCISCO, S. CONSANI, M. A. C. SINHORETI.

Departamento de Materiais Dentários – FOP – UNICAMP – São Paulo, Brasil.

O propósito deste estudo foi investigar a influência da escovação mecânica na rugosidade de superfície do Artglass (Kulzer), Targis (Ivoclar) e Sculpture (Jeneric/Pentron). Dez amostras com 7 mm de diâmetro por 2,5 mm de espessura foram confeccionadas para cada material. O Artglass foi polimerizado no forno Uni-XS por 180 segundos, o Targis foi polimerizado no aparelho Targis Power por 25 minutos e o Sculpture foi polimerizado por 60 segundos com o aparelho XL3000. Todas as amostras foram armazenadas em água destilada a 37ºC, por 24 horas. Em seguida, cinco amostras de cada material receberam acabamento e polimento e 5 não receberam (controle). A rugosidade foi verificada com o aparelho Surr-corder (SE 1700), antes e após as amostras serem submetidas a 30.000 ciclos numa máquina de escovação Equilabor usando escova dental (Kolynos) e dentifrício (Sorriso). Foram feitas três leituras em cada amostra, totalizando 90 leituras. Os resultados foram submetidos a análise de variância e ao teste de Tukey (5%) e indicaram que: 1 - Para as mostras com polimento, antes da escovação, a rugosidade do Artglass (0,551 mm) foi superior em relação ao Targis (0,378 mm) e o Sculpture (0,090 mm). Nenhuma diferença estatística foi observada após a escovação Artglass (0,344 mm), Targis (0,283 mm) e Sculpture (0,122 mm); 2 - Nenhuma diferença estatística foi encontrada entre os materiais Artglass, Sculpture e Targis, sem polimento, antes (0,330 mm; 0,627 mm; 0,535 mm) e após a escovação (0,597 mm; 0,810 mm; 0,945 mm).

Os resultados indicaram que a escovação promoveu aumento na rugosidade de superfície para as amostras sem polimento e redução nas amostras com polimento.

  A111 

Resistência da união metalocerâmica de ligas de Ni-Cr e Pd-Ag.

S. CROSARA*, O. L. BEZZON.

Departamento de Materiais Dentários e Prótese, FORP – USP. E-mail: olbezzon@forp.usp.br

O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo comparativo da resistência da união metalocerâmica de duas ligas de Ni-Cr, uma contendo berílio (Verabond) e outra não (Verabond II), e uma liga de Pd-Ag (Pors-on 4), combinadas com duas cerâmicas, IPS (indicada para as ligas de Ni-Cr), e Duceram (indicada para as ligas de Pd-Ag). Este estudo utilizou dois tipos de ensaio: um por carga de tração e outro por carga de cisalhamento. O ensaio por carga de tração consistiu na construção e posterior embutimento de anéis cerâmicos em torno de hastes metálicas das ligas avaliadas. Estes corpos-de-prova foram submetidos à aplicação de uma carga de tração em uma máquina de ensaios universais EMIC MEM 2000, até que a união metalocerâmica fosse rompida. No ensaio por carga de cisalhamento, discos cerâmicos foram construídos sobre a superfície de cilindros metálicos e uma carga de cisalhamento, por meio de um cinzel, foi aplicada na interface até o rompimento da união metalocerâmica.

Após análise de variância e complementação com o teste de Tukey, pudemos concluir que no ensaio por carga de tração houve diferença estatisticamente significante na interação cerâmica IPS/liga Pors-on 4, que apresentou os melhores resultados (6,91 kgf/mm2). No ensaio por carga de cisalhamento, houve diferença estatisticamente significante somente entre as combinações cerâmica Duceram/liga Pors-on 4 (3,00 kgf/mm2) e cerâmica IPS/liga Pors-on 4 (2,21 kgf/mm2), onde a segunda combinação apresentou os piores resultados. (Apoio FAPESP - Processo 97/10044-0.)

  A112 

Progressão de presa de ionômeros de vidro modificados por resina e resinas compostas modificadas por poliácidos.

C. A. S. CRUZ*, G. L. ADABO, R. G. FONSECA, L. G. VAZ.

Departamento Materiais Odontológicos e Prótese. Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 232-1233. E-mail: cruz@foar.unesp.br

Os cimentos de ionômero de vidro tem demonstrado grande evolução e versatilidade clínica. Todavia, nem todos os produtos preservam a reação ácido-base, característica dos cimentos convencionais. O objetivo deste estudo foi avaliar, por meio de ensaios de dureza Vickers, a progressão de presa dos materiais Vitrebond e Vitremer (3M), Fuji II LC (GC) e Dyract e Variglass (Dentsply). Amostras (n = 5), com e sem a aplicação de luz (40 segundos), foram analisadas em aparelho Wolpert, 5 minutos e 7 dias após sua confecção. Durante este período, os corpos-de-prova permaneceram armazenados a 37 ± 1ºC, protegidos da luz. Análises realizadas pelos testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis (p £ 0,05) mostraram valores de dureza estatisticamente superiores aos 7 dias, porém, com diferente ganho percentual entre os materiais: Vitrebond, 456,73%; Vitremer, 191,99%; Fuji II LC, 157,80%; Dyract, 68,35%; Variglass forrador, 62,38%; Variglass restaurador, 25,62%. Sem a aplicação da luz, apenas os materiais Vitremer e Fuji II LC apresentaram presa nos dois períodos estudados, com valores estatisticamente inferiores no período inicial e também em relação ao grupo com exposição à luz. O material Vitrebond apresentou presa somente no período final, com valores também inferiores ao grupo controle. Dyract e Variglass não apresentaram presa sem a fotoativação.

Os resultados mostraram diferentes progressões de presa, evidenciando materiais exclusivamente dependentes da reação fotoquímica de polimerização.

  A113 

Avaliação da textura superficial entre materiais poliméricos e cerâmico.

A. H. M. DIAS*, E. T. KIMPARA, F. E. TAKAHASHI, V. MURATORE, E. M. C. VALADARES,
M. P. NEISSER.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese, Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

O propósito deste estudo foi avaliar a rugosidade superficial entre materiais de revestimento estético indiretos (Vita VMK 95, Solidex, Artglass, Targis). Para tanto, confeccionaram-se 10 corpos-de-prova nas dimensões de 6 mm de comprimento por 6 mm de diâmetro de cada material. Uma das superfícies planas recebeu acabamento e polimento, conforme recomendações do fabricante. As amostras concluídas foram submetidas a mensuração, através do rugosímetro Hommel Tester T500. Os valores médios de rugosidade máxima entre os materiais em questão, foram 5,73 mm, 5,15 mm, 6,83 mm e 3,72 mm, respectivamente. A seguir foram submetidos a análise de variância (ANOVA), ao nível de 5%, sendo detectado significância.

Concluiu-se que o material Solidex não apresentou diferença estatisticamente significante entre os grupos, enquanto o Targis apresenta significância estatística em relação ao Artglass e a cerâmica Vita VMK 95. (*Apoio financeiro: FAPESP.)

 

  A114 

Comportamento tênsil de modelos odontológicos.

S. C. DIAS*, H. PANZERI.

Departamento de Materiais Dentários e Prótese, FORP – USP.

Modelos odontológicos durante as fases laboratoriais do tratamento protético estão sujeitos a várias tensões. Essa pesquisa avaliou de modelos obtidos em gesso tipo IV, V, resina epóxica pura e modificada com zirconita, quando submetidos aos ensaios de compressão e tração na Máquina Universal de Ensaios MOD. MEM 2000. Os modelos foram obtidos em gesso Tuff Rock Fórmula 44® tipo IV, Exadur extra duro tipo V e com resina epóxica Epoxiglass 1504 manipulada com endurecedor “1603”. Esse material resinoso é de uso industrial e foi adaptado para uso odontológico com acréscimo de zirconita no endurecedor e na resina, em relação de l/l em peso, esta foi manipulada em relação de 35% entre resina e endurecedor, os gessos conforme recomendações dos fabricantes. Foram confeccionados 80 modelos cilíndricos com 12 mm de altura e 6 mm de diâmetro, vinte para cada material em análise, sendo 10 para o ensaio de compressão e 10 para o ensaio de tração. Os modelos foram ensaiados após 24 horas de sua obtenção, utilizando-se célula de carga de 2.000 kgf e velocidade de 5 mm/s. Os resultados analisados por teste de Tukey HSD com alfa 0,05 mostraram diferenças significantes entre gessos e resinas epóxicas para compressão e tração.

Desta pesquisa pode-se concluir que modelos em resina epóxica Epoxiglass e modificada com zirconita apresentam melhor comportamento tênsil que modelos em gesso, e estão indicados nas reabilitações protéticas extensas quando o uso de troquéis é intenso. (FAPESP: 98/13223-6.)

 

  A115 

Avaliação de uma nova unidade laboratorial para polimerização de resinas.

J. A. C. DISCACCIATI*, R. L. ORÉFICE, A. D. NEVES, W. C. JANSEN.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOUFMG. Departamento de de Engenharia Metalúrgica e de Materiais – UFMG. Tel.: (0**31) 335-8963, fax: (0**31) 275-1716.
E-mail: mcrisgd@mtecnet.com.br

Diversos sistemas para confecção de “inlays” e “onlays” em resina composta encontram-se disponíveis no mercado. Um dos produtos que tem sido amplamente utilizado para esse fim é o sistema Solidex®. Para polimerização deste material, o fabricante recomenda a utilização de sua unidade fotoativadora, o Solidilite®. Recentemente, foi lançado no mercado, a um custo bem mais baixo, o Mileniun®, uma nova opção para a polimerização daquele sistema. O objetivo desse estudo foi avaliar a habilidade desse novo aparelho em polimerizar adequadamente a resina Solidex®, tornando assim o investimento inicial mais acessível. Dez corpos-de-prova, medindo aproximadamente 15 mm de diâmetro por 1 mm de espessura foram confeccionados, cinco em cada unidade fotoativadora. Para se avaliar a efetividade da polimerização dos dois aparelhos em questão, foram determinados os valores médios de microdureza superficial, e também médias percentuais do grau de conversão monomérica através de espectroscopia de infravermelho. Através da aplicação do teste t de Student, considerando um nível de significância de 5%, não foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre microdureza superficial (39,25 VHN para o Solidilite® versus 38,11 VHN para o Mileniun®; t = 1,50; p = 0,18) e entre grau de conversão monomérica (54,32% para o Solidilite® veresus 56,72% para o Mileniun®; t = -0,71; p = 0,50) quando se comparou os dois aparelhos.

Concluiu-se que o aparelho Mileniun® tem habilidade para polimerizar a resina Solidex® com a mesma eficiência do aparelho Solidilite®.

 

  A116 

Avaliação da estabilidade dimensional da silicona de adição em dois tempos de armazenamento e no segundo vazamento.

F. M. FERNANDES, L. O. SOTELO*, R. O. MUSSEL, M. H. BATITUCCI, O. A. S. FRAGA.

Departamento de Prótese, FO da UERJ. Tel.: (**021) 587-6368.

O objetivo deste trabalho foi avaliar comparativamente a estabilidade dimensional da silicona de adição em função do tempo de armazenamento anterior ao vazamento e do segundo vazamento. Foram utilizados quarenta corpos-de-prova, obtidos à partir de moldagens de um troquel mestre em aço inox, que apresentava duas ranhuras para possibilitar as medições. Foi utilizado a silicona Aquasil (Dentsply) para as moldagens e gesso pedra melhorado tipo IV Vel-Mix – Kerr para os modelos. Os corpos-de-prova foram inicialmente divididos em dois grupos, de dez elementos cada, de acordo com o tempo de armazenamento; G1- quinze minutos, G2- vinte e quatro horas. Após o tempo de presa, os modelos foram retirados, reservados e realizado o segundo vazamento nas moldagens, obtendo assim os subgrupos; G1a- quinze minutos, G2a- vinte e quatro horas. As medições foram realizadas no Projetor de Perfis - Deltronic, modelo DV.114 CNC, resolução 0.001 mm, incerteza 0,001 mm e 95% para nível de confiança. Em cada corpo-de-prova foram feitas duas medições, sendo uma à 1 mm do topo e outra à 1 mm da base. Os resultados foram analisados estatisticamente teste t (p £ 0,05%), quando comparados os grupos G1 versus G2 (p = 0,493) e o Teste t pareado (p £ 0,05%) quando comparados os grupos G1 versus G1a e G2 versus G2a (p = 0,071 e p = 0,255). Em ambos os casos não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos.

Baseado nos resultados obtidos, os autores concluíram que a silicona de adição utilizada permite um segundo vazamento sem alterações significantes do modelo e em relação ao tempo de espera para o primeiro vazamento as alterações não são significativas entre 15 minutos e 24 horas.

  A117 

Estabilidade de cor de três resinas e uma cerâmica.

J. L. G. FIGUEIREDO*, L. YASSUMOTO, N. PEREIRA, B. RIBEIRO, M. ODA, E. MATSON.

Departamento de Dentística – FOUSP/UFMS. Tel.: (0**11) 3091-7843.

Com a utilização de um espectrofotômetro foram analisadas as estabilidades de cores em resinas compostas Solitaire®, Solidex™, Z100® e a cerâmica Vita VMK®. A bebida café foi empregada para manchar os corpos-de-prova. As leituras no espectrofotômetro foram feitas em intervalos de tempo de 1 hora, 48 horas, 1 semana e 2 semanas. Encontramos resultados de alterações de cores em todos os corpos-de-prova, com variadas significâncias entre si. A cerâmica Vita VMK® e a resina Z100®, foram consideradas as mais estáveis na cor, apresentando diferenças significantes somente após duas semanas. As resinas Solitaire® e Solidex™, apresentaram alterações de cor em todas as leituras analisadas nos intervalos de tempo entre 1 hora e 48 horas, entre 1 hora e 1 semana e entre 1 hora e 2 semanas.

Portanto, as resinas Solitaire® e Solidex™, não apresentaram uma estabilidade de cor adequada quando comparadas com os demais materiais Z100® e cerâmica Vita VMK®, em contato com o café.

 

  A118 

Avaliação da progressão de polimerização de cimentos resinosos na ausência de luz.

R. G. FONSECA*, C. A. S. CRUZ, G. L. ADABO, L. G. VAZ.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – Faculdade de Odontologia de ­Araraquara – UNESP. E-mail: renata@foar.unesp.br

Apesar do crescente emprego dos cimentos resinosos de dupla ativação na cimentação não apenas de restaurações estéticas indiretas, mas também de coroas metálicas e mistas conforme indicado pelos próprios fabricantes, ainda faltam trabalhos que comprovem a eficácia destes cimentos em tais situações, uma vez que a fotoativação é impedida pela presença do metal. Foi objetivo deste estudo avaliar, por meio de ensaio de dureza, a progressão de polimerização de cimentos resinosos de dupla ativação (Enforce e Scotchbond Resin Cement), submetidos ou não à fotoativação, e de ativação química (Panavia F e Cement-It) nos períodos imediato, 1 hora, 2 horas, 24 horas e 7 dias.

Os resultados foram submetidos à análise de variância indicando que em todos os materiais e condições testadas houve progressão de polimerização com valores finais de dureza estatisticamente superiores aos ini­ciais. Em ambos os cimentos de dupla ativação, a dureza do grupo não fotoativado igualou-se à do grupo fotoativado apenas aos 7 dias de análise. Na ausência de luz, o Scotchbond Resin Cement apresentou maior dureza que o Enforce em todos os tempos analisados, com exceção dos períodos imediato e de 1 hora, nos quais houve igualdade entre ambos. O Panavia e Cement-It apresentaram valores de dureza semelhantes entre si em todos os tempos analisados.

  A119 

Avaliação de meios para armazenagem de resíduos de amálgama de prata.

C. B. B. FORTES*, S. M. W. SAMUEL.

Departamento de Odontologia Conservadora, Faculdade de Odontologia da Universidade ­Federal do Rio Grande do Sul. Tel.: (0**51) 316-5198. E-mail: fortes@adufrgs.ufrgs.br

A proposta deste trabalho foi avaliar a eficácia de meios para armazenagem de resíduos de amálgama, no sentido de reduzir a liberação de mercúrio para o ar ambiente, tendo em vista o valor teto preconizado pela NR - 15, da portaria número 3214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho do Brasil. Como fonte de mercúrio foi utilizado o amálgama em cápsula da marca Dispersalloy (Dentsply). Após a trituração mecânica, o amálgama foi passado através de uma peneira com malha de 1,00 mm a fim de padronizar a fragmentação do mesmo. O amálgama fragmentado foi armazenado em potes de polipropileno transparente, com 0,5 l de capacidade volumétrica, onde, em um dos potes, os fragmentos foram mantidos a seco (grupo 1), e nos demais foram imersos em água destilada (grupo 2), em glicerina (grupo 3) e na solução de fixador para radiografia odontológica (grupo 4). Cada um dos quatro potes foram mantidos hermeticamente fechados, e colocados dentro de outro recipiente de polipropileno maior. Trinta minutos após a armazenagem dos fragmentos, os potes foram abertos, e iniciou-se a coleta de amostras de ar ao redor de cada um dos quatro potes. O mesmo procedimento foi realizado 30 dias após a armazenagem inicial. Para a coleta de ar foi utilizada a bomba amostradora de ar, da marca SKC®. As amostras de ar foram analisadas através de espectrofotometria de absorção atômica, para quantificação de mercúrio. Esta análise mostrou as seguintes concentrações de mercúrio nas amostras de ar, da primeira coleta e da segunda, para os quatro grupos, respectivamente: grupo 1 - 6,100 mg/m3 e 0,816 mg/m3; grupo 2 - 0,252 mg/m3 e 0,157 mg/m3; grupo 3 - 0,071 mg/m3 e 0,005 mg/m3; grupo 4 - 0,256 mg/m3 e 0,005 mg/m3.

Os resultados mostraram ser a glicerina o meio de armazenagem mais seguro, visto que a quantidade de vapor de mercúrio encontrada no ar, tanto na coleta inicial como após 30 dias, jamais ultrapassou o valor teto preconizado pela NR - 15, conferindo maior segurança, desde o período ini­cial da armazenagem destes resíduos.

  A120 

Resistência à fratura de dentes que receberam restaurações diretas e indiretas de resina composta.

C. E. FRANCISCHONE, P. H. P. D’ALPINO*.

Faculdade de Odontologia de Bauru – USP. Brasil.

Avaliou-se a resistência à fratura de dentes pré-molares superiores que receberam diferentes preparos cavitários (classe II - MOD) e restaurações diretas e indiretas de resina composta. Quarenta e cinco dentes recém-extraídos, hígidos, foram selecionados e divididos em 5 grupos: Grupo 1 - controle, não recebeu qualquer tratamento; Grupo 2 - preparo cavitário com broca carbide nº 245, produzindo cavidades retentivas, com ângulos internos arredondados, não sendo restaurado; Grupo 3 - recebeu somente preparo cavitário com ponta diamantada nº 2.136, produzindo cavidades com paredes expulsivas; Grupo 4 - recebeu o mesmo preparo que o grupo 2 e restaurou-se com resina direta (Single Bond 3M/Z250 – 3M); Grupo 5 - recebeu o mesmo preparo do grupo 3 e restaurou-se com resina indireta (Single Bond 3M/Rely X - 3M/Artglass - Kulzer). Submeteu-se os corpos-de-prova a testes de compressão axial com um cilindro de aço (8 mm Æ) acoplado a uma máquina de ensaios universal (Kratos), a uma velocidade de 0,5 mm/min. Os valores obtidos foram os seguintes (em kgf): Grupo 1 - 193,93 ± 24,46; Grupo 2 - 108,56 ± 8,66; Grupo 3 - 95,43 ± 17,73; Grupo 4 - 152,46 ± 30,13; Grupo 5 - 184,58 ± 56,51.

Observou-se que os preparos cavitários reduziram significantemente a resistência dos dentes; os materiais restauradores contribuíram para que esses valores aumentassem, não se observando diferença estatística entre os grupos 4 e 5 e o grupo controle; não houve diferença significante na resistência dos dentes quando se comparou os diferentes tipos de preparo cavitário. (Financiado pelo projeto FAPESP nº 98/15885-6.)

  A121 

Avaliação da profundidade de polimerização de resinas compostas condensáveis.

E. B. FRANCO, B. G. M. SEABRA*.

Departamento de Dentística da Faculdade de Odontologia de Bauru – USP.
Tel.: (0**14) 235-8365. E-mail: seabra@techno.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a profundidade de polimerização de resinas de alta densidade e sua relação com tempo de exposição e polimerização através do esmalte. Neste sentido foram analisadas as resinas, Alert, Solitaire e Surefil e uma resina híbrida (controle), Z100. Cinco espécimes foram confeccionados para cada condição. Uma matriz cilíndrica de teflon com 1 cm de espessura x 0,5 cm de diâmetro foi utilizada para inserção dos diferentes materiais. Uma lamínula de vidro foi interposta entre a matriz e a fonte de luz (XL 2500 – 3M), com ou sem a faceta de esmalte (1 mm), seguida da polimerização por 40 ou 80 s. Um dispositivo especial com adaptação de um instrumento rotatório/broca de aço esférica # 8, com peso de 320 g, foi utilizado para determinar a extensão da polimerização. A superfície oposta à fonte de luz foi considerada polimerizada quando a penetração da broca alcançava resistência semelhante àquela da superfície voltada para a fonte de luz. O remanescente foi medido com um espessímetro. As médias e desvios-padrão, em mm, foram:

Condição

Z100

Surefil

Alert

Solitaire

sem esmalte/ 80 seg

9,52 ± 0,25

9,18 ± 0,11

8,58 ± 0,15

5,68 ± 0,25

sem esmalte/ 40 seg

8,38 ± 0,38

7,70 ± 0,14

7,24 ± 0,11

4,78 ± 0,22

com esmalte/ 80 seg

6,30 ± 0,34

6,52 ± 0,31

5,56 ± 0,18

3,18 ± 0,27

com esmalte/ 40 seg

5,54 ± 0,13

5,52 ± 0,13

4,46 ± 0,40

2,04 ± 0,13

Houve diferença estatisticamente significante (ANOVA a três critérios e Tukey - p £ 0,05) para as variáveis: material, tempo de exposição à luz e interferência do esmalte. Os resultados sugerem que a interposição do esmalte e o tempo de exposição à luz interferem na profundidade de polimerização, podendo afetar o grau de polimerização mínimo estabelecido pelos fabricantes. (FAPESP 98/14941-0.)

 

  A122 

Desgaste de resinas compostas fluidas submetidas à escovação simulada.

F. C. P. GARCIA*, L. WANG, R. M. CARVALHO, R. F. L. MONDELLI.

Departamento de Dentística, FOB – USP. Tel.: (0**14) 223-8521. E-mail: fcpg@mailcity.com

Este trabalho avaliou o desgaste de resinas compostas de baixa viscosidade através de um teste in vitro por escovação simulada, analisando-se comparativamente a perda de massa e a alteração da rugosidade superficial. As marcas comerciais utilizadas foram: Aeliteflo, Flow-It e Wave e como controle uma resina composta de partículas híbridas Z100 e uma de micropartículas Silux Plus. Confeccionou-se 12 corpos-de-prova de cada grupo, totalizando 48 unidades de 5 mm de diâmetro e 3 mm de espessura. Para os testes de abrasão, foi utilizada uma máquina apropriada com escovas de cerdas macias e solução de dentifrício em água destilada. A alteração de massa foi verificada pela diferença entre as médias inicial e final (antes e após a escovação), utilizando-se uma balança analítica Sartorius. A alteração de rugosidade superficial foi verificada através da diferença da média inicial e final obtida por 5 leituras sobre as superfícies de cada corpo-de-prova com o rugosímetro Hommel Tester T 1000 e os resultados submetidos à análise estatística (ANOVA e Tukey, p < 0,05). As resinas Silux, Flow-It e Wave apresentaram perda de massa intermediária (3,0358 g, 2,6983 g, e 2,1917 g respectivamente), sem diferenças estatísticas entre elas. A resina Z100 apresentou menor alteração de massa (1,2908 g) e a resina Aeliteflo a maior (3,7692 g), com diferenças estatísticas significantes entre elas. A resina Wave apresentou a maior alteração de rugosidade (1,2870 mm), com diferença estatística significante dos demais grupos, Silux (0,2749 mm), Z100 (0,2495 mm), Flow-It (0,1217 mm) e Aeliteflo (0,0506 mm).

A resina Aeliteflo apresentou maior alteração de massa e menor rugosidade; e a resina Wave a maior rugosidade com perda de massa intermediária em relação às outras resinas testadas. (Apoio: FAPESP processo nº 98/13822-7.)

  A123 

Resistência de união entre liga metálica e agentes cimentantes, sob ciclagem térmica.

M. I. GARCIA*, M. A. J. ARAUJO, M. A. BOTTINO, A. DIAS, V. MUTATORE, I. BALDUCCI.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FOSJC – UNESP.
E-mail: nereg@iconet.com.br

Este trabalho avaliou a resistência de união à tração entre uma liga de Ni-Cr (Durabond) e um cimento resinoso adesivo (Panavia F) com e sem “primer” (Alloy Primer); um compósito resinoso modificado por poliácido (Dyract-Cem); um ionômero de vidro modificado por resina (Vitremer) e cimento fosfato de zinco, como controle. Cilindros metálicos foram fundidos e usinados, microjateados com Al2O3 (50 mm), lavados em ultra-som e cimentados, aos pares, com um dispositivo controlado por um torquímetro digital (Nobel Biocare Torque Controller), permitindo o controle da pressão de cimentação (10 N/cm). Os espécimes foram armazenados, 24 horas, em água destilada, metade termociclados entre 5o e 55o C, por 500 ­ciclos e submetidos ao ensaio de tração em uma máquina Instron, com velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados foram analisados pela análise de variância e teste de Tukey, demonstrando diferenças estatisticamente significantes entre os materiais.

Conclusões: os maiores valores de resistência foram obtidos com Panavia F sem “primer” e, os menores valores para CFZ. A ciclagem térmica demonstrou diferença significante para o cimento Dyract-Cem. (Apoio financeiro: FAPESP - processo 98/12554/9.)

Ciclagem

Panavia F “primer”

Panavia F

Dyract-Cem

Vitremer

CFZ

COM

12,09 ± 2,16

31,65 ± 6,07

26,95 ± 8,60

4,94 ± 0,29

0

SEM

12,94 ± 2,02

26,39 ± 2,07

13,51 ± 4,64

7,69 ± 3,59

2,39 ± 1,40

  A124 

Avaliação da interface, por MEV, entre liga metálica de Ni-Cr e sistemas estéticos.

V. GIANNINI*, M. A. BOTTINO, A. F. QUINTAS, M. M. GUIMARÃES, A. R. FIGUEIREDO,
F. TAKAHASHI.

DMOP – FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

É freqüente a infiltração entre material estético e metal, o que prejudica a estética das coroas metaloplásticas. O propósito deste estudo foi avaliar a interface entre uma liga metálica de Ni-Cr (Durabond MS) e dois sistemas estéticos (Artglass/Heraeus Kulzer e Targis/Ivoclar). Para tanto, uma matriz de silicone foi utilizada para a confecção de 20 corpos-de-prova, que foram divididos em dois grupos, com e sem retenções mecânicas (esferas de vidro) com formato de concha, nas dimensões de 4 mm de altura por 7,5 mm de diâmetro e 0,5 mm de espessura. Após fundição, foram limpos e jateados com óxido de alumínio para aplicação dos sistemas de adesão e estético conforme recomendações dos fabricantes. As amostras concluídas foram termocicladas (600 ciclos, 5ºC e 55ºC) e avaliadas através da Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV 4.000 vezes). Os valores médios de interface para o grupo de retenção química foi de 12,05 mm, com desvio padrão de 3,62 e para retenção mecânico-química de 9,36 mm, com desvio padrão de 1,88. Os resultados foram submetidos a análise de variância a 2 critérios (ANOVA), ao nível de 5%, sendo detectado significância.

Concluiu-se que retenção mecânica associada ao sistema químico, mostrou menor interface quando comparada ao grupo sem retenção mecânica e que o Targis obteve melhor comportamento em relação ao Artglass.

  A125 

Avaliação do tipo de gesso na adaptação de coroas metálicas de Ag-Sn e Cu-Zn.

J. F. B. G. GIOVANINNI*, W. A. VASCONCELLOS, E. L. SOUZA, M. H. SANTOS, W. C. JANSEN.

Departamento de Odontologia Restauradora da FO-UFMG.
Tel.: (0**31) 296-3940, fax: (0**31) 296-9319. E-mail: wcjansen@ig.com.br

Este estudo se propõe a avaliar a influência da variação do tipo de gesso na adaptação interna de restaurações metálicas. Foram confeccionados 20 modelos, 10 em gesso tipo IV e 10 em gesso tipo V, a partir de um modelo padrão reproduzindo um preparo para coroa total. Vinte restaurações metálicas foram obtidas nas ligas Ag-Sn e Cu-Zn, sendo 10 para cada tipo de gesso utilizado. Após procedimentos de usinagem, procedeu-se à simulação da cimentação destas coroas no modelo padrão, empregando para isto uma silicona de adição. Após a polimerização do material, a película foi removida e pesada. A desadaptação das coroas foi avaliada através do peso da película formada. O grupo I (tipo IV e Ag-Sn) apresentou película com peso médio igual a 0,0154 g, obtendo melhor adaptação. Os grupos II (tipo V e Ag-Sn), grupo III (tipo IV e Cu-Zn) e grupo IV (tipo V e Cu-Zn) apresentaram pesos médios iguais a 0,025 g, 0,0368 g e 0,264 g, respectivamente.

Concluiu-se que para as restaurações confeccionadas nas ligas de Cu-Zn (grupos III e IV) foi observada maior desadaptação em relação às ligas de Ag-Sn para ambos os tipos de gesso. Também é lícito concluir que o emprego do gesso tipo IV possibilitou menor desadaptação das coroas quando confeccionadas com liga de Ag-Sn, e maior desadaptação quando se utilizou liga de Cu-Zn, o que justifica a importância de se adequar o tipo de gesso ao tipo de liga utilizados.

  A126 

Fidelidade dimensional de siliconas para moldagem em função da técnica empregada.

J. G. A. GUIMARÃES*, A. MUENCH, J. A. OLIVEIRA, R. H. M. GRANDE.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. E-mail: guilherm@vnet.com.br

Nesta pesquisa foi avaliada a fidelidade de moldes de siliconas por condensação [Speedex/Coltene (Sp)] e por adição [Aquasil/Dentsply (Aq)], obtidos a partir de um modelo expulsivo (pré-molar preparado para coroa total) e um retentivo (pré-molar não preparado). As moldagens, realizadas com moldeira perfurada, de 12,7 mm de diâmetro, foram realizadas sob 4 técnicas: (1) dupla sem alívio (DSA); (2) dupla com alívio aleatório (DAA); (3) dupla com alívio padronizado (DAP); (4) única simultânea (IUS). As avaliações foram obtidas em perfilômetro, após 30 e 60 min., 1 e 7 dias. O tempo pouco influiu (30 min. = – 0,52%; 7 dias = – 0,60%), embora houvesse diferença significante (p < 0,05). As 16 médias e seus contrastes (análise de variância, Tukey), correspondentes à interação modelo versus técnica versus silicona, estão na tabela abaixo, que mostra as contrações, em especial as maiores, ocorridas com a técnica DSA, com o modelo retentivo.

A dupla moldagem sem alívio não pode ser empregada em áreas com retenção; as duplas moldagens com alívio e única simultânea podem ser empregadas em áreas com ou sem retenção. (Apoio: CAPES/PICDT.)

Médias (n = 32) das alterações dimensionais (%). Com mesma letra são semelhantes (p > 0,05)

Modelo

DSA x Sp

DSA x Aq

DAA x Sp

DAA x Aq

DAP x Sp

DAP x Aq

IUS x Sp

IUS x Aq

Expulsivo

– 0,06 cd

– 0,44 bcd

– 0,05 cd 

– 0,16 cd 

– 0,22 cd

– 0,26 cd

– 0,06 cd

– 0,35 cd 

Retentivo

– 1,24 b 

– 4,62 a   

– 0,56 bcd

– 0,54 bcd

– 0,35 cd

– 0,79 bc

0,10 d

–0,43 bcd

  A127 

Avaliação da microinfiltração em resina condensável com diferentes técnicas restauradoras.

M. H. SANTOS*, J. F. G. GIOVANINNI, W. A. VASCONCELLOS, W. C. JANSEN.

Departamento de Odontologia Restauradora da FO-UFMG.
Tel.: (0**31) 296-3940; fax: (0**31) 296-9319. E-mail: wcjansen@ig.com.br

Resinas compostas de alta densidade foram recentemente introduzidas para uso em dentes posteriores. Algumas alternativas clínicas têm sido sugeridas para reduzir falhas decorrentes de seu emprego. O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar a microinfiltração em dentes restaurados com resina composta condensável combinada ou não com a resina “flow” utilizando a inserção em incremento e em bloco. Nas proximais de 20 dentes pré-molares humanos extraídos foram confeccionados 40 preparos, tipo “slot”, com margens cervicais em esmalte e divididos em 4 grupos (n = 10). As cavidades foram condicionadas com ácido fosfórico a 37% e usou-se Unibond (Vigodent®) como agente adesivo. Foram restaurados 10 dentes com Fill Magic Condensável (Vigodent®) utilizando como base Fill Magic Flow (Vigodent®) e 10 dentes restaurados sem a base. Para cada dente usou-se de um lado a inserção incremental e do outro a inserção em bloco. As amostras foram seladas com Loctite® e esmalte para unhas com exposição de 1 mm além da união dente/restauração, submetidas à ciclagem térmica (5/55ºC - 255 ciclos) e imersas em azul de metileno (2% - pH 7,2). Todas as amostras foram seccionadas e observada a microinfiltração cervical (escala de 0-3) em microscopia ótica por três examinadores. Os resultados isolados dos grupos mostraram uma maior tendência de microinfiltração nas restaurações inseridas em bloco com o uso da resina “flow”, entretanto quando analisados pelo teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis (p > 0,05) não apresentaram diferença estatisticamente significante.

Concluiu-se que a microinfiltração em restaurações de Classe II em resina condensável com margens em esmalte independe das técnicas de inserção em bloco ou incremento e do uso ou não da resina “flow”. (Apoio CAPES.

 

 

Grupo A4.................................................................................................. A-128 à A-169

 

 

  A128

 

Comparação da microinfiltração em restaurações de compósito “flow” e tradicional.

B. D. PINTO*, A. F. MONNERAT.

Especialização em Dentística Restauradora – UERJ. Tel.: (0**21) 568-1123.
E-mail: brunodiaspinto@hotmail.com

O objetivo do estudo foi de comparar, in vitro, a microinfiltração marginal em restaurações classe V realizadas com compósito híbrido tradi­cional ou compósito de baixa viscosidade, ou “flow”. Foram utilizados 26 dentes hígidos e recém-extraídos, os quais receberam preparos classe V nas faces vestibular e lingual, perfazendo um total de 52 preparos, e foram então restaurados, em um grupo (I) com compósito híbrido tradicional (Herculite XRV - Kerr), e em outro grupo (II) com um compósito “flow” (Natural Flow - DFL). As restaurações foram acabadas, polidas e os dentes foram imersos em solução de fucsina básica a 2% por 24 horas. Os dentes foram então seccionados e analisados utilizando-se um sistema de escores para avaliá-los quanto à penetração do corante na restauração. A análise estatística dos resultados obteve os seguintes resultados: grupo I - n = 26; média = 1,154; desvio-padrão = 1,223 e grupo II - n = 26; média = 1,077; desvio-padrão = 1,055 (H = 0,000; grau de liberdade = 1; p = 0,985). Foi utilizado o programa Primer of Biostatistics, McGraw Hill, versão 4.0, 1996 para a análise, e o teste Kruskal-Wallis revelou não haver diferença estatisticamente significante entre os grupos.

O estudo mostrou que os compósitos de baixa viscosidade podem ser utilizados como materiais para restauração de cavidades classe V, do ponto de vista da microinfiltração marginal.

  A129 

Resistência de união de resina composta submetida a diferentes tratamentos de superfície.

R. SCHNEIDER*, F. P. FONSECA, J. F. M. PACHECO, M. F. de GÓES.

Departamento de Odontologia Restauradora – Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência de união de resina composta submetida a diferentes tratamentos de superfície. Foram confeccionados 40 discos em resina composta Z100 (3M) usando uma matriz metálica, me­dindo 6 mm de diâmetro e 4 mm de altura. Os discos de resina composta foram embutidos em uma matriz metálica cilíndrica utilizando resina acrílica. Todas as superfícies das resinas compostas foram desgastadas com ponta diamantada nº 3.216 (KG - Sorensen) e submetidas a 4 diferentes tratamentos: Grupo1 - controle (sem tratamento); Grupo 2 - aplicação de ácido fluorídrico 10% por 1 minuto; Grupo 3 - aplicação de ácido fosfórico 37% por 1 minuto e, Grupo 4 - jateamento com óxido de alumínio 50 mm por 5 s. Após lavagem e secagem as superfícies tratadas receberam a aplicação do agente de união Scotchbond Multiuso (3M) que fotoativado por 20 segundos com aparelho Visilux 2 (3M). Sobre o agente de união foi posicionada uma matriz metálica em forma de tronco de cone invertido, medindo 5 x 3 x 2 mm, inserida a resina Z100 em incremento único e fotoativada por 40 segundos. Os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada à temperatura de 37ºC por 24 horas, seguido pela realização do ensaio de tração na máquina EMIC DL2000 sob velocidade de 1 mm/minuto. Os valores obtidos foram submetidos a análise de variância e teste de Tukey (a = 0,05). Os resultados em MPa foram: Grupo1 - 10,22 (1,26), Grupo 2 - 14,86 (4,46), Grupo 3 - 19,29 (2,72) e Grupo 4 - 19,20 (3,73). Os grupos 2, 3 e 4 diferiram estatisticamente do grupo 1 (p ³ 0,05). Os grupos 3 e 4 apresentaram valores estatisticamente superiores em relação ao grupo 2.

A utilização de ácido fosfórico 37% ou jateamento com óxido de alumínio 50 mm apresentaram maior efetividade na resistência de união.

  A130 

Influência da configuração cavitária na microinfiltração de materiais restauradores estéticos.

E. B. FRANCO, L. G. LOPES*.

Departamento de Dentística Restauradora, Faculdade de Odontologia de Bauru, USP.
Tel.: (0**14) 226-2092.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a infiltração marginal de restaurações cervicais em função do fator de configuração cavitária (FC) e de quatro materiais restauradores estéticos. Preparos convencionais com FC = 5, e em forma de “pires” com FC < 5, foram realizados em 60 pré-molares recém-extraídos com dimensões de 2,9 mm de diâmetro e 1,5 mm de profundidade. Os seguintes grupos foram estabelecidos: G1 (Z100/Single Bond - 3M), G2 (Freedom/Stae - SDI), G3 (Vitremer/Primer - 3M) e G4 (Durafill/Durafill Bond - Kulzer), seguindo as orientações de cada fabricante quanto ao uso. A termociclagem dos espécimes foi realizada em solução aquosa de azul de metileno à 2% tamponada com variação de temperatura entre 5ºC e 55ºC, totalizando 70 ciclos de 6 minutos. Em seguida foram seccionados e avaliados por dois examinadores por meio de fotografias obtidas em estereomicroscópio. Os valores foram submetidos à análise de Kruskal-Wallis um critério, Dunn e Wilcoxon.

 

Z100/SB

Freedom/ST

Vitremer/PR

Durafill/DB

Cav. FC = 5

0,66

0,92

1,8

3,54

Cav. FC < 5

0,46

0,69

1,86

2,3

Portanto, o sistema Durafill/Durafill Bond sofreu influência significativa (p = 0,039) em função do fator de configuração cavitária quando comparado aos demais sistemas restauradores. (Apoiado pela FAPESP, proc. nº 98/14958-0.)

  A131 

Comparação da força de união de compósito e cerômero em restauração de porcelana.

A. D. TEDESCO*, D. MACHADO, M. PROTO, M. S. MIRANDA, H. SAMPAIO.

Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UFRJ – PUC-Rio, RJ, Brasil. Fax.: (0**21) 587-6382.

O presente trabalho tem por objetivo comparar a resistência de união de um compósito (TPH Spectrum - Dentsply) e de um cerômero (Zeta - Vita) utilizado pela técnica direta em reparos de restaurações de porcelana. Vinte cilindros de porcelana feldspática (Noritake) com 6,0 de diâmetro por 6,0 mm de comprimento, foram incluídos em resina epóxi e planificados com lixa d’água nº 600. As superfícies foram tratadas com ácido fluorídrico a 10% (Dentsply) por 4 minutos, seguido de lavagem criteriosa com “spray” ar/água, secagem, aplicação de silano (Dentsply) por 1 minuto e sistema adesivo Prime & Bond NT (Dentsply). Estes foram divididos em 2 grupos de 10 cada. Sobre os cilindros de porcelana foram construídos cilindros obtidos através de uma matriz de teflon padronizada em 6,0 mm de comprimento e 3,0 mm de diâmetro: Grupo 1- TPH e Grupo 2- Zeta. Os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada a 37ºC ± 1ºC por 7 dias quando foram submetidos ao teste de cisalhamento em uma máquina de ensaios EMIC carga 100, com velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados foram tratados estatisticamente por ANOVA, teste t de Student (p < 0,05). Médias e desvio-padrão em MPa: grupo 1 = 2,06 ± 0,98  e grupo 2 = 1,98 ± 0,66. Não houve diferença estatisticamente significante entre os dois grupos.

Baseados nestes resultados os autores concluíram que ambos materiais testados podem ser utilizados para reparo de uma restauração de porcelana.

  A132 

Avaliação da força de união de incrementos de cerômero em restaurações de compósito.

M. S. MIRANDA, M. PROTO*, A. D. TEDESCO, P. CAMPOS, H. SAMPAIO.

Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UFRJ e PUC-Rio. Fax.: (0**21) 587-6382.

Este estudo tem como objetivo avaliar a força de adesão de incrementos de cerômero para complementação de restaurações de compósito em diferentes idades. 60 cilindros de 6,0 x 6,0 mm, sendo 40 de compósito (TPH Spectrum - Dentsply) e 20 de cerômero (Zeta - Vita), foram incluídos em resina epóxi e planificados com lixa d’água nº 600. As superfícies foram tratadas com ácido fosfórico 37% (Dentsply) por 30 segundos e sistema adesivo Prime & Bond NT (Dentsply) imediatamente após (0 hora) para os grupos 1, 3 e 5 e num intervalo de 7 dias para os grupos 2, 4 e 6. Foram confeccionados sobre as superfícies tratadas novos cilindros a partir de uma matriz de teflon padronizada em 6,0 x 3,0 mm: Grupo 1 - compósito + cerômero (0 h); Grupo 2 - compósito + cerômero (7 dias); Grupo 3 - compósito + compósito (0 h); Grupo 4 - compósito + compósito (7 dias); Grupo 5 - cerômero + cerômero (0 h) e Grupo 6 - cerômero + cerômero (7 dias). Os grupos 1 e 2 foram os grupos teste e os grupos 3, 4, 5 e 6 os grupos controle. Os corpos-­de-prova foram armazenados em água destilada à temperatura ambiente por 7 dias quando foram submetidos ao teste de cisalhamento (EMIC carga 100 kg, velocidade 0,5 mm/min). Os resultados foram tratados estatisticamente por ANOVA, teste t de Student (p < ,05). Médias e desvio-padrão em MPa: grupo 1 = 0,92 + 0,66, grupo 2 = 1,29 + 0,29, grupo 3 = 2,8 + 0,98, grupo 4 = 2,4 + 1,2, grupo 5 = 1,03 + 0,48 e grupo 6 = 1,33 + 0,68. Os grupos 3 e 4 apresentaram-se estatisticamente iguais e com melhores resultados que os grupos 1, 2, 5 e 6 que foram estatisticamente iguais.

Os autores concluíram que apesar de haver uma redução na resistência, a técnica parece ser viável clinicamente.

  A133 

Reparo de restaurações de cerômero com compósito e cerômero – avaliação da força de união.

D. MACHADO*, M. S. MIRANDA, A. D. TEDESCO, H. SAMPAIO, P. CAMPOS.

Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UFRJ e PUC-Rio. Fax.: (0**21) 587-6382.

Os cerômeros são materiais que comparados com compósitos, apresentam melhores propriedades físicas e mecânicas em restaurações de dentes posteriores. Segundo o fabricante, podem ser utilizados, em pequenas porções, pela técnica direta. Este trabalho tem por objetivo comparar a resistência de adesão de um compósito (TPH Spectrum - Dentsply) e de um cerômero (Zeta - Vita) em reparos de restaurações de cerômero. Vinte cilindros de cerômero com 6,0 x 6,0 mm foram incluídos em resina epóxi e planificados com lixa d’água nº 600 e divididos em 2 grupos de 10 cada. As superfícies foram condicionadas com ácido fosfórico 37% (Dentsply) por 30 segundos, lavadas e secadas e em seguida foi aplicado sistema adesivo Prime & Bond NT (Dentsply). Sobre a superfície de cerômero foram confeccionados para o grupo A - 10 cilindros de TPH e para o grupo B - 10 cilindros de Zeta pela técnica direta, com o auxílio de uma matriz de teflon padronizada em 6,0 mm de comprimento e 3,0 mm de diâmetro. Os cilindros foram formados por incrementos de 2,0 mm e fotopolimerizados segundo as especificações dos fabricantes. Os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada a 37 ± 1ºC por 7 dias quando foram submetidos ao teste de cisalhamento (EMIC carga 100 kg, velocidade 0,5 mm/minuto). Os resultados foram tratados estatisticamente por ANOVA, teste t de Student (p < 0,05). Médias e desvio-padrão em MPa: grupo A = 2,71 ± 1,13 e grupo B = 1,78 ± 1,02. Não houve diferença estatisticamente significante entre os dois grupos, porém nota-se uma tendência do grupo A apresentar maior resistente.

Os autores concluíram que ambos materiais podem ser utilizados em reparos de restaurações de cerômero.

  A134 

Avaliação da microinfiltração marginal em cavidades de Classe V, restauradas com amálgama. Efeito de verniz, adesivo e ionômero.

R. P. FARIA*, C. L. A. PORTO, M. S. M. CÂNDIDO.

Departamento de Odontologia Restauradora, FO de Araraquara – UNESP.
Tel.: (0**16) 232-1233.

O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a microinfiltração marginal em restaurações de amálgama. Para a realização do estudo foram utilizados 20 molares humanos recentemente extraídos e preparadas 40 cavidades de Classe V nas faces vestibular e lingual dos dentes selecionados, sendo que a parede cervical localiza-se 1 mm abaixo da união esmalte e cemento, num total de 10 repetições para cada grupo. Para confecção das restaurações utilizou-se uma liga esférica, enriquecida com cobre (Permite/SDI), variando-se os agentes de proteção e dividindo-se os corpos-de-prova em 4 grupos: G1 (controle - sem material protetor), G2 (CIV - Vidrion R), G3 (adesivo - SBMUPlus), G4 (verniz - VOCO/SDI). Os corpos-de-prova foram submetidos a ciclagem térmica 10 ± 1ºC e 50 ± 1ºC  e em seguida colocados em solução de Rodamina B 0,2%. As amostras foram visualizadas em microscópio e classificadas quanto a penetração do corante através de escores, por dois avaliadores calibrados.

Após análise estatística de Kruskal-Wallis, os resultados revelaram para a = 0,05. Parede oclusal: o grupo G1 apresentou maior nível de infiltração em relação ao G2, no entanto apresentou o mesmo comportamento que G2, G3, e G4 que comportaram-se de maneira semelhante. Parede cervical: ao G1, G3 e G4 comportaram-se de maneira semelhante; o G4 apresentou maior nível de infiltração quando comparado com G2. (Apoio financeiro da FAPESP- Processo 97/01106-2.)

 

  A135 

Influência da relação água/pó e manipulação na resistência à compressão de gesso odontológico.

P. S. VANZILLOTTA*, E. T. COUTINHO, N. PACHECO, C. P. FERNANDES.

Disciplina de Prótese Dentária, Faculdade de Odontologia da UVA – RJ.
Tel.: (0**21) 567-6172. E-mail: psv@multistar.com.br

Os modelos de gesso utilizados em Odontologia devem apresentar resistência mecânica suficiente para suportar os esforços a que são submetidos durante seu manuseio. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do tipo de manipulação e da relação água/pó na resistência à compressão de um gesso odontológico. Foram confeccionados 18 corpos-de-prova cilíndricos de gesso tipo V, com 20 mm de diâmetro e 40 mm de altura. Utilizaram-se 3 formas de manipulação: à vácuo por 35 s (V), manual por 60 s seguido de colocação em câmara de pressurização durante a presa (P) e manual por 60 s (M). Duas relações água/pó (A/P) foram empregadas no proporcionamento do material: aquela recomendada pelo fabricante (21 ml/100 g) (F) e com acréscimo de 40% de água (29,4 ml/100 g) (A). As amostras foram divididas em 6 grupos (manipulação/proporção): V/F; V/A; M/F; M/A; P/F; P/A. Após secagem por 24 h, os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de resistência à compressão em máquina de ensaios universal (Instron, USA), com célula de carga de 10.000 N a uma velocidade de 1 mm/min., obtendo-se os seguintes resultados médios (MPa): V/F (47,07), V/A (28,84), M/F (43,93), M/A (25,66), P/F (24,91), P/A (26,91). Os resultados foram analisados utilizando-se o teste de Kruskal-Wallis, onde constataram-se diferenças estatisticamente significantes entre os grupos pesquisados (p < 0,05).

De acordo com a metodologia empregada, conclui-se que o tipo de manipulação e a relação água/pó influenciam a resistência à compressão do gesso tipo V. O grupo V/F apresentou os melhores resultados e a utilização da câmara de pressurização não induz melhorias na resistência à compressão no gesso pesquisado.

  A136 

Liga de Ni-Cr fundida por indução e maçarico: caracterização metalúrgica e propriedades mecânicas.

E. VEDOVATO*, A. C. GUASTALDI, L. G. VAZ, V. GIANNINI, M. A. BOTTINO.

Grupo de Biomateriais I. Química/Araraquara – FOSJC – UNESP – UNIP.

As ligas de Ni-Cr estão indicadas tanto para próteses metalocerâmicas como metaloplásticas, devido a sua capacidade de resistir a diversas condições operacionais, envolvendo meios corrosivos, temperatura, esforços mecânicos e/ou combinação destes fatores. Neste trabalho utilizou-se um liga de Ni-Cr que foi caracterizada química e metalurgicamente, empregando-se MEV com EDX, posteriormente os corpos-de-prova foram submetidos a ensaios mecânicos de tração e dureza. Foram obtidos por fundição odontológica 20 corpos-de-prova: 10 utilizando-se o processo de indução, em atmosfera de argônio e controle de temperatura com pirômetro óptico; 10 utilizando-se o processo de maçarico gás/ar. Para a obtenção das propriedades mecânicas foram realizados ensaios de tração até ruptura e medidas de dureza.

Os resultados revelaram que esta liga apresenta composição química compatível com aquela fornecida pelo fabricante e através de análise metalográfica que ela apresenta estrutura bruta de fusão bifásica, nos dois processos de fundição. Para o processo de indução as propriedades mecânicas, tensão de ruptura (1.110 ± 28 MPa), alongamento até a fratura (4 ± 0,5%,) e dureza (402 ± 5 HV), foram levemente inferiores do que aqueles encontrados para o processo de maçarico, tensão de ruptura (1.135 ± 28 MPa), alongamento até a fratura (4 ± 0,5%) e dureza (424 ± 5 HV): estes resultados estão de acordo com a estrutura metalúrgica obtida. Pode-se concluir que a liga é adequada para aplicação odontológica que envolvam pequenas espessuras, devido a alta resistência mecânica apresentada na fundição por ambos os processos.

  A137 

Desenvolvimento de um aparelho padronizador de preparo cavitário.

A. J. S. SOUSA*, H. A. GOMIDE, S. F. PEDROSA, L. R. M. MARTINS, C. J. SOARES.

Faculdade de Odontologia de Uberlândia – UFU; FOP-UNICAMP. E-mail: alexjss@yahoo.com

A padronização de preparos cavitários em dentes extraídos é fator decisivo para o desenvolvimento de diversas linhas de pesquisas, devido a necessidade de obtenção de preparos com dimensões e inclinação de paredes semelhantes. Os autores apresentam o protótipo de um aparelho padronizador de preparo cavitário, desenvolvido em parceria pela Odontologia e Engenharia Mecânica. O aparelho apresenta uma mesa de coordenadas com eixos individuais, cada um fixado a um micrômetro digital – Mitutoyo, que definem o preparo nos sentidos eixos x/y. Possui ainda um sistema de elevação do dispositivo que sustenta a turbina de alta rotação ligado a um outro micrômetro que controla a profundidade do preparo. O dispositivo de sustentação da turbina de alta rotação está ligado a dois eixos de rotação angulados que definem as inclinações das paredes do preparo cavitário. O aparelho foi utilizado na confecção de preparos tipo “inlays” em 60 molares com cavidades MOD com 5 mm de largura e apresentou uma resolução de ± 0,17 mm.

Pode-se concluir que o aparelho desenvolvido apresenta alta resolução e fácil manuseio na padronização de preparos cavitários. (Apoio: CNPq.)

 

  A138 

Resinas compostas condensáveis submetidas à escovação simulada.

L. WANG*, F. C. P. GARCIA, P. A. de ARAÚJO, R. F. L. MONDELLI.

Departamento de Dentística FOB – USP. Tel.: (0**14) 235-8265.
E-mail: wang.linda@mailcity.com

O objetivo deste trabalho foi analisar as resinas compostas condensá­veis Solitaire (Heraeus/Kulzer) e Surefil (Dentsply) comparativamente a dois grupos controles, uma resina composta de partículas híbridas Z100 (3M) e uma de micropartículas, Silux Plus (3M), através do teste de abrasão in vitro por escovação simulada, avaliando-se perda de massa e rugosidade superficial. Foram confeccionados 12 corpos-de-prova de 5 mm de diâmetro e 3 mm de espessura para cada marca comercial e foi utilizada uma máquina apropriada com escovas macias e soluções de dentifrício em água deionizada. A alteração de massa foi verificada pela diferença entre as médias de massa inicial e final (antes e após a escovação), por uma balança analítica Sartorius e a rugosidade superficial foi determinada pela diferença das médias inicial e final obtidas por 5 leituras sobre as superfícies dos corpos-de-prova com o rugosímetro Hommel Tester T 1000 antes e após a escovação. Os resultados obtidos foram submetidos à análise estatística (ANOVA e teste de Tukey, p < 0,05). Surefil apresentou menor alteração de massa estatisticamente significante em relação aos demais grupos (Su - 0,38%; Z - 1,16%; So - 1,51%; SP - 1,70%). Surefil apresentou a maior alteração de rugosidade (0,4701  mm) com diferença estatística ao demais grupos, seguida da Silux Plus (0,1575 mm). Solitaire e Z100 demonstraram diminuição da rugosidade (– 0,0470 mm e -0,0650 mm respectivamente), sem diferenças estatísticas entre elas.

A resina Surefil apresentou a menor alteração de massa e maior alteração da rugosidade em relação às demais resinas testadas. As resinas compostas Solitaire e Z100 apresentaram maior lisura superficial após o teste de escovação, enquanto a Surefil e Silux Plus maior rugosidade. (Apoio: FAPESP - Processo nº 98/13577-2.)

 

  A139 

Efeito do repolimento e do selante na rugosidade de compósitos condensáveis.

P. H. SANTOS*, S. CONSANI, G. A. BORGES, L. CORRER SOBRINHO, M. A. C. SINHORETI.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP, São Paulo, Brasil.

O mecanismo de escovação é um dos fatores que pode comprometer o acabamento e polimento das restaurações de resina composta. Assim, julgamos oportuno avaliar a influência do repolimento e da aplicação de selante na rugosidade superficial de resinas compostas submetidas à escovação mecânica. Foram utilizadas 2 resinas compostas condensáveis para restauração em dentes posteriores: Prodigy Condensável (Kerr/Sybron) e Alert (Jeneric/Pentron) e 2 resinas compostas para restauração em dentes anteriores e posteriores: Z100 (3M) e Definite (Degussa). Dez corpos-de-prova medindo 2 mm de diâmetro por 4 mm de espessura de cada material foram confeccionados em matriz metálica, polidos após 24 horas com discos Sof-Lex (3M) e levados ao rugosímetro Surfcorder SE 1700 para medição da rugosidade superficial média (Ra). Após a leitura, os corpos-de-prova foram submetidos ao ensaio mecânico de escovação em máquina Equilabor num total de 30.000 ciclos e levados ao rugosímetro para verificação da nova rugosidade superficial. Foram feitas mais duas leituras da rugosidade superficial, uma após o repolimento e outra após aplicação do selante Protec-It (Jeneric/Pentron).

Os resultados foram submetidos a análise de variância e ao teste de Tukey (5%), mostrando que: 1) o Alert apresentou maior rugosidade de superfície (0,4315 mm) estatisticamente diferente dos outros materiais; 2) houve diferença estatisticamente significante na rugosidade entre todos os tratamentos de superfície, independente do material: após escovação = 0,4626 > antes da escovação = 0,2343 > repolido = 0,2065 > aplicação do selante = 0,1568. (Apoio FAPESP – processo 99/04310-5.)

  A140 

Análise da cor de resinas compostas: efeito do material e tempo de estocagem.

M. SCHROEDER*, S. KENSHIMA, A. D. LOGUERCIO, R. Y. BALLESTER.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. E-mail: marcos@alternex.com.br

Os objetivos deste estudo foram: 1) avaliar a concordância de cor de resinas de diferentes marcas e mesma cor nominal; 2) a alteração de cor em função do tempo de armazenagem em água. Foram confeccionados 3 corpos-de-prova (cp) de 5 x 8 x 2,5 mm (formato ovalado) dos seguintes materiais: 1- Z250; 2- Z100; 3- TPH; 4- Tetric; 5- Prodigy; 6- P60; 7- Durafill; 8- Surefil e 9- Alert na cor A3 ou correspondente. Cada cp foi fotoativado por 40 s com intensidade de 550 mW/cm2. A cor foi avaliada no sistema de coordenadas CIELa*b* com espectrofotômetro (GBC Cintra) utilizando-se observador 10º, iluminante D65 - Daylight, sendo o intervalo de varredura de 380-780 nm. As medidas foram realizadas imediatamente após fotoativação e 7 dias de estocagem em água destilada a 37ºC. Os resultados foram submetidos a análise de variância e teste de Tukey (p < 0,01) sendo resumidos na tabela.

Materiais/Tempos

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Luminosidade

Imediato

94 f  

95,2 g

92 e 

95,3 gh

94 f     

95,2 g

94,1 f

98,1 i

96,2 h

Croma

Imediato

   5,6 b

  5,4 b

  6,9 d

9,2 e

  5,8 bc

 4,8 b

  4,7 b

   3,4 a

7,2

DE (La*b*)

Padrão (3,3A)

   2,3 B

  2,5 B

  2,4 B

 2,9 A

 2,7 B

 2,5 B

  2,7 B

   2,2 B

   3,0 A

Os resultados permitiram concluir que: 1- houve grande variação de L e do C*ab entre de resinas de diferentes marcas e mesma cor nominal; 2- A análise da variação de cor demonstrou mudança perceptível clinicamente pós-estocagem [DE (La*b*)] para os materiais Tetric e Alert. (Apoio FAPESP.)

 

  A141 

Contatos proximais em restaurações de resinas compostas: avaliação de técnicas e materiais.

C. R. G. TORRES*, A. C. M. TORRES, C. PAGANI, M. A. M. ARAÚJO.

Departamento de Odontologia Restauradora, FO – São José dos Campos UNESP.

O objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade do contato proximal, obtido após a realização de restaurações classe II em resina composta com diferentes materiais e técnicas. Contatos proximais in vitro foram simulados, de forma que pré-molares humanos hígidos estabelecessem contatos com dentes artificiais padronizados. Cavidades proximais foram preparadas nas faces mesiais de 50 pré-molares, utilizando a ponta ultra-sônica SONICSYS-approx, de forma a romper o ponto de contato. Todos os dentes receberam o mesmo tipo de matriz e cunha e foram divididos em cinco grupos, de acordo com o material e técnica restauradora aplicada: A - Z100 por técnica incremental, B - Z100 + “pérola” de resina pré-polimerizada, C - Definite, D - SONICSYS-inlays, E - liga de amálgama (grupo controle). A qualidade do contato foi verificada medindo-se, através de um dinamômetro, a força necessária para um fio dental transpor o contato. As medições foram realizadas antes do preparo cavitário e após o término das restaurações. Para cada grupo, os valores de força de contato antes e após as restaurações foram comparados utilizando-se o teste t (Student). Para o grupo A, foi observada uma diminuição dos contatos após as restaurações. Os grupos B e C foram capazes de restituir os contatos rompidos. Para os grupos D e E, foram observados aumentos significativos dos contatos. Para comparar a força dos contatos obtida entre os grupos, após o término das restaurações, foram utilizados os testes de Levene, ANOVA e Tukey. Os grupos A, B, C e D apresentaram médias significantemente menores em relação ao grupo E.

Os resultados mostraram que nenhum dos materiais estéticos testados proporcionou contatos tão fortes quanto o amálgama. A resina Z100 aplicada por técnica incremental apresentou o pior desempenho, enquanto as “pérolas” de resina e a resina condensável Definite mostraram-se mais favoráveis que a primeira. Dentre os materiais estéticos, a utilização das “inlays” pré-­fabricadas, cimentadas nos preparos padronizados, mostrou-se a técnica mais favorável para a reprodução dos contatos interdentais.

 

  A142 

Diagnóstico da doença cárie nas faculdades de Odontologia do RJ.

S. L. M. GONÇALVES*, S. KAHN, S. G. HARARI.

Doutorado em Odontologia/UFRJ. Tel.: (0**21) 704-4344. E-mail: sergiomg@nitnet.com.br

O presente trabalho teve por objetivo avaliar os métodos empregados para diagnóstico de atividade da doença cárie nas faculdades de Odontologia do Rio de Janeiro e arredores. Foram distribuídos 64 questionários entre professores de várias clínicas em oito faculdades. O questionário analisou os métodos empregados para o diagnóstico da doença cárie, os fatores determinantes para considerar o paciente “doente” ou em “atividade de cárie” e a credibilidade dos métodos empregados. O resultado mostrou que 1,5% adotava o método visual; 40,7% adotavam o visual e radiográfico; 32,8% o visual, tátil e radiográfico; 25% ainda adotavam outros métodos complementares além dos já citados. A lesão cavitária e a mancha branca ativa foram os principais fatores para um paciente ser considerado doente ou em atividade de cárie. 98,4% consideraram os métodos empregados parcial ou totalmente satisfatórios, apontando como principais falhas a pouca precisão dos métodos e/ou a falta do teste salivar.

Concluímos que: a ausência do teste salivar contribui para a pouca precisão dos métodos empregados. A mancha branca ativa e a lesão cavitária são os principais pontos para o diagnóstico da doença cárie, demonstrando divergência entre os critérios para avaliar a atividade da doença cárie.

  A143 

Efeito da aplicação clínica do laser de arseneto de gálio-alumínio no tratamento da hipersensibilidade dentinária.

A. L. MARSILIO*, J. R. RODRIGUES, A. B. AMENDOLA.

Departamento de Odontologia Restauradora da FOSJC – UNESP. Fax: (0**12) 321-2036. E-mail: analumarsilio@bol.com.br

A hipersensibilidade dentinária é uma resposta exagerada a um determinado estímulo que normalmente não causaria dor em um dente sadio. Caracteriza-se por uma dor aguda, de curta duração originária da dentina exposta em resposta a estímulos tipicamente térmicos, evaporativos, osmóticos ou químicos. Apesar de diversos estudos, este fenômeno ainda permanece sem uma explicação satisfatória. Sua etiologia é duvidosa, porém, a dentina começa a mostrar-se sensível apenas quando exposta ao ambiente bucal. Esta exposição pode resultar da remoção da camada de esmalte e/ou cemento dental ou pela desnudação radicular. Diferentes tratamentos são propostos para este fenômeno, porém, não existe uma terapia segura e efetiva, capaz de eliminar este problema. Neste estudo, 25 pacientes, totalizando 106 casos de hipersensibilidade dentinária foram tratados com laser de baixa potência de Ga-Al-As. Os dentes acometidos com maior freqüência foram os pré-molares (65,09%), seguidos pelos incisivos e molares (14,15%) e caninos (6,6%). Os dentes foram irradiados com energias de 3 J/cm2 e 5 J/cm2, por, no máximo seis sessões, com intervalo de 72 horas entre cada aplicação e avaliados inicialmente, após cada aplicação e 15 e 60 dias após o término do tratamento. O tratamento foi efetivo em 86,53% e 88,88% dos dentes irradiados, respectivamente, com as energias mínima e máxima recomendadas pelo fabricante. Houve diferença estatisticamente significante entre a hipersensibilidade dentinária inicial e após o controle de sessenta dias para ambos os grupos. A diferença entre as energias máxima e mínima não foi significante.

No presente estudo, podemos concluir que a hipersensibilidade dentinária inicial foi reduzida após o tratamento com laser de baixa potência de Ga-Al-As, a diferença entre a hipersensibilidade dentinária inicial e sessenta dias após o término do tratamento foi estatisticamente significante e que a diferença entre as energias mínima (3 J/cm2) e máxima (5 J/cm2), recomendadas pelo fabricante não foi estatisticamente significante.

  A144 

Efeito cariostático e relação dose-resposta de dentifrícios fluoretados.

E. M. FRANCO, P. L. ROSALEN*, J. A. CURY.

Departamento de Ciências Fisiológicas, FOP-UNICAMP. Tel./Fax: (0**19) 430-5308/430-5218. E-mail: rosalen@fop.unicamp.br

Dentifrícios fluoretados têm sido considerados um dos fatores responsáveis pelo aumento de prevalência de fluorose dental em região de água fluoretada. Uma das formas de se evitar a fluorose seria a redução na concentração de flúor nos dentifrícios. O objetivo deste trabalho foi determinar o potencial cariostático de dois dentifrícios contendo NaF, sílica como abrasivo e concentrações reduzidas de flúor (F), e compará-los com um dentifrício padrão por meio do modelo de cárie em ratos. Quarenta ratas Wistar SPF foram infectados com S. sobrinus 6715 e receberam dieta 2000 ad libitum. Aos 25 dias de idade os animais foram aleatoriamente divididos em grupos: (1) dentifrício Crest®, como padrão, 1.100 ppm F; (2) dentifrício teste, 275 ppm F; (3) dentifrício teste, 550 ppm F; (4) dentifrício placebo, 0 ppm F. Os animais foram tratados 2 vezes/dia (1 vez nos finais de semana) com uma suspensão aquosa (1:1) do dentifrício por meio de cotonetes, durante 5 semanas. Após esse período as ratas foram sacrificadas, a mandíbula removida para análise microbiológica e índice de cárie dental pelo método de Keyes modificado por Larson. Os resultados foram analisados estatisticamente por ANOVA e Tukey-Kramer. A porcentagem de S. sobrinus [média (SD)] em relação a microbiota total foi: 45,9 (25,1); 62,7 (32,2); 56,4 (30,5); 44,0 (28,5), respectivamente. Esses valores não apresentaram diferença estatisticamente significante. Os índices de cárie de esmalte foram respectivamente [média (SD)]: 12,0 (5,6); 8,7 (6,9); 15,1 (8,2); 35,0 (20,7), sendo que todos os grupos diferiram do placebo porém não entre si.

Os resultados mostraram que a formulação teste com 275 ou 550 ppm F foi capaz de reduzir cárie de forma semelhante ao dentifrício padrão com 1.100 ppm F. (FAPESP 98/11705-3.)

 

  A145 

Efeito do material de colagem e do tipo e modo de uso de dentifrício no desenvolvimento de cárie dental adjacente a acessório ortodôntico fixo – estudo in vivo.

M. S. MOURA*, A. H. M. SIMPLÍCIO, J. A. CURY.

FO – Araraquara, UNESP; FOP – UNICAMP. E-mail: alexcoeli@uol.com.br

O objetivo deste estudo in vivo foi avaliar o efeito de um cimento de ionômero de vidro (CIV) modificado por resina (Fuji Ortho LC – GC) e de um dentifrício antiplaca experimental (triclosan/gantrez/zinco/pirofosfato + 1.100 ppm F), na inibição do desenvolvimento de lesões de cárie adjacentes a acessórios ortodônticos. Em 21 pacientes adolescentes (14 ± 2 anos), bandas especialmente desenvolvidas para o acúmulo de placa na superfície vestibular foram confeccionadas para os pré-molares superiores (PMS), os quais seriam extraídos por indicação ortodôntica (aprovado pelo Comitê de Ética da FO - Araraquara). Previamente à cimentação das bandas com fosfato de zinco (somente por palatino), bases de bráquetes (2 x 3 mm) foram coladas, com CIV ou resina composta (Concise - 3M), no terço médio da superfície vestibular dos PMS esquerdo ou direito de cada voluntário. Os pacientes foram então divididos em três grupos de tratamento com dentifrício (3 X/dia): GI: dentifrício fluoretado (Tandy, 1.100 ppm F); GII: dentifrício antiplaca experimental e GIII: tratamento do grupo II mais colocação manual do dentifrício sobre os dentes bandados, logo após a escovação noturna. Após quatro semanas, os dentes foram extraídos e processados para análise de dureza Knoop (KHN) do esmalte, realizadas em secção longitudinal. Os resultados demonstraram que o CIV foi capaz de reduzir significativamente (p < 0,05) a desmineralização do esmalte quando comparado com uma resina composta (268,0 versus 249,5 KHN respectivamente). O uso do dentifrício antiplaca foi capaz de reduzir significativamente (p < 0,05) a desmineralização do esmalte quando comparado com um dentifrício apenas fluoretado (203,3 versus 174,1 KHN respectivamente), não havendo diferença significativa (p > 0,05) entre os tratamentos II e III (198,3 versus 208,4 KHN respectivamente).

Concluiu-se que o material de colagem tem efeito marcante na redução de cárie adjacente a acessórios ortodônticos e que substâncias antibacterianas no dentifrício devem potencializar o efeito do flúor nesta condição de alto risco de cárie.

  A146 

Estudo clínico para a caracterização das lesões por abfração.

M. A. P. SOBRAL*, M. A. A. C. LUZ.

Departamento de Dentística da Faculdade de Odontologia da USP.
Tel.: (0**11) 5506-8390, fax: (0**11) 5506-4146. E- mail: mapsobra@fo.usp.br

Esta pesquisa clínica tem o objetivo de caracterizar as lesões por abfração através da observação de lesões cervicais não cariosas em pacientes portadores de excesso de esforço oclusal. Participaram da pesquisa 84 pacientes com diagnóstico de briquismo e/ou apertamento dental da Clínica de Traumatologia Maxilo-Facial da FOUSP. Inicialmente, todos os pacientes foram examinados. A seguir, foram fotografados, moldados e obteve-se os respectivos modelos somente dos pacientes portadores de perda de estrutura dental a nível cervical, pressupondo-se que estas lesões formaram-se a partir do traumatismo oclusal. Foram avaliados 156 dentes de 31 pacientes. Neste grupo a quase totalidade (94%) exibiu periodonto saudável. As lesões por abfração podem apresentar contorno interno em forma de “U” (arredondado) ou “V” (angulado), mas sempre com delimitação do término cavitário nítido. Nas lesões encontradas 23% eram primeiros molares, 59% pré-molares e 12% caninos.

Concluímos que nem todos os pacientes com traumatismo oclusal desenvolvem lesões por abfração; que o seu desenvolvimento ocorre em primeiros molares, em pré-molares e algumas vezes nos caninos acompanhados de periodonto saudável, com formato interno variável mas delimitação nítida. (Auxílio-pesquisa – FAPESP – Proc. 98/05187-0.)

 

  A147 

Avaliação in vitro da ação cariostática de híbridos de ionômero de vidro/resina composta.

P. M. R. MORAIS*, E. C. NOGUEIRA, G. M. MARCHI, M. C. SERRA.

FO – UFBa; FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5340. E-mail: mcserra@fop.unicamp.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a ação cariostática de materiais híbridos de ionômero de vidro/resina composta, após a simulação de uma situação de alto desafio cariogênico. Foram utilizados 105 fragmentos dentais, divididos aleatoriamente em cinco grupos, para serem restaurados com diferentes resinas compostas modificadas por poliácidos: Compoglass - Vivadent (C), F2000 - 3M (F), Freedom - SDI (Fr), Resinomer-Bisco (R) ou com resina composta: Z100 - 3M (Z). Lesões artificiais de cárie adjacentes às restaurações foram induzidas por um modelo dinâmico de ciclagens térmicas e de pH. Os fragmentos dentais foram individualmente avaliados de forma cega, por três examinadores independentes e previamente ca­librados, que atribuíram escores representativos (0 a 3) da presença e da severidade das lesões. Os resul­tados dos testes de Kruskal-Wallis e de comparações múltiplas mostraram diferenças significativas entre os grupos (p < 0,05). Sendo que letras diferentes representam diferenças estatisticamente significativas com nível de confiança de 95%, os postos médios obtidos, em ordem crescente, foram: C = 35,30a, Fr = 54,55ab, R = 55,93ab, Z = 57,31ab, F = 61,93b.

Considerando as condições experimentais e os resultados do presente estudo, pode-se observar que as resinas ionoméricas não apresentaram o potencial cariostático esperado e Compoglass apresentou melhor resultado que F2000. (Apoio financeiro: FAPESP.)

  A148 

Avaliação longitudinal de uma rotina clínica para prevenção e tratamento de cárie oclusal.

R. MEIRA*, L. BARROS, F. OBAL, P. F. KRAMER.

Departamento de Odontopediatria – Universidade Luterana do Brasil.

Com o melhor entendimento da etiopatogenia da doença cárie, programas preventivos não-invasivos de baixo custo e uso restrito de selantes, descritos por alguns autores como “observação e controle” têm sido sugeridos. O presente estudo longitudinal tem como objetivo, avaliar uma rotina clínica para a prevenção e controle de lesões cariosas na superfície oclusal de primeiros molares permanentes (1º MP). Foram selecionadas 39 crianças de ambos os sexos, na faixa etária de 5 a 7 anos, que procuram atendimento odontológico na Universidade Luterana do Brasil. Todas as crianças incluídas neste estudo apresentavam atividade de cárie e deveriam ter os quatro 1º MP erupcionados, hígidos ou com lesão cariosa não-cavitada, sendo excluídos os que apresentavam cavidade cariosa, selante ou restaurações. O programa de atendimento foi baseado no controle de atividade cariosa, de acordo com as necessidades individuais de cada paciente, mas sem qualquer procedimento invasivo ou uso de selantes nos 1º MP, onde foi realizado observação e controle pelos períodos de 6, 12 e 24 meses. Após 24 meses, 98% das superfícies oclusais diagnosticadas como hígidas no exame inicial permaneceram nessa condição clínica e 91% das superfícies oclusais com mancha branca ativa evidenciadas no exame inicial tornaram-se inativas.

Assim, os resultados mostram que programas de tratamento baseados no controle da atividade cariosa são capazes de prevenir e controlar lesões em superfícies oclusais de 1º MP, já que verificou-se um aumento na proporção de lesões inativas e uma redução na proporção de lesões ativas durante o período de acompanhamento longitudinal.

  A149 

Prisma do esmalte isolado e estriações transversais.

M. A. L. de SOUZA*, D. M. P. PADILHA.

Faculdade de Odontologia, ULBRA (Canoas) e UFRGS, RS, Brasil. E-mail: carollo@zaz.com.br

A caracterização das estriações transversais do prisma do esmalte tem sido assunto ainda não resolvido, pois, segundo alguns autores as varicosidades aparentes poderiam ser artefato de técnica, enquanto, para outros seria resultante do processo intermitente de formação do prisma, e nestas condições seria um parâmetro de avaliação do fenômeno de formação do esmalte dentário. O presente achado foi casual e ocorrido durante estudos de avaliação da superfície do esmalte dentário em incisivos de camundongos submetidos a regime de dieta ácida. Para tal os animais foram sacrificados, tiveram suas mandíbulas fixadas em formalina, tendo sido seccionada a parte erupcionada dos incisivos inferiores. Os dentes foram lavados, limpos com ultra-som por 15’, desidratados em álcoois crescentes, montados em “stubs” e metalizados. Durante o processo de colocação do espécime no microscópio eletrônico uma peça foi levemente danificada sem que tivesse sido percebido o fenômeno macroscopicamente. No exame ao MEV percebeu-se que a ponta do incisivo havia fraturado expondo a intimidade do esmalte com seus prismas, e estas faces não estavam recobertas com metal. O espécime foi então novamente metalizado. Ao novo exame um prisma isolado se mostrou com varicosidades muito evidentes eliminando desta forma a teoria de que esta imagem seja um artefato. Usando o programa Image Tool o mesmo foi avaliado tendo sido encontrado que longitudinalmente 3 varicosidades mediram respectivamente 3,33, 3,40 e 3,41 mm enquanto os diâmetros das partes mais largas mediram 2,98, 2,91 e 2,80 mm e no seu diâmetro menor 2,38, 2,22 e 2,37 mm.

Considerando os achados conclui-se que as varicosidades são estruturas morfológicas resultantes do processo de formação de cada prisma.

  A150 

Diagnóstico da lesão de cárie oculta oclusal usando laser diodo 655 nm.

F. ZANIN*1, D. H. SOUZA CAMPOS3, A. BRUGNERA Jr.1, J. D. PÉCORA4, A. PINHEIRO2.

1Universidade Federal do Rio de Janeiro, APCD e Centro de Laser Universidade Camilo Castelo Branco – Brasil; 2Centro de Laser Universidade de Salvador – Brasil; 3Universidade Camilo Castelo Branco e Instituto Brugnera – Brasil; 4Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto – Brasil.

Incluído no referencial de promoção de saúde, o diagnóstico precoce da cárie dental tem apresentado vantagens e desvantagens especialmente em relação aos métodos atualmente utilizados. A tecnologia laser tem permitido a detecção precoce das cáries oclusais. O objetivo deste estudo foi acessar a eficácia do uso da luz laser de diodo de 655 nm na detecção de cáries oclusais, quando comparados com os métodos visual e radiográfico. Foram examinados 40 molares de pacientes na faixa etária de 10 a 18 anos de ambos os sexos, dos quais 26 dentes foram detectados pelo laser como cárie oculta oclusal a nível de dentina. Dos 26 dentes apenas 17 revelaram imagem radiolúcida característica de lesão dentinária quando avaliados pelo exame radiográfico. Os outros nove dentes foram diagnosticados radiograficamente como dentes sem lesão. O exame radiográfico foi capaz de identificar nesse trabalho uma porcentagem de 34,61% de resultados falso negativos, isto é, dentes considerados sadios através dos exames visuais e radiográfico e que deixariam de ser tratados. Os sítios que com o método a laser apresentavam número indicativo de lesão oculta em dentina, foram submetidos a abertura minimamente invasiva com broca diamantada nº 1191S para que a dentina exposta pudesse ser avaliada com cureta apropriada. 26 dentes identificados pelo laser como lesão oculta oclusal em dentina, 21 puderam ser confirmados com a inspeção tátil da dentina.

O uso do DIAGNOdent foi efetivo na detecção das lesões de cáries oclusais.

  A151 

Efeito cariostático de materiais restauradores associados a dentifrícios em dentina radicular.

A. T. HARA*, C. S. MAGALHÃES, A. L. RODRIGUES Jr., M. C. SERRA.

FOP – UNICAMP; FOAr – UNESP. Tel.: (0**19) 430-5340.

Este estudo in vitro avaliou o efeito cariostático de materiais restauradores em dentina radicular humana, associados à ação de dentifrícios. Duzentos fragmentos dentais foram embutidos em resina de poliéster e planificados. Cavidades cilíndricas de 1,0 mm de profundidade e 1,5 mm de diâmetro foram preparadas em dentina e restauradas aleatoriamente com materiais fluoretados: Ketac-Fil (Espe), Fuji II LC (GC Corporation), F2000 (3M) e Surefil (Dentsply), ou não fluoretado: Z250 (3M); compondo 10 grupos (5 materiais x 2 dentifrícios) (n = 20). Adotou-se um delineamento experimental de blocos completos casualizados. Após polimento superficial, valores iniciais (Vi) de microdureza superficial Knoop (10 g, 15 s) da dentina foram obtidos. Uma área 1,5 mm ao redor da margem da restauração foi delimitada e submetida a ciclos de des-remineralização, e a aplicações de “slurries” de dentifrícios (Sensodyne/Stafford-Miller) fluoretado (Bicarbonato de Na) ou não (Original). Obteve-se os valores finais (Vf) de microdureza. A ANCOVA considerou as diferenças entre Vi e Vf, a covariável Vi, e os fatores material restaurador, dentifrício e bloco. A interação entre material restaurador e dentifrício foi significativa (p = 0,0026). O teste de Tukey (a = 0,05) evidenciou diferenças estatísticas, expressas na tabela [médias (erros-padrão)] por letras diferentes na horizontal, e pela ausência de barras na vertical.

 

Ketac-Fil

Fuji II LC

F2000

Surefil

Z250

Sensodyne c/F

40,00 (0,14) a

41,94 (0,13) b

43,37 (0,14) c 

43,52 (0,13) c

44,05 (0,13) c

Sensodyne s/F

 42,95 (0,14) a

44,73 (0,13) b

45,29 (0,14) bc

46,06 (0,13) c

46,62 (0,13) c

Dentro das condições experimentais adotadas, concluiu-se que a associação do material restaurador ao dentifrício fluoretado proporcionou maior efeito cariostático. (Apoio: FAPESP - proc. nº 99/01437-4.)

  A152 

Avaliação, in vivo, da retenção do biofilme sobre as superfícies oclusais.

S. PAIM*1, A. MODESTO1, J. A. CURY2, A. THYLSTRUP3.

1FO-UFRJ/Brazil; 2FOP – Campinas/Brazil; 3Copenhagen/Denmark.
E-mail: susipaim@ig.com.br

Este trabalho teve como objetivos testar um modelo experimental de cárie in vivo para propiciar o acúmulo de biofilme sobre as superfícies oclu­sais, e examinar as características histológicas do esmalte oclusal humano permanente em função de períodos controlados de desafio cariogênico (DC). Participaram deste estudo 6 voluntários, de 12 a 15 anos de idade, cada um contribuindo com um par de pré-molares homólogos, com indicação de extração por razões ortodônticas. Os dentes-teste não apresentavam sinais visíveis de lesão de cárie e restauração. O fluoreto foi suprimido do estudo. Uma tela metálica foi colada na superfície oclusal para permitir o acúmulo microbiano. As reações do esmalte foram avaliadas qualitativamente através de dois tipos de exame, macroscópico e luz polarizada (LP), após uma, duas, três e quatro semanas de DC. Após uma semana de DC sobre as superfícies-teste, nenhuma mudança no esmalte foi observada macroscopicamente. Entretanto, em LP, a reação do esmalte se apresentou como uma área pseudo-isotrópica. Após duas, três e quatro semanas de DC, todos os indivíduos revelaram diferentes graus de opacidade no esmalte e desmineralização de subsuperfície. Observou-se variações inter-individuais na progressão da lesão entre indivíduos submetidos ao mesmo período de DC local. As lesões de cárie foram descobertas bilateralmente na entrada das fossas e sulcos/fissuras, estendendo-se ao longo das vertentes das cúspides.

Concluindo, o modelo in vivo de cárie mostrou ser efetivo para promover desmineralização na superfície oclusal. Além disso, este estudo documentou a importância do acúmulo de biofilme e das forças físicas intra-­orais, especialmente da escovação e da mastigação, para o desenvolvimento da lesão de cárie nessas superfícies. (Apoio financeiro: CAPES.)

 

  A153 

Análise estrutural e em MEV da distância entre a junção amelocementária e a bifurcação em molares decíduos.

R. BARONI*, M. J. ROCHA, R. SARCINELI.

Departamento de Estomatologia – UFSC e Departamento de Medicina Social – UFES.
Tel.: (0**27) 315-1001.

A distância entre a margem cervical do esmalte na junção amelocementária e a bifurcação tem sido assunto de várias pesquisas em molares permanentes, mostrando grande importância nos procedimentos endodônticos e periodontais. Em relação aos dentes decíduos, entretanto, não existia na literatura, estudos questionando a relevância desta estrutura. O objetivo deste trabalho foi medir a distância entre a junção amelocementária e o vértice da bi e trifurcações de 108 molares decíduos extraídos, com o auxílio de um paquímetro digital e lupa estereoscópica, assim como observar a estrutura em microscópio eletrônico de varredura (MEV). Os molares inferiores foram medidos nas faces vestibular e lingual, e os superiores, nas faces vestibular, mesial e distal, fornecendo um total de 223 medidas. Treze faces, todas sendo de molares inferiores, apresentaram o valor da distância menor que 1 mm. Setenta e cinco faces, sendo 24 de molares inferiores e 51 de molares superiores, tiveram medidas entre 1,1 e 2 mm. Desta forma, 88 medidas (39,46%) foram menores ou igual a 2 mm.

Os resultados, assim como as imagens obtidas ao MEV nos levam a crer que, nos molares decíduos, a proximidade da margem cervical do esmalte, com a região de furca (que contém o assoalho da câmara pulpar) deve levar o cirurgião-dentista à maiores observações clínicas, tanto no que diz respeito à disseminação de produtos oriundos do metabolismo bacteriano, como naqueles utilizados durante o tratamento endodôntico.

  A154 

Perda mineral de dentes frente a dois tipos de refrigerantes.

A. C. B. DELBEM, D. D. TORRIANI*, M. L. SUNDEFELD.

Departamento de Odontologia Infantil e Social – Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. E-mail: adalbem@foa.unesp.br

O aumento no consumo de refrigerantes nas últimas décadas suscitou vá­rias investigações sobre seu efeito nos dentes, especialmente quanto à ação dos carboidratos e ácidos presentes nos mesmos. O objetivo deste estudo foi analisar perda mineral decorrente de exposições in vitro de dentes em refrigerante tipo cola “light” e não “light”. Para tanto, 258 blocos de dentes bovinos com 4 x 4 mm, incluídos em resina acrílica e polidos, originaram corpos-de-prova com 6 blocos cada. Estes foram submetidos individualmente a teste de microdureza Knoop, com 5 indentações, carga estática de 50 g, em intervalo de 100 mm e divididos aleatoriamente em 3 grupos a serem imersos no refrigerante não “light” (G1), “light” (G2) e água deionizada (controle - G3). Após, foram imersos em saliva artificial a 37º C por 24 h e então mergulhados nos líquidos teste e controle resfriados a 4ºC, durante 5’ e sob agitação constante, em 4 diferentes freqüências (1, 2, 5 e 10 vezes). Entre as imersões e ao final destas, até completar 24 h do início do experimento, os dentes eram novamente mergulhados em saliva. Os respectivos resultados (média ± SD), após a microdureza final, para os grupos nas freqüências de 1, 2, 5, 10 são: G1 = 116,43 ± 18,41(a); 83,13 ± 23,16(b); 124,55 ± 50,41(a); 140,66 ± 43,57(a,c); G2 = 67,82 ± 23,47(b); 73,09 ± 21,37(b); 119,13 ± 51,13(a); 154,09 ± 23,14(c); G3 = 10,0 ± 35,58(d); 25,03 ± 30,23(d); 31,29 ± 43,93(d); 28,73 ± 19,15(d). Os valores seguidos de letras diferentes correspondem a diferenças significativas ao nível de 5%, através da análise ANOVA (teste F).

Concluímos que a perda mineral com o refrigerante “light” apresentou relação direta com aumento da freqüência, diferentemente do não “light”, e que o refrigerante “light” apresentou maior perda que o não “light” com 1 freqüência, não diferindo estatisticamente nas demais freqüências.

  A155 

Estudo histoquímico sobre o efeito da tiroidectomia, e tiroparatiroidectomia na dentinogênese do incisivo mandibular do rato.

A. C. ACEVEDO, O. A. TOLEDO.

Departamento de Odontologia, Faculdade de Ciências da Saúde, UnB, Brasília, DF.
E-mail: acevpoppe@uol.com.br

Nos mamíferos, o desequilíbrio no metabolismo do fósforo e cálcio, seja por carência hormonal, seja por aporte alimentar insuficiente se traduz em alterações no desenvolvimento dentário. Estudos sobre a tiroparatiroidectomia (TPTX) no desenvolvimento do incisivo mandibular do rato têm revelado alterações morfológicas no esmalte e na dentina (ACEVEDO e col., Connect. Tissue. Res., 32, 269-274,1996). Os ratos TPTX apresentaram níveis de calcemia muito baixos e falhas na mineralização do esmalte e dentina. Na dentina, além da presença de dentina interglobular, a aparição de formas agregadas de colágeno tipo I foram observadas na pré-dentina. O objetivo do presente trabalho é de avaliar e comparar histoquímicamente a distribuição do Ca2+ na dentina dos animais TPTX, e animais controles (C) utilizando o corante glyoxal-bis 2-hydroxyanil (GBHA). Incisivos inferiores de 20 ratos Wistar tiroparatiroidectomizados, à idade de 21 dias, e sacrificados trinta dias após a cirurgia, foram utilizados neste estudo. Dez animais controle não sofreram remoção cirúrgica das glândulas tiróides e paratiróides. Os animais foram anestesiados e fixados por perfusão intracardíaca com solução Karnovsky e os incisivos foram processados e incluídos em Epon 812. Cortes transversais de 4 mm de espessura dos incisivos não desmineralizados dos grupos controle e experimentais foram corados com GBHA e observados em microscopia óptica.

Os resultados do presente trabalho confirmam alterações na distribuição de Ca2+ na dentina circumpulpar dos animais TPTX e ausência de defeitos de mineralização nos animais C. Um estudo mais aprofundado sobre as alterações minerais e da matriz orgânica desses animais será necessário para a melhor compreensão da formação de dentina interglobular durante alterações do metabolismo fosfocálcico.

  A156 

Cárie oclusal em molares decíduos: diagnóstico e decisão de tratamento.

L. M. SANTOS*, M. J. C. ROCHA.

Departamento de Estomatologia, UFSC. Tel.: (0**48) 331-9531.

O objetivo deste estudo foi avaliar a concordância quanto ao diagnóstico e à decisão de tratamento de cárie oclusal em um grupo de examinadores não calibrados; relacionar o diagnóstico com as decisões de tratamento e relacionar os achados dos examinadores com os do estereomicroscópio (40 X). Trinta e dois molares decíduos foram fixados em blocos de resina acrílica, numerados de 1 a 32 e apresentados a 27 odontopediatras. Para cada dente responderam as seguintes questões: 1 - Na sua opinião, existe cárie oclusal neste dente?, 2 - Caso a resposta seja positiva, em que nível a cárie se encontra? A) esmalte, B) esmalte/dentina, 3 - Qual o tratamento(s) proposto(s)? A concordância entre os examinadores quanto aos diagnósticos e às decisões de tratamentos expressas em estatística Kappa foi considerada respectivamente, moderada (K = 0,454941) e leve (K = 0,057822). De acordo com o cálculo do intervalo de confiança (95%), foi considerada, de média a moderada e pobre, com nível de significância de 2,5%. A relação dos diagnósticos com às decisões de tratamento sugerem que houve um sobretratamento. A sensibilidade e especificidade média dos examinadores foi respectivamente, 0,36 e 0,82.

Concluiu-se que houve uma grade variação quanto aos diagnósticos e às decisões de tratamento; os examinadores não demonstraram uma atitude preventiva, e que houve uma considerável falta de correspondência entre os diagnósticos realizados pelos examinadores e os achados no estereomicroscópio.

 

  A157 

Análise em microscopia eletrônica de varredura potencial erosivo de géis fluoretados.

L. C. MAIA*, A. P. MORAIS, E. R. BUNDZMANN, A. M. G. VALENÇA.

Pós-Graduação em Odontologia Social/UFF, UNIGRANRIO, UNIVERSO.

O objetivo do presente estudo foi avaliar, em microscopia eletrônica de varredura (MEV), o potencial erosivo do gel fluoretado neutro (NaF 2,0%) e do acidulado (FFA 1,23%) aplicados topicamente no esmalte bovino hígido, bem como a influência do tempo de aplicação na severidade destas lesões. Para tanto, 40 blocos de esmalte bovino (4 mm2), cortados da superfície vestibular de incisivos bovinos, foram limpos com jato de bicarbonato (10’’), lavados convencionalmente (10’’), secos (10’’) e divididos (de acordo com o tipo de gel aplicado e o tempo de aplicação) em oito grupos (G) de cinco blocos. Os grupos G1, G3, G5, G7 receberam aplicação de FFA 1,23% por 30’, 15’, 4’ ou 1’, respectivamente, e os grupos G2, G4, G6, G8, receberam aplicação de NaF 2% por 30’, 15’, 4’ ou 1’, respectivamente. Cada bloco de esmalte possuía uma área (controle negativo) protegida por cera durante a aplicação de flúor. Após aplicação do gel, os blocos de esmalte foram preparados para as análises qualitativas em MEV. As observações em MEV mostraram um padrão erosivo com irregularidades superficiais representadas por desorganização e acentuação dos prismas em áreas delimitadas do esmalte quando o gel (neutro e acidulado) foram aplicados por 30’ (G1 e G2). Este padrão erosivo foi menos acentuado quando o tempo de aplicação foi reduzido para 15’ (G3 e G4), fato mais visível em G4. Nos grupos G5 e G6, o gel neutro foi menos erosivo que o FFA e em alguns blocos, que receberam a aplicação de gel neutro, foi impossível fazer uma distinção entre a área teste e a controle. O mesmo ocorrendo em G7 e G8.

Os resultados do presente estudo demonstram um maior potencial erosivo do gel fluoretado ácido e um aumento da severidade das lesões erosivas diretamente influenciado pelo tempo de aplicação do gel, independente do tipo utilizado.

 

  A158 

Diagnóstico e decisão de tratamento de lesões cariosas proximais posteriores incipientes.

V. M. A. BARBOSA*, I. A. PORDEUS, V. L. S. RESENDE.

Departamento de Dentística Restauradora. Faculdade de Odontologia da UFMG.
Tel./Fax: (0**31) 291-0541. E-mail: arianeti@terra.com.br

O estudo teve como objetivo avaliar a conduta clínica dos dentistas de Belo Horizonte em relação ao diagnóstico e à decisão de tratamento de lesões cariosas proximais incipientes em dentes permanentes posteriores. Para simular a relação existente na cavidade bucal foram montados em dois blocos de resina acrílica, grupos de 3 dentes posteriores (pré-molares e molares), produzindo oito superfícies proximais de contato e quatro superfícies proximais livres. As superfícies nunca haviam sofrido intervenção operatória e as mesmas apresentavam diagnóstico questionável em relação à presença de lesão cariosa. Cento e vinte dentistas selecionados aleatoriamente e distribuídos em três grupos de acordo com o tempo de formados, realizaram exames visual simples e radiográfico das superfí­cies proximais. Com o propósito de avaliar o grau de concordância entre os examinadores foi utilizado o índice kappa. A análise dos dados coletados referentes às avaliações clínica, radiográfica, clínico-radiográfica combinada, ao diag­nóstico e às decisões de tratamento evidenciou uma ampla variabilidade. Quanto à decisão de tratamento, a variabilidade de propostas demonstrou que foram indicadas intervenções desnecessárias entre os três grupos. Detectou-se que o maior problema para o dentista, não é distinguir entre superfície sadia e cariada e, sim, escolher entre terapia apropriada e não apropriada.

Os profissionais consideraram a análise radiográfica e o exame clínico como suficientes para decidir quanto ao diagnóstico e propor tratamento. Contudo, afirmaram agendar as consultas de retorno baseados nos dados individuais do paciente. Não houve relato de qualquer outra abordagem educativa além das orientações tradicionais relativas à higiene bucal. Verificou-se que tempo de formado e educação continuada não influenciaram as decisões de diagnóstico e de tratamento.

  A159 

Condições de saúde bucal em indivíduos fissurados.

E. M. B. LAGES*, B. MARCOS, I. A. PORDEUS.

Faculdade de Odontologia da UFMG. Tel.: (0**31) 282-6787, fax: (0**31) 281-4962.
E-mail: emlages@zipmail.com.br

O objetivo desta pesquisa foi avaliar as condições de saúde bucal dos indivíduos fissurados cadastrados na disciplina de Prótese e Ortopedia Maxilo-Facial da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais. A amostra constou de 78 indivíduos, de diferentes tipos de fissuras, na faixa etária de 1 a 32 anos. Para diagnóstico da cárie dentária foi realizado um exame visual, utilizando-se como índices o CPOD e o CPOS. Parâmetros clínicos periodontais clássicos na literatura foram utilizados para diagnóstico da doença periodontal (aumento de volume, sangramento à sondagem, profundidade de sondagem, perda de inserção, recessão gengival e cálculo dental). Os resultados mostraram um valor de ceo médio, na faixa etária de 1 a 5 anos, de 2,91 (± 3,99) e no grupo de 6 a 12 anos, de 2,77 (± 3,15). O CPOD médio nas faixas etárias de 6 a 12, 13 a 18 e 19 a 32 anos foram 1,87 (± 1,78), 6,46 (± 3,11) e 13,62 (± 6,51), respectivamente. Considerando as duas dentições, 5,3% dos indivíduos apresentaram saúde periodontal, 86,6% apresentaram gengivite e 8% apresentaram periodontite.

Concluiu-se que as condições dental e periodontal dos pacientes fissurados examinados não diferem dos padrões comuns da população.

 

  A160 

Prevalência da cárie em escolares de Feira de Santana – Bahia.

J. G. SANTOS*, M. F. A. BASTOS, M. E. P. RAMOS, E. L. SOARES.

Pós-Graduação em Odontologia Social/UFF – RJ; Universidade Estadual de Feira de Santana – BA.

O objetivo deste estudo epidemiológico foi verificar a prevalência de cárie e necessidade de tratamento em escolares no município de Feira de Santana - Bahia. A amostra foi constituída de 294 escolares de 6 a 12 anos de idade, de ambos os sexos, que freqüentavam o Centro Educacional Dr. Eduardo Froes da Mota, escola pública na zona urbana daquele município. Realizou-se levantamento epidemiológico da cárie através da inspeção visual, utilizando-se o índice CPO-D preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os resultados foram expressos através das médias de CPO-D encontrados para a população geral e isoladamente para cada idade avaliada. Pode-se observar, a partir dos resultados do presente estudo, que o CPO-D médio da amostra foi de 3,9, sendo obtido CPO-D aos 6 anos 5, aos 7 anos 4,38, aos 8 anos 3,84, aos 9 anos 3, aos 10 anos 3,97, aos 11 anos 3,20, aos 12 anos 5,07, demonstrando uma alta prevalência de cárie em todas a idades, considerando-se os valores preconizados pela OMS para o ano 2001. Verificou-se ainda que a porcentagem de escolares livres de cárie foi muito baixa em todas as idades, sendo 1,2 % aos 12 anos.

Com este estudo pode-se concluir que existe uma alta prevalência de cárie em escolares em Feira de Santana, Bahia, assim sugere-se a necessidade de se implantar medidas de promoção de saúde bucal onde se priorize as necessidades acumuladas e onde o processo de educação em saúde possa ser mais efetivo nos reais determinantes da doença na população.

 

  A161 

Avaliação clínica da eficácia e retenção do selamento oclusal realizado com um selante resinoso e um compômero.

M. E. BAGLIONI-GOUVÊA, R. M. PUPPIN-RONTANI, S. M. KOMATI, R. S. CENTENARO.

Área de Odontopediatria – FOP – UNICAMP. E-mail: magdabaglioni@yahoo.com

O objetivo deste estudo foi avaliar a longo prazo a retenção do selamento oclusal realizado com um selante resinoso (FluroShield – Dentsply) e um compômero (Compoglass) e sua efetividade na prevenção de cárie de fissuras. Foram selecionados 228 primeiros molares permanentes, hígidos, completamente irrompidos, de crianças de 7 a 9 anos de idade. A limpeza prévia dos dentes foi feita com escovas infantis e água. O campo operatório foi isolado com roletes de algodão, e o material foi manipulado de acordo com as instruções do fabricante. A amostra foi separada em dois grupos: Grupo 1 - dentes 26 e 46 – selados com FluroShield; Grupo 2 - dentes 16 e 36 – selados com Compoglass. Foram observados os seguintes valores para os materiais FluroShield e Compoglass respectivamente, aos 6 meses: 22,8% e 30,7% de perda parcial; 17,5% e 16,7% de perda total e 59,6% e 52,6% de retenção total; e aos 12 meses: 37,7% e 32,4% de perda parcial; 23,7% e 24,5% de perda total e 38,6% e 43% de retenção total. Aos 24 meses foram avaliadas 25 crianças da amostra original, totalizando 100 selamentos. Foi observado 48% e 52% de perda parcial; 32% e 26% de perda total e 20% e 22% de retenção total dos materiais FluroShield e Compoglass, respectivamente. Pela análise estatística (Chi-square e Wilcoxon) não foi observada diferença significativa entre os materiais avaliados quanto a retenção (p > 0,05).

Pode-se concluir que ambos os materiais foram considerados efetivos na prevenção de cárie.

 

  A162 

Padrão de cárie em São Paulo e Recife: um estudo comparativo.

E. P. SORIANO*, P. C. NARVAI, C. S. RODRIGUES.

Departamento de Odontologia Preventiva e Social – Faculdade de Odontologia de PE.
Tel.: (0**81) 469-2504, fax: (0**81) 458-1476. E-mail: cecile@elogica.com.br

O objetivo deste estudo foi descrever e comparar informações referentes ao comportamento da cárie dentária em escolares de 12 anos de idade, residentes nas cidades de Recife e São Paulo, nas décadas de 70 a 90. Este é um estudo epidemiológico do tipo ecológico que trabalhou com informações provenientes de levantamentos epidemiológicos oficiais realizados pelo Ministério da Saúde 1986, 1996, Secretaria de Saúde do Estado de SP, 1996 e 1998, Secretaria de Saúde do Estado de PE, 1973 e 1980 e SESI, 1993 em escolares. Os principais resultados deste estudo apontam que: a) houve um aumento no nível de cárie dentária para as duas cidades entre as décadas de 70 e 80. Em SP (período 1970-1983) este aumento foi da ordem de 8,7%. Em Recife (período de 1973-1980) este aumento foi mais acentuado, em torno de 41%. b) entre 1986-1996 foi observado um declínio bastante significativo nas capitais estudadas. Em São Paulo o declínio verificado foi de 70% enquanto que no Recife, este declínio esteve em torno de 68%. c) Mais recentemente (1998) a prevalência de cárie para a cidade de São Paulo pode ser considerada baixa (CPOD = 2,0), segundo critérios da Organização Mundial da Saúde. De acordo com estes mesmo critérios, a cidade do Recife (1996) apresenta uma prevalência de cárie considerada moderada (CPOD 2,9).

Conclui-se que a tendência de cárie para as duas cidades comportou-se de forma distinta embora, de maneira geral, tenham seguido as mesmas tendências. Foi observada uma tendência ascendente entre as décadas de 70 e 80, sendo esta bem mais acentuada no Recife. A partir da década de 80 até o momento foi observada uma rápida tendência decrescente nas duas cidades estudadas. Comparada ao Recife a tendência de cárie da cidade de São Paulo apresentou um declínio mais rápido e mais acentuado e mantém no momento uma menor prevalência de cárie.

 

  A163 

Diagnóstico de cárie e decisão de tratamento entre cirurgiões-dentistas.

F. L. MIALHE*, V. PARDI, A. C. PEREIRA, F. M. FLÓRIO, M. C. MENEGHIM.

Departamento de Odontologia Social – UNICAMP.

O objetivo deste trabalho foi verificar o diagnóstico de cárie e decisão de tratamento propostos por 50 CDs, através dos exames clínico/tátil e radiográfico, em superfícies oclusais de 20 dentes permanentes extraídos e validá-los com o resultado histológico (“gold standard”). Para a comparação dos resultados os dentistas foram divididos em grupos por anos de formação. Verificou-se que a sensibilidade do exame diagnóstico dos examinadores foi maior para cárie em dentina que em esmalte, ocorrendo então um número razoável de falsos negativos para lesões em esmalte. Houve uma proporção significante de indicação de sobretratamentos em superfícies hígidas, principalmente com relação a dentistas com mais de 10 anos de formado (p < 0,05), verificando-se que não apenas uma maior fração de dentes foram considerados cariados (diagnósticos falso positivo), como também, o tratamento do tipo restaurador foi indicado com maior freqüência. Observou-se que dentistas com formação mais recente (1-2 anos) tiveram uma tendência a indicação de restaurações adesivas, mais conservadoras que as tradicionais em amálgama, recomendadas com maior freqüência por dentistas com mais tempo de formado no estudo (p < 0,05).

Conclui-se que a variação no diagnóstico e de cárie e tipo de tratamento proposto foi muito grande, verificando-se ainda, diferenças estatísticas entre os grupos de dentistas, no que diz respeito a: utilização de procedimento prévio ao exame clínico, característica clínica utilizada como limite para abertura de cavidade, extensão radiográfica utilizada para decisão de tratamento, tipo de acessório utilizado para o diagnóstico de cárie.

 

  A164 

Refrigerantes “Cola” e a estrutura do esmalte de incisivos de camundongos.

D. M. P. PADILHA*, M. A. L. de SOUZA, E. JECKEL-NETO, E. STUDART-SOARES.

Instituto de Geriatria e Gerontologia PUCRS, F. Odontologia – UFRGS, ULBRA e UFC.
E-mail: dpadilha@pro.via-rs.com.br

Os camundongos como roedores possuem incisivos que crescem continuamente. Durante a amelogênese vários fatores podem interferir na formação do esmalte. Fatores associados com defeitos do esmalte tem sido investigados em animais de laboratórios incluindo os estados hipocalcêmicos. Os refrigerantes “Cola” tem sido investigados com foco no seu potencial erosivo sobre o esmalte. O consumo destes refrigerantes já foi apontado como potencialmente causador de hipocalcemia em crianças. O objetivo deste trabalho foi investigar a possibilidade dos refrigerantes “Cola” produzirem defeitos na estrutura do esmalte não erupcionado dos incisivos de camundongos. Camundongos (42) receberam dieta sólida convencional. Metade deles, o grupo controle, recebeu água. O restante, grupo “Cola” recebeu refrigerante “Cola”. Após 60, 90 e 180 dias, 7 animais de cada grupo foram sacrificados. A mandíbula direita foi dissecada e submetida a cortes perpendiculares ao longo eixo do incisivo: um corte localizado na crista alveolar do incisisvo eliminou o segmento erupcionado deste. Outro corte foi realizado na altura do buraco mentoniano. O último corte, foi realizado entre o primeiro e segundo corte. Os dois segmentos obtidos foram polidos na sua face mais distal, submetidos a ultra-som, condicionados com ácido nítrico, lavados, secos e metalizados para Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Ao MEV, cada face foi examinada e não foram observadas diferenças entre os grupos controle e “Cola” no que tange aos aspectos morfológicos estruturais do esmalte. Em ambos os grupos o esmalte externo apresentou os aspectos de normalidade incluindo a disposição paralela dos prismas e o esmalte interprismático produzindo o aspecto de “favo de mel”. Os prismas do esmalte interno nos dois grupos, foram observados dispostos em padrão normal, em fileiras e apresentando decussação causada por inclinação em direção oposta.

Não foram observados defeitos na estrutura do esmalte da porção não erupcionada do incisivo de camundongos que consumiram refrigerante “Cola” durante 2, 4 ou 6 meses.

 

  A165 

Clareamento caseiro de dentes e colagem ortodôntica.

D. R. M. BELLO*, M. A. L. de SOUZA, D. M. P. PADILHA.

Faculdade de Odontologia, PUCRS, ULBRA (Canoas) e UFRGS, RS, Brasil).
E-mail: carollo@zaz.com.br

O clareamento caseiro de dentes e o tratamento ortodôntico em adultos são processos já integrados a prática odontológica. O clareamento de dentes induz modificações na estrutura dentária como pressuposto para o ato da clarear. Este trabalho teve por objetivo analisar o processo de colagem ortodôntica com cimento de ionômero de vidro modificado por resina (CIVMR) em dentes submetidos ao clareamento externo com peróxido de carbamida a 10% in vitro. Vinte terceiros molares humanos inclusos foram coletados, cortados longitudinalmente em 2 planos produzindo uma amostra de 80 espécimes para 3 grupos experimentais relativos: à análise morfológica da superfície do esmalte clareado ao microscópio eletrônico de varredura (MEV), análise da interface dentes-CIVMR-“bracket”, também ao MEV, e realização de testes de resistência de união a tração. Com relação a análise morfológica os dentes expostos ao clareador estes mostraram alterações superficiais caracterizadas por erosão das partes mais elevadas das marcas dos processos de Tomes na superficie do esmalte. O teste de resistência de união à tração mostrou média de 2,9 ± 1,4 MPa para o grupo controle e 5,2 ± 2,4 MPa para o grupo tratamento sendo esta diferença estatisticamente significativa com p = 0,003 usando o teste t de Student. A análise da interface esmalte-CIVMR evidenciou falhas de união tanto no grupo controle quanto no tratamento não estando estas relacionadas com os achados relativos aos testes de tracionamento.

Dos achados conclui-se que o processo de clareamento de dentes com peróxido da carbamida a 10%, nas condições do presente estudo, foi capaz de interferir com o processo de colagem ortodôntica, aumentando a resistência de união a tração, quando CIVMR é utilizado em superfície de esmalte não condicionada e úmida. A superfície do esmalte mostrou alterações morfológicas.

 

  A166 

Regeneração óssea guiada com o uso de membrana PTFE e matriz dentinária descalcificada homóloga: estudo histomorfométrico.

D. O. TOSELLO*, V. A. P. CARVALHO, M. F. GOMES, M. A. C. SALGADO.

Departamento de Morfologia – Histologia, FOP – UNICAMP.

Um obstáculo para a reparação óssea em áreas de fraturas é a formação de tecido conjuntivo frouxo, impedindo a osteogênese. Estudos provaram que a barreira mecânica, através do uso de membranas, tinha êxito na reparação óssea. A membrana impede o crescimento de células indesejadas na área de reparação, preferenciando células específicas para repovoarem a região. Não obstante, além do uso de membranas tem-se estudado o efeito da associação destas a enxertos de materiais ósteo-indutores. Partindo desta premissa, propôs-se a realização de um estudo associando a membrana PTFE ao enxerto de fatias de matriz dentinária desmineralizada homóloga (MDDH) em defeito cirúrgico. Nos 9 coelhos do grupo A de controle foram realizados defeitos ósseos cirúrgicos de 5 mm de diâmetro na tábua óssea vestibular da mandíbula. No grupo B os defeitos ósseos dos 9 animais foram recobertos por membranas PTFE. No grupo C os defeitos ósseos nos 9 animais foram preenchidos na periferia por fatias de MDDH de 8 mm de espessura preparadas segundo CATANZARO-GUIMARÃES et al., Int J. Oral Maxillofac Surg. v. 15, p. 160-9, 1986, e recobertos por membrana PTFE. Os animais foram sacrificados após 30, 60 e 90 dias. As hemimandíbulas foram processadas para a obtenção dos cortes histológicos corados em HE e Picrosirius, os quais foram submetidos à analise histomorfométrica para a quantificação da matriz óssea neoformada. Após análise estatística (ANOVA e teste de Tukey - p < 0,05) verificou-se que a média de formação de matriz óssea foi maior e estatisticamente significante no grupo C.

Conclui-se que a associação membrana-PTFE com MDDH é eficaz na formação do tecido ósseo, levando a um aumento em volume significativo do mesmo nos períodos observados.

  A167 

Avaliação da perda mineral do esmalte após aplicação de produtos fluoretados para bebês.

F. L. MELHADO*, K. S. MOREIRA, C. M. BARBIERI, A. C. B. DELBEM.

Departamento de Odontologia Inf. e Soc. – FO – Araçatuba – UNESP. Tel.: (0**18) 620-3235. E-mail: adelbem@foa.unesp.br

As diferentes concentrações de soluções e dentifrícios têm sido estudadas devido ao alto índice de fluorose dental. A quantidade de flúor considerada segura, de acordo com a literatura, é de 0,05 mg/kg por dia. Em bebês, é utilizada uma concentração baixa (0,02% NaF/dia) por segurança, porém deve ser considerada a efetividade, com base na relação risco-benefício, dessa solução. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar in vitro a efetividade de três soluções de NaF e um dentifrício fluoretado (MFP), em dentes bovinos. Foram confeccionados blocos de esmalte (4 x 4 mm) e após, selecionados 72 através da microdureza (Knoop) superficial inicial do esmalte. Foram divididos em 6 grupos com 12 blocos cada, onde receberam os seguintes tratamentos: solução a 0,02% duas vezes ao dia (S0,02); 0,05% (S0,05) e 0,1%(S0,1) ambos uma vez ao dia; o dentifrício fluoretado aplicado uma (D1) e duas vezes ao dia (D2) e um grupo controle (GC). Os grupos foram submetidos à ciclagem de pH durante 14 dias sendo, 6 h em solução desmineralizadora e 18 h em solução remineralizadora. Após, realizou-se microdureza superficial final e o cálculo da porcentagem de perda de dureza superficial (%PDS) do esmalte e os dados foram submetidos ao teste estatístico de Kruskal-Wallis. Os resultados obtidos foram: D2 = 92,3a, D1 = 93,6a, S0,1 = 83,8b, S0,05 = 86,7c, S0,02 = 89,1c e GC = 100,0d, onde os valores com letras distintas mostraram diferença estatisticamente significante (p < 0,05).

Concluímos que a solução fluoretada a 0,1% NaF apresentou melhores resultados que as demais soluções e, de acordo com a literatura, supondo uma ingestão de 60% do total aplicado, não levaria à toxicidade crônica.

 

  A168 

Variação na opção de tratamento da superfície proximal posterior.

A. R. ROMANO*, A. V. MASIERO, A. D. LOGUERCIO.

Faculdade de Odontologia – FO – UFPel. Tel.: (0**53) 222-6690.
E-mail: anaromano@uol.com.br

As superfícies proximais posteriores, com contato estabelecido, têm o diagnóstico dificultado e conseqüentemente o planejamento de tratamento. Este estudo avaliou as decisões restauradoras proximais de profis­sionais e a relação com o padrão ouro. Quatro mestrandos em Dentística Restauradora, treinados, examinaram visualmente - auxílio da sonda romba - após separação temporária e imagem radiográfica, 48 superfícies proximais de pré-molares humanos montadas em manequins articulados, simulando o ponto de contato. Com base no diagnóstico da presença de lesão e cavitação foi planejado o tratamento não invasivo ou invasivo (incluindo a opção de lixar). Após, os sítios foram seccionados, avaliados na lupa estereoscópica (10 X) e fotografados, revelando: 2 superfícies hígidas, 9 com lesão em esmalte sem perda de contorno, 10 lesões com perda de contorno, 3 lesões em dentina sem perda de contorno e 24 com perda de contorno. A concordância média de tratamento inter-examinadores foi de 39,7 superfícies. Quando comparado ao padrão ouro, o Cohen’s kappa médio foi sofrível (0,27) e a tabela abaixo, mostra que o examinador B realizaria 45% de seus tratamentos desnecessariamente e deixaria de tratar 16% das lesões em dentina. No entanto, o examinador D, teria 18% de sobretratamentos e 35% de subtratamentos.

Examinador

Não invasivo

Invasivo

 

Correto

Sobretratamento

Correto

Subtratamento

A

8 (73%)

3 (27%)

30 (81%)

 7 (19%)

B

6 (55%)

5 (45%)

31 (84%)

 6 (16%)

C

7 (64%)

4 (36%)

29 (78%)

 8 (22%)

D

9 (82%)

2 (18%)

24 (65%)

13 (35%)

Diante da variação encontrada, concluímos que a opção terapêutica para lesão cariosa na superfície proximal seja, na dúvida: controle, aguarde e reavalie. (Apoio: FAPERGS e PET-UFPel.)

  A169 

Relação entre experiência de cárie de pré-escolares e mães.

E. R. BUNDZMAN*, J. M. REIS, M. M. RENDEIRO, D. G. ALMEIDA.

SMS/SSC/Coordenação de Programas de Saúde Bucal.

O objetivo desta pesquisa foi investigar a relação entre a experiência de cárie de pré-escolares e suas mães, analisando variáveis intervenientes. Em campanha de vacinação, no município do Rio de Janeiro, após consentimento e entrevista com os responsáveis, 500 crianças (254 sexo feminino, 246 sexo masculino; média de idade 3,5 anos) e suas respectivas mães (cerca de 50 de cada área programática do município) foram submetidas a exame da cavidade bucal, após escovação supervisionada. A média de experiência de cárie das crianças e das mães foi, respectivamente, 1,59 (DP 2,8) e 30,8 (DP 6,9). Não foi observada relação entre a experiência de cárie (CPOD) das mães com a de seus filhos (ceod) (p = 0,24), nem quando foram consideradas as lesões de cárie ativas em esmalte de mães e crianças (p = 0,26). Dentre as variáveis intervenientes pesquisadas, as de maior influência na experiência de cárie das crianças foram renda familiar e escolaridade materna (p > 0,000004). O aleitamento diurno, seja natural ou por mamadeira, não teve relação com o ceod (p = 0,32), contudo a amamentação noturna teve influência significativa na experiência de cárie do grupo de crianças examinadas (p = 0,002). Dentre as mães deste estudo, 17,3% fizeram tratamento odontológico durante a gestação, contudo este fato não se relacionou com a prevalência de cárie em seus filhos (p = 0,75).

Neste estudo, não houve relação significativa entre a experiência de cárie entre as crianças examinadas e suas mães. Fatores socioeconômico-culturais e ambientais tiveram forte influência na prevalência dessa doença, ratificando sua multifatoriedade etiológica.

 

 

Grupo A5.................................................................................................. A-170 à A-208

 

 

A170

 

Reparo alveolar com implante de ionômero de vidro em ratos estressados.

C. A. C. A. ARAÚJO*, M. C. C. PRADO, K. F. BOMBONATO, T. L. LAMANO-CARVALHO,
L. G. BRENTEGANI.

Departamento de MEF/FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-4013. E-mail: lgb@forp.usp.br

O ionômero de vidro é um material odontológico que pode ser usado para substituir tecido ósseo, porque apresenta biocompatibilidade e osteogênese no processo alveolar em ratos normais. Investigações anteriores mostraram que ratos estressados tiveram um atraso na cicatrização por causa das alterações hormonais. O presente trabalho teve o objetivo de avaliar histometricamente o comportamento do reparo ósseo em ratos implantados com ionômero de vidro. Os animais foram divididos em três grupos: controle, estressado e estressado tratado com benzodiazepínico. Foi injetado intraperitonealmente com uma dose de 5 mg/kg de Valium® uma hora antes do estresse por imobilização. Um grânulo de ionômero de vidro foi implantado nos alvéolos imediatamente após a extração dos incisivos centrais superiores. Os animais foram sacrificados 7, 15, 21 e 42 dias após a cirurgia e as peças foram descalcificadas e processadas para inclusão em parafina. Secções longitudinais de 7 mm foram feitas e coradas com HE. Um método de contagem de pontos com uma grade de 100 pontos foi feita para estimar osso e tecido conjuntivo em terços apical, médio e cervical do alvéolo. O teste estatístico (Mann-Whitney) da histometria mostrou que os ratos estressados implantados com ionômero de vidro tiveram um atraso na neoformação óssea quando comparados com os controles e estressados tratados com diazepam.

Conclui-se que o diazepam produziu um melhora no reparo dos animais implantados. (Apoio: CNPq - 520.327/97-7.)

  A171 

Análise da aplicação de LiCl em 2 linhagens de carcinomas bucais.

R. M. CASTILHO, R. TUCCI*, C. H. SQUARIZE, A. A. RAMOS, R. N. AUGUSTO, D. S. PINTO Jr.

Disciplina de Patologia Bucal – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7902. E-mail: castilho@siso.fo.usp.br

É bem sabido que a b-catenina forma um complexo tetramérico com o APC, a axina e o GSK-3 que tem a função de degradar a mesma. O litium tem a capacidade de bloquear o GSK-3 conseqüentemente deixando a b-catenina livre para se unir ao Lef-1 e promover a divisão celular. Assim foi utilizado o LiCl (cloreto de litium) em 3 linhagens celulares estabelecidas: HaCaT (queratinócitos imortalizados), HN-30 (carcinoma epidermóide bucal) e HN-31, (metástase da HN-30). Foram plaqueadas 104 células em placas de Petri de 3 cm de diâmetro mantidas em meio DME acrescido de 10% de soro fetal bovino nos grupos controles. Nos grupos experimentais foram acrescidos 20 mM de LiCl no meio, antes do plaqueamento. Uma curva de crescimento foi montada a partir de leituras realizadas em intervalos de 8 h. A linhagem HaCaT com LiCl apresentou um crescimento linear, porém menor que do grupo controle até as primeiras 24 horas. Este padrão foi semelhante ao encontrado na linhagem HN-31. A HN-30 mostrou um crescimento maior nas células tratadas com LiCl do que o grupo controle, padrão este mantido até 32 horas de análise.

As linhagens, HaCaT (controle) e HN-31 apresentam padrão semelhante de crescimento provavelmente por necessitar de confluência para sua maturação, retirando desta forma a b-catenina do contato com o Lef-1. Já a linhagem HN-30, com características mais agressivas e não necessitando de adesão para seu crescimento proporciona a atuação do LiCl por mais tempo no complexo tetramérico deixando a b-catenina em contato com o Lef-1 proporcionando desta forma o aumento observado na curva de crescimento.

  A172 

Estudo imuno-histoquímico da matriz extracelular em carcinoma epidermóide de boca.

M. C. R. HORTA, M. C. F. AGUIAR, S. V. CARDOSO*.

Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia Odontológica – FO – UFMG.
Tel.: (0**31) 291-1199, ramal 26. E-mail: fluiz@metalink.com.br

O presente trabalho procurou avaliar a expressão imuno-histoquímica de proteínas da matriz extracelular (tenascina, fibronectina, laminina e colágeno IV) em carcinomas epidermóides bucais (CEB), correlacionando a expressão destas proteínas entre si e com o grau malignidade dos tumores. Foram utilizados vinte casos de CEB, avaliados pelo sistema de gradação do fronte de invasão e submetidos à técnica imuno-histoquímica da estreptoavidina-biotina. Observaram-se os seguintes resultados: tenascina e fibronectina – marcação fibrilar no estroma com intensidade fraca, moderada ou forte e condensação peritumoral da marcação no estroma, com positividade citoplasmática para a tenascina nas células neoplásicas; laminina e colágeno IV – marcação linear ao longo da membrana basal tumoral (MBT) contínua, descontínua ou ausente, áreas de espessamento da marcação ao longo da MBT e marcação fibrilar no estroma. Houve correlação entre diminuição da expressão da laminina ao longo da MBT e aumento do grau histológico de malignidade. Não houve correlação entre a expressão de colágeno IV, tenascina e fibronectina e o grau histológico de malignidade ou entre a expressão das quatro proteínas estudadas.

A diminuição na expressão da laminina na MBT está relacionada ao aumento no grau histológico de malignidade do CEB. (Apoio: CNPq.)

 

  A173 

Avaliação das manifestações orais pré e pós-transplante de medula óssea.

B. SILVEIRA*, A. E. ALBERS, J. R. PRAETZEL.

Departamento de Odontologia Restauradora – Universidade Federal de Santa Maria – RS.
Tel.: (0**55) 222-3444. E-mail: bruls@zaz.com.br

A quimioterapia intensiva dada no transplante de medula óssea (TMO) pode provocar efeitos orais adversos com um risco potencial de conseqüências sistêmicas. O estudo tem como objetivos identificar e classificar o tipo e a incidência das alterações que acometem a cavidade bucal, previamente e posteriormente ao transplante de medula óssea, nos pacientes internados no Setor da Hemato-Oncologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Maria/RS, concorrendo para uma adequada orientação de cuidados com a cavidade oral. Dez pacientes foram acompanhados, três vezes por semana, desde sua internação até quarenta dias após o TMO. O exame foi realizado por dois observadores e as manifestações orais encontradas foram registradas em formulário específico. Os resultados colhidos sofreram análise estatística e são mostrados nas tabelas abaixo:

Tabela 1 - Manifestações bucais pré-transplante de medula óssea.

Gengivite

Ulceração

Hemorragia

Herpes simples

Nenhuma

2 (20%)

1 (10%)

1 (10%)

1 (10%)

5 (50%)

 

Tabela 2 - Manifestações bucais pós-transplante de medula óssea.

Mucosite

Gengivite

Ulceração

Hemorragia

Candidíase

Eritema

10 (100%)

3 (20%)

1 (10%)

4 (40%)

2 (20%)

2 (20 %)

Após análise dos resultados pudemos concluir que dentre as manifestações orais encontradas, mucosite e hemorragia foram as alterações mais freqüentes, com uma incidência de 100% e 40%, respectivamente. (Apoio Financeiro: CNPq.)

  A174 

PCNA e p53 em adenomas pleomorfos de glândula submandibular.

F. A. ALVES*, O. P. ALMEIDA, F. R. PIRES, M. A. LOPES, L. P. KOWALSKI

Departamento de Patologia Bucal da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP;
Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital do Câncer, São Paulo, Brasil.

Tumores de glândula salivar compreendem de 1% a 4% de todas as neoplasias do organismo. A glândula submandibular está envolvida em 5% a 10% dos tumores de glândula salivar e adenoma pleomorfo (AP) é o tumor mais comum. Em muitos tumores a presença da proteína mutante do gene p53 está relacionada com aneuploidia, estádio do tumor e prognóstico. Antígeno nuclear de proliferação celular (PCNA) está envolvido no ciclo celular. Este estudo descreve a expressão de p53 (clone DO-7) e PCNA (PC-10, Dako-patts, Denmark) em 45 casos de tumores de glândula submandibular. Todos os casos e dados clínicos foram obtidos dos arquivos do Hospital do Câncer, São Paulo, Brasil. A expressão foi classificada como negativa (–), baixa 1-10% (+), moderada 11-40% (++) e intensa > 40% das células (+++). A intensidade da coloração não foi considerada na avaliação dos resultados. A maioria dos pacientes estavam entre a 3ª e 5ª décadas de vida e 64% eram do sexo feminino. Tamanho do tumor variou de 1 a 10 cm. Todos dos casos apresentaram positividade para PCNA, embora em 64% a expressão foi baixa (+), e apenas 1 caso foi intensamente positivo (+++). Todos os casos foram considerados negativos para p53, embora em 14 casos algumas células foram positivas (< 1%).

Os resultados indicam que APs de glândula submandibular, assim como de parótida e de glândulas salivares menores apresentam crescimento lento e não apresentam alterações significantes no gene supressor de tumor p53.

  A175 

Metodologia de extração de DNA de dentes, e sua aplicação à Odontologia Legal.

R. N. OLIVEIRA*, E. K. ANZAI, R. A. MESQUITA, E. DARUGE, F. D. NUNES.

Departamentos de Odontologia Social da FOUSP e da FOP – UNICAMP e Departamento de Estomatologia da FOUSP.

Na literatura encontramos alguns protocolos para extração de DNA genômico e mitocondrial de dentes, entre eles a extração utilizando a sílica. Verificando as aplicações desta metodologia à Odontologia Legal percebemos que estas se apresentam quando da impossibilidade de utilização das técnicas tradicionais, como a comparação da ficha clínica ou radiográfica, nestes casos a comparação do DNA da vítima com o DNA de seus parentes pode ser a única forma de se chegar à identificação. Assim, procuramos adequá-la para polpas dentárias e de dentes inteiros (polpa, dentina, cemento e esmalte). Os dentes humanos foram obtidos junto ao curso de atualização em cirurgia da FUNDCTO e passaram por processo de limpeza com álcool e hipoclorito para serem estocados a –20ºC até seu uso. A amostra foi dividida em dois grupos, o grupo I onde trabalhamos com a polpa isoladamente e um grupo II onde os dentes inteiros foram pulverizados em nitrogênio líquido (N2). Com o grupo I trabalhamos com todo material obtido, independente do seu peso, e com o grupo II verificamos que apenas 0,25 g de material é suficiente para termos quantidade satisfatória de DNA para realização de amplificação. O DNA obtido foi amplificado por meio de PCR (reação de polimerase em cadeia), utilizando-se “primers” de seqüência conhecida pela literatura e o produto visualizado em gel de poliacrilamida 8%.

Foi padronizada uma metodologia de extração de DNA genômico e mitocondrial para dentes humanos, utilizando-se a sílica, sendo possível seu emprego à identificação humana. (Apoio financeiro: FAPESP - processo nº 97/13228-5. Aprovado CEP/FOUSP parecer nº 50/99.)

  A176 

Expressão de actina muscular lisa e calponina em adenoma pleomórfico e carcinoma adenóide cístico.

C. FURUSE*, V. C. ARAÚJO.

Departamento de Estomatologia, Disciplina de Patologia Bucal, FOUSP. E-mail: cfuruse@fo.usp.br

Fazendo parte do aparato contrátil da célula mioepitelial (CME) estão a actina e a calponina, proteína associada à actina e à tropomiosina, envolvida na regulação da contração do músculo liso. Decidimos, então, estudar a expressão dessas proteínas no adenoma pleomórfico (AP) e no carcinoma adenóide cístico (CAC). Por método imuno-histoquímico, verificamos a viabilidade da actina muscular lisa (AML) e da calponina (CALP) como marcadores tumorais e suas relações com a diferenciação das CME no AP e no CAC. O AP exibiu, com AML, positividade ocasional nas células externas das estruturas ductiformes e em células poligonais focais. CALP foi obsevada nessas mesmas células, mas em maior freqüência e intensidade. As células dos tipos cribriforme e tubular do CAC, exceto as tubulares internas, mostraram forte positividade para AML. CALP marcou as mesmas células, mas em menor freqüênia e intensidade. O tipo sólido do CAC foi negativo para AML, mas discretamente positivo para CALP. Comparamos nossos resultados ao processo de diferenciação das células musculares lisas, em que a expressão da AML é mais precoce que a da CALP.

Os tipos cribriforme e tubular do CAC seguiram o mesmo padrão de diferenciação do músculo liso, porém isso não foi visto no seu tipo sólido nem no AP. Observamos também que a AML é um marcador apenas para os tipos cribriforme e tubular do CAC, podendo suas células estar em um estágio de diferenciação em que já apresentam AML mas apenas algumas apresentam CALP, enquanto que a CALP é um marcador para o tipo sólido do CAC, podendo ser útil na sua diferenciação com tumores sólidos indiferenciados.

  A177 

Avaliação do padrão de marcação das citoqueratinas no líquen plano e na displasia liquenóide.

E. TURATTI*, V. C. ARAÚJO, N. S. ARAÚJO.

Departamento de Estomatologia, Faculdade de Odontologia da USP – SP.

A avaliação da expressão das citoqueratinas pela técnica de imuno-histoquímica é muito utilizada tanto no auxílio diagnóstico de vários tipos de lesões, como também no seu prognóstico. O líquen plano e a displasia liquenóide são lesões que apresentam várias características em comum, clínicas e histopatológicas, perpetuando na literatura uma discussão a respeito do potencial maligno do líquen plano. Nosso trabalho teve por objetivo avaliar a expressão das citoqueratinas em quinze casos de líquen plano e seis casos de displasia liquenóide, provenientes de vários locais da cavidade oral, utilizando cortes de mucosa normal como controle. As reações imuno-histoquímicas foram realizadas com a técnica da estreptavidina-biotina, tendo sido os cortes submetidos aos anticorpos monoclonais anticitoqueratinas 7, 10, 13, 14, 16, 17 e 19. Os resultados demonstraram que não houve alterações significantes no padrão de expressão das citoqueratinas entre as lesões, não tendo sido identificado nenhum tipo de marcador específico que possa ser utilizado para diferenciar essas duas lesões.

Concluímos que o exame pela coloração com hematoxilina e eosina deve ainda ser soberano na avaliação dessas lesões, devendo a expressão das citoqueratinas ser considerada como um método de auxílio diagnóstico para estes casos.

 

  A178 

Efeito da radiação de elétrons na atividade enzimática em tecido de granulação.

S. M. ALMEIDA*, F. N. BÓSCOLO, J. CURY, J. R. ROCHA, R. M. LOURENÇO.

Radiologia – FOP/UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5328/5218. E-mail: solangea@fop.unicamp.br

O presente trabalho avaliou o efeito de baixas doses de radiação de elétrons na atividade da adenosina trifosfatase, fosfatase alcalina e 5’nucleotídeo diesterase, presentes no tecido de granulação. Para tanto, foi inserido subcutaneamente um disco de esponja de PVC na região dorsal de 84 ratos Wistar, machos, sendo divididos em dois grupos: controle e irradiado, o qual sofreu irradiação com um feixe de elétrons com energia de 6 MeV e uma dose simples de 1,0 Gy, 3 dias após a implantação da esponja. A irradiação foi realizada somente na área correspondente àquela onde encontrava-se a esponja. A avaliação da atividade enzimática foi realizada aos 5, 7, 10, 14, 17, 20 e 24 dias de evolução do tecido de granulação, sendo determinada através do sobrenadante de extratos e submetida à análise estatística (análise de variância e teste t). Os resultados mostraram que a adenosina trifosfatase mostrou menor atividade aos 20 dias, no grupo irradiado. A fosfatase alcalina apresentou aos 14 dias maior atividade no grupo irradiado, porém não significante. A 5’nucleotídeo fosfodiesterase apresentou maior atividade aos 5 dias nos animais irradiados, sendo estatisticamente significante. Aos 17 dias, também no grupo irradiado, houve queda significante na atividade desta enzima, seguida de novo aumento com diferença significante, aos 24 dias.

Concluiu-se que a radiação de elétrons, mesmo sendo de baixa dose, provocou alterações na atividade das enzimas estudadas, sendo que apenas a fosfodiesterase mostrou a atividade aumentada estatisticamente significante.

  A179 

Penetrância e expressividade da fibromatose gengival hereditária em uma família do sul de Minas.

S. L. F. MAIA, T. E. BOTREL, H. M. JÚNIOR, L. R. FERREIRA*.

Departamento de Periodontia, Instituto de Odontologia e Faculdade de Ciências Médicas – ­Unifenas. Tel.: (0**35) 291-1325, fax: (0**35) 291-4194. E-mail: lrf.citylab@pitnet.com.br

Fibromatose gengival é um termo genérico, usado clinicamente para referir-se a um aumento volumétrico da gengiva freqüentemente resultado do acúmulo de grandes quantidades de colágeno. A fibromatose gengival é classificada segundo suas possíveis etiologias em inflamatória, neoplásica, medicamentosa e hereditária. A fibromatose de natureza hereditária é denominada de fibromatose gengival hereditária (FGH). FGH é uma condição oral incomum (1:750.000), caracterizada clinicamente por um aumento gengival fibrótico e generalizado decorrente de um abundante acúmulo de colágeno e componentes da matriz extracelular e uma maior proliferação de fibroblastos. A FGH é transmitida de forma heterogênea, podendo manifestar de forma isolada ou mais raramente associada a outras características, como hipertricose, retardo mental e epilepsia, entre outras, compondo variadas síndromes. Embora na maioria das vezes seja herdada como um traço autossômico dominante, formas autossômicas recessivas têm sido descritas. Neste estudo a FGH foi descrita através da análise da expressão fenotípica (penetrância e expressividade), numa família portadora daquela condição, composta de 39 indivíduos do município de Campestre - MG, sul de Minas Gerais. A FGH foi inicialmente detectada a partir de um indivíduo do sexo feminino, nascido em 1928, que gerou 27 descendentes diretos, sendo 14 (51,8%) afetados para FGH. É importante observar que estes pacientes portadores de FGH, não faziam uso de qualquer medicamento relacionado a aumentos gengivais e apresentavam intelecto normal.

Após confecção e análise dos heredogramas, concluiu-se que nesta família a FGH foi transmitida através de uma herança autossômica dominante, como um achado isolado, sem qualquer associação sindrômica, com penetrância completa e variados graus de expressividade. Os pacientes portadores da FGH, receberam, ainda, tratamento odontológico das demais especialidades, bem como aconselhamento genético da condição hereditária que apresentam.

 

  A180 

Estimativa do surto de crescimento puberal através das vértebras cervicais.

M. C. ARMOND*, J. C. M. CASTILHO, O. TAVANO, L. C. MORAES.

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia – UNESP SJC. Tel.: (0**35) 221-4144,
fax: (0**35) 222-2462. E-mail: mcarmond@zipmail.com.br

O objetivo nesta pesquisa foi estimar o crescimento e desenvolvimento esqueletal observando radiograficamente as alterações morfológicas da primeira, segunda e terceira vértebras cervicais, de acordo com o método proposto por HASSEL & FARMAN Am. J. Orthod. Dentofac. Orthop., 107 : 1, 58-66, 1995, em pacientes que se encontravam no surto de crescimento puberal. A inspeção radiográfica das vértebras cervicais foi realizada por meio de telerradiografias laterais e o surto de crescimento puberal foi identificado através dos eventos de ossificação da mão e punho. Para tanto, foram selecionadas as telerradiografias laterais e radiografias carpais de 110 brasileiros leucodermas de ambos os sexos, com idade cronológica variando dos 8 a 14,6 anos para as meninas e dos 9,5 aos 15,4  anos para os meninos. Os resultados revelaram que houve correlação estatisticamente significante entre os indicadores de maturação das vértebras cervicais (IMVC) e aqueles pacientes que se encontravam no surto de crescimento puberal.

Concluiu-se que a avaliação radiográfica das alterações morfológicas das vértebras cervicais, nas telerradiografias laterais, constitui um parâmetro alternativo, confiável e prático na avaliação esquelética, vindo a complementar a gama de informações que se deve obter do paciente em tratamento ortodôntico e, circunstancialmente, substituir outros métodos de avaliação.

 

  A181 

Estudo anátomo-radiográfico da sela turca em crianças.

H. FAIG-LEITE*, M. F. CORRÊA.

Disciplina de Anatomia – FO São José dos Campos – UNESP. E-mail: horacio@fosjc.unesp.br

A sela turca (túrcica) é uma importante escavação que aloja a glândula hipófise ou pituitária, seu tamanho pode estar ampliado ou reduzido devido a várias patologias. O hipotiroidismo primário é a causa em crianças, do maior índice de ampliação selar. Esta e outras patologias podem ser detectadas radiograficamente pelo cirurgião-dentista. O propósito deste estudo foi medir a área da sela turca em radiografias laterais da face de crianças e comparar com valores padrões encontrados na literatura. Foram utilizadas 300 radiografias divididas em 6 grupos, 3 masculinos e 3 femininos, onde: G1 agrupou-se crianças de 8 anos, G2 de 9 a 11 anos e G3 crianças de 12 anos. Para calcular a área da sela turca, mediu-se o maior diâmetro ântero-posterior e a profundidade obtida do ponto mais baixo do soalho selar a uma linha conectando o topo do dorso da sela ao tubérculo da sela. Estes dois valores foram multiplicados dando como resultado a área em mm2. Para obter esses segmentos, o contorno da sela foi desenhado sobre papel vegetal e medido com um paquímetro. Nossos resultados mostraram ampliação da sela turca em todos os grupos estudados e redução de tamanho em alguns, perfazendo no sexo feminino 21,30% de ampliação contra 1,78% de redução, no sexo masculino 16,79% e 3,06% respectivamente. A maior ampliação selar foi detectado no G3 masculino (154 mm2), onde o valor superou os limites de normalidade de uma sela adulta (130 mm2).

Concluímos que as alterações dimensionais da sela turca podem ser detectadas primeiramente pelo cirurgião-dentista, diminuindo desta forma a morbidade nos seus pacientes. (Apoio: PIBIC/CNPq/UNESP.)

 

  A182 

Expressão da fibronectina na odontogênese e em tumores odontogênicos mistos.

R. A. FREITAS*, A. L. L. COSTA, C. R. L. V. FIGUEIREDO, C. A. G. BARBOZA,
A. M. C. MEDEIROS.

Pós-Graduação em Patologia Oral – UFRN.

A fibronectina constitui uma glicoproteína de matriz extracelular com importante papel na adesão das células à matriz e na orientação da migração celular durante a embriogênese, particularmente na odontogênese. Partindo-se do princípio de que os tumores odontogênicos compartilham fortes semelhanças com o desenvolvimento embrionário dos dentes, objetivou-se verificar a expressão e distribuição da fibronectina em germes dentários (n = 4), fibroma ameloblástico (n = 2), fibro-odontoma ameloblático (n = 1) e odontomas (n = 4). Evidenciou-se que em todos os espécimes analisados a fibronectina distribuía-se na interface epitélio-mesênquima como uma linha contínua intensamente marcada e, em direção ao mesênquima, sob uma forma fibro-reticular.

Nossos resultados demonstraram não haver diferenças na expressão e distribuição da fibronectina em germes dentários e nos tumores odontogênicos estudados.

 

  A183 

Cronologia de mineralização do primeiro molar inferior permanente (Belém/PA).

T. SHUSTERSCHIZT, W. COSTA, F. HAITER NETO, F. N. BÓSCOLO.

Radiologia. Tel.: (0**19) 430-5328/5218. E-mail: boscolof@fop.unicamp.br

A presente pesquisa teve como objetivo estudar os estágios de mineralização dentária do primeiro molar inferior permanente e a relação destes com a idade cronológica de crianças da região de Belém - PA. Foram obtidas radiografias laterais oblíquas de 293 indivíduos, sendo 152 do sexo feminino e 141 do sexo masculino, na faixa etária compreendida entre 36 e 161 meses. Foi utilizada para análise dos estágios de mineralização, a classificação de NOLLA, sendo avaliados os estágios 6 (coroa totalmente formada), estágio 8 (2/3 da raiz formada) e estágio 10 (ápice radicular formado). Os resultados obtidos foram submetidos à análise estatística (análise de variância e teste Tukey), mostrando que para o estágio 6, a média de idade foi de 52,29 e 50,75 meses para o sexo masculino e feminino respectivamente. Para o estágio 8, a média de idade foi de 89,80 meses para o sexo masculino e 85,69 meses para o sexo feminino. O estágio 10 apresentou idade média para o sexo masculino de 134,38 meses, enquanto para o sexo feminino foi 128,27 meses.

Concluiu-se não haver diferenças significativas nas médias de idade entre os sexos, para cada estágio de mineralização dentária ao nível de 5%.

 

  A184 

Estudo comparativo das estruturas da mandíbula utilizando raios X e radiovisiografia.

S. H. G. OLIVEIRA*, H. FAIG-LEITE.

Disciplina de Anatomia, Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP.

O objetivo deste trabalho foi comparar in vivo as estruturas anatômicas da mandíbula, utilizando imagens radiográficas convencionais e a radiovisiografia. Cada paciente foi submetido a dois tipos de exames; radiográfico com filme convencional e radiovisiográfico, foi examinado um hemi-arco inferior direito de cada paciente, portanto, quatro tomadas radiográficas e quatro a cinco tomadas radiovisiográficas, foram realizados. As radiografias de cada paciente foram analisadas em um negatoscópio juntamente com as radiovisiografias do mesmo no monitor do RVG, e um quadro foi preenchido de acordo com a análise através de códigos que classificam as imagens. Utilizamos o teste c2 de McNemar ao nível de 5% de significância que mostrou que não houve diferença entre os dois métodos, ainda em face aos dados subjetivos fornecidos pela execução e manuseio dos aparelhos.

Concluímos que o tamanho e a falta de flexibilidade do sensor intra-oral utilizado pelo RVG dificulta a realização do exame de algumas regiões; o RVG tem como vantagens sobre o método radiográfico convencional, um menor tempo de exposição, a imagem rápida no monitor e os recursos de manipulação de imagem que o aparelho oferece; a radiografia convencional tem como vantagem sobre o RVG, a arquivo dos dados, pois a impressão em papel especial do RVG perde a nitidez obtida no monitor e o papel torna-se velado na presença de calor, o que não ocorre com a película radiográfica arquivada que sofreu adequada revelação e fixação.

 

  A185 

Dimorfismo sexual por medidas no crânio: tamanho da amostra.

G. M. B. AMBROSANO*, L. FRANCESQUINI Jr., M. A. FRANCESQUINI, E. DARUGE,
J. E. CORRENTE.

Departamento de Odontologia Social, FOP/UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5209.
E-mail: abento@fop.unicamp.br

Os cirurgiões-dentistas e os médicos investidos nas funções periciais têm, muitas vezes, a difícil tarefa de identificar uma determinada peça óssea. Devido à sua forma, o crânio é muitas vezes a única peça encontrada e se faz necessário determinar através deste, a cor da pele, a idade, a estatura e o sexo. Devido a possibilidade de exclusão de 50% do total de suspeitos a serem os prováveis indivíduos procurados, inicia-se o processo de identificação pela investigação do sexo. Não existem, ainda, no Brasil, tabelas confiáveis para identificação do sexo e por isso se faz necessário a elaboração de tabelas e modelos para tal fim. O objetivo do presente trabalho foi determinar o número necessário de crânios para estimar medidas para fins periciais. Foram tomadas medidas obtidas das distâncias entre a raiz anterior da apófise mastóidea até o forame incisivo (ou oral) lado direito e lado esquerdo; raiz anterior da apófise mastóidea direita até a raiz anterior da apófise mastóidea esquerda; e a medida do ponto denominado básio até o ponto oral, de um total de 100 crânios. Para o dimensionamento da amostra utilizou-se a estimativa da variância da população e erro amostral de 1% do valor da média.

Conclui-se que o tamanho de amostra necessário para esse tipo de ensaio, admitindo-se um erro amostral de 1% da média é de 230 crânios.

 

  A186 

Cistos radiculares apicais: estudo de 187 casos.

E. MORAES, C. FURUSE, Y.R. CARVALHO, A.A.H. BRANDÃO*.

Departamento de Biopatologia e Diagnóstico da Faculdade de Odontologia de S. J. Campos – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166 ramal 1206.

Foi realizado um levantamento dos casos de cistos radiculares apicais diagnosticados no Laboratório de Patologia da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP - Campus de São José dos Campos, nos últimos 22 anos. Foi verificada a preva1ência, segundo a faixa etária, sexo, cor e localização de 187 casos, e analisadas suas características histológicas – epitélio de revestimento e cápsula de tecido conjuntivo. Os dados demonstraram uma maior prevalência na faixa etária de 27 a 36 anos e em mulheres brancas e a localização mais freqüente foi na região superior anterior. O achado histológico mais freqüente foi epitélio proliferativo revestindo parcialmente a cavidade e presença de infiltrado inflamatório mononuclear variando de moderado a intenso na cápsula de tecido conjuntivo fibroso. Embora a literatura relate a maior prevalência de cistos radiculares apicais no gênero masculino e nas décadas de 30 a 60 anos, os resultados do presente trabalho não confirmam esses dados.

Uma vez que os cistos radiculares apicais são, com freqüência, achados radiográficos acidentais, sua delimitação epidemiológica ainda requer um esforço diagnóstico mais acentuado dos profissionais da Odontologia.

 

  A187 

Estudo dos fatores etiológicos da estomatite ulcerosa recorrente por PCR.

J. M. N. VICTÓRIA*, E. KALAPOTHAKIS, M. C. F. AGUIAR, R. S. GOMEZ.

Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia Odontológica – FO – UFMG.
E-mail: rsgomez@net.em.com.br

A estomatite ulcerosa recorrente (EUR) é uma úlcera dolorosa localizada na mucosa bucal de grande morbidade na população mundial. Trabalhos recentes tem tentado relacionar a etiologia da EUR com agentes microbianos. O propósito do presente estudo é investigar a possível associação dos vírus do herpes simples - 1 (HSV-1), vírus do herpes humano-6 (HHV-6) e Helicobacter pylori com a EUR. Onze pacientes portadores de EUR atendidos no Serviço de Semiologia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais foram incluídos no estudo. Raspados da mucosa bucal na região ulcerada até 3 dias de evolução e na mucosa contralateral normal foram realizados e transferidos para uma solução de Krebs. Após extração do DNA as amostras foram submetidas à técnica da PCR (“nested”) e analisadas em gel de agarose. Os resultados não mostraram associação entre o HSV-1, HHV-6 e H. pylori e o aparecimento da EUR.

Estes dados sugerem que esses agentes microbianos não estão envolvidos na etiopatogenia da EUR.

 

  A188 

Alterações gengivais pela desnutrição pós-natal e diabete aloxânica.

A. C. F. MOTTA*, M. C. KOMESU, M. A. S. DI MATTEO, R. A. LOPES.

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP.

O conceito atual da etiologia multifatorial das doenças periodontais determina que a doença ocorrerá quando a agressão microbiana e a resposta do hospedeiro sejam alterados de alguma forma. Portanto, alterações capazes de modificar o equilíbrio fisiológico do hospedeiro podem modificar a extensão, curso e resposta ao tratamento das doenças periodontais. O objetivo deste estudo é avaliar a resposta do epitélio de revestimento gengival à situações experimentais de desnutrição pós-natal e período inicial da diabete aloxânica em animais de laboratório. Foram utilizados ratos albinos, variedade Wistar nos quais se criaram situações de desnutrição e diabete aloxânica. Cada grupo tratado teve seu respectivo controle da mesma idade não sujeitos a essas alterações. Nossos resultados iniciais mostram uma tendência a diminuição nuclear com maior variação da forma, tanto na camada basal como na espinhosa em epitélio gengival de animais nas fases iniciais da diabete. Os animais desnutridos apresentaram aumento nuclear em todas as camadas epiteliais, sem alteração de forma.

Por esses resultados foi possível concluir que situações de desnutrição e hiperglicemia são responsáveis por alterações observadas no núcleo das células no epitélio gengival em animais experimentais.

 

  A189 

Estudo epidemiológico da leishmaniose, forma cutâneo-mucosa, no Estado de São Paulo.

I. WEINFELD*, C. F. S. LEITE, R. K. WEINFELD.

Faculdade de Odontologia – UMESP. Tel.: (0**11) 4366-5552.

Leishmaniose é considerada pela OMS a segunda mais relevante doença tropical, após malária. Face ao crescente número de casos e à ausência de dados quanto às manifestações bucais, realizamos um estudo epidemiológico no Estado de São Paulo, cobrindo o período de 1986 a 1999. Os aspectos clínicos, histopatológicos e laboratoriais de 4.611 casos foram obtidos do Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo. Em relação às formas clínicas, 997 casos foram confirmados, sendo 64,5% os da forma cutâneo-mucosa, maior incidência no sexo masculino (71,8%), acima de 20 anos de idade. A taxa de incidência no Estado cresceu de 1992 em diante, bem como a área de transmissão, relacionada à agricultura e criação de gado (29,9%) e afazeres domésticos (20,3%). A mucosa da região nasal foi a mais freqüentemente acometida, seguida do palato, orofaringe, língua e lábios em ordem decrescente de importância. Clinicamente as lesões iniciais apresentavam-se sob a forma de pápulas, evoluindo até úlceras, acometendo 13,9% de todos os casos.

Embora represente uma baixa porcentagem, o profissional deve estar pronto para reconhecer as manifestações bucais, uma vez que o padrão de transmissão tem sofrido alterações devido, por exemplo, à dipersão geográfica, fato que pode nos colocar frente a indivíduos com tal doença.

 

  A190 

Expressão de metaloproteinases no ameloblastoma.

J. J. V. PINHEIRO*, V. LOUREIRO, E. TODAI, R. G. JAEGER.

Patologia Bucal FOUSP. Tel./Fax: (0**11) 3091-7902. E-mail: rgjaeger@siso.fo.usp.br

O ameloblastoma é um tumor odontogênico de origem ectodérmica, caracterizado pela proliferação do epitélio odontogênico sem a participação do ectomesênquima. Embora caracterizado como uma neoplasia benigna, o ameloblastoma é localmente invasivo o que resulta em recidivas freqüentes mesmo após a realização de cirurgias radicais. Um dos pontos importantes no estudo desta neoplasia, é o mecanismo pelo qual ela invade os tecidos vizinhos. Entre os fatores que modulam a invasividade local de uma neoplasia estão as metaloproteinases da matriz (“matrix metalloproteinases”, MMPs). Essas enzimas podem degradar a maioria, se não todos os componentes da matriz extracelular. Por isso achamos interessante investigar a expressão de diversas MMPs nas células do ameloblastoma. Para o estudo foi realizada a análise imuno-histoquímica em cortes histológicos de ameloblastoma humano. Os resultados obtidos revelaram a expressão de MMP-1 e MMP-2 no ameloblastoma humano.

Concluímos que as células do ameloblastoma expressam metaloproteinases da matriz. Essa expressão pode estar envolvida no mecanismo.

 

  A191 

Prevalência de cárie, gengivite e fluorose em escolares brasileiros, 1998/99.

B. B. SILVA*, M. MALTZ.

Departamento de Odontologia Preventiva e Social. Faculdade de Odontologia, UFRGS.

O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de cárie dentária, gengivite e fluorose em escolares de 12 anos de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. A amostra constou de 1.000 estudantes da rede de ensino pública e particular da cidade. Os índices utilizados foram ISG, CPOD e ITF. O ISG foi o primeiro índice a ser coletado. Após, as crianças foram submetidas a remoção de placa dental e os dentes foram secos para os exames de cárie e fluorose. A média do CPOD e o erro padrão, incluindo as lesões não cavitadas foi 2,22 ± 0,08, o ISG foi 19,76 ± 0,54% e a prevalência de estudantes com fluorose foi 52,9%. Em relação à severidade, 45,9% das crianças apresentaram TFI 1, 6,1% TFI 2 e 0,9% TFI 3. Foi observada uma polarização da experiência de cárie e gengivite na população estudada. Apenas 14,4% dos estudantes apresentaram CPOS maior que 7. Uma pequena porção das crianças (12%) apresentaram sangramento gengival ³ 40%.

A experiência de cárie e gengivite dos escolares de 12 anos de Porto Alegre é comparável ao de países desenvolvidos, resultado, provavelmente, do uso intensivo de fluoretos que está causando também o aumento da prevalência de fluorose. A severidade da fluorose não justifica qualquer medida de saúde pública. Os resultados mostram que as medidas de saúde pública estão sendo efetivas, embora uma parte da população ainda necessita de cuidados adicionais. (Este trabalho teve apoio da UFRGS e da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.)

 

  A192 

Medidas de reabsorção radicular externa através de dois sistemas de imagens.

C. HAITER*, F. R. MANZI, F. HAITER NETO, S. M. ALMEIDA.

FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5327/430-5218. E-mail: haiter@fop.unicamp.br

O tratamento ortodôntico, está associado a um risco de reabsorção apical externa, sendo a radiografia periapical convencional, o método mais utilizado para o diagnóstico dessa condição. Com o desenvolvimento das imagens digitais, é possível reduzir significantemente as doses de radiação, e estudos vêm sendo realizados para comprovar a qualidade dessas imagens. O objetivo deste trabalho foi comparar radiografias digitais, utilizando os recursos equalizar e brilho/contraste, com radiografias convencionais, na visualização de pequenos desgastes apicais. Foram utilizados dentes de cada grupo: incisivo central, incisivo lateral, canino, pré-molar e molar, de um crânio macerado. Os dentes foram retirados de seus alvéolos para obtenção da sua medida real, sendo recolocados e radiografados por 3 sistemas (Digital Digora, Digital DenOptix e filme Convencional). Posteriormente os dentes foram removidos, desgastados, mensurados e recolocados, para a obtenção de novas radiografias, realizado-se dois desgastes em cada dente. As mensurações radiográficas foram feitas por 6 radiologistas, com auxílio de uma régua nas radiografias convencionais e nas imagens digitais foram usadas régua inerente a cada sistema. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística (teste t pareado), monstrando que as médias das mensurações feitas nos dois sistemas digitais não apresentaram diferença estatisticamente significante, com o tamanho real dos dentes pesquisados, assim como as médias das mensurações no filme, nas duas primeiras fases do experimento. Porém na fase 3, a média das diferenças das mensurações feitas no filme convencional apresentaram diferença estatisticamente significante (p < 0,05).

Pelos resultados, conclui-se que os sistemas digitais possuem uma alta exatidão na mensuração do comprimento do dente com reabsorções radiculares apicais externas, mostrando-se superior ao filme convencional.

 

  A193 

Expressão de citoqueratinas, S-100, CD1a, p53, p21, PCNA, Ki-67 em queilite actínica.

J. N. SANTOS*, E. MARTINEZ, M. N. SOTTO, N. S. ARAÚJO, V. C. ARAÚJO.

Patologia Bucal da FOUSP, UFBA e Dermatologia da FMUSP. Tel.: (0**11) 3091-7902.

Sabendo-se que a queilite actínica pode sofrer transformação maligna, propomo-nos a estudar proteínas implicadas na maturação epitelial e no controle do ciclo celular, bem como a participação das células de Langerhans (CL) através da imuno-histoquímica. Para tal, foram utilizados anticorpos contra (CKs) (7, 8, 10, 13, 14, 16, 17, 18, 19), contra as proteínas S-100 para as CL em 34 casos de QA com diferentes graus de atipia. A citoqueratina 10 esteve presente desde o estrato intermediário até o superficial. A CK 14 marcou todos os estratos epiteliais na maioria dos casos. Observou-se perda da expressão da CK 13, sendo substituída pela 16 em seis casos cujo revestimento epitelial encontrava-se hiperparaqueratinizado. Não encontramos correlação das células p53, PCNA e CD1a positivas com o grau de atipia epitelial. Também não foi demonstrada correlação entre a p53 e o PCNA. Escassas células foram positivas para o Ki-67 especialmente no estrato basal.

Por fim os resultados indicam que na avaliação do grau de atipia epitelial da QA, o exame histológico deve ser sempre acompanhado da pesquisa do estado de maturação epitelial, bem como dos biomarcadores, em especial da proteína p53.

 

  A194 

Estudo comparativo entre reações liquenóides e líquen plano na mucosa bucal.

F. C. G. SAMPAIO GÓES*, M. A. MATSUMOTO, A. CONSOLARO.

Departamento de Estomatologia – Disciplina de Patologia FOB-USP.

As reações imunopatológicas na mucosa, especialmente na camada basal recebem várias terminologias: líquen plano, reação, lesão e displasia liquenóides. A falta de padrão distinto gera controvérsias e discussões nos serviços de anatomopatologia e de estomatologia. Para contribuir com o discernimento destes quadros e termos, propusemo-nos a analisar microscopicamente 85 casos de líquen plano e 97, de reações liquenóides bucais, para verificar a possibilidade de padrões morfológicos específicos. Nos arquivos da Patologia da FOB-USP foram resgatados 85 casos de líquen plano e 97 descritos como lesão ou reação liquenóide. Muitas reações liquenóides estavam justapostas a diagnósticos de hiperplasia fibrosa inflamatória. Na metodologia repetiu-se os procedimentos de análise comuns aos serviços de patologia a partir de cortes corados em HE. Os critérios de análise foram: 1. na mucosa bucal: espessura, configuração, queratinização, alterações na membrana basal, displasia; 2. na submucosa: grau, predominância, profundidade e distribuição do infiltrado inflamatório, congestão vascular, proliferação angioblástica, presença de melanófagos e outros.

Comparando-se os dados pôde-se inferir que os quadros microscópicos são semelhantes e indistinguíveis. Há porém diferenças na distribuição do infiltrado inflamatório e sua relação com o epitélio em função da sua qualificação antigênica difusa ou focal. A distribuição focal é mais comum nas reações liquenóides. Em casos de lesões liquenóides, identificáveis clinicamente, a diferenciação entre reação liquenóide e líquen plano não é possível de ser feita com segurança e precisão nas colorações de rotina. Nenhum caso de displasia liquenóide foi identificado. (Apoio: CAPES.)

  A195 

Escala visual analógica: recurso para a realização de radiografias intrabucais em pré-escolares.

M. BELTRAME*, A. MONTEBELO FILHO, F. N. BOSCOLO, F. HAITER NETO.

Departamento de Radiologia – UNICAMP.

O presente estudo consistiu em avaliar a técnica radiográfica intrabucal mais aceita pela criança na idade pré-escolar através do uso de uma Escala Visual Analógica composta por 5 faces com expressões distintas numeradas de 1 a 5, equivalendo em ordem crescente a nenhuma sensação desagradável à sensação o mais desagradável possível. As técnicas radiográficas avaliadas foram: Bissetriz, Paralelismo e Modificada. A amostra foi composta por 72 crianças de ambos os sexos, com idade entre 3 e 6 anos. Optou-se pela análise da variância e pelo teste F para a variável de notas, levando-se em conta as duas regiões: anterior e posterior, as duas arcadas: superior e inferior e os três métodos: Bissetriz, Paralelismo e Modificado, fazendo-se um delineamento em bloco e considerando um nível mínimo para a rejeição de hipóteses de 5%. Dado que os fatores envolvidos eram qualitativos, quando o teste F detectava diferença significativa, era feito o detalhamento da análise através do Teste de Tukey, considerando também um nível mínimo de significância de 5%.

Os resultados mostraram que a técnica mais aceita para a região posterior foi a da Bissetriz, em ambas arcadas e para a região anterior o método eleito foi o Modificado, tanto para a maxila quanto para a mandíbula.

 

  A196 

Estudo histológico da radiação laser de CO2 em mucosa de ratos.

M. C. PATROCINIO*, W. D. NICCOLI-FILHO, S. M. RODE.

Departamento de Mat. Odont. e Prótese da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP, SP. Tel./Fax: (0**12) 221-4581. E-mail: mcpatrocinio@uol.com.br

As possibilidades de aplicação da radiação produzida pelo laser de dióxido de carbono (CO2) em tecidos moles, têm levado ao desenvolvimento de pesquisas em várias áreas da Medicina e Odontologia, visando a obter o máximo de benefícios. Este trabalho avaliou histologicamente a reparação da mucosa bucal de 45 ratos brancos Wistar, frente à radiação laser de CO2 com diferentes potências. Os animais foram, aleatoriamente, divididos em 3 grupos de 15 ratos cada e irradiados com potências de 2, 7 e 10 watts, por 0,5 segundo, de modo simples, com foco de 0,8 mm, sendo sacrificados imediatamente após a irradiação e, após 3 e 7 dias. As peças seguiram técnica histológica de rotina para parafina, e coloração hematoxilina/eosina (HE). Os resultados imediatos mostraram em todos os grupos necrose por coagulação, atingindo o tecido muscular com maior profundidade no grupo III; aos três dias foi evidencida no grupo I (2 watts) área lesada revestida com epitélio pavimentoso de fina espessura, no grupo II (7 watts) área de tecido de granulação atingindo a camada muscular e no grupo III (10 watts) extensa área de tecido de granulação atingindo camadas mais profundas do plano muscular; aos sete dias foi observado no grupo I, camada contínua de epitélio pavimentoso queratinizado recobrindo a área irradiada, no grupo II camada uniforme de epitélio pavimentoso com área de tecido de granulação e no grupo III, epitélio queratinizado com presença de tecido de granulação em pequena área.

Os resultados permitiram concluir que: o grupo de animais irradiado com 2 watts de potência (grupo I) não apresentou diferenças e/ou atraso significantes na cronologia da reparação tecidual e aqueles irradiados com 7 e 10 watts (grupos II e III) mostraram comprometimento e atraso na cronologia da reparação quando comparados ao grupo I.

 

  A197 

Avaliação do controle de qualidade e proteção radiológica na cidade do Rio de Janeiro.

K. SPYRIDES*, A. E. OLIVEIRA, S. M. ALMEIDA, F. N. BÓSCOLO.

UGF/FOP – UNICAMP. Tel.: (0**21) 259-9292/430-5327. E-mail: kspyrides@openlink.com.br

A radiografia periapical desempenha papel relevante na prática clínica, devido a sua reconhecida importância no diagnóstico. Porém, para oferecer uma boa qualidade de imagem e maior proteção radiológica é necessário um criterioso respeito às etapas de sua aquisição. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a rotina dos profissionais da cidade do Rio de Janeiro no que diz respeito a realização das radiografias periapicais em seus consultórios. Para tanto, elaborou-se um questionário abordando-se aspectos fundamentais para um controle de qualidade, tais como fatores relacionados ao aparelho de raios X, filmes, materiais, técnicas e processamento empregados. Participaram desta pesquisa 42 cirurgiões-dentistas de diversas especialidades. A análise dos resultados foi realizada através de tabelas de freqüências absolutas e relativas. Dentre os resultados obtidos, verificou-se muitas respostas satisfatórias; porém, alguns aspectos merecem registro, como a grande variação em relação ao tempo de exposição utilizado (0,2 a 1,2 s), a preferência na realização do processamento pelo método visual (89%), o acionamento dos raios X pelo botão de retardo (90%) e o unânime desrespeito a utilização do protetor de tireóide. Tais resultados destacaram-se por estarem em desacordo com as normas técnicas vigentes que regulamentam a proteção radiológica (Port. 453).

Com base nos resultados obtidos verificou-se a pouca informação dos profissionais em relação a alguns aspectos de proteção radiológica e de controle de qualidade da imagem, demonstrando a necessidade de uma maior divulgação das normas atuais.

  A198 

Mensurações lineares em telerradiografias frontais por meio de cefalometria computadorizada.

J. J. SILVA*, M. G. OLIVEIRA.

Faculdade de Odontologia da UFPE/PE e PUC/RS. Tel.: (0**81) 271-8340.
E-mail: jjsilva@mailcity.com

A proposta deste estudo foi comparar as leituras de dois programas computadorizados (SMTC e RADIOCEF), a partir de 40 telerradiografias em norma frontal, das quais foram obtidas as mensurações lineares transversais, verticais e horizontais de pacientes, ambos os sexos, clinicamente simétricos em vista frontal e que não foram submetidos a nenhuma intervenção ortodôntica ou ortodôntico-cirúrgica prévia. Posteriormente as mensurações cefalométricas foram comparadas entre si e com os valores padrões estabelecidos pelos softwares.

Os resultados obtidos nos permitiram chegar as seguintes conclusões: houve diferença estatisticamente significativa em nível de (p = 0,01) para mensurações vertical (DVN) e horizontais (DTN) mostrando que essas mensurações são de difícil reprodutibilidade; com relação ao padrão observou-se que a DVN obtida do RADIOCEF foi estatisticamente significativa em nível de (p = 0,05), não ocorrendo o mesmo com o SMTC e que houve diferença estatisticamente significativa em nível de (p = 0,05) em ambos os programas para a mensuração de DTN. (Apoio financeiro: CAPES/PICDT/UFPE.)

 

  A199 

Odontopediatria: avaliação do diâmetro colimado de aparelho de raios X.

P. G. PINTO, L. C. PARDINI*, P. C. A. WATANABE.

Lab. Análise Controle da Imagem Radiográfica Odontológica (FORP/USP), Brasil.
Fax: (0**16) 633-0999.

Para minimizar os efeitos nocivos da radiação ionizante o aparelho de raios X odontológico deve ser fabricado obedecendo às normas de radioproteção (Ministério da Saúde. Proteção Radiológica. n. 453, p. 1-15, 1998, Brasil). Uma dessas normas diz respeito à obrigatoriedade do feixe dos raios X (colimado) não ultrapasse 6 cm de diâmetro quando incidir na face do paciente. O objetivo deste trabalho foi avaliar se 50 aparelhos de raios X, que são utilizados por 50 odontopediatras da cidade de Ribeirão Preto (SP - Brasil), obedecem a essa normativa. Como metodologia empregou-se chassi metálico (18 x 24 cm - filme Kodak) simulando a face do paciente. A face ativa do chassi foi posicionado perpendicularmente à extremidade do cilindro localizador dos 50 aparelhos, perfazendo a distância foco-filme de 20 cm e utilizou-se exposição de 0,4 seg. (simulação da técnica radiográfica intrabucal). O processamento radiográfico foi realizado pelo método temperatura/tempo. Após a secagem dos 50 filmes (1 filme/aparelho) procedeu-se a avaliação dos diâmetros ortogonais (D1/D2) da área radiolúcida com paquímetro, negatoscópio e lupa. Determinou-se a área com a fórmula da elipse. Os resultados obtidos foram submetidos a testes estatísticos e observou-se existência de diferenças significantes (p < 0,001) entre 42 (84%) aparelhos, com aumento da área irradiada desnecessariamente. Portanto, detectou-se aumento da área de irradiação quando comparado com aparelhos colimado com 6 cm (28,274 cm2). Apenas 8 (16%) aparelhos estavam obedecendo a legislação.

Concluímos que há necessidade de rigoroso controle na fabricação dos aparelhos de raios X, destinados ao uso odontológico, principalmente em Odontopediatria. (Apoio Financeiro: CNPq/PIBIC/USP.)

 

  A200 

Avaliação citopatológica das alterações celulares prévias à lesão bucal visível.

T. A. SOARES PINTO*, C. K. PHILIPPI, P. V. RADOS.

Pós-Graduação em Odontologia; Mestrado em Patologia Bucal – UFRGS. Tel.: (0**51) 316-5023.

A citopatologia é um exame caracterizado pela observação microscópica do padrão celular obtido por raspagem de células da mucosa. O objetivo deste trabalho é determinar a ocorrência de alterações celulares prévias às manifestações clínicas aparentes. Durante a Campanha de Prevenção de Câncer Bucal, realizada na cidade de Novo Hamburgo (RS) em setembro de 1999, foi coletado material de 57 pacientes do sexo masculino, com idade média de 40 anos, sendo 16 fumantes e 41 não-fumantes. Foram realizados esfregaços nos três sítios de maior prevalência de câncer bucal: lábio, soalho e língua. Dos 57 pacientes avaliados, 6 apresentaram diagnóstico citopatológico Classe III de Papanicolaou, estando estes distribuídos de forma semelhante em pacientes fumantes e não-fumantes. Todas as alterações ocorreram em pacientes sem lesão bucal visível, sendo que o sítio de maior prevalência foi a língua.

Diante destes resultados, verificamos que a citopatologia é um método auxiliar de diagnóstico preventivo eficaz para pacientes, que embora não apresentem lesões bucais com manifestação clínica, já mostram alterações citológicas como o aumento do volume nuclear em relação ao volume citoplasmático.

  A201 

Diagnóstico citopatológico da leucoplasia pilosa: valor prognóstico em indivíduos HIV+.

E. P. DIAS*, G. C. POLIGNAMO, L. C. COSTINHA, M. SODRÉ, A. SILVA Jr., N. TALARICO,
E. B. MENDES, S. D. FERREIRA.

Departamento de Patologia/UFF – RJ. Departamento de Diagnóstico Oral/UFRJ-RJ.

Vários estudos apontam para a importância prognóstica da leucoplasia pilosa oral (LPO) em HIV+ e alguns demonstram a alta sensibilidade da citopatologia no diagnóstico da LPO. (GREENSPAN, D. et al. J. Infect. Dis., 155(3) : 475-581, 1987. MONIACI, D. et al. J. Oral. Pathol. Med. 19(10) : 477-81, 1990. MIGLIORATI, C. A. Oral Surg. 76(6) : 704-10, 1993. O objetivo deste estudo longitudinal foi verificar o valor da citopatologia como indicador prognóstico, principalmente por tratar-se de exame inócuo e de baixo custo. Tomaram parte nesse estudo 100 indivíduos HIV+, acompanhados por um período médio de 12 meses (69% por mais de 12 meses). Foram coletadas pelo menos duas amostras das margens da lingua, contemporâneas a análise do CD4. Dos 100 casos, 69 eram homens e 31 mulheres. A citopatologia foi diagnóstica de LPO em 49% dos casos (35% das mulheres e em 55% dos homens). Em 75% dos oito pacientes com LPO clínica o CD4 era < 200. Entre os 41 pacientes com LPO subclínica, 29% mantiveram-se positivos durante todo o acompanhamento, 22% eram negativos e tornaram-se positivos (55% com CD4 em descendência) e 49% eram positivos e tornaram-se negativos (85% com CD4 em ascendência). Dos 51 casos em que a citopatologia foi negativa, 37% tinha CD4 < 200 e 24% > 500.

A análise dos resultados indicam que, nos indivíduos HIV+, a citopatologia negativa para LPO não tem relação com a contagem de CD4 e com o grau de imunodeficiência, não indicando melhor prognóstico. Nos indivíduos com LPO, o acompanhamento citopatológico, na maioria dos casos, tem valor prognóstico. (Apoio: CAPES.)

 

  A202 

Alendronato sódico na reparação óssea na ausência dos hormônios ovarianos.

E. MORAES, R. F. ROCHA, A. A. H. BRANDÃO, A. L. S. MACHADO, C. M. O. SILVA.

Departamento de Biopatologia e Diagnóstico – UNESP – São José dos Campos.
Tel.: (0**12) 321-8166.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a ação do alendronato sódico na reparação óssea de ratas ovariectomizadas. Foram utilizados 36 ratas fêmeas adultas divididas em quatro grupos de ratas ovariectomizadas, com nove ratas em cada grupo, em cada animal foi realizada uma lesão padronizada na tíbia, após a qual, o grupo controle não recebeu medicamento, enquanto os outros três foram tratados com doses de 0,25, 0,50 e 0,75 mg/kg adicionada na água de beber, diariamente. Foram sacrificadas três ratas de cada grupo nos períodos de três, sete e 14 dias. A análise histológica das tíbias desses animais revelou uma deposição óssea mais marcante nos grupos tratados com as doses maiores de alendronato. O grupo de 14 dias com dose de 0,5 mg/kg, apresentou a deposição de trabéculas mais maduras e organizadas, sugerindo um processo de remodelação já bem desenvolvido.

Nossos resultados sugerem que o alendronato sódico tem ação estimuladora na reparação óssea e mostram que esta é dose-dependente.

 

  A203 

Estudo epidemiológico da tuberculose – alerta para o cirurgião-­­dentista.

L. B. S. LUCENA*, M. I. B. ROCKENBACH, L. J. COSTA, M. C. C. SAMPAIO.

DCOS – UFPB.

A freqüência das doenças infecciosas, entre elas a tuberculose (TB), vem aumentando nos últimos anos. O diagnóstico tardio, a forma de transmissibilidade e as manifestações bucais da doença servem de alerta para o cirurgião-dentista (CD), tendo em vista a possibilidade de ser este o primeiro profissional a entrar em contato com o doente. Objetivou-se verificar a incidência de TB em pacientes registrados no Hospital Dr. Clementino Fraga - João Pessoa/PB, no período de 1992 a 1999, através de verificação e análise dos relatórios mensais realizados pelo setor de tisiologia. Neste período foi encontrado um total de 3.329 casos, sendo 63,57% no sexo masculino e 36,43% no feminino. O maior número de casos foi representado pela forma pulmonar, com 87,18%, seguido pela pleural, com 8,93%, ganglionar com 2,26% e outros sítios com 1,66%. Dentre as formas mais comuns de tuberculose extrapulmonar, destaca-se para o CD, a ganglionar, na qual são acometidos os linfonodos periféricos, habitualmente aqueles das cadeias cervicais e supraclaviculares, podendo simular outras patologias.

A doença acometeu com maior freqüência o sexo masculino, com crescimento da forma pulmonar nos anos de 1992 a 1994, decrescendo nos três anos subseqüentes e recrudescendo, de forma mais representativa, nos anos de 1998 e 1999, também foi verificado, neste mesmo período, um aumento no número de casos da forma ganglionar.

 

  A204 

Estomatite protética versus tempo de uso/higiene/grau de escolaridade.

L. C. S. VASCONCELOS*, M. C. C. SAMPAIO, W. W. N. PADILHA, L. J. COSTA.

DCOS – UFPB.

Nosso objetivo foi verificar o tempo de uso e o nível de higienização de próteses muco-suportadas em pacientes portadores de estomatite protética e sua possível correlação com a idade e a escolaridade. A amostra foi constituída de 60 pacientes usuários de próteses, com diagnóstico clínico de estomatite protética. A faixa etária dos pacientes variou de 19 a 69 anos, sendo que quanto à escolaridade, 55% tinham 1º grau, 28,4% cursaram 2ºgrau, 5% tinham 3º grau e 11,6% eram analfabetos. O nível de higiene das próteses foi considerado satisfatório em 23,3% e não satisfatório em 76,7%. Quanto ao tempo de uso das próteses observou-se 58,3% com até cinco anos e 41,7% com mais de cinco anos. Pela análise estatística (teste exato de Fisher) observou-se significância entre tempo de uso e nível de higiene da prótese, bem como entre escolaridade e nível de higiene da prótese (p < 0,05). As próteses com até cinco anos de uso apresentaram 65,7%, com nível de higiene considerado não satisfatório e 34,3% satisfatório; nas próteses com mais de cinco anos de uso foi detectado 86,7% não satisfatório e 13,3% satisfatório. Para as relações entre idade, tempo de uso e nível de higiene não houve significância estatística.

Podemos concluir que a estomatite protética estaria relacionada ao maior tempo de uso da prótese e a um nível de higiene não satisfatório, sugere-se que estes fatores possam estar relacionados ao grau de escolaridade, bem como ao desconhecimento das normas de higiene, além da ausência de orientação quanto a durabilidade das próteses.

 

  A205 

Cimentos endodônticos: avaliação da radiopacidade pela intensidade pixel.

R. F. COSTA*, M. F. Z. SCELZA.

Departamento de Odontoclínica. Faculdade de Odontologia – UFF – Niterói – RJ.

Com o surgimento de novos materiais no mercado odontológico, torna-se necessário avaliar suas radiopacidades, a fim de verificar se elas se encontram dentro dos padrões aceitos internacionalmente. O objetivo do presente estudo foi averiguar, através da análise de intensidade pixel, a radiopacidade de quatro novos cimentos endodônticos: Pulp Canal Sealer, Tubliseal, AH Plus e Sealapex. Os cimentos foram compactados em anéis metálicos, com 10 mm de diâmetro e 2 mm de espessura, confeccionados para este fim. Cada material foi compactado em três anéis, num total de 12 que, após seu endurecimento, foram colocados sobre um filme oclusal EO41 Ektaspeedplus, junto com uma escala em degraus de alumínio puro (“stepwedge”). Foram feitas três tomadas radiográficas para cada conjunto, usando-se um aparelho de raios X com 60 kVp e 10 mA em uma distância foco-filme de 400 mm, com 1 segundo de exposição. Após o devido processamento, as imagens radiográficas foram digitalizadas através de um “scanner” de mesa Genius Color Page HR5 PRO e a intensidade pixel de cada material, bem como dos degraus de alumínio, foram obtidas com um programa especialmente desenvolvido para esse fim (Image Tool 2.0, Texas University). Por fim, determinou-se a espessura de alumínio equivalente a cada corpo-de-prova, em relação às suas radiopacidades. As médias dos resultados das leituras foram analisadas pelo teste Kruskal-Wallis, a nível de 5%.

Concluiu-se que, em função da espessura equivalente de alumínio, a ordem crescente de radiopacidade foi: Sealapex (5,7 mm Al), Pulp Canal Sealer, Tubliseal e AH Plus (> 10 mm Al), estando todos, pois, de acordo com os padrões em vigor. Entretanto não houve diferença estatisticamente significante entre o Pulp Canal Sealer e o AH Plus.

  A206 

A alteração da posição natural da cabeça (PNC) em telerradiografias tomadas em norma lateral.

P. E. NEGREIROS*, V. C. V. SIQUEIRA.

Departamento de Odontologia Infantil FOP-UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5288, fax: 430-5218.

A posição natural da cabeça (PNC) associada a uma linha de referência extracraniana tornou-se objeto de interesse principalmente para a Ortodontia por ser um posicionamento estável nas avaliações da estética facial, no diagnóstico e em estudos longitudinais do crescimento craniofacial. Este trabalho objetivou estudar as alterações das grandezas cefalométricas angulares e lineares utilizadas em cefalometria, quando a PNC modifica-se durante a tomada da telerradiografia, a sua influência no diagnóstico ortodôntico, sua confiabilidade e reprodutibilidade em tomadas radiográficas sucessivas. Analisou-se 180 telerradiografias tomadas em norma lateral de 30 pacientes do sexo feminino com idade média de 21,3 anos obtidas em duas séries de telerradiografias tomadas com intervalo de 15 dias entre séries. Registrou-se em cada série a PNC, a PNC acrescida de 5 graus (PNC + 5) e a PNC com flexão de 5 graus (PNC - 5) de cada paciente. Os resultados demonstraram que as grandezas cefalométricas S-N, ENA-ENP, Co-Gn, Go-Gn, SNA, ANB, PP.GoGn, 1.PP, IMPA, 1.1, SN.VER e HF.VER não apresentaram alterações estatisticamente entre as posições estudadas e entre as séries de tomadas radiográficas, mas as de SNB, SN.GoGn, FMA, SN.PP, ângulo Z e Co-Go apresentaram alterações estatisticamente significantes, porém insignificantes sob o ponto de vista clínico.

Concluiu-se que as medidas angulares e lineares avaliadas não apresentaram alterações significantes quando a PNC modificou-se dentro da faixa da variação angular estudada, o que não conduziu a diagnósticos ou interpretações duvidosas. Devido a baixa variação das angulações dos ângulos SN.VER e HF.VER demonstrou-se que a metodologia empregada utilizando a Unidade Orientadora de Posicionamento, apresentada nesse trabalho, permite a reprodutibilidade da PNC com grande confiabilidade dentro de uma faixa de variação da PNC de + ou - 5 graus.

  A207 

Expressão do PCNA e p53 em cistos odontogênicos.

H. C. GALVÃO*, L. B. SOUZA.

Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral – UFRN. Tel./Fax: (0**84) 215-4138.
E-mail: mstpator@odonto.ufrn.br

A expressão do antígeno nuclear de proliferação celular (PCNA) e da proteína p53 foi avaliada através de um estudo imuno-histoquímico, utilizando-se o método da estreptoavidina-biotina em 46 cistos odontogênicos, sendo 11 ceratocistos, 12 cistos odontogênicos calcificantes (unicístico), 12 cistos dentígeros e 11 cistos radiculares. A análise quantitativa foi realizada utilizando-se um índice (IP), calculado através da relação do número de células PCNA e p53 positivas por 1.000 células contadas ao acaso para cada caso estudado, multiplicado por 100. Todos os casos estudados demonstraram positividade ao PCNA. Os índices de maior positividade foram observados nos ceratocistos (42,6%) e cistos odontogênicos calcificantes (41,13%). Os índices de menor positividade foram encontrados nos cistos dentígeros e radiculares com um percentual de 30,45% e 26,45%, respectivamente. Por outro lado, só foi evidenciada a expressão da proteína p53 em 2 casos de cistos odontogênicos calcificantes (16,7%). A análise estatística revelou não existirem diferenças significativas entre os índices de células PCNA e p53 positivas em relação aos diferentes cistos odontogênicos, utilizando-se a análise de variância (ANOVA) e o teste Qui-quadrado.

Concluímos que não é possível correlacionar a expressão do PCNA e p53 à atividade proliferativa do epitélio cístico. (Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral/UFRN.)

 

  A208 

Expressão imuno-histoquímica do TGFb1 e do TGFbRII em carcinomas mucoepidermóides.

A. P. V. SOBRAL*, E. TODDAI, V. C. de ARAÚJO.

Departamento de Estomatologia, Disciplina de Patologia Bucal da FOUSP – USP.
Tel.: (0**11) 3091-7902. E-mail: anapvs@aol.com

CME é o tumor maligno mais freqüente das glândulas salivares. É classificado em baixo, intermediário e alto grau de malignidade. Constitui-se por uma proliferação de células epiteliais e a relação proporcional dos grupos celulares servem como parâmetro para a gradação histológica. O TGFb é um fator de crescimento, sendo o TGFb1 ligado à diferenciação epitelial. O objetivo deste trabalho é estudar a expressão do TGFb1 e seu receptor (TGFbRII) no CME e tentar correlacioná-la com o grau de malignidade. Quinze casos de CME (5 de baixo, 5 de intermediário e 5 de alto grau de malignidade) foram selecionados do arquivo da Disciplina de Patologia Bucal da FOUSP, segundo os critérios de AUCLAIR et al. (1992) e GOODE et al. (1998). Os espécimes foram submetidos à técnica imuno-histoquímica e os anticorpos utilizados foram anti: TGFb1 e TGFbRII.

Nossos resultados demonstraram positividade para o TGFb1 nas áreas constituídas por células epidermóides, independente do grau de malignidade. A maioria das células neoplásicas dos casos examinados foram positivas para o receptor do TGFb (TGFbRII). Podemos concluir que não existe relação entre a presença do TGFb1 e, portanto das áreas epidermóides com o grau de malignidade do tumor.

 

 

Grupo A6.................................................................................................. A-209 à A-249

 

A209

 

Expressão de Insulin-Like Growth Factor (IGF)- I e IGF-II na cartilagem condilar da mandíbula de ratos durante o crescimento.

D. HAJJAR*, M. F. SANTOS, E. T. KIMURA.

Departamento de Histologia e Embriologia, ICB/USP. E-mail: hajjarde@originet.com.br

Os IGFs são importantes fatores de crescimento na proliferação e diferenciação dos tecidos. Enquanto o papel do IGF-I na cartilagem e no osso tem sido estudado extensivamente, a função do IFG-II nestes tecidos é menos conhecida. Neste estudo visamos observar a expressão e distribuição dos peptídeos IGF-I e IGF-II na cartilagem do côndilo mandibular de ratos em crescimento. Para tanto, avaliamos ratos Wistar (n = 5, para cada grupo) com 24, 26, 28, 30, 32 e 36 dias de idade. Os animais foram anestesiados com hidrato de cloral 33%, seguida de perfusão com solução salina 0,9% e formaldeído 4% (PF); os côndilos foram removidos cirurgicamente e pós-fixados em PF por 24 horas e descalcificados em solução EDTA 10% por 60 dias, desidratados e emblocados em parafina sintética. Cortes histológicos (5 mm) foram submetidos à reação imuno-histoquímica utilizando anticorpos policlonais que detectam peptídeos IGF-I e IGF-II (Sta. Cruz, CA) na diluição 1/100. O complexo antígeno-anticorpo foi demonstrado pelo método indireto revelado por peroxidase-DABI-H2O2. A análise ao microscópio de luz mostrou que no côndilo ocorre expressão tanto de IGF-I quanto de IGF-II. Ambos os peptídeos foram detectados predominantemente na camada proliferativa e hipertrófica do côndilo, sendo que IGF-II expressa-se menos que IGF-I. Observamos ainda que animais mais velhos (32 e 36 dias) expressam estes peptídeos em maior intensidade quando comparado com o grupo mais jovem (24 e 26 dias de idade).

Estes resultados demonstram a presença e modulação da expressão de IGF-I e IGF-II durante o crescimento do côndilo mandibular, sugerindo que ambos os peptídeos estão envolvidos na proliferação e maturação da cartilagem durante o desenvolvimento da mandíbula.

  A210 

Glândula submandibular de ratos submetidos ao alcoolismo experimental: estudo morfométrico.

M. T. P. J. CARVALHO*, A. C. M. STIPP, P. C. S. BUENO.

Faculdade de Medicina – UNIMAR. Tel.: (0**14) 433-8691. E-mail: marijunqueira@uol.com.br

O objetivo deste trabalho foi analisar morfometricamente a glândula submandibular de ratos submetidos ao alcoolismo crônico experimental. Foram utilizados vinte ratos machos com peso médio de 250 gramas divididos em 2 grupos: 1) controle: recebeu água por 60 dias e; 2) alcoolizado: recebeu etanol a 6% pelo mesmo período. Após 60 dias as glândulas foram dissecadas e retiradas para a determinação dos seguintes parâmetros: volume glandular à fresco e processado, densidade de volume, volume absoluto do núcleo da célula acinosa e do ducto granuloso, volume absoluto do ácino e do ducto granuloso e o número total de células do ácino e do ducto granuloso. Para a comparação entre os grupos utilizou-se análise de variância e o erro padrão. Como resultado constatou-se que o volume glandular à fresco (mm³) foi 648,6 ± 26,6 e 519,1 ± 21,9, o volume glandular processado (mm3) foi 319,3 ± 24,9 e 235,9 ± 9,0, a densidade de volume do ácino foi 0,6 ± 0,01 e 0,55 ± 0,02, e do ducto granuloso 0,25 ± 0,01 e 0,29 ± 0,02. O volume absoluto do núcleo (mm3) da célula acinosa foi 107,7 ± 4,05 e 112,4 ± 3,3 e do ducto granuloso foi de 152,7 ± 6,3 e 165,3 ± 4,1. O volume absoluto (mm3) do ácino foi 192,5 ± 18,5 e 131,6 ± 7,7 e do ducto granuloso foi 80,4 ± 7,3 e 66,3 ± 2,9, e o número total de células (X 106) do ácino foi 159,9 ± 25,7 e 89,3 ± 5,6 e do ducto granuloso foi 32,3 ± 3,7 e 25,7 ± 1,5 respectivamente para os grupos controle e alcoolizado.

Mediante os resultados encontrados concluiu-se que no grupo alcoolizado ocorreu uma diminuição no volume glandular processado e no número total de células acinosas no grupo e o aumento do volume absoluto da célula do ducto granuloso.

  A211 

Avaliação radiográfica dos incisivos centrais superiores frente à movimentação ortodôntica.

H. C. VALDRIGHI*, D. F. NOUER, A. A. ZAIA, M. B. B. A. MAGNANI, M. H. C. ALMEIDA.

Departamento de Ortodontia – UNICAMP.

A presente pesquisa teve o objetivo de avaliar, radiograficamente, a média e a freqüência da reabsorção radicular externa apical, correlacionando com a movimentação ortodôntica, bem como avaliar a presença de dimorfismo sexual, em 100 incisivos centrais superiores, de 50 pacientes, sendo 25 do sexo masculino e 25 do sexo feminino, leucodermas, portadores de maloclusão Classe II, divisão I de Angle. Os pacientes foram tratados pela técnica de Edgewise, Filosofia de Tweed, e todos os tratamentos envolveram extrações dos primeiros pré-molares. Para a análise estatística foram utilizados: a) teste t de Student; b) teste de regressão linear; c) coeficiente de correlação de Pearson e d) estatística das ordens assinaladas.

Concluiu-se, frente os resultados obtidos, que: a) a freqüência da reabsorção radicular externa apical nas classes de 1 a 2 mm e 2 a 3 mm foi 46% e 44%, respectivamente, representando 90% do experimento; b) a média de reabsorção radicular externa apical no sexo feminino foi de 2,19 mm e no sexo masculino de 1,83 mm, sendo verificada, portanto, a presença de dimorfismo sexual; c) os movimentos de retração e intrusão predispõem mais a reabsorção radicular externa apical do que o movimento de torque, embora todos tenham sido estatisticamente significantes; d) a reabsorção radicular verificada neste estudo não comprometeu a estabilidade e longevidade dos dentes analisados, sendo clinicamente irrelevante. (Apoio financeiro: FAPESP.)

 

  A212 

Tamanho do processo condilar da mandíbula de camundongos e envelhecimento.

M. HAMMES*, D. M. P. PADILHA, J. C. SANFELICE.

Faculdade de Odontologia – UFRGS. Tel.: (0**51) 316-5003.

Camundongos são usualmente utilizados para estudar o processo de envelhecimento e sua curta longevidade representa uma excelente oportunidade para acompanhar as alterações ocorridas em tal processo. O objetivo do presente estudo foi comparar, morfometricamente, o processo condilar e o côndilo mandibular de camundongos jovens e velhos. Utilizou-se 15 camundongos de 2 meses e 15 camundongos de 18 meses, os quais foram sacrificados e tiveram suas mandíbulas extraídas, dividas na linha média e submetidas à remoção completa de tecidos moles. As peças foram fotografadas em uma lupa estereoscópica, com duas incidências (lateral e superior), mantendo posições padrão. Sobre as fotos digitalizadas realizou- as seguintes medições: na fotografia lateral, altura (APC) e medida ântero-posterior do processo condilar (MAPPC) e, na fotografia superior, medida látero-lateral (MLLC) e ântero-posterior do côndilo (MAPC). Foram observados os seguintes resultados (expressos em pixels):

 

Camundongo jovem
(média ± dp)

Camundongo velho
(média ± dp)

p

APC

732,60 ± 53,929

898,64 ± 54,672

NS

MAPPC

515,11 ± 52,300

538,6 ± 52,936

NS

MLLC

165,31 ± 13,816

172,43 ± 17,832

 < 0,0001

MAPC

58,341 ± 7,1630

59,801 ± 9,1126

NS

Não houve diferença significativa entre camundongos jovens e velhos na altura do processo condilar, distância ântero-posterior e látero-lateral do côndilo mandibular. Houve um aumento da medida ântero-posterior lateral do processo condilar com o envelhecimento.

  A213 

Avaliação clínica das radiografias fornecidas por sistemas digitais diretos.

R. I. FERREIRA*, A. E. F. OLIVEIRA, S. M. ALMEIDA, F. N. BÓSCOLO.

Departamento de Diagn. Oral – FOP – UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5327.
E-mail: riveaines@yahoo.com

As radiografias digitais diretas requerem um menor tempo de exposição, não passam pelo processamento químico nas câmaras escuras e podem ser manipuladas por softwares específicos. Esta última característica visa o aprimoramento do diagnóstico. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar, sob condições que simulam as necessidades clínicas, a qualidade das imagens fornecidas por quatro sistemas radiográficos digitais diretos: o Digora, o DenOptix, o CDR e o Sens-A-Ray. Foram realizadas tomadas radiográficas das regiões de incisivos centrais superiores e molares inferiores esquerdos, de um crânio macerado, e de uma escala de densidade em alumínio. As imagens foram adquiridas com 0,05, 0,08, 0,13, 0,2, 0,4 e 0,8 segundos, sendo o regime de trabalho do aparelho devidamente calibrado mantido em 10 mA, 60 e 70 kVp. Seis examinadores, previamente treinados, interpretaram 144 radiografias por meio dos softwares inerentes a cada sistema e atribuíram notas de 1 a 3 às imagens. Os dados coletados foram submetidos a análise de variância em esquema fatorial, segundo o sistema, a dose e o objeto em estudo, ocorrendo diferenças estatisticamente significantes (p < 0,01).

A partir dos resultados, foi possível concluir que o sistema Digora apresentou um melhor desempenho e uma maior escala dinâmica, seguido pelo DenOptix, CDR e Sens-A-Ray. (*Apoio financeiro: FAPESP.)

 

  A214 

Efetividade de diferentes materiais indicados na obliteração de túbulos dentinários.

A. F. PAES LEME*, J. C. SANTOS, M. GIANNINI, R. S. WADA.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOP – UNICAMP.
E-mail: giannini@fop.unicamp.br

A hipersensibilidade dentinária é caracterizada pela sensibilidade dolorosa a partir da exposição dos túbulos dentinários no meio bucal e os índices apontam que acomete entre 25 a 30% da população. O objetivo desse estudo foi verificar a efetividade de 5 materiais indicados no tratamento da hipersensibilidade cervical através da obliteração dos túbulos dentinários. Foram utilizadas 30 faces vestibulares e linguais/palatinas, as quais foram obtidas através do seccionamento de terceiros molares hígidos no sentido mesiodistal. Cada face foi abrasionada suavemente com lixas de Al2O3 (600, 1000 e 1200) para remoção do esmalte e exposição superficial dos túbulos dentinários na região cervical. As superfícies dentinárias foram submetidas a aplicação de solução de EDTA 0,5 M pH 7,4 por 2 minutos com a finalidade de remover a “smear layer” e o “smear plug”. As faces foram divididas aleatoriamente em seis grupos experimentais (n = 5): Duraphat 2,26% F (DU), Oxagel (OX), Desensibilize (DE), Fluorfosfato acidulado 1,23% F (FF), Sensodyne (SE) e somente armazenados em saliva artificial por 2 semanas (SA). Todos os materiais foram aplicados de acordo com as recomendações do fabricante e mantidos por 2 semanas em saliva artificial a 37 ± 1ºC. As amostras foram metalizadas e observadas em microscópio eletrônico de varredura para confecção de fotomicrografias (2000 X). Os dados foram expressos através do percentual (%) de obliteração dos túbulos dentinários e submetidos a ANOVA e ao teste de Duncan (p < 0,05): DU - 47,25 ± 8,59 (ab); OX- 42,65 ± 11,79 (b); DE- 49,36 ± 18,27 (ab); FF- 64,43 ± 15,55 (a); SE- 65,44 ± 10,93 (a) e SA- 45,41 ± 11,65 (b).

Os resultados sugerem que as superfícies dentinárias tratadas com SE e FF mostraram maior porcentagem de obliteração dos túbulos que OX e SA.

  A215 

Capeamento pulpar direto com hidróxido de cálcio, hemostáticos e sistema adesivo.

M. de L. R. ACCORINTE*, A. MUENCH, V. C. de ARAÚJO, R. H. M. GRANDE.

Departamento de Materiais Dentários da FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7842.

Avaliou-se a biocompatibilidade entre agentes capeadores e polpas de 90 dentes pré-molares (18 condições, com n = 5), indicados para extração por motivos ortodônticos. Cavidades com exposição pulpar foram preparadas e restauradas com resina Z100, usando adesivo SBMP. Capeadores: procedimento adesivo (G1); Ca(OH)2 em suspensão ou pasta (G2); hemostáticos (G3); componentes do sistema adesivo (G4); ácido ou “primer” mais Ca(OH)2 (G5). A sensibilidade dolorosa também foi registrada, e após a extração dos dentes, as polpas foram avaliadas histopatologicamente, atribuindo-se às condições escores: necrose a inflamação (1); normal, com ou sem ponte dentinária desorganizada (2); normal com ponte dentinária (3). O teste Qui-quadrado mostrou significância (p < 0,001) das freqüências, que estão na Tabela.

Freqüência dos escores (%) e casos com sensibilidade dolorosa (%).

Escores

G1

G2

G3

G4

G5

1

85

    0

100

45

10

2

15

    0

    0

55

  0

3

  0

100

    0

  0

90

Dor

10

    4

  27

20

  0

Conclusões: a aplicação direta do sistema adesivo e os hemostáticos degradaram a maioria das polpas, geralmente assintomaticamente; o Ca(OH)2 sempre conduziu a sucessos; o Ca(OH)2 após o ácido ou “primer” geralmente contornaram suas agressões.

 

  A216 

Ação do Saforide sobre a ultra-estrutura da polpa de dentes decíduos humanos.

L. Y. A. SASAHARA*, F. G. CAMARGO, C. B. RIBEIRO, C. M. SCHMIDT.

CCBS – USF – Odontologia – Bragança Paulista.

O objetivo deste trabalho foi verificar, através de microscopia eletrônica de transmissão, a ação do diamino fluoreto de prata em polpas de dentes decíduos sem cárie e sem rizólise. Esta análise foi feita com base no relacionamento de fibrilas colágenas com macromoléculas não fibrilares (glicosaminoglicanas, proteoglicanas e glicoproteínas). Usou-se para tal propósito o corante catiônico vermelho de rutênio. Como resultado pudemos verificar que, em polpa de dentes decíduos sem cárie e sem rizólise que sofreram desgaste e aplicação dentinária do diamino fluoreto de prata, as fibrilas colágenas se apresentam com arranjo de feixes bastante alterado, ou seja, reduzido número de fibrilas nos feixes sendo que as mesmas exibiam contorno pouco nítido. Na área extrafeixe, o material eletrodenso mostrou-se na forma de grânulos agulhados constituindo uma rede de finíssima trama, porém com distribuição bastante irregular com os espaços vazios conferindo um aspecto floculado ao conjunto.

Pode-se concluir que esse aspecto é semelhante aos achados em dentes decíduos sem cárie e com rizólise, sendo portanto compatível com o ciclo biológico dos referidos dentes. (Apoio financeiro: PROPEP - USF.)

 

  A217 

MEV – avaliação do ápice radicular de dentes de humanos com e sem vitalidade pulpar.

K. C. BONIFÁCIO*, M. R. LEONARDO, M. A. ROSSI, L. A. B. SILVA, I. Y. ITO.

Departamento de Odontologia Restauradora – FOAr – UNESP. Tel. (0**16) 222-7978.

O objetivo deste trabalho foi avaliar pelo microscópio eletrônico de varredura (MEV), ápices radiculares de dentes de humanos com necrose pulpar, com ou sem lesão periapical, e dentes com vitalidade pulpar. Foram selecionados 21 dentes, sendo 8 com necrose pulpar com lesão periapical, 8 com necrose pulpar sem lesão periapical e 5 dentes com vitalidade pulpar. Após extração dentária, as superfícies radiculares foram lavadas com solução de NaCl (0,9%), e colocadas em solução de tripsina na concentração de 0,03 g/ml, permanecendo nesta por 20 minutos, sendo em seguida, submetidas à fixação em solução de Karnovsky modificada. A seguir, as raízes foram seccionadas e, os ápices radiculares (@ 3 mm) processados para avaliação no MEV. Foram avaliadas as superfícies dos ápices radiculares, observando-se a presença de microrganismos nestas, bem como nas áreas de reabsorção radicular, se presentes. Nos dentes com vitalidade pulpar e necrose pulpar sem lesão periapical, a superfície radicular cementária apresentava-se ausente de microrganismos. Nos dentes com necrose pulpar e lesão periapical, microrganismos estavam sempre presentes, nos diferentes morfotipos, cocos, bacilos e filamentosos, como também, o biofilme apical estava presente em 100% dos casos.

Assim, todos os dentes com necrose pulpar e lesão periapical, apresentaram microrganismos e biofilme na superfície radicular apical, o que não foi observado nos dentes com vitalidade pulpar e necrose pulpar sem lesão periapical.

 

  A218 

Caracterização de modelo de macrófagos em cultura para testes toxicidade.

E. M. SANTOS*, M. M. M. JAEGER, A. C. GUEDES-PINTO.

Departamento de Odontopediatria e Patologia, FO-USP. Tel.: (0**11) 3091-7902.

Para determinar a citotoxicidade de materiais usados em Odontologia, grande número de sistemas de testes in vitro têm sido utilizados. Os tecidos pulpares e periapicais inflamados contêm várias células imunocompetentes, com predominância dos macrófagos. O propósito deste estudo foi determinar cultura celular de macrófagos, para serem utilizados em testes in vitro de toxicidade, visto que estão implicados no processo de reparo. Foram utilizados ratos da linhagem Wistar, adultos, fêmeas, com peso variável entre 180 e 200 gramas. Após anestesia do animal, tricotomia, e anti-sepsia da região, lamínulas de vidro foram ­inseridas no subcutâneo dos ratos, e procedemos a sutura. Após o período de 7 dias os animais foram sacrificados, as lamínulas de vidro retiradas, tripsinizadas e colocadas em meio de cultura celular. As células foram monitorizadas a cada 24 horas, e obteve-se o cultivo de macrófagos em cultura celular. A caracterização desta linhagem foi obtida através da obtenção da curva de crescimento, avaliação morfológica através de microscopia eletrônica, teste de fagocitose in vitro, e utilização de anticorpo específico de macrófago de rato para caracterização celular.

Nossos experimentos nos permitiram determinar linhagem celular de macrófagos de ratos, avaliando seu padrão de crescimento e morfologia, que serão utilizados em modelos de avaliação da atividade quimiotáxica de macrófagos para diferentes materiais dentários.

 

  A219 

Reparação do alvéolo dentário em ratos na presença do Alvogyl®.

M. S. MIRANDA, P. P. MEDEIROS, P. J. MEDEIROS, V. F. BARROS*, M. G. CABRAL,
R. S. LOURO, L. METROPOLO.

Doutorado – FOUFRJ. Tel.: (0**21) 494-3001.

A alveolite, dentre as complicações que ocorrem no pós-operatório da remoção dos terceiros molares inferiores, ainda é a que mais preocupa os cirurgiões. Estudos sobre tratamento desta condição, indicam os curativos intra-alveolares como mais utilizados. Este trabalho foi realizado, com o propósito de estudar, histologicamente, a evolução do processo de reparo, em feridas de extração dentária em ratos, na presença do Alvogyl® (Septodont) e os efeitos deletérios que o referido material, porventura, pudesse causar nas paredes alveolares. Para este estudo, foram utilizados 40 ratos albinos, divididos em dois grupos. No grupo controle, o incisivo superior direito, de cada animal, foi extraído e nenhum material foi inserido no alvéolo. No grupo experimental, após a remoção do elemento dentário similar, foi implantado o medicamento no interior do alvéolo. De cada grupo foram sacrificados 4 animais, aos 3, 6, 9, 15 e 21 dias pós-operatórios. Para a realização do estudo histológico, o material obtido, após o processamento laboratorial de rotina, foi corado pelas técnicas da hematoxilina e eosina, e de Gomori.

De acordo com os resultados obtidos, foi possível concluir que o medicamento Alvogyl® não causou atraso no processo de reparo das feridas de extração dentárias nos ratos avaliados. As características reparativas, encontradas nas cavidades alveolares de ambos os grupos, foram semelhantes nas diversas fases do experimento. No 21º dia, as cavidades alveolares apresentaram-se preenchidas por trabéculas de osso maduro, tanto nos animais do grupo controle, quanto nos do grupo experimental.

  A220 

Comparação dos indicadores de exodontia complexa entre os grupos dentários.

F. BERCINI*, T. W. F. de AZAMBUJA, B. MÖBUS.

Departamento de Cirurgia e Ortopedia. Faculdade de Odontologia da UFRGS.
Tel.: (0**51) 228-9806.

Devemos considerar a possiblidade de realização de exodontia complexa quando tentativas de exodontia simples forem inadequadas para a remoção do elemento dentário. Os tempos operatórios da exodontia complexa incluem retalho mucoperiostal, osteotomia e/ou odonto-secção cuja finalidade é eliminar a força excessiva e desnecessária. A escolha da técnica deve basear-se na avaliação clínica e radiográfica buscando indicadores como bruxismo, hipercementose, osso espesso, divergências radiculares e destruições coronárias que dificultam a aplicação do ponto de apoio. Propusemo-nos a pesquisar quais as razões que determinam a necessidade de técnicas cirúrgicas para uma exodontia, entre os elementos dentários, divididos em grupo 1 (molares) e grupo 2 (pré-molares, caninos e incisivos). Foram realizadas 796 exodontias no Ambulatório de Exodontia da FOUFRGS. A metodologia consistiu no exame clínico e radiográfico buscando estabelecer o plano de tratamento bem como identificar o(s) fator(es) que determinariam a escolha da técnica exodôntica. Em 741 dentes (93,10%) foi utilizada a técnica simples e em 55 dentes (6,90%) a técnica complexa. A análise dos resultados mostrou: impossibilidade de aplicação do fórceps e/ou alavanca para obtenção do ponto de apoio - grupo 1 (29,10%) e grupo 2 (9,09%); recobrimento do resto radicular por tecido mucoso - grupo 1 (9,09%) e grupo 2 (14,54%); anquilose alvéolo-dentária - grupo 1 (9,09%) e grupo 2 (10,91%) e outros (9,09%) em ambos.

Os dados submetidos ao teste X2 mostraram não haver diferença estatística significante entre os indicadores de exodontia complexa nos grupos dentários (p = 0,12). (Apoio: FAPERGS.)

  A221 

Enxerto heterógeno de pericárdio bovino na reconstrução do assoalho orbitário.

I. RANGEL-GARCIA JR., O. MAGRO FILHO, P. N. HASSE, L. F. CORADAZZI, R. Q. RAMOS*.

Departamento. of Surgery UNESP – Araçatuba.

Considerando as qualidades dos enxertos heterógenos de pericárdio bovino, nos propusemos a utilizá-lo experimentalmente na reconstrução e proteção do assoalho orbitário, visando obter dados clínicos e histológicos que viessem a subsidiar a sua indicação clínica em traumatismo que resultem em fraturas cominutivas do assoalho orbitário. Foram utilizados no presente estudo 36 ratos (Rattus, norvegicus, albinus Wistar), divididos em dois grupos de 18 animais. Após dissecação cuidadosa e exposição do assoalho orbitário em ambos os lados, foram realizadas osteotomias com broca, simulando clinicamente, perda de substância óssea após fraturas cominutivas do assoalho e rebordo orbitário. O grupo 1 recebeu enxerto de pericárdio bovino conservado em glicerina na orbita esquerda, e o grupo 2 recebeu enxerto de pericárdio bovino conservado em glutaraldeído enquanto que o lado direito controle não recebeu qualquer tipo de enxerto ou implante em ambos os grupos. Os animais foram sacrificados aos 5, 15 e 45 dias de pós-operatório, quando foram realizadas análises microscópicas e histológicas das lâminas. A presença do enxerto não possibilitou o reparo por tecido ósseo maturo, como o ocorrido no grupo controle, mas dirigiu este reparo a um quadro histológico, com presença de tecido conjuntivo rico em fibras colágenas. Não houve diferença significante no comportamento clínico e histomorfológico,entre os enxertos preservados em glicerina e o glutaraldeído.

Após critérios clínicos de avaliação, poderemos ter neste tipo de enxerto uma opção de tratamento para as fraturas do assoalho orbitário.

  A222 

Histometria de dentes reimplantados tardiamente tratados com diferentes medicações intracanal.

L. F. CALDART*, L. S. YURGEL.

Curso de Doutorado em CTBMF – Faculdade de Odontologia – PUCRS.
Tel.: (0**51) 320-3538/320-3000, ramal 2554.

O objetivo do presente estudo foi avaliar comparativamente dentes reimplantados tardiamente, tratados através de proteção radicular ou com diferentes medicações intracanal, utilizando uma análise histométrica computadorizada para quantificar as reabsorções radiculares inflamatória e por substituição. Foram avulsionados 32 incisivos superiores e inferiores de 4 cães (projeto avaliado e aprovado pela Comissão Científica e de Ética da Faculdade de Odontologia da PUCRS - protocolo nº 27/97) e mantidos em meio seco por 120 minutos. Os dentes do Grupo I (controle) foram imersos em solução de fluoreto de estanho a 1% e em suspensão de doxiciclina (1 mg/20 ml) por 5 minutos; o canal foi então obturado com guta-percha e reimplantado. Os dentes dos Grupos II, III e IV, ao final de 120 minutos, foram reimplantados sem tratamento algum, mas passados 10 dias receberam preparo químico-cirúrgico dos canais radiculares e tiveram, como curativo de demora, pelo período de 30 dias os dentes do Grupo II, uma pasta de hidróxido de cálcio veiculada com propilenoglicol; os do Grupo III, calcitonina; os do Grupo IV, uma pasta de hidróxido de cálcio veiculada com calcitonina. Passado este tempo, os dentes tiveram seus canais radiculares obturados definitivamente com guta-percha. Todos os animais foram sacrificados aos 180 dias do reimplante. A reabsorção radicular externa inflamatória foi observada em 1,7% da área cementodentinária dos dentes do Grupo I e em 3,74% nos do Grupo IV, sendo que esta diferença não é estatisticamente significativa (p = 0,276). Nos dentes do Grupo III foi observada em 5,48% e em 7,10% nos do Grupo II, valores estes que não diferem estatisticamente (p = 0,387). A reabsorção por substituição, nos dentes superiores, tratados com calcitonina, ocorreu em 4,94%, com os demais tratamentos, estas médias não diferiram estatisticamente. Os resultados médios verificados, nos dentes inferiores, para a reabsorção por substituição, não diferiram estatisticamente (p = 0,448).

Conclui-se que a medicação intracanal hidróxido de cálcio/calcitonina foi mais efetiva no controle da reabsorção radicular inflamatória do que as medicações hidróxido de cálcio e a calcitonina isoladamente, sendo que estas apresentaram níveis de efetividade semelhantes; a reabsorção radicular por substituição foi controlada mais efetivamente pela calcitonina, sendo que os demais tratamentos analisados apresentaram similaridade no controle deste tipo de reabsorção.

  A223 

Análise histológica do Bio-Oss e BioGran em tíbia de ratos.

D. PONZONI*, P. S. P. CARVALHO, A. P. F. BASSI, V. C. MENDES

Departamento de Cirurgia e Clínica Integrada – Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. Tel.: (0**18) 620-3242. Tel./Fax: (0**18) 622-2136. E-mail: dponzoni@ig.com.br

O objetivo desse trabalho foi avaliar histologicamente o potencial de reparação óssea e osteocondução do Bio-Oss® e BioGran® após três, dez, vinte e trinta dias em cavidades preparadas em tíbias de ratos. Para isso, foram utilizados vinte ratos. Após anestesia geral, incisão e divulsão tecidual, duas cavidades com cerca de 3 mm de diâmetro foram preparadas em cada tíbia. As cavidades mais próximas da articulação foram preenchidas apenas por coágulo (controle) e as mais distais receberam os materiais, sendo que na tíbia direita colocou-se o Bio-Oss® e na esquerda, o BioGran®. Aos três dias, havia tecido conjuntivo rico em fibroblastos e com poucas células inflamatórias nas cavidades preenchidas pelos materiais. No entanto, observou-se que aos dez dias, a porção cortical estava completamente reparada nos três grupos, sendo possível notar neoformação óssea em todos eles, onde o tecido ósseo encontrava-se em íntimo contato com os materiais implantados. Essa observação tornou-se mais evidente após vinte e trinta dias.

Concluiu-se que o Bio-Oss® e o BioGran® não foram absorvidos e promoveram o reparo integral das cavidades.

 

  A224 

Avaliação cintigráfica do processo de reparo ósseo após trauma cirúrgico padronizado.

A. C. BREITHAUPT*, R. M. OLIVEIRA-FILHO, P. F. LARA, O. CRIVELLO JR.

Departamento de Cir. Prot. Trau. Max-Fac. FO-USP; Departamento de Farmac., ICB-USP, SP. Tel.: (0**11) 3091-7887. E-mail: breith@usp.br

Este trabalho objetivou estudar a evolução temporal da reação inflamatória e da neoformação óssea em lojas cirurgicamente criadas em tíbias de ratos sob influência de osso liofilizado como material de preenchimento. A incorporação local de metileno difosfonato sódico (MDP) marcado com 99mTc foi usada como medida indireta da resposta inflamatória e da atividade osteoblástica local. Foram criadas 2 cavidades ósseas (1 em cada tíbia) e uma delas foi preenchida com osso liofilizado bovino (Integra®, Cirumédica SP). Os animais foram sacrificados 1, 3, 7, 14, 21 ou 28 dias após (6 animais em cada grupo), segmentos das tíbias foram dissecados, pesados e a radiatividade gama contada e expressa como cpm/mg de tecido fresco. Os resultados obtidos nas cavidades preenchidas foram calculados em relação às cavidades controle e em relação a um segmento ósseo distante intacto (fêmur) com peso semelhante. Observamos que o pico de radiatividade das lesões preenchidas com osso liofilizado ocorreu no 7º dia pós-operatório, enquanto que nas lesões não preenchidas foi aos 14 dias. Este fato pode indicar que a reparação óssea tende a começar antes quando é feito o preenchimento da loja com osso liofilizado.

Ficou evidente que o uso do 99mTc-MDP é de grande valia na avaliação do reparo ósseo, pois detectou alterações mesmo nas lesões das proporções usadas neste estudo (0,5 mm de raio x 0,5 mm de profundidade). (Este trabalho é parte da dissertação de mestrado de ACB - Proc. FAPESP 98/13353-7.)

 

  A225 

Sensibilidade antimicrobiana de microrganismos colhidos do ambiente de clínica odontológica.

A. B. N. D. PACHECO*, T. R. MATTOS FILHO, F. C. GROPPO, R. H. L. MOTTA.

Departamento de C. Fisiol., FOP-UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5308. E-mail: alinepacheco@yahoo.com

O propósito deste estudo foi determinar o número e a sensibilidade aos antimicrobianos de cepas do ambiente clínico de uma faculdade de Odontologia. Sessenta placas de Petri com 22 ml de ágar soja-tripticaseína (TSA) foram dispostas em diferentes locais da clínica: entre as cadeiras odontológicas, nos corredores, na sala de esterilização e no plantão de urgência. Três diferentes situações foram consideradas: antes, durante e após os procedimentos clínicos. O TSA das placas foi exposto durante 2 min ao ambiente. Após este período, todas as placas foram incubadas em microaerofilia (10% de CO2 a 37ºC) durante 48 h e 24 h em condições de aerobiose na mesma temperatura. As colônias foram contadas, examinadas (técnica de Gram) e fotografadas. Todas as cepas foram padronizadas a 108 ufc/ml e suspensas (“pour-plate”) em ágar Mueller-Hinton com 1,5% de sangue de carneiro. Discos de papel comercial contendo penicilina G 10U (P), ampicilina 10 mg (Ap), amoxicilina 20 mg/ácido clavulânico 10 mg (Amo), amoxicilina 10 mg (Ax), cefadroxil 30 mg (Ce), eritromicina 15 mg (Er), claritromicina 15 mg (Cl), azitromicina 15 mg (Az) e clindamicina 2 mg (Cd) foram posicionados no ágar. Todas as placas foram incubadas em aerobiose a 37ºC. Após 24 h, os halos de inibição foram medidos. As cepas mais comumente observadas foram cocos > bacilos > fungos (p < 0,05). O número de cocos e bacilos aumentou durante os procedimentos clínicos (p < 0,05) e os fungos aumentaram após os procedimentos clínicos. A maior taxa de resistência observada nas cepas de cocos foi frente ao grupo dos macrolídeos (Er, Cl, Az) e para bacilos foi o grupo dos beta-lactâmicos (P, Ap, Amo, Ax, Ce) e à Cd. A Amo e o Ce foram os mais efetivos contra os microrganismos.

Os procedimentos clínicos podem aumentar o número de microrganismos no ambiente, sendo que aqueles do ambiente clínico da FOP exibiram resistência contra antibióticos comumente usados na Odontologia. (Apoio financeiro: CAPES.)

  A226 

Biossegurança: conhecimento e atitude do cirurgião-dentista sobre proteção pessoal.

R. O. GUARÉ*, C. G. D. C. ZARDETTO, A. L. CIAMPONI.

Disciplina de Odontopediatria da FOUSP – SP. Tel.: (0**11) 3091-7854.
E-mail: pguare@fo.usp.br

Um dos aspectos de extrema importância na biossegurança diz respeito a proteção do profissional. O objetivo desta pesquisa foi avaliar através de questionário os conhecimentos do cirurgião-dentista sobre paramentação e medidas preventivas importantes para a prática clínica. Participaram deste estudo, 141 cirurgiões-dentistas que freqüentavam estágios, cursos de aperfeiçoamento, pós-graduação ou eram docentes de diversas Faculdades de Odontologia da cidade de São Paulo. O questionário abordou os sequintes aspectos: proteção do profissional, vacinação e prática de anamnese. Foi encontrado que 97,87% dos profissionais relatam que sempre usam luva, 98,58% sempre usam máscara, 25,53% sempre usam gorro e 68,79% sempre usam óculos. O avental é sempre usado por 65,95% dos profissio­nais, sendo que o avental com a manga comprida sempre é usado por 36,17%. Menos da metade dos entrevistados foram vacinados contra tétano (44,68%) e rubéola (39,72%). Entretanto 95,03% afirmam serem vacinados contra hepatite B. Grande porcentagem (89,36%) relatam sempre realizarem anamnese.

Os resultados da avaliação demonstraram que o conhecimento e a prática dos cirurgiões-dentistas sobre biossegurança são falhos em alguns aspectos quanto os meios de proteção profissional e vacinação; sugerindo, portanto, a necessidade de maior conscientização e informação dos profissionais sobre estes aspectos.

  A227 

Degradação das forças liberadas por elásticos ortodônticos esterilizados com glutaraldeído.

M. A. CARDOSO*, A. M. MENDES.

Especialização em Ortodontia – FO UERJ. Tel.: (0**21) 587-6388, fax: (0**21) 569-3829.

A preocupação com o controle de infecção em Ortodontia leva a pesquisa de métodos de esterilização que sejam eficientes, porém não alterem de forma relevante as propriedades dos materiais. Os elásticos ortodônticos estão entre os dispositivos mais utilizados para a movimentação dentária, sendo extremamente sensíveis aos processos de esterilização físicos e químicos. Este estudo procurou avaliar a degradação (%) das forças liberadas por três tipos de elásticos ortodônticos em cadeia, das marcas American Orthodontics (AO), Unitek (U) e Morelli (M), quando submetidos a esterilização com as soluções de glutaraldeído das marcas Cidex 28 Long-Life e Anti-G Plus. Após a esterilização, as amostras foram mantidas imersas em solução de saliva artificial, onde permaneceram distendidas a 50% de seus comprimentos iniciais, para simular as condições de uso na cavidade bucal. As forças liberadas pelas 360 amostras avaliadas (grupos experimental e controle) foram quantificadas através de uma máquina de ensaios de tração (EMIC), nos períodos de tempo inicial, e após 1 e 24 horas, 1 e 3 semanas de imersão em saliva. Após a aplicação da análise de variância (ANOVA), e correção dos valores pela força inicial, os elásticos da marca AO, U e M apresentaram, respectivamente, médias de degradação de 34,33%, 50,82% e 51,35%, após 3 semanas.

Quanto ao desempenho das marcas de elásticos avaliadas no período de 3 semanas, observou-se um comportamento similar para os elásticos das marcas Morelli e Unitek, enquanto os da marca American Orthodontics apresentaram os melhores resultados.

 

  A228 

Avaliação da suscetibilidade à penicilina dos microrganismos das infecções odontogênicas.

F. M. ELIAS*, W. A. JORGE.

Serv. Urgências Bucomaxilofaciais – Hosp. Universitário – USP. Tel.: (0**11) 212-7711, ramal 9290.

As penicilinas e seus derivados têm sido considerados os antibióticos de primeira escolha nas infecções odontogênicas. No entanto, devido à resistência crescente dos microrganismos, novas drogas têm sido sugeridas para o tratamento destas infecções. O objetivo deste trabalho foi avaliar a suscetibilidade in vitro à penicilina cristalina e à ampicilina dos microrganismos cultivados em 10 casos de infecções odontogênicas. Para tal, foram colhidos espécimes de pacientes com abscessos dos tecidos moles e espaços fasciais da face e pescoço, momentos antes da drenagem cirúrgica, utilizando-se de punção aspirativa, após anti-sepsia da pele ou mucosa oral. O material obtido foi imediatamente enviado ao laboratório para cultura e antibiograma. Em 3 casos, o material colhido para a cultura de anaeróbios foi considerado insuficiente. Um total de 16 microrganismos foram isolados, 9 nas culturas para aeróbios e 7 nas para aeró­bios. Não houve crescimento de aeróbios em 2 dos casos e de anaeróbios em outros 2. Nas culturas para aeróbios foram isolados Streptococcus sp. alfa-hemolítico do grupo viridans (6), Streptococcus intermedius (1), Streptococcus sp. beta-hemolítico não pertencente aos grupos A, B ou D (1) e Enterococcus sp. (1). Nas culturas para anaeróbios cresceram Streptococcus sp. alfa-hemolítico do grupo viridans (3), Enterococcus sp. (1), Enterococcus faecalis (1), um bacilo gram-negativo (1) e um bacilo gram-negativo sugestivo de bacteróides (1). Na análise quantitativa do antibiograma, todos os microrganismos mostraram-se sensí­veis à penicilina cristalina e à ampicilina.

Com base nos resultados obtidos, os autores concluíram que, na amostra avaliada, todos os microrganismos se mostraram suscetíveis in vitro à penicilina cristalina e à ampicilina.

  A229 

Grau de conhecimento de graduandos sobre descarte do lixo odontológico.

C. S. ROCHA*, M. V. L. GUIMARÃES, M. M. P. RENDEIRO, L. F. BASTOS.

UNIGRANRIO.

O avanço técnico-científico das profissões de Saúde conduziram a uma busca incessante visando melhor diagnóstico, melhor técnica e um alto padrão de qualidade com a biossegurança; evitando-se assim a disseminação das infecções cruzadas, bem como a contaminação ambiental. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho foi verificar o grau de conhecimento dos graduandos de Odontologia sobre o destino dos resíduos sólidos resultantes da prática odontológica. O instrumento utilizado foi um questionário contendo 6 perguntas fechadas. A amostra constou de 93 graduandos do 9º período de Odontologia da UNIGRANRIO. Os resultados em relação aos resíduos são: amálgama, 63% descartam corretamente em recipiente plástico contendo água e tampa; as luvas de procedimentos e sugadores são descartados em lixeira com tampa segundo 97% dos pesquisados; 92% descartam os pérfuro-cortantes em Descartex; gaze e algodão contaminados são descartados em lixeira com tampa por 92%; o chumbo que envolve a película radiográfica é descartado por 95% dos entrevistados em lixeira com tampa; 76% dizem saber que existe coleta diferenciada para lixo comum e lixo contaminado.

Após análise dos dados, podemos concluir que os conhecimentos em relação ao descarte de resíduos sólidos são satisfatórios, exceto ao item que se refere ao chumbo da película.

 

  A230 

Influência do tipo de aleitamento na atividade mioelétrica peribucal.

S. R. JACINTO*, M. B. D. GAVIÃO, F. BÉRZIN.

Área de Fisiologia Oral – FOP/UNICAMP. Tel. (0**19) 430-5286. E-mail: sjacinto@dglnet.com.br

A amamentação pode ser considerada como a primeira medida preventiva para o correto desenvolvimento das estruturas do aparelho mastigatório. Assim, o aleitamento artificial pode ser considerado um fator etiológico no estabelecimento de desequilíbrios musculares bucofaciais. Considerando a eletromiografia (EMG) como um exame que permite verificar o estabelecimento da coordenação dos diferentes músculos envolvidos em um movimento, o objetivo deste estudo foi avaliar a influência do tipo de aleitamento na atividade elétrica dos músculos orbiculares da boca – parte superior e mentoniano. Foram avaliadas 12 crianças (faixa etária: 2,5 a 3,5 anos), divididas em 2 grupos: grupo controle (C) – crianças amamentadas e grupo estudo (E) – crianças amamentadas no máximo até 2 meses de idade (n = 6). Os sinais EMG foram coletados durante a sucção de iogurte através de canudo. A análise dos dados foi realizada a partir da envoltória da amplitude não normalizada (ANN) – software Matlab, comparando os resultados entre os grupos analisados estatisticamente pelo teste de Mann-Whitney. Os resultados mostraram que o grupo E apresentou atividade elétrica significativamente maior do M. orbicular da boca – parte superior em relação ao grupo C. Por outro lado, a atividade mioelétrica do M. mentoniano foi significativamente maior para o grupo C em relação ao grupo E.

De acordo com os resultados encontrados nas condições experimentais utilizadas, constatou-se que existe perfis de ativação muscular diferentes de acordo com o tipo de aleitamento recebido. Sugerem ainda que a alimentação artificial nos primeiros meses de vida pode propiciar o estabelecimento de padrões musculares diferentes do normal. (Apoio financeiro: CAPES.)

  A231 

Influência do diabetes e da insulina nas glândulas salivares de ratos.

F. N. NOGUEIRA*, J. NICOLAU.

Centro de Pesquisa em Biologia Oral, FOUSP – SP. Tel./Fax: (0**11) 3091-7840.

O objetivo do presente estudo foi o de verificar as alterações da atividade de algumas enzimas em glândulas salivares de animais diabéticos e tratados com excesso de insulina. Animais diabéticos, induzido por “streptozotocin”, e animais tratados com excesso de insulina (50 U/dia) foram utilizados. Determinadas as atividades das enzimas hexocinase (HK) entre a forma particulada e solúvel, fosfofrutoquinase-1 (PFK-1) nas frações solúvel e ligada ao citoesqueleto em dois pH, isto é, pH 8,2 (sob condições máximas em que não está sujeito a regulação alostérica) e pH 6,9 (sob condições subótimas, em que está sujeito a regulação alostérica). Nos animais diabéticos, houve uma redução da atividade da HK, tanto na fração solúvel quanto na ligada somente na glândula SM. Nesta mesma glândula, houve um aumento da atividade da PFK-1 nas frações solúveis nos dois pHs, fato que somente foi observado na glândula PA na fração solúvel em pH 8,2. Nos animais tratados com excesso de insulina, foi observada somente uma diferença estatística na glândula parótida, onde houve uma queda na atividade da HK da fração ligada a mitocôndria.

Conclui-se que o excesso de insulina e o estado diabético interferem tanto nas atividades quanto na redistribuição entre as frações particulada e solúvel das enzimas estudadas. (Apoio financeiro: FAPESP.)

 

  A232 

Dieta com cloreto de sódio e tamanho mandibular de ratos.

A. FUTTERLEIB*, D. M. P. PADILHA, C. ALMEIDA, E. JECKEL-NETO, M. IRIGOYEN, N. COSTA.

F. Odontologia, UFRGS e PUCRS e IGG-PUCRS. E-mail: dpadilha@pro.via-rs.com.br

O consumo de cloreto de sódio induz hipertensão e provoca modificações no metabolismo do cálcio. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da ingestão de NaCl (1%) sobre tamanho da mandíbula de ratos. Vinte ratos de seis semanas foram utilizados no estudo e receberam dieta sólida ad libitum. O grupo controle (10 ratos) recebeu água e o grupo experimental recebeu uma solução de cloreto de sódio a 1% ad libitum. Após 6 e 9 meses, cinco ratos de cada grupo foram sacrificados, as hemimandíbulas direitas dissecadas e os tecidos moles foram removidos. As hemimandíbulas foram posicionadas sobre uma placa de armazenagem fotoativada com a face lingual voltada para fonte de RX. A distância foco-placa foi de 30 cm, o tempo de exposição 0,6 s. A placa ótica foi processada em “scanner” específico a laser, as imagens obtidas foram analisadas diretamente no monitor. O tamanho da base (BASE) e do corpo (CORPO) da mandíbula, o comprimento (COMP) e a altura (ALT) mandibular e a altura da crista alveolar (CRISTA) foram medidas. Os resultados podem ser vistos como a seguir:

 

COMP mm -
média (dp)

 BASE mm -
média (dp)

ALT mm -
média (dp)

CORPO mm -
média (dp)

CRISTA mm -
média (dp)

 

C

S

p

C

S

p

C

S

p

C

S

p

C

S

p

6 m

27,97
 (0,37)

27,59
 (0,52)

< 0.05

27,42
 (0,54)

27,29
 (0,77)

ns

15,38
 (0,51)

15,06
 (0,28)

ns

14,70
 (0,37)

14,91
 (0,22)

ns

2,08
(0,25)

1,96
(0,14)

ns

9 m

28,51
 (0,50)

28,16
 (0,29)

< 0.05

27,87
 (0,65)

28,08
 (0,44)

ns

15,29
 (0,69)

15,30
 (0,27)

ns

14,90
 (0,21)

14,87
 (0,33)

ns

2,34
(0,21)

2,38
(0,20)

ns

O comprimento mandibular dos animais que consumiram NaCl foi significativamente menor do que o comprimento mandibular dos ratos do grupo controle. As outras dimensões avaliadas não apresentaram diferenças significativas.

  A233 

Relação entre aleitamento materno, respiração bucal e hábitos orais deletérios.

L. A. A. G. BARROSO NETO*, D. S. SILVA, M. F. BOUÇAS.

Programa de Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF – RJ.

O objetivo deste estudo foi o de verificar de acordo com as referências da literatura a relação entre aleitamento materno, respiração bucal e hábitos orais deletérios em uma amostra de 93 pacientes sob tratamento fonoaudiológico da Associação Fluminense de Reabilitação - Niterói - RJ.Os dados foram coletados dos prontuários destes pacientes que tinham entre 4 e 18 anos,organizados e submetidos à análise estatística pelo teste não-paramétrico do Qui-quadrado. Encontrou-se 55 (59%) pacientes com respiração bucal - RB, 38 (41%) com respiração nasal - RN e que 67 (72%) apresentavam algum hábito. Relacionando-se os dados entre si verificou-se que 34 (62%) dos pacientes com RB foram amamentados até 6 meses e que 23 (61%) dos pacientes com RN o foram por mais de 6 meses - encontrada significância estatística - p < 0,01. 41 (84%) dos pacientes com hábito foram amamentados até seis meses, enquanto apenas 18 (27%) o foram por mais de seis meses - significante estatisticamente p < 0,01.

Pode-se concluir que crianças submetidas a aleitamento materno por tempo inferior a seis meses apresentam maior risco de desenvolverem respiração bucal e hábitos orais deletérios.

 

  A234 

Ação da eritromicina no desenvolvimento do germe dentário de camundongos.

M. F. OLIVEIRA*, L. T. O. RAMALHO.

Departamento de Morfologia, Fac. Odontol. de Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 232-1233. E-mail: moliveira@techs.com.br

A eritromicina é um antibiótico eficaz por via oral que pode ser bacteriostático ou bactericida, dependendo do microorganismo e da concentração da droga. Recomenda-se a eritromicina como alternativa da penicilina em pacientes alérgicos, inclusive para crianças. A eritromicina atravessa a barreira placentária, e as concentrações da droga no plasma fetal correspondem a cerca de 5 a 20% daquelas observadas na circulação materna. A hepatite colestática é o efeito colateral mais notável e é causada primariamente pelo estolato de eritromicina e apenas raramente pelo etilsuccinoato ou estearato. A droga pode também causar icterícia, que pode ser acompanhada de febre, leucocitose, eosinofilia e atividade elevadas das transaminases no plasma. Distúrbios no organismo durante a fase de formação dentária pode afetar o desenvolvimento do dente. Neste trabalho foi comparada a ação de duas formas de eritromicina, estearato e estolato, sobre o desenvolvimento do germe dental de camundongos recém-nascidos, de 5 e 10 dias, através da administração oral das duas diferentes formas das drogas às camundongas prenhes. Após o sacrifício dos animais e preparação das lâminas observou-se que nos primeiros períodos ocorreram alterações na produção de matriz orgânica no grupo sob ação do estolato de eritromicina.

Os autores concluíram que o estolato de eritromicina promove um atraso na secreção de matriz dentinária, assim como também uma alteração morfológica na diferenciação dos odontoblastos.

  A235 

Desmineralização dentária causada por bebidas esportivas: estudo piloto.

A. R. BOMFIM*, L. F. M. MOLITERNO, H. SAMPAIO, R. G. FISHER.

FOUERJ. Tel.: (0**21) 587-6389, fax: (0**21) 587-6382. E-mail: arbomfim@gbl.com.br

Os efeitos da desmineralização do esmalte dentário pela ingestão de sucos de frutas e refrigerantes têm sido documentados. Os repositores hidroeletrolíticos são bebidas recentemente introduzidas no mercado na­cional com o propósito de restabelecer os níveis de líquido e sais minerais no organismo dos atletas. Estas bebidas vem se popularizando e sendo consumidas pelo público em geral. O objetivo deste trabalho foi validar uma metodologia que pudesse avaliar a capacidade destas bebidas de causar perda à estrutura mineral do esmalte através de uma avaliação quantitativa. Foram utilizadas 3 amostras para dentes permanentes e igual número para dentes decíduos. As amostras foram pesadas em balança analítica de precisão, para que se verificasse o seu peso inicial. O experimento alongou-se por 30 dias, durante os quais cada amostra foi submetida à 3 imersões diárias no repositor hidroeletrolítico Gatorade®. Uma amostra de cada tipo de dente foi utilizada como controle, ficando imersa em saliva artificial durante todo o tempo. Ao término deste período, as amostras foram novamente pesadas, para que se pudesse verificar a perda de mineral ocorrida. As perdas variaram de 2,21 a 5,66% que, em números absolutos equivalem a 3 a 6 centigramas. Pelo teste não-paramétrico de Mann-Whitney, verificou-se que a perda não foi estatisticamente significativa quando comparados os dentes decíduos (p > 0,05), os dentes permanentes (p > 0,05) e os dentes permanentes e decíduos juntos (p = 0,06), para níveis de confiança de 95%.

Concluiu-se que o método testado é válido para medir quantitativamente a perda de tecido mineral causada pelo repositor hidroeletrolítico, cujo potencial desmineralizante pôde ser verificado.

 

  A236 

Avaliação do mecanismo de lesão celular por um adesivo dental.

M. A. MASIOLI*, K. R. H. C. DIAS, C. R. SILVA, M. BERNARDO-FILHO.

Departamento de Biofísica-Biometria, IBRAG/UERJ; Dentística, FO-UERJ, Rio de Janeiro, BR.

Este trabalho visa determinar em quais concentração o adesivo dental Prime & Bond 2.1 (P&B) (Dentsply) promovem citotoxidade em cepas bacterianas de Escherichia coli (E. coli); analisar se a citotoxidade é mediada pela produção de Espécie Reativa de Oxigênio (ERO) e verificar a importância do mecanismo de reparo por recombinação e excisão em lesões causadas pelo P&B no ácido desoxirribonucleico (DNA) bacteriano. Suspensões bacterianas de E. coli AB 1157 (selvagem para mecanismo de reparo em lesões de DNA), BW 9091 (deficiente para mecanismo de reparo em lesões oxidativas) e AB 2463 (deficiente em mecanismo de reparo por recombinação), em fase exponencial de crescimento (2 x 108 cel/ml) em NaCl 0,9% estéril são expostas ao P&B em diversas concentrações, por 60 min, a 37ºC, com agitação constante. A fim de determinar a participação das ERO, duplicatas das cepas foram tratadas com um aceptor de ERO (benzoato de sódio) antes do contato com o P&B. No tempo 0, 20, 40 e 60 min alíquotas são retiradas, diluídas, plaqueadas e incubadas a 37ºC, ao abrigo de luz, por 24 h e as colônias contadas.

Os experimentos foram feitos repetidamente, e, analisando a população celular estudada, concluímos que: 1 - O etanol 50% (diluente e controle) e o benzoato de sódio isoladamente, são inertes. 2 - Houve uma redução significante na viabilidade celular com o aumento do tempo de tratamento e da concentração do P&B. 3 - A cepa BW 9091 foi a mais sensível ao P&B, e a AB 1157 a mais resistente. 4 - O uso de um aceptor de radicais livres (benzoato de sódio), atenuou a citotoxidade causada pelo tratamento com P&B. 5 - A citotoxidade do P&B é, provavelmente causada devido a liberação de espécies reativas de oxigênio no meio de tratamento.

  A237 

Crescimento, identificação e tolerância de microrganismos coletados em componentes clínicos.

R. H. L. MOTTA*, T. R. MATTOS FILHO, F. C. GROPPO, A. B. N. D. PACHECO.

Departamento de Ciências Fisiológicas – FOP-UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5308.

Atualmente doenças como AIDS e hepatite B trouxeram mais riscos aos consultórios odontológicos. Assim, o uso correto de materiais esterilizados e barreiras de proteção (óculos, luvas) tornaram-se essenciais para um tratamento odontológico seguro, tanto para o paciente como para o cirurgião-dentista. Seguindo esse pensamento, o objetivo do trabalho foi quantificar a prevalência de microrganismos no ambiente da Clínica Odontológica da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP. Através da técnica de “swab estéril”, foram realizadas coletas de microrganismos em diferentes locais da Clínica, sendo coletadas amostras dos botões das cadeiras odontológicas, canhões de raio X, luvas de procedimentos, entre outros, colocados em tubos contendo TSB e encubados a 37ºC, 1 atm, por 24 horas. Os períodos de coletas foram distintos (antes, durante e após o término dos atendimentos). Foram contadas as UFC e a identificação foi realizada utilizando-se o método de coloração de Gram. Os microrganismos coletados foram submetidos a onze discos de antibióticos diferentes colocados em placas de Petri com MHA para avaliar a possível existência de microrganismos resistentes. A análise estatística mostrou que os microrganismos prevalentes foram os cocos gram-positivos, os quais se mostraram resistentes aos antibióticos. O local com maior contaminação foi o botão de acionamento de cadeira.

Assim sendo, podemos concluir que: 1) “swab” esterilizado é um método confiável para desenvolver esse tipo de estudo; 2) a possibilidade de contaminação cruzada nos consultórios podem, na maioria das vezes, ocorrer durante a prática diária; 3) os microrganismos encontrados neste estudo podem ser perigosos à saúde do profissional. (Apoio financeiro: SAE/UNICAMP.)

  A238

Homeopatia em microbiologia – uma avaliação in vitro.

P. M. ZELANTE*, F. M. ALMEIDA, M. M. ZELANTE, D. P. QUELUZ, R. O. NARDY.

PUCCAMP; UFG; UNICAMP.

Neste trabalho, apresentamos e avaliamos medicamentos homeopáticos utilizados em tratamentos de inflamações e infecções da cavidade bucal, em meio de cultura, semeados com Streptococcus mutans e Streptococcus sanguis, realizados no ICB USP - SP. Os medicamentos usados, foram preparados de acordo com normas da Farmacopéia Homeopática Brasileira. Arnica CH4 - indicada para previnir supuração, septicemia, equimoses nos traumatismos e cirurgias. Calêndula CH4 - indicado como anti-séptico homeopático, onde haja solução de continuidade. Mecurius Solubilis CH4 - indicado para inflamações, abscessos periodontais, periapicais e das amígdalas. Silícia CH4 - indicado para abcessos periapicais e periodontais. Utilizou-se discos de papelão embebidos nas medicações, colocados em T.S.A. (meio de cultura), semeados com Streptococcus mutans e Streptococcus sanguis, durante 48 horas à 37ºC, e constatamos que não houve inibição de crescimento bacteriano.

Concluímos que as medicações homeopáticas utilizadas, não apresentaram efetividade diante do experimento microbiológico in vitro; porém na clínica odontológica, apresenta grande efetividade diante de processos infecciosos, estabelecidos na cavidade bucal, constatando uma atuação super eficiente do sistema leucocitário e do sistema imune, mobilizados na infecção.

 

  A239 

Avaliação clínica do clareamento caseiro.

L. MARCHINI*, C. H. R. CAMARGO, A. P. MARTINS GOMES.

Departamento de Odontologia Restauradora, FOSJC – UNESP.

Considerando a atual ênfase dada à estética em Odontologia, o trabalho que ora se apresenta tem como objetivo verificar clinicamente a eficácia e durabilidade do clareamento caseiro, bem como a incidência dos efeitos colaterais mais freqüentemente relatados na literatura, em função de diferentes formas de utilização do material clareador. Para tanto, um gel de peróxido de carbamida a 10% com carbopol foi aplicado por três semanas em três grupos de 12 voluntários, sendo que o primeiro grupo usou o gel por 8 horas durante o dia, o segundo pelo mesmo período durante a noite e o terceiro por 16 horas (8 durante o dia e 8 durante a noite). Foram realizadas consultas para controle após 1 e 3 semanas e 3 e 6 meses após o início da aplicação, nas quais eram registrados a cor dos dentes anteriores (mediante o uso de uma escala Vita, sob iluminação natural, por um examinador previamente calibrado), os sintomas relatados (quanto à sensibilidade dentária) e eventual presença de irritação gengival e da orofaringe. Os resultados permitiram observar que ocorreu branqueamento dentário em todos os pacientes (em grau variável), a cor obtida após 3 semanas permanecia estável pelo período de 6 meses e os sintomas colaterais mais relatados foram sensibilidade ao frio (77,4% dos pacientes na primeira semana), dor espontânea (51,5%), sensibilidade ao calor (25,8%) e aos doces (22,6%). Não foi observada tendência de aumento na sintomatologia causada pelo aumento no tempo diário de utilização do gel. Não foram relatadas irritação gengival nem da orofaringe pelo material clareador.

Deste modo, pode-se concluir que o gel utilizado foi eficaz na obtenção de clareamento, a cor obtida manteve-se estável e o efeito colateral mais relatado foi a sensibilidade temporária ao frio, não sendo observada tendência de aumento da sensibilidade com o aumento do tempo diário de utilização do gel.

  A240 

Manifestações bucais do uso de politerapia em hipertensos.

A. P. MORAIS*, C. G. AMORIM, V. A. SOUZA, I. CORDOVIL, R. ELIAS.

Departamento de Clínica de Pacientes Especiais – UNIGRANRIO.
E-mail: andmor@highway.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar as necessidades orais sentidas por pacientes hipertensos (monoterápicos e politerápicos) e as informações a eles fornecidas por seus médicos. Foram coletados 83 questionários entre os pacientes e 10 questionários entre os médicos responsáveis por estes em 2 instituições públicas de atendimento especializado na cidade do RJ. A grande maioria dos médicos eram cardiologistas (90%) com mais de 5 anos de atuação ostensiva nessa área (80%). Relataram conhecer os efeitos, na cavidade bucal, dos medicamentos por eles prescritos (90%) e apenas 30% recebem alguma queixa por parte dos pacientes. Entre os hipertensos, 27,7% tiveram alguma queixa relacionada à xerostomia (boca seca, amarga, ardência, saliva pegajosa etc...), mais apenas 8,7% desses faziam uso de monoterapia, sendo a associação de 2 medicamentos a mais comum (31,3%). O uso de propanolol-bloqueador beta-adrenérgico e a associações de diuréticos envolvendo a hidroclorotiazida foi observada em 65% dos pacientes queixosos e são estes os indicados para um avaliação odontológica segundo 70% dos médicos. Apenas 10% indicam uma consulta ao dentista independente da presença de queixa.

O elevado número de pacientes que fazem uso de uma politerapia para o controle da hipertensão arterial (91,3%), com efeitos adversos ainda pouco estudados para cavidade oral, aliado ao fato de quase um terço desses pacientes possuírem efeitos já sentidos, fortalece a necessidade de uma melhor integração entre médicos e dentistas para o benefício dessa população específica.

 

  A241 

Avaliação da prescrição de suplementos fluorados para gestantes de São Paulo e o risco de fluorose dentária.

P. R. B. de CAMPOS*, P. L. ARMONIA, N. TORTAMANO, J. L. SIMONE.

Departamento de Estomatologia – FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7813, fax: 3091-7815.

Tendo em vista a existência no mercado nacional de suplementos fluorados indicados (pelos fabricantes) para gestantes e nutrizes, e considerando as indicações e esquemas posológicos para os suplementos fluorados atualmente preconizados por entidades internacionais, como American Dental Association, American Academy of Pediatric Dentistry (que não recomendam sua utilização em gestantes e nutrizes), este trabalho avaliou em um grupo de médicos ginecologistas e obstetras do município de São Paulo, através de questionários padronizados, suas condutas em relação à prescrição de suplementos com flúor em gestantes que residem no município de São Pau­lo (que contém flúor nas águas de abastecimento em concentrações idea­is), bem como discutiu o risco de fluorose dentária. Dos 578 médicos entrevistados, 228 (39,446% da amostra) afirmaram prescrever regularmente suplementos fluorados para gestantes residentes em São Paulo. Os esquemas terapêuticos adotados, bem como os períodos de início e suspensão do medicamento foram extremamente variáveis. A maioria dos profissionais que afirmaram prescrever suplementos fluorados optou por prescrever 1,0 mg de flúor ao dia (174 médicos). O período preferido por esses médicos para iniciar a prescrição foi o primeiro trimestre da gestação e a maior parte deles estendeu a prescrição até o período do parto ou após o parto.

À luz da literatura, a utilização de suplementos fluorados em gestantes residentes em São Paulo não protege a dentição do filho contra a cárie dentária, bem como é possível inferir que a conduta de suplementar com flúor gestantes residentes em São Paulo, pode, de um ponto de vista teórico, contribuir para o aumento do risco de fluorose dentária na dentição decídua.

  A242 

Comparação do grau de deflexão de agulhas anestésicas odontológicas 27 G e 30 G.

M. A. GIROTTO*, M. C. VOLPATO, J. RANALI.

Departamento de Ciências Fisiológicas – FO Piracicaba – UNICAMP. Tel.: (0*19) 430-5308.

Avaliou-se neste trabalho o grau de deflexão de agulhas anestésicas odontológicas descartáveis comercializadas no segundo semestre de 1997: longas – BD (BDL), Ibras (IBL) e Nipro (NIL), e curtas – BD (BDC), Ibras (IBC), Injecta (INC), Misawa (MIC), Monoject (MOC), Nipro (NIC), Terumo (TEC) e Unoject (UNC). Dez agulhas de cada marca e tamanho, escolhidas ao acaso a partir da embalagem original, foram fixados em um equipamento movido a ar comprimido e introduzidas sob pressão constante de 0,5 kgf/cm2 em um recipiente com alginato. A profundidade de introdução foi de 0,18 cm e 0,25 cm respectivamente para as agulhas curtas e longas. Foram realizadas 2 radiografias com angulação de 90o entre si, sendo a deflexão total calculada através de princípios de geometria. O coeficiente de deflexão foi calculado através da fórmula: coeficiente de deflexão = deflexão total/profundidade de introdução.

A análise estatística (teste de Tukey-Kramer-HSD) dos resultados de coeficiente de deflexão (tabela) mostrou não haver diferença estatisticamente significante entre todas as marcas, revelando ainda não haver diferenças entre os calibres 30 G e 27 G. Dentro da metodologia utilizada, concluiu-se que a deflexão não tem correlação direta com o calibre da agulha. (Apoio financeiro: CNPq - Processo 136992/96-0.)

Coeficiente de deflexão (mm/cm de introdução) para as agulhas curtas (30 G) e longas (27 G).

 Agulhas

NIL

BDL

 IBL

IBC

BDC

MIC

UNC

 NIC

MOC

INC

TEC

Média ±
Desvio-padrão

2,44 ± 0,27 (a)

2,64 ± 0,49 (a)

2,85 ± 0,77 (a)

2,06 ± 0,29 (a)

2,36 ± 0,37 (a)

2,62 ± 0,39 (a)

2,71 ± 0,53 (a)

2,72 ± 0,31 (a)

2,72 ± 0,63 (a)

2,79 ± 1,03 (a)

2,88 ± 0,55 (a)

  A243 

Caracterização da associação de delmopinol com precipitados salivares.

L. B. FREITAS-FERNANDES1,4, J. RUNDEGREN3, T. ARNEBRANT2, P.-O. GLANTZ2.

1Periodontology; 2Prosthodontics, Malmö Univ.; 3Biosurface Pharma A4B; Prótese, Univ. Veiga de Almeida. Tel.: (0**21) 567-6172. E-mail: liana@lab.uva.br

O objetivo do trabalho é determinar a quantidade de delmopinol associado com cada componente salivar de diferente peso molecular. Saliva não estimulada foi coletada com cinco indivíduos e misturados com delmopinol radioativo obtendo uma concentração final de 9,7 mM. As misturas de saliva e delmopinol foram incubados e centrifugados. Os resultados destas misturas foram analisados com electroforese tanto para o pelete como para o supernadante. Cada amostra foi analisada três vezes em electroforese. A primeira amostra foi corada com corante de prata. A segunda amostra foi preparada para fazer auto-radiografia. A terceira fileira foi cortada em pedaços iguais dissolvidos e analisados com cintilografia. O resultado de cintilografia demostrou que um grande nível de radiatividade foi detectado em alto peso molecular (600-700 kDa). Todas as amostras dos peletes foram encontrados contendo grande quantidade de delmopinol.

O resultado da auto-radiografia confirmou que o delmopinol foi em proteínas de alto peso molecular.

 

  A244 

Efeito da radioterapia sobre a concentração do íon tiocianato salivar.

A. A. S. LIMA*, M. A. Z. FIGUEIREDO, S. M. KRAPF, F. SOUZA.

Estomatologia FO-PUCPR/FO-PUCRS. Tel.: (0**41) 330-1637. E-mail: adillima@zipmail.com.br

A saliva funciona como um fluido protetor dos tecidos moles e duros da cavidade bucal. Isto ocorre, em parte, devido a ação de enzimas tais como: lisozima, lactoferrina e sialoperoxidase. A enzima sialoperoxidase oxida o íon tiocianato salivar (SCN-) para hipotiocianito (OSCN-) que é uma potente substância antibacteriana. Os indivíduos que são submetidos a tratamento radioterápico na região da cabeça e pescoço manifestam freqüentemente infecções bucais, provavelmente, em conseqüência de alterações salivares. O objetivo deste trabalho foi avaliar se a radioterapia (Co60) é capaz de alterar a concentração do íon tiocianato salivar. Amostras de saliva total mecanicamente estimulada de 35 indivíduos sob tratamento radioterápico foram analisadas pelo método do nitrato férrico, cujos valores foram obtidos através da espectrofotometria. A concentração deste íon pareceu se alterar à medida que a radioterapia ocorreu. Antes do início do tratamento, a concentração encontrada foi de 0,51 mmol/l e aumentou para 0,76 mmol/l após as glândulas receberem 1500 cGy de dose e para 0,93 mmol/l no final do tratamento. As amostras de saliva obtidas dois, quatro e seis meses após o término do tratamento demonstraram que os valores para a concentração deste íon tenderam a diminuir gradativamente, cujos valores obtidos foram, respectivamente: 0,52 mmol/l, 0,37 mmol/l e 0,46 mmol/l. No entanto, os testes estatísticos comprovaram que estas alterações ocorridas na concentração do tiocianato salivar não foram estatisticamente significativas.

Baseados nestes resultados, concluiu-se que a radioterapia quando aplicada sobre a região da cabeça e pescoço não foi capaz de alterar a concentração do íon tiocianato salivar.

  A245 

Reparação de defeito ósseo em crânio de cobaia tratado com Osseobond, Biohapatita e membrana de cortical óssea bovina.

G. F. ASSIS*, T. M. CESTARI, M. G. MARINE, E. M. TAGA, R. TAGA.

Departamento de Ciências Biológicas – USP. E-mail:cestari@fob.usp.br

O objetivo do atual trabalho foi avaliar a capacidade de reparação de lesões ósseas perenes criadas em calvária de cobaias com a utilização de matriz óssea bovina desmineralizada (Osseobond) e hidroxiapatita ultrafina (Biohapatita) como mantenedora de espaço viável na técnica da regeneração tecidual guiada utilizando-se de uma membrana absorvível de cortical óssea bovina liofilizada (Dentoflex). Uma lesão óssea circular de 12 mm de diâmetro foi realizada na região da sutura dos ossos parietais de 37 cobaias (Cavia porcellus); 15 lesões foram preenchidas com uma mistura (1:1) de Osseobond e Biohapatita aglutinada com o sangue do próprio animal; outras 15 receberam o mesmo tratamento e foram recobertas com membrana Dentoflex. Esses animais foram sacrificados 1, 3 e 6 meses após as cirurgias. Nos 7 animais dos grupos controle 6 meses e 0 h, as lesões foram preenchidas apenas com coágulo sangüíneo. As análises radiográfica, histológica e morfométrica mostraram que: a) nos defeitos preenchidos com matriz óssea desmineralizada e hidroxiapatita sem a membrana, ocorreu a presença de reação tipo corpo estranho, devido provavelmente a formação de acúmulos arredondados de hidroxiapatita, de tamanho relativamente grande, o que favoreceu a formação de tecido fibroso e a reabsorção óssea e b) nos defeitos preenchidos com a mesma mistura e recobertos com membrana, ao final de 6 meses pós-cirurgia, houve o preenchimento de 73,3% da área da lesão por tecido ósseo neoformado; os poucos acúmulos de hidroxiapatita observados estavam incorporados ao tecido ósseo neoformado.

Concluímos que a membrana recobrindo toda a área do defeito funcionou como barreira contra a invasão de células e exsudato do tecido conjuntivo adjacente inflamado e a formação de corpos maiores de hidroxiapatita, fibrose e reação tipo corpo estranho, favorecendo com isso a ocorrência de neoformação óssea.

 

  A246 

Avaliação quantitativa e qualitativa da saliva de crianças cardiopatas.

M. E. RAMOS*, T. L. COELHO, M. C. TORRES, S. HARARI.

UERJ; UNESA; UFRJ. Tel.: (0**21) 295-7011.

O objetivo deste trabalho foi avaliar as condições salivares de crianças cardiopatas e saudáveis. Após a aprovação do Comitê de Ética e consentimento escrito dos responsáveis, foram selecionadas 35 crianças, de ambos os sexos, com idade entre 6 e 14 anos, 20 cardiopatas (idade média: 9,05 ± 2,25 – teste) e 15 saudáveis (idade média: 9,70 ± 1,90 – Controle), no Ambulatório de Pediatria HUPE–UERJ. A história médica foi coletada através de entrevista estruturada com os responsáveis. A avaliação quantitativa e qualitativa da saliva foi realizada utilizando o sistema Caritest®. Os dados foram analisados no software estatístico Epi Info 6.04 através do teste Qui-quadrado. Os resultados não demonstraram diferença significativa entre os grupos em relação ao fluxo salivar, capacidade tampão e risco de cárie através da contagem de Streptococcus mutans (EGM) (p > 0,05). O grupo teste apresentou um risco menor de desenvolvimento de cárie através da contagem de Lactobacillus sp. (p < 0,05). A associação entre a utilização de antibióticos e o risco de cárie, avaliado através da contagem de EGM e Lactobacillus sp., mostrou que as crianças que faziam uso freqüente de antibiótico apresentaram contagem de Lactobacillus sp. significativamente mais baixa do que as crianças que não usavam antibióticos (p < 0,05). Em relação à contagem de EGM, o mesmo não foi observado.

Os resultados sugerem que os fatores associados às doenças cardíacas não interferem no fluxo salivar, na capacidade tampão e na contagem de EGM. Entretanto, a contagem de Lactobacillus sp. parece ter sido influenciada pelo uso freqüente de antibióticos.

  A247 

Estudo comparativo entre três diferentes escovas para dentaduras.

E. DICKIE de CASTILHOS*, A. L. S. F. MELLO, D. M. P. PADILHA

Faculdade de Odontologia da UFRGS. Tel.:(0**51) 241-2414. E-mail: ecdickie@zaz.com.br

Higiene de dentaduras tem sido descrito como um problema de difícil solução entre idosos usuários de próteses. Falta de percepção da necessidade de limpeza, redução da acuidade visual e da habilidade manual são apontadas como as causas principais da higiene não satisfatória. As escovas para dentaduras são um produto novo no mercado brasileiro. O objetivo deste estudo foi comparar o número de posições da escova necessárias para cobrir segmentos da sela de réplicas de dentaduras com três diferentes escovas para prótese encontradas no Brasil. Foram usadas 6 réplicas (3 superiores e 3 inferiores). As réplicas foram cortadas na linha média. Após a metade direita foi cortada a 1 centímetro do bordo posterior, 1 centímetro do bordo anterior e entre estes dois cortes obtendo-se 4 segmentos. As áreas de observação foram consideradas: o corte sagital no segmento anterior e o corte anterior nos demais segmentos. A partir destas áreas de observação, contou-se quantas posições foram necessárias para cobrir a totalidade da sela. Foi utilizado para a análise estatística o teste t para amostras emparelhadas. Os resultados podem ser observados a seguir.

 

Escova 1

Escova 2

Escova 3

Valor de p

Réplicas superiores - posições - Média (dp)

1,97 (0,16)

2,8 (0,98)

2,7   (0,89)

0,0001

Réplicas inferiores - posições - Média (dp)

2,02 (0,29)

1,5 (0,5) 

1,52 (0,55)

0,0001

Concluiu-se que o número de posições necessárias para cobrir a totalidade da sela foi maior usando as escovas 2 e 3 nas réplicas superiores. Foram necessárias mais posições na réplica inferior usando a escova 1.

  A248 

Condições clínicas de próteses fixas em indivíduos da terceira idade.

C. M. F. GUERRA, S. L. M. GONÇALVES*, S. R. SOUZA, R. O. RODRIGUES.

Departamento de Prótese e Cirurgia Buco-Facial do Curso de Odontologia da UFPE.

O presente trabalho teve por finalidade verificar as condições das próteses fixas em indivíduos idosos, integrantes da UnATI-UFPE através de exames clínicos, avaliando-se: Índice de Placa; Índice Gengival, Técnicas de Higienização Utilizadas e Condições Gerais dos Dentes Pilares. A amostra da pesquisa foi constituída por 161 pacientes da terceira idade portadores de prótese fixa. Os dados foram anotados em ficha clínica específica e analisados estatisticamente através da estatística descritiva e do teste Qui-quadrado de igualdade de proporção com nível de significancia de 5,0%.

Concluindo-se que: 1) houve predominância na amostra do gênero feminino; 2) todos os pacientes higienizavam as pontes fixas de forma incorreta; 3) o índice de placa foi alto; 4) o índice gengival foi leve/moderado; 5) há necessidade de criar um manual de higiene bucal para pacientes da terceira idade portadores de prótese fixa.

 

  A249 

Relação entre cárie e doença periodontal na população idosa.

A. V. ASSAF*, M. C. MENEGHIM, F. C. KOZLOWSKI, A. C. PEREIRA, D. P. QUELUZ, L. ZANIN.

Departamento de Odontologia Social – FOP/UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5209.
E-mail: meneghim@fop.unicamp.br

O aumento da expectativa de vida da população brasileira, tem trazido para o país uma situação nova, com uma porcentagem maior das faixas etárias de maior idade atingindo 8,7% em números absolutos (IBGE, 1999). Com o declínio da ocorrência de cáries coronárias, aumenta a perspectiva de um maior número de dentes com envolvimento periodontal e exposição radicular, justificando a necessidade de pesquisas direcionadas à população idosa. O presente estudo teve como objetivo verificar a presença de cárie coronária e radicular e sua relação com a condição periodontal. Foram examinadas 125 pessoas, ambos os sexos de uma amostra da população, residentes no município de Piracicaba - SP, em 1998, distribuídas pela faixa etária de 50 anos ou mais. Os critérios utilizados foram propostos pela OMS, 1997. Os exames foram realizados com o paciente sentado, sob luz natural e utilização de sonda tipo OMS e espelho bucal plano. A pesquisa foi aprovada no CEP-FOP, conforme Resolução 196 do CNS (1996). O processo de calibração (0MS, 1997) foi desenvolvido num total de 40 horas. A concordância inter–examinador foi acima de 95%, em todos os exames realizados. A análise estatística realizada foi descritiva.

Conclusões: 1) CPOD médio encontrado foi de 23,5, sendo que este aumentou com a idade. 2) Dos 125 indivíduos examinados, 38,4% apresentaram cárie coronária; 66,7%, cárie coronária e cárie radicular; 47,9%, cárie coronária e perda de inserção e 33,3% apresentaram as três condições. 3) Apesar da literatura relatar a maior prevalência da doença periodontal em indivíduos desta faixa etária, em detrimento da doença cárie, os resultados deste trabalho levam a conclusão de que são necessários maiores esforços para o controle de ambas as doenças

 

 

Grupo A7.................................................................................................. A-250 à A-291

 

  A250

 

Relação entre discrepância de roletes gengivais, parto e amamentação.

A. SANCHEZ*, V. ESPINDOLA, M. PORTELA, V. SOVIERO, E. BASTOS.

FOUFRJ – FOUERJ. Tel.: (0**21) 562-2101.

O objetivo deste trabalho foi investigar em bebês recém-nascidos a relação entre o tipo de parto, a discrepância no relacionamento ântero-posterior (AP) entre roletes gengivais, e a dificuldade do bebê em sugar o seio materno. Foram examinados 101 bebês recém-nascidos (RN) a termo, Apgar 10, sem distinção de raça ou sexo, nascidos na cidade do Rio de Janeiro. A discrepância A-P foi medida com uma régua milimetrada na porção mais anterior do rolete gengival inferior. As mães foram entrevistadas, sobre o tipo de parto e sobre a dificuldade de amamentação natural. Todos os pacientes possuíam autorização assinada por parte dos responsáveis e autorização do Comitê de Ética da UERJ. A discrepância A-P foi dividida em faixas: A < 0; B = 0 a 2 mm; C = 2,1 a 4 mm; D = 4,1 a 6 mm e E > 6 mm. Os dados foram tabulados no programa Epi Info 6.04 e analisados através do teste não-paramétrico c2 de Pearson. Os resultados mostraram que 67,3% dos bebês nasceram de parto normal, a discrepância A-P média foi de 3,49 mm (± 1,58), 75,9% dos bebês nascidos de parto nomal tinham discrepância A-P > que 4,1 mm (p = 0,000082, c2 = 15,52), o que não foi observado nos demais tipos de parto e 79,3% dos RN com discrepância > que 4,1 mm não tinham dificuldade de sugar o seio.

Diante destes resultados pôde-se concluir que houve relação significante entre parto normal e discrepância anterior aumentada, mas não pôde-se relacionar discrepância A-P aumentada com dificuldade de sugar o seio materno na amostra avaliada.

  A251 

Aplicação da TENS em indivíduos com DCM – avaliação eletromiográfica.

D. RODRIGUES*1, A. S. OLIVEIRA1, F. BÉRZIN2.

1Departamento de Fisioterapia – UFSCar. 2Departamento de Morfologia – FOP/UNICAMP.
Tel.: (0**19) 430-5336. E-mail: gerbera@ig.com.br

O objetivo desta pesquisa foi avaliar o efeito da TENS, sobre a dor e a atividade elétrica da porção anterior do M. temporal e do M. masseter bilateralmente. Foram selecionados 20 voluntários do sexo feminino, sendo 10 portadores de desordem craniomandibular (DCM) (20-33 anos). A TENS foi aplicada uma vez em ambos os grupos, por 45 min (pulso quadrático bifásico simétrico, 150 Hz, 20 msec, intensidade agradável, modulação em freqüência - 50%). O exame eletromiográfico foi realizado com eletrodos de superfíce, sendo registrado com a mandíbula em posição de repouso e em contração voluntária, antes e imediatamente após a aplicação da TENS. A dor foi analisada através da Escala Visual Analógica (EVA) e o sinal eletromiográfico através do valor da Raiz Quadrada da Média (RMS). Para análise dos dados utilizou-se o teste t. Os resultados mostraram que o grupo com DCM apresentou hiperatividade da porção anterior do M. temporal bilateralmente, com a mandíbula em posição de repouso, quando comparado com o grupo sem DCM, e que a TENS reduziu esta hiperatividade, porém não atingiu níveis semelhantes aos do grupo sem DCM. Na contração voluntária não foram observadas diferenças significativas entre o grupo com DCM e o grupo sem DCM antes e após a aplicação da TENS.

Os resultados da presente pequisa, permitem concluir que a TENS promoveu um significativo alívio da dor, porém, apenas uma aplicação do recurso, por 45 min. não foi suficiente para reduzir a hiperatividade da porção anterior do M. temporal bilateralmente, no nível semelhante ao grupo sem DCM. (Apoio financeiro CAPES.)

  A252 

Índice de Moyers: validade da sua aplicação em pacientes brasileiros.

E. CECILIO*, J. W. VIGORITO.

Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da FOUSP.

Diagnosticar precocemente os desvios de oclusão e elaborar um plano de tratamento eficiente que permita interceptar estes desvios e ganhar espaços para o bom posicionamento dos dentes, é de fundamental importância para o sucesso da terapia ortodôntica. Torna-se mister, portanto, na análise da dentição mista, a busca de métodos precisos que permitam predizer com segurança o tamanho de caninos e pré-molares não erupcionados para relacioná-los ao espaço disponível nos arcos dentários a fim de avaliar as possibilidades de intervenção em busca da oclusão normal. Sendo o método de predição de Moyers amplamente adotado para a avaliação da dentição mista, testar sua precisão para pacientes brasileiros, leucodermas, dos sexos masculino e feminino, constitui fator de grande interesse para a prática clínica. A comparação entre os dados obtidos por meio de medidas realizadas em modelos de gesso de 94 pacientes com dentição permanente e as respectivas predições de Moyers mostraram valores discrepantes. Tanto para o sexo masculino quanto para o feminino, as diferenças estatísticas entre os dados encontrados e os previstos por Moyers foram significantes.

Deste modo, parece legítimo concluir ser precária a validade do emprego do método de Moyers com vistas a um diagnóstico preciso.

 

  A253 

Análise eletromiográfica da fadiga muscular em portadores de parafunção oclusal.

A. S. SEMEGHINI*, F. BÉRZIN, A. M. L. ARAÚJO, V. MONTEIRO-PEDRO.

Área de Anatomia – Departamento de Morfologia FOP/UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5336. E-mail: eletromi@fop.unicamp.br

A hiperatividade muscular gerada por parafunção oclusal (P.O.) tem sido considerada um componente importante da desordem crânio-mandibular (DCM) por causar dor e fadiga. As análises do espectro de freqüência e da amplitude do sinal eletromiográfico (EMG) são usadas para a melhor compreensão das alterações fisiológicas musculares, principalmente na fadiga. Portanto, o objetivo deste estudo foi investigar a eventual fadiga dos músculos mastigatórios (temporal - fibras anteriores e masseter) pelas alterações da amplitude e da freqüência mioelétricas em portadores de P.O. A EMG de superfície foi coletada bilateralmente no movimento mastigatório isométrico em 20 voluntários do sexo feminino, divididos em dois grupos - grupo controle (C.) e grupo P.O. (n = 10), avaliados pela envoltória da amplitude não-normalizada (ANN) e pela freqüência mediana (FMed) do sinal EMG – software Matlab e analisados estatisticamente pelos testes de Wilcoxon e dos Sinais (p < 0,05). A ANN foi significativamente maior no grupo C. do que no grupo P.O., enquanto que as médias da FMed foram significativamente menores em todos os m.m. do grupo P.O., exceto no m. masseter direito.

Os dados desta pesquisa, nas condições experimentais utilizadas, permitem concluir que indivíduos portadores de P.O. apresentam fadiga na musculatura mastigatória, sugerindo que a hiperatividade muscular causada pela parafunção oclusal pode ser considerada um fator etiológico importante na DCM.

 

  A254 

Relação entre hábitos de sucção não-nutritiva e mordida aberta anterior.

F. D. S. FORTE, V. L. BOSCO*, M. M. A. GOUVEIA, L. M. SANTOS, S. F. T. FREITAS.

Pós-Graduação em Odontopediatria – UFSC. E-mail: bosco@ccs.ufsc.com.br

A mordida aberta anterior (MAA) é uma má-oclusão freqüentemente encontrada em crianças na fase de dentição decídua e tem sido associadas a vários fatores etiológicos, entre eles: respiração bucal, deglutição atípica e os hábitos de sucção não-nutritiva (dedo e chupeta). Com o objetivo de verificar a possível associação entre a presença da MAA e a presença de hábitos de sucção não-nutritiva (HSNN), foram examinadas 495 crianças, de ambos os sexos, entre 3 e 6 anos, na fase de dentição decídua, em Florianópolis - SC, tendo sido selecionadas 233 delas. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da UFSC. Os dados sobre a presença de HSNN foram obtidos através de um questionário enviado aos pais, que após serem informados autorizaram a realização do exame em seus filhos. Para verificar a existência de associação entre as variáveis estudadas foi utilizado o teste do Qui-quadrado (c²) (p £ 0,05). Constatou-se que 27,5% (64) da amostra apresentou-se com MAA e 34,7% (81) possuíam algum tipo de HSNN. Ao relacionar os HSNN como fator etiológico no desenvolvimento da MAA, observou-se que das 64 que apresentaram MAA, 75% (48) possuíam HSNN (chupeta ou dedo), enquanto que, das que não tinham má-oclusão, 80,5% (136) não apresentaram hábitos (p < 0,0001).

Foi observada uma freqüência significativa de MAA nas crianças, assim como de HSNN. Verificou-se relação, estatisticamente significante, entre os HSNN e a MAA.

 

  A255 

Prevalência de fraturas corono-radiculares associadas ao paciente bruxoma.

S. S. OLIVEIRA*, L. L. FREITAS.

Pós-Graduação em Odontologia Social – UFF. E-mail: mpoels@vm.uff.br

O bruxismo consiste no ato de apertar ou ranger os dentes durante movimentos não funcionais do sistema mastigatório, podendo ser uma atividade parafuncional diurna ou noturna. A ocorrência deste hábito pode ocasionar fraturas corono-radiculares. Este trabalho teve como objetivo associar casos clínicos de fraturas dentárias com pacientes bruxomas, devido aos poucos relatos encontrados na literatura. Revendo a ficha clínica e exames radiográficos de 300 pacientes da Clínica Especialidades Odontológicas Integradas – Rio de Janeiro, atendidos nos anos 1998 e 1999, sendo 150 do sexo feminino e 150 do sexo masculino, com idade média de 45 anos e renda acima de 10 salá­rios mínimos, foram encontrados 6 (2%) casos clínicos de fratura sendo 5 (1,6%) associados a dentes tratados endodonticamente e somente 1 (0,3%) com vitalidade pulpar. Durante a anamnese constatou-se que apenas um paciente apresentava história pregressa de fratura, sendo que nenhum fazia uso de placa miorrelaxante e todos com presença de componente emocional. No exame clínico foram observadas facetas de desgaste anteriores e posteriores, sem interferências durante os movimentos de protrusão e lateralidade, sendo todos os dentes restaurados e com ausência de doença periodontal. No exame radiográfico foram observados aumento do espaço correspondente ao ligamento periodontal, sem perda óssea significativa, associado ao diagnóstico de trauma oclusal ocasionado pelo bruxismo.

Conclui-se a partir dos dados deste estudo que o índice relativamente pequeno de fraturas associadas ao bruxismo decorra, provavelmente, da dificuldade do cirurgião-dentista em estabelecer esta correlação. Observou-se também que a falta de vitalidade pulpar esteve presente na maioria dos casos relatados, aumentando a suscetibilidade à fraturas corono-radiculares.

  A256 

Associação entre ângulos funcionais mastigatórios e lado de preferência mastigatória.

G. PIGNATARO NETO*, K. A. NÓBILO, F. BÉRZIN.

Área de Fisiologia Oral FOP-UNICAMP. Tel. (0**19) 430-5286. E-mail: gpneto@siteplanet.com.br

O objetivo deste trabalho foi determinar a possível associação entre os ângulos funcionais mastigatórios direito e esquerdo e o lado de preferência mastigatória, verificando-se se a inclinação das guias dentais dos movimentos excursivos laterais mandibulares, determinariam ou não um lado de preferência mastigatória. Foram avaliados, 29 indivíduos na faixa etária entre 18 à 25 anos de idade, alunos da Faculdade de Odontologia de Araras, sem sinais de distúrbios crânio-mandibulares, com pelo menos 28 dentes e chave de oclusão Classe I de Angle. Excluiu-se da amostra pacientes que estivessem sob tratamento ortodôntico ou ortopédico-facial. Foi realizada eletromiografia dos músculos masseteres em repouso e durante mastigação habitual de cenoura e “parafilm”, análise visual do ciclo mastigatório após filmagem e do registro dos ângulos funcionais mastigatórios com o uso de um pantógrafo intra-oral. Realizou-se análise estatística (teste exato de Fisher) para verificação dos resultados. Do total de 29 sujeitos, durante mastigação de cenoura, verificou-se em 23 (77,3% da amostra, com p < 0,05) preferência mastigatória do lado onde o ângulo funcional era menor. Dos 6 indivíduos que não se enquadraram neste perfil, 5 (17,2% da amostra, com p < 0,05) possuíam ângulos funcionais direito e esquerdo próximos (diferença £ à 5º). Do total de 29 sujeitos estudados durante mastigação de “parafilm”, verificou-se em 21 (72,4% da amostra, com p < 0,05), preferência mastigatória do lado onde o ângulo funcional era menor. Dos 8 que não se enquadraram neste perfil, 7 (24,1% da amostra) possuíam ângulos funcionais direito e esquerdo próximos (diferença £ à 5°).

Concluiu-se haver associação entre o lado de preferência mastigatória e o lado com menor ângulo funcional mastigatório em relação ao plano Frankfurt. Na maioria dos indivíduos onde não se encontrou associação entre os fatores estudados, os ângulos funcionais mastigatórios direito e esquerdo eram próximos (diferença £ à 5°). (Apoio financeiro: CAPES.)

  A257 

Avaliação do movimento mandibular em pacientes com fissura transforame incisivo.

M. L. TEIXEIRA*, J. H. N. PINTO, K. F. GENARO, A. S. TRINDADE JUNIOR.

Laboratório de Fisiologia – HRAC-USP – Bauru. Tel.: (0**14) 235-8137.

A avaliação do movimento mandibular é um dos indicadores mais objetivos para verificar o estado funcional do sistema estomatognático. Apesar de bastante descrito na literatura, não há relatos de estudos padronizados realizados em pacientes fissurados. Assim, o objetivo do presente trabalho foi verificar o padrão dos movimentos mandibulares em pacientes fissurados (F) e comparar com um grupo controle (C). Foram avaliados 75 pacientes com fissura transforame incisivo, cujos dados foram comparados com os de um grupo controle constituído por 50 indivíduos sem fissura e sem histórico de DCM, todos com idade entre 20 e 30 anos. O exame constituiu da aplicação de um questionário de DCM e da mensuração clínica dos movimentos de máxima abertura bucal, lateralidade direita e esquerda máximas e protrusão máxima, com auxílio de um paquímetro, além da análise da trajetória mandibular durante a abertura e fechamento bucal. Os movimentos de máxima abertura bucal (C = 55,8 mm; F = 51,26 mm) e protrusão (C = 10,17 mm; F = 8,73 mm) foram significantemente maiores (p < 0,05) no grupo controle em relação ao grupo com fissura. O movimento de lateralidade (C = 10,0 mm; F = 9,43 mm) e a análise da trajetória mandibular não apresentaram diferença intergrupos. Os pacientes fissurados apresentaram um intervalo de normalidade de 35 a 66 mm para a abertura bucal, de 5 a 14 mm para a lateralidade e de 3 a 15 mm para o movimento de protrusão máxima.

Os resultados obtidos permitem concluir que a presença da má-oclusão nos indivíduos fissurados de lábio e palato provoca alterações nos movimentos de máxima abertura bucal e de protrusão máxima, não ocorrendo, entretanto, alterações na lateralidade e na trajetória mandibular.

  A258 

Avaliação das posições condilares em desdentados totais, através de planigrafias.

V. C. PORTO1*, M. C. G. SALVADOR2, P. C. R. CONTI3.

1Estudante de Pós-Graduação – FOB-USP, 2,3Departamento de Prótese – FOB-USP. Fax: (0**14) 223-4679. E-mail: vcporto@yahoo.com

Objetivou-se, neste trabalho, avaliar a posição condilar antes e após instalação de PT’s novas, por meio de planigrafias laterais da ATM. O critério de seleção dos pacientes foi aleatório e, mediante a amostra escolhida, foram preenchidos um questionário clínico-anamnésico, seguido de tomadas radiográficas com o par de dentaduras antigas e novas em 12 pacientes. Um único examinador conduziu o preenchimento das fichas e análise das radiografias no programa de imagens Corel Draw 8. A posição condilar foi matematicamente expressada pelos menores espaços articulares anterior e posterior. De acordo com a metodologia aplicada e análise estatística descritiva dos resultados, verificou-se que a posição condilar em desdentados totais na primeira tomada radiográfica situou-se mais para anterior em 100% dos casos. Já o deslocamento condilar após instalação das novas próteses resultou em uma tendência de deslocamento para posterior em 75% dos indivíduos, para anterior em 16,7% e em 8,3% não houve variação da posição condilar. Dos 18 côndilos (75% casos) com deslocamento para posterior, apenas 1 côndilo assumiu uma posição levemente posterior, tendo os demais se localizado concentricamente ou para anterior. Não houve qualquer correlação estatisticamente significativa entre variações das posições condilares e dimensões verticais de oclusão. A posição condilar nos desdentados está situada mais para anterior e a tendência de localização para posterior possivelmente não irá causar danos aos pacientes, tendo em vista se tratarem de indivíduos assintomáticos. (Suporte financeiro advindo do CNPq.)

  A259 

Distribuição das tensões nas lesões de abfração por elementos finitos.

T. P. M. CORNACCHIA, M. D. LANZA.

Departamento de Odontologia Restauradora/Faculdade de Odontologia – UFMG/Escola de ­Engenharia – UFMG.

O aumento do número de lesões cervicais não cariosas requer um maior conhecimento da etiologia deste processo. Mecanismos acídicos e abrasivos têm sido documentados como fatores causais, mas o papel da tensão mecânica advinda de cargas oclusais ainda é controverso e pouco estudado. Com o objetivo de compreender o comportamento mecânico do dente, determinar a influência da carga oclusal na determinação do fenômeno de abfração e discutir diversos aspectos relativos à correta modelagem numérica, desenvolveu-se uma análise paramétrica através do método dos elementos finitos, bidimensional, do primeiro pré-molar superior, de maneira a identificar os campos de tensão e deformação, considerando diversos tipos de carregamentos, funcionais e parafuncionais. O efeito da direção das cargas no padrão da distribuição da tensão no esmalte foi analisado.

Os resultados ressaltaram que a componente lateral de cargas horizontais e cargas excêntricas geram altas tensões de tração e compressão, concentradas na região cervical, que podem atingir o limite de resistência do esmalte, evidenciando a possibilidade de ocorrência de trincas e fraturas da estrutura dental ou seja podem determinar as lesões de abfração. Houve diferença na distribuição das tensões no modelo onde a polpa foi considerada um vazio comparado com aquele em que a dentina preencheu a câmara pulpar.

 

  A260 

Articulador CEDDA – bioengenharia da reprodução dos movimentos mandibulares.

L. J. FARIA JR.*, B. KÖNIG JR., C. A J. ROCHA*, R. M. RODRIGUES*, J. O. MARSON**,
M. R. M. BINDÃO**.

Departamento de Anatomia – ICB-USP/SP, *Disciplina de Prótese, Odontogia – UNITAU/SP.

A pesquisa destinou-se ao desenvolvimento de um articulador, com características conceituais e mecânicas totalmente adversas aos seus similares de mercado. É de fácil entendimento e manipulação e suas propriedades biomecânicas permitem um elevado índice de precisão na reprodução dos movimentos mandibulares do paciente sobre seu modelo. Através de uma imediata modelagem dos movimentos e relações maxilomandibulares, em suas caixas articulares, é possível reproduzir o sistema articular personalizado das ATMs, com refinado detalhamento de forma e contorno. Os autores preocuparam-se em introduzir ao articulador sistemas mecânicos que possibilitem rápidos procedimentos clínicos e laboratoriais, além de uma fácil condição de armazenagem dos dados obtidos para uma possível remontagem, ou arquivamento estatístico. Em nenhuma fase de ajuste fazem-se necessários registros intra-orais, em materiais termoplásticos, termo-elásticos ou borrachóides, todos passíveis, em diferentes graus, de sofrerem deformação, das relações maxilomandibulares. No referido aparelho, o ajuste das relações e ângulos que delimitam a superfície articular de um articulador não se faz nessesário. Pode ainda o operador, no mesmo articulador, lançar mão de um arco facial mandibular arbitrário ou cinemático, o que permite um ganho em precisão na determinação dos eixos terminais da rotação condilar. As características mecânicas desenvolvidas baseadas em novos conceitos de registros do referido articulador o torna de fácil aplicabilidade em reabilitações protéticas sobre implantes, onde até os dias atuais muito pouco se desenvolveu em aparatos mecânicos para este fim. As características biomecânicas apresentadas pelo referido articulador qualificam-no também como um importante auxiliar clínico-laboratorial, com uma precisão de reprodutibilidade movimentos e relações maxilomandibulares superiores quando comparado aos existentes no mercado.

  A261 

Estudo gráfico das trajetórias mandibulares no plano frontal.

P. I. SERAIDARIAN*, H. CERVEIRA NETTO.

D.M.O.P. da FOSJC. Tel.: (0**12) 321-8166, ramal 1305.

O objetivo desse trabalho foi a realização do estudo das trajetórias mandibulares observadas no plano frontal. Para a realização do experimento, foram selecionados doze indivíduos, que foram moldados e sobre os modelos foram confeccionados um dispositivo intra-oral, semelhante a armações de prótese parcial removível, com uma projeção para vestibular. Em continuidade, foi confeccionado um arco facial mandibular com quatro diodos de emissão de luz (LEDs) que foi fixado aos dispositivos intra-orais, de tal forma que ficassem fixos e solidários. A partir daí, foram realizadas fotografias com os indivíduos em movimento de abertura, de fechamento e de abertura e fechamento, de forma a registrar fotograficamente as trajetórias realizadas pelos diodos (LEDs), em diapositivos. Foram projetados em papel milimetrado e decalcadas as trajetórias dos diodos e as silhuetas de cada indivíduo, de maneira que foi possível a interpretação desses traçados e o estabelecimento dos pontos médios, referentes aos incisivos centrais inferiores, assim como a trajetória realizada por esses em vários tempos. Ainda analisando as trajetórias, foi possível determinar qualitativamente e quantitativamente os deslocamentos das trajetórias mandibulares, e, em alguns casos selecionados, a área correspondente ao centro de rotação da mandíbula.

O estudo das trajetórias mandibulares observadas pelo plano frontal foi possível, bem como a verificação dos deslocamentos, de maneira simultânea, no sentido vertical, bem como no sentido lateral.

 

  A262 

Correlação entre dados de RM de pacientes portadores ou não de disfunção da ATM.

S. VACARIUC*, M. C. BOLZAN, H. K. YAMASHITA.

*Departamento de Materiais Dentários – NAPEM, Faculdade de Odontologia da USP – SP.

Na RM visualizamos estruturas mineralizadas ou não. Comparamos dados obtidos do exame de RM quanto a posição do disco articular em relação a forma deste, posição do côndilo de boca fechada, excursão do côndilo; a forma do disco em relação a posição do côndilo de boca fechada. Estudamos 40 indivíduos clinicamente portadores ou não de disfunção, 20 do sexo feminino e 20 do masculino. Com idades entre 18 e 53 anos. Exames feitos em equipamento de RM de 0,5 Tesla, foram adquiridas imagens no plano sagital da ATM em T1 (SE) e T2 (EG e SE) com a boca fechada e aberta. Resultados: posição do disco articular em relação a forma do disco encontramos para a posição normal, 48 (78,7%) com a forma bicôncava e 13 (21,3%) não, para disco deslocado 3 (15,8%) com forma bicôncava e 16 (84,2%) não; posição do côndilo com a boca fechada encontramos para o disco em posição normal 47 (77,0%) côndilos em posição normal (centralizado) e 14 (23,0%) em posição alterada, para o disco deslocado encontramos 9 (47,4%) côndilos em posição normal e 10 (52,6%) com alterada; a excursão do côndilo para o disco em posição normal encontramos 48 (78,7%) côndilos com excursão alterada e 13 (21,3%) normal, para o disco deslocado 9 (47,4%) côndilos com excursão alterada e 10 (52,6%) normais. A forma do disco articular em relação a posição do côndilo de boca fechada encontramos para o disco bicôncavo 43 (84,3%) das ATMs com posição do côndilo normal e 8 (15,7%) alteradas, para a forma não-bicôncava 13 (44,8%) com posição normal do côndilo e 16 (55,2%) alterada.

Conclusões: parece haver uma associação entre disco deslocado e disco não-bicôncavo, e disco não-bicôncavo parece ter relação com a posição do côndilo.

  A263 

Análise do padrão mastigatório em indivíduos portadores de desordem craniomandibular.

K. C. A. SILVERIO*1, S. FERES, C. M. RIZZATTI-BARBOSA1, I. A. GIL1, F. BÉRZIN1,
D. BEVILÁQUA-GROSSO2, V. MONTEIRO-PEDRO3.

1Faculdade de Odontologia de Piracicaba – FOP/UNICAMP; 2Centro Universitário do Triângulo de Uberlândia – MG; 3Departamento de Fisioterapia – UFSCar.

A desordem craniomandibular (DCM) tem sido objeto de inúmeros estudos, especialmente nos últimos anos, período em que as pesquisas avançaram significativamente na área da Fonoaudiologia. Segundo a literatura, este tipo de alteração envolve desequilíbrios na musculatura mastigatória, alterando também as funções estomatognáticas como a mastigação e deglutição. Frente a isto, o objetivo do presente estudo foi avaliar o padrão de mastigação em indivíduos portadores de DCM. Foram avaliados 23 indivíduos do sexo feminino, (15 a 51 anos), sem falhas dentárias, divididos em dois grupos, segundo classificação de HELKIMO: (HELKIMO, M. Studies on function and dysfunction of the mastigatory system, Silver Tandlak Tidker, 672, 1974.) um grupo controle com ausência de DCM (n = 8) e um grupo com 15 indivíduos com DCM (grupo 2) subdividido em a)- grau severo (n = 8) e b)- grau moderado (n = 7). A avaliação do padrão mastigatório foi realizada através da mastigação espontânea de um pão francês – 50 g – com os indivíduos sentados de frente para o avaliador, filmados através de câmera de vídeo. Os parâmetros avaliados foram: preensão e lateralização do alimento, movimentos mandibulares – vertical ou rotação, vedamento labial, presença de dor nos músculos masseter e temporal – feixe anterior. A análise descritiva (%) revelou que 73,3% dos indivíduos do grupo com DCM realizaram preensão tipo corte do alimento. Todos os indivíduos com grau severo de DCM e 85,71% dos indivíduos com grau moderado de DCM apresentaram mastigação unilateral enquanto que todos os indivíduos do grupo controle realizaram mastigação com lateralização do alimento. Os movimentos mandibulares mais encontrados foram os de charneira (71,42% dos indivíduos com grau moderado de DCM e 50% dos indivíduos com grau severo de DCM) enquanto que 100% dos indivíduos do grupo controle realizaram mastigação com movimentos de rotação adequadamente. Apenas 2 indivíduos (13,3%) com DCM não referiram dor nos músculos masseter e temporal durante a mastigação.

Os dados deste trabalho nas condições experimetais utilizadas sugerem que indivíduos com DCM apresentam padrão de mastigação ineficiente, com predomínio de dor na musculatura mastigatória.

  A264 

Hábitos de sucção: comparação cefalométrica.

M. L. G. SILVEIRA*, F. A. BERTOZ, E. C. SANTOS, C. S. SILVEIRA, K. C. S. ABREU,
A. S. N. MILLEO.

Departamento de Odontopediatria e Social. Faculdade de Odontologia Araçatuba. UNESP. E-mail: percinoto@foa.unesp.br

Utilizando radiografias laterais de cabeça foram analisadas as características cefalométricas da análise de MacNamara Junior (dimensões Co-A, Co-Gn, DMM e AFAI), numa amostra de 80 crianças (entre 8 a 10 anos de idade), visando-se a detecção de eventuais alterações ósseas decorrentes de maus hábitos funcionais, tais como sucção digital ou de chupeta. Todos os indivíduos estudados, residentes na cidade de Lins e de Araçatuba (Estado de São Paulo), foram escolhidos aos acaso, independentemente de sua origem racial étnica, e nunca haviam recebido qualquer tipo de tratamento ortodôntico. Com a referida população, foram montados dois grupos: o de número I (crianças portadoras de um dos dois hábitos especificados), constituído por 19 indivíduos de sexo masculino e 21 do sexo feminino, e o de número II (com 40 crianças não-portadoras dos hábitos em questão), constituído por 20 indivíduos de cada um dos dois sexos.

O resultado estatístico obtido evidenciou que as diferenças detectadas para os dois grupos nas condições do método estabelecido, não foram significantes. Desta forma, os hábitos não demonstraram influência capaz de modificar as estruturas ósseas.

 

  A265 

Avaliação oclusal e muscular funcional em migranosos e normais.

S. V. HÜNING*, M. L. F. CHAVES.

Departamento de Medicina Interna e Curso de Pós-Graduação em Fisiologia – UFRGS.

Redução de cefaléias mediante tratamento odontológico para disfunções crânio-mandibulares tem sido relatada. Este estudo (1) avaliou a freqüência de desequilíbrios oclusais em 30 migranosos e 55 normais entre 20 e 50 anos de idade, com os exames de papel carbono (exame oclusal visual) e palpação muscular funcional nos músculos masseter superficial e temporal anterior, ambos em posição de intercuspidação máxima (PIM); (2) criou um escore de disfunção oclusal total (EDT) a partir dos parâmetros: contatos prematuros em regiões anterior e posterior e momento de contração e volume final de contração dos músculos masseter superficial e temporal anterior para quantificar a disfunção oclusal da amostra em questão e (3) relacionou local de início da cefaléia e desequilíbrio oclusal. Entre os grupos não houve diferença estatisticamente significativa quanto a presença de desequilíbrio oclusal detectado pelo papel carbono (p = 0,1759 para região anterior e p = 0,4473 para a região posterior) e pela palpação de masseter (p = 0,0609) e temporal (p = 0,4524) em PIM. O EDT para o grupo migrânea foi de 14,07 ± 4,69 e para o grupo normal foi de 10,82 ± 6,05 (p = 0,587). Não houve relação entre o local do desequilíbrio oclusal em PIM com o local de início de cefaléia (p = 0,807).

Concluímos que os grupos migrânea e normal apresentam freqüências de desequilíbrios neuro-oclusais semelhantes, quando avaliados por estes exames, sugerindo a necessidade de estudos que avaliem outros aspectos do sistema estomatognático tais como a dinâmica mandibular para que a compreensão de inter-relação entre migrânea e disfunções crânio-mandibulares seja melhor entendida e que as abordagens diagnóstico-terapêuticas em indivíduos com cefaléia, quando necessárias, sejam melhor possível direcionadas.

  A266 

Análise das tensões em implantes osseointegrados com grande reabsorção óssea (perda de inserção).

C. L. SENDYK*, W. R. SENDYK, E. MATSON, A. NOVAIS.

Departamento de Prótese Dental, Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo, Brasil.

A perda óssea ao redor dos implantes é um fenômeno cuja ocorrência compromete o prognóstico a longo prazo. Segundo relatos clínicos pode levar à fratura do implante no nível de terço médio ou apical. Vários são os fatores que podem acelerar essa perda: localização da conexão pilar-implante em relação à crista óssea, trauma oclusal, periimplantite, ausência de passividade da prótese são algumas das causas citadas na literatura. Objetivamos comparar, através do elemento finito bidimensional, a distribuição de tensões num modelo de região posterior de mandíbula onde um implante de 3,75 x 10 mm e coroa de cerâmica feldspática recebe cargas axial e horizontal de 100 N na cúspide vestibular. Na situação 1, o nível ósseo coincide com o ombro do pescoço do implante. Na situação 2 há reabsorção da crista óssea no sentido apical equivalente à exposição de 3 passos de rosca.

Comparadas as situações 1 e 2, concluímos que a perda de inserção óssea ao nível coronário altera a distribuição de tensões no tecido ósseo de suporte e no interior do conjunto prótese-implante tanto no que diz respeito ao valor médio gerado quanto ao local de distribuição percebido.

 

  A267 

Emprego de vidro bioativo no reparo de alvéolos de extração dental.

R. MARGONAR*, E. MARCANTONIO Jr., E. MARCANTONIO, R. C. C. LIA, M. HOLZHAUSEN.

Departamento Diagnóstico e Cirurgia, Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.
Tel.: (0**16) 232-1860.

Vidro bioativo, ou biovidro, quando implantado em defeitos ósseos, pode sofrer dissolução da parte central de seus grânulos, em razão da formação de um gel de sílica, permitindo a formação óssea dentro e ao redor dos grânulos. O objetivo deste estudo foi observar histologicamente o comportamento do biovidro nos alvéolos de extrações dentárias em relação ao reparo alveolar. Logo após a extração dental, 22 alvéolos de 7 pacientes, com idades entre 25-50 anos, de ambos os sexos, foram preenchidos com biovidro (­BioGran®) e os retalhos coaptados com fio de seda 4.0. Os pacientes receberam medicação pós-operatória de rotina retornando 7 dias após para remoção da sutura. Controles periódicos foram realizados até completar 6 meses de pós-operatório, quando os pacientes receberam a colocação de implantes osteointegrados. Neste momento, foi realizada a biópsia do tecido ósseo destas áreas previamente preenchidas com o biovidro, com auxílio de uma trefina 2,0 mm de diâmetro, equivalente ao diâmetro da primeira fresa utilizada na colocação do implante osteointegrado, segundo protocolo convencional de Branemark. A análise histológica realizada, denotou a presença de raras células inflamatórias e ausência de células gigantes mesmo ao redor dos poucos grânulos remanescentes do material, os quais, no geral, encontravam-se envolvidos com o osso novo formado e, por vezes, apresentavam invaginações ósseas centrais. Vários pontos de crescimento ósseo puderam ser observados a partir das paredes ósseas laterais. No terço apical os alvéolos mostraram-se preenchidos por tecido ósseo em formação mais exuberante.

Os resultados de 180 dias demonstram que há integração do vidro bioativo com o osso novo formado com retardo no processo de reparação óssea.

  A268 

Aplicação de titânio em pó, comercialmente puro, em implantes.

A. SCHAEFFER*, D. M. P. PADILHA, L. SCHAEFFER, A. FUTTERLEIB.

Faculdade de Odontologia e Laboratório de Conformação Mecânica – Escola de Engenharia – UFRGS. E-mail: dpadilha@pro.via-rs.com.br

As características microestruturais da superfície externa dos implantes de titânio podem influenciar na osteointegração. O objetivo deste estudo foi comparar a osteointegração de peças produzidas com titânio maciço e peças produzidas a partir de da metalurgia do pó de titânio que apresentam superfície externa naturalmente rugosa. Peças de titânio de pó e maciças, de 2 mm2 e 1 mm de espessura foram utilizadas. As peças foram implantadas em 7 camundongos adultos (8 meses de idade) sob anestesia com Tiopental. A pele foi incisada e a musculatura afastada. Uma canaleta foi confeccionada longitudinalmente no fêmur com broca de baixa rotação. O lado direito recebeu implante feito com pó de titânio e o esquerdo, o implante convencional maciço. Após 30 dias os animais foram sacrificados. Os fêmures foram dissecados, radiografados e embebidos em resina, cortados, dividindo os implantes ao meio, polidos com lixas de 8 micrômetros, submetidas ao ultra-som e após, corados com de azul de toluidina e tionina. As peças foram analisadas e fotografadas em lupa estereoscópica. A histomorfometria foi realizada a partir das fotografias nas quais buscou-se a percentagem de osteointegração - a interface de contato íntimo implante-osso. As zonas de contato foram medidas por um mesmo examinador pelo método cego, 3 vezes. O teste t para amostras independentes foi utilizado na análise estatística. Quatro fêmures, 3 direitos e 1 esquerdo sofreram fraturas. O reparo ósseo processou-se apesar da ausência de redução das fraturas. Nestes casos, calos ósseos exuberantes foram observados radiográfica, clínica e microscopicamente. Um implante produzido com pó foi perdido em um destes casos de fratura. Nos outros casos, os implantes que ficaram total ou parcialmente confinados no tecido ósseo e foram utilizados para a análise. Os resultados mostraram zonas de integração total entre implante-osso tanto em peças maciças quanto em peças de pó. Da mesma forma, falha total de integração também foi observada nos dois tipos de implante. A média de percentagem de osteointegração dos implantes de pó foi de 40,37% ± 24,82 e a do convencional foi de 54,27% ± 33,3 com p > 0,05.

Não houve diferenças significativas quanto a osteointegração de peças de titânio produzidas com pó e peças de titânio maciço.

 

  A269 

Resistência ao impacto e dureza de superfície em função de diferentes tipos de resina acrílica.

S. CONSANI*, M. TANJI, S. S. DOMITTI, R. L. X. CONSANI, L. C. SOBRINHO.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba, UNICAMP, São Paulo.

A qualidade física da prótese total depende da resistência e da dureza de superfície da base. O propósito deste estudo foi verificar a resistência ao impacto e a dureza superficial de corpos-de-prova confeccionados com resinas acrílicas termopolimerizáveis Clássico, QC20 e Onda-Cryl. Padrões em cera medindo 65 x 10 x 3 mm foram incluídos em muflas metálica e de fibra de vidro e o moldes preenchidos com as resinas manipuladas de acordo com as instruções dos fabricantes. Após polimerização nos ciclos água aquecida a 74ºC por 9 horas, água em ebulição por 20 minutos e energia de microondas por 3 minutos, os corpos-de-prova foram removidos das muflas esfriadas em temperatura ambiente, acabados e polidos convencionalmente. Em seguida, foram submetidos aos ensaios de resistência ao impacto através do sistema Charpy, num aparelho Wolpert, com força de impacto de 40 kgf, e de dureza de superfície num microdurômetro Shimadzu, calibrado com carga de 25 gramas por 10 segundos.

Os resultados submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey (5%) mostraram que: a) a resistência ao impacto (kgf/cm2) mostrou valores sem diferença estatística significativa entre as resinas QC20 (8,12), Onda-Cryl (8,06) e Clássico (7,15); b) a dureza de superfície (Knoop) foi influenciada pelos materiais, onde o maior valor foi obtido pela resina acrílica polimerizada por energia de microondas (18,43) e o menor pela resina para ciclo rápido (11,11), ficando a resina convencional com valores intermediários (14,64), todos com diferença estatística significativa. (Apoio FAPESP, Processo 99/04493-2.)

 

  A270 

Caracterização e quantificação de bolhas em gesso vertido sobre silicones de adição.

E. T. COUTINHO*, P. S. VANZILLOTTA.

Disciplina de Prótese Dentária, Faculdade de Odontologia da UVA/RJ. Tel.: (0**21) 567-6172. E-mail: coutinho@acd.ufrj.br

Este trabalho teve por objetivo introduzir e avaliar uma nova técnica na caracterização e quantificação das bolhas presentes em modelos de gesso. Os modelos foram produzidos a partir de impressões com dois silicones de adição: Provil LCD (Bayer Dental) (PO) e President LB (Coltene) (PE). Foram confeccionadas 4 impressões da superfície do padrão “Ruled Test Block” (espec. #19 - ADA) para cada material, sendo divididas em 4 grupos que receberam gesso tipo IV (Herodent - Vigodent) 0,25; 1; 2 e 24 horas após o início da manipulação do silicone. Os modelos de gesso foram separados 45 minutos após o vazamento e submetidos ao microscópio estereoscópio onde foram obtidas fotomicrografias com 6 X e 12 X de aumento. As imagens foram digitalizadas (“scanner” SprintScan 35, Polaroid) e o processamento digital foi realizado no software KS400 v. 3.0 (Zeiss, Alemanha), seguindo as etapas de pré-processamento e realce, segmentação, pós-processamento e extração de atributos, e determinando a quantidade e área percentual das bolhas em cada modelo. Os resultados obtidos (material/aumento/tempo) para quantidade foram: PO/6 X/0,25 (749), PO/6 X/1 (234), PO/6 X/2 (101), PO/6 X/24 (41), PO/12 X/0,25 (189), PO/12 X/1 (58), PO/12 X/2 (49), PO/12 X/24 (27), PE/6 X/0,25 (131), PE/6 X/1 (58), PE/6 X/2 (156), PE/6 X/24 (37), PE/12 X/0,25 (59%), PE/12 X/1 (9), PE/12 X/2 (55), PE/12 X/24 (4); e para área percentual: PO/6 X/0,25 (24,29%), PO/6 X/1 (2,10%), PO/6 X/2 (1,06%), PO/6 X/24 (0,26%), PO/12 X/0,25 (27,17%), PO/12 X/1 (2,60%), PO/12 X/2 (2,61%), PO/12 X/24 (0,64%), PE/6 X/0,25 (0,75%), PE/6 X/1 (0,41%), PE/6 X/2 (1,77%), PE/6 X/24 (0,40%), PE/12 X/0,25 (0,63%), PE/12 X/1 (0,38%), PE/12 X/2 (2,16%), PE/12 X/24 (0,13%).

O processamento digital de imagens permite uma análise quantitativa de grande valor na caracterização da superfície de modelos de gesso.

  A271 

Efeitos do reaproveitamento de ligas de Co-Cr sobre a resistência à tração.

R. F. RIBEIRO, V. O. PAGNANO*, R. C. S. RODRIGUES, M. G. C. MATTOS, G. ZANATTA.

Materiais Dentários e Prótese/FORP-USP. Tel.: (0**16) 602-4005. E-mail: rribeiro@forp.usp.br

Um dos aspectos que mais preocupa em relação às ligas de Co-Cr é a reutilização rotineira de sobras de fusões anteriores pelos laboratórios comerciais, na busca da redução contínua dos custos de produção sem, no entanto, parâmetros adequados de avaliação dos efeitos causados às ligas. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da reutilização de sobras da 1ª fusão, em incrementos de 25% em peso, até a total reutilização da sobra, em 3 ligas de Co-Cr em relação ao ensaio de tração [resistência à tração, alongamento (%) e limite de proporcionalidade]. Os padrões foram incluídos em revestimento fosfatado e fundidos sob chama de gás oxigênio, como nos laboratórios comerciais. O ensaio foi realizado numa máquina Instron, com avanço do travessão de 5 mm/min. Dos gráficos traçados no registrador da máquina foram obtidos valores de resistência à tração e limite de proporcionalidade. Da remontagem dos corpos-de-prova obteve-se o alongamento (%). Os dados foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey, cujos resultados mostraram que as ligas têm níveis adequados de resistência, mesmo totalmente refundidas, com segurança para o emprego clínico, sobretudo pelos valores do limite de proporcionalidade. Quanto ao alongamento, embora dentro das especificações, os valores são baixos (± 3%), reforçando a perspectiva de que é difícil realizar quaisquer ajustes dos grampos de retenção sem risco de fraturas.

Dado que não foram observadas diferenças estatisticamente significantes, pode-se concluir que é perfeitamente possível a reutilização de sobras da 1ª fusão desde que não haja contaminação pelo revestimento, sobreaquecimento, nem mistura de ligas diferentes. Para maior segurança recomenda-se o uso somente de liga nova.

  A272 

Comportamento mecânico de grampos para PPR fundidos por indução e chama direta.

E. P. SILVA*, R. F. RIBEIRO, R. C. S. RODRIGUES, M. G. C. MATTOS.

Materiais Dentários e Prótese/FORP-USP. Tel.: (0**16) 602-4005. E-mail: rribeiro@forp.usp.br

As ligas de cobalto-cromo são usadas para a confecção de estruturas metálicas de PPR. No entanto, os laboratórios protéticos as fundem sob chama de gás oxigênio, fora das recomendações dos fabricantes. O objetivo deste trabalho foi verificar os efeitos da variação da fonte de fusão sobre o comportamento mecânico de grampos circunferenciais. Foram obtidas estruturas metálicas para um hemi-arco parcialmente desdentado com 2 ligas de cobalto-cromo (Vera - PDI e Wironit) fundidas sob chama direta de gás oxigênio e por indução a vácuo. Os corpos-de-prova foram submetidos ao ensaio de fadiga numa máquina idealizada por RIBEIRO (1998) na FORP-USP. A máquina permite a inserção/remoção da estrutura sobre a matriz, simulando seu uso por um período de 5 anos, num total 5.450 ciclos. Foi medida a força necessária para a inserção/remoção da estrutura sobre a matriz, e avaliado o comportamento mecânico dos grampos ao longo do ensaio de fadiga. Os dados foram coletados por um computador conectado à máquina de ensaios. Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey. Observamos diferença estatisticamente significante em nível de 5% em interações liga/método de fundição/intervalo de tempo, com maiores cargas sempre verificadas com a liga Vera - PDI fundida por indução, e menores cargas com a liga Wironit fundida sob chama direta. De modo geral, o método de fundição por indução proporcionou valores mais altos para ambas as ligas.

Com estes dados conclui-se que tanto a liga quanto o método de fundição alteraram o comportamento mecânico observado para os grampos, com valores de carga significativamente mais altos para os corpos-de-prova obtidos por indução a vácuo, sugerindo maior resistência dos grampos.

  A273 

Avaliação da resistência à fratura de dentes restaurados com “inlays” estéticas.

A. A. OLIVEIRA*, T. SAITO.

Departamento de Prótese Dentária – FOUSP – São Paulo.

O objetivo deste trabalho foi comparar num ensaio in vitro a resistência à fratura de dentes com preparos cavitários extensos, sem proteção cuspídea, restaurados com três diferentes materiais estéticos do tipo indireto, e cimentados através de procedimentos adesivos associados a cimentação resinosa. Foram selecionados quarenta pré-molares superiores hígidos, extraídos por razões ortodônticas, e divididos aleatoriamente em cinco grupos de oito amostras cada. No grupo I os dentes permaneceram hígidos, no grupo II os dentes foram preparados e não restaurados; e nos grupos III, IV e V os dentes foram restaurados com “inlays” de polímero de vidro (Artglass), resina composta (Solidex) e cerâmica (Vitadur-Alpha) respectivamente. Os cinco grupos foram submetidos ao teste de resistência à fratura em uma máquina de ensaio universal. Os resultados obtidos em kgf para os cinco grupos foram: I: 127,61; II: 65,35; III: 114,18; IV: 114,06; V: 110,51.

Após submeter os resultados a análise estatística (ANOVA) e ao teste de Tukey, ao nível de 5%, os autores concluíram que estas modalidades res­tauradoras podem restabelecer a rigidez de dentes enfraquecidos ao nível dos dentes hígidos, proporcionando a possibilidade de ampliação na indicação de preparos sem proteção de cúspide, resultando em preparos cavitários mais conservadores.

 

 A274 

Avaliação clínica e microbiológica da secreção conjuntival em usuários de prótese ocular.

A. C. C. NEVES*, A. O. C. JORGE, R. RODE.

Departamento de Materiais Dentários e Prótese, Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

Os usuários de prótese ocular freqüentemente apresentam, na cavidade anoftálmica, acúmulo de secreção mucóide, o qual, não só causa desconforto ao paciente como também interfere com a mobilidade da prótese e dificulta os movimentos da pálpebra superior. O objetivo deste trabalho foi avaliar a microbiota bacteriana e fúngica presente nas cavidades anoftálmicas, próteses oculares e olhos contralaterais de 43 usuários de prótese ocular em resina acrílica, unilateral, e relacionar a quantidade de secreção conjuntival presente nestas cavidades com a microbiota conjuntival, freqüência de limpeza, tempo de uso e tempo decorrido desde o último polimento da prótese. Após preenchimento da ficha com os dados do paciente, foi realizada coleta de material microbiológico da cavidade anoftálmica, parede posterior da prótese ocular e olho contralateral de todos os pacientes. Foram isolados das cavidades anoftálmicas, por ordem decrescente de freqüência: S. coagulase negativos, S. aureus, C. albicans, P. mirabilis, C. koseriana, S. pyogenes, P. aeruginosa, E. sakazakii e E. aerogenes. Todos os pacientes apresentavam secreção conjuntival e microbiota gram-positiva nas cavidades anoftálmicas; microbiota gram-negativa foi isolada de oito cavidades e fúngica de três.

Após análise estatística dos dados, os autores concluíram que: a) não há relação significativa entre a quantidade de secreção conjuntival e a presença de microbiota gram-negativa nas cavidades; b) não há relação significativa entre a quantidade de secreção conjuntival e a freqüência de limpeza da prótese ocular; c) quanto maior o tempo de uso e o tempo decorrido desde o último polimento da prótese, maior a quantidade de secreção conjuntival.

  A275 

Prótese total convencional e “overdenture”: impacto nos hábitos alimentares.

K. MULLER1, J. MORAIS1, R. F. ALBUQUERQUE2, S. SATO*2, J. S. FEINE1.

1Mc Gill University, 2FORP-USP.

Uma grande porcentagem de canadenses residentes em Quebec com mais de 65 anos são desdentados. Ao mesmo tempo há um crescimento no interesse, tanto da população como dos profissionais, de tratamentos odontológicos mais sofisticados devido principalmente à maior expectativa de vida. Vários trabalhos têm mostrado que a eficiência masticatória diminui drasticamente em pacientes desdentados. Simultaneamente, o uso de implantes na reabilitação oral tem demonstrado melhorar significantemente a performance masticatória. Não é sabido, no entanto, quanto essa melhora pode vir a interferir nos hábitos de alimentação. Este trabalho teve como intuito comparar os hábitos alimentares de dois grupos de pacientes que foram reabilitados com prótese total e com prótese suportada por dois implantes, ambos no arco inferior. Cento e dois pacientes que receberam randomicamente um dos tratamentos citados foram contatados para participarem dessa nova pesquisa. Destes, 53 compareceram e responderam a um questionário de 64 itens a respeito de freqüência e dificuldades quanto a ingestão de diversos tipos de alimentos. Os grupos eram formados por 24 e 29 pacientes para convencional e implantes, respectivamente, com idade média de 53 anos. Apesar de o grupo de implantes ter respondido mais favoravelmente quanto a facilidade de mastigação, nos itens correspondentes a freqüência de ingestão dos mesmos alimentos não houve diferença significativa.

Pode-se concluir com os resultados obtidos que ambos os grupos se alimentam semelhantemente apesar de o grupo com prótese total ter maior dificuldade.

  A276 

Influência do nióbio nas propriedades mecânicas em ligas metálicas experimentais a base de cobre.

L. G. VAZ*, G. L. ADABO, C. A. S. CRUZ, A. C. GUASTALDI, R. G. FONSECA.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Tel.: (0**16) 232-1233. E-mail: lugervaz@fora.unesp.br

O objetivo desse trabalho foi estudar a influência do elemento nióbio nas propriedades mecânicas de duas ligas metálicas experimentais a base de cobre, aplicadas na Odontologia, sendo ambas do sistema Cu-Zn-Al-Ni, diferindo apenas na adição do elemento nióbio na concentração nominal de 1,0% m/m em uma delas. Os estudos das propriedades mecânicas foram feitos por meio dos ensaios de tração, dureza e análise da fratura. Os ensaios de tração foram feitos seguindo as especificações da norma técnica ISO 1562, numa máquina de ensaios mecânicos universal MTS 810 com a velocidade do atuador de 1,0 mm/min. A dureza foi feita com o auxílio de um microdurômetro Micromet 2003 - Buehler, com uma carga de 500 kgf, seguindo a norma ASTM E 384. Na análise qualitativa da fratura utilizou-se um microscópio eletrônico de varredura JEOL-JSM, modelo T-330. Pelos resultados obtidos, quanto à resistência máxima a tração verificou-se um desempenho semelhante, em ambos os casos, entretanto, em relação ao alongamento, a liga sem nióbio, alonga-se mais, implicando em uma menor resistência a deformação permanente, fato que foi comprovado pela menor dureza dessa liga. Na análise da fratura, em ambos os casos, predominou a fratura mista, que é característico para esse tipo de material.

Portanto pode–se concluir que a presença do nióbio, nesse tipo de liga, altera as propriedades mecânicas. (Apoio financeiro: FAPESP/CNPq.)

 

  A277 

Resistência à flexão de material estético para confecção de estrutura de próteses parciais removíveis.

L. E. H. ANDRADE*, C. A. S. CRUZ, A. M. BELOTI, F. M. VARJÃO.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese – FO Araraquara – UNESP.
Tel.: (0**16) 232-1233. E-mail: luciamon@foar.unesp.br

As ligas de cobalto-cromo, a partir de sua introdução na Odontologia, passaram a substituir as ligas nobres na confecção das próteses parciais removíveis, até tornarem-se as mais comumente empregadas para a fundição desse tipo de prótese. Atualmente, com a estética obtida através de próteses livres de metal em reabilitação oral, buscou-se um material que viesse substituir o metal em áreas estéticas também nas próteses parciais removíveis. No entanto, em relação aos grampos, alguns aspectos devem ser cuidadosamente observados para se obter a flexibilidade necessária à função de retenção. O objetivo deste trabalho foi, através de teste de resistência à flexão, avaliar o Dental D®, material estético termoplástico empregado na confecção de grampos, comparando-o a duas ligas de cobalto cromo (Vera e Wironit) largamente utilizadas na confecção de estruturas metálicas. Para os testes utilizamos nove amostras de cada material. Os resultados obtidos foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis, e mostraram uma maior resistência à flexão para a liga Vera (1.533,83 MPa), seguida da liga Wironit (1.417,18 MPa) e do Dental D® (90,3 MPa).

Assim, embora o material estético Dental D seja altamente flexível, é pouco rígido, sujeitando o grampo da estrutura da prótese à fadiga e à fratura.

 

  A278 

Rugosidade superficial de P.P.Rs. em Ti c.p. e ligas de Ti-6Al-4V e Co-Cr-Mo após 12 meses de uso clínico.

R. A. ZAVANELLI*, G. E. P. HENRIQUES, M. F. MESQUITA, M. A. A. NÓBILO, J. C. FONSECA.

Departamento de Prótese. FOP-UNICAMP. Tel.: (0**19) 430-5350.
E-mail: guilherm@fop.unicamp.br

Biocompatibilidade e resistência mecânica são propriedades que propiciaram a introdução do titânio e ligas derivadas na confecção de coroas e P.P.Rs. Embora apresentem desempenho satisfatório, estes materiais são considerados susceptíveis de alterações superficiais quando no meio bucal, podendo predispor ao fracasso por fadiga. O propósito deste estudo foi avaliar comparativa e longitudinalmente, a rugosidade superficial de infra-estruturas de P.P.R. confeccionadas em titânio comercialmente puro (Ti c.p.) e liga de Ti-6Al-4V após período de 6 e 12 meses de serviço, confrontando os resultados com estruturas fundidas em liga à base de Co-Cr-Mo. Foram avaliadas 31 P.P.R. de um total de 42 confeccionadas, divididas aleatoriamente entre os três materiais envolvidos. A rugosidade superficial média foi avaliada por rugosímetro (Surfcorder SE 1700 – Kosaka – Japão) anteriormente à instalação das próteses e após 6 e 12 meses de sua utilização e os resultados obtidos, submetidos ao ANOVA e ao teste de Tukey a 5% de significância para valores com diferenças significativas. Verificou-se que as estruturas em Ti c.p. e liga de Ti-6Al-4V registraram valores iniciais entre 0,32 a 0,37 mm e após o serviço clínico, entre 0,23 e 0,26 mm. Após 6 meses de avaliação, as estruturas em Ti c.p. tornaram-se semelhantes estatisticamente àquelas mais lisas fundidas em Co-Cr-Mo, que não apresentaram alterações longitudinais significativas, mostrando valores entre 0,22 a 0,17 mm. Após o uso, as estruturas em Ti-6Al-4V, apresentaram valores superiores àqueles obtidos em Co-Cr-Mo, porém não diferentes dos obtidos em Ti c.p.

A rugosidade superficial das estruturas em titânio foi maior que a das estruturas em Co-Cr-Mo na avaliação inicial, tornando-se semelhante estatisticamente após o uso, exceção feita às fundidas em Ti-6Al-4V, que permaneceram mais rugosas que as em Co-Cr-Mo. (Órgão financiador: FAPESP - 97/10039-7.)

  A279 

Resistência mecânica dos gessos extraduros em função do material e manipulação.

T. C. da SILVA*, M. R. A. SOBREIRA, A. B. C. E. B. CATIRSE, O. ZANIQUELLI.

Departamento de Materiais Dentários e Prótese, FORP-USP. Fax: (0**16) 633-0999.

Os gessos extraduros são os materiais de escolha para confecção de troquéis e modelos de trabalho em prótese dental, devido a sua maior resistência em relação aos demais gessos, permitindo o manuseio do modelo e do preparo protético, modelando a cavidade preparada com instrumentos adequados, sem causar danos ao preparo e, principalmente, à sua margem. Poucas informações foram encontradas na literatura a respeito do gesso tipo V, portanto este trabalho se propõe estudar a resistência à compressão e à tração de gesso tipo V e tipo IV (comparação), com manipulação mecânica a vácuo e manual. Neste estudo foram confeccionados 160 corpos-de-prova (cp’s), 80 cp’s para o ensaio de resistência à compressão e 80 cp’s para o ensaio de tração (compressão diametral). Cada ensaio foi realizado após 24 horas do vazamento, utilizando 10 cp’s obtidos através de manipulação mecânica à vácuo e 10 com manipulação manual para cada tipo de gesso tipo IV (Durone, Vel-Mix e o gesso sintético Tuff Rock) e tipo V (Exadur).

Os resultados mostraram não haver diferenças significantes estatisticamente entre as manipulações para o gesso tipo IV e tipo V. Em relação ao tipo de gesso, o gesso Durone apresentou maior resistência à compressão. O gesso Vel-Mix e Exadur não apresentaram diferenças significante estatisticamente quanto a resistência à compressão e, o gesso sintético Tuff Rock foi menos resistente. Utilizou-se test t de Student com a = 5%.

 

  A280 

Efeito de soluções desinfetantes sobre a resistência à flexão de resinas acrílicas.

A. C. PAVARINA*, A. L. MACHADO, E. T. GIAMPAOLO, C. E. VERGANI.

Departamento de Mat. Odont. Prótese. FO Araraquara – UNESP. Fax: (0**16) 222-4823.

As próteses quando são enviadas do consultório odontológico para o laboratório de prótese podem estar contaminadas com microrganismos patogênicos. A imersão em soluções químicas tem sido um método efetivo para reduzir a propagação de microrganismos. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa foi verificar a influência de procedimentos de desinfecção sobre a resistência à flexão de duas resinas acrílicas (Lucitone 550 e QC 20) polimerizadas de acordo com as instruções dos fabricantes. Após a polimerização, os corpos-de-prova foram polidos e armazenados em água a 37ºC por 48 horas antes da desinfecção (grupo I). O procedimento de desinfecção incluiu imersão em clorexidina a 4% por 1 minuto, seguida pela imersão em solução desinfetante (Amosan- grupo II; clorexidina a 4%- grupo III e hipoclorito de sódio a 1%- grupo IV) e, imersão em água por 3 minutos. Os corpos-de-prova foram submetidos ao ciclo de desinfecção por duas vezes, simulando a desinfeção da prótese ao ser enviada para o laboratório e ao retornar para o consultório. As amostras do grupo controle foram imersas em água durante o mesmo período de tempo da desinfecção (grupo V). Dez amostras foram confeccionadas para cada grupo. A resistência transversa foi verificada por meio de um teste de flexão em três pontos. Os valores obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e ao teste de Tukey, com nível de significância de 95%. Embora a resina QC 20 apresentou valores de média de resistência à flexão significativamente (p < 0,05) menores que a resina Lucitone 550, os resultados indicaram que as resinas estudadas apresentaram poucas alterações na resistência à flexão em todas das condições experimentais.

Foi concluído que a resistência flexural das resinas avaliadas não foi influenciada negativamente pelos procedimentos de desinfecção.

 

  A281 

Influência do tempo de vazamento na reprodução de detalhes de superfície dos moldes de alginato.

C. C. MARCON*, C. C. MARCON, M. ZERBIELLI, H. PUCCI, L. A. G. PIRES.

O objetivo deste trabalho é avaliar o melhor tempo na reprodução de detalhes de superfície de alginato, realizados com diferentes tempos de vazamento dos moldes. Foram avaliadas duas marcas comerciais: A - Integra (Kerr) e B - Jeltrate Plus (Dentsply). Na realização deste trabalho foi utilizado um bloco metálico conforme especificação nº 18 da American Dental Association (ADA) com auxílio de uma moldeira de alumínio perfurada, realizou-se 80 moldes de acordo com os seguintes grupos: grupo 1 - vazamento imediato; grupo 2 - em 30 minutos, grupo 3 - em 60 minutos e grupo 4 - em 90 minutos. Foi utilizado gesso tipo IV Durone (Dentsply) para confecção dos modelos em gesso que permaneceram em umidificador até sua cristalização. Após 24 h foram avaliados com o auxílio de um microscópio ótico e submetidos à análise de variância.

Os melhores resultados foram obtidos com moldes vazados após 30 minutos, sendo que o alginato A apresentou melhor desempenho.

 

  A282 

Incrustações cerâmicas: avaliação in vitro da linha de cimentação e infiltração.

W. ROMÃO Jr.*, W. G. MIRANDA Jr.

Departamento de Materiais Dentários – FOUSP. E-mail: waldyrjr@originet.com.br

O objetivo desta pesquisa foi avaliar a adaptação marginal e a infiltração de três sistemas cerâmicos. Foram confeccionadas 30 incrustações, sendo divididas para o sistema Empress (10), Colorlogic (10) e Cerec 2 (10), sobre preparos MOD em terceiros molares humanos recentemente extraídos. Os espécimes foram cimentados, utilizando-se o mesmo cimento resinoso (Variolink II - Vivadent) e adesivo dental (Prime & Bond NT - Dentsply). A seguir, foram submetidos à ciclagem mecânica (100.000 ciclos, 8 kgf, 4 Hz) e à ciclagem térmica (700 ciclos, 5º/55ºC por um minuto), impermeabilizados, imersos em solução de nitrato de prata 50%. Os dentes foram seccionados no sentido mésio/distal, para a verificação da linha de cimento e infiltração, observados ao microscópio óptico (25 X) com uma câmera para a captura e aquisição de imagens, estas foram processadas no software Imagelab para segmentação e análise.

Sistemas

 Parede

 Médias

 

 

 Linha de ­cimento (mm)

Infiltração (mm)

Colorlogic

Esmalte

 118

 0,12

 

Dentina

 113

 0,59

 Empress

Esmalte

 65

 0,05

 

Dentina

 89

 0,15

 Cerec 2

Esmalte

 78

 0,07

 

Dentina

 87

 0,40

Os sistemas Empress e Cerec 2 obtiveram comportamentos semelhantes quanto à linha de cimento, enquanto o Colorlogic ficou acima dos 100 mm. Quant­o à infiltração, não houve diferença estatisticamente significante entre os sistemas, quando as paredes tinham o seu término em esmalte. Ocorreu maior infiltração nas paredes terminadas em dentina (p < 0,01), sendo maior para o Colorlogic.

  A283 

Discrepância vertical de assentamento em coroas totais: antes e após cimentação.

C. A. PAVANELLI*, A. R. FIGUEIREDO, C. A. J. ROCHA, M. M. GUIMARÃES, R. S. NISHIOKA,
E. MIYASHITA.

FOSJC – UNESP.

O desajuste marginal sempre foi motivo de preocupação entre os pesquisadores que procuram qualidade de adaptação na prótese dentária. Conceituados estudiosos têm mostrado trabalhos sobre esse assunto com resultados aparentemente incoerentes, isto é, pior assentamento vertical das coroas antes, do que após a cimentação, apesar de existir neste caso uma película de cimento interposta entre as superfícies cimentadas. Esta ocorrência levou-nos a realizar o presente estudo. Para simular os preparos coronários e as coroas totais, utilizamos dez modelos-padrões e dez cápsulas, em aço inoxidável, torneados e ajustados uns aos outros por meio de um torno mecânico. A altura, diâmetro e expulsividade dos preparos nos modelos-padrões foram padronizados e semelhantes aos indicados para molares naturais. Desenvolvemos um dispositivo para manter uma pressão constante de 7 kg durante as mensurações dos corpos-de-prova (modelos-padrões e cápsulas justapostos). As medições foram feitas antes e após as cimentações, no sentido do longo eixo dos corpos-de-prova. O cimento utilizado foi o fostato de zinco. Os aparelhos utilizados nas medições foram um metroscópio horizontal (Carl Zeiss) e um projetor de perfil (MP 320 Carl Zeiss), ambos com resolução de 0,0001 mm. Os resultados obtidos mostraram valores sempre maiores após as cimentações.

O único fator que variou foi a presença ou não de cimento e parece lícito e coerente concluir que a discrepância vertical deve ter ocorrido devido à presença de uma película do cimento.

  A284 

Soldagem a laser e brasagem de uma liga de Ni-Cr.

P. C. R. D. SOUZA*, J. C. DINATO, M. A. BOTTINO, R. S. NISHIOKA, A. C. GUASTALDI.

Instituto – Química – Araraquara, Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP.

O objetivo deste trabalho é o de avaliar a microestrutura e a dureza de juntas soldadas de uma liga metálica de Ni-Cr, utilizada na confecção de próteses fixas, quando submetidas aos processos de soldagem a laser e por brasagem. Realizou-se microscopia eletrônica de varredura - MEV com EDX e medidas de dureza. Identificou-se na junta soldada três regiões distintas: metal base, zona afetada pelo calor ZAC e zona do cordão de solda. Observou-se na brasagem do metal base uma microestrutura dendrítica grosseira com 266 HV de dureza e na região da solda uma microestrutura dendrítica com a presença de porosidades e precipitados de Cr-Mo, e uma dureza de 579 HV.

Na soldagem a laser o metal base apresentou uma microestrutura dendrítica grosseira e na região da solda uma microestrutura dendrítica refinada, a dureza nestas duas foi da mesma ordem de grandeza, 255 HV. Pelos resultados de dureza observou-se uma ZAC na soldagem a laser pequena, da ordem de 0,6 mm, quando comparada com a brasagem. Isto deve-se ao feixe concentrado de alta energia do laser, e portanto este processo não deverá causar distorção durante a soldagem de peças protéticas, sendo promissor na substituição da brasagem neste tipo de aplicação.

 

  A285 

Estudo das alterações lineares dos padrões de cera e posteriores fundições com dois revestimentos fosfatados.

C. M. GOSHI*, F. E. TAKAHASHI, A. A. CASTRO FILHO, E. E. S. ALMEIDA, F. S. MATUDA,
A. R. FIGUEIREDO.

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese, FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

Para o sucesso de uma fundição, a expansão do revestimento deveria compensar a contração da cera e da liga odontológica utilizada neste processo. Atualmente há no mercado revestimentos de fundição rápida, que permitem realizar o processo em menos de 1 h. O objetivo deste trabalho foi verificar a alteração linear de fundições com liga de Ni-Cr (Verabond II) obtidas com dois revestimentos fosfatados, sendo um com carga refratária a base de cerâmica granulada (Microfine 1700), que permite a introdução do anel após a presa diretamente em um forno pré-aquecido (750ºC); e outro a base de Cristobalita (Bellavest-T) de procedimento convencional. Padrões de cera regular tipo II (Bredent “life-color-wachs”) medindo 20 x 5 x 2 mm foram obtidos através de moldagem direta de uma placa de aço inoxidável. 20 padrões de cera foram incluídos com Microfine e 20 com Bellavest-T. Com o auxílio de um projetor de perfil com precisão de 0,001 mm, mediu-se a distância entre 2 pontos preestabelecidos na matriz. Os mesmos 2 pontos foram medidos na cera e na peça metálica reproduzida, obtendo-se assim, as medidas das possíveis alterações dimensionais dos materiais.

Concluiu-se que os resultados mostraram que houve significância entre os revestimentos (Bellavest-T 5%) e (Microfine 1%) em relação à matriz pelo teste t (Student). Não houve significância entre cera e Bellavest-T e houve significância entre cera e Microfine 1700 pelo teste de Tukey. Concluímos que as fundições com o Bellavest-T apresentaram menor alteração linear do que o Microfine 1700; as ceras apresentaram uma contração significativa em nível de 1%.

 

  A286 

Análise química e microestrutural de ligas odontológicas: Co-Cr e Ni-Cr.

D. F. SOUZA*, K. A. N. OLIVIERI, P. C. R. D. SOUZA, M. A. BOTTINO, A. C. GUASTALDI,
M. P. NEISSER.

DMOP – FOSJC – UNESP. Tel.: (0**12) 321-6188.

A literatura ressalta a necessidade do uso de temperaturas de fundição corretas a cada liga odontológica. O objetivo desse trabalho foi avaliar o desempenho metalúrgico de ligas odontológicas quando submetidas a diferentes temperaturas. Para cada liga, Co-Cr e Ni-Cr, foram obtidos, pela técnica de fundição por cera perdida, 20 corpos-de-prova, divididos em dois grupos de 10, fundidos em duas diferentes temperaturas: a) recomendada pelo fabricante (T1); b) acima da temperatura recomendada (T2). Foram realizadas análises químicas e metalográficas, por MEV (mapeamento e EDX) e óptica, das ligas nas condições como recebida (CR), T1 e T2. Para a liga Co-Cr observou-se uma variação insignificante na composição dos elementos Co, Cr, C, Mo, Ni e Fe e uma redução significativa nos elementos Mn e Si nas condições T1 e T2, quando comparadas com a condição CR. Na liga de Ni-Cr observou-se que a composição química dos elementos Ni, Cr, Mo, C, Nb e Fe permanecem praticamente constantes nas três condições estudadas e para os elementos Si e Ce houve uma redução significativa nas suas composições nas condições T1 e T2, quando comparadas com a condição CR. Na análise microestrutural na condição como recebida de ambas as ligas, evidenciou-se uma microestrutura dendrítica bruta de fusão bem definida, com a presença de precipitados e porosidades. Com a fundição na temperatura recomendada pelo fabricante aumentou a quantidade de precipitados. Na temperatura acima da recomendada houve menor segregação interdendrítica e menor quantidade de precipitados.

As microestruturas foram semelhantes nas condições CR, T1 e T2, sendo um pouco melhores na condição T1 que em T2, para ambas as ligas. (Apoio financeiro: FAPESP - Processo nº 98/15302-0.)

  A287 

Estudo da discrepância de assentamento vertical em coroas totais variando-se as convergências dos preparos, términos cervicais e cimentos.

F. S. MATUDA*, A. R. FIGUEIREDO, A. A. C. FILHO, C. M. GOSHI, F. E. TAKAHASHI, M. I. GARCIA.

D. M. O. P. – FOSJC – UNESP.

Este trabalho avaliou comparativamente as discrepâncias de assentamento ocorridas durante a cimentação com os dois cimentos de fosfato de zinco mais utilizados no Brasil, o cimento da SS White e o cimento da Lee Smith, variando-se três tipos de convergência dos preparos, 6º, 10º e 20º, e três tipos de términos cervicais, o plano inclinado a 135º, o ombro a 90º com um bisel em 45º e o chanfro. Foram confeccionados corpos-de-prova com as características de um preparo para coroa total em aço inoxidável (modelos-padrão) e caracterizando as coroas, foram confeccionados também em aço inoxidável cápsulas metálicas que eram perfeitamente adaptadas aos modelos-padrão respectivos. A fim de avaliar as discrepâncias de assentamento foram feitas mensurações através de um metroscópio horizontal (Carl Zeiss, Alemanha), sem a presença do cimento (L0) e após a colocação do agente cimentante (L1), a média resultante de L1-L0 seria o resultado das discrepâncias, que foram submetidos a análise estatística de três variâncias (ANOVA) e teste de Tukey.

Dentro dos limites deste estudo podemos concluir que todos os preparos com convergência de 10º e 20º obtiveram discrepâncias de assentamento melhor que os preparos com 6º, independente do tipo de término e cimento utilizado; não houve diferença estatisticamente significante entre os preparos com 10º e 20º de convergência; o cimento de fosfato de zinco da SS White se comportou melhor que o cimento da Lee Smith, o mesmo observado para os términos em chanfro e plano inclinado em relação ao ombro biselado. (Apoio financeiro: FAPESP.)

  A288 

Reprodutibilidade em fundição, relacionada ao comprimento do canal de alimentação.

E. WATANABE*, R. C. STEGUN.

Departamento de Prótese, Faculdade de Odontologia da USP, Cid. Universitária,
CEP: 05508-900, São Paulo, Brasil.

Objetivou-se o estudo da influência do comprimento do canal de alimentação na reprodutibilidade em fundição, com o emprego da centrífuga, usando o método da tela de malhas. Empregou-se 3 comprimentos de canal de alimentação (curto, médio e longo), usando como variável, também, a posição da tela (lados esquerdo e direito), em relação ao sentido de rotação da centrífuga. Três ligas foram usadas (Co-Cr, Modell, Degussa; Co-Cr, Verabond, Aalba; Co-Cr, Remanium, Dentaurum). Os dados foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey.

Liga

Canal de alimentação

 

Curto

Médio

L. curvo

Modell

27 cdef

28 cdef

33 cde

Remanium

49 cd   

84 ab  

89 a   

Verabond

1 f   

12 ef   

56 bc

Médias de reprodut. (%). (letras diferentes, diferenças significantes p < 0,05; n = 10)

As conclusões foram: entre lados não foram encon­tradas diferenças significantes; os fatores liga, canal de alimentação e interação foram significantes (p < 0,001); a liga Modell apresentou a melhor reprodutibilidade; a liga Remanium 4 apresentou pouca dependência do canal de alimentação; em média, quanto mais comprido o canal de alimentação, melhor a reprodutibilidade, em especial com as ligas de Co-Cr.

 

  A289 

Efeito do glazeamento de bases protéticas sobre a placa bacteriana.

N. SESMA*, K. S. TAKADA, B. COSTA, D. C. LAGANÁ.

Departamento de Prótese, Faculdade de Odontologia da USP – SP.

Objetivo: avaliar em imagens de microscópio eletrônico de varredura, a eficiência do glazeamento da superfície interna da sela da prótese sobre as características da placa bacteriana. Método e Resultados: participaram da pesquisa, dez pacientes portadores de próteses parciais removí­veis. Metade da superfície ­interna das selas protéticas foram glazeadas com Palaseal (Heraeus Kulzer) e a outra metade não. Três meses após a instalação, observou-se ao microscópio eletrônico de varredura que o glaze selou as irregularidades da superfície da resina. Verificou-se também, uma colonização microbiana mais intensa do lado não glazeado da prótese. No entanto, foram encontradas trincas em algumas regiões do glaze que favoreciam o acúmulo bacteriano.

Conclusão: o glazeamento da prótese não impediu a colonização bacteriana, mas, a composição da placa diferiu nos dois lados da prótese.

 

  A290 

Prevalência de desdentados parciais e análise dos elementos remanescentes na região de Piracicaba – SP.

R. A. M. REZENDE*, V. DI HIPÓLITO, S. B. PEREIRA, O. DI HIPÓLITO, C. M. RIZZATI-BARBOSA.

Departamento de Prótese e Periodontia – UNICAMP.

As próteses parciais removíveis com retentores a grampo extracoronários são utilizadas com grande freqüência na clínica odontológica, por representarem uma opção de tratamento reabilitador bastante satisfatório e acessível economicamente ao maior número de pacientes desdentados parciais. O número e distribuição dos dentes naturais presentes e as condições dos elementos remanescentes constituem-se muitas vezes em quesitos de contra indicação. O objetivo deste trabalho foi: classificar, dentre a população de pacientes desdentados que procuram tratamento odontológico na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) – UNICAMP, a prevalência de cada classe segundo a distribuição dos elementos dentais; avaliar, segundo a faixa etária, a prevalência de cada uma das classes; analisar as características horizontais dos rebordos residuais, e dos dentes remanescentes, quanto à presença de giroversão e migração, e quanto à extrusão de dentes antagonistas em direção ao espaço protético. Para este fim foram utilizadas 506 radiografias panorâmicas de pacientes desdentados parciais, de ambos os sexos que procuraram por tratamento na Faculdade de Odontologia de Piracicaba, UNICAMP, no período de 1997 a 1999, e analisados 58 modelos de estudos de pacientes atendidos na clínica de graduação da mesma entidade que fossem classe I e II segundo a classificação de Kennedy. Os dados colhidos foram organizados em fichas específicas desenvolvidas para este fim, inseridos em tabelas, e após terem sido foram submetidos à análise estatística (teste exato de Fisher), demonstraram que a prevalência de classe III foi significativamente maior em relação às demais (p < 0,05) (73%), e a faixa etária com maior prevalência de desdentados parciais esteve entre 31 a 50 anos (61%). A prevalência de rebordos residuais descendentes distais foi maior do que os demais, tanto para classe I (48%), como para classe II (45%). A ausência dos molares prevaleceu sobre os demais grupos de dentes, bem como a extrusão dos antagonistas em classe II em relação à classe I.

Os dados permitiram concluir que houve uma tendência significativa de maior perda dental com o aumento da idade, com valores crescentes para classe IV, III, II e I, nesta ordem; que os dentes molares apresentam maior tendência de migração quando próximos ao espaço protético; que houve maior prevalência de extrusão em classe II do que em classe I; e que houve predominância de rebordos descendentes em relação aos demais.

  A291 

Porosidade e rugosidade de superfície em função de diferentes materiais para base.

M. TANJI*, S. S. DOMITTI, R. L. X. CONSANI, S. CONSANI, M. A. C. SINHORETI.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba, UNICAMP, São Paulo.

As condições estéticas da prótese total estão na dependência da qualidade de superfície da base. Este ­trabalho verificou a porosidade e rugosidade de amostras de resinas acrílicas termocuradas QC-20, Onda-Cryl e Clássico. Os padrões de cera com 65 x 10 x 3 mm foram incluídos em muflas metálica e de fibra de vidro, e os moldes preenchidos com as resinas manipuladas de acordo com as instruções dos fabricantes. Após polimerizadas em água aquecida a 74oC por 9 horas, água em ebulição por 20 minutos e por energia de microondas por 3 minutos, as amostras foram submetidas aos ensaios de porosidade num dispositivo metálico com dimensões ligeiramente maiores, contendo três orifícios de 0,5 cm de diâmetro, sendo um em cada extremidade e outro na região central. As amostras foram imersas em tinta nanquim por duas horas, lavadas em água e secas com jatos de ar. A quantidade de poros nas áreas delimitadas foi determinada com lupa estereoscópica Carl Zeiss, com aumento de 63 vezes. Os testes de rugosidade foram efetuados num perfilômetro Surfcorder SE 1700, com três leituras ao longo da amostra.

Os dados submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey (5%) mostraram que: 1) a maior porosidade (número de poros) foi vista na resina para microondas (2,22) e a menor na resina convencional (1,13), ambas com diferença estatística, ficando a de ciclo rápido (1,36) com valores intermediários; 2) a maior rugosidade (Ra) foi mostrada nas resinas QC-20 (0,12) e Clássico (0,11), sem diferença estatística significativa e a menor foi vista na resina Onda-Cryl (0,08), estatisticamente diferente das demais.

 

 

Grupo A8.................................................................................................. A-292 à A-332

 

 

  A292

 

Atividade antimicrobiana in vitro de cimentos provisórios empregados em Prótese Fixa.

A. M. AGOSTINHO1, D. B. FREITAS1, E. WATANABE2, F. C. PIMENTA2, I. Y. ITO2,
W. MATSUMOTO1*.

1FORP-USP. 2FCFRP-USP. Tel.: (016) 602-4160.

O objetivo desse trabalho foi avaliar a atividade antimicrobiana de cimentos comumente utilizados para a fixação de restaurações provisórias em prótese dental: hidróxido de cálcio (Dycal), óxido de zinco e eugenol (pó/líquido – Odahcam), óxido de zinco e eugenol (pasta/pasta – Temp Bond), pasta zinco-enólica (Lysanda), cimento fosfato de zinco (LS Cement) sobre 10 microrganismos: 5 cepas padrão e 5 cepas de campo. O método empregado foi o de difusão de poço, onde a camada base foi obtida com 10 ml de Mueller-Hinton Medium - MH (Difco) e a camada “seed” com 5 ml de MH ou de Brain Heart Infusion Agar - BHIa (Difco) adicionado dos microrganismos teste na concentração final de 106 ufc/ml. Foram confeccionados poços de 4 mm de diâmetro onde foram depositadas 5 amostras de cada cimento, sendo: corpo-de-prova recém-preparado; pasta base ou pó; pasta catalisadora ou líquido; cimento fresco e corpo-de-prova com 24 h. As placas permaneceram à temperatura ambiente por 2 h (pré-incubação), seguida de incubação a 37ºC/24 h. Todos os testes foram realizados em duplicata. Após a incubação, as placas foram otimizadas pela adição do gel de TTC a 0,05% em 1% de ágar e os halos e aros de inibição mensurados. O cimento de óxido de zinco e eugenol, pó/líquido apresentou os maiores valores de halo e aro, enquanto que a pasta zinco-enólica apresentou a menor ação antimicrobiana.

Os cimentos provisórios testados apresentaram níveis variados de atividade antimicrobiana, mas nenhum material atuou sobre todos os microrganismos testados.

  A293 

Infecções ósseas maxilofaciais causadas por Staphylococcus aureus.

S. L.V. VON ZEIDLER*, M. M. M. JAEGER, M. R. L. SIMIONATO.

Departamento de Microbiologia – Instituto de Ciências Biomédicas da USP.
Tel.: (0**11) 3091-7201. E-mail: ventorin@hotmail.com

Staphylococcus aureus são isolados de processos infecciosos ósseos e articulares, sendo responsáveis por 50% das infecções decorrentes de fraturas abertas. A colonização microbiana de materiais implantados nos tecidos do hospedeiro cria microambientes que favorecem a multiplicação microbiana e reduzem a penetração de antibióticos. Este estudo objetivou estudar a resistência aos antimicrobianos mais comumente utilizados para tratar osteomielites maxilofaciais após trauma e relacioná-la com mecanismos de virulência de cepas isoladas de processos infecciosos ósseos e de portadores. Foram obtidas cepas isoladas de pacientes com infecção óssea de face e de portadores, identificadas como S. aureus. Foram realizados os testes de suscetibilidade a antimicrobianos e internalização em cultura de osteoblastos.

Os resultados mostraram a presença de cepas oxacilina resistentes no grupo de pacientes. Todas as cepas estudadas foram capazes de internalizar em osteoblastos cultivados. A presença de S. aureus como agente etiológico de infecções ósseas maxilofaciais é favorecida pelos seus mecanismos de virulência. Através da internalização em osteoblastos cultivados, consegue evadir às defesas do hospedeiro e proteger-se da ação de antimicrobianos. (Projeto financiado pela FAPESP - Processo nº 97/13429-0.)

 

  A294 

Reconhecimento de frações do extrato dentinário humano por soros de coelhos imunizados e de pacientes apresentando reabsorção radicular.

M. M. HIDALGO*, E. N. ITANO, A. CONSOLARO.

Departamento de Odontologia – UEM; Ciências Patológicas – UEL; Estomatologia - FOB/USP. E-mail: mhidalgo@onda.com.br

Muito se tem discutido sobre o possível potencial imunogênico da dentina e sua participação na etiopatogenia das reabsorções dentárias. O objetivo do presente trabalho foi verificar o reconhecimento de frações do extrato dentinário humano por soros de coelhos imunizados e soros de pacientes apresentando reabsorção radicular comparados com indivíduos sem reabsorção. O extrato dentinário obtido (WEELER; STROUP, Am. J. Orthod. Dentofac. Orthop., 103 : 4, 352, 1993) foi utilizado para a imunização dos coelhos nos quais posteriormente foi comprovada a obtenção de anticorpos policlonais através de ensaio imunoenzimático (ELISA). O reconhecimento das frações do extrato dentinário por soros de coelhos imunizados (n = 5) e soros de pacientes (n = 12) e controles (n = 12) foi verificado através da utilização de ensaio de Western Blotting, no qual as frações do antígeno (extrato dentinário) obtidas por eletroforese em gradiente de gel poliacrilamida com SDS 8-16% foram transferidas para membrana PVDF e submetidas a reação imunoenzimática com os soros em estudo que poderiam conter anticorpos ou não. Os soros imunes de coelhos demonstraram reconhecimento de, pelo menos, 12 frações antigênicas presentes nos extratos dentinários, enquanto os respectivos soros pré-imunes não reconheceram ou o fizeram em uma pequena concentração. A análise das frações reconhecidas pelos soros de pacientes apresentando reabsorção radicular e indivíduos sem reabsorção, apresentou, de modo geral, uma distribuição semelhante, com um número muito maior de frações reconhecidas (24). No entanto, se observadas individualmente, foram encontradas frações só reconhecidas pelos soros de pacientes (135 e 55 kDa) e outras, só pelos controles (214, 78 e 4 kDa). Frações como a de 44 e 18 kDa reagiram de forma muito mais intensa e numerosa em pacientes que controles.

Com base nestes resultados, foi verificado que os soros de coelhos imunizados reconhecem frações do extrato dentinário humano de forma muito mais acentuada que os seus respectivos pré-imunes e que os soros de pacientes apresentando reabsorção radicular e de indivíduos saudáveis apresentam diferenças no reconhecimento de frações do extrato dentinário. (Apoio financeiro: FAPESP nº 1998/11690-6.)

 A295 

Estudo das alterações posicionais em função do material utilizado no garfo do arco facial.

R. C. STEGUN*, C. M. C. BEGAZO.

Departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia da USP-SP. Tel.: (0**11) 3091-7886. E-mail: rstegun@fo.usp.br

Avaliamos as alterações posicionais de modelos de classe III e IV de Kennedy, montados em articulador semi-ajustável utilizando-se 4 mate­riais no arco facial: godiva, godiva + pasta de óxido de zinco e eugenol, cera nº 7, cera nº 7 + pasta de óxido de zinco e eugenol. O intuito seria verificar se haveria alteração devido aos materiais no posicionamento do modelo. As medidas foram tomadas da base da placa de montagem até marcas iguais em cada modelo. Feita análise de variância e teste de Tukey para verificar o grau de significância dos dados.

Concluiímos que os materiais utilizados no garfo do arco facial não influem no posicionamento do modelo superior montado no articulador.

 

  A296 

Clareador peróxido de carbamida altera produção de O2- em macrófago.

M. C. M. S. SANTOS*, K. K. ASFORA, C. M. M. B. de CASTRO.

Departamento de Odontologia Restauradora FOP/UPE; Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami – UFPE.

Objetivos: avaliar a liberação de superóxido em macrófagos (M) tratados com peróxido de carbamida (PC) utilizado no clareamento dental. Métodos e Resultados: ratos machos foram estimulados i,p, com caseinato. Após 4 dias, os animais foram sacrificados e a cavidade peritoneal lavada com soro fisiológico (SF), obtendo-se ± 7,4 ml de lavado, centrifugado logo após. As células foram lavadas com SF e ressuspendidas em meio de cultura (RPMI). Da suspensão, os M foram separados por adesão (106 células/ml RPMI), em seguida, tratados com PC (20 ml em 2 x 106 de células/2 ml RPMI durante 20 min) e estimulados com PMA. Após, amostras do sobrenadante de cultura foram coletadas às 0, 1, 2, 3 e 4 h, para a espectrofotometria do grau de redução do ferro-citocromo c/nmol de O2 formado. A produção de O2 foi calculada após conversão das absorvâncias em nmol de O2/min. Os dados obtidos foram representados por média ± DP (controle): somente após 4 h o PC (6,34 ± 1,31) diminuiu a liberação de O2 comparado ao controle (11,49 ± 2,99); p < 0,02; teste t Student.

Conclusão: M tratados com PC diminui a liberação de O2-, 4 horas após estimulação com PMA, sendo portanto na clínica, desnecessário o uso deste produto por mais de 3 horas.

 

  A297 

Citocinas associadas à reabsorção óssea em cistos radiculares.

A. M. GERVÁSIO*, D. A. O. SILVA, C. J. A. SOUSA, E. A. TAKETOMI, A. M. LOYOLA.

Laboratórios de Imunologia, Endodontia, Patologia Bucal – UFU – Uberlândia (MG).

O desenvolvimento dos cistos radiculares está associado aos estímulos antigênicos e inflamatórios decorrentes da infecção pulpar. Citocinas liberadas no microambiente periapical podem atuar no crescimento cístico, mediando a reabsorção óssea. O objetivo deste trabalho foi identificar e quantificar as citocinas GM-CSF, IL-3, IL-6 nos tecidos e líquidos de 24 lesões císticas radiculares humanas, através de técnica imunoenzimática (ELISA). Os resultados mostraram que 42,8% das lesões apresentaram níveis reativos de GM-CSF (66-1180 pg/ml) e 92,8% de IL-6 (47-4096 pg/ml) nas amostras de líquido cístico. Não foram identificados níveis reativos de IL-3 em nenhuma das amostras testadas. Para as amostras de tecido cístico observou-se reatividade em 95,8% para GM-CSF (68-496 pg/ml), 28,6% para IL-3 (277-713 pg/ml) e 86,4% para IL-6 (17-835 pg/ml). Não foi encontrada nenhuma associação de níveis de reatividade para as citocinas entre si ou entre as amostras de tecido e líquido cístico para cada citocina em particular.

Desta forma, concluímos que estas citocinas podem participar da modulação da resposta inflamatória periapical e do processo de reabsorção óssea no crescimento destas lesões. (Apoio financeiro: CAPES/ CNPq.)

 

  A298 

Inibição microbiana com o uso de dentifrícios.

U. V. MEDEIROS*, L. VELMOVITSKY, M. UZEDA, K. LIMA.

UFRJ – UERJ. E-mail: o.social@odonto.ufrj.br

O objetivo deste estudo é averiguar in vitro a capacidade inibitória mínima de 5 dentifrícios disponíveis no mercado nacional e compará-los entre si tendo em vista suas distintas formulações. O estudo, do tipo “cego”, utilizou 3 gramas dos dentifrícios Sorriso Total, Colgate White, Malvatricin, Gessy Cristal e Fluotrat pesadas em balança de precisão e acondicionadas em frasco estéril na forma de solução com 10 ml de água deionizada. Procedimentos laboratoriais foram realizados com esta solução para obter-se a separação das partículas sólidas dos dentifrícios. Foram retirados 5 ml do sobrenadante de cada extrato aquoso das amostras e iniciada uma seqüência de diluições na razão de 1:2, preparadas com 5 ml de água deionizada até a proporção de 1:64. Placas de Petri previamente preparadas com meio de cultura adequado receberam semeaduras de cepas bacterianas padrão ATCC (American Type Culture Collection) de Streptococcus sobrinus, Streptococcus mutans e Lactobacillus casei. Discos de papel filtro com 6 mm de diâmetro, impregnados da solução pura e com as 6 diluições de cada um dos 5 dentifrícios foram colocados nos mei­os de cultura com o auxílio de uma pinça estéril. As placas de Petri, com cepas e discos, foram colocadas em jarras de anaerobiose e incubadas a 37ºC por 48 h. Após o período de incubação os halos de inibição do crescimento bacteriano foram lidos, com a medição do diâmetro em milímetros.

Os resultados foram analisados estatisticamente (p < 0,005) e revelaram que não houve inibição microbiana nas diluições de 1:32 e 1:64; que o dentifrício Gessy Cristal não conseguiu produzir inibição microbiana quando usado puro ou nas diversas diluições e que os melhores resultados foram alcançados pelo Sorriso Total e Malvatricin. (Apoio financeiro: CAPES/FAPERJ.)

  A299 

Efeito antimicrobiano de quatro cimentos usados em Endodontia.

M. M. D. BATISTA*, S. P. TEIXEIRA, R. A. S. FIDEL, R. HIRATA JR.

Departamento Proclin FO e Disciplina de Microbiologia, FCM UERJ. Tel.: (0**21) 587-6380.

A atividade antimicrobiana de cimentos utilizados para a obturação do sistema de canais radiculares é de extrema importância visto a presença potencial de microrganismos que poderiam permanecer neste sítio após o preparo biomecânico. O presente estudo teve por objetivo, avaliar, através de duas metodologias (teste de difusão em ágar e teste de contato direto modificado), a atividade antimicrobiana, de quatro cimentos utilizados para a obturação dos canais radiculares: AH26, Pulp Canal Sealer EWT, Vidrion Endo e Sealapex. Foram utilizadas cepas bacterianas provenientes da ATCC: Enterococcus faecalis, Staphylococcus aureus e Bacillus sthearothermophilus, Fusobacterium nucleatum, Prevotella nigrescens, Prevotella intermedia e Porphyromonas gingivalis. Após o cultivo em aerobiose em meio ágar Mueller-Hinton e dos anaeróbios em ágar-sangue suplementado com hemina e menadiona, os microrganismos foram removidos, lavados três vezes e diluído de modo a obter-se 109 UFC/ml. Para o teste de contato, 10 mg de cada cimento foram adicionados em orifícios de placas de cultura de células de 96 poços. Após a reação de endurecimento, as placas receberam ou não soro fetal bovino imediatamente ou durante sete dias. Cada orifício recebeu em torno de 70 UFC, deixados em contato por 10 minutos, preenchidos com meio apropriado e incubado a 37ºC. Para o teste de difusão em ágar, os microrganismos foram semeados na superfície de placas e após a perfuração de poços que foram preenchidos com cada cimento, foram incubadas nas mesmas condições descritas anteriormente.

Concluiu-se que o AH26 apresentou os melhores resultados através dos dois métodos. O soro, em geral, não interferiu com a atividade antimicrobiana. O teste de contato direto proporcionou maior controle da contaminação e reprodutibilidade.

  A300  

Estreptococos do grupo mutans: suscetibilidade a seis antimicrobianos.

F. C. PIMENTA*1, J. M. MARIN2, M. UZEDA3, I. Y. ITO2.

1UFG; 2USP; 3UFRJ. Tel.: (0**16) 636-4427.

A multirresistência é um problema global uma vez que qualquer bactéria pode desenvolver estes mecanismos. Assim, o isolamento de microrganismos multirresistentes tem sido relatados em cepas isoladas na comunidade e, principalmente associadas a infecção hospitalar. Portanto, determinou-se a suscetibilidade de 86 cepas de estreptococos do grupo mutans (SGM) isoladas da saliva dos membros de 6 famílias. Os SGM foram isolados em ágar SB20 e identificados empregando provas bioquímicas. Determinou-se a concentração inibitória mínima (CIM) frente a amoxicilina, tetraciclina e eritromicina e a diluição inibitória máxima (DIM) para o Cepacol, clorexidina e Plax. Das 86 cepas de SGM testadas, 84 (97,6%) e 43 (50,0%) apresentaram uma DIM para o Plax e Cepacol, respectivamente, de 1:80. A clorexidina apresentou uma elevada atividade contra os SGM, sendo que 70 (81,4%) cepas apresentaram uma DIM maior ou igual a 1:320. Com relação à amoxicilina, a faixa de inibição foi de 0,0366 a 0,5859 mg/ml, sendo todas as cepas sensíveis, uma vez que a concentração sérica pela ingestão de 250 mg é de 4,7 mg/ml. A maior CIM da eritromicina foi de 0,7812 mg/ml, sendo todas as cepas sensíveis pois a concentração sérica é de 0,3-1,0 mg/ml pela ingestão via oral de 250 mg. Entretanto 17,5% dos SGM apresentaram resistência a tetraciclina que tem um nível sérico de 1,5-2,2 mg/ml quando da ingestão de 250 mg.

Assim, a detecção de cepas de SGM (17,5%) resistentes a tetraciclina é um fato preocupante. Contudo, apesar da efetividade dos antimicrobianos testados, estes devem ser utilizados de forma racional como adjuvantes no controle da saúde bucal para evitar o desequilíbrio da microbiota autóctone do indivíduo bem como seleção de microrganismos multirresistentes.

  A301 

Análise numérica de Candida albicans isolada da cavidade oral de crianças de cinco classes socioeconômicas.

M. F. G. BORIOLLO*, E. A. R. ROSA, R. T. ROSA, J. A. O. RODRIGUES, C. V. PEREIRA,
W. L. C. BERNARDO, J. F. HÖFLING.

Laboratório de Microbiologia, Faculdade de Odontologia de Piracicaba.
E-mail: hofling@fop.unicamp.br

O objetivo da presente pesquisa foi analisar os graus de similaridade fenética entre setenta e cinco amostras de Candida albicans isoladas da cavidade oral de crianças saudáveis, com idades variando entre seis e nove anos, provenientes de cinco classes socioeconômicas do município de Piracicaba, São Paulo. As amostras foram incubadas em meio de cultura YPD, centrifugadas e lavadas. Os sedimentos obtidos foram submetidos ao processo de extração de proteínas intracelulares. As soluções protéicas padronizadas (800 mg/500 ml) foram submetidos à técnica de SDS-PAGE. As bandas de proteínas, indicativas do perfil eletroforético de cada amostra, receberam valores 1 (um) para a presença de bandas e 0 (zero) para a ausência das mesmas, numa comparação entre os “lanes”. O conjunto desses dados permitiu a confecção de uma matriz de dados binários com intervalo de confiança de ± 1,245, a qual foi plotada no pacote estatístico NTSYS-pc 1.70 aplicando o coeficiente de similaridade de Dice. A matriz de similaridade tratada pelo algoritmo UPGMA gerou o dendrograma, o qual possibilitou a análise dos graus de similaridade fenética existentes entre os isolados de Candida albicans. Os resultados obtidos mostraram a formação de vários grupos, presentes no dendrograma UPGMA, com características heterogêneas, ou seja, contendo as amostras de crianças provenientes de diferentes classes socioeconômicas.

A heterogeneidade dos grupos formados nos dendrogramas sugere a existência de polimorfismo nessa espécie. As associações entre os isolados de Candida albicans, presentes no dendrograma de similaridade UPGMA, mostraram-se independentes do fator socioeconômico.

  A302 

Sensibilidade in vitro de Enterobacteriaceae e Pseudomonadaceae isoladas da cavidade bucal humana a doze agentes antimicrobianos.

S. S. F. SANTOS*, A. O. C. JORGE.

Departamento de Odontologiada da Universidade de Taubaté – UNITAU. Tel.: (0**12) 225-4150. Departamento de Biopatologia Bucal, Faculdade de Odontologia, Campus de São José dos ­Campos – UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

As bactérias das famílias Enterobacteriaceae e Pseudomonadaceae isoladas da cavidade bucal humana estão sendo consideradas por alguns pesquisadores como agravantes de alguns tipos de doença periodontal, principalmente a periodontite refratária. Importante também destacar que a presença destas bactérias na cavidade bucal pode vir a agravar o quadro clínico de indivíduos debilitados. No presente trabalho estudou-se a sensibilidade in vitro destes microrganismos isolados da cavidade bucal de 51 pacientes, através do método de difusão em placa, a doze antimicrobianos entre eles alguns dos mais utilizados em Odontologia e na área de Periodontia.

Os resultados demonstram uma taxa de resistência elevada destes microrganismos a maioria dos antimicrobianos testados, principalmente penicilina e eritromicina sendo que a espécie Pseudomonas aeruginosa foi sensível somente à ciprofloxacina.

 

  A303 

Ação antimicrobiana de soluções de TiF4 sobre bactérias anaeróbias.

A. G. L. RAMOS-VALENTE*, P. B. DUTRA, F. MAGALHÃES, C. H. PEREIRA da SILVA, L. PRIMO, K. C. LIMA, M. UZEDA.

Odontopediatria/Química/Microbiologia – UFRJ. Tel.:(0**21) 562-2101.

Recentemente foi proposto que o uso de solução de tetrafluoreto de titânio (TiF4) a 4% (pH 1) sobre o “smear layer” endodôntico de canais radiculares tornaria esta estrutura mais estável, promovendo o selamento definitivo dos túbulos dentinários e prevenindo a reinfecção da dentina radicular. Sendo assim, este trabalho se propôs a avaliar, in vitro, a capacidade antimicrobiana deste composto sobre a microbiota mais prevalente em polpas necróticas de dentes decíduos. Foram utilizadas 4 soluções: TiF4 a 4% pH 1, TiF4 a 1% pH 4, TiF4 a 4% pH 4, TiF4 a 1% pH 1, sobre amostras-padrão de bactérias anaeróbias das espécies Fusobacterium nucleatum ATCC 25586, Propionibacterium acnes ATCC 11827, Peptoestreptococcus micros ATCC 33270 e Actinomyces viscosus ATCC 43146. As amostras foram reativadas em BHI-PRAS por 48 h e o inóculo preparado, correspondendo ao padrão 0.5 da escala de McFarland. Em seguida, as amostras foram semeadas em triplicata em Brucela ágar suplementado e pré-incubadas por 2 h. Discos de papel de filtro de 6 mm foram embebidos com 20 ml das respectivas soluções e do controle (água deionizada estéril) e dispostos sobre a superfície do ágar. Fez-se então a incubação em anaerobiose por 72 h e a leitura dos halos de inibição produzidos (em mm). Os dados foram analisados mediante ANOVA e teste de Tukey (p < 0,05).

Pode-se observar que todas as soluções testadas tiveram efeito antimicrobiano sobre as bactérias estudadas (p < 0,05), sendo que a solução de TiF4 a 4% (pH 1), preconizada na literatura, diferiu significativamente das demais, sendo a mais efetiva em eliminar, in vitro, as principais bactérias relacionadas com polpas necróticas de dentes decíduos.

  A304 

Presença de enterobatérias em escovas dentais – um estudo piloto.

A. F. CELESTINO JÚNIOR*, R. F. F. BARROSO, E. L. SOARES.

Pós-Graduação em Odontologia Social/UFF – RJ; Universidade Federal do Pará.

O presente estudo piloto teve por objetivo a análise microbiológica de enterobactérias presentes em escovas dentais. Foram reproduzidas situações usuais de armazenamento, tais como: grupo A: armazenamento aberto (expostas no ambiente do banheiro); grupo B: fechado (em embalagens plásticas indivi­duais). Após a utilização das escovas durante 30 dias por estudantes da Universidade Federal do Pará, foram realizadas as análises microbiológicas qualitativas (bioquímica e sorológica) e quantitativa. Observou-se que o grupo A, com 13 amostras, apresentou onze (amostras) com contagem bacteriana superior a 1.000.000 UFCs, sendo encontrados os seguintes microorganismos: E. coli e Klebisiella sp. As outras duas amostras deste grupo apresentaram 50.000 UFCs e 100.000 UFCs respectivamente, porém somente com bactérias do gênero Klebisiella. No grupo B, também com 13 amostras, foram identificadas apenas as espécies E. coli e Enterobacter sp e em todas as amostras a contagem revelou um número de 100.000 UFCs.

Assim, pode-se concluir que o grupo das amostras com armazenamento fechado (grupo B) apresentou-se como a melhor forma de armazenamento de escovas dentais, embora não absolutamente livre da contaminação ambiental por enterobactérias.

 

  A305 

Orientação domiciliar de saúde bucal e risco de cárie.

A. O. C. JORGE*, M. A. REGO, V. FANTINATO.

Faculdade de Odontologia UNITAU. Tel.: (0**12) 225-4150; e UNESP. Tel.: (0**12) 321-8166.

O objetivo do presente trabalho foi determinar o risco de cárie em crianças de 10 a 15 anos de idade, que apresentavam diferentes graus de orientação sobre saúde bucal e diferentes situações frente à doença cárie. Participaram do estudo 30 crianças as quais foram divididas em 3 grupos de 10. Dois grupos eram de crianças institucionalizadas, estando um grupo em tratamento odontológico oferecido por alunos de Odontologia, apresentando ainda uma ou mais lesões de cárie, enquanto o outro grupo já havia finalizado tratamento odontológico curativo. O terceiro grupo, era constituído de filhos de cirurgiões-dentistas, professores de faculdade de Odontologia. Anamnese, análise de dieta, exame clínico (incluindo índices CPOD, de higiene bucal e gengival), análise microbiológica (teste de Snyder, contagem de lactobacilos e de estreptococos do grupo mutans) e testes salivares (fluxo e capacidade tampão) foram realizados em todas as crianças. Os dados foram analisados estatisticamente através do teste t de Student (p £ 0,05) e os resultados não demonstraram diferença significativa entre os grupos, quando foram considerados todos os escores atribuídos.

As crianças com orientação sobre higiene bucal (filhos de cirurgiões-dentistas) apresentaram diferença significativa para CPOD, índice gengival, índice de higiene bucal, número de dentes com selantes, tempo de escovação e consumo de sacarose entre as refeições em relação aos outros dois grupos.

 

  A306 

Análise dos anticorpos reativos com coração em camundongos Balb/c imunizados com Streptococcus mutans.

M. V. P. LEÃO*, A. A. H. BRANDÃO, E. MORAES, C. S. UNTERKIRCHER.

Departamento de Biopatologia e Diagnóstico, Disciplina de Imunologia, Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP.

Neste trabalho procuramos verificar se a imunização com antígenos de Streptococcus mutans poderia aumentar a reatividade para antígenos cardíacos e causar lesões no miocárdio. Para isso, 14 camundongos Balb/c foram hiperimunizados com S. mutans, inativado pelo formaldeído, e seus soros analisados por ELISA. Os níveis de anticorpos da classe IgG anticoração e antimiosina elevaram-se significativamente nos animais imunizados quando comparados com os controles, especialmente no grupo A, imunizado e reestimulado com com antígenos solúveis de S. mutans. Neste grupo, os resultados do Western-blotting mostraram reatividade com miosina cardíaca e uma banda de 35 kDa. A análise histológica dos corações dos animais do grupo B, imunizado e reestimulado com antígenos de superfície do microrganismo, demonstrou a presença de degeneração celular, tipo hidrópica e hialina, e focos inflamatórios constituídos de linfócitos e macrófagos no miocárdio e pericárdio.

Os resultados deste trabalho reforçam a hipótese da existência de mimetismo antigênico entre tecido cardíaco e S. mutans e chamam a atenção para o risco de desenvolvimento de auto-imunidade induzida por vacina anticárie com componentes estreptocócicos.

 

  A307 

Resistência à tração e adaptação marginal de próteses sobre implantes.

A. E. AKASHI*, C. E. FRANCISCHONE.

Universidade do Sagrado Coração – USC, Bauru – SP.

Esta pesquisa avaliou o desajuste marginal e a resistência à tração de elementos protéticos cimentados sobre pilares de conexão em próteses sobre implantes, verificando a influência de quatro diferentes tipos de agentes cimentantes provisórios. Foram quatro os grupos de estudo desta pesquisa: Grupo 1 (G-1) - Tempbond (Kerr), Grupo 2 (G-2) - Tempbond NE (Kerr), Grupo 3 (G-3) - Improv (Sterioss) e Grupo 4 (G-4) - Dycal (Dentsply /Caulk). Para obtenção dos corpos-de-prova foram utilizados cilindros de ouro (DCB160, Nobel Biocare) adaptados ao pilar de conexão CeraOne (25487, Nobel Biocare). As linhas de cimento, referentes a cada agente cimentante, foram medidas através do Microscópio Comparador de Medição (Mitutoyo, modelo 176/103, Japão). As medições foram realizadas antes e após a cimentação, para que se fosse estabelecido o grau de ajuste passivo do cilindro de ouro ao pilar de conexão. As medidas obtidas antes da cimentação foram usadas como grupo controle (G-0). Após a cimentação de cada grupo, os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de tração através da Máquina de Testes Universal (Dinamômetros Kratos Ltda., SP). Os resultados para o teste de adaptação, analisando-se as linhas de cimento foram: G-0 = 11,7 µm, G-1 = 35,7 µm, G-2 = 41,7 µm, G-3 = 32,6 mm e G-4 = 38,2 mm. Os testes de resistência à tração resultaram em: G-1 = 5,6 kgf, G-2 = 5,21 kgf, G-3 = 6,30 kgf e G-4 = 7,33 kgf. A análise de variância, usando o teste de Tukey (p < 0,05), mostrou diferença significante no teste de resistência à tração entre G-2 e G-4.

Concluiu-se que, os quatro cimentos provisórios utilizados proporcionam adaptação marginal semelhante e, quando relacionados à tração, G-4 apresenta maior resistência à tração que G-2.

  A308 

Avaliação das interfaces: intermediário/prótese sobrefundidas em diferentes ligas metálicas.

I. A. M. SARTORI*, C. E. FRANCISCHONE.

Departamento de Materiais Dentários e Prótese – Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP. Tel./Fax: (0**14) 234-9065. E-mail: sartori@travelnet.com.br

A adaptação das próteses sobre implantes tem sido objeto de muitos estudos devido ao grau de importância na longevidade dos trabalhos. A interface que se estabelece entre a prótese e os intermediários é um diferencial na transmissão das cargas e na manutenção dos componentes. Com o propósito de avaliar a interface que se estabelece quando os cilindros de ouro são posicionados nos intermediários do tipo estético e o efeito que as fundições, em diferentes ligas, exercem sobre essas interfaces, realizou-se o presente trabalho. Obteve-se 15 cilindros de ouro das empresas: Conexão, Nobelbiocare e 3I e os mesmos foram submetidos a uma análise em microscópio comparador (Mitutoyo Mfg. Co. Ltd. – Japan) sob aumento de 30 vezes com o objetivo de quantificar a qualidade da interface resultante do processo de fabricação. As medidas variaram de 5,7 a 10,49 mm. Os cilindros foram divididos em três grupos, segundo as ligas com as quais eles seriam sobrefundidos: ouro, prata/paládio e níquel/cromo. Os padrões foram obtidos por enceramento, incluídos e fundidos segundo as especificações das ligas. Foram fundidos 5 cilindros de cada empresa para cada liga, totalizando 45 corpos-de-prova. Novas leituras foram realizadas. As medidas obtidas variaram de 5,8 ± 1,94 a 11,96 ± 3,13 mm nas peças fundidas com liga de ouro; 13,64 ± 0,94 a 18,30 ± 3,46 mm no grupo prata/paládio e de 13,64 ± 1,53 a 20,78 ± 4,31 mm no grupo em níquel/cromo. Os dados foram submetidos à análise de variância sob critérios (material e liga) e o pós-teste utilizado para as comparações individuais foi o teste de Tukey.

Com base nos dados, concluiu-se que: existem diferenças na adaptação das próteses em função da marca comercial e das ligas metálicas usadas para as sobrefundições. (Apoio financeiro: Programa PICD USC - CAPES.)

  A309 

Efeito do alcoolismo crônico no reparo alveolar de ratos.

K. F. BOMBONATO*, L. G. BRENTEGANI, T. L. LAMANO-CARVALHO.

Departamento de Morfologia, Estomatologia e Fisiologia – FORP-USP. Tel.: (0**16) 602-4013. E-mail: lgb@forp.usp.br

O alcoolismo é um dos problemas de saúde mais significantes e persistentes no mundo. Há evidências indicando que o uso crônico da bebida alcoólica pode afetar a cicatrização óssea, principalmente inibindo a ação dos osteoblastos, com formação de trabéculas ósseas imaturas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da ingestão crônica de álcool no reparo alveolar após a extração dentária em ratos. Dez ratos machos Wistar receberam doses diárias de etanol em concentrações crescentes durante 30 dias até a extração dental, e 10 ratos controles doses diárias de água no mesmo período. Os animais foram sacrificados 15 dias após a extração dos incisivos superiores. O material foi descalcificado e processado para inclusão em parafina. Foram realizadas secções longitudinais semi-seriadas de 7 mm de espessura coradas com HE. Utilizou-se para contagem uma grade de 100 pontos, colocada na ocular de um microscópio óptico. A estimativa do volume percentual de tecido ósseo e tecido conjuntivo nos terços apical, médio e cervical foi feita por contagem diferencial de pontos. O teste estatístico utilizado para este trabalho foi o de Mann-Whitney. Os resultados mostraram que o volume de tecido ósseo foi menor nos animais alcoolizados, com persistência de tecido conjuntivo em comparação aos animais controles.

Como conclusão, sugere-se que a ingestão crônica de bebida alcoólica leva à um atraso no reparo alveolar após a extração dental. (Apoio: CNPq - 144765/1998-5.)

 

  A310 

Enxertos ósseos em blocos doados da região posterior da mandíbula.

M. C. MANSO*, T. WASSAL.

Pós-Graduação da UNICASTELO. Tel./Fax: 205-6785. E-mail: marcoman@easynet.com.br

Esse trabalho tem por objetivo avaliar o desempenho de enxertos ósseos autógenos transplantados em blocos da região póstero-lateral da mandíbula (retro/paramolar) para tratamento de reabsorções avançadas na maxila, analisando seu potencial de integração a área receptora (sucesso da terapia), seu percentual de reabsorção durante o período de integração e a ocorrência de fenômenos disestésicos no pós-operatório. Doze pacientes foram submetidos ao transplante de bloco ósseo doado das regiões retro e paramolar da mandíbula para correção de atrofia na maxila de acordo com o protocolo estabelecido na pesquisa. Todos os pacientes deram seus consentimentos livres e esclarecidos. Medidas das espessuras em dois pontos específicos (apical e cristal) foram realizadas imediatamente após a fixação rígida, tomando-se por base, uma relação constante de distância do microparafuso de titânio que fixou o bloco. Os dados foram registrados em formulários específicos e após 6 meses, os sítios foram reabertos para instalação de fixações, e tomadas as medidas com os mesmos parâmetros iniciais. Houve integração de todos os enxertos. Não houve intercorrências pós-operatórias de ordem local e sistêmica. Três dos enxertos apresentaram grau de reabsorção inferior a 10% apenas nos pontos da crista óssea, os demais mostraram-se inalterados.

Os resultados encontrados, nos parâmetros da pesquisa, nos permitem considerar a região posterior de mandíbula como uma área segura e de grande eficiência para doação de enxertos ósseos em blocos para transplantes intra-orais.

  A311 

Helicobacter pylori na cavidade oral de indivíduos com dispepsia gástrica e doença periodontal.

D. G. SILVA*1,2,3, R. M. ALBANO1, R. H. STEVENS4, R. G. FISCHER1, E. M. B. TINOCO1,3.

1FO-UERJ; 2FO-UNIG; 3FO-UNIGRANRIO; 4TEMPLE UNIV.

O objetivo deste estudo é avaliar a prevalência de Helicobacter pylori na cavidade oral de indivíduos dispépticos sintomáticos e com doença periodontal. 150 amostras de placa supra e subgengival, foram coletadas de 93 pacientes, com idade acima de 30 anos, sendo 68 homens e 25 mulheres, com ou sem doença periodontal e com ou sem dispepsia gástrica. A análise das amostras para a presença de Helicobacter pylori foi realizada utilizando a técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR) com um par de primers sintéticos, baseados no gene da urease-A (HPU1:5’- GCC-ATT-GGT-AAA-TTA-GTT-3’ e HPU2:5’- CTC-CTT-AAT-TGT-TTT-TAC-3’). A visualização foi feita após eletroforese em géis de agarose à 1%, impregnados com brometo de etídio, por transiluminação com luz ultravioleta. A presença do Helicobacter pylori foi detectada na placa supragengival de 9 (25%) pacientes com dispepsia e doença periodontal, 1 (0,3%) paciente com dispepsia e sem doença periodontal, 3 (8,3%) pacientes sem dispepsia com doença periodontal. Não houve detecção de Helicobacter pylori na placa subgengival de nenhum dos indivíduos.

Os resultados deste estudo sugerem que indivíduos com doença periodontal apresentam uma prevalência maior (25%) de H. pylori na cavidade oral do que indivíduos periodontalmente saudáveis (0,3%) (Fisher’s exact test, p < 0,05).

 

  A312 

Neuropeptídeos na periodontite induzida por ligadura em ratos.

H. G. C. TEIXEIRA*1, R. G. FISCHER2, A. W. SALLUM3.

1UNICAMP e UF Juiz de Fora; 2 UERJ; 3UNICAMP. E-mail: fischer@uerj.br

O objetivo deste estudo foi avaliar imuno-histoquimicamente a presença e mudanças nas concentrações dos neuropeptídeos relacionado com gene da calcitonina (CGRP), polipeptídeo intestinal vasoativo (VIP) e substância P (SP) em tecido ósseo saudável e em tecido ósseo da periodontite induzida por ligaduras em ratos. 21 ratos (Rattus norvegicus, Albinus, Wistar) machos, adultos, com peso variando de 200 a 300 gramas e com aproximadamente 100 dias de vida, foram selecionados. A doença periodontal foi induzida através de ligaduras de seda, colocadas ao redor do 1º molar inferior esquerdo. As ligaduras foram mantidas durante 14 e 28 dias. O lado direito, sem ligadura, serviu como lado controle. Sete animais foram sacrificados nos dias zero, 14 e 28. As biópsias foram preparadas pela técnica da imuno-histoquímica e analisadas em microscópio óptico com aumento de 200 X e 400 X. Os resultados indicaram a presença do neuropeptídeo CGRP e VIP em osteócitos e osteoblastos do tecido ósseo sau­dável e de tecido ósseo da periodontite induzida por ligadura, ao redor de vasos sangüíneos e nervos. Aos 14 dias não foi possível observar diferenças estatisticamente significantes entre as áreas controles e experimentais. Aos 28 dias, os neuropeptídeos CGRP e VIP foram detectados em osteócitos e osteoblastos em quantidade significantemente menor nas áreas experimentais quando comparado as áreas controles. O neuropeptídeo SP não foi demonstrado, tanto nas áreas experimentais como nas áreas controles.

Estudos adicionais são necessários para mapear esses neuropeptídeos nos demais tecidos do periodonto para verificar as alterações quantitativas nesses e outros neuropeptídeos, e esclarecer os seus possíveis papéis no processo patogênico da doença periodontal.

  A313 

Recolonização de sítios submetidos à raspagem e aplainamento radicular em presença de sítios não-raspados.

V. CAMPANELLI*, B. E. C. TOLEDO, S. L. S. SALVADOR.

Faculdade de Odontologia de Barretos. Tel.: (0**17) 322-6411, fax: 322-6205.

A recolonização microbiana de sítios periodontais submetidos à raspagem e aplainamento radicular (RAR), em presença de sítios não-raspados, foi verificada através da contagem de unidades formadoras de colônia (UFC) e identificação de espécies periodontopatogênicas. Foram utilizados 20 pacientes de ambos os sexos, em boas condições de saúde geral e portadores de periodontite do adulto, verificada clínica e radiograficamente. Os pacientes foram divididos em 2 grupos, sendo que no Grupo I (controle), foi realizada RAR total, enquanto que no Grupo II (experimental) ela foi parcial, permanecendo, em período de tempo semelhante, 2 sextantes sem RAR. Amostras da placa subgengival foram coletadas de 2 sítios no primeiro sextante a ser raspado, e 7 dias após o término da raspagem total no GI, ou parcial no GII, nos mesmos sítios. As 80 amostras, 40 para cada grupo foram encaminhadas a laboratório especializado para cultura e identificação de microrganismos.

Os resultados foram analisados através da estatística de t Student (UFC) e Qui-quadrado (X2) (tipos de microrganismos), e os resultados mostraram que: não houve significância entre as diferenças médias percentuais de redução de microrganismos entre os 2 grupos, ou entre os tipos de microrganismos detectados nos dois tipos de tratamento. (FAPESP, Processo 98/09056-7.)

 

  A314 

Patogênese da periodontite do adulto em pacientes HIV positivos.

B. J. VIEIRA*, R. R. P. MACHADO, F. F. CALDONCCELLI, A. R. de SOUZA, F. M. AARESTRUP.

Departamento de Patologia UFF; Laboratório de Imunologia ICB/UFJF (MG).

A prevalência da periodontite em indivíduos HIV+ é maior do que a observada em HIV-. No presente estudo, nós investigamos a extensão da reação inflamatória e quantificamos o tipo de linfócitos T no sítio de desenvolvimento da lesão periodontal usando o método imuno-histoquímico do complexo avidina-biotina peroxidase em pacientes HIV- (Grupo A, n = 12) e HIV+ (Grupo B, n = 12). Todos os procedimentos foram desenvolvidos de acordo com o código de Ética do Ministério da Saúde e com o consentimento por escrito dos pacientes, e, as amostras gengivais (papila gengival) foram obtidas durante procedimentos cirúrgico-periodontais de rotina. As amostras gengivais foram processadas para estudo histopatológico, coradas pela hematoxilina-eosina e submetidas à análise morfométrica utilizando o software Scion Image. Adicionalmente, a contagem de células CD3+, CD8+, CD4+ no sangue periférico dos pacientes HIV+ foi realizada pela técnica de citometria de fluxo. Não foram observadas diferenças significativas quanto à extensão de área de tecido inflamado (p < 0,05, teste t de Student) quando comparados os indivíduos HIV+ com os HIV-, porém, o infiltrado inflamatório nos pacientes do grupo B se apresentou difuso por todo o tecido conjuntivo da amostra, enquanto que no grupo controle a localização do infiltrado era predominantemente multifocal e subjacente ao epitélio do sulco gengival. Também detectamos que, nos pacientes HIV+, a diminuição do número de células CD4+ no sangue periférico encontra-se associada ao baixo número de células CD4+ no local da lesão inflamatória.

Finalmente, nossos dados sugerem que a patogênese da periodontite do adulto está relacionada com o influxo de células CD8+ para o periodonto em ambos os grupos de pacientes. (Apoio financeiro: CNPq e CAPES.)

  A315 

Avaliação de um método de indução de doença periodontal.

C. R. GADÊ-NETO*, B. P. F. A. GOMES, R. R. RODRIGUES, F. B. TEIXEIRA, F. J. SOUZA-FILHO.

Endodontia. Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

O modelo animal há muito tem sido utilizado em trabalhos experimentais da área de Periodontia com o fim de melhor entender a etiologia, patogenia e microbiologia da doença periodontal. Os cães são geralmente usados pela sua fácil manipulação, avaliação e adequado tamanho para pesquisas clínicas. As ligaduras feitas de fio de algodão e elástico ortodôntico são os métodos mais freqüentemente utilizados para criação da doença periodontal em animal. Com menor freqüência têm sido utilizados bandas ortodônticas e fios de aço. O principal objetivo deste trabalho foi avaliar um método de indução de doença periodontal em cães com o uso combinado de fios de aço nº 0,010 e fios de algodão nº 10. Foram utilizadas 3 cadelas com aproximadamente 18 meses de idade e 12 quilos de peso. Utilizou-se as amostras dentais P2 e P4 da arcada superior e I3, P2 e P4 da arcada inferior. Cada cão contribuiu com 10 dentes, num total de 30. Na fase inicial deste estudo os dentes foram submetidos à profilaxia com ultra-som, moldados e radiografados com posicionador de filme. Foi feito retalho expondo o colo anatômico dos dentes envolvidos. Fio de aço e posteriormente fio de algodão foram então adaptados nesta região. Em seguida o retalho foi reposicionado e suturado. Os cães foram submetidos a uma dieta pastosa para facilitar o acúmulo de placa. As ligaduras foram deixadas por 125 dias. Avaliação clínica e radiográfica foram realizadas nos 30º e 125º dias. Observou-se inflamação gengival com hiperemia, edema e sangramento, bem como recessão gengival e mobilidade dental, com mais severidade no elemento P2. As profundidades de sondagem mais observadas foram 3,0; 4,0; 5,0 e 7,0 mm. As evidências radiográficas de perda óssea mais observadas foram de 3,0, 4,0 e 8,0 mm. Na cadela nº 2, um dente foi espontaneamente esfoliado devido à doença periodontal provocada.

De acordo com os resultados obtidos foi possível concluir que defeitos periodontais podem ser produzidos em 30 dias utilizando-se a técnica proposta. (FAPESP 96/05584-3 & CAPES.)

 

  A316 

Diagnóstico periodontal através de exames microbiológico e enzimático. Estudo em humanos.

E. BARBOSA e SILVA*, J. C. FOGO, S. L. SALVADOR, R. A. C. MARCANTONIO.

Departamento de Diag. e Cir., FOAr – UNESP. Tel.: (0**16) 232-1233.
E-mail: cperuchi@keynet.com.br

Aspartato aminotransferase é uma enzima citoplasmática solúvel, sendo detectada no fluido crevicular gengival durante processos de destruição tecidual associados à doença periodontal. O objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre a enzima aspartato aminotransferase medida pelo teste PocketWatch® com o parâmetro microbiológico referente aos resultados da hidrólise do teste BANA (Perioscan®) em sítios com doença periodontal. Foram avaliados 147 sítios de pacientes sistemicamente saudáveis, que não tinham recebido antibioticoterapia ou qualquer tipo de intervenção odontológica nos últimos 6 meses e com profundidade à sondagem ³ 5 mm (aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Odontologia de Araraquara). Em todos os sítios foram realizados os testes PocketWatch® e Perioscan® e os dados obtidos foram analisados estatisticamente através dos testes Qui-quadrado de Pearson e exato de Fisher (p < 0,05). Os resultados indicaram que não houve correlação estatística entre os níveis da enzima aspartato aminotransferase com a presença das bactérias periodontopatogênicas (P. gingivalis, B. forsythus e T. denticola) detectadas pela hidrólise BANA (teste Qui-quadrado p = 0,778 e teste exato de Fisher p = 0,536).

Desta forma, concluímos que a presença da enzima aspartato aminotransferase na bolsa periodontal não é indicativo da presença dos microrganismos P. gingivalis, B. forsythus e T. denticola, sendo o contrário também verdadeiro. (Apoio financeiro: CAPES.)

 

  A317 

Atividade intracelular elevada de elastase em neutrófilos de pacientes com periodontite.

C. M. FIGUEREDO*1,2, A. GUSTAFSSON2, R. G. FISCHER1, B. ASMAN2, K. BERGSTROM2.

1FO/UERJ; 2Instituto Karolinska, Suécia.

Esse estudo investigou se neutrófilos periféricos de pacientes com periodontite do adulto continham mais elastase ativa do que neutrófilos de indivíduos com periodonto saudável. A quantidade de interleuquina-1-beta (IL-1b) também foi analisada e correlacionada com a atividade de elastase. O grupo da periodontite continha 15 indivíduos com destruição periodontal comprovada por exame clínico e radiográfico. O grupo controle consistiu de 15 indivíduos que não apresentavam sinais de destruição periodontal. A atividade de elastase e a quantificação da IL-1b foram medidas por citometria de fluido usando um substrato específico e anticorpos, respectivamente. A concentração plasmática de elastase antigênica em células periféricas foi medida através de ELISA. A atividade de elastase por neutrófilo foi significantemente maior em pacientes, enquanto que o total de elastase antigênica não diferiu entre os grupos. A porcentagem de células marcadas positivamente para IL-1b foi maior no grupo da periodontite. Um quantidade significantemente maior de IL-1b por amostra, calculada através da multiplicação da porcentagem de células marcadas pelo total de marcação por célula, foi observada no grupo da periodontite. Uma correlação fraca mais significante entre IL-1b e atividade de elastase foi observada no grupo da periodontite (p = 0,002), mas não no grupo controle. As concentrações de IL-1b no plasma foram similares nos dois grupos.

Concluindo, neutrófilos periféricos de pacientes com periodontite mostraram uma maior atividade de elastase e quantidade de IL-1b, possivelmente por apresentar diferenças constitucionais ou porque essas células sofrem algum tipo de pré-ativação, conhecida como “priming”.

  A318 

Quimiotaxia de neutrófilos e progressão da doença periodontal em pacientes com Síndrome de Down.

L. C. FIGUEIREDO*, S. L. SALVADOR, L. C. PARDINI, R. A. C. MARCANTONIO.

FOAr – UNESP; FCFRP – USP. Tel.: (0**16) 602-4160.

Estudos têm demonstrado a rápida progressão da doença periodontal em portadores de Síndrome de Down. Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a quimiotaxia de neutrófilos (QN) e a progressão da doença periodontal em um período de 3 anos, em indivíduos com Síndrome de Down, que não receberam tratamento periodontal. Foram selecionados 17 pacientes com Síndrome de Down – SD (27,3 ± 7,7 anos) e 17 com retardo no desenvolvimento neuropsicomotor – RDNPM (21,8 ± 5,4 anos), constituindo-se o grupo controle. Os parâmetros clínicos (sangramento à sondagem – SS e profundidade à sondagem – PS) e as amostras de placa bacteriana subgengival para o teste microbiológico BANA Test® foram obtidas de seis dentes referência. A perda óssea foi determinada por meio de radiografias panorâmicas. A quimiotaxia de neutrófilos foi avaliada pelo método de Boyden modificado. Não foram observadas diferenças nos parâmetros clínicos (SS e PS) após 3 anos (teste Kruskal-Wallis – p > 0,05). O número de sítios BANA+ por paciente (ANOVA two-way) e a perda óssea (teste Kruskal-Wallis) foram significativamente maiores nos dois grupos (p < 0,01). Entretanto, o número de dentes afetados por perda óssea maior que 3 mm em indivíduos com SD passou de 19,4% para 54,8% e com RDNPM passou de 7,7% para 20,0% (Qui-quadrado – p < 0,05). Em relação a QN, foram observadas diferenças significativas (p < 0,01 – teste T2 de Hotelling) na migração estimulada (SD = 69,2 ± 9,2 UM e RDNPM = 85,4 ± 12,1 UM), mas não na migração espontânea.

Os resultados indicam a progressão da doença periodontal nos dois grupos (SD e RDNPM), entretanto nos pacientes com SD o número de sítios com perda óssea (> 3 mm) foi maior enquanto que a migração estimulada de neutrófilos mostrou-se reduzida. (FAPESP – 98/02809-0.)

  A319 

Prevalência e severidade da periodontite em uma população gaúcha adulta.

R. V. OPPERMANN, C. M. DA SILVA, D. G. BASSANI*.

P. P. G. Odontologia, ULBRA – RS. E-mail: bassanidr@hotmail.com

O presente estudo tem por objetivo descrever a prevalência e severidade da periodontite em uma população do RS. Dos 548 indivíduos com mais de 18 anos selecionados aleatoriamente 98 eram desdentados totais e 49 tinham menos de 6 dentes. Nos 401 indivíduos restantes (mínimo de 6 dentes naturais) os dados foram coletados por um examinador treinado e calibrado (kappa para profundidade de sondagem (PS) 0,71 e perda de inserção (PI) 0,68) - PS e PI em milímetros (mm), em 6 sítios de todos os dentes presentes. A doença periodontal foi classificada em ausente (A), leve (L) (3 sítios com 3 mm de PI), moderada (M) (3 sítios com 4 -5 mm de PI) ou severa (S) (3 sítios com 6 mm ou mais de PI). Destes (171 homens e 230 mulheres), 28,9% não apresentaram periodontite, 34,4% apresentaram grau L, 30,4% M e 6,2% S. Homens tiveram duas vezes mais doença (8,8%) em grau S do que mulheres (4,3%), porém apresentaram percentuais semelhantes de indivíduos saudáveis respectivamente (26,3% e 30,9%). Na faixa etária de 18 a 39 anos (A18) 74,7% dos indivíduos apresentavam graus A ou L enquanto apenas 3,2% apresentaram grau S. Dos 40 aos 59 anos (B40), 82,3% apresentaram periodontite porém apenas 8,9% em grau S enquanto a partir dos 60 anos (C60) 66,6% apresentaram a doença e 26,7% apresentaram-na em grau S. Na faixa C60, 73,3% dos indivíduos apresentavam menos de 10 dentes, comparados com 16,4% na faixa A18 e 56,7% na faixa B40. Apenas 6,7% da fai­xa C60 apresentou mais de 21 dentes enquanto nas faixas A18 e B40 este percentual foi de, respectivamente 62,6% e 22,2%.

Conclui-se que a prevalência e severidade da periodontite são diretamente proporcionais à idade até os 59 anos, entretanto a partir dos 60 anos existe uma redução na prevalência que pode estar associada à diminuição do número de dentes em boca.

 

  A320 

Hiperplasia gengival em pacientes transplantados renais imunossuprimidos por ciclosporina.

M. L. S. O. VIEIRA*, W. MARTINS JR., M. F. M. GRISI, S. L. SALVADOR.

FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-3980. UNAERP. Tel.: (0**16) 603-6781.

Vários estudos têm demonstrado que a terapia com ciclosporina está associada à presença de hiperplasia gengival. Esta alteração tem uma incidência de 25 a 81% em pacientes transplantados renais (PTR) imunossuprimidos por esta droga. A etiologia é ainda desconhecida e parece ser mais freqüente em pacientes jovens. A incidência e a severidade podem ser ainda maiores se houver uma terapia combinada com bloqueadores do canal de cálcio (BCC). No entanto, há pouca informação sobre a presença de microbiota periodontopatogênica associada com a hiperplasia gengival induzida por drogas. O objetivo deste estudo foi investigar a presença de sítios­ com hiperplasia gengival (HG) em 63 pacientes com idade entre 25 a 60 anos (37,4 ± 8,6) sendo: 21 PTR imunossuprimidos por ciclosporina (CsA), 21 PTR imunossuprimidos por outras drogas (azatioprina e corticosteróides – Az-C) e 21 pacientes sistemicamente saudáveis (grupo controle). Foram investigadas a influência da idade, sexo, face e posição do dente no arco e terapia combinada com BCC, bem como a presença de infecção anaeróbia através do BANA Test®. 339 sítios foram avaliados e os resultados mostraram que houve associações estatisticamente significantes (teste Qqo) entre a presença de hiperplasia gengival e: a) terapia com CsA (p < 0,0001); b) terapia com BCC (p < 0,0001); c) pacientes com idade inferior a 35 anos (p < 0,05); d) dentes inferiores (p < 0,05); e) hidrólise de BANA no grupo Az-C (p < 0,05).

Estes resultados fornecem evidência adicional de que a hiperplasia gengival é um efeito indesejável associado à terapia com ciclosporina em pacientes transplantados renais jovens e que o uso combinado de bloqueadores do canal de cálcio pode exacerbar este efeito.

 

  A321 

Análise de anticorpos antifração de leucotoxina de Actinobacillus actinomycetemcomitans em soros (IgG) e salivas (IgG e IgA-S) de pacientes com periodontite juvenil localizada.

R. I. NAKAGAWA, V. H. GUAZELI-AMIN, M. M. HIDALGO, W. TREVIZAN JR., E. N. ITANO*.

Departamento de Ciências Patológicas da Universidade Estadual de Londrina – UEL.

Considerando a leucotoxina de Actinobacillus actinomycetemcomitans como principal fator de virulência com potencial de causar agressão às defesas do hospedeiro, o presente trabalho teve como objetivo analisar: nível sérico de IgG e salivar de IgG e IgA secretora (IgA-S) antifração de leucotoxina de A. actinomycetemcomitans. Foram analisadas 20 amostras de soros e de salivas (10 de pacientes com Periodontite Juvenil Localizada (PJL) e 10 de controles saudáveis). Adicionalmente, foi realizada a análise de complexo imune (CI) nas amostras de saliva. Foram utilizados métodos de ELISA clássico com fração de leucotoxina obtida por fracionamento em coluna de Sephadex G-200 e ELISA captura utilizando IgG de coelho anti-Actinobacillus actinomycetemcomitans FDC Y4 leucotóxico adsorvido com Actinobacillus actinomycetemcomitans não leucotóxico. Os resultados obtidos demonstraram nível sérico de IgG significativamente maior em pacientes com PJL em relação às amostras de controles sadios, tanto por ELISA clássico como por ELISA captura (p < 0,05). No entanto, não foram observadas diferenças entre os níveis de IgG, IgA-S e CI em salivas de pacientes com PJL e controles saudáveis.

Estes resultados sugerem que, embora A. actinomycetemcomitans apresente vários fatores de virulência que afetam a resposta imune do hospedeiro, ocorre a resposta imune à fração de leucotoxina nos pacientes com PJL. Esse aumento de IgG na circulação sangüínea poderia contribuir na defesa do hospedeiro, limitando a lesão periodontal nas regiões localizadas em que estão amplamente colonizadas por A. actinomycetemcomitans, já que na saliva, não foi encontrada maior quantidade de IgG e IgA-S na forma solúvel nem de complexos imunes. (CPG 367116-900/PROUNI – CCS – UEL.)

  A322 

Prevalência de canais intercavorradiculares em molares. Análise em microscopia eletrônica.

A. C. MATA*, C. D. PESSINI, J. E. C. SAMPAIO.

Departamento de Periodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.
Tel.: (0**16) 232-1233, ramal 119.

O objetivo deste trabalho foi investigar a prevalência de canais intercavorradiculares em molares permanentes extraídos. Foram selecionados 61 molares permanentes, provenientes de um banco de dentes, os quais não possuíam as raízes fusionadas e tratamento endodôntico. A porção coronária ao nível da junção cemento-esmalte e o terço apical das raízes foram seccionadas e descartadas. Os corpos-de-prova foram avaliados, por um único examinador, em microscopia eletrônica de varredura, análise esta realizada na região de furca. Os resultados indicaram a presença de ca­nais intercavorradiculares em seis dentes, indicando uma prevalência de 9,8%. Concluímos então, que pode ocorrer uma inter-relação direta entre o assoalho da camara pulpar e a região de furca através dos canais intercavorradiculares (quando presentes); desta forma patologias periodon­tais podem levar à alterações pulpares e vice-versa.

Este fato mostra que profissionais que atuam nestas áreas precisam ficar atentos para o diagnóstico e possíveis associações destas patologias.

 

  A323 

Eficácia de duas modalidades de tratamento periodontal para a redução da halitose.

S. L. SALVADOR*, D. C. GRISI, L. C. FIGUEIREDO, M. F. GRISI.

FCFRP – USP. Tel.: (0**16) 602-4160. FORP – USP. Tel.: (0**16) 602-3980.

A halitose deve-se principalmente à presença de compostos sulfurados voláteis (CSV) resultantes da decomposição de proteínas, peptídeos e mucinas por microrganismos que colonizam a língua e bolsas periodontais. O objetivo desta investigação foi avaliar a eficácia de dois tratamentos periodontais na redução da halitose. Foram selecionados 20 pacientes com periodontite do adulto e produndidade à sondagem ³ 5 mm em no mínimo 4 sítios e, aleatoriamente divididos em dois grupos: Grupo I- raspagem e alisamento radicular (RAR) e Grupo II- uso combinado de RAR e dispositivo biodegradável de liberação controlada de clorexidina. O modelo de estudo foi duplo-cego. Os parâmetros clínicos foram realizados no início e três meses após o tratamento, incluindo: profundidade à sondagem – PS e sangramento à sondagem – SS. Amostras de placa bacteriana subgengival colhidas dos mesmos dentes selecionados e da superfície dorsal da língua foram analisadas quanto a presença de P. gingivalis, B. forsythus e/ou T. denticola empregando-se o BANA Test®. As concentrações de CSV (ppb) na cavidade oral foram determinadas através de um monitor portátil (Halimeter®). Antes do tratamento, não foram encontradas diferenças estatísticas (p > 0,05) entre os dois grupos para nenhum dos parâmetros avaliados. Após o tratamento, os parâmetros PS, SS (teste de Wilcoxon) e o número de sítios BANA+ (teste Qui-quadrado) mostraram-se reduzidos em ambos os grupos (p < 0,01). Em relação à halitose, houve uma diminuição nos níveis de CSV nos Grupos I (de 295,41 para 179,89 ppb) e II (de 320,78 para 193,70 ppb), porém sem diferença estatística entre eles.

Os dois tratamentos foram eficientes para a redução da halitose, sugerindo que a presença de microrganismos anaeróbios nas bolsas periodon­tais contribuem para a produção de CSV.

  A324 

Presença do cálculo e tratamento periodontal – resultado de 2 anos.

M. T. FASOLO, G. BERND, R. V. OPPERMANN.

P. P. G. Odontologia ULBRA – Canoas, RS. Tel.: (0**51) 241-3416.

O objetivo deste estudo foi comparar os resultados 24 meses após a raspagem e alisamento radicular e jateamento com bicarbonato no tratamento da periodontite. Dentes monorradiculares de 8 pacientes, após retalho de Widman, foram divididos em dois grupos: um recebeu raspagem e alisamento para remoção de placa e cálculo (R) e o outro recebeu jateamento com bicarbonato para remoção de placa (J). Foram avaliadas as médias da profundidade de sondagem (PS) e perda de inserção (PI) observadas no início (0), 6 e 24 meses após, com uma análise de variância para medidas repetidas (p < 0,05). As médias das freqüências percentuais de placa visível (PV), sangramento gengival (SG) e sangramento periodontal (SS) foram analisados por uma análise de regressão linear e coeficientes angulares (B). A comparação entre as técnicas, aos 24 meses, foi feita através do teste de Wilcoxon e Mann-Whitney (p < 0,05). Nas faces proximais, a média de PS para J, foi de 5,1 mm em (0), 2,0 mm aos 6 meses e 2,7 mm após 24 meses. Já para R, as médias de PS foram 5,2 mm, 2,1 mm e 2,7 mm para 0, 6 e 24 meses, respectivamente. Quanto a PI, nas faces proximais, no grupo J, as médias eram de 6,8 mm no início, 5,7 mm aos 6 meses e de 5,9 mm aos 24 meses. O grupo R apresentou médias de 6,5 mm, 5,5 mm e 5,6 mm para as avaliações de 0, 6 e 24 meses, respectivamente. Não houveram diferenças estatísticas significantes entre R e J ao longo de 24 meses de observação para PS e PI, porém o aumento de PV e SG foi significante, no mesmo período, para ambos os grupos. O SP mostrou-se mais elevado aos 24 meses em relação aos exames de 6 meses, porém, não ultrapassando os percentuais iniciais. O comportamento das faces livres foi essencialmente o mesmo.

Conclui-se que a remoção ou não de cálculo subgengival não determinou diferenças significantes na condição periodontal dos pacientes 24 meses após o tratamento.

  A325 

Efeitos do laser de Er:YAG na remoção de “smear layer”.

Z. A. FERREIRA, J. E. C. SAMPAIO, T. M. TORQUATO*, G. L. PILATTI, R. F. Z. LIZARELLI.

Departamento de Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP.
Tel./Fax: (0**16) 621-1670. E-mail: zuleneferreira@netsite.com.br

A remoção de “smear layer” da superfície radicular de dentes periodontalmente afetados vem sendo proposto como um passo adicional a terapia periodontal. O objetivo do presente estudo foi avaliar o uso do laser de Er:YAG e/ou irrigação com EDTA 24% após a instrumentação da superfície radicular. Trinta dentes humanos acometidos pela doença periodontal foram extraídos e seccionados usando broca em caneta de alta rotação com refrigeração “spray” água/ar. Após raspagem e alisamento radicular, usando curetas manuais, os espécimes foram divididos em cinco grupos: Grupo I: controle; Grupo II: irrigação com EDTA 24%; Grupo III: irrigação com EDTA 24% seguido de aplicação de laser por 19,5 segundos; Grupo IV: somente aplicação de laser por 19,5 segundos; Grupo V: aplicação de laser por 19,5 segundos seguido de irrigação com EDTA 24%. O feixe de laser de Er:YAG foi aplicado seguindo os seguintes parâmetros de energia: energia = 200 mJ; freqüência = 10 Hz (10 pulsos por segundo); potência = 2 W; tempo de aplicação = 19,5 segundos. Os espécimes foram fixados, desidratados e secos. Após a montagem dos mesmos em “stubs”, a superfície radicular foi examinada em microscopia eletrônica de varredura. Os resultados demonstraram uma grande tendência de remoção do “smear layer” quando utilizou-se EDTA 24% (Grupos II e III), apesar de não se encontrar diferença estatisticamente significante entre os grupos.

Assim, de acordo com a metodologia empregada neste estudo, o laser de Er:YAG não se mostrou eficaz para a remoção da camada de “smear layer” de superfícies radiculares instrumentadas.

 

  A326 

Compostos voláteis sulfurados antes e depois do tratamento da gengivite.

R. V. OPPERMANN, C. M. da SILVA, D. G. BASSANI, F. DAUDT*, F. FESTUGATTO.

PPG – Periodontia – ULBRA – Canoas – RS. E-mail: daude@cpovo.net

O objetivo do presente estudo foi avaliar longitudinalmente as variações de Compostos Voláteis Sulfurados (CVS) em pacientes periodontais submetidos ao tratamento inicial da gengivite relacionado à presença de placa, sangramento gengival marginal e profundidade de sondagem. Participaram 14 pacientes, entre 19 e 53 anos. O tratamento da gengivite consistiu de remoção de fatores retentivos de placa e do controle de placa supragengival pelo binômio paciente/profissional. Os instrumentos de avaliação clínica empregados foram: Índice de Placa Visível (IPV), Índice de Sangramento Gengival (ISG) e Profundidade de Sondagem (PS). A presença de (CVS) foi verificada em partes por bilhão (ppb) utilizando um halímetro, (Halimeter, Interscan Co., USA). As avaliações clínicas foram medidas no início e final do tratamento da gengivite que se estendeu por quatro semanas. A concentração média individual de CVS foi obtida a partir de três medições consecutivas em cada uma das avaliações. Análise estatística utilizada para comparar os valores iniciais e finais foi o teste de Wilcoxon e para a correlação entre o CVS, IPV, ISG e PS foi o teste de Regressão Linear para um nível de significância de p < 0,05. Não observou-se diferenças estatisticamente significantes entre os níveis de CVS inicias 186,2 ± 172,0 ppb e finais 152,9 ± 111,0 ppb, apesar de haver diferenças entre as medidas iniciais e finais do IPV (de 25,7% para 12,3% p = 0,000) e do ISG (de 16,5% para 6% p = 0,003). As PS médias iniciais (2,4 ± 0,9 mm) e finais (2,3 ± 1 mm) não diferiram estatisticamente.

Conclui-se que, tratamento da gengivite a partir do controle de placa supragengival não reduziu significativamente PS e CVS.

  A327 

Estudo comparativo da remoção da “smear layer” da dentina radicular com EDTA 24% e laser Er:YAG.

I. C. J. ZANIN*, E. M. JUNIOR, J. E. SAMPAIO, C. R. JUNIOR.

Faculdade de Odontologia de Araraquara, Disciplina de Periodontia.

A camada de “smear layer” é definida como um material amorfo decorrente do corte da estrutura dental ou da instrumentação, que quando removida de superfícies radiculares afetadas pela doença periodontal parecem favorecer a colonização celular. Entre as técnicas para a remoção da “smear layer” estão o condicionamento ácido ou a laser. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência da remoção da “smear layer” da dentina radicular comparando técnicas de EDTA gel 24% e laser Er:YAG. Dez dentes molares extraídos foram desgastados com fresa diamantada cilindro-cônica em alta rotação para a remoção do cemento nas faces mesiais e distais de suas raízes e essas regiões foram raspadas com cureta de Gracey 5-6 afiada para a produção de “smear layer”. A seguir essas regiões foram cortadas em amostras de 3 mm2 e divididas em quatro grupos: I (controle), II (tratado com EDTA 24%), III (tratado com 166 pulsos de laser, densidade de energia de 80 milijoules (mJ), energia total de 13 Joules (J), freqüência de 4 Hz), IV (tratado com 103 pulsos de laser, densidade de energia de 250 mJ e energia total de 25 J, freqüência de 4 Hz).

Os resultados foram obtidos através de um índice de característica superficial observado na microscopia eletrônica de varredura em aumento de 1.500 X e submetidos aos testes Kruskal-Wallis e Wilcoxon. Os grupos II, III e IV apresentaram túbulos dentinários abertos sendo que o grupo II apresentava superficie regular ao contrário dos grupos tratados com laser; sugerindo que novos estudos devem ser feitos para obtenção de parâmetros ideais para a eliminação das irregularidades superficiais, importantes no uso desse laser em Periodontia.

 

  A328 

Prevalência de concavidades e projeções de esmalte em pré-molares superiores.

H. FAIG-LEITE, C. H. KUBO*, C. R. G. TORRES, R. AMORE, A. A. ANIDO.

Disciplina de Anatomia Aplicada – Pós-Graduação em Odontologia Restauradora, FOSJC – UNESP.

O conhecimento da região do limite amelocementário dos pré-molares superiores (PMS), por parte dos profissionais da Odontologia, é importante para se evitar procedimentos iatrogênicos. Nesta região pode existir, nas superfícies proximais, uma concavidade que muitas vezes se estende até a porção coronária e que dificulta em muito os procedimentos restauradores e periodontais, devido a sua forma e localização. O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência destas concavidades, bem como de projeções de esmalte cervical (PEC), nas regiões mesiais e distais dos PMS. Para tal, 1.969 pré-molares superiores hígidos extraídos (1.169 primeiros e 800 segundos PMS), foram observados em lupa por 2 examinadores, quanto a presença ou não destes acidentes anatômicos. Após a obtenção dos dados, os resultados foram analisados estatisticamente através do teste de hipótese para diferenças de proporção a nível de 5%.

Pôde-se verificar que a prevalência das concavidades nos primeiros PMS (74%) é estatisticamente superior a dos segundos PMS (15%), sendo maior na superfície mesial dos primeiros PMS (70%). As PEC são mais prevalentes na mesial dos primeiros PMS (51,3%), não havendo diferenças quanto a prevalência da concavidade na superfície mesial (18,8%) ou distal (20,5%) dos segundos PMS.

 

  A329 

Doença periodontal em uma população HIV/AIDS: aspectos epidemiológicos.

S. S. FERREIRA, L. GONÇALVES*, G. VILLORIA, R. FISCHER, L. H. CARVALHO.

Departamento de Patologia e Diagnóstico Oral/Periodontia, FOUFRJ/EURJ. ­
E-mail: luciah@webcorner.com.br

O objetivo do presente estudo é determinar a prevalência de doença periodontal (DP), sua relação com os níveis de CD4 e a incidência após 12 meses de terapia periodontal básica (TPB) em uma população HIV/AIDS. Foram examinados 189 pacientes no Hospital-Dia do HUCFF-UFRJ, sendo 62 (32,8%) mulheres e 127 (67,2%) homens, com idade variando de 19 a 60 anos. 130 (68,8%) pacientes possuíam renda familiar inferior à 5 salários mínimos, destes 71 (37,6%) possuíam renda familiar inferior à 2 salários mínimos. Todos os pacientes apresentavam CD4 £ 500 cels/mm3, destes 72 (38,1%) apresentavam CD4 £ 200 cels/mm3, caracterizando casos de AIDS de acordo com o CDC de 1993. A transmissão foi predominantemente sexual, 159 (84,1%) pacientes. O exame periodontal foi realizado por 2 examinadores calibrados, que incluía índice de placa (SILNESS & LÖE, 1964), índice gengival (LÖE & SILNESS, 1963), profundidade de bolsa à sondagem (PBS) e nível de inserção à sondagem (NIS). Todos os dentes foram avaliados com uma sonda periodontal PCP-UNC 15 (Hu-Friedy). Os dados foram armazenados e analisados utilizando o programa Epi Info 6.04. Dos 189 pacientes examinados, 66 (34,9%) apresentavam DP (1 sítio com PBS ³ 5 mm e mais 2 sí­tios com NIS ³ 6 mm), no início do estudo. Dos 66 pacientes com DP, 23 (34,8%) apresentavam CD4 £ 200 cels/mm3. Após 12 meses de acompanhamento através de TPB, foi observado uma incidência de 4 (3,25%) casos de DP.

Os resultados mostraram que a DP nessa população apresentava uma alta prevalência, baixa incidência e a sua relação com a severa imunodeficiência (CD4 £ 200 cels/mm3) não foi estatisticamente significante (p = 0,968).

 

  A330 

Avaliação in vitro da capacidade antibacteriana da melaleuca.

R. V. OPPERMANN, C. M. da SILVA*, D. G. BASSANI, E. M. G. DREYER.

P. P. G. em Odontologia, ULBRA – RS. E-mail: cmacielsilva@hotmail.com

O objetivo do estudo foi avaliar in vitro a capacidade antibacteriana do óleo de Melaleuca alternifolia sobre bactérias da placa. Placa bacteriana supragengival foi coletada de 25 pacientes que estavam iniciando tratamento para a gengivite. A placa bacteriana foi coletada, dispersada em Brain Heart Infusion (BHI) e levadas a 37ºC por 48 h. Todas as amostras apresentaram turvamento do meio. Com a utilização de um “swab” esterilizado foi retirada uma amostra e plaqueada em ágar-sangue. Foram adicionados ao ágar discos de papel filtro esterilizados impregnados com as substâncias teste: melaleuca a 36% (formulação comercial) e a 18%; bem como, com as soluções controle: gluconato de clorexidina a 0,012% (positivo) e água destilada com Tween 20 (negativo – veículo utilizado na melaleuca 18%). As placas semeadas foram encubadas por 72 h em microaerofilia a 37ºC. Ao final do período de incubação, foi realizada a medição dos halos de inibição de crescimento bacteriano por examinador cegado quanto à substância em teste. Considerou-se um valor médio por substância. As médias foram submetidas ao teste ANOVA e ao de Tukey (nível de significância de 5%). Encontrou-se para a clorexidina (média ± desvio-padrão em milímetros): 3,8 ± 4,2; para a melaleuca 18%: 3,1 ± 3,9; para a melaleuca 36%: 2,6 ± 4,0; estes valores foram estatisticamente semelhantes entre si porém estatisticamente diferentes dos valores 0,6 ± 2,1, observados para o veículo (p = 0,019).

A capacidade antibacteriana in vitro do óleo de melaleuca 36% e 18% foi semelhante à observada para a clorexidina 0,012%.

 

  A331 

Efeito clínico de metronidazol-espiramicina sistêmicos na periodontite do adulto.

R. LOTUFO*, M. CONDE, A. PUSTIGLIONI, C. CARVALHO, L. SARAIVA, C. PANNUTI.

Universidade de São Paulo, Departamento de Estomatologia – Periodontia.

O efeito clínico da associação metronidazol-espiramicina foi estudado em pacientes portadores de periodontite do adulto moderada e avançada. Foram selecionados para o estudo 24 indivíduos (5 homens e 19 mulheres) com idade entre 35 e 65 anos e pelo menos 4 dentes unirradiculares com profundidade de sondagem ³ 5 mm e imagem radiográfica de perda óssea. Profundidade de sondagem (PS), nível clínico de inserção (NCI), índice gengival (IG), índice de placa (IP) e sangramento à sondagem (SS) foram aferidos no início do estudo. Após tratamento periodontal não-cirúrgico os pacientes foram aleatoriamente divididos em dois grupos de acordo com uma lista conhecida apenas pelo estatístico. O grupo teste recebeu quatro comprimidos diários de 250 mg de espiramicina/125 mg de metronidazol durante cinco dias e o grupo controle recebeu comprimidos de placebo. Os pacientes foram reexaminados um mês após. Ambos os grupos mostraram melhoras nos parâmetros clínicos, e o grupo teste mostrou redução significativa na profundidade de sondagem (p < 0,05) quando comparado com o grupo controle. Houve diferença estatisticamente significativa entre fumantes e não-fumantes com relação a redução na profundidade de sondagem (p < 0,05).

Os resultados indicam que a administração sistêmica de espiramicina-metronidazol promove melhora clínica adicional após tratamento periodontal.

 

  A332 

Estudo comparativo entre raspagens mecânicas, ultra-sônica e manual, na descontaminação da superfície radicular.

A. G. MARTINS, C. T. ARAÚJO, F. J. B. SANTANA, T. C. SANTANA.

Departamento de Saúde – Universidade Estadual Feira de Santana.

A doença periodontal tem sido indicada nas pesquisas das últimas décadas como um dos males mais comuns que atingem a humanidade. A descontaminação da superfície radicular é condição fundamental para restabelecimento e manutenção da saúde periodontal. O objetivo deste trabalho foi avaliar dois métodos de raspagem mecânica (ultra-som e curetas Gracey) na remoção de cálculo dental e toxinas bacterianas da superfície radicular. Foram utilizadas unidades dentárias com comprometimento periodontal, seccionados transversalmente na porção radicular removendo seu terço médio, com 5 mm de altura, divididos em três áreas onde uma recebeu tratamento com 30 golpes de ultra-som (Fa), a segunda tratada com 30 golpes de cureta (Fb), o terceiro não recebeu nenhuma intervenção (Fc – controle negativo) e, de unidades hígidas retidas, foram removidos fragmentos para controle positivo (Fd). Estes fragmentos foram inseridos em subcutâneo de ratos albinos, mantidos durante 30 dias, após os quais os animais foram sacrificados para a remoção dos mesmos, juntamente com tecido adjacente. As peças foram então processadas e analisadas macroscópica e histologicamente, tendo como critérios de avaliação a presença ou ausência de sinais clínicos de inflamação e de infiltrado inflamatório, respectivamente. Não foi detectada diferença entre os grupos Fa, Fb e Fd, enquanto o controle negativo (Fc) apresentou alterações teciduais relevantes.

Os autores concluíram que ambos os tratamentos terapêuticos são efetivos, podendo alcançar resultados semelhantes.

 

 

Grupo A9.................................................................................................. A-333 à A-377

 

  A333

 

Nova solução para remover pastas de hidróxido de cálcio do interior dos canais radiculares.

R. G. RIBEIRO, J. V. B. BARBIZAM, E. L. BARBIN, J. C. E. SPANÓ, J. D. PÉCORA.

Departamento de Odontologia Restauradora, Endodontia. FORP-USP. Tel.: (0**16) 602-3982. E-mail: pecora@forp.usp.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade de duas soluções em remover pastas de Ca(OH)2 do interior dos canais radiculares. Os 36 dentes receberam o mesmo tratamento, instrumentação Crown Down até a lima 45, irrigação com 10 ml de NaOCl a 1% e irrigação final com 10 ml de H2O D.D., após a instrumentação os dentes foram divididos em 3 grupos iguais de 10 dentes cada: Grupo I: dentes preenchidos com pasta de Ca(OH)2 P.A., Grupo II: dentes preenchidos com Calen, Grupo III: dentes preenchidos com Calen PMCC. Seis dentes foram utilizados como controle, sendo três negativos e três positivos (um para cada pasta testada). Todos os dentes foram mantidos em estufa 37ºC, umidade relativa 95% por 96 horas, posteriormente os grupos foram subdivididos em A e B, onde em A: irrigação com 10 ml de solução fisiológica e B: irrigação com 10 ml de solução glicosada a 15%, os dentes foram induzidos a fratura longitudinal, fotografados e com o auxílio do programa Image Tool versão 2.00 (UTHSCC) mediu-se a área dos canais onde havia resíduos de Ca(OH)2. Foram realizados diferentes testes estatísticos que evidenciaram uma diferença estatisticamente significante ao nível de 1% entre as soluções testadas.

Conclui-se que a solução glicosada à 15% é mais efetiva na remoção das pastas de Ca(OH)2 do interior dos canais radiculares, quando comparada à solução fisiológica, embora nenhuma delas tenha sido totalmente eficientes. (Apoio financeiro: CAPES.)

 

  A334 

Simplificação do estudo anatômico dos canais radiculares (contribuição didática).

J. T. PINHEIRO.

Curso de Odontologia – CCS/UFPE. Tel.: (0**81) 271-8970. E-mail: jtpendo@npd.ufpe.br

O presente trabalho teve como propósitos contribuir para o melhor conhecimento da disposição anatômica do sistema de canais radiculares dos primeiros molares superiores permanentes de humanos, fornecendo elementos morfológicos que pudessem orientar o tratamento endodôntico nesses elementos dentários, como também, determinar um meio alternativo de visualização dos achados topográficos. Para tanto foi usados 100 espécimes, com processo de rizogênese completo, sem distinção de sexo, raça e idade. Os dentes foram submetidos ao processo de diafanização após infiltração na embocadura dos canais radiculares com tinta nanquim, e em seguida examinados com o auxílio de uma lupa. A obtenção dos resultados permitiu chegar as seguintes evidências: uma ocorrência de 54% de espécimes apresentando 3 canais, 42% dos resultados denotaram a presença do quarto canal e 4% apresentaram 5 canais radiculares; no tocante as ramificações foi possível detectar 32,8% de canais borrados, 30,3% de deltas, 16% de canais secundários, 6,6% intercanais, 5,3% de canais reticulares, 4,5% de canais recorrentes, 3,7% de canais laterais e 0,8% de canais acessórios. A raiz mesiovestibular quando comparada as demais foi a que apresentou a maior freqüência em relação aos tipos de canais, fato também evidenciado em relação, as ramificações.

A contribuição de destaque ficou para a nova opção de visualização do sistema de canais radiculares através de embalagem plástica de polietileno, onde os espécimes ficam imersos no salicilato de metila permitindo um fácil deslocamento dos mesmos.

 

  A335 

Avaliação comparativa da solubilidade, desintegração e escoamento de alguns cimentos endodônticos.

A. S. CÂMARA*, P. SCELZA, M. F. Z. SCELZA.

Endodontia – UCCB/USP/OCEX/UFF. E-mail: camara@compuland.com.br

O selamento adequado dos canais radiculares, durante a fase de obturação, constitui-se num dos preceitos necessários para a obtenção do sucesso da terapia endodôntica. Desta forma, faz-se adequado o uso de cimentos endodônticos, que devem estar associados aos cones de guta-percha. A solubilização e a desintegração permitem o aparecimento de espaços vazios no interior da massa obturadora, favorecendo a infiltração de fluidos tissulares e comprometendo o vedamento. Por outro lado, ao apresentar um escoamento elevado, propicia-se um alto grau de penetrabilidade nas irregularidades encontradas no sistema de canais radiculares. O objetivo do presente trabalho foi o de avaliar, comparativamente, as propriedades físicas de solubilidade, desintegração e escoamento dos seguintes cimentos endodônticos: Sealapex, Pulp Canal ­Sealer, Tubliseal, AH Plus, AH 26, Top Seal, Sealer Plus, Sealer 26 e Endofill. Para tanto, seguiu-se rigorosamente, a metodologia preconizada pelas normas ISO 6786 – Dental Root Canal Sealing Materials – 1986, onde foram empregados 5 corpos-de-prova para cada amostra. Os resultados sofreram tratamento estatístico através do teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis.

Concluiu-se que, em relação à solubilidade, em ordem decrescente, têm-se os cimentos: Endofill, Sealapex, Pulp Canal Sealer, AH 26, Tubliseal, Sealer Plus, AH Plus, Top Seal e Sealer 26, onde a diferença foi estatisticamente significante ao nível de 1%. Entre o Top Seal e Sealer 26, não houve diferença estatisticamente significativa. Nenhum dos cimentos sofreu desintegração. Quanto ao escoamento, observou-se, em ordem decrescente, o Tubliseal, seguido do Endofill, Sealapex, Pulp Canal Sealer < AH Plus < Top Seal < AH 26, Sealer 26 e Sealer Plus, cuja diferença foi estatisticamnete significante ao nível de 1%.

  A336 

Estudo comparativo do uso de ácido cítrico e EDTA na remoção de “smear layer”.

C. C. GOMES*, I. C. GOMES, L. F. FREITAS, O. CHEVITARESE, N. S. ALMEIDA

Departamento de Odontoclínica – UFF. Tel.: (0**21) 274-5228.

E-mail: belbel@gbl. com. br

A remoção da “smear layer”, comumente existente na superfície dos canais radiculares após o preparo biomecânico, é amplamente defendida. Esta pesquisa objetivou verificar o efeito do ácido cítrico a 10% e do EDTA a 17% na remoção da “smear layer”. Foram utilizados 11 dentes unirradiculares, intrumentados pela técnica "crown down" e irrigados por 6 ml de NaCl a 5,25%. Os espécimes foram divididos em 3 grupos, a seguir: Grupo A- composto por 5 dentes irrigados com 10 ml de ácido cítrico, durante 15 s, após o término do preparo biomecânico. Grupo B- composto por 5 dentes irrigados com 1 ml. de EDTA a 17%, durante 5 minutos, após o término do preparo biomecânico. Com o objetivo de interromper o efeito dos agentes quelantes, todos os dentes do grupo A e B foram irrigados com 6 ml de NaCl a 5,25%. Grupo C (controle)- composto por 1 dente onde a irrigação final foi feita apenas com 6 ml de NaCl. Após observação dos corpos-de-prova ao microscópio eletrônico de varredura (MEV) e análise estatística, verificou-se que o grupo A foi o que apresentou a superfície mais limpa, com 90% dos canalículos dentinários desobstruídos; o grupo B apresentou 40% dos túbulos dentinários desobstruídos, cristais de natureza não-identificada, muitos detritos e raspas de dentina e o grupo C (controle) apresentou 95% dos túbulos dentinários completamente encobertos por "debris" e raspas de dentina.

Face às condições do presente experimento pode-se concluir que a irrigação com ácido cítrico a 10% proporcionou maior eficácia na limpeza dos túbulos dentinários.

  A337 

Curetagem pulpar: tratamento para polpas expostas por cárie dental.

J. B. G. INTRA*, A. M. ANDREATTA, M. D. C. LOSS.

Especialização em Dentística – IOUFES; Doutorado – UFRJ.

Cavidades cariosas profundas com exposições pulpares quando tratadas conservadoramente apresentam altos índices de sucesso devido ao potencial de reparação da polpa dental pela formação de uma barreira de tecido duro. Este trabalho avaliou clínica e radiograficamente 40 curetagens pulpar realizadas em 37 molares, 2 pré-molares e 1 incisivo central superior portadores de lesões cariosas profundas com exposições pulpares simples ou múltiplas, em pacientes com idade entre 8 e 20 anos. Após a remoção do tecido cariado orientado por corante evidenciador e constatada a exposição pulpar, foi feita a regularização dos bordos da exposição com brocas esféricas em alta rotação e curetagem do tecido pulpar com curetas afiadas mediante sucessivas irrigações com soro fisiológico. Após a hemostasia, foi aplicado hidróxido de cálcio p.a. sobre o tecido pulpar remanescente seguido de cimento de hidróxido de cálcio e selamento com cimento de ionômero de vidro. Decorridos 40 dias os dentes foram avaliados clínica e radiograficamente, realizando-se a inspeção visual da barreira de tecido duro. Em caso de sucesso a cavidade era restaurada com o paciente retornando após 6 meses para proservação clínica e radiográfica. Foi constatado a reparação pulpar pela formação da barreira de tecido duro em 39 casos, apresentando índice de sucesso em 97,5% das curetagens realizadas. Estes resultados apresentaram significância estatística quando analisados pelo teste de Wilcoxon sendo w = –780,0; n = 39; p = 0,000.

Com base nos resultados concluímos que a curetagem pulpar com a utilização do hidróxido de cálcio p.a. como protetor pulpar direto pode ser indicada para recuperação de polpas dentais expostas por cárie.

  A338 

Infiltração bacteriana em 4 materiais retroobturadores.

E. BASTOS FILHO*, W. R. ARAUJO FILHO, J. F. SIQUEIRA JR.

Departamento de Dentística, Disciplina de Endodontia, USP.

Fracassos na terapia endodôntica podem decorrer devido à persistência de infecção intra-radicular, então, um material retroobturador deve promover um selamento apical para impedir o egresso de microorganismos do canal para os tecidos perirradiculares. O objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade de 4 materiais retroobturadores de prevenir a infiltração bacteriana. Sessenta caninos extraídos foram selecionados e depois do preparo químico-cirúrgico, 3 mm apicais de cada raiz foi removido em 90º, em relação ao longo eixo do dente, e 3 mm de profundidade em sentido cervical, foram retropreparados e retrooburados com os seguintes materiais : Cimpat, Super-EBA, IRM e Dyract. Os dentes foram então montados em aparatos desenvolvidos para a avaliação de infiltração de bactérias da saliva.

Após 90 dias de avaliação, a infiltração bacteriana foi observada em 80% dos dentes retroobturados com IRM; 60% dos com Cimpat; 53,3% dos com Dyract e 46,6% dos com Super-EBA, sendo submetidos à análise estatística do teste Qui-quadrado (X2), não apresentando significância estatística.

 

  A339 

Estudo in vitro da microinfiltração em dentes pós-clareados.

P. A. R. SILVA e SOUZA*, N. BERNARDINELLI, M. H. SILVA e SOUZA.

Departamento de Endodontia – Faculdade de Odontologia de Bauru. Tel.: (0**14) 234-1287. E-mail: patsilesouza@uol.com.br

Devido a carência de dados a respeito dos efeitos dos agentes clareadores, na qualidade de selamento marginal de dentes clareados e restaurados com resina composta e da influência da infiltração marginal no comportamento clínico e longevidade dessas restaurações, este trabalho foi elaborado. Avaliou-se o efeito do clareamento na infiltração marginal de dentes restaurados com Scotchbond Multi-Uso/Z100. Sessenta pré-molares foram divididos em grupos (técnicas): I, imediata, peróxido de hidrogênio a 30% foi aplicado no interior da câmara coronária e superfície vestibular dos dentes e aquecido à 42ºC por 3 períodos de 15 minutos, num total de três sessões semanais; II, mediata, era selado um curativo na câmara coronária de peróxido de hidrogênio a 30% mais perborato de sódio por 21 dias, e no intervalo de sete dias renovado; III, associação das duas técnicas acima descritas; IV, caseira com aplicação de peróxido de carbamida a 10% por três horas diárias durante 21 dias; V, associação do grupo II e IV; o último grupo foi o controle que não foi submetido ao tratamento clareador. Após, todos os grupos permaneceram com um curativo de hidróxido de cálcio por dez dias, e em seguida restaurados, termociclados e imersos em fucsina básica à 0,5% por 24 horas. A medida da penetração do corante pela interface dente-restauração foi realizada pelo programa Image Tool. As médias foram de 3,09; 1,83; 2,11; 2,36; 1,60 e 2,20 (mm) para os grupos de I ao VI, respectivamente.

O grupo I foi diferente estatisticamente dos grupos II e V; nos grupos onde aplicou-se o perborato de sódio houve uma tendência a menor infiltração. Não houve diferença entre as demais técnicas e estas em relação ao grupo controle. (Apoio finaceiro: FAPESP.)

  A340 

Impermeabilização do assoalho da câmara pulpar e da dentina radicular com AH Plus.

J. F. M. MARTINS*, A. C. BOMBANA.

Endodontia, Departamento de Dentística, FOUSP-SP. Tel.: 818-7839.
E-mail: acbomban@fo.usp.br

A sanificação do sistema de canais radiculares obtida durante o preparo químico cirúrgico deve ser mantida por meio da obturação. Sabe-se, no entanto, da possibilidade de exposição do material obturador aos fluidos bucais por perda da restauração temporária ou por fraturas dentárias, devendo-se considerar ainda a exposição do assoalho da câmara pulpar onde existem canais acessórios que ficam sujeitos à recontaminação. A aplicação de uma substância para impermeabilizar o assoalho pulpar e as paredes radiculares antes da obturação poderia impedir a possível recontaminação do sistema. Foi objetivo deste experimento avaliar a capacidade de impermeabilização da dentina do assoalho pulpar e do canal radicular utilizando-se o cimento AH Plus. Empregou-se 40 molares inferiores humanos preparados conforme a técnica ­Paiva & Antoniazzi e obturados com guta-percha e AH Plus acorde técnica proposta por Sampaio. Os dentes foram divididos em 4 grupos (Grupo I - dentes obturados e posterior impermeabilização do assoalho, Grupo II - dentes obturados sem impermeabilização, Grupo III - impermeabilização dos canais radiculares e do assoalho sem obturação e Grupo IV - impermeabilização dos canais, obturação e impermeabilização do assoalho). Após a cura do cimento, foi aplicado cianoacrilato de etila na superfície radicular externa e os dentes foram submetidos a ação do corante azul de metileno por 48 horas, incluídos em gesso e desgastados longitudinalmente. Os espécimes foram analisados em lupa estereoscópica.

Evidenciou ser o AH Plus excelente agente impermeabilizante dentinário, uma vez que, nenhuma infiltração pelo corante traçador foi verificada.

  A341 

Avaliação radiográfica dos resíduos após desobturação com instrumentos rotatórios.

L. V. BETTI*, C. M. BRAMANTE.

Endodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru – USP. Tel.: (0**14) 235-8262.
E-mail: lucianavb@zaz.com.br

O principal requisito para o retratamento endodôntico é a remoção total da obturação. O objetivo deste trabalho foi avaliar a desobturação usando instrumentos rotatórios. Foram utilizados 30 incisivos centrais com um único canal que foi instrumentado e obturado. Estes foram divididos em 3 grupos de 10 elementos cada, de acordo com as seguintes técnicas: grupo I- Sistema Quantec, grupo II- Sistema Profile conicidade .04 série 29 e grupo III- limas manuais (tipo K e tipo Hedströen). Foram avaliados: o tempo necessário para alcançar o comprimento de trabalho, o tempo para a remoção total do material obturador, o tempo total e a extrusão. Após a desobturação os dentes foram radiografados nos sentidos vestibulolingual e mesiodistal. A limpeza foi avaliada qualitativamente através da análise visual das radiografias. Para a análise quantitativa, as radiografias foram escaneadas e os resíduos de material obturador foram quantificados através de um programa específico. Todas as análises foram ­feitas nos terços cervical, médio e apical separadamente e no canal como um todo. Foram feitos os testes de Kruskal-Wallis e Student-Newman-Keuls para cada análise e também comparou-se as radiografias nos diferentes sentidos (p < 0,05). O grupo manual foi significantemente mais demorado que os demais. Quanto à extrusão não houve diferenças significativas. De um modo geral o grupo manual apresentou significante menor quantidade de resíduos. Não houve diferenças significativas entre as radiografias nos diferentes sentidos.

Os intrumentos rotatórios gastam menos tempo para a desobturação, no entanto a quantidade de resíduos que permanece é maior; assim sendo o ideal é combinar intrumentos rotatórios e manuais para a remoção de material obturador. (Apoio financeiro: FAPESP, processo 97/01486.)

 

  A342 

Efeito da energia total na temperatura do ápice radicular quando aplicado o laser Er:YAG.

M. A. MARCHESAN, A. BRUGNERA JR., F. ZANIN, N. A. DAGHASTANLI, R. S. SILVA,
J. D. PÉCORA.

Departamento de Odontologia Restauradora, Endodontia – FORP-USP. Tel.: (0**16) 602-3982. E-mail: meljul@universe.com.br

O uso do laser para limpeza, forma e desinfecção do canal radicular tem sido objetivo de muitos estudos. Entretanto a maior preocupação é que este não gere grande quantidade de calor e não cause ou minimize danos aos tecidos periapicais e osso alveolar. O objetivo desse estudo foi determinar o aumento da temperatura externa na região apical dos canais radiculares após a irradiação com laser de Er:YAG com uma fibra óptica de 250 µm com e sem água destilada e deionizada em diferentes energias. 30 caninos superiores foram divididos em três grupos de dez dentes cada; cada um dos grupos foi irradiado com água destilada e deionizada e depois secado e irradiado sem água. O aumento de temperatura no ápice foi aferido com um multímetro através de um termopar de Cobre-Constantan. A análise estatística demonstrou que as mudanças de temperatura apical, eram estatisticamente diferentes entre si ao nível de 1%. Houve um pequeno aumento de temperatura com 15 J, seguido dos 45 J e o maior aumento ocorreu com 30 J. Menos tempo foi necessário para retornar à temperatura ambiente com 15 J. Para a energia total de 30 e 45 J o tempo de retorno foi estatisticamente semelhante. Nos canais irrigados com água destilada e deionizada o retorno à temperatura ambiente foi mais rápida que nos canais secos.

O uso in vitro do laser Er:YAG a 15, 30 e 45 J aumenta a temperatura externa do canal radicular. Durante a irradiação o canal radicular deve permanecer repleto de água para diminuir o risco de aumento de temperatura externa causando danos aos tecidos adjacentes.

  A343 

Determinação da temperatura da superfície radicular externa após irradiação intracanal de dois tipos de laser.

A. F. BARBERINI*, C. L. CALDEIRA, C. E. AUN.

Departamento de Dentística, Endodontia, FOUSP-SP. E-mail: barberi@fo.usp.br

A finalidade primordial da irradiação intra-radicular dos laseres é promover a redução bacteriana dos canais radiculares contaminados.O objetivo deste estudo foi determinar a temperatura da superfície radicular externa, utilizando dois tipos de laseres, Nd:YAG e Er:YAG intra-radicular. Foram selecionados 40 dentes unirradiculares humanos, que tiveram sua espessura dentinária palatina mensurada ao exame radiográfico. Os canais foram instrumentados seguindo a técnica Paiva & Antoniazzi até a # 45 aquém 1 mm do forame apical.Os dentes foram divididos em dois grupos, no G1 os dentes foram irradiados com o laser de Nd:YAG, ajustado em 100 mJ/15 Hz, 4 vezes a 7 segundos, em movimentos helicoidais, com um intervalo de 20 s entre as aplicações, segundo técnica de Gutknecht. No grupo G2, os dentes foram irradiados com o laser Er:YAG ajustado em 120 mJ de energia e taxa de repetição de 15 Hz durante 10 segundos em movimentos circulares. Nos dois grupos foram tomadas medidas das regiões cervical, média e apical utilizando o termômetro Minitemp® a 10 cm de distância, e com mira laser (Raytek®).

Os resultados mostraram que ocorreu aumento de temperatura de 0,5 a 1,0ºC na superfície dentinária nos três terços testados, porém, não houve diferença estatística significante (p > 0,01) entre os grupos quanto ao tipo de laser utilizado, e, não ocorreu influência da espessura dentinária na variação da temperatura promovida pelos laseres.

 

  A344 

Comparação de três técnicas de obturação no preenchimento de reabsorções internas.

C. A. CAMPOS*, C. N. CAMPOS.

Departamento de Clínica Odontológica – FO-UFJF. Tel.: (0**32) 229-3864.
E-mail: endo@odonto.ufjf.br

A perfeita obturação do canal radicular, de forma tridimensional, com preenchimento completo dos espaços pelo material obturador, é de difícil execução quando persistem irregularidades na cavidade pulpar. O objetivo deste estudo foi comparar a qualidade do preenchimento de reabsorções internas pela utilização de três diferentes técnicas de obturação de canais radiculares. Trinta dentes caninos, extraídos de humanos, foram divididos em três grupos, cada um com dez dentes medindo de 26 a 27 mm de comprimento. Foram preparadas cavidades internas entre os terços médio e coronário, simulando reabsorções. Os dentes foram radiografados nos sentidos vestibulolingual e mesiodistal, antes e após serem instrumentados, e obturados por três técnicas diferentes de obturação: Grupo 1 – condensação lateral; Grupo 2 – condensação vertical com aquecimento; Grupo 3 – condensação termomecânica pelos “gutta-condensors” (Dentsply – Maillefer). Após as obturações, os dentes foram parcialmente descalcificados e seccionados transversalmente por discos diamantados, sob refrigeração, a 200 rpm. As avaliações, feitas por três endodontistas, verificaram-se pela comparação das radiografias pré e pós-obturação, e pelo exame dos cortes ao microscópio estereoscópico, com aumento de 40 X.

A análise estatística dos resultados, pelos testes de Kruskal-Wallis e de Conover, indicaram que a técnica da condensação termomecânica pelos “gutta-condensors” foi significantemente melhor que as demais, seguida pela técnica da condensação vertical.

  A345 

Avaliação do desvio apical entre duas técnicas de instrumentação radicular.

D. ALVES*, C. M. CARVALHO, C. SILVA, R. TRAVASSOS.

Departamento de Odontologia Restauradora, Faculdade de Odontologia de Pernambuco.
Tel.: (0**81) 458-1208.

Este estudo teve como objetivo avaliar a presença ou não do desvio apical entre três técnicas de instrumentação. Trinta canais mésio-vestibulares de molares inferiores foram utilizados neste trabalho, divididos em três grupos de 10 elementos cada e preparados com as seguintes técnicas: a) grupo 1: Profile 04 (técnica “Crown Down”), grupo 2: Profile 04 (técnica de Araraquara), grupo 3: Flexofile (técnica “Crown Down”). Os espécimes foram incluídos em resina ortoftálica e introduzidas na plataforma raiográfica. A lima tipo K número 10 foi introduzida no canal mésio-vestibular para a obtenção da primeira tomada radiográfica. O filme permaneceu na plataforma radiográfica até a conclusão do preparo químico-mecânico. Neste momento obteve-se a segunda tomada radiográfica. Após o processamento dos filmes os mesmos foram avaliados em um negatoscópio e submetidos a análise estatística. A porcentagem de desvio obtido nos grupos foram: grupo 1: 0%, grupo 2: 20% e o grupo 3: 20%. Os dados obtidos não mostraram diferenças estatisticamente significativas entre as técnicas empregadas em relação ao desvio apical. (teste de Fi­sher, p = 0,47).

Pode-se dizer que apesar de não se verificar diferenças estatísticas entre os grupos, obteve-se melhores resultados para a técnica que utilizou-se o sistema Profile Crown-Down, sugerindo com isso a possibilidade de sua utilização no preparo de canais radiculares.

 

  A346 

Avaliação da citotoxicidade do formocresol em cultura de macrófagos.

C. M. CARVALHO*, C. CASTRO, C. SILVA, R. TRAVASSOS, V. RODRIGUES, A. LEITE, M. PONTES.

Departamento de Odontologia Restauradora. Faculdade de Odontologia de Pernambuco.
Tel.: (0**81) 458-1208.

Objetivou-se, neste estudo, avaliar a citotoxicidade do formocresol quanto a liberação de superóxido em cultura de macrófagos peritoneais de rato. Os macrófagos produzidos por estimulação foram coletados em lavado peritonial com solução NaCl a 0,9%. Após centrifugação do lavado e lise das células sangüíneas, fez-se a cultura das células em meio RPMI 1640 associado a soro fetal bovino e a antibióticos. A contagem das células foi realizada com auxílio do corante azul Trypan a 0,05%. Distribuiu-se 2 ml do preparo para cada poço em placa para cultura de tecido, levou-as a uma estufa encubadora por 1 hora, retirou-se o sobrenadante. Utilizou-se em todas > as placas o PMA. Diluiu-se o formocresol, colocando-o em > contato com o meio, acrescentou-se o superóxido dismutase no grupo negativo e o ferrocitocromo C em todos os grupos para posterior leitura no > espectofotômetro. Macrófagos controles: 1ª hora - 5,71 ng/milhão de células/ml, 2ª hora - 13,77 ng/milhão de células/ml, 3ª hora - 20,75 ng/milhão de células/ml/2, 4ª hora - 16,04 ng/milhão de células/ml. Macrófagos tratados com formocresol: 1ª hora - 6,74 ng/milhão de células/ml, 2ª hora - 25,74 ng/milhão de células/ml, 3ª hora - 18,74 ng/milhão de células/ml, 4ª hora - 15,18 ng/milhão de células/ml/2.

Pelo teste t de Student não se obteve resultados diferentes estatisticamente significativos entre os grupos avaliados. Pode-se dizer que apesar de não haver diferença significativa na amostra estudada, o formocresol teve uma tendência em diminuir a liberação do superóxido pelos macrófagos.

  A347 

O ensino das diferentes técnicas de terapia pulpar em Odontopediatria.

M. E. P. R. COSTA*, T. CHIANCA, F. T. FERREIRA, S. CHARLIER, M. S. C. BASTOS,
R. B. C. VIANNA.

Disciplina de Odontopediatria, FOUFRJ-UGF.

Com todo o avanço de técnicas e materiais em Odontologia, a terapia pulpar foi uma questão pouco explorada no campo da Odontopediatria. Resultados ao longo dos tratamentos terapêuticos têm mostrado vários casos de insucesso. Esta pesquisa visa identificar os tipos de terapias pulpares em dentes decíduos preconizadas pelas Faculdades de Odontologia do Rio de Janeiro. Um questionário com perguntas fechadas e abertas foi respondido por professores dos cursos de graduação e pós-graduação das 12 instituições existentes no Estado. Somente uma instituição não realiza trei­namento prático de terapia pulpar com alunos de graduação. Todos os cursos preconizam a pulpotomia em uma única sessão, utilizando o formocresol como medicamento e a pasta de óxido de zinco e eugenol (OZE) como restaurador da câmara pulpar, sendo que uma instituição utiliza também a pasta Guedes-Pinto. A biopulpectomia é realizada em 1 ou 2 sessões, utilizando em 83,33% dos casos formocresol como medicamento. Os canais são vedados com pasta OZE (41,67%), pasta Guedes-Pinto (25%), OZE + formocresol (16,67%) e OZE ou pasta Guedes-Pinto (16,67%). Apenas uma instituição indica extração em dentes necrosados, as outras utilizam pasta Guedes-Pinto (45,45%), OZE ou pasta Guedes-Pinto (45,45%) e OZE + formocresol + iodofórmio (9,1%) para obturação dos canais. O capeamento direto com Ca(OH)2 é preconizado em 41,67% dos cursos, exclusivamente em dentes jovens e sem reabsorção radicular.

De um modo geral, os cursos aplicam todas as técnicas de terapia pulpar, utilizando formocresol como medicamento. O vedamento dos condutos varia de acordo com a presença ou ausência de fístula, bem como a vitalidade pulpar.

  A348 

O uso da tinta nanquim na avaliação de duas técnicas de instrumentação: escalonada versus Oregon modificada.

C. REISS*, R. DANTAS.

Departamento de Saúde – Universidade Estadual Feira de Santana.

Comparou-se in vitro duas técnicas de instrumentação: escalonada versus Oregon modificada, quanto a sua capacidade de remover corante aderido às paredes do canal. Trinta e cinco incisivos superiores unirradiculares, tiveram seus canais preenchidos com tinta nanquim e divididos em três grupos: Grupo I – 15 elementos instrumentados com a técnica escalonada; Grupo II – 15 elementos instrumentados com a técnica de Oregon modificada; Grupo III – 5 elementos como grupo controle. Posteriormente os dentes foram seccionados longitudinalmente no sentido vestíbulo-palatino e as hemi-secções colocadas em ordem decrescente da remoção do corante.

Os resultados foram analisados por três testes, onde foi encontrada maior diferença significante entre as duas técnicas ao ser observado o terço apical das secções, em que a técnica de Oregon modificada tendeu a limpar mais que a técnica escalonada.

 

  A349 

Influência do desgaste compensatório no acesso endodôntico de incisivos laterais superiores.

E. M. LEMOS*, M. D. A. DEONIZIO, L. A. YAMAGUCHI, R. F. L. HOFFMANN, C. L. CALDEIRA,
C. E. AUN.

Disciplina de Endodontia, Departamento de Dentística, USP – FOUSP. E-mail: lemos@fo.usp.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar a influência do desvio apical em incisivos laterais superiores in vitro, tendo como fonte de variação a cirurgia de acesso modificada. Foram utilizados trinta incisivos late­rais superiores humanos extraídos. Os dentes foram incluídos em silicona pesada, e após o acesso à câmara pulpar com broca esférica # 1, a patência foi verificada com instrumento K 0.8, e o canal preenchido com contraste Hypaque® - M (Winthrop), até o extravazamento pelo forame apical. Para tanto, os dentes foram separados e radiografados aleatoriamente em dois grupos G1 (abertura convencional) e G2 (abertura modificada). O desgaste compensatório para mesial foi realizado com o auxílio de uma broca AR 3083. O preparo da entrada do canal se deu através do uso da broca GG # 2 no terço cervical da raiz. Todos os espécimes foram instrumentados até a lima Flexofile 40, sendo a técnica da instrumentação padronizada para os dois grupos, 1 mm aquém do ápice radicular. Os dentes foram novamente radiografados, previamente após a injeção de contraste. As radiografias digitalizadas foram sobrepostas com auxílio do software Morphy® 1.0 (Ulead). Os resultados demonstraram que, no grupo I, 40% apresentaram desvio apical, ao passo que, no grupo II, 13,3% apresentaram desvio apical.

Nossos resultados suportam a conclusão de que o grupo II apresentou, significativamente, menor desvio apical, possibilitando concluir que o desgaste compensatório é uma importante etapa no preparo dos canais radiculares dos incisivos laterais superiores.

  A350 

Estudo anatômico das projeções de esmalte cervical em dentes molares.

H. FAIG-LEITE, R. G. FERNANDES*, A. M. A. CAMARGO.

Disciplina de Anatomia – FO São José dos Campos – UNESP. E-mail: horacio@fosjc.unesp.br

A projeção de esmalte cervical (PEC) é uma variação anatômica que ocorre na região da junção amelocementária, e que constantemente está relacionada com envolvimento de furca provocando graves problemas periodontais. O objetivo deste trabalho foi sistematizar em um grande número de dentes os vários tipos de PECs encontradas, descrevendo sua incidência em todas as faces dos dentes. Foram utilizados 4.784 dentes molares humanos (1 M, 2 M e 3 M) com junção amelocementária íntegra. Após a limpeza de cada dente, estes foram separados segundo o arco, o grupo e o lado. Utilizando uma lupa estereoscópica, foi verificado à presença ou ausência de PEC nas faces vestibular, lingual, mesial e distal, e estas classificadas em graus I, II e III. A PEC foi encontrada em 15,76% dos dentes estudados, estando em 90,85% apenas em uma face e 9,15% em mais de uma face. Segundo o arco, sua incidência foi maior nos molares inferiores (18,13%) do que nos superiores (14,35%). Já com relação ao grupo, sua presença foi maior no 3 M (49,47%), seguido pelo 2 M (36,87%) e 1 M (13,66%). Quando considerada a incidência de PEC em apenas uma face, esta foi maior no 2 M (92,81%) seguido pelo 3 M (90,35%) e 1 M (87,38%). O grau de PEC mais encontrado foi o tipo I (53,14%), seguido do tipo III (28,76%) e do tipo II (18,10%).

Nossos resultados mostram a importância do conhecimento da presença das PECs segundo o arco, o lado e o grupo dental, bem como sua incidência nos vários graus. Os profissionais, principalmente os periodontistas, devem estar alertas para a presença desta variação anatômica e suas possíveis implicações clínicas. (Apoio: PIBIC/CNPq/UNESP.)

  A351 

Suscetibilidade de anaeróbios estritos a medicamentos utilizados em Endodontia.

F. B. A. FERREIRA, C. M. FERREIRA, O. P. S. ROSA, S. A. TORRES.

Disciplinas de Microbiologia e de Endodontia da FOB – USP.
E-mail: flavianaferreira@starnet.com.br

Uma das principais propriedades de um curativo intracanal é a capacidade antimicrobiana. Através do método de macrodiluição em caldo, avaliou-se a atividade antimicrobiana das soluções de hidróxido de cálcio a 10%, paramonoclorofenol canforado a 35% (PMCC) e digluconato de clorexidina a 2% (CX), frente aos microrganismos anaeróbios estritos Prevotella nigrescens (ATCC 33563), Fusobacterium nucleatum (ATCC 25586), Clostridium perfringens (ATCC 13124) e Bacteroides fragilis (ATCC 25285), utilizando-se dois meios de cultura, os caldos Reinforced Clostridial Medium (RCM) e Brucella. Os inóculos das bactérias foram padronizados em 5 x 105 UFC/ml, após repiques sucessivos, e colocados em tubos contendo diluições dos medicamentos nos caldos, os quais foram incubados anaerobicamente a 37ºC por 48 ou 96 horas. A concentração inibitória mínima (CIM) foi determinada pela leitura dos tubos em espectrofotômetro antes e após incubação em anaerobiose, e a determinação da concentração bactericida mínima (CBM), feita logo depois. As CBM variaram de 781 a 6.250 mg/ml para o hidróxido de cálcio; de 170 a 680 mg/ml para o PMCC e de 0,15 a 19,75 mg/ml para a CX, considerando os dois meios.

Os dados demonstraram que as CBM variam de acordo com o meio de cultura e com a bactéria estudada, sendo os maiores valores observados no caldo RCM e a bactéria mais resistente, o Clostridium perfringens. (Agência financiadora: FAPESP.)

 

  A352 

Eficácia de métodos de esterilização e armazenagem dos cones de guta-percha.

P. G. MOTTA*, C. B. O. FIGUEIREDO, S. M. M. MALTOS, J. R. NICOLI, A. P. R. SOBRINHO,
H. P. M. CARVALHAIS, K. L. M. MALTOS.

FO/ICB-UFMG - Belo Horizonte – MG – Brasil.

O objetivo do presente estudo foi avaliar a eficácia do hipoclorito de sódio 2,5% e glutaraldeído 2,2% (Cidex) como agentes esterilizantes para cones de guta-percha. A eficácia de armazenagem dos cones de guta-percha na presença ou ausência de paraformaldeído também foi avaliado. Cones de guta-percha artificialmente contaminados com uma suspensão de Bacillus stearothermophilus (ATCC 7953) foram submetidos à ação dos seguintes agentes químicos: glutaraldeído 2,2% por 10, 15, 30 e 60 min. e 10 e 12 h, e hipoclorito de sódio 2,6% por 5, 10, 15 min. Os cones foram depois incubados no meio de tioglicolato para a determinação do crescimento bacteriano. Em paralelo, cones de guta-percha estéreis foram armazenados, com ou sem paraformaldeído, em recipientes fechados por 30 dias. Os recipientes foram abertos 30 min. diários e expostos num ambiente de uma clínica odontológica em funcionamento. Uma amostra de cone foi removida semanalmente dos recipientes para se determinar a possível ocorrência de contaminação. Os resultados mostraram que hipoclorito 2,5% foi eficaz após 5, 10 e 15 min., enquanto o glutaraldeído 2,2% foram necessários 10 e 12 h de contato para a obtenção da esterilização. Não houve contaminação dos cones de guta-percha armazenados com ou sem paraformaldeído.

Conclusões: hipoclorito de sódio 2,5% e glutaraldeído 2,2% (Cidex) provaram ser efetivos como agentes esterilizantes para cones de guta-percha, com hipoclorito de sódio requerendo menores períodos para uso. Nenhuma diferença foi observada entre os dois métodos de armazenagem dos cones.

  A353 

Análise comparativa de métodos de avaliação da permeabilidade dentinária.

D. P. RALDI*, I. M. FRÓIS, J. L. LAGE-MARQUES.

Endodontia – Universidade Ibirapuera, Endodontia – FOUSP – SP. E-mail: jmarques@fo.usp.br

Diante de uma profusa quantidade de experimentos, diferentes métodos tem sido propostos para avaliar a permeabilidade dentinária, entretanto, muitos deles são de difícil execução ou não nos fornecem resultados precisos. Constitui proposta deste experimento avaliar comparativamente dois métodos quantitativos de análise da permeabilidade dentinária. Utilizamos 20 dentes unirradiculares extraídos com raízes de aproximadamente 14 mm de comprimento, os canais foram preparados com limas tipo K e as raízes coradas com corante azul de metileno. Foram realizados 7 cortes transversais em cada espécime com micrótomo, numa espessura padrão de 1,2 mm. Selecionaram-se 30 cortes divididos em dois grupos (grupo 1 - cortes mais corados e grupo 2 - cortes menos corados). Os cortes tiveram suas imagens digitalizadas para posterior avaliação da penetração do corante. No método proposto por FRÓIS et col., Rev. Paul. Endodont., 2 (4) : 77-83, 1981, as imagens digitalizadas foram ampliadas e impressas em papel tipo “Glossypaper”. Utilizou-se a fórmula de cones truncados para se determinar o volume de penetração e um planímetro para a mensuração. No segundo método foi utilizado o software Image Lab, para mensuração das áreas coradas.

Ambos os métodos forneceram resultados precisos, não havendo diferença estatisticamente significante.

 

  A354 

Comparação da citotoxicidade in vitro do ácido cítrico e EDTA.

C. F. MALHEIROS*, G. GAVINI, M. M. M. JAEGER.

Departamento de Dentística, Endodontia, FOUSP – SP. Tel.: (0**11) 870-0678.

A irrigação final do canal radicular objetiva a remoção do magma dentinário, possibilitando a atuação da medicação intracanal e facilitando o selamento dentinário do material obturador. As soluções de EDTA e ácido cítrico em diversas concentrações têm sido recomendadas para este momento importante do tratamento endodôntico. A fim de avaliar a citotoxicidade destas soluções, realizaram-se ensaios de viabilidade pela exclusão de células coradas pelo azul de Trypan. Ácido cítrico a 25, 15 e 10% e EDTA a 17% foram diluídos a 1% e 0,1% em DMEM, e aplicados em culturas de fibroblastos NIH-3T3. Células crescidas e mantidas em DMEM serviram como controle. Foram realizadas contagens celulares em hemocitômetro após 0, 6, 12 e 24 horas de contato (resposta celular de curto prazo) e 1, 3, 5 e 7 dias (longo prazo). Na diluição de 1% houve morte celular imediata para todas as soluções. No experimento de curto prazo, a porcentagem de viabilidade celular foi estatisticamente menor para o EDTA. O crescimento celular apresentado por esta solução no experimento de longo prazo, também foi menor comparado ao controle e às soluções de ácido cítrico.

Conclui-se que as soluções de ácido cítrico mostraram-se biocompatíveis na diluição de 0,1%, enquanto o EDTA foi citotóxico em ambas as diluições.

 

  A355 

Ação do ácido fosfórico e EDTA-T 17% na dentina radicular.

A. L. F. NOGUEIRA*, C. F. GIOMETTI, J. L. LAGE-MARQUES.

Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo – Departamento de Endodontia.

Esse estudo teve como objetivo observar, através de microscopia eletrônica de varredura a ação de substâncias químicas e soluções irrigadoras sobre o condicionamento das paredes do canal principal e sua relação com a penetração do cimento obturador na dentina radicular. Trinta dentes unirradiculares, recém-extraídos e com as coroas cortadas, foram preparados. Após etapa de instrumentação os espécimes foram divididos em três grupos e submetidos ao condicionamento dentinário, empregando três diferentes substâncias: Grupo I – soro fisiológico, Grupo II – EDTA-T 17% e Grupo III – ácido fosfórico 37%. Os espécimes foram obturados, clivados e preparados para análise em microscopia eletrônica de varredura.

A análise dos resultados permitiu observar que não houve penetração do cimento no Grupo I enquanto nos Grupos II e III houve penetração sendo que em III maior número de túbulos foram obliterados.

 

  A356 

Fatores determinantes do insucesso endodôntico com perda do elemento dentário.

E. B. S. ARAÚJO*, B. P. F. A. GOMES, E. T. PINHEIRO, C. C. R. FERRAZ, F. J. SOUZA-FILHO.

Endodontia. Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

Microrganismos exercem influência no desenvolvimento de doenças pulpares e periapicais, e juntamente com a ausência de selamento coronário, limite e qualidade da obturação, determinam o insucesso do tratamento endodôntico. O objetivo deste trabalho foi avaliar e relacionar fatores envolvidos na perda de 49 dentes tratados endodonticamente por especialistas e alunos da FOP-UNICAMP. Os dentes após a extração, foram imediatamente lavados e acondicionados individualmente em formol tamponado a 10% e radiografados nos sentidos M-D e V-L para avaliação da qualidade do preparo e obturação, sendo correlacionados os seguintes dados: idade, sexo, dente, presença de fratura, selamento coronário, lesões periapi­cais e endo-perio, reabsorções e núcleo. Para verificação da morfologia pulpar e presença de bactérias nos canalículos dentinários, algumas amostras foram submetidas à diafanização e MEV, respectivamente. Os resultados estatisticamente significativos (Pearson c2; p < 0,05) ocorreram entre: a) ausência de selamento coronário e doença periodontal, b) fratura e obturação deficiente, c) lesão periapical e instrumentação deficiente e d) limite da obturação > 4 mm do ápice e obturação e instrumentação deficientes. As variações com maiores freqüências detectadas foram: idade ³ 31 anos (79,9%), ausência de selamento (71,4%), presença de lesão periapical (38,8%) e doença periodontal (34,7%).

Concluímos que a preservação do elemento dentário pós-tratamento endodôntico é influenciada não apenas por fatores técnicos endodônticos como também por procedimentos restauradores e condições periodontais, dentre outros. (Apoio: FAPESP 96/05584-3 & CAPES.)

  A357 

Avaliação in vitro do gel de clorexidina usado como irrigante endodôntico.

C. C. R. FERRAZ*, B. P. F. A. GOMES, F. B. TEIXEIRA, A. A. ZAIA, F. J. SOUZA-FILHO.

Endodontia, Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.

O papel dos microrganismos no desenvolvimento de alterações inflamatórias periapicais tem sido claramente demostrado. Mecanismos de defesa do hospedeiro dificilmente atingem as bactérias que se estabelecem no sistema de canais radiculares. Sendo assim, as infecções endodônticas devem ser tratadas por procedimentos mecânicos auxiliados por substâncias químicas. A clorexidina, em várias concentrações, tem sido usada na Endodontia tanto como solução irrigadora como medicação intracanal. Muita atenção tem sido dada às propriedades químicas das soluções irrigadoras, porém pouco tem se estudado a fim de melhorar sua ação mecânica. Na Endodontia, a clorexidina gel tem sido usada apenas como medicação intracanal, apresentando bons resultados, não havendo trabalhos utilizando-a como irrigante. Portanto, a proposta deste trabalho foi avaliar, in vitro, o gel de clorexidina como irrigante endodôntico, verificando se este possui algumas das propriedades necessárias a um irrigante endodôntico considerado ideal. O gel de clorexidina foi avaliado juntamente com outros irrigantes comumente utilizados em Endodontia (hipoclorito de sódio e clorexidina líquida), através do teste de difusão em ágar.

Dos irrigantes testados, o gel de clorexidina foi o que criou maiores halos de inibição de crescimento contra microrganismos freqüentemente encontrados na microbiota endodôntica; além de apresentar maior capacidade na remoção de “smear layer” e na eliminação de Enterococcus faecalis dos canais radiculares durante a instrumentação in vitro. Concluiu-se que a clorexidina gel tem potencial para ser utilizada como irrigante endodôntico.

  A358 

Avaliação comparativa da citotoxicidade de alguns cimentos endodônticos.

E. M. SANTOS, M. M. M. JAEGER, R. L. D. P. DANIEL, M. F. Z. SCELZA*.

Patologia/USP – Endodontia FOUFF/FOUFRN/FOUSP. E-mail: scelza@gbl.com.br

No momento da obturação do sistema de canais radiculares, na prática clínica, o cimento endodôntico, usado em associação com o cone de guta-percha, tem a possibilidade de entrar em contato com o tecido periapical . As propriedades biológicas desses materiais são fatores que influenciam o resultado do tratamento. O presente trabalho avaliou a citotoxicidade in vitro de cinco cimentos endodônticos – AH Plus® (GI), Sealapex®(GII), Tubli Seal®(GIII), Pulp Canal Sealer®(GIV) e Fill Canal® (GV). Os materiais foram colocados em lamínulas de vidro, as quais foram depositadas sobre células em cultura. Utilizaram-se fibroblastos de ratos (NIH-3T3), plaqueados em 1x104 células/placa de Petri. Nas culturas controle, lamínulas de vidro foram adicionadas sem substância. Nos experimentos de longo prazo (sobrevivência celular), os períodos experimentais foram 1, 3, 5 e 7 dias. Nesses períodos efetuou-se a contagem celular, em triplicata para cada substância testada, pelo método de exclusão de células coradas pelo azul de Trypan. Os resultados mostraram que as culturas tratadas pelo AH Plus®, Pulp Canal Sealer® e Fill Canal® apresentaram morte celular a partir do 5º dia após aplicação da substância. Com o Sealapex® observou-se porcentagem de viabilidade celular entre 80 a 100% durante todo o período experimental. Para todas as substâncias testadas houve um crescimento celular menor do que para o grupo controle, porém, o Sealapex® apresentou maior número de células viáveis durante todo o experimento.

Os autores concluíram que, em ordem crescente de citotoxicidade (P5%), tem-se: GII, GIII, GI, GIV e GV, sendo que entre os 2 últimos grupos não houve diferença estatisticamente significante.

  A359 

Avaliação in vitro da citotoxicidade do MTA e de dois cimentos endodônticos.

M. I. A. SENNE*, N. LEMOS, R. A. S. FIDEL, S. R. FIDEL.

Faculdade de Odontologia – UNIG/UERJ. E-mail: isenne@ig.com.br

Já é sabido que os cimentos endodônticos são elementos fundamentais no selamento do sistema de canais radiculares. Considerando que estes materiais entram em contato direto com o tecido peri-radicular por um longo período de tempo, o reconhecimento do seu comportamento biológico é de fundamental importância. O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro o efeito citotóxico do Agregado Trióxido Mineral (MTA – Dentsply) e dois cimentos endodônticos (AH Plus – Dentsply e Endofill – Herpo) usando células Vero. Os materiais foram preparados de acordo com as instruções do fabricante dentro de condições assépticas e colocados em placas de Petri, passado o período noturno, os cimentos foram cobertos com a suspensão celular. As culturas ficaram incubadas a 37ºC por 24, 48 e 72 horas. A citotoxicidade foi avaliada pela técnica quantitativa nos três períodos de observação. A análise estatística dos dados foi obtida pelos testes ANOVA e Tukey que mostraram haver diferença estatisticamente significante entre os três materiais testados.

Após a análise, esse estudo mostrou que o cimento Endofill foi altamente citotóxico, causando uma diminuição expressiva na densidade celular. O AH Plus e o MTA provaram ser materiais com baixa citotoxicidade.

 

  A360 

Análise in vitro do canal cavo-inter-radicular em molares.

F. S. CUNHA*,G. MACHADO, L. R. NEUVALD.

Associação Brasileira de Odontologia – Seção/RS. Tel.: (0**51) 9914-1812.

Evidências significativas sugerem a inter-relação existente entre a região de furca de dentes multirradiculados com o desenvolvimento de lesões endoperiodontais, principalmente, quando da presença do canal cavo-inter-radicular. Com o objetivo de compreender os mecanismos envolvidos na etiopatogenia de tais doenças periodontais, assim como propiciar o diagnóstico e o tratamento precoces, buscou-se melhor caracterizar essa região dando ênfase à morfologia do assoalho da câmara pulpar. Para este estudo foram selecionados 42 molares humanos extraídos, sendo 21 superiores e 21 inferiores. Após realizadas as aberturas coronárias e localizadas as entradas dos canais radiculares, os dentes tiveram parte das porções coronária e radicular cortada perpendicularmente ao longo do seu eixo, com o auxílio de disco de Carburundum. Depois de uma criteriosa limpeza dos espécimes, esses foram secos em câmara de ponto crítico, sendo, a seguir, preparados para análise em microscópio eletrônico de varredura (modelo XL30 – Philips). Durante a leitura microscópica, deu-se destaque à morfologia do assoalho do câmara pulpar e ao padrão de distribuição dos túbulos dentinários locais.

Com base nos resultados obtidos, e de acordo com a literatura pertinente, pôde-se verificar que: 1. o assoalho da câmara pulpar dos molares, tanto superiores quanto inferiores, apresenta-se foraminoso; 2. o diâmetro mai­or de alguns forâmenes identifica a presença do canal cavo-inter-radicular; 3. o diâmetro e o número de túbulos dentinários encontrados por mm2 assim como a presença de forâmenes no assoalho da câmara pulpar sugerem a permeabilidade dessa região; 4. o aspecto morfológico das estruturas analisadas no assoalho da câmara pulpar corroboram a identificação da área de furca dos molares como predisposta à instalação de lesão endoperiodontal.

 

  A361 

Tempo de presa e infiltração apical de cimentos endodônticos resinosos.

C. GIAMPIETRO BRANDÃO*, I. G. de MORAES, A. GIAMPIETRO BRANDÃO.

Disciplina de Endodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru, USP.
E-mail: christian@ssnet.com.br

A busca por um material obturador de canais radiculares que apresente características físico-químicas e biológicas que o aproxime do ideal sempre foi e continua intensa. Entre essas propriedades físicas estão um tempo de presa adequado, que dê tranqüilidade para o profissional proceder a obturação, comprovar sua qualidade e dar acabamento. Ainda, um selamento o mais hermético possível do sistema de canais radiculares é uma condição imprescindível para que seja alcançado o sucesso total do tratamento endodôntico: o selamento biológico. Avaliou-se o tempo de presa de três cimentos endodônticos resinosos: Sealer 26, e dois experimentais Sealer Plus e MBP, comparando-os ao cimento de óxido de zinco e eugenol (OZE), segundo as normas da ISO 6876 – Dental root canal sealing materials, em ambientes com e sem presença de umidade. Em umidade relativa, o Sealer Plus apresentou a presa mais rápida, seguido por OZE e Sealer 26 e, finalmente, o MBP. Todos os materiais, à exceção do Sealer Plus, tiveram tempo de presa maior na ausência de umidade. A infiltração marginal apical foi testada utilizando-se 16 raízes de dentes unirradiculados para cada material, com seus canais preparados biomecanicamente, impermeabilizadas (à exceção da região apical) e obturadas pela técnica do cone único, 1 mm aquém do forame apical. Imediatamente após obturação e selamento coronário, os espécimes foram imersos em solução de azul de metileno a 1% por 72 horas. As raízes foram, então, fraturadas longitudinalmente para medição da infiltração de corante. O MBP apresentou menor infiltração, seguido pelo Sealer 26 e Sealer Plus, sendo esses valores bem inferiores ao grupo controle.

Todos os cimentos testados apresentaram tempo de presa e selamento apical satisfatórios, devendo preencher esses requisitos no seu uso clínico. (Apoio: CNPq.)

 

  A362 

Efeitos do laser de dióxido de carbono (CO2) em ápices radiculares: estudo in vitro ultra-estrutural.

R. M. F. SAMPAIO*, W. D. NICCOLI-FILHO, L. A. P. PENNA, S. M. RODE.

DMOP, FOSJC-UNESP. E-mail: ruisampaio@uol.com.br

Um dos desafios durante um tratamento da região apical e uma raiz dental, é a desinfecção e limpeza dos sistemas de canais. Frente a esse problema, propusemo-nos a desenvolver um tratamento dessa região com a utilização do laser de CO2 estudando ultra-estruturalmente os efeitos da radiação laser de CO2, em 18 dentes humanos do banco de dentes que sofreram tratamento endodôntico, bem como o corte dos ápices com brocas, em alta rotação sob refrigeração. Em seguida, foram divididos aleatoriamente em seis grupos, sendo um controle (sem a ação do laser) e os demais fixados em uma base de madeira com cera utilidade e irradiados em modo pulsado de 1 s e foco de 0,6 mm, nas seguintes potências: 2, 3, 5, 7 e 10 W. Os espécimes foram limpos e preparados para microscopia eletrônica de varredura, onde foram analisados comparativamente. No exame ultra-estrutural, observou-se que os grupos experimentais apresentaram alteração morfológica com fusão e recristalização da superfície dentinária. Nos grupos irradiados com 2 W, observou-se uma discreta trama de dentina fundida aflorando à superfície, que se acentuou com o aumento de potência (3 e 5 W). Nos grupos irradiados com potência de 7 e 10 W, os espéciems apresentaram carbonização da superfície dentinária. Foram observadas cratera, fissuras, áreas que sugeriram ablação e “melting” e um evidente deslocamento do cone de guta-percha, sendo que com 10 W os efeitos foram todos mais acentuados.

Conclui-se que as potências de 2 e 3 W apresentaram efeitos menos significantes, sendo provavelmente mais indicadas para um possível uso clínico.

  A363 

Análise do vedamento apical de canais obturados com cimentos zincoenólico e resinoso após tratamento ácido.

J. CARLIK*, M. R. L. NUNES, J. H. ANTONIAZZI, V. F. P. CORREIA.

Disciplina de Endodontia, Departamento de Dentística, FOUSP – SP.

Analisou-se a influência da aplicação dos ácidos ortofosfórico e cítrico no vedamento apical de canais radiculares, após seu preparo químico-cirúrgico, obturados com cimentos N-Rickert e Sealer 26. Foram utilizados 42 dentes pré-molares superiores humanos extraídos, do banco de dentes da Disciplina de Endodontia da FOUSP, portadores de duas raízes distintas cujos canais radiculares foram preparados pela técnica de Paiva & Antoniazzi até a lima tipo K # 40 a 1 mm aquém do forame e irrigados com 5,4 ml de detergente aniônico-anti-séptico. Os dentes foram separados em 6 grupos, sendo que nos grupos I e IV (controles) não foram realizados quaisquer tratamentos ácidos em ambos os canais. Nos grupos II e V, os canais vestibulares foram submetidos a repleção por 15” com ácido ortofosfórico a 25% e os palatinos por 30” com ácido cítrico a 25%, seguindo-se irrigação final com 5,4 ml de detergente aniônico-anti-séptico. Nos grupos III e VI empregou-se, de maneira inversa, ácido cítrico nos vestibulares e ortofosfórico nos palatinos. A seguir, os canais dos grupos I, II e III foram obturados com cimento N-Rickert e os demais canais dos grupos IV, V e VI com cimento Sealer 26, em todos utilizando-se a técnica de cones múltiplos com condensação vertical. As raízes foram, então, impermeabilizadas externamente com duas camadas de cianoacrilato e imersas em azul de metileno a 0,5%, pH 7,2, por 72 horas a 37ºC. Após a clivagem, mediu-se a maior infiltração marginal cujas médias em mm foram: Grupo I = 0,458; Grupo IV = 1,062; N-Rickert com ácido fosfórico = 1,190, N-Rickert com ácido cítrico = 1,068; Sealer 26 com ácido fosfórico = 1,261 e Sealer 26 com ácido cítrico = 1,025.

Houve diferença significante ao nível de 5% somente entre os cimentos N-Rickert e Sealer 26 sem tratamento ácido (controles); nos demais grupos as diferenças não foram significantes entre si. Conclui-se que o tratamento com ácido altera o vedamento quando se utiliza o cimento N-Rickert.

 

  A364 

Estudo comparativo de três técnicas de clareação em dentes endodonticamente tratados.

N. S. SOUZA, R. S. PEREIRA, A. ROLDI, F. C. RIBEIRO, J. B. G. INTRA, R. A. S. FIDEL,
P. A. EGREJA*.

UERJ/UFES. E-mail: girogu.vix@zaz.com.br

Neste estudo foi comparado clinicamente a efetividade de três técnicas de clareação, em dentes tratados endodonticamente: Termocatalítica, Walking Bleach e Combinada (peróxido de carbamida a 10% mais uma sessão da Termocatalítica). Nove dentes unirradiculares foram utilizados no experimento e divididos nos três grupos. Foram fotografados e analisados de acordo com a escala de cor Vita. A avaliação do tratamento endodôntico foi feita pela radiografia periapical. Foi feito isolamento absoluto do elemento dentário e posterior abertura coronária do mesmo. A obturação endodôntica foi removida 3 mm para apical da junção cemento-esmalte, recoberta com pasta de hidróxido de cálcio P.A. e sobre o mesmo, cimento de ionômero de vidro até que ficasse 1 mm para incisal da J.C.E. Os materiais de clareação foram utilizados de acordo com cada técnica. Após a terceira sessão, o dente foi fotografado, feito a comparação com a escala de cor e os resultados, anotados em uma tabela. Analisados estatisticamente, ficou demonstrado haver diferença significante com 95% de confiabilidade para o “Wilcoxon Signed Paid test” (W = – 21,0; n = 6; p < 0,05) mas não houve diferença estatística entre os grupos quando foi usado o Kruskal-Wallis test (H = 5,639; grau de liberdade = 2; p = 0,06).

Concluiu-se, portanto que a técnica Termocatalítica foi ligeiramente superior às outras duas.

 

  A365 

Influência do cimento endodôntico na incidência da dor pós-operatória.

C. M. AGUIAR*, J. T. PINHEIRO.

Curso Odontológico – UFPE. E-mail: cmaguiar@hotmail.com

A dor e o medo da dor tem sido um dos muitos problemas que envolvem o endodontista e os pacientes submetidos a tratamento endodôntico, devido a uma estranha associação entre tratamento e dor pós-operatória, principalmente quando este é realizado em uma única sessão. O objetivo deste estudo in vivo foi correlacionar a incidência de dor pós-operatória em tratamentos endodônticos realizados em uma única sessão com o tipo de cimento utilizado na obturação do canal radicular. Cento e vinte pacientes com variadas patologias pulpares foram objeto deste estudo. As condições pulpares incluíam polpa vital inflamada, polpa necrosada e polpa necrosada com lesão radiograficamente detectável. Todos os canais foram irrigados com solução à base de hipoclorito de sódio a 1% e instrumentados até o limite apical determinado pela condição pulpar inicial. Após o processo de biomecanização os canais eram obturados com a técnica da condensação lateral ativa, com dois diferentes tipos de cimento endodôntico. No Grupo I foi utilizado um cimento obturador à base de hidróxido de cálcio – Apexit e o Grupo II (controle) os canais foram obturados com um cimento à base de óxido de zinco e eugenol – Fill Canal. Os resultados foram analisados estatisticamente, utilizando-se o teste do Qui-quadrado a um nível de significância de a = 0,05.

Os resultados demonstraram haver diferença significativa entre a incidência de dor pós-obturação endodôntica em tratamentos realizados em uma única sessão e o tipo de cimento utilizado.

 

  A366 

Remoção do “smear layer” dos canais radiculares após aplicação do laser Er:YAG.

D. M. Z. GUERISOLI*, I. M. ROE, J. V. B. BARBIZAM, A. D. WALMSLEY, J. D. PÉCORA.

Departamento de Odontologia Restauradora, FORP-USP. Tel.: (0**16) 602-3982.
E-mail: danilo_zanello@uol.com.br

Este estudo visa averiguar a capacidade de remoção de “smear layer” do laser Er:YAG comparado ao EDTAC quando aplicados no interior do canal radicular. Vinte e cinco caninos unirradiculares, provenientes do estoque de dentes humanos do Laboratório de Pesquisa em Endodontia da FORP-USP, foram divididos aleatoriamente em cinco grupos e instrumentados. O Grupo 1 foi irrigado com NaClO 1,0% (controle positivo); o Grupo 2 com EDTAC 15%; o Grupo 3 recebeu irrigação alternada com NaClO e EDTAC (controle negativo); o Grupo 4 foi irrigado com água destilada e deionizada e o Grupo 5 com NaClO 1,0%. Os grupos 4 e 5 foram irradiados com laser Er:YAG (15 Hz, 42 J, 2,25 W). Em seguida, os dentes foram fraturados no sentido longitudinal e processados para microscopia eletrônica de varredura. As fotomicrografias obtidas receberam escores que variaram de 1 (quantidade desprezível de “smear layer”) a 4 (obliteração total dos canalículos dentinários por “smear layer”), em números absolutos. A análise estatística revelou uma diferença significativa (p < 0,05) entre a quantidade de “smear layer” observada entre os diferentes grupos. A irrigação dos canais radiculares com hipoclorito de sódio mostrou-se ineficiente na remoção do “smear layer”, enquanto a irrigação com EDTAC, NaClO + EDTAC e NaClO + laser Er:YAG mostraram-se altamente eficientes na limpeza do canal radicular. A água destilada associada ao laser ocupou uma posição intermediária no grau de limpeza.

Com base na metodologia empregada e resultados obtidos, parece lícito concluir que, quando associados ao hipoclorito de sódio 1,0%, o laser Er:YAG é tão eficiente quanto o EDTAC na remoção do “smear layer” presente no interior dos canais radiculares.

  A367 

Comparação entre duas técnicas de aplicação de hidróxido de cálcio como medicação intracanal.

R. W. J. GABRIEL*, E. L. ROTA, M. dos SANTOS, I. PROKOPOWITSCH.

Departamento de Dentística, Disciplina de Endodontia da FOUSP. Tel.: (0**11) 3091-7839.

Neste estudo procurou-se avaliar duas técnicas de preenchimento de hidróxido de cálcio veiculado em anestésico, como medicação intracanal. Utilizou-se dez dentes unirradiculares, instrumentados com sistema rotatório Quantec®. A medicação foi levada aos condutos por duas técnicas distintas: limas tipo K nº 30; e com propulsor Lentulo®. Para se avaliar utilizou-se duas metodologias: uma através de pesagem, com balança de alta precisão onde foi realizada a pesagem prévia e posterior à colocação da medicação; e outra, através da análise radiográfica visual por diferentes examinadores. Na avaliação por pesagem não constatou-se diferença estatisticamente significante; e na avaliação radiográfica os resultados mostraram um melhor preenchimento da medicação com o uso de limas.

Conclui-se que com ambas as técnicas a quantidade de material levada para o interior dos condutos foi semelhante porém com a utilização de limas conseguiu-se um preenchimento mais homogêneo no interior dos condutos.

 

  A368 

Extrusão apical de “debris” avaliada por dois diferentes métodos.

C. COSTA*, M. SANTOS.

Endodontia – FOUSP.

Objetivo: comparou-se dois métodos de estudo para avaliação do extravasamento apical de “debris”, a pesagem tradicional e a espectrofotometria. Métodos e Resultados: foram selecionadas 40 raízes com mesmo comprimento, as quais foram posicionadas em frascos de vidro de forma a permanecerem banhadas em soro fisiológico. A seguir foram aleatoriamente divididas em 4 grupos instrumentados cada qual com um dos seguintes instrumentos: Quantec, Profile, POW-R e limas manuais Flexofile. O conteúdo de cada frasco foi então levado a um espectofotômetro para que se medisse a transmitância de espectro. O mesmo processo foi novamente repetido em outras 40 raízes utilizando instrumentos novos das mesmas marcas e a quantidade de extravazamento apical mensurada utilizando-se o método de pesagem contando com quarenta discos de papel filtro de gramatura 80 e diâmetro 12,5 previamente identificados. Cada filtro foi posicionado em um funil, embebido com soro fisiológico, colocado na estufa a 60ºC por 1 hora, resfriado e embebido com o conteúdo do frasco correspondente a sua identificação. Novamente o filtro foi colocado em estufa a 60ºC por mais 1 hora e pesado, obtendo-se a diferença da pesagem inicial e final. Os dois métodos foram confrontados entre si através do teste de Tukey. Os resultados mostraram não haver diferenças estatisticamente significantes entre os dois métodos.

Conclusão: não houve diferença significativa quando comparados, estatisticamente, os dois métodos de análise do extravasamento apical, porém o método de avaliação por espectrofotometria mostrou-se mais prático e rápido que o método tradicional de pesagem.

 

  A369 

Avaliação do efeito do hidróxido de cálcio sobre a endotoxina bacteriana in vivo.

P. NELSON FILHO*1, L. A. B. SILVA1, M. R. LEONARDO2, M. A. ROSSI3, C. A. PANSANI4.

1Departamento de Clínica Infantil – FORP/USP; 2Departamento de Odontologia Restauradora – FOA/UNESP; 3Departamento de Patologia – FMRP/USP; 4Departamento de Clínica Infantil – FOA/UNESP.

O objetivo do presente estudo foi avaliar, in vivo, o efeito da endotoxina bacteriana (LPS), associada ou não ao hidróxido de cálcio, sobre os tecidos apicais e periapicais de dentes de cães, por meio de avaliação histopatológica. Foram utilizadas 59 raízes de pré-molares de cães que, após abertura coronária e biopulpectomia foram preenchidos com um dos seguintes materiais: Grupo I: LPS; Grupo II: LPS associado ao hidróxido de cálcio; e Grupo III: soro fisiológico. No Grupo IV, foram induzidas lesões periapicais experimentalmente. Decorridos 30 dias, os animais foram sacrificados e as peças submetidas ao processamento histológico. Os resultados obtidos demonstraram que a intensidade do infiltrado inflamatório, a espessura do ligamento periodontal e a presença de reabsorções, no Grupo I foram semelhantes ao Grupo IV, enquanto que no Grupo II foram semelhantes ao Grupo III.

Assim, pudemos concluir que a endotoxina bacteriana (LPS) ocasionou o desenvolvimento de reação periapical, e que o hidróxido de cálcio foi capaz de inativar os efeitos tóxicos da endotoxina, in vivo.

 

  A370 

Estudo da biocompatibilidade e potencial antibacteriano do paramonoclorofenol canforado.

A. M. S. LOPES-SILVA*, M. A. S. SIMEÃO, H. NAGEN FILHO, J. L. LAGE-MARQUES,
A. O. C. JORGE.

Departamento de Odontologia. UNITAU. Tel.: 232-8718.

Os objetivos do presente experimento foram avaliar o comportamento biológico do paramonoclorofenol canforado na proporção 3,5:6,5 (PMCC) e do paramonoclorofenol canforado associado ao polietileno­glicol (PMCCP) e avaliar o potencial antimicrobiamo desses medicamentos contra alguns microrga­nismos. Foram selecionados 10 ratos Wistar que após anestesia receberam administração endovenosa de corante “Evans blue”, seguida de inoculação de 0,1 ml na região dorsal, dos respectivos fármacos. A quantidade de corante extravasada ligadas às proteínas do plasma foi avaliada por meio de espectrofotometria, onde os valores médios de absorbância para o PMCC foram 0,34 (reação moderada), e para o PMCCP, 0,24 (discreta). A análise antimicrobiana, realizada em placas de ágar, em meio de cultura foi avaliada pela medida dos halos de inibição. S. aureus (PMCC - 7,28; PMCCP- 7,28), S. mutans (PMCC - 8,57; PMCCP - 7), B. subtilis (PMCC - 8,57; PMCCP - 7,42), C. albicans (PMCC - 8,71; PMCCP - 7,71). Os resultados indicaram que o medicamentos testados apresentaram potencial irritativo ao tecido subcutâneo de ratos, e potencial antimicrobiano.

Foi possível concluir que o PMCC mostrou-se mais irritante que o PMCCP, enquanto que a análise antimicrobiana não apresentou diferenças estatisticamente significantes entre os resultados obtidos.


  A371 

Amolecimento de guta-percha com cinco diferentes solventes.

K. O. N. OYAMA*, E. L. SIQUEIRA, M. SANTOS.

Departamento de Dentística – FOUSP. Tel.: (0**11) 279-5613. E-mail: oyama@originet.com.br

O objetivo do tratamento endodôntico é a descontaminação do sistema de canais radiculares e posterior vedamento desse. Devido, em certos casos, às deficiências técnicas e descontaminação inadequada, torna-se necessário o retratamento endodôntico. Durante a remoção da guta-percha do canal radicular o uso do solvente parece ser extremamente válido na redução do tempo de trabalho e evitar o “stress” profissional. Assim, o objetivo desse estudo foi checar a eficiência de cinco diferentes solventes: xilol, eucaliptol, halotano, clorofórmio e óleo de laranja em amolecer os cones de guta-percha e classificá-los. Foram utilizados 60 canais radiculares simulados, divididos em seis grupos de dez amostras para os solventes a serem testadas. Uma gota do solvente foi colocada no reservatório confeccionado no canal simulado cujo conduto havia sido previamente preparado, instrumentado e obturado com cones de guta-percha e cimento N-Rickert utilizando a técnica de condensação lateral e vertical. Após cinco minutos de ação do solvente teste, o amolecimento foi avaliado para cada amostra por meio de força de penetração necessária para se atingir a uma profundidade de 5 mm no material obturador. O xilol e óleo de laranja mostraram ação solvente mais eficaz e não houve diferença estatisticamente significante entre ambos, mas quando estes foram comparados com eucaliptol, halotano, clorofórmio sempre existiu diferença estatisticamente significante (a = 0,01).

Após a análise dos resultados, pudemos concluir que o xilol, óleo de laranja, eucaliptol, halotano e clorofórmio possuem ação solvente. Óleo de laranja e xilol tem grande poder de amolecimento sobre os cones de guta-percha.

  A372 

Estudo comparativo de três técnicas de colocação intracanal de corticosteróide ­antibiótico.

F. V. VIER*, M. V. R. SÓ, O. LIMONGI, J. A. P. FIGUEIREDO.

Departamento de Endodontia/ULBRA – Canoas/RS. Tel.: (0**51) 477-4000.
E-mail: fabianavier@ulbranet.com.br

O objetivo do presente estudo foi comparar três técnicas de colocação da associação corticosteróide antibiótico no interior do canal radicular, quanto a sua capacidade de penetração em direção apical. Após a abertura coronária, foram preparadas 30 raízes disto-vestibulares de molares superiores humanos através do emprego da técnica cérvico-apical, seguidas do preparo escalonado progressivo programado e irrigadas constantemente com hipoclorito de sódio a 1%. As amostras foram divididas aleatoriamente em 3 grupos para colocação da medicação, na qual foi adicionada nanquim preto. Para tanto, no grupo 1 foram utilizados cones de papel absorvente, no grupo 2, limas endodônticas e no grupo 3, seringa carpule e agulha fina, ocasião na qual o medicamento foi acondicionado em tubetes anestésicos previamente esvaziados. Os dentes foram clivados e analisados por meio de lupa estereoscópica. Empregou-se o teste de Kruskal-Wallis e teste para Comparações Múltiplas para análise estatística dos resultados.

Concluiu-se que não houve diferenças estatisticamente significantes (p < 0,007) entre o emprego do método da seringa carpule e agulha fina e a utilização de cones de papel. Verificou-se que o emprego de uma seringa carpule munida de uma agulha fina é um adequado método para se levar uma medicação intracanal a base de corticosteróide antibiótico e que a utilização de limas endodônticas não possibilitou uma adequada chegada desta medicação, no terço apical do canal radicular.

 

  A373 

Composição química das limas de Ni-Ti. Microanálise em EDX e SEM.

F. R. DAMETO, M. TANOMARU FILHO, C. C. BONIFÁCIO, E. M. MAIA FILHO, R. H. M. GODOI.

Faculdade de Odontologia – FO-UNESP Araraquara.

O objetivo deste estudo foi analisar a superfície e a composição química de limas de níquel-titânio acionadas a motor, presentes no mercado, utilizando Espectroscopia de Energia Dispersiva de Raios X (EDX) acoplado ao microscópio eletrônico de varredura (SEM). Quinze instrumentos, 5 Quan­tec (Tycom, USA), 5 ProFile .04 (Maillefer, Suiça) e 5 Pow-R (Moyco Union Broach, USA), de diferentes tamanhos e numeração, foram selecionados. As medidas foram realizadas utilizando-se o equipamento X-Ray Analyzer Series II – Noran Instruments, tendo como fonte do feixe de elétrons um microscópio eletrônico de varredura JEOL JSM T330A. Por EDX foram investigadas duas regiões distintas em cada amostra, uma cervical (início da parte ativa) e uma apical (ponta do instrumento), obtendo-se espectros representativos dos elementos químicos constituintes da amostra sendo as áreas dos picos das linhas características dos elementos integrados e comparados entre si. As linhas características dos elementos Ni, Ti, Al, Si e Fe foram identificados sendo os elementos Ni e Ti constituintes principais do instrumento. A tabela abaixo resume os elementos químicos encontrados e suas porcentagens.

 

Ni%

Ti%

Al%

Si%

Fe%

Pow-R

33,5*

65,0

1,0

0,5

-

Quantec

33,2

64,0

1,2

0,5

1,1

Profile

33,5

65,0

1,0

0,5

-

*Média de 10 valores

Verificou-se que as proporcionalidades entre as áreas dos picos analisados não se distinguem entre si, o que nos permite inferir que tanto as porcentagens de Ni e Ti como os campos analisados independem da marca do instrumento.

  A374 

Barreira cervical para realização da clareação interna em dentes desvitalizados.

L. D. OLIVEIRA*, A. M. U. TEIXEIRA, M. C. VALERA.

Departamento de Odontologia Restauradora da Faculdade de Odontologia de São José dos ­Campos – UNESP.

A proposta deste estudo foi avaliar os cimentos fosfato de zinco e ionômero de vidro como barreira cervical sobre a obturação de canal radicular, nos casos de clareação de dentes tratados endodonticamente. Foram utilizados 39 dentes humanos unirradiculados íntegros, extraídos, que tiveram seus canais preparados biomecanicamente, obturados pela técnica da condensação lateral com cones de guta-percha e cimento Sealer 26. Em seguida, foram divididos em 3 grupos: G1: as obturações foram cortadas 3 mm abaixo da junção cemento/esmalte e sobre elas realizada uma barreira cervical com 3 mm de espessura com o CIV (Vidrion R); G2: mesmo tratamento do grupo 1, porém, receberam o cimento de fosfato de zinco como bar­reira; G3: (controle) o material obturador foi cortado no limite da junção cemento/esmalte e não receberam nenhum material como barreira cervical. Uma mistura do agente clareador perborato de sódio e peróxido de hidrogênio a 30% foi colocada no interior da câmara pulpar, as cavidades foram seladas com Cimpat e os dentes mantidos em estufa a 37 ± 1ºC por 7 dias. Este procedimento foi repetido por mais duas vezes e, após, as câmaras pulpares foram preenchidas com pasta de hidróxido de cálcio por 10 dias. Somente com a abertura de acesso exposta, foi utilizada a imersão em tinta nanquim por 7 dias. Verificou-se que as infiltrações médias ocorridas foram de 12,15 mm (controle); 8,46 mm (G1- CIV) e 5,01 (G2- fosfato de zinco). Houve diferença estatística significante entre os grupos experimentais e o grupo controle (teste de Tukey – p < 0,05) e entre os grupos experimentais isoladamente (teste t de Student – p < 0,05).

Concluiu-se que faz-se necessária a realização de uma barreira cervical antes da clareação de dentes não-vitais, a fim de minimizar a infiltração do agente clareador na obturação do canal radicular.

  A375 

Efeito dos lasers de Nd:YAG e Er:YAG nas obturações endodônticas.

C. A. T. CARVALHO*, M. C. VALERA, C. P. EDUARDO, S. C. G. SOARES.

Departamento de Odontologia Restauradora da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - UNESP.

A capacidade do laser de promover a limpeza e desinfecção do sistema de canais radiculares, tem tornado esta modalidade de tratamento em uma alternativa viável e real na Endodontia. O propósito deste estudo foi avaliar o selamento marginal apical das obturações de canais radiculares, realizada após a irradiação pelo laser de Nd:YAG ou de Er:YAG. Foram utilizados 42 dentes unirradiculados humanos, extraídos, que tiveram os canais radiculares preparados até o instrumento de número 70. As raízes foram divididas em 3 grupos de acordo com o tratamento das paredes dos canais. Grupo 1: os canais foram preenchidos com EDTA por 3 minutos, seguido de irrigação com hipoclorito de sódio a 1%; Grupo 2: as paredes dos canais foram irradiadas por luz laser de Nd:YAG; e Grupo 3: as paredes dos canais foram irradiadas pelo laser de Er:YAG. Em seguida, os canais radiculares de todos os espécimes foram obturados com cones de guta-percha e cimento Top-Seal, pela técnica da condensação lateral. As raízes foram impermeabilizadas externamente, exceto no forame apical e, imersas em solução aquosa de azul de metileno a 2% durante 48 h. Foram mensuradas as infiltrações ocorridas na interface entre o material obturador e as paredes dos canais. Os resultados mostraram que as maiores infiltrações ocorreram no Grupo 3 - Er:YAG (7,3 mm), seguido pelo Grupo 1 - EDTA (1,6 mm) e pelo Grupo 2 - Nd:YAG (0,6 mm). Estes dados foram submetidos à análise estatística ANOVA, com nível de significância de 5%, verificando que, o grupo Er:YAG diferiu estatisticamente dos demais (p < 0,05).

Concluiu-se que a aplicação do laser Er:YAG, previamente às obturações de canais radiculares, deve ser utilizada com cautela até que mais pesquisas sejam realizadas para definir parâmetros mais adequados para o seu emprego.

 

  A376 

Influência da irrigação com gel de papaína no selamento apical.

P. LANZA*, J. C. YAMASHITA, M. C. KUGA, M. A. H. DUARTE, S. C. de FRAGA.

Departamento de Odontologia – Universidade do Sagrado Coração – Bauru.
Tel.: (0**14) 235-7000.

Durante a realização do preparo químico mecânico do canal radicular, o agente irrigador é de fundamental importância para a limpeza química e física. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência da irrigação com gel de papaína no selamento apical de obturações endodônticas. Foram utilizados 40 caninos humanos, unirradiculares que tiveram seus forames padronizados com lima tipo K 30 e então divididos em dois grupos de 20 dentes cada em função do agente irrigador empregado no preparo químico mecânico. No grupo I, o agente foi o gel de papaína a 0,8%; enquanto no grupo II foi o hipoclorito de sódio a 1%. Os dentes foram instrumentados até a lima K 50 no comprimento de trabalho e procedeu-se o escalonamento regressivo até a lima K 80. Concluído o preparo químico-mecânico, os dentes foram impermeabilizados e obturados pela técnica do cone único, e cimento de óxido de zinco e eugenol. Finalizadas as obturações, as coroas foram seladas e os dentes imersos em solução de azul de metileno a 2% por 7 dias a 37ºC. Decorrido esse período, os dentes foram removidos do corante, lavados, raspados, e então, se determinou a infiltração linear do corante.

Os resultados mostraram que o hipoclorito de sódio apresentou menor infiltração que o gel de papaína, porém não houve diferença estatística entre os grupos em nível de 5%.

 

  A377 

Avaliação in vitro de materiais seladores na prevenção da microinfiltração coronária em Endodontia.

R. NAKAGAWA*, A. A. ZAIA, I. QUADROS, B. P. F. A. GOMES, C. C. R. FERRAZ,
F. J. SOUZA-FILHO.

Endodontia, FOP-UNICAMP.

Estudos têm demonstrado que o selamento coronário é tão importante quanto o apical, sendo a microinfiltração considerada uma das principais cau­sas de insucesso do tratamento endodôntico. A eficiência de materiais contra a microinfiltração coronária tem sido extensivamente estudada. Neste estudo foi avaliada a eficiência de materiais (Vidrion R®, Coltosol®, Scotchbond® e IRM®) utilizados como barreiras contra microinfiltração coronária em 94 molares inferiores. Estes foram divididos em 4 grupos experimentais e 1 grupo controle. Os dentes foram instrumentados pela técnica híbrida preconizada pela FOP-UNICAMP e obturados pela técnica clássica de condensação lateral. O assoalho da câmara pulpar foi preenchido com uma camada de 2 mm de material restaurador. Os dentes do grupo controle não foram selados. Os espécimes foram termociclados; imersos em nanquim e diafanizados para posterior medição da microinfiltração nos canais radiculares. Houve infiltração em todos os dentes do grupo controle. Para análise estatística foi aplicado o teste Qui-quadrado de Yates. Não houve diferença significante (p > 0,05) quanto a freqüência de dentes com infiltração entre os grupos selados com Coltosol® (15,79%) e IRM® (25%). No entanto, estes dois grupos foram estatisticamente mais eficientes (p < 0,05) em prevenir microinfiltração coronária quando comparados com os grupos selados com Vidrion R® (77,78%) e Scotchbond® (100%).

Nenhum material foi capaz de impedir a microinfiltração em todos os casos. Vidrion R® e Scotchbond® apresentaram resultados insatisfatórios como barreiras contra microinfiltração coronária. IRM® e Coltosol® foram significativamente superiores contra microinfiltração coronária, sendo seu uso indicado como selamento entre a obturação dos canais radiculares e a restauração definitiva. (Apoio: FAPESP 98/11632-6).