Ia001

Localização externa do músculo bucinador para análise eletromiográfica

PIMENTA, F. B.*, PITA, A. P. G., FONTANA, R. H. B. T. S., PORCIÚNCULA, H. F.,
JARDINI, R. S. R.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: fpimenta@email.com

O músculo bucinador é um dos músculos envolvidos na mastigação além de outros como o temporal, o masseter e o pterigóideo medial. Para a mensuração das atividades desses músculos, a análise eletromiográfica é bastante utilizada, exigindo, para o posicionamento dos eletrodos, a localização correta dos músculos a serem estudados. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar a precisão de um método de localização externa do músculo bucinador. Para tal, em 15 peças cadavéricas, foram determinados planos utilizando-se referências anatômicas da face. Através da intersecção desses planos sobre o ponto central do músculo bucinador, obteve-se um ângulo, mensurado com transferidor. O valor do ângulo permite a localização do ponto central do músculo bucinador a partir dos pontos anatômicos da face. Os dados, submetidos a análise estatística, indicaram um ângulo de 90º, com 95% de confiabilidade, comprovando a eficiência do método testado.

O método de localização externa do músculo bucinador testado traduz corretamente a posição interna do músculo.

 Ia002

Aparelho propulsor da mandíbula aumenta a expressão de integrinas a2 e a5 na cartilagem condilar de ratos jovens

MARQUES, M. R.*, HAJJAR, D., KIMURA, E. T., SANTOS, M. F.

Histologia - Universidade de São Paulo. E-mail: mara_mga@yahoo.com.br

Aparelhos ortopédicos funcionais modulam o crescimento facial exercendo forças mecânicas que, indiretamente, atuam na cartilagem condilar. É possível que estas forças sejam transmitidas às células cartilaginosas por meio de integrinas, receptores de matriz extracelular. Nosso objetivo foi verificar a distribuição das subunidades a2 e a5 de integrinas na cartilagem condilar de ratos Wistar jovens que utilizaram um aparelho propulsor da mandíbula durante 3, 7, 15 ou 30 dias. Os côndilos foram fixados em formaldeído 4%, descalcificados em EDTA e incluídos em Paraplast. Cortes sagitais foram submetidos a reações de imuno-histoquímica para subunidades a2 e a5 (Santa Cruz Biotech.) pela técnica da avidina-biotina-peroxidase. A distribuição de a2 em animais controle estava concentrada nas camadas de condroblastos (CB) e condrócitos (CC). Foram observadas também células marcadas na camada indiferenciada, principalmente nos controles de 3 e 15 dias. A utilização do aparelho durante 15 e 30 dias ampliou a distribuição desta integrina que, além de estar presente na CB e CC, foi também observada na camada indiferenciada, no tecido conjuntivo superficial e em algumas células da camada hipertrófica. A distribuição de a5 concentrou-se nas camadas CB e CC em animais controle e experimentais. A expressão desta integrina aumentou na cartilagem dos animais que usaram o aparelho propulsor por 15 e 30 dias, inclusive nas células indiferenciadas.

Os resultados sugerem que forças mecânicas exercidas pelo aparelho ortopédico podem modular a expressão de integrinas na cartilagem condilar de ratos.

 Ia003

Estudo in vitro dos efeitos da apicectomia convencional e a laser na permeabilidade dentinária

PARADELLA, T. C.*, MUNIN, E., MELLO, G. P. S., REDÍGOLO, M. L.

Odontologia - Universidade do Vale do Paraíba. E-mail: tparadella@yahoo.com

Nos últimos anos, os laseres têm adquirido importância na Odontologia. Com o objetivo de estudarmos os efeitos da apicectomia a laser, comparada ao tratamento convencional, 30 dentes unirradiculares recém-extraídos foram submetidos ao tratamento endodôntico, e divididos em grupos: Grupo I: apicectomia convencional utilizando pontas diamantadas; Grupo II: o mesmo tratamento do Grupo I, porém com aplicação de ácido ortofosfórico a 37% durante 15 segundos; Grupo III: apicectomia com laser de Er:YAG (10 Hz - 400 mJ); e Grupo IV, apicectomia com laser de Er:YAG (10 Hz - 400 mJ) e tratamento de superfície com laser de Nd:YAG (10 Hz - 2 W). As amostras foram imersas em solução corante de azul de metileno a 2,5% a 25ºC e 37ºC durante 36 e18 horas, respectivamente, e analisadas sob microscopia óptica. Os resultados demonstraram que o Grupo II teve os maiores valores de penetração do corante (média de 3,9 cm2) e o Grupo IV, os menores valores (média de 0,767 cm2), ficando os Grupos I (média de 3,72 cm2) e III (média de 3,027 cm2) com valores intermediários.

Concluiu-se que laser de Nd:YAG apresenta-se como uma boa alternativa em tratamento de superfície. (Apoio financeiro: FAPESP - projetos nº 99/12532-8 e 99/12531-1.)

 Ia004

Utilização dos anestésicos locais por cirurgiões-dentistas de Araçatuba

RICIERI, C. B.*, COSTA, A. R., BAPTISTA, D. Q., ARANEGA, A.

Faculdade de Odontologia - Universidade Paulista. E-mail: aricieri@terra.com.br

Ainda hoje, pouca atenção tem sido dada, por parte dos cirurgiões-dentistas, na escolha dos anestésicos locais para seu uso em odontologia. O desconhecimento de novas opções ou a falta de critérios na avaliação da ação e composição dos mesmos têm levado alguns dentistas a incorreta indicação dos sais anestésicos e vasoconstritor. O objetivo deste trabalho foi avaliar os tipos de anestésicos locais utilizados, os critérios de escolha e as complicações mais freqüentes obtidas pelos cirurgiões-dentistas com seu uso. Para isto realizou-se um questionário que foi respondido por 100 cirurgiões-dentistas de consultórios odontológicos particulares da cidade de Araçatuba.

Concluiu-se que devido a maior segurança oferecida, a maioria dos cirurgiões-dentistas utiliza a prilo­caína como sal anestésico com o vasoconstritor felipressina, inclusive para os pacientes cardíacos e hipertensos. Dentre as complicações relacionadas ao anestésico local, as mais comuns foram a lipotimia, alergia e a taquicardia e dentre as relacionadas a técnica anestésica, foram a parestesia e o hematoma.

 Ia005

Avaliação da eficácia do tratamento conservador das fraturas de mandíbula por projéteis de arma de fogo (PAF)

FURTADO, T. A.*, FERNANDES, A. V., ARAÚJO, G. B., NUNES, E. M., NAVES, M. D.

Odontologia - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: thiagofurtado@hotmail.com

O objetivo deste trabalho é analisar a eficácia do tratamento conservador das fraturas de mandíbula por PAF, que consiste na abordagem incruenta das mesmas. O tratamento conservador foi realizado em 23 pacientes atendidos com diagnóstico de fratura de mandíbula por PAF pelo serviço de CTBMF do Hospital Maria Amélia Lins - FHEMIG. Os pacientes foram acompanhados e avaliados no pré- e transoperatórios e por até 180 dias a partir do pós-operatório imediato quanto às referidas fraturas, em seus aspectos clínico-radiográficos, e os dados computados em formulário próprio para análise descritiva. Em nosso estudo, 21 pacientes eram do gênero masculino, com a maioria se situando nas faixas etárias de 21 a 25 (21%) e de 31 a 35 anos (30%). Encontraram-se 30 fraturas mandibulares, com predominância para corpo (46,5%) e ângulo (23%). 52% dos ferimentos foram causados por revólver calibre 38. As fraturas foram em sua maioria compostas (73%) e cominuídas (84%). Ao exame inicial dos pacientes, predominaram sinais clínicos como mobilidade e crepitação ósseas (87%), ausência de sinais de infecção (82%) e limitação de abertura bucal (82%). O tratamento apresentou-se com uma taxa de sucesso de 53%, com insucesso de 13% e com 34% dos pacientes abandonando precocemente o acompanhamento pós-operatório.

As fraturas de mandíbula por PAF, sendo compostas e cominuídas em sua maioria, têm no tratamento conservador uma conduta eficiente. Pela origem e dificuldades sociais do grupo de pacientes, seu correto acompanhamento pós-operatório, que certifica o sucesso do tratamento, é dificultado.

 Ia006

Reação do tecido conjuntivo subcutâneo ao implante de matriz óssea bovina desmineralizada – estudo histológico em ratos

MIYAUCHI, F. M.*, ALBERGARIA-BARBOSA, J. R.

Diagnóstico Oral - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: fabismm@yahoo.com

Ultimamente vêm sendo estudada a influência de matrizes ósseas bovinas desmineralizadas implantadas no tecido subcutâneo de ratos, visando compreender melhor as respostas histológicas sobre a biocompatibilidade destes materiais. O objetivo desta pesquisa foi o de estudar histologicamente as reações provocadas pela matriz óssea bovina desmineralizada (Osteopur®) sobre o tecido subcutâneo de 20 ratos, adultos jovens, machos, com aproximadamente 90 dias de idade e pesando em média 170 gramas. Após anestesia por inalação de vapores de éter sulfúrico, todos os animais foram submetidos a tricotomia no local onde foram realizadas as incisões. O dorso desses animais foram divididos em duas porções laterais (esquerda e direita). No lado esquerdo não foi implantado nenhum tipo de material (controle). No lado direito foi implantado a matriz óssea desmineralizada de origem bovina. As peças foram submetidas a procedimentos de rotina para análise histológica em H. E. Resultados: ocorreu reação inflamatória aguda nos períodos iniciais (3 e 6 dias pós-operatórios), o material pode ser encontrado até 15 dias pós-operatórios.

O material provocou retardo no processo de regeneração do tecido conjuntivo subcutâneo quando comparados ao grupo controle e não há evidências de ter ocorrido osteoindução ou osteocondução. (Apoio finaceiro: SAE-UNICAMP.)

 Ia007

Anquilose da ATM: análise da abordagem anestésica

FONSECA, D. R.*, GANDELMANN, I. H., CAVALCANTE, M. A., OLIVEIRA, M., MANDARINO, S.

Clínica Odontológica - Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: focar@ig.com.br

A anquilose da ATM representa uma patologia complexa, com limitação total ou parcial da abertura bucal, dificultando a intubação traqueal realizada pelo anestesista. Nestes casos, ele pode utilizar a traqueostomia eletiva, intubação através de broncofibrocópio, às cegas e retrógrada. A traqueostomia apresenta-se como a mais segura, porém existe a desvantagem da permanência de cicatriz cervical. A utilização do broncofibroscópio é vantajoso por ser um método pouco invasivo, necessitando de treinamento profissional adequado para o uso deste aparelho. A intubação às cegas e a retrógrada representam o maior risco de complicações, devendo ser utilizadas em últimas e restritas escolhas, pois podem terminar em uma tra­queostomia de urgência ou emergência. O objetivo deste estudo é realizar a análise estatística quanto ao tipo de abordagem anestésica em 30 pacientes operados de anquilose de ATM no período entre 1980 a 2000 no Serviço de Cirurgia Oral e Maxilofacial - UFRJ. Vinte pacientes (66,66%), foram submetidos a traqueostomia prévia à cirurgia; seis (20%), à broncofibroscopia; três (10%), à intubação às cegas e um (3,34%), à intubação retrógrada.

Conclui-se que a maior casuística de traqueostomia deve-se a não-utilização de broncofibroscópio em instituição pública até a década de 1990, sendo hoje o mais utilizado, por ser o procedimento menos invasivo e mais seguro. Não se preconiza, nos dias atuais, a utilização das outras duas técnicas pela possibilidade de graves complicações.

 Ia008

Avaliação do crescimento da maxila e da mandíbula após fratura experimental de corpo de mandíbula

ROCHA, E. M. V. F.*, GOULART, A. C., LUZ, J. G. C.

Cirurgia, Prótese e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais - Universidade de São Paulo. E-mail: elzavillanova@ig.com.br

O presente estudo teve por objetivo observar os efeitos da fratura experimental de corpo de mandíbula no crescimento da maxila e mandíbula, utilizando 50 ratos com um mês de idade. Estes foram distribuídos em dois grupos: experimental, onde foi efetuada a fratura de corpo de mandíbula à direita, e controle-operado, no qual foi realizado apenas o acesso cirúrgico. Aos três meses de idade foi realizada a eutanásia e após a maceração, a mandíbula foi desarticulada. O crânio foi submetido à incidência radiográfica axial e as hemimandíbulas à incidência radiográfica lateral. Com base nestas, foram feitas mensurações cefalométricas por meio de um sistema de computador e os valores submetidos ao teste  t  de Student ou teste t pareado, sendo fixado nível de significância de 5% para ambos.O comprimento da maxila, bem como a altura e o comprimento da mandíbula apresentaram diferença significante a menor para o lado direito, no grupo experimental. No grupo controle-operado houve diferença significante a menor para o comprimento da porção posterior da maxila e para a altura e comprimento da mandíbula para o lado direito. O grupo experimental quando comparado ao grupo controle-operado mostrou ser significativamente menor em todas as mensurações da maxila e mandíbula para ambos os lados, com exceção do comprimento da mandíbula.

Concluiu-se que a fratura de corpo de mandíbula, bem como a abordagem cirúrgica, tiveram efeitos negativos no crescimento da maxila e da mandíbula.

 Ia009

A importância dos fios para sutura nas exodontias e a sua utilização pelos cirurgiões-dentistas em postos de saúde públicos

COSTA, A. R.*, RICIERI, C. B., CLÁUDIO, C. C.

Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais - Universidade Paulista. E-mail: xande50@terra.com.br

A síntese do alvéolo é de fundamental importância na preservação do coágulo sangüíneo e na reparação da ferida cirúrgica. Por ser um procedimento simples e de baixo custo, os fios para sutura mais indicados para as exodontias são o fio de seda e o fio de algodão. O propósito deste estudo foi revisar alguns aspectos importantes para a indicação dos fios para sutura nas exodontias e verificar a utilização destes pelos cirurgiões-dentistas em postos de saúde públicos. Para isso, elaborou-se um questionário para cirurgiões-dentistas que exerciam as suas atividades em 22 postos de saúde do Noroeste Paulista. Após a coleta dos dados, as respostas foram tabuladas e expressas em gráficos ou tabelas. Embora ambos os fios para sutura, algodão e seda, estejam indicados para as exodontias, propriedades como resposta inflamatória acentuada e facilidade no desenvolvimento de colônias microbianas tornam o fio de algodão inferior ao fio de seda.

Com a realização do questionário concluiu-se que: 1) Mais de 10% dos profissionais entrevistados nem sempre realizam sutura após suas extrações. 2) O fio de algodão é o fio mais empregado pelos cirurgiões-dentistas de postos de saúde públicos.

 Ia010

Avaliação do comportamento biológico da matriz orgânica dentinária humana na reparação de alvéolos dentários em ratos

GOMES, M. A. M.*, ALVES, G. D., CRUZ, S. C. C., ALVES, J. B.

Ortodontia - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. E-mail: marizamarcolino@ig.com.br

Estudou-se o comportamento biológico da matriz orgânica dentinária humana no processo de reparo em alvéolos dentários de ratos. Doze ratos adultos, da raça Holtzman, foram divididos em três grupos. O grupo I, constituído de dois animais, sacrificados imediatamente após a exodontia do primeiro molar superior esquerdo. No grupo II, cinco animais foram submetidos a exodontia dos primeiros molares superiores direito e esquerdo. O alvéolo do lado esquerdo constituiu a área experimental sendo preenchido com matriz dentinária humana, seguido de sutura. O alvéolo do lado direito foi usado como controle, recebendo apenas sutura para contenção do coágulo. Os animais desse grupo foram sacrificados quatro dias após os procedimentos. O grupo III foi constituído por cinco animais, submetidos aos mesmos procedimentos realizados no grupo II, e sacrificados 10 dias após. A análise histológica mostrou que a matriz dentinária limitou a reação inflamatória durante o processo de cicatrização alveolar. Nos animais do grupo II, os alvéolos estavam preenchidos com tecido inflamatório e fragmentos de dentina ao longo dos quais po­diam ser observadas células aderidas à superfície; o tecido conjuntivo em contato com a parede do alvéolo apresentava-se organizado, semelhante ao lado controle. Áreas de matriz extracelular recém-produzida em íntimo contato com a matriz dentinária podiam ser observadas. Ao final de dez dias, os canalículos dentinários apresentavam-se infiltrados por células.

Sugere-se que a matriz orgânica dentinária humana possui propriedades osteocondutoras, sendo ainda compatível com a cicatrização alveolar em ratos, diminuindo a reação inflamatória na área experimental.

 Ia011

Comparação entre materiais utilizados para cimentação de bandas ortodônticas em ensaio de cisalhamento

ROMANO, F. L.*, RUELLAS, A. C. O.

Prótese Restauradora - Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas. E-mail: flromano@aol.com

A adesão de acessórios ortodônticos ao esmalte dentário é um procedimento bastante utilizado, porém em determinados dentes ainda são usadas bandas ortodônticas, necessitando materiais específicos para sua cimentação. Neste estudo foram comparados quanto a resistência ao cisalhamento e ao ARI (Índice de Adesivo Remanescente), 4 materiais utilizados na cimentação de bandas. Foram testados o cimento de Fosfato de Zinco, os ionômeros de vidro Vidrion C e Water Cem e o Fuji Ortho LC (ionômero de vidro reforçado com resina). Foram utilizados neste experimento 48 incisivos inferiores permanentes bovinos, divididos em 4 grupos de 12 dentes. Os dentes foram incluídos em tubos de PVC com gesso-pedra tipo IV com suas faces vestibulares perpendiculares ao troquel. Nesta face vestibular foi feita profilaxia com pedra-pomes e água, lavagem e secagem. Foram usados 48 braquetes Morelli, código 10.30.201, sendo que cada grupo foi colado com um cimento diferente. Todos os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de cisalhamento em máquina EMIC DL 10.000 com uma velocidade de 0,5 mm por minuto. Foi encontrado valor médio de resistência para o Fuji Ortho LC de x = 5,68 MPa, para o Vidrion C de x = 1,78 MPa, Fosfato de Zinco de x = 1,08 MPa e para o Water Cem de x = 0,82 MPa.

Em relação a resistência ao cisalhamento, o Fuji Ortho LC foi estatisticamente superior aos outros cimentos testados em nível de 1% de probabilidade. Na avaliação do ARI os cimentos Vidrion C e Fuji Ortho LC obtiveram os maiores valores médios, sendo estatisticamente superiores aos cimentos Water Cem e Fosfato de Zinco.

 Ia012

Análise da fidelidade do plano de Frankfurt em relação ao plano sela-násio

SILVA, P. L.*, RUELLAS, R. M. O., RUELLAS, A. C. O.

Odontopediatria e Ortodontia - Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: paula.lps@bol.com.br

A cefalometria é um instrumento muito usado na Ortodontia para estudar o crescimento, auxiliar no ­diagnóstico, plano de tratamento e na avaliação dos resultados obtidos. O plano de Frankfurt (Po-Or) é usado como referência para as análises de Downs, Tweed, Wyllie e Ricketts. Já as análises de Steiner e Bjork adotam o plano sela-násio (SN). Ambos os planos são considerados bases estáveis de referência (MOYERS, 1988). O objetivo desta pesquisa foi avaliar a angulação média entre os planos Po-Or e SN e testar a confiabilidade do plano Po-Or, comparando-se medidas obtidas de 50 radiografias iniciais e finais ou finais e pós-contenção, em projeção lateral, de pacientes tratados após o surto de crescimento facial. A documentação foi obtida de 25 pacientes brasileiros, de ambos os sexos. As radiografias de cada paciente foram tomadas no mesmo aparelho. Verificou-se divergência entre os planos PO-Or e SN de 4,20, em média. A variação de angulação entre os planos PO-Or e SN, comparando-se as radiografias das duas fases, alcançou média de 2,40. Não apresentaram variação 24% dos casos, 52% variaram entre 1 e 30 e 24% variaram 40 ou mais. A confiabilidade do plano PO-Or pode ser afetada pela qualidade das radiografias, por fatores que dificultem a visualização dos pontos Po e Or e pela experiência do profissional, tanto na obtenção da radiografia quanto no traçado.

Sugere-se cuidado ao interpretar resultados de medidas feitas utilizando-se o plano Po-Or como referência e torna-se fundamental a associação de análises que usem planos de referência distintos.

 Ia013

Prevalência da sobremordida exagerada no ano 2000

MONICO, M.*, TOSTES-AMARAL, M.

Odontoclínica - Universidade Federal Fluminense. E-mail: cellamonico@zipmail.com.br

O presente trabalho visou verificar a prevalência da sobremordida exagerada nas dentições decídua, mista e permanente no município de Niterói no ano 2000, e correlacionar o grau de sobremordida à: idade cronológica, sobressaliência e tipo de relação molar. Assim sendo, foram realizados exames intra-orais em 1.039 crianças de cor branca, com idade variando dos 3 aos 13 anos de idade, e estudantes da rede particular de ensino do município de Niterói, para a coleta de dados referentes à sobremordida, sobressaliência, sexo, idade e tipo de relação molar. Foi utilizado o teste qui-quadrado para verificar a variação das freqüências observadas para os diferentes graus de sobremordida e para os diferentes tipos de relação molar nas dentições decídua, mista e permanente, enquanto que para verificar a existência de correlação entre a sobremordida e idade cronológica, sobressaliência, e tipo de relação molar, foi aplicada a análise de regressão e correlação linear.

Foi observada uma prevalência de 28,10% para a sobremordida exagerada, sendo encontrada correlação entre o grau de sobremordida e idade cronológica somente na dentição decídua (3 a 6 anos de idade) (p < 0,01), e entre o grau de sobremordida e a sobressaliência nas dentições mista (7 a 11 anos de idade) (p < 0,01) e permanente (12 a 13 anos de idade) (p < 0,01). O grau de sobremordida não apresentou correlação com o tipo de relação molar.

 Ia014

Predição do diâmetro de pré-molares e caninos permanentes inferiores utilizando a telerradiografia em 45 graus

THYS, D. G.*, DERECH, C. D., RITTER, D., RIBEIRO, G. U., LOCKS, A.

Ortodontia - Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: daniela_thys@ig.com.br

Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar o método de análise da dentadura mista utilizando a radiografia cefalométrica oblíqua em 45 graus para predição do somatório dos diâmetros mésio-distais de pré-molares e caninos permanentes inferiores dos lados direito e esquerdo. Foi avaliada a documentação longitudinal de vinte pacientes brasileiros leucodermas da Clínica de Ortodontia da FO-UFSC. Foram medidos, nas radiografias da dentição mista e modelos da dentição permanente, os diâmetros mésio-distais de pré-molares e caninos permanentes inferiores dos lados direito e esquerdo. Os dados coletados foram analisados estatisticamente por teste t. Verificou-se diferenças estatísticas para o tamanho de dentes entre os sexos. As medidas dos dentes permanentes não erupcionados obtidas diretamente na radiografia são estatisticamente maiores do que os valores reais. Foram elaboradas equações de regressão linear e tabelas de predição para estimativa dos valores reais dos diâmetros dos dentes permanentes não irrompidos. Foi observada alta correlação entre os valores reais e os das estimativas.

As equações e tabelas de predição desenvolvidas nesta pesquisa mostraram-se um método fácil e seguro para ser aplicado na predição dos diâmetros mésio-distais de pré-molares e caninos permanentes infe­riores de crianças brasileiras.

 Ia015

Resistência de união de “brackets” ortodônticos com novo sistema adesivo autocondicionante

LOPES, G. C., THYS, D. G., LAZZARI , F. L.*, VIEIRA, L. C. C., LOCKS, A.

Dentística e Ortodontia - Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: guilherme_lopes@ig.com.br

O objetivo deste estudo foi comparar resistência de união de “brackets” ortodônticos ao esmalte tratado com dois sistemas condicionadores: sistema adesivo autocondicionante TransBond Plus Self-etching Primer (TB-SEP, 3M Unitek) e ácido fosfórico 35% (ScothBond Gel, 3M). O padrão de condicionamento do esmalte foi avaliado através de microscopia eletrônica de varredura (MEV). Vinte pré-molares foram montados em resina acrílica e divididos em 2 grupos (n = 10). O esmalte foi tratado com sistema adesivo autocondicionante (TB - SEP) ou com ácido fosfórico 35% (3M) por 15 segundos (controle). Em ambos os grupos a resina fotopolimerizável Transbond XT (3M Unitek) foi usada para colar os “brackets” ortodônticos (Morelli). Após 24 horas em água a 37ºC as amostras foram submetidas a cisalhamento em máquina de testes Instron (5 mm/min). Na análise microscópica, seis amostras de esmalte polido foram tratadas com os agentes condicionadores (n = 3) e preparadas para observação ao MEV (Philips XL 30). A média de força de união para o TB-SEP foi de 26,0 MPa (7,4) e para ácido fosfórico 35% de 26,6 MPa (7,1) (resultados foram estaticamente semelhantes - p < 0,05). O padrão de condicionamento do esmalte com o sistema autocondicionante (TB - SEP) foi similar ao ácido fosfórico 35% (3M) (controle).

A alta capacidade de desmineralização do sistema autocondicionante testado (TB - SEP) propicia adequada resistência de união para colagem de “brackets” ortodônticos, apresentando resistência de união similar ao condicionador ácido fosfórico 35%.

 Ia016

Avaliação in vitro da resistência à tração de braquetes colados com o novo sistema adesivo “self etching primer” (SEP)

HORLIANA, R. F.*, DOMÍNGUEZ-RODRÍGUEZ, G. C., CARVALHO, P. A. L., BOMFIM, R. A., VIGORITO, J. W.

Ortodontia e Odontopediatria - Universidade de São Paulo. E-mail: ricardo.horliana@unimes.com.br

O presente estudo teve como objetivo avaliar in vitro a resistência à tração de braquetes metálicos colados em dentes humanos com o novo sistema adesivo “self etching primer” (SEP), que conjuga o agente condicionante ácido com o “primer” em uma única solução ácido/“primer”, substituindo o uso convencional de ácido e “primer” separadamente. A amostra consistiu de dezenove dentes pré-molares humanos extraídos com finalidade ortodôntica e armazenados convenientemente. Após limpar a superfície vestibular dos dentes com taça de borracha, pedra-pomes e água, foi aplicado o SEP (Transbond Plus Self Etching Primer - 3M Unitek) conforme recomendado pelo fabricante, durante 3 segundos e removido o excesso com suave jato de ar. A resina Transbond XT foi aplicada no braquete e o conjunto posicionado no centro da coroa clínica dos dentes, sendo aplicada força com a agulha de Gillmore (451,6 g) por 5 minutos e então fotopolimerizada a resina. O teste de tração foi realizado usando a máquina Instron Universal (mod. 4442-C6600, Canton, MA, EUA). O resultado do nosso estudo in vitro indica uma resistência à tração média de 61,12 Newtons equivalentes a 6,25 ± 1,6 MPa, valor considerado perfeitamente adequado porque se encontra dentro dos valores ótimos preconizados na literatura especializada (> 6,0 MPa)

Baseados nesses resultados podemos afirmar que o sistema adesivo “self etching primer”(SEP) apresentou resistência à tração apropriada, tendo como vantagem a simplificação do procedimento de colagem e a diminuição significativa do tempo clínico.

 Ia017

Movimento dentário ortodôntico sob influência de dipirona sistêmica

TAVARES, A. F. T.*, OLIVEIRA, A. M., RUELLAS, A. C. O.

Odontologia - Universidade de Alfenas. E-mail: tavares@sulminet.com.br

A presente pesquisa foi realizada com o intuito de verificar a influência ou não da dipirona no movimento dentário. Para isto os primeiros molares permanentes inferiores de vinte coelhos da raça Nova Zelândia foram movimentados para mesial por ação de uma mola fechada (80 g), sendo que 10 deles receberam administração IM diária de 0,3 ml de dipirona. Os resultados (14 dias após a aplicação da força) mostraram, clinicamente, abertura de diastema de 0,95 mm no grupo controle e de 0,90 mm no grupo experimento, em média. As reações teciduais no lado de pressão e no lado de tração do ligamento periodontal foram semelhantes nos grupos controle e experimento.

A dipirona não interfere no movimento dentário ortodôntico.

 Ia018

Avaliação periodontal em jovens tratados ortodonticamente por meio da mecânica corretiva

MARTINS, P. P.*, GARIB, D. G., GREGHI, S. L. A., HENRIQUES, J. F. C.

Ortodontia, Odontopediatria e Saúde Coletiva - Universidade de São Paulo. E-mail: ppmart@bol.com.br

A Ortodontia visa alcançar uma oclusão ideal estética e funcional, sem causar danos ao periodonto de proteção e sustentação. A movimentação dentária no sentido vestibulolingual pode ocasionar perda da crista óssea alveolar e da inserção gengival, dependendo da espessura do osso alveolar e de fatores mecânicos, tais como a intensidade da força, a velocidade e o tipo de movimento dentário. Tal ocorrência condenaria a longevidade do periodonto e a excelência do tratamento ortodôntico. Portanto este trabalho objetivou comparar, em média cinco anos após o término da mecânica corretiva, as condições do periodonto na face lingual dos incisivos inferiores em 25 jovens tratados ortodonticamente sem extrações (grupo 1) e 25 tratados com extrações de quatro pré-molares (grupo 2), os quais apresentavam más-oclusões de Classe I e II. Com o auxílio de uma sonda periodontal milimetrada (Hu-Friedy), foram medidos a profundidade de sondagem, a recessão gengival, a relação margem gengival-crista óssea alveolar e o índice de sangramento . A análise estatística por meio do teste t de Student e de Fisher com nível de significância de 5%, demonstrou diferenças não superiores a 0,5 mm entre os dois grupos para a profundidade de sondagem e para a relação margem gengival-crista óssea, o que apesar de demonstrar significância estatística, não mostra relevância clínica. Para o índice de sangramento à sondagem e recessão gengival, não houve diferenças significantes entre os dois grupos.

Por meio da metodologia empregada parece lícito concluir que a mecânica ortodôntica corretiva com extrações de pré-molares, não causa iatrogenias ao periodonto dos incisivos inferiores, proporcionando confiabilidade ao profissional no exercício clínico.

 Ia019

Alterações no posicionamento de dentes anteriores após correção da mordida aberta anterior, usando a grade vertical fixa

ZORZETTO, C. S.*, SOUZA, M. M., FREITAS, T. M.

Clínica Infantil - Universidade de São Paulo. E-mail: CSZorzetto@hotmail.com.br

A persistência de hábitos bucais além dos 5 anos de idade tem como conseqüência a mordida aberta anterior. O objetivo deste trabalho foi avaliar através das análises cefalométricas iniciais e finais e de medidas feitas em modelos de gesso realizadas mensalmente até a correção da maloclusão. A amostra foi composta de 10 pacientes, de ambos os sexos, idade média de 8 a. e 6 m., na fase da dentição mista, com padrão esquelético Classe I e com a presença da mordida aberta anterior dentária, e , para a correção dessa maloclusão foi utilizada a grade vertical fixa.

Clinicamente houve correção da mordida aberta anterior confirmada pelos valores cefalométricos finais.

 Ia020

Preferência de aparelhagem para o tratamento precoce da Classe II de Angle por professores de especialização

CUNHA, D., MIGUEL, J. A. M., CAL NETO, J. P.*

Ortodontia - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: jcalneto@bol.com.br

A indicação de tratamento precoce (pré-puberal) da maloclusão de Classe II de Angle tem sido adotada de forma crescente pelos odontopediatras e ortodontistas. O objetivo deste trabalho foi avaliar os métodos utilizados pelos professores de Ortodontia e Ortopedia Facial dos cursos de especialização do Brasil para a realização de tal procedimento. Para tal, foi utilizado um questionário apresentando a documentação completa de um caso clínico de Classe II para saber o tipo de aparelho a ser indicado para o tratamento precoce da Classe II. Os questionários foram enviados para dois professores de cada curso de especialização (n = 192), dos quais 107 foram corretamente respondidos. Aos professores era dada a oportunidade de optar por mais de uma alternativa de tratamento. Embora 23,4% (n = 24) dos entrevistados relatasse que não indicaria tratamento precoce para o caso clínico apresentado, somente 2 professores admitiram não indicar a terapia em nenhuma situação. Dos ortodontistas ouvidos, 80,4% deram preferência para o aparelho extra-oral, seguido pelo Thurow ou “splint” maxilar (50,0%) e pelo Bionator (44,4%).

Foi concluído que o aparelho extra-oral foi o aparelho mais indicado para a intervenção precoce (pré-puberal) da Classe II, embora não exista evidência científica que esta técnica seja mais efetiva. Esta preferência pode de alguma forma exercer uma influência nos atuais alunos e futuros ortodontistas.

 Ia021

Estudo da resistência ao cisalhamento de colagem de acessórios ortodônticos com e sem homogeneização da resina Superbond

PATEL, M. P.*, PINZAN, A., FRANCISCONE, P. A., PINZAN, C. R. M., FERREIRA, K. B.

Odontologia - Universidade do Sagrado Coração. E-mail: mpatel@uol.com.br

A proposta desta pesquisa foi avaliar a força de resistência da resina composta quimicamente ativada Superbond, com e sem prévia homogeneização, sob diferentes tempos de condicionamento ácido (15 e 30 segundos). Foram selecionados 150 dentes bovinos para colagem dos braquetes e distribuídos 25 para cada grupo: A) condicionamento ácido por 15 segundos sem homogeneização; B) condicionamento ácido por 15 segundos com homogeneização; C) condicionamento ácido por 30 segundos sem homogeneização; D) condicionamento ácido por 30 segundos com homogeneização; E) condicionamento ácido por 15 segundos sem homogeneização (final da bisnaga) e F) condicionamento ácido por 30 segundos sem homogeneização (final da bisnaga). Para os grupos B e D, a pasta foi armazenada em recipientes que permitiram sua homogeneização, para A e C, foi obtida diretamente da bisnaga e para E e F, foi obtida do final da bisnaga, ambos sem homogeneização. Inicialmente, os dentes foram limpos com Proffi II, submetidos ao condicionamento ácido, aplicação do “primer” e colagem com resina composta. Para uniformizar o peso de compressão, foi empregada a agulha Gilmore de 454 g. Posteriormente, os dentes foram submetidos ao teste de cisalhamento. Os valores de resistência foram avaliados estatisticamente segundo a análise de variância (ANOVA), e os resultados obtidos não apresentaram diferença estatisticamente significante.

Portanto, para esta pesquisa, o tempo de condicionamento e a prévia homogeneização ou não da pasta, não alteram significantemente a força de resistência do material. (Apoio: PIBIC/CNPq-USC.)

 Ia022

Influência da profilaxia com ou sem fluoreto na resistência ao cisalhamento na colagem com Transbond em esmalte bovino

FREIHA, L.*, DAROS, P.

Ortodontia - Universidade Iguaçu. E-mail: lfreiha@hotmail.com

O objetivo desse estudo foi analisar a influência do fluoreto em pasta profilática sobre a resistência de colagem ao cisalhamento de Transbond (3M Unitek) em esmalte bovino. Foram selecionados quarenta e cinco incisivos, armazenados em formol a 10%. Suas superfícies bucais foram planificadas em lixas d’água (# 220, 400 e 600) até obter-se uma superfície com aproximadamente 4 mm de diâmetro. Os espécimes foram fixados pelas suas raízes em anéis de PVC com resina acrílica autopolimerizável, ficando suas superfícies bucais perpendiculares as bases dos anéis. Três grupos foram formados: G1, recebeu profilaxia com Nupro (Dentsply) com fluoreto; G2, Nupro sem fluoreto; e G3 apenas pedra-pomes e água, antes da colagem. Os resultados da resistência da colagem ao cisalhamento, em MPa, foram: G1, 6,77; G2, 12,82 e G3, 12,05. Fraturas do esmalte foram encontradas em G1, G2 e G3 respectivamente 1, 2 e 4. Análise estatística (Brieger F “test”) mostrou diferença significante entre os grupos (p < 0,01). O teste de Bonferroni mostrou que as diferenças estavam entre G1 e G2 e entre G1 e G3.

Profilaxia com pasta com fluoreto não é indicada porque ela diminui a resistência mecânica da colagem embora pedra-pomes pode causar mais fraturas do esmalte.

 Ia023

Avaliação da biocompatibilidade do EDTA, EGTA e ácido cítrico em tecido subcutâneo de ratos

SOARES, A. B.*, SOUSA, S. M. G.

Biologia e Profissões da Saúde - Universidade do Sagrado Coração. E-mail: andresabs@hotmail.com

Os agentes quelantes e os ácidos orgânicos tem sido utilizados principalmente como coadjuvantes do preparo químico-mecânico do sistema de canais radiculares. O objetivo deste trabalho foi avaliar as reações teciduais induzidas por alguns ácidos durante a fase exsudativa do processo inflamatório. Aplicou-se, intravenosamente na veia caudal de 24 ratos machos da linhagem Wistar, 20 mg/kg de azul de Evans 2%. No tecido subcutâneo da região dorsal injetou-se 0,01 ml de EDTA 15% (pH 7,4), EGTA 15% (pH 7,4), ácido cítrico 15% (pH 1,0) e soro fisiológico (controle). Após os intervalos de 12, 24 e 48 horas, os animais foram sacrificados, suas peles dorsais excisadas e submetidas a análise do corante extravasado pela espectrofotometria de absorção de luz. Os dados obtidos foram avaliadas pela análise de variância a 2 critérios (não paramétrico). As médias da medianas do potencial irritativo das substâncias foram: EDTA (496,92 mg), ácido cítrico (219,53 mg), EGTA (179,13 mg), e soro fisiológico (69,90 mg).  Não houve diferença estatisticamente significante entre o EGTA e o ácido cítrico, nos tempos de 12 h, bem como, entre o EGTA e soro no tempo de 24 h e entre as 3 substâncias no tempo de 48 h. Observou-se diferença significante entre o EDTA e todos os demais grupos (12 h e 48 h: p < 0,01 e 24 h: p < 0,05). Não se constatou interação entre as substâncias analisadas e os tempos estudados, exceto no grupo controle (p < 0,05).

O EDTA foi a substância mais irritante independente do tempo analisado. O EGTA e o ácido cítrico apresentaram comportamento similares. (Projeto financiado pela FAPESP - IC99/10456-2.)

 Ia024

Estudo histológico e infiltrativo da prevalência de canais acessórios na furca de molares inferiores e superiores

MANIGLIA, C. A. G., ASSIS, A. G.*, MANIGLIA, A. B., PICOLI, F., RAZABONI, A. M.,
FALEIROS, F. B. C.

Faculdade de Odontologia - Universidade de Franca. E-mail: cmaniglia@uol.com.br

O objetivo deste trabalho foi determinar a freqüência de canais acessórios na região de furca em molares humanos (superiores e inferiores), através de um método infiltrativo e histológico. Foram utilizados 40 molares superiores e 40 inferiores de estoque, com raízes intactas e separadas. Estes dentes tiveram suas coroas removidas ± 3 mm acima do limite cervical, foram irrigados e imersos em NaOCl 5,25% para remoção do tecido pulpar do interior dos canais e lavados em água corrente. Uma lima tipo K #10 foi introduzida em toda a extensão dos canais para confirmar a ausência de obstruções. Os ápices radiculares foram revestidos em seus 3 mm finais com esmalte para impermeabilização. Foi confeccionado um dispositivo para que o teste infiltrativo pudesse ser realizado sob vácuo, utilizando-se tinta nanquim como corante. Os dentes foram, então, divididos em 4 grupos: nos grupos I e III - infiltração no sentido câmara pulpar/superfície radicular em 20 molares superiores e 20 inferiores, respectivamente; nos grupos II e IV - infiltração via superfície radicular/câmara pulpar em 20 molares superiores e inferiores, respectivamente. Após a análise infiltrativa, realizou-se o exame histológico. Apesar de ter sido encontrado um maior número de canais pelo método histológico, a análise estatística dos resultados não evidenciou diferenças significantes entre os dois métodos usados.

Os resultados da infiltração e histológico mostraram respectivamente que 17,5% - 32,5% dos molares superiores e 30% - 50% dos molares inferiores possuem canais acessórios na região de furca. (Apoio: CNPq.)

 Ia025

Análise em MEV das paredes do canal radicular após aplicação dos lasers Nd:YAG e diodo, do EDTA e do ultra-som

SACONO, N. T.*, PIMENTA, F. B., BERBERT, F. L. C. V., DAMETO, F., LIZARELLI, F.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual Paulista. E-mail: nancysacono@zipmail.com.br

O objetivo desse estudo foi avaliar e comparar o efeito da aplicação dos lasers Nd:YAG e diodo; do EDTA e do ultra-som, após o preparo biomecânico, sobre as paredes dentinárias do canal radicular, por meio de análise em MEV. 40 dentes humanos, caninos superiores, foram instrumentados para posterior divisão em 4 grupos de 10 espécimes cada: G1- tratamento com solução de EDTA 17% por 3 minutos; G2- ultra-som por 1 minuto; G3- laser Nd:YAG seguindo os parâmetros 1,5 W, 10 Hz e 100 mJ; G4- laser diodo sob a potência de 0,6 W. No grupo G3 foram feitas 4 aplicações de 10 segundos cada, totalizando 40 segundos por cada canal radicular, e no grupo G4, foram feitas 4 aplicações de 9 segundos cada. Após as aplicações, as raízes foram separadas pelo processo de clivagem, obtendo-se duas hemifaces, para poste­rior análise em MEV dos terços cervical, médio e apical. As características de limpeza, remanescentes de “debris” nas paredes dentinárias e visibilidade dos túbulos dentinários foram registradas em escores de 0 a 3, do melhor para o pior. O grupo G1 recebeu os menores escores nos terços cervical médio e apical. Os escores do grupo G1 no terço apical se igualaram aos escores do grupo G3. Os outros grupos, com exceção da região apical de G3, tiveram avaliações equivalentes em qualquer um dos terços e entre eles.

Após análise estatística, os autores concluíram que o grupo G1 (EDTA) apresentou os melhores índices de limpeza em relação aos demais grupos, em todos os terços do canal radicular, com exceção do terço apical, onde os resultados foram semelhantes ao grupo G3 (Nd:YAG).

 Ia026

Capacidade de selamento de materiais utilizados em perfurações radiculares laterais

AVELLAR, L. C.*, TANOMARU, J. M. G., FALEIROS, F. C. B., TANOMARU FILHO, M.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual Paulista. E-mail: luavellar@zipmail.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade seladora de materiais endodônticos, restauradores ou à base de mineral trióxido agregado, empregados no selamento de perfurações radiculares laterais. Cinqüenta dentes de humanos unirradiculados extraídos tiveram seus canais radiculares instrumentados e obturados. Em seguida, foi confeccionada cavidade na face distal da raiz, simulando perfuração radicular, a qual foi preenchida com os seguintes materiais, estabelecendo os grupos experimentais: I) Sealapex + óxido de zinco; II) Dyract (compômero); III) Vitremer (ionômero de vidro); IV) Pro Root MTA ou V) MTA Angelus. Após impermeabilização da superfície dentária externa, exceto na região da perfuração, os dentes foram imersos em solução de azul de metileno a 2%, em ambiente com vácuo, durante 48 horas. Após este período, os dentes foram seccionados longitudinalmente e a infiltração marginal analisada por meio de escores, empregando-se aparelho perfilômetro. A infiltração marginal observada foi pequena em todos os grupos experimentais (infiltração menor que a metade da extensão da cavidade). A análise estatística realizada por teste não-paramétrico (Kruskal-Wallis) não demonstrou diferença significativa entre os grupos (p > 0,05).

Conclui-se que os materiais seladores avaliados, incluindo materiais restauradores e à base de mineral trióxido agregado apresentam boa capacidade seladora em perfurações radiculares.

 Ia027

Avaliação in vitro do selamento proporcionado por diferentes agentes seladores da câmara pulpar de molares inferiores

MANIGLIA, C. A. G., MANIGLIA, A. B., PICOLI, F., VINHA, D., RODRIGUES, R. T. T.*

Faculdade de Odontologia - Universidade de Franca. E-mail: cmaniglia@uol.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade de selamento da câmara pulpar de molares inferiores, proporcionado diferentes agentes, com e sem ataque ácido prévio. 92 molares inferiores de estoque foram selecionados, instrumentados manualmente, obturados pela técnica de condensação lateral e, posteriormente, divididos em 5 grupos para receberem diferentes agentes propostos para selamento da câmara pulpar: no grupo I, 20 dentes receberam aplicação de cianoacrilato (Super Bonder); no grupo II, outros 20 dentes receberam Super Bonder, com ataque ácido prévio; no grupo III, 20 dentes receberam a aplicação de selante Fluroshield e no grupo IV, outros 20 dentes receberam aplicação do adesivo dentinário Tetric Flow, ambos com ataque ácido prévio, conforme orientação dos fabricantes. 12 dentes foram utilizados como controle positivo, não recebendo portanto nenhum agente selador. Após 90 dias de infiltração com tinta nanquim, os resultados obtidos foram submetidos à análise estatística que evidenciou significância ao nível de 1%, quanto a profundidade de infiltração do corante.

O Super Bonder com condicionamento ácido prévio proporcionou os menores valores de infiltração, sendo superior ao Super Bonder sem ataque ácido (p < 0,05), que por sua vez, foi estatisticamente semelhante à resina Tetric Flow. Já o Super Bonder sem condicionamento ácido prévio, foi significativamente superior ao selante Fluroshield (p < 0,01), este último, tendo apresentado os piores resultados. (Apoio: CAPES.)

 Ia028

Avaliação in vitro da infiltração marginal de alguns materiais seladores provisórios submetidos à ciclagem térmica

FAZOLO, A. L.*, OLIVEIRA, E. C. G., DUARTE, M. A. H., YAMASHITA, J. C., SHINOHARA, A. L.

Odontologia - Universidade do Sagrado Coração. E-mail: alfazolo@terra.com.br

Estudou-se in vitro a microinfiltração coronária em quatro materiais seladores temporários usados em Endodontia, um cimento destinado ao uso endodôntico Dentalville, um cimento de óxido de zinco e eugenol reforçado, o IRM, um material temporário fotopolimerizável, Bioplic, e um ionômero de vidro, Vitremer. Quarenta e dois dentes molares humanos, do banco de dentes da Universidade Sagrado Coração - ­Bauru, foram usados. Realizado cavidades de acesso endododôntico, os dentes foram então divididos em seis grupos de sete dentes. No interior de cada câmara pulpar foi colocado três bolinhas de algodão impregnadas com a solução alcoólica de dimetilglioxima a 1% e os materiais seladores provisórios testados. Em seguida, os dentes foram impermeabilizados, imersos em solução de sulfato de níquel a 5%, submetidos à ciclagem térmica (5ºC, 37ºC e 55ºC) durante sete dias e seccionados no sentido mésio-distal. A infiltração do sulfato de níquel como identificador da infiltração marginal foi revelada pela formação do complexo ni-dimetilgloioxima, de coloração vermelha. A análise da infiltração foi possível em função da profundidade em que ocorreu a coloração vermelha nas bolinhas de algodão, medidas em escores. Com base no teste estatístico Kruskal-Wallis, o IRM apresentou a maior microinfiltração coronária sendo estatisticamente diferente do Bioplic, do Dentalville e Vitremer.

Pode-se agrupar os materiais na ordem decrescente de infiltração: IRM, Vitremer, Dentalville, Bioplic com ataque ácido e adesivo dentinário, Dentalville + Super Bonder, Bioplic somente.

 Ia029

Avaliação clínica dos localizadores apicais eletrônicos Root ZX e Apex Finder 7005

SÁ NETO, W. C.*, FRÖNER, I. C., GURGEL-FILHO, E. D., DE DEUS, G., COUTINHO-FILHO, T., MANIGLIA-FERREIRA, C.

Endodontia - Universidade de Fortaleza. E-mail: manigliaf@yahoo.com

Root ZX e Apex Finder 7005 são exemplos de localizadores apicais eletrônicos que trabalham com duas impedâncias para aumentar a acurácia durante a determinação da localização dos forames apicais, sendo que esta tecnologia aumenta substancialmente os acertos dos resultados obtidos. O objetivo deste trabalho foi avaliar clinicamente a eficácia dos aparelhos Apex Finder e Root ZX em relação ao método radiográfico. Duzentos canais radiculares, vitais e necrosados, foram avaliados utilizando-se de métodos eletrônicos e radiográfico para a determinação da odontometria. Os valores obtidos foram concordantes em 71,25% dos casos vitais, e 74,16% para os casos necrosados. O Root ZX mostrou-se superior ao Apex Finder 7005 quando comparados com o parâmetro radiográfico, uma vez que houve concordância de 93% e 72% entre os aparelhos e o método radiográfico respectivamente. Os aparelhos não mostraram bons resultados em dentes com grandes reabsorções apicais, ápices incompletos, ou canais obliterados.

Nossos resultados permitem-nos concluir que os aparelhos eletrônicos são de grande valia para se determinar o comprimento real dos dentes em Endodontia, porém ainda faz-se necessário o uso da radiografia periapical para a confirmação da odontometria em algumas situações clínicas que o uso do aparelho não é indicado. O Root ZX mostrou-se clinicamente superior ao Apex Finder 7005.

 Ia030

Avaliação da infiltração marginal apical de um cimento endodôntico à base de ionômero de vidro

CAMARGO, D. A.*, CARVALHO-JÚNIOR, J. R., PEREIRA, J. V., SAQUY, P. C.,
SOUSA-NETO, M. D.

Odontologia - Universidade de Ribeirão Preto. E-mail: dacamargo13@hotmail.com

O selamento do sistema de canais radiculares é de fundamental importância para o sucesso almejado da terapia endodôntica. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar in vitro, a infiltração marginal apical em canais radiculares obturados pelo cimento Ketac-Endo, à base de ionômero de vidro, em comparação aos cimentos Endofill, N-Rickert e Sealer 26. Neste experimento foram utilizados 62 dentes incisivos centrais superiores humanos, sendo 2 dentes utilizados para os grupos controle positivo e negativo. Durante a instrumentação dos canais radiculares os dentes receberam 2,0 ml de água destilada a cada troca de instrumento. Terminada essa fase os dentes foram divididos, aleatoriamente em 4 grupos, e preparados para obturação dos canais radiculares. Os canais foram obturados pela técnica da condensação lateral. Os dentes foram imersos em tinta nanquim e submetidos ao processo de descalcificação e clareamento para a visualização do nível de infiltração marginal apical. A penetração do nanquim na região apical foi medida através do microscópio de mensuração. Os dados foram submetidos à análise estatística paramétrica, que evidenciou haver diferença significante a nível de 1% entre os cimentos testados.

Conclui-se que nenhum dos cimentos utilizados foi capaz de impedir a infiltração marginal apical e a ordenação crescente dos níveis de infiltração marginal é a seguinte: Sealer 26, N-Rickert, Endofill e Ketac-Endo.

 Ia031

Efeito da aplicação dos lasers Er:YAG e Nd:YAG na infiltração marginal apical de diferentes cimentos obturadores

PASSARINHO-NETO, J. G.*, SOUSA-NETO, M. D., ALFREDO, E., CARVALHO-JÚNIOR, J. R., SAQUY, P. C.

Faculdade de Odontologia - Universidade de Ribeirão Preto. E-mail: jarbasneto@hotmail.com

Este estudo in vitro avaliou o efeito da aplicação dos lasers Er:YAG e Nd:YAG sobre a dentina humana na infiltração apical dos cimentos Endofill, N-Rickert, Sealapex e Sealer 26. Foram utilizados 86 incisivos centrais superiores de estoque, sendo 2 dentes utilizados para os grupos controle positivo e negativo. A instrumentação seguiu a técnica “crown-down” sendo que o batente apical foi confeccionado com a lima tipo K número 50. Durante a instrumentação dos canais radiculares, os dentes receberam 2,0 ml de água destilada a cada troca de instrumento. Dividiram-se os dentes em 4 grupos, um para cada cimento, subdivididos em 3 grupos: G1- laser Er:YAG (4 Hz; 200 mJ; 62 J; 313 impulsos; 2,25 W); G2- laser Nd:YAG (10 Hz; 200 mJ; 1 W); G3- água destilada. Os dentes foram obturados pela técnica da condensação lateral; imersos em tinta nanquim e submetidos a diafanização para a visualização do nível de infiltração marginal apical. A penetração do nanquim na região apical foi medida através do microscópio de mensuração. Os resultados evidenciaram haver diferença estatística significante à nível de 1% entre os tratamentos das superfícies dentinárias e os cimentos testados. Os dentes que receberam irradiação final com o laser Nd:YAG apresentaram níveis menores de infiltração apical, seguidos pelos laser Er:YAG e água destilada. O cimento Sealer 26 foi o que apresentou os menores níveis de infiltração marginal.

Concluiu-se que a aplicação dos lasers Nd:YAG e Er:YAG promoveram a diminuição da infiltração marginal apical nos grupos testados. (Bolsa de iniciação científica: CNPq - 520078/99-3.)

 Ia032

Dissolução de tecido pulpar frente ao uso de diferentes substâncias químicas de uso endodôntico

OKINO, L. A.*, SIQUEIRA, E. L., SANTOS, M., BOMBANA, A. C.

Endodontia - Universidade de São Paulo. E-mail: lieni@ig.com.br

A proposta deste trabalho foi avaliar o poder de dissolução de diferentes substâncias químicas de uso endodôntico sobre o tecido pulpar bovino, em função do tempo. As substâncias testadas foram: hipoclorito de sódio em pH 9,0 nas concentrações 0,5, 1,0 e 2,5 por cento; digluconato de clorexidina em solução aquosa; digluconato de clorexidina veiculado em gel de Natrosol®; e água destilada como controle. Fragmentos de polpa bovina foram pesados e colocados em contato com 20 ml da solução a ser testada sob rotação até sua total dissolução. A velocidade de dissolução foi calculada ao estabelecer-se relação entre a massa da polpa e o tempo de dissolução. Os resultados apontaram que a água destilada e ambas soluções de clorexidina não mostraram dissolução do tecido pulpar no período de 6 horas. As soluções de hipoclorito de sódio 0,5; 1,0 e 2,5 por cento apresentaram velocidade média de dissolução de 0,31 mg/min; 0,43 mg/min e 0,55 mg/min, respectivamente.

A análise estatística (teste de Kruskal-Wallis) permitiu concluir que o poder de dissolução das soluções de clorexidina sobre o tecido pulpar foi semelhante ao da água destilada. Além disso, houve diferença estatisticamente significante (p > 0,01) quando comparadas as soluções de hipoclorito de sódio com as soluções de clorexidina e água destilada. Todas as soluções de hipoclorito de sódio mostraram-se eficientes na dissolução do tecido pulpar com diferenças estatisticamente significantes entre si (p > 0,01) e com velocidade de dissolução diretamente proporcional à concentração da solução.

 Ia033

Avaliação in vitro da influência da apicectomia no vedamento das obturações do sistema de canais radiculares

PIMENTA, L. J. M.*, HORTA, H. G. P., FRÓES, J. A. V.

Odontologia - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. E-mail: mlana@terra.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a obturação do canal após apicectomia. Foram utilizados 96 incisivos superiores, divididos em 4 grupos com 24 dentes cada, sendo 12 centrais (classe I) e 12 laterais (classe II). As amostras (classe I) foram instrumentadas pela técnica “crown down  pressureless” e (classe II) de movimentos oscilatórios; todas obturadas por condensação lateral e cimento Fill Canal . No grupo 1 o terço apical foi obturado e não amputado, no grupo 2 não obturado nem amputado, no grupo 3 obturado e amputado e no grupo 4 não obturado e amputado sem o contato da broca com a obturação. Duas camadas de cola epóxi e uma de esmalte de unha isolaram os dentes, com exceção da superfície amputada da raiz e das proximidades do forame apical, sendo colocados em corante azul de metileno 2% pH 7,2, mantidos em estufa bacteriológica por sete dias. Em seguida, clivados e observados ao microscópio esteroscópio em aumento de 10 vezes por dois examinadores, que mediram a região de maior infiltração com régua milimetrada, sendo os dados submetidos à análise de variância para comparação do grau de infiltração. De acordo com os resultados, as técnicas de instrumentação apresentaram o mesmo padrão de comportamento em todos os grupos. O grupo 1 apresentou o maior grau de infiltração de corante, os grupos 2 e 3, grau de infiltração semelhante e o grupo 4 o menor grau de infiltração.

Pode-se concluir que o contato da broca altera o vedamento da obturação, permitindo a comunicação do sistema de canais radiculares com os tecidos periapicais, o que pode levar ao insucesso da cirurgia.

 Ia034

Avaliação da difusão de diferentes tipos de medicação intracanal

MARQUES, A. A. F.*, SOUSA NETO, M. D., VANSAN, L. P., CRUZ FILHO, A. M. V.

Odontologia - Universidade de Ribeirão Preto. E-mail: andrendo@hotmail.com

O objetivo desse estudo foi avaliar a penetração de diferentes tipos de curativos endodônticos no interior do canal radicular. Para tanto utilizou-se quatro tipos de curativos de demora: hidróxido de cálcio + propileno glicol, hidróxido de cálcio + água destilada, Otosporin® e furacin, associados ao corante azul de metileno. Empregou-se no experimento, 40 dentes incisivos centrais superiores, os quais foram instrumentados no comprimento de trabalho até o instrumento # 40, escalonados até a lima # 60 e posteriormente divididos em quatro grupos. De acordo com a técnica preconizada para a colocação do curativo no interior dos canais, cada grupo recebeu um tipo de medicamento a ser analisado. As amostras foram previamente impermeabilizadas com cianocrilato, para em seguida serem levadas à estufa a 37ºC por um período de 24 horas. Decorrido esse tempo, os espécimes foram cortados, quantificados e submetidos ao teste estatístico de Kruskal-Wallis, o qual demonstrou haver diferença significante a 5%.

Concluiu-se que o Otosporin® quando utilizado como medicação intracanal não difunde-se em todo o comprimento de trabalho de forma satisfatória.

 Ia035

Análise espectrofotométrica e visual do clareamento dental interno utilizando laser e calor como fonte catalisadora

FERREIRA, M. B.*, FRANCO DE CARVALHO, E. M. O., FRANCO DE CARVALHO, B. C., LAGE-MARQUES, J. L., MAGALHÃES, M. C. B., ROBAZZA,C. R.

Clínica e Cirurgia - Centro Universitário de Alfenas. E-mail: mabeloti@bol.com.br

O presente experimento tem a proposta de avaliar, in vitro, as alterações cromáticas dentais. Estas alterações foram avaliadas a partir de uma análise espectrofotométrica e da observação visual, nos seguintes tempos experimentais: leitura inicial (LI), leitura após o escurecimento (LE) e leitura imediatamente após o clareamento (LC), leitura 15 dias após o clareamento (LC15) e leitura 30 dias após o clareamento (LC30). Depois de encontrados os valores de L* (luminosidade), a* e b* (matiz e saturação), com os quais se pode quantificar as alterações cromáticas dos espécimes; as diferenças de cor (‡E) foram obtidas com auxílio do programa CIE Lab. A análise estatística dos resultados obtidos, pela avaliação espectrofotométrica, não mostrou diferença significante quando comparado o procedimento de clareamento tradicional com aquele ativado pelo laser Er-YAG.

Não houve diferença estatística entre os grupos nos tempos experimentais de 15 e 30 dias e na comparação dos procedimentos (ativação térmica por pirógrafo e por laser Er-YAG).

 Ia036

Capacidade de vedamento apical entre quatro cimentos obturadores endodônticos

ALMEIDA, D. C.*, TEIXEIRA, F. B., FERRAZ, C. C. R., GOMES, B. P. F. A., ZAIA, A. A.,
SOUZA FILHO, F. J.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: decafop@yahoo.com

O estudo analisou comparativamente, o vedamento apical entre quatro cimentos obturadores com diferentes formulações. Avaliou-se o Sealapex, Pulp Canal Sealer (EWT), Endomethasone e a nova formulação utilizada no Endomethasone N. Foram utilizados 75 dentes monorradiculares humanos, armazenados em solução de formol a 10%. As coroas foram seccionadas na junção amelocementária e as raízes preparadas pela técnica de instrumentação “step-back”, tendo o digluconato de clorexidina 2% gel e soro fisiológico como irrigantes. Em seguida, foram obturadas pela técnica da condensação lateral utilizando os cimentos obturadores a serem analisados e um quinto grupo sem cimento (controle positivo). As raízes foram impermeabilizadas com esmalte em sua superfície externa deixando isentos os 2 mm apicais. Após a secagem, foram mergulhadas em um marcador (nanquim) por um período de 7 dias, sendo submetidos à vácuo por 30 minutos com pressão de 700 mm Hg no primeiro dia de infiltração. Então, foram diafanizadas com salicilato de metila e observadas em lupa estereoscópica. A análise estatística foi realizada pelo programa GMC 8.1 utilizando o teste de Kruskal-Wallis.

O Pulp Canal Sealer (EWT) foi o cimento obturador que apresentou melhores resultados. O Sealapex permitiu maior infiltração, sendo que o Endomethasone e o Endomethasone N possuíram resultados semelhantes. Contudo, não ocorreu diferença estatística entre os grupos estudados (p > 0,05). (Apoio financeiro: SAE/PIBIC - CNPq.)

 Ia037

Avaliação in vitro da atividade antimicrobiana do CA(OH)2, gluconato de clorexidina 2% e associação de ambos

SENA, N. T.*, GOMES, B. P. F. A., VIANNA, M. E., BERBER, V. B., FERRAZ, C. C. R.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: neyllasimoes@yahoo.com

Hidróxido de cálcio desenvolve um importante papel por induzir a formação de tecido duro e ação antibacteriana. Tem-se sugerido que sua associação com a clorexidina tem um ganho no seu efeito antimicrobiano. O objetivo deste estudo foi investigar a atividade antimicrobiana do Ca(OH)2 + H2O, da clorexidina gel 2% e da associação de ambos (1:1), usando dois métodos: a) difusão em ágar; b) contato direto. E. faecalis, S. aureus, P. endodontalis, P. gingivalis e P. intermedia foram testados. No método de difusão em ágar, cilindros de aço foram colocados sobre placas de ágar inoculadas. As substâncias testadas e os controles foram colocados dentro dos cilindros. As zonas de inibição de crescimento foram medidas e registradas após a incubação. No método do contato direto, o tempo que a medicação levou para matar as células microbianas foi anotado. Os resultados do teste de diluição em ágar mostraram que os anaeróbios estritos foram mais susceptíveis que os facultativos, mostrando uma maior zona de inibição (n = 13 mm), exceto o Ca(OH)2 + H2O que matou por contato com o medicamento. No teste de contato direto, os microrganismos estritos foram eliminados primeiramente que os facultativos, necessitando em média 1,73 min, ao passo que os facultativos necessitaram em média 13 h e 34 min.

Concluímos que todos os medicamentos testados tiveram atividade antimicrobiana, entretanto esta atividade depende do mecanismo de ação das substâncias além da susceptibilidade microbiana. (Apoio: FAPESP -  00/13689-7; CNPq - 0277/99-6.)

 Ia038

Avaliação da permeabilidade dentinária utilizando soluções irrigantes e ultra-som no clareamento dental

CARRASCO, L. D.*, FRONER, I. C., PECORA, J. D., SOUZA, L. G.

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo. E-mail: froner@forp.usp.br

O objetivo foi analisar quantitativamente in vitro a alteração da permeabilidade dentinária após a aplicação de diferentes soluções irrigantes na câmara pulpar, ativadas ou não pelo ultra-som, e do agente clareador interno. Foram utilizados 26 dentes anteriores superiores, com tratamento endodôntico convencional e tampão cervical com cimento de ionômero de vidro Vidrion restaurador. As soluções irrigantes utilizadas foram: água destilada, EDTA a 17% e hipoclorito de sódio a 1%, ativadas ou não pelo ultra-som. Com a câmara pulpar preenchida com a solução irrigante, aplicou-se a ponta TIP 37 ativada pelo aparelho de ultra-som por 15 segundos, troca da solução irrigante e repetição por mais 2 vezes. Nos grupos sem aplicação do ultra-som, o irrigante permaneceu na câmara pulpar por 15 segundos e foi substituído também por 3 vezes. A câmara pulpar seca, foi preenchida com a pasta de perborato de sódio com água destilada. Nas trocas estabelecidas do agente clareador houve repetição dos procedimentos. A permeabilidade dentinária foi detectada por meio da infiltração do íon cobre revelado pelo ácido rubeânico. Os dentes foram seccionados no sentido transversal, lixados e montados em lâminas que foram analisadas utilizando-se um sistema de imagem digitalizada, composto por microscópio acoplado a um microcomputador, utilizando o programa KS300 v. 2.0. Os resultados mostraram que a aplicação do ultra-som promoveu aumento da permeabilidade dentinária com todas as soluções avaliadas.

Podemos concluir que no clareamento dental interno a aplicação do ultra-som, pelo aumento da permeabilidade dentinária, poderá promover uma maior eficácia dos agentes clareadores. (Apoio: FAPESP - 00/12180-3.)

 Ia039

Avaliação do selamento e extravasamento de materiais utilizados em perfurações de furca

FALEIROS, F. C. B.*, TANOMARU, J. M. G., TANOMARU FILHO, M.

Faculdade de Odontologia de Araraquara - Universidade Estadual Paulista. E-mail: fredbor@francanet.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade seladora e extravasamento de materiais utilizados no selamento de perfurações de furca. Quarenta e oito molares inferiores de humanos tiveram a porção coronária e o terço apical radicular seccionados. As raízes foram posicionadas sobre material de moldagem à base de silicona de condensação e foram confeccionadas cavidades na região central da bifurcação, simulando perfuração de furca. Realizada a impermeabilização da superfície dentária externa até a proximidade da perfuração, as cavidades foram preenchidas via câmara pulpar com os seguintes materiais, estabelecendo os grupos experimentais: I) Sealer 26; II) Sealapex + óxido de zinco; III) Pro Root MTA e IV) MTA Angelus. Em seguida, os dentes foram imersos em solução de azul de metileno a 2%, em ambiente à vácuo, durante 48 horas. Após este período, as raízes foram seccionadas e o extravasamento de material pela furca e a infiltração marginal foram analisados, por meio de escores. Os resultados obtidos demonstraram que o Sealer 26 proporcionou maior extravasamento que os demais materiais (p < 0,05). Quanto à capacidade seladora, diferença significativa foi observada entre o Sealer 26 com melhor selamento e o Sealapex acrescido de óxido de zinco (p < 0,05). Os materiais à base de mineral trióxido agregado foram semelhantes aos demais materiais (p > 0,05).

Conclui-se que o Sealer 26 apresenta boa capacidade seladora e maior intensidade de extravasamento, e os materiais à base de mineral trióxido agregado são satisfatórios nas duas avaliações.

 Ia040

MEV da parede dentinária quando do emprego do Glyde-Prep

VIEGAS, A. P. K.*, SÓ, M. V. R., BELLO, F., KRAUSE, M., SIGNORI, R. S., VIER, F.

Odontologia - Universidade Luterana do Brasil. E-mail: aviegas@portoweb.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar, in vitro, através da MEV, a limpeza das paredes dentinárias do terço apical de dentes humanos frente o emprego do Glyde-Prep (Dentsply-Maillefer), durante o preparo dos canais radiculares. Para tanto, foram utilizados 36 incisivos centrais superiores, divididos em 3 grupos experimentais, os quais tiveram seus canais preparados com limas tipo K e com o seguinte regime de irrigação: Grupo 1 (12 dentes) - irrigação com hipoclorito de sódio 1%. Grupo 2 (12 dentes) - irrigação com hipoclorito de sódio 1% + agitação EDTA 17% pós-preparo + irrigação final com hipoclorito de sódio 1%. Grupo 3 (12 dentes) - hipoclorito de sódio 1% + Glyde-Prep durante o preparo + irrigação final com hipoclorito de sódio 1%. Os resultados demonstraram que o padrão de limpeza, em função da presença ou ausência de magma dentinário, foi igual no grupo 1 e grupo 3, com 11 espécimes de cada grupo mostrando um magma dentinário intenso e ausência de túbulos dentinários visíveis. No grupo 2, 9 espécimes mostraram-se isentos de magma dentinário (teste de qui-quadrado - p < 0,001).

É lícito concluir que o emprego do Glyde-Prep durante o preparo do canal não permitiu a visualização da abertura dos túbulos dentinários, em nível de terço apical, na quase totalidade dos dentes observados.

 Ia041

Adaptação de materiais em obturação retrógrada: análise em microscopia eletrônica de varredura

MATARAZZO, T. R.*, DUARTE, M. A. H., YAMASHITA, J. C., OLIVEIRA, E. C. G., KUGA, M. C.

Odontologia - Universidade do Sagrado Coração. E-mail: lismy@bol.com.br

A proposta do trabalho foi avaliar por meio de microscopia eletrônica de varredura, a adaptação de alguns materiais quando empregados em obturação retrógrada. Foram utilizados trinta caninos unirradiculares do banco de dentes da Universidade do Sagrado Coração que tiveram suas coroas seccionadas e seus canais tratados endodonticamente. Posteriormente realizou-se a apicectomia e, então, preparou-se à cavidade retrógrada com ultra-som. Os dentes foram divididos em 6 grupos em função do material utilizado na obturação retrógrada, sendo: GI- Pro Root TM MTA; GII-  MTA Angelus; GIII- Super EBA; GIV- IRM; GV- Cimento Portland; GVI- Sealer 26. Os dentes foram imersos em água destilada por 15 dias, posteriormente foram secos, metalizados e analisados em microscopia eletrônica de varredura, estipulando escores em função da adaptação: escore 0- adaptado em todas as paredes; escore 1- desadaptado em 1/4 da obturação; escore 2- desadaptado em metade das paredes; escore 3- desadaptado em 1/3; escore 4- desadaptado em todas as paredes. Os dados foram comparados estatisticamente pelo teste de Kruskal-Wallis para análise global e comparação individual pelo teste de Miller. Os resultados mostraram que o grupo VI foi o melhor, diferenciando-se estatisticamente do grupo V que apresentou os piores resultados.

Conclui-se que o Sealer 26 foi o material que melhor se adaptou quando empregado em obturações retrógradas. (Agradecimento: PIBIC/CNPq e NAP/MEP-USP.)

 Ia042

Contribuição ao estudo das alterações cromáticas – apresentações de uma metodologia de escurecimento dental

MAGALHÃES, M. C. B.*, FERREIRA, M. B., FRANCO DE CARVALHO, E. M. O.,
FRANCO DE CARVALHO, B. C., ROBAZZA, C. R., LAGE-MARQUES, J. L.

Clínica e Cirurgia - Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas/Centro Universitário Federal. E-mail: mcbmagal@zipmail.com.br

O objetivo deste estudo é avaliar a técnica in vitro para escurecimento dental provocado por sangue. As alterações das cores foram avaliadas por análise espectrofotométrica e pela observação visual, baseada em uma escala de cor em dois tempos experimentais: cor natural dos dentes (LI) ou leitura inicial e cor dos dentes escurecidos (LE) ou leitura após o escurecimento. Na análise espectrofotométrica foram encontrados valores de L* (luminosidade) e a* e b* (matiz e saturação) com os quais foram quantificadas as alterações cromáticas dos espécimes. A observação visual através da comparação com a escala de cor (Vita), demonstrou uma alteração significante no padrão de cor natural para o padrão de cor após o escurecimento. Os resultados mostraram ser a técnica de escurecimento eficaz e de fácil execução, uma vez que poderão ser obtidos modelos experimentais próximos da realidade clínica e que serão úteis em experimentos que tenham como objetivo a avaliação das alterações cromáticas das coroas dentais.

A técnica de escurecimento dental mostrou-se eficaz e de fácil execução. Análise espectrofotométrica e a observação visual registraram alterações colorimétricas significativas nos espécimes testados.

 Ia043

Compatibilidade biológica do EDTA, EDTA-T e ácido cítrico em mandíbulas de ratos

SILVA, V. S.*, SCELZA, M. Z., CABRAL, M. G., CAMPOS, C. A. M., BARRETO, M. L., SCELZA, P.

Odontoclínica - Universidade Federal Fluminense. E-mail: vivigus@bol.com.br

O presente estudo avaliou a compatibilidade biológica de três substâncias quelantes utilizadas na Endodontia (EDTA 17%, EDTA-T e ácido cítrico 10%) quando implantadas em mandíbulas de ratos Wistar (Rattus norvergicus albinus). Foram utilizados 36 animais nos períodos de 1, 7, 14 e 28 dias, com a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Núcleo de Animais de Laboratório da UFF. A inserção de cada substância foi possibilitada por um material carreador (Fibrinol®) colocado em perfurações bicorticais ­realizadas em ambos os lados da mandíbula dos animais, onde um dos lados apresentava apenas o Fibrinol® sem a substância teste (controle). Cada quelante foi testado em 3 ratos nos 4 diferentes tempos. Os resultados demonstraram que o material carreador teve presença constante nas lojas cirúrgicas em todos os tempos do estudo tanto nas amostras de substâncias teste quanto nos controles. Após 24 horas, as amostras com as substâncias teste e os controles apresentaram reação inflamatória aguda com a presença de polimorfonucleares de distribuição difusa. Nos períodos de tempo de 7, 14 e 28 dias, constatou-se a presença do Fibrinol® associado à reação inflamatória de corpo estranho em todas as amostras. Observaram-se também áreas de reparação caracterizadas pela proliferação de células mesenquimais e osteogênese, as quais intensificavam-se com o passar do tempo reduzindo-se a resposta inflamatória.

Concluiu-se que o EDTA 17%, o EDTA-T e o ácido cítrico 10% não apresentaram diferenças na evolução reparativa quando comparados entre si. (Apoio financeiro: FAPERJ - processo E-26/171.984/2000.)

 Ia044

Avaliação do selamento promovido pela obturação dos canais radiculares através da técnica de Tagger modificada

BOLZANI, L. M. V.*, PAPPEN, F. G., PAPPEN, A. F., PAPPEN, M. L. G., DEMARCO, F. F.

Odontologia Restauradora - Universidade Federal de Pelotas. E-mail: lbolzani@ufpel.tche.br

Significante infiltração de bactérias pode ocorrer em canais radiculares obturados, devido a um defeito ou à perda da restauração coronária, fratura da estrutura dentária ou cáries recorrentes, expondo o material obturador dos canais radiculares e promovendo, desta forma, a contaminação dos tecidos periapicais e conseqüente insucesso endodôntico. O objetivo deste trabalho foi avaliar, in vitro, a infiltração no sentido coroa-ápice observada em canais obturados pela técnica de Tagger modificada. Foram utilizados 45 dentes unirradiculares, divididos em 3 grupos experimentais: no grupo I o cimento utilizado foi o Sealapex; no grupo II os canais foram obturados com AH Plus; e no grupo III, foi também realizada a obturação através da termoplastificação da guta-percha, sem, no entanto utilizarmos cimento endodôntico. Após a termociclagem, os dentes foram imersos em azul de metileno a 2% por 12 horas e seccionados longitudinalmente para avaliação da microinfiltração, a qual foi quantificada através da contagem de pontos em reproduções fotográficas. Os dados foram submetidos à análise estatística através dos testes ANOVA e DMS de Fisher (5%). O grupo III apresentou uma média de infiltração maior que os demais grupos, sendo esta diferença estatisticamente significante. No entanto, não observamos diferença entre o selamento promovido pelos dois cimentos avaliados.

Podemos concluir que mesmo com a utilização da técnica de Tagger modificada, é indispensável o uso de um cimento obturador para o melhor selamento dos canais radiculares.

 Ia045

Avaliação da biocompatibilidade de materiais retrobturadores em tecido subcutâneo de ratos

BALDANI, J. C.* , TANOMARU, J. M. G., TANOMARU FILHO, M., SILVA, L. A. B.,
LEONARDO, M. R., ROSSI, M. A.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual Paulista. E-mail: jubauru@zipmail.com.br

O material retrobturador deve possuir propriedades físico-químicas e biológicas adequadas. O objetivo deste estudo foi avaliar a biocompatibilidade dos cimentos endodônticos (Sealapex e Sealer 26) e do mineral trióxido agregado (MTA), empregados como materiais retrobturadores. Para esta finalidade, o Sealapex é acrescido de óxido de zinco e o Sealer 26 manipulado em maior proporção pó/resina. Foram utilizados 24 ratos Holtzman, nos quais foram implantados em tecido subcutâneo, tubos de polietileno contendo os materiais experimentais. Cada animal recebeu todos os materiais, num sistema de rodízio, sendo um tubo vazio utilizado como controle. Após os períodos experimentais de 7, 15, 30 e 60 dias, os animais foram mortos e as peças removidas para processamento histológico. No período de 7 dias, o tecido conjuntivo em contato com os materiais testados apresentou infiltrado inflamatório moderado, sendo suave no grupo controle. Aos 15 dias, a resposta inflamatória era suave no grupo controle e para o cimento Sealer 26, sendo moderada para os demais. Aos 30 dias o infiltrado era moderado para o Sealapex acrescido de óxido de zinco e suave para os demais grupos. No período de 60 dias o infiltrado de células inflamatórias era ausente/suave para todos os grupos.

Conclui-se que todos os materiais testados mostraram-se irritantes nos períodos iniciais, com decréscimo da reação inflamatória nos maiores períodos. (Apoio financeiro: FAPESP - processo nº 01/04271-1.)

 Ia046

Esterilização de cones de guta-percha para obturação do sistema de canais radiculares

CORRÊA, R. O.*, LEITE, M. E. A., FRÓES, J. A. V.

Odontologia - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. E-mail: oliveira1819@hotmail.com

Manter uma cadeia asséptica é fundamental para o sucesso da terapia endodôntica, assim, cones de guta-percha devem estar livres de microrganismos no momento da obturação. Devido a sua composição, não podem ser esterilizados por métodos físicos, sem que seu formato seja alterado, assim, este estudo objetivou avaliar possíveis métodos químicos de esterilização deste material obturador. Os cones foram contaminados com Bacillus stearothermophilus e imersos nas soluções químicas, em diferentes intervalos de tempo. Avaliou-se a ação do hipoclorito de sódio nas concentrações de 1%, 2,5% e 5,25%, com imersão por 5, 10 e 15 minutos, glutaraldeído 2%, após 30, 120 e 360 minutos e peróxido de hidrogênio 3%, 6% e 9%, após 30, 360 e 540 minutos. Os cones foram lavados com solução salina esterilizada e transferidos para tubos contendo caldo BHI e incubados na estufa bacteriológica, a 37ºC. Controle para a certificar a viabilidade da amostra bacteriana foi realizado, utilizando a fita de Attest e cones de guta-percha contaminados, imersos somente em solução salina. Fitas de Attest foram imersas nas soluções desinfetantes e, em seguida, incubadas no mesmo meio de cultura para se confirmar sua ação antimicrobiana.

Analisando as soluções de hipoclorito de sódio e glutaraldeído, não foi observado crescimento bacteriano em nenhuma concentração e períodos de tempo testados, porém, com a utilização do peróxido de hidrogênio pode verificar a presença de microrganismos após imersão dos cones de guta-percha, por 30 minutos em todas as concentrações testadas. (Apoio: PROBIC/PUC-MG.)

 Ia047

Nível de informação sobre a conduta de urgência frente ao traumatismo dental com avulsão

CAMPOS, M. I. C.*, CAMPOS, C. N.

Clínica Odontológica - Universidade Federal de Juiz de Fora. E-mail: clinin@terra.com.br

É notória a evolução da Odontologia sob vários aspectos, no entanto ainda é alta a incidência de perda de dentes por traumatismo acidental. O objetivo deste estudo foi avaliar o nível de informação entre estudantes, com idade aproximada de 12 anos, seus responsáveis e professores, quanto à conduta de urgência frente ao trauma dental com avulsão. A amostra foi constituída de 990 indivíduos vinculados a escolas públicas e particulares, aos quais foi aplicado um questionário fechado, criteriosamente orientado, para que não houvesse busca de informações com terceiros. Elaborado com várias perguntas, cujas respostas foram pontuadas de acordo com sua importância em relação à sobrevida do dente, cada questionário foi analisado, avaliado e classificado por dois endodontistas e uma patologista bucal. Os resultados mostraram que, do total da amostra, apenas 6,77% promoveriam um socorro adequado que possibilitasse a sobrevida do ligamento periodontal e, conseqüentemente, a permanência do dente no alvéolo; 16,26% cometeriam algumas falhas, não comprometendo totalmente a possibilidade de permanência do dente no alvéolo; 51,13% promoveriam um socorro inadequado podendo comprometer seriamente o dente; e 23,84% certamente perderiam o dente. Em relação ao vínculo a escolas públicas ou particulares, não houve diferença significativa entre os grupos.

Concluímos que o nível de informação sobre a conduta de urgência frente ao traumatismo dental com avulsão é infimamente baixo, contribuindo de forma significativa para a alta incidência de perda de dentes por reabsorção radicular pós-traumatismo.

 Ia048

Ação do agente clareador interno na infiltração marginal de restauradores endodônticos provisórios

OLIVEIRA, G. S.*, FRONER, I. C., ALMEIDA, C. F., SOUZA, L. G.

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo. E-mail: nannyso@zipmail.com.br

O objetivo foi avaliar comparativamente in vitro a infiltração marginal de materiais restauradores endodônticos provisórios com ou sem a ação do agente clareador (perborato de sódio com água), pela infiltração do azul de metileno a 2%. Foram utilizados 30 caninos humanos, realizado tratamento endodôntico convencional e tampão cervical com cimento fosfato de zinco. Os restauradores provisórios (Cimpat W, Citodur e o Dentalville) foram utilizados com as câmaras pulpares preenchidas com pasta de perborato de sódio e água e bolinha de algodão ou somente bolinha de algodão. Foram realizadas três trocas dos mate­riais restauradores provisórios e clareador, a cada 3 dias. Após cada troca os dentes foram submetidos a termociclagem e armazenados em saliva artificial a 37ºC. Os dentes foram imersos em azul de metileno a 2% durante 24 horas, lavados, seccionados e analisados. A análise da microinfiltração foi realizada utilizando lupa estereoscópica, estabelecendo escores para o grau de infiltração por examinadores calibrados. Os resultados mostraram que houve um aumento da infiltração marginal em todos os materiais restauradores provisórios quando utilizados com o agente clareador. O Citodur e o Cimpat W, com ou sem o agente clareador, apresentaram resultados semelhantes. O Dentalville com agente clareador apresentou maior infiltração marginal que os outros materiais avaliados.

Os resultados mostraram que o Citodur e o Cimpat W, em relação a infiltração marginal, são materiais restauradores provisórios que podem ser utilizados com ou sem a presença da pasta de perborato de sódio e água, com bons resultados. (Apoio: PIBIC/USP/CNPq - 2001.1.574.58.1.)

 Ia049

Avaliação sob MEV da limpeza dos canais radiculares através da Clorofila, Clorox e Clorexidina

SANTIAGO, M. R. J.*, SZMAJSER, L. K., MARTINELLI, M., FIDEL, R. A. S., FIDEL, S. R.

Faculdade de Odontologia - Universidade do Grande Rio. E-mail: reginasantia@aol.com

O tratamento endodôntico deve ser baseado na completa limpeza e modelagem, permitindo a realização de uma obturação hermética tridimensional em todo o espaço do canal radicular. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a capacidade de limpeza do terço apical dos canais radiculares utilizando três soluções irrigadoras: Clorox, Clorexidina à 0,2% e Clorofila. Foram selecionados 30 dentes unirradiculares, com canal único (incisivos superiores e caninos inferiores e superiores), que se encontravam estocados no Laboratório de Pesquisa da FO-UERJ, os quais tiveram suas coroas removidas com disco diamantado e verificada a patência dos canais com lima K  nº 10. Os elementos dentários foram divididos aleatoriamente em 3 grupos contendo 10 amostras cada, submetidos a instrumentação com brocas de Gates-Glidden  nº 5,  nº 4 e nº 3 e usando-se a técnica coroa-ápice com movimentos oscilatórios, obtendo-se em todos os casos como última lima no terço apical a lima K  nº 35. O Grupo 1 foi irrigado com hipoclorito de sódio a 5,25% (Clorox); Grupo 2 - Clorexidina a 0,2% (manipulada em laboratório) e Grupo 3 - Clorofila (Nature’s Sunshine) e, todos os dentes sofreram uma irrigação final com EDTA a 17% (Biodinâmica). Após, os dentes foram clivados e analisados em microscópio eletrônico de varredura (MEV) com aumento de 1.000 vezes (LEO 1450 VP).

Após análise estatística (teste de Kruskal-Wallis) pudemos concluir que os grupos 1 (hipoclorito de sódio) e 3 (Clorofila) obtiveram os melhores graus de limpeza.

 Ia050

Avaliação da infiltração marginal em restauradores provisórios utilizados durante o clareamento dental

ALMEIDA, C. F.*, FRONER, I. C., OLIVEIRA, G. S., SOUZA, L. G.

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo. E-mail: carolfagoti@zipmail.com.br

O objetivo é avaliar a ação do agente clareador, perborato de sódio com água, na infiltração marginal de diferentes restauradores provisórios utilizados durante o clareamento dental. Foram utilizados 30 caninos humanos, realizado tratamento endodôntico convencional e confecção do tampão cervical com ionômero de vidro Vitremer restaurador (3M). Os grupos avaliados foram: Grupo I- resina Filtek Z100, Grupo II- cimento de ionômero de vidro convencional Vidrion R, Grupo III- cimento de ionômero de vidro modificado Vitremer R, Grupo IV- Dentalville, Grupo V- Dentalville com duas camadas de Super Bonder. Foram realizadas 3 trocas do agente clareador e da restauração provisória, a cada 3 dias. Entre as trocas, a termociclagem e armazenamento em saliva artificial a 37ºC. A seguir, imersos em azul de metileno a 2% durante 24 horas, a seguir lavados, seccionados e analisados. A análise da microinfiltração foi realizada por 3 examinadores, utilizando de lupa estereoscópica com aumento de 30 X, estabelecendo escores. Foram obtidos 4 escores por dente, a média do dente, do grupo e a média final entre os avaliadores. Os resultados estatísticos mostraram que não houve diferenças significantes entre a resina, o ionômero convencional e o modificado. O Dentalville apresentou os melhores resultados sendo que quando da utilização com o Super Bonder houve a menor microinfiltração marginal.

Nossos resultados permitiram concluir que o Dentalville foi o melhor material restaurador provisório no clareamento dental realizado com perborato de sódio e água. (Apoio financeiro: PIBIC//USP/CNPq - 2001.1.575.58.8.)

 Ia051

Limpeza superficial promovida por diferentes formas de toalete final em preparos endodônticos – estudo em MEV

PERES, F. G.*, YAMASHITA, J. C., DUARTE, M. A. H., OLIVEIRA, E. C. G., FRAGA, S. C.

Odontologia - Universidade do Sagrado Coração. E-mail: fergperes@aol.com

O objetivo deste trabalho foi avaliar por meio de microscopia eletrônica de varredura (MEV) a limpeza superficial das paredes de canais radiculares após toalete final com duas formas de EDTA auxiliadas por três diferentes mecanismos de agitação. Foram utilizados 30 dentes humanos, do banco de dentes da Universidade do Sagrado Coração. Os canais foram biomecanizados manualmente pela técnica escalonada regressiva, irrigando-se com solução de hipoclorito de sódio a 1%. Os espécimes foram então divididos em seis grupos experimentais, de acordo com a toalete final aplicada, obedecendo a seguinte ordem: Grupo I: EDTA gel + agitação com ultra-som; Grupo II: EDTA líquido + agitação com ultra-som; Grupo III: EDTA gel + agitação com espiral de lentulo; Grupo IV: EDTA líquido + agitação com espiral de lentulo; Grupo V: EDTA gel + agitação manual; Grupo VI: EDTA líquido + agitação manual. Os espécimes foram preparados e então observados por meio de MEV, com aumentos de 500 X. As superfícies dos canais radiculares foram avaliadas e classificadas por escores de 0 a 3, do melhor para o pior, nos terços apical e cervical. Os resultados foram analisados estatisticamente pelos testes não-paramétricos de Kruskal-Wallis e Miller. Os resultados mostraram não existir diferença estatisticamente significante entre as diferentes formas de toalete final estudadas, porém melhor limpeza foi apresentada no terço cervical de todos os grupos, quando comparada ao terço apical.

Concluiu-se que todos os métodos foram similares na limpeza. (Agradecimento: NAP-MEPA, ESALQ-­USP pelo MEV.)

 Ia052

Análise radiográfica do retratamento endodôntico realizado com o sistema Profile e Protaper

BASSO, A. L.*, SILVA NETO, U. X., WESTPHALEN, V. P. D.

Odontologia - Pontifícia Universidade Católica do Paraná. E-mail: t-bone@onda.com.br

O tratamento endodôntico, apesar de realizado utilizando-se as mais modernas técnicas, não está livre de insucessos, e, portanto, da necessidade de retratá-los. O objetivo deste trabalho foi avaliar radiograficamente a capacidade de limpeza de técnicas de retratamento endodôntico. Foram utilizados 32 incisivos inferiores humanos extraídos, que tiveram seus canais instrumentados, e obturados pela técnica híbrida de Tagger. Em seguida, os dentes foram radiografados no sentido VL e MD, para verificação da qualidade da obturação, e, então divididos em três grupos distintos de acordo com a técnica utilizada: GI) lima Kerr + lima Hedströen; GII) sistema Profile e GIII) sistema ProTaper. Dois dentes foram utilizados com controle positivo e negativo. Em todos os grupos, fez-se uso da broca de Gates-Glidden nº 3 atuando na embocadura do canal, irrigação com água destilada, e também de uma gota de xilol, no início e na metade do procedimento. Após a realização das técnicas de retratamento, novas radiografias foram realizadas, obedecendo à metodologia descrita. A avaliação da limpeza, em cada terço do canal radicular (cervical, médio e apical) foi realizada por meio de escores numéricos por três examinadores. Os dados obtidos foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis e ao teste de Miller para comparação entre os grupos.

Conclui-se que no terço cervical/médio não houve diferença estatística significante entre os grupos (p < 0,05), no entanto, no terço apical houve diferença estatística significante entre o grupo I e grupo II (p < 0,05), favorável ao grupo II (sistema Profile).

 Ia053

Adaptação marginal de cimentos endodônticos utilizados como material retrobturador – estudo em MEV

MILLEO, S. S. N.*, YAMASHITA, J. C., DUARTE, M. A. H., OLIVEIRA, E. C. G., KUGA, M. C.

Endodontia - Universidade do Sagrado Coração. E-mail: somilleo@zipmail.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar por meio de microscopia eletrônica de varredura (MEV) a adaptação marginal de obturações retrógradas realizadas com cimentos endodônticos. Foram utilizados 20 dentes humanos, do banco de dentes da Universidade do Sagrado Coração. Os canais foram biomecanizados e obturados, realizou-se a apicectomia e cavidades retrógradas, em cada um dos ápices radiculares. Os espécimes foram então divididos em quatro grupos experimentais, de acordo com o cimento utilizado, obedecendo a seguinte ordem: Grupo I: Sealer 26; Grupo II: Sealapex + óxido de zinco; Grupo III - AH Plus + óxido de zinco; Grupo IV - AH Plus + hidróxido de cálcio. Os espécimes foram preparados e então observados através da MEV. A adaptação marginal foi avaliada e classificada por escores da seguinte forma, por dois examinadores calibrados: escore 0, adaptação completa; escore 1, desadaptação discreta (¼ da circunferência); escore 2: desadaptação parcial (½ da circunferência); escore 3: desadaptação acentuada (¾ da circunferência); escore 4: desadaptação total. Os resultados foram analizados estatisticamente pelos testes não-paramétricos de Kruskal-Wallis e Miller. Pelos resultados podemos ordenar os grupos experimentais, do melhor para o pior, quanto a sua adaptação marginal da seguinte forma: grupo I, grupo II, grupo III e grupo IV, com diferença significante entre os grupos I e IV.

Conclusão: exceto o grupo com Sealer 26, os materiais estudados mostraram algum grau de desadaptação. (Agradecimento: NAP-MEPA, ESALQ-USP pela MEV.)

 Ia054

Avaliação da permeabilidade dentinária relacionada à substituição das substâncias auxiliares do preparo endodôntico

SOUZA, E. B.*, AMORIM, C. V. G., LAGE-MARQUES, J. L.

Dentística - Universidade de São Paulo. E-mail: lilabs@uol.com.br

As substâncias químicas auxiliares devem atuar sobre a permeabilidade dentinária no decorrer da terapêutica endodôntica. O objetivo deste experimento foi comparar a variação da permeabilidade provocada pela associação Dakin + Endo PTC segundo dinâmica de substituições distintas de substância química, pela avaliação de infiltração do corante indicador. Foram utilizadas 30 raízes de dentes unirradiculares divididas em 3 grupos e preparadas com instrumentos do tipo K: grupo 1- Dakin + Endo PTC, sendo renovados a cada instrumento, Grupo 2- Dakin + Endo PTC, sem renovação até o término do preparo e Grupo 3- com o uso de soro fisiológico como substância auxiliar renovado a cada troca de instrumento. Os espécimes foram corados com rodamina B 1% e cortados em amostras de 3 mm de espessura. Amostras representando os terços radiculares foram digitalizadas para processamento da leitura (% das áreas coradas) com o programa de computação Image Lab. Porcentagens das áreas coradas foram determinadas e os resultados submetidos à análise estatística Kruskal-Wallis, p < 0,05. Os resultados obtidos não apresentaram diferenças estatísticas entre os grupos 1 e 2, porém significante quando comparados ao grupo 3.

O modelo experimental empregado possibilitou concluir que a renovação da substância química utilizada no preparo cirúrgico – Dakin e creme Endo PTC – não proporcionou diferença no que tange a penetração do corante indicador no sistema endodôntico das amostras testadas.

 Ia055

Influência da solução irrigadora na capacidade seladora apical de obturações de canais radiculares

BONAN, R. F.*, TANOMARU, J. M. G., TOLEDO, L. M. A., TANOMARU FILHO, M.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual Paulista. E-mail: robfbonan@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi a avaliação da capacidade seladora após obturação de canais radiculares, em função da solução irrigadora empregada durante o preparo biomecânico. Foram utilizados cinqüenta caninos extraídos de humanos. O preparo biomecânico dos canais radiculares foi realizado empregando-se diferentes soluções irrigadoras, determinando os grupos experimentais: I) solução de hipoclorito de sódio a 2,5%; II) solução de digluconato de clorexidina a 2%; III) gel de clorexidina a 1%; IV) soro fisiológico ou V) solução de hipoclorito de sódio a 2,5% + EDTA. A superfície dentária externa foi impermeabilizada, exceto ao redor do forame apical e os canais radiculares foram obturados pela técnica de condensação lateral ativa da guta-percha e cimento de óxido de zinco e eugenol. Os dentes foram imersos em solução de azul de metileno a 2%, em ambiente à vácuo, durante 48 horas e após este período seccionados longitudinalmente, fraturados e a infiltração de corante analisada em perfilômetro. Os resultados demonstraram que o grupo em que foi empregada solução de hipoclorito de sódio e EDTA apresentou menor infiltração quando comparado ao grupo da clorexidina gel (p < 0,05). Os demais grupos foram semelhantes entre si (p > 0,05).

Conclui-se que o melhor selamento apical é obtido quando o preparo biomecânico é realizado empregando-se solução de hipoclorito de sódio complementada pelo uso de solução de EDTA.

 Ia056

Avaliação in vitro do selamento apical endodôntico promovido pelas técnicas Thermafil e condensação lateral

LEMOS, M. S.*, SARAIVA, C. L., RABANG, H. R. C., QUADROS, I., GOMES, B. P. F. A., SOUZA-FILHO, F. J.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: mau.lemos@bol.com.br

As técnicas de obturação endodôntica visam o correto selamento dos canais radiculares, evitando a penetração de fluidos teciduais que possam servir de substrato microbiano, mantendo a descontaminação alcançada pelo preparo químico-mecânico. O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a qualidade do selamento apical utilizando duas diferentes técnicas de obturação endodôntica. Vinte incisivos laterais superiores humanos recém-extraídos foram instrumentados pela técnica híbrida preconizada pela FOP-UNICAMP e irrigados com hipoclorito de sódio 5,25%. Os canais foram instrumentados a 1 mm aquém do ápice até a lima tipo K 30, sendo mantida a patência com lima tipo K 15. Dez dentes foram obturados pela técnica da condensação lateral (Grupo I) e dez pela técnica Thermafil (Grupo II), ambos os grupos com cimento Endofill. Os dentes foram impermeabilizados com duas camadas de esmalte de unha com exceção dos 2 mm apicais. Posteriormente, foram imersos em tinta nanquim a 37ºC por cinco dias e submetidos ao vácuo. Os espécimes foram diafanizados e analisados, quanto à penetração linear do corante, sob lupa estereoscópica com 30 vezes de aumento. A análise estatística dos resultados foi realizada pelo teste U de Mann-Whitney. Não houve diferença estatisticamente significante entre as técnicas (p > 0,05).

Concluímos que, nas condições deste experimento, tanto a técnica Thermafil quanto a condensação lateral foram eficientes para promover o selamento apical. (Apoio: FAPESP - 2000/13689-7 e CNPq - 520277/99-6.)

 Ia057

Capacidade de limpeza de diferentes sistemas rotatórios: estudo em microscopia eletrônica de varredura

VALIM, F. A.*, YAMASHITA, J. C., DUARTE, M. A. H., ALMEIDA, J. M.

Odontologia - Universidade do Sagrado Coração. E-mail: fernandavalim@hotmail.com

O objetivo deste trabalho foi avaliar através da microscopia eletrônica de varredura, a capacidade de limpeza superficial da parede dos canais radiculares preparadas com diferentes sistemas de instrumentação rotatória. Foram utilizados 42 incisivos inferiores humanos extraídos, estes foram divididos em 6 grupos experimentais, com 7 espécimes cada, os quais receberam os seguintes sistema de instrumentação: Grupos 1 e 2 - sistema Quantec; Grupos 3 e 4 - sistema Pow-R; Grupos 5 e 6 - sistema Profile. Como agente irrigador, utilizou-se durante o preparo biomêcanico a solução de hipoclorito de sódio a 2,5%, e somente os Grupos 2, 4 e 6 foi realizada a toalete final com EDTA.

Com os resultados obtidos neste trabalho, pudemos ordenar os grupos experimentais do melhor para o pior, pelo aspecto da limpeza superficial proporcionada, desta forma: Grupo 6, Grupo 2, Grupo 4, Grupo 5, Grupo 1 e Grupo 3. A partir destes dados pode-se concluir que: 1 - os grupos que utilizaram o EDTA como irrigante final mostraram superfícies mais limpas; 2 - com relação ao sistemas de instrumentação, pudemos observar que o Profile obteve os melhores resultados, seguido pelo sistema Quantec e Sistema Pow-R; 3 - o terço cervical apresentou melhores resultados de limpeza, que o terço apical. (Agradecimentos: PIBIC/CNPq-USC e NAP/ MEPA-ESLQ-USP.)

 Ia058

Fidelidade de torque de alguns motores desenvolvidos para instrumentação rotatória com limas NiTi

FIOD, D. A.*, BERBET, F. L. C. V., BONAN, R. F.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual Paulista. E-mail: dani_a_fiod@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi comprovar a fidelidade dos torques oferecidos pelos fabricantes dos motores Endo Plus (Driller), K3 (Analytic) e Tecnika (Dentsply/Maillefer), por meio de medições empregando um torquímetro analógico. O torquímetro foi preso a uma morsa e em sua extremidade foi apreendida uma fresa de Batt que, devido ao seu sistema de encaixe semelhante ao das limas rotatórias, possibilitou sua adaptação aos contra-ângulos. Quando necessário, os motores eram previamente calibrados para posteriores acionamento e medições do torque. Durante o acionamento do motor, o eixo do torquímetro acompanhava a rotação deste até ocorrer o equilíbrio entre a resistência oferecida pelo torquímetro e o torque real oferecido pelo motor. Assim, o marcador do torquímetro demonstrava qual o valor de torque real oferecido pelo motor no momento em que ocorreu o travamento. As medidas foram feitas quinze vezes para cada motor e a média desses valores foi calculada. O aparelho Endo Plus foi o que manteve a melhor correspondência entre os valores de torque real e os indicados pelo fabricante. O Tecnika, foi o que apresentou os piores resultados, apesar de sugerir determinada variação de torque, este ofereceu sempre valores próximos a 4 N.cm, independentemente do valor indicado no painel. O K3 demonstrou uma variação crescente no torque correspondente à sugerida pelo fabricante contudo, sempre oferecendo torques de aproximadamente 3 N.cm acima do indicado no painel.

Não há fidelidade entre os torques medidos e os torques oferecidos pelos fabricantes dos motores avaliados.

 Ia059

Avaliação in vitro da atividade antimicrobiana de soluções irrigadoras empregadas em Endodontia

RODRIGUES, V. M. T.*, TANOMARU, J. M. G., TANOMARU FILHO, M., SPOLIDORIO, D. M. P., ITO, I. Y.

Faculdade de Odontologia de Araraquara - Universidade Estadual Paulista. E-mail: vtelarolli@zipmail.com.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar, in vitro, a atividade antimicrobiana de soluções irrigadoras frente aos microrganismos cocos gram-positivos: M. luteus (ATCC 9341), S. aureus (ATCC 25923), S. epidermidis (saliva), S. mutans (saliva), E. faecalis (ATCC 10541); e bacilos gram-negativos: E. coli (ATCC 25922), P. aeruginosa (ATCC 2327); e levedura C. albicans (ATCC 1023). Foram avaliadas as soluções de hipoclorito de sódio a 1%, 2,5% e 5%; de digluconato de clorexidina a 1 e 2% e a clorexidina gel a 1%. A avaliação foi realizada pelo método de difusão em ágar, pela técnica de duas camadas. A camada base foi depositada e logo após a sua solidificação, colocou-se a camada “seed” com inóculos. Em seguida, foram confeccionados poços, os quais receberam as soluções testadas. As placas permaneceram à temperatura ambiente por período de 2 horas (pré-incubação), sendo em seguida incubadas a 37ºC por 24 horas. Todos os testes foram realizados em duplicata. Após incubação, as placas foram otimizadas pela adição do gel de TTC a 0,05%, e os halos de inibição mensurados. Foram observados halos de inibição para todas as soluções testadas frente a todas as cepas, sendo os maiores valores observados para as soluções e gel de clorexidina, e os menores halos para a solução de hipoclorito de sódio a 1%.

Conclui-se que todas as soluções irrigadoras apresentam atividade antimicrobiana, com maior atividade para as soluções e gel de clorexidina, seguido das soluções de hipoclorito de sódio a 5% e 2,5% e menor atividade para a a solução de hipoclorito de sódio a 1%.

 Ia060

Avaliação da resistência à tração de pinos cerâmicos Cosmopost cimentados com dois cimentos resinosos

SERIKAKU, A. L.*, GOMES, A. P. M., PAGANI, C.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual Paulista. E-mail: alserikaku@yahoo.com.br

Os dentes indicados para retratamento endodôntico estão, em sua maioria, restaurados com pinos intra-radiculares, o que dificulta o acesso coronário para os procedimentos operatórios. Outro fator muito discutido é a estética relacionada aos retentores intra-radiculares. Para melhorar os resultados estéticos foram desenvolvidos retentores de policristais de zircônia tetragonal (ZrO-TZP), os quais apresentam alta resistência à flexão. O presente trabalho teve por objetivo avaliar a resistência à tração de pinos cerâmicos pré-fabricados Cosmopost (Ivoclar, North America Inc., Amherst, New York, EUA) cimentados com dois cimentos resinosos. Foram utilizadas 24 raízes de dentes humanos unirradiculados, incluídas em padrões de RAAQ. Preparados os condutos, as raízes foram divididas em dois grupos de 12 e os pinos cimentados com Panávia F (Kuraray Co., Osaka, Japão) ou Enforce com flúor (Dentsply, Pennsylvania, EUA). Após a cimentação empregou-se uma morsa que se fixava ao pino cimentado e, na outra extremidade, uma haste metálica fixada à máquina universal de testes. Foram realizados os testes de tração com velocidade de 1 mm/min e os dados obtidos foram submetidos ao teste de Mann-Whitney sob significância de 5%. Os resultados mostraram que ocorreu diferença estatística entre os valores medianos. A análise de Weibull mostrou que o cimento Panávia F (módulo = 5,61) promoveu uma maior resistência à tração dos pinos pré-fabricados que o cimento Enforce com flúor (módulo = 1,581).

Pôde-se concluir que o Panávia F deve ser o cimento de escolha para a cimentação dos pinos Cosmopost.

 Ia061

Influência de diferentes medicações intracanais no pós-operatório do preparo químico-cirúrgico de canais radiculares

ZARAGOZA, R. A.*, SANTOS, M.

Odontologia - Universidade de São Paulo. E-mail: razaragoza@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi verificar as manifestações álgicas no pós-operatório do preparo químico-cirúrgico de 147 dentes tratados endodonticamente, instrumentados com técnica manual seriada e utilizando como substâncias químicas auxiliares hipoclorito de sódio 0,5% e Endo-PTC. Foram usados como medicação intracanal (MIC) o hidróxido de cálcio P.A., o NDP, o PRP e um grupo controle com prednisolona 2%. Os pós-operatórios foram avaliados valendo-se de entrevistas feitas em média quatro dias após a intervenção através de um questionário com todos os dados pré-operatórios de cada caso. Os resultados obtidos foram: manifestações dolorosas em 26,47% dos casos onde foi usado hidróxido de cálcio, 12,19% dos casos onde foi usado NDP, 10,52% dos casos onde foi usado PRP, e no grupo controle em 14,7% dos casos.

Diante dos resultados obtidos, pode-se concluir que o pós-operatório do preparo químico-cirúrgico mostra que nos casos onde foi empregado o hidróxido de cálcio como medicação intracanal, o número de manifestações álgicas foi quase o dobro daquele onde foram empregados o NDP e o PRP. E que estes, por sua vez, apresentaram menor incidência de dor após o preparo químico-cirúrgico quando comparados com a prednisolona.

 Ia062

Avaliação dos tratamentos realizados nas clínicas de Endodontia da FO-UFMG

AROUCA, A. C. G.*, MALTOS, K. L. M., CARVALHAIS, H. P. M., OLIVEIRA, R. R. R.,
FURTADO, T. A., PRATES, T. O.

Odontologia Restauradora - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: annacgarouca@ig.com.br

O presente trabalho tem como objetivo determinar os índices de sucesso e insucesso dos tratamentos realizados nas clínicas de Endodontia I e II da FO-UFMG. Foram cadastrados 250 pacientes, num total de 349 casos, controlados semestralmente. O exame clínico foi baseado nos princípios de inspeção, percussão e palpação e o radiográfico foi realizado por meio de 2 tomadas pela técnica do paralelismo (ortorradial e angulada) padronizadas com um registro de mordida. As películas foram processadas pelo método tempo-temperatura. O sucesso foi definido pela ausência de sinais e sintomas clínicos e radiográficos, com retorno do dente às suas funções normais. O insucesso foi caracterizado pelo surgimento de qualquer sinal ou sintoma. Os casos de regressão da lesão periapical e/ou aqueles onde o elemento dental não retornou às suas funções foram classificados como provável sucesso. De acordo com os critérios estabelecidos, 23,78% dos casos foram sucesso, destes, 68,18% apresentavam necrose pulpar, sendo 40,9% com lesão periapical e 79,54% foram obturados em um limite adequado (0-2 mm aquém do ápice radiográfico). O provável sucesso foi observado em 69,2%, destes, 79,69% apresentavam necrose pulpar sendo 52,35% com lesão periapical e 75% estavam obturados em um limite adequado. Do total da amostra, 13% foram insucesso, todos apresentando necrose pulpar, sendo 53,85% com lesão periapical.

A partir desses resultados, pode-se concluir que há uma resposta satisfatória dos tratamentos endodônticos realizados nesta instituição.

 Ia063

Avaliação morfológica dos canais radiculares curvos após o emprego de limas Greater Taper acionadas a motor

VALOIS, C. R. A.*, COSTA JR., E. D.

Odontologia - Universidade de Brasília. E-mail: cravalois@uol.com.br

O objetivo do presente estudo in vitro foi avaliar radiograficamente a manutenção da anatomia original de canais radiculares curvos após a instrumentação automatizada com o sistema Greater Taper. Para isto, 45 raízes mésio-vestibulares de molares superiores humanos, com canais apresentando curvatura entre 20 e 30 graus, determinada pelo método descrito por Schneider, foram incluídas em blocos de resina acrílica e distribuídas em 3 grupos de 15 dentes cada. Os Grupos I e II foram instrumentados com os sistemas mecânico-rotatórios Profile e Greater Taper, respectivamente. No Grupo III empregou-se brocas de Gates-Glidden e limas manuais tipo K, ambos de aço inoxidável. Radiografias foram realizadas antes e após a instrumentação. Os desgastes no terço apical, lado externo da curvatura, e nos terços cervical e médio, lado interno da curvatura, foram quantificados em 12 pontos distintos, num aumento de 28 X e por meio do uso de régua milimetrada. As médias em milímetros das mensurações de cada grupo foram: GI: 0,01238/0,02363, GII: 0,01214/0,02198, GIII: 0,01277/0,02785. Os dados obtidos foram tratados estatisticamente pelo teste ANOVA à 5% e o teste de comparações individuais de Tukey, os quais demonstraram que nenhuma das técnicas estudadas possuiu maior tendência de formar “zip” e que a instrumentação manual ocasionou um desgaste excessivo na zona de perigo.

Os autores concluíram que o desempenho das limas GT durante a instrumentação de canais curvos é similar ao do Profile, denotando menor tendência de provocar deformações ao preparo, em relação à instrumentação manual.

 Ia064

Efeito do acesso endodôntico com diferentes perdas de estrutura coronária na resistência do remanescente dental

IGLESIAS, K.*, NUNES, C., ROTA, E. L., MATOS, A., BOMBANA, A. C.

Dentística - Universidade de São Paulo. E-mail: kiglesias@yahoo.com

Este estudo teve como objetivo medir e comparar a resistência à fratura de molares inferiores com acesso endodôntico e diferentes perdas de estrutura. Foram utilizados 20 molares inferiores divididos em 4 grupos de 5 dentes cada grupo, com tamanhos e quantidade de estrutura remanescente dental semelhante. Grupo I : controle, hígidos; Grupo II : acesso endodôntico convencional; Grupo III: acesso endodôntico e faces mésio-oclusais; Grupo IV: acesso endodôntico e faces mésio-ocluso-distais. Os dentes dos Grupos II, III e IV sofreram preparo das entradas dos canais (terços cervical e médio) com brocas de Gates-Glidden nº 1 e 2. Os corpos-de-prova foram mantidos em água destilada. O teste de fratura foi realizado na máquina de ensaio Riehle, com velocidade de 0,015 pol/min. Os resultados obtidos em kgf foram submetidos a análise estatística mostrando haver diferença estatisticamente significativa entre os grupos testados.

Podemos concluir que com a perda do teto da câmara pulpar, independentemente da quantidade de remanescente dental, há uma diminuição significativa da resistência dental à fratura.

 Ia065

Avaliação do remanescente dentinário cervical após o uso das brocas Gates-Glidden: seqüência crescente versus decrescente

BRANDÃO, M. C.*, DE DEUS, G. A., COUTINHO, T., KREBS, R. L., FERREIRA, N. A.

Biomédico - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: claudiabrandao@terra.com.br

Este estudo objetivou analisar a espessura do remanescente dentinário após o uso das brocas de Gates-Glidden (GG) em seqüências crescente e decrescente. 20 molares inferiores tiveram seus canais distais pré-alargados até a lima K #15. Os dentes foram embutidos em resina de poliéster com duas guias metálicas paralelas ao longo eixo da raiz. Foi criado então um sistema muflo simplificado que permitiu a montagem e desmontagem do sistema com excelente precisão. As amostras foram seccionadas horizontalmente a 3 mm abaixo da furca. Logo após, o sistema foi desmontado para a observação das amostras em um estereoscópio (15 X). A menor espessura radicular entre o canal distal e a furca, assim como, a área total do canal foram medidas através de programa de análise digital Carnoy 2.0. As amostras foram remontadas e divididas em 2 grupos: G1: seqüência crescente - #2, #3, #4, #5 e #6; G2: seqüência decrescente - #6, #5, #4, #3 e #2. A broca GG penetrou livremente até o seu travamento no canal radicular. O sistema muflo foi novamente desmontado e os parâmetros remedidos. Os dados foram tratados estatisticamente pelo teste Kruskal-Wallis que revelou não haver diferenças significantes (p > 0,05) entre as duas seqüências utilizadas. Porém, em uma análise individual notou-se que a seqüência decrescente de uso proporcionou um preparo cervical mais conservador e uniforme.

Pode-se concluir que há uma tendência mais conservadora quando a seqüência decrescente é utilizada, porém um experimento com uma amostragem maior deve ser realizado objetivando uma maior clareza estatística dos resultados.

 Ia066

Avaliação da fluoretação da água de abastecimento público de Teresina - PI

SILVA, J. S.*, MOURA, M. S., SIMPLÍCIO, A. H. M., CURY, J. A.

Patologia e Clínica Odontológica - Universidade Federal do Piauí. E-mail: josiene@uol.com.br

A fluoretação da água de abastecimento público tem se mostrado como um método de excelência para a redução da cárie dentária. A descontinuidade da aplicação ou o uso de concentrações de flúor abaixo do ideal levam à perda do efeito terapêutico. O objetivo deste trabalho foi acompanhar longitudinalmente a fluoretação da água de abastecimento público da cidade de Teresina - PI. Para a coleta das amostras, foram selecionados aleatoriamente cinco bairros representativos das cinco microrregiões que compõem a cidade. A coleta foi realizada mensalmente, entre os meses de junho-2000 e maio-2001. As amostras foram enviadas ao Laboratório de Bioquímica da Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP para análise da concentração de flúor. Paralelo à coleta da água, foi aplicado um questionário junto a escolares sobre hábitos de higiene bucal. Considerando-se os meses de junho-2000 a maio-2001, o percentual dos bairros avaliados, nos quais a concentração de flúor estava abaixo do ideal foi de 0%; 60%; 20%; 40%; 0%; 80%; 60%; 80%; 80%; 0%; 20%; 0%, respectivamente. Do total de escolares pesquisados, 37,14% afirmaram que já deixaram de escovar os dentes por falta de dentifrício, o que torna a fluoretação um método ainda de grande importância para essa população.

A população da cidade de Teresina - PI está sendo submetida a uma concentração de flúor na água infe­rior à recomendada e irregularmente distribuída no período pesquisado. Medidas devem ser tomadas para que haja uma regularização e manutenção da fluoretação dentro dos limites ótimos.

 Ia067

Avaliação do potencial erosivo de colutórios orais

CORSO, S.*, CORSO, A. C., HUGO, F. N., PADILHA, D. M. P.

Odontologia - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: samuelcorso@hotmail.com

Devido ao fato do pH crítico do esmalte dentário ser aproximadamente 5,5, qualquer solução com pH menor poderá causar erosão. O efeito erosivo deve levar em consideração também a capacidade tampão, quantidade de fluxo salivar e película salivar. A presença de ácidos orgânicos e substâncias quelantes em vários colutórios pode causar efeitos deletérios nos dentes, como a erosão dental. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar colutórios de uso oral disponíveis no mercado, no que tange seus pHs e suas titrabilidades ácidas, além de avaliar as modificações desses dois parâmetros durante o período de um mês de estocagem. Nesse experimento, foram avaliados 11 colutórios orais, onde foi medido o pH ,com auxílio de pHmetro digital, e a titrabilidade ácida das soluções através da adição de hidróxido de sódio 0,1 M, semanalmente durante o período de um mês . Para análise estatística foi utilizado o teste t de Student. Dos 11 colutórios estudados, 5 apresentaram pH inferior à 5,5 e entre esses a titrabilidade variou de 0,37 a 1,8. Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os valores de pH e titrabilidade durante o período de um mês.

Concluiu-se que 45,5% dos colutórios orais disponíveis no mercado apresentam-se potencialmente erosivos.

 Ia068

Estudo multicentro da fluorose dental em Belo Horizonte

TORRES, J. M.*, GONTIGO, A. I., MENDONÇA, L. L., BARREIROS, I. D., FERREIRA, L. C. N., FAGUNDES, O. R., PALMIERI, H. E.

Clínica, Patologia e Cirurgia - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: juliana_torres@yahoo.com.br

Este estudo objetiva descrever a prevalência de fluorose dental e sua distribuição segundo graduações em crianças de 12 anos de idade de diferentes escolas privadas de distintos setores de Belo Horizonte. Pretende-se estabelecer parâmetros de risco a essa patologia quando da exposição ao flúor no ar, em suplementos dietéticos e medicamentosos, bem como relacioná-la a altitude. A amostra constituiu-se de 179 crianças de ambos os sexos. O índice TSFI foi utilizado como indicador da fluorose dental e os exames clínicos foram realizados utilizando o método visual. A concentração de flúor no ar foi obtida através da verificação da quantidade de fluoretos na vegetação pela técnica da análise potenciométrica com eletrodo seletivo para o flúor. Questionários para avaliar o uso de fluoretos na forma de suplementos dietéticos e medicamentos preventivos foram aplicados. A fluorose foi altamente prevalente em todos os setores (86,59%). O grau 4 da fluorose foi o de maior ocorrência na amostra (73,18%) seguido das formas mais brandas 1, 2 e 3. Constatou-se um maior acometimento dos dentes superiores (57,32%) em relação aos inferiores (42,68%), sendo os molares aqueles mais acometidos. Os valores da concentração de fluoretos no ar foram elevados, acima do limite recomendável pela OMS. Relacionando-os aos valores da altitude observou-se uma maior concentração de fluoretos na vegetação em áreas mais elevadas.

A fluorose, em suas formas mais brandas, apresentou-se altamente prevalente na amostra. A presença excessiva de flúor no ar relacionou-se com a altitude. (Agradecemos o apoio do CNPq.)

 Ia069

Efeitos da irradiação do laser de diodo de alta potência sobre o esmalte de dentes decíduos

KOHARA, E. K.*, MYAKI, S. I., WETTER, N. U.

Odontologia - Universidade Ibirapuera. E-mail: kkohara@apcd.org.br

O objetivo deste estudo in vitro foi de avaliar ao microscópio eletrônico de varredura (MEV) os efeitos da irradiação de um laser de diodo de alta potência sobre o esmalte de dentes decíduos, utilizando-se dois tipos de corantes iniciadores de absorção. Foram selecionados 7 molares decíduos que apresentaram as faces vestibulares clinicamente hígidas, que foram seccionadas com instrumento cortante rotatório. Cada face foi dividida aleatoriamente em duas metades (G1 e G2) e irradiada por um laser de diodo emitindo em 960 nm com potência de 8 W, freqüência de 10 Hz e 80 mJ de energia por pulso. No grupo G1 (n  = 7), utilizou-se carvão ativado em pó como iniciador de absorção e no G2 (n = 7), tinta nanquim. Os fragmentos foram desidratados em série crescente de soluções alcoólicas, montados em bases metálicas e cobertas com ouro para serem observadas ao MEV. As observações das eletromicrografias demonstraram em ambos os grupos áreas de fusão com posterior ressolidificação e outras de ablação de esmalte dentário, com maior intensidade no G2, tratado com tinta nanquim.

Concluiu-se que há interação do laser de diodo de alta potência com o esmalte de dentes decíduos, usando-se os parâmetros utilizados, especialmente quando utiliza-se a tinta nanquim como iniciadora da irradiação.

 Ia070

Efeitos do consumo crônico de álcool sobre o tamanho mandibular em camundongos

CORSO, A. C.*, PADILHA, D. M. P., SILVEIRA, H. E. D.

Faculdade de Odontologia - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: anaccorso@ig.com.br

O álcool pode ter ação direta sobre o potencial de formação de osteoblastos com conseqüente diminuição de formação de tecido ósseo. O objetivo desse trabalho foi mensurar alterações relativas à comprimento mandibular, comprimento da base mandibular e altura côndilo-ângulo-mandibular de camundongos submetidos a consumo crônico de álcool. Foram utilizados no estudo 20 camundongos, dos quais 10, aos 2 meses, passaram a ingerir solução de etanol a 40%, enquanto 10 permaneceram ingerindo água ad libitum. Após 6 meses, os camundongos sofreram eutanásia. As hemimandíbulas direitas dos camundongos foram dissecadas e cada uma passou por 2 processos de obtenção de imagens: a técnica indireta, onde as peças foram radiografadas, digitalizadas e as imagens medidas com auxílio do software Imagetool, e a técnica direta, onde as peças foram radiografadas em placa óptica e analisadas com auxílio do software DIGORA. Para análise estatística foi utilizado o teste t de Student. As médias das medidas do comprimento mandibular, comprimento da base mandibular e altura côndilo-ângulo-mandibular, foram significativamente menores no grupo teste, tanto com o uso da técnica direta quanto da indireta.

O consumo de etanol foi capaz de causar alteração no crescimento mandibular neste modelo experimental.

 Ia071

Estudo de dentes não descalcificados corados com Rodamina B para microscopia de luz

BOTTCHER, D. E.*, BAGATINI, K.

Ciências Morfológicas - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: daibottcher@hotmail.com

O uso de corantes em preparos histológicos para evidenciação de lesões de cárie tem um caráter didático importante no estudo dessa doença. O corante Rodamina B tem se mostrado bastante eficaz para a visualização dessa patologia. No entanto, a técnica, no que diz respeito ao tempo de imersão das peças nessa solução, ainda não está padronizada. Por isso, foram testados diferentes tempos de imersão dos preparos no corante a fim de determinar qual a técnica ideal. Desse modo, foram utilizados oito dentes cortados longitudinalmente em três partes e posteriormente lixados. Estes foram divididos em quatro grupos, testando-se os tempos de dois, quatro, dez e vinte segundos. Para cada grupo foi utilizado um tempo de imersão na Rodamina B. De cada dente foram feitas uma fatia corada, uma corada e posteriormente lavada e outra sem coloração para controle. Os resultados mostram que o corante evidencia tanto a lesão de cárie quanto as demais estruturas anatômicas. Tempos de imersão menores apresentaram maior nitidez, de tal modo que as peças imersas por vinte segundos não obtiveram qualidade suficiente para a observação. Tanto nas peças que foram lavadas quanto naquelas que não foram foi possível a identificação das estruturas sem maiores alterações.

Portanto, os tempos de dois e quatro segundos são os mais aconselhados para a utilização da Rodamina B, sendo que a lavagem posterior à imersão, para eliminação do excesso de corante, não interfere na qualidade da visualização.

 Ia072

Avaliação de diferentes métodos de remoção de resina após a descolagem de braquetes e seus efeitos sobre o esmalte

NAUFF, F.*, NACCARATO, S. R. F., TORTAMANO, A.

Ortodontia - Universidade de São Paulo. E-mail: fabionauff@terra.com.br

O objetivo desse trabalho é avaliar através de microscopia eletrônica de varredura, a superfície de esmalte dental após a remoção de braquetes colados com diferentes materiais, após remoção da resina remanescente e polimento. Foram divididos 30 pré-molares em 5 grupos de acordo com o material de cimentação utilizado: Concise (3M); Transbond XT (3M); Transbond MIP (3M); Durafill (Kulzer) e Fuji Ortho (GC Co.). Cada grupo foi então subdividido em dois subgrupos com 3 pré-molares. Para a remoção da resina remanescente, nos elementos do subgrupo “A”, foram utilizadas brocas do tipo “carbide” com 12 lâminas e no subgrupo “B” foram utilizadas brocas do tipo “carbide” com 30 lâminas. Um elemento de cada subgrupo não recebeu polimento (controle), em um dos elementos foi utilizada a sequência de pontas do tipo Enhance em baixa rotação e o outro recebeu polimento com taça de borracha e pedra-pomes. Os elementos passaram pela microscopia eletrônica de varredura. Os resultados foram obtidos através de análise visual comparativa. Os riscos provocados pela broca “carbide” cilíndrica com 12 lâminas estavam mais evidentes quando comparados aos da broca com 30 lâminas. Observou-se maior lisura de superfície nos dentes polidos com pedra-pomes, seguidos pelos que não receberam polimento.

Concluímos que a broca “carbide” de 30 lâminas foi a mais efetiva na remoção da resina e a pedra-pomes foi o método mais efetivo para o polimento da superfície dentária após a descolagem. Nenhum dos métodos de remoção de resina e polimento é capaz de devolver ao esmalte suas características originais.

 Ia073

Biossegurança: avaliação da contaminação da água de equipamentos odontológicos

CHIBEBE, P. C. A.*

Odontologia - Universidade de Taubaté. E-mail: priscilla@chibebeodontologia.com.br

A qualidade da água das unidades dentais usadas para refrigeração e limpeza do campo operatório nos procedimentos odontológicos tem sido uma preocupação dos profissionais que respeitam a biossegurança. Isto se deve a formação do biofilme, fina camada de bactérias resultante da estagnação de água contaminada nos condutos do equipamento. Este estudo investigou a existência de contaminação na água da seringa tríplice em 40 consultórios particulares e populares da cidade de Taubaté e as possíveis correlações com tipo de reservatório, origem da água de abastecimento e limpeza realizada. A avaliação foi efetuada pela técnica de plaqueamento em profundidade para contagem total de microorganismos aeróbios mesófilos. As placas de Petri foram incubadas em estufa a 37 graus Celsius durante 48 horas. Decorrido o período de incubação, as unidades formadoras de colônias (UFC) foram contadas com o auxílio de microscópio estereoscópio.

As amostras de água provenientes de 29 equipamentos apresentaram níveis de contaminação elevados, fora do limite permitido para o consumo humano. Os consultórios particulares apresentaram menor taxa de contaminação, assim como os consultórios que utilizam o sistema PET. Não foi encontrada nenhuma correlação entre o tipo de limpeza realizada ou o tipo de água de abastecimento com a contaminação da água.

 Ia074

Eficácia do bochecho de clorexidina a 0,02% na redução do número de microorganismos da superfície de moldagens dentárias

CARVALHO, A. A.*, SALGADO, I. O., AARESTRUP, F. M.

Odontologia - Universidade Federal de Juiz de Fora. E-mail: andreiacarvalho@quick.com.br

Avaliou-se a eficácia do bochecho com clorexidina a 0,02% na redução do número de microorganismos da superfície de moldagens dentárias com hidrocolóide irreversível. Buscou-se com este estudo um modo de controlar a infecção cruzada a partir de moldagens nos laboratórios de prótese, sem, contudo, colocar em risco a estabilidade dimensional dos modelos de estudo. Para tanto, 15 pacientes forma submetidos a 2 moldagens, sendo a primeira realizada sem qualquer anti-sepsia prévia e a segunda após bochecho com clorexidina a 0,02% durante 1 minuto. A saliva proveniente das moldagens, bem como da região sublingual da cavidade bucal, nos instantes pré- e pós-bochecho foi depositada, com auxílio de um “swab” estéril de algodão, em lâminas de vidro e, após serem coradas pelo método Gram, foram comparadas quanto ao número e diversidade de microorganismos.

Os resultados mostraram que o bochecho com 10 ml de clorexidina numa concentração de 0,02% durante 1 minuto previamente à realização de moldagens é eficaz na redução da número de microorganismos gram-positivos e gram-negativos da superfície das mesmas.

 Ia075

Influência da aplicação tópica da solução de cloridrato de tetraciclina sobre a microbiota da alveolite em ratos

BOSCO, J. M. D., LANDUCCI, L. F., MARTINS, A. L.*, BOSCO, A. F., GAETTI-JARDIM JR., E.

Patologia e Propedêutica Clínica - Universidade Estadual Paulista. E-mail: andre.pirapo@bol.com.br

Este estudo teve o objetivo de analisar a influência da solução de tetraciclina no processo de reparo de alvéolos dentais sob condições favoráveis ao desenvolvimento de alveolite. Quinze ratos machos, divididos em 3 grupos de 5 animais cada, tiveram seus incisivos superiores direitos extraídos após anestesia. No grupo 1, um cone de papel absorvente embebido em adrenalina e outro com solução salina pré-reduzida foram introduzidos no alvéolo para criar condições favoráveis à infecção. No grupo 2, irrigou-se o alvéolo com 3 ml de soro fisiológico. No grupo 3, os animais receberam irrigação com solução de cloridrato de tetraciclina 10%. Os espécimes para análise foram coletados e submetidos a diluições seriadas, sendo que o isolamento bacteriano foi realizado em ágar-sangue, ágar BBE, ágar CVE, ágar Sabouraud dextrose, ágar MacConkey e ágar CFAT. A identificação dos isolados foi realizada através de suas características fenotípicas. A tetraciclina reduziu a ocorrência de alveolite. Os anaeróbios obrigatórios foram os microrganismos preponderantes nos grupos experimentais, destacando-se os gêneros Fusobacterium, Peptostreptococcus, Bacteroides e Clostridium. No grupo 3, ocorreu uma inversão na proporção de bactérias gram-negativas e positivas, com o predomínio das últimas. A aplicação da solução de tetraciclina elevou o percentual de microrganismos resistentes.

O uso de tetraciclina pode reduzir a ocorrência de alveolite e a contaminação microbiana, embora, em função da disseminação de microrganismos resistentes, seu emprego deva ser reservado. (Apoio: FAPESP - 2001/07118.)

 Ia076

Relação entre recolonização bacteriana e parâmetros clínicos após tratamento periodontal

FERREIRA, K. B.*, CAMPANELLI, V., ROCHA, E. F., TOLEDO, B. E. C., SALVADOR, S. L.

Odontologia - Universidade do Sagrado Coração. E-mail: evandrovaleria@bironet.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre recolonização bacteriana e parâmetros clínicos após tratamento periodontal. Oitenta sítios, de vinte indivíduos, com periodontite crônica, foram analisados clinicamente e com cultura microbiológica. Os indivíduos eram saudáveis, sem história de antibioticoterapia ou tratamento periodontal há seis meses e apresentavam dois sítios com profundidade de sondagem de 5 mm. O examinador registrou o nível de inserção clínica (NIC) e coletou 80 amostras de placa subgengival, padronizadamente, antes e após o tratamento. As amostras obtidas com pontas de papel absorvente, foram colocadas em meio de transporte e processadas em anaerobiose (Periolab - SP). Três espécies de periodontopatógenos identificados nas culturas foram analisados (C. rectus, P. intermedia e P. gingivalis), expressos como percentagem do total dos microrganismos cultiváveis. As três espécies tiveram uma redução percentual após a terapia periodontal, porém o teste de Wilcoxon demonstrou que somente existiu uma diminuição estatisticamente significante para a espécie Prevotella intermedia. Existiu também uma diferença significante para os valores do NIC antes e após a terapia (Wilcoxon), com ganho de inserção clínica após o tratamento. As variáveis foram submetidas ao teste de correlação de Spearman porém, não foi demonstrado estatisticamente um relacionamento entre o NIC e o percentual de microrganismos presentes.

Este estudo demostrou que o tratamento periodontal foi efetivo na redução dos microrganismos e no ganho de inserção em pacientes com periodontite crônica. (Apoio: FAPESP.)

 Ia077

Avaliação do efeito de quatro anti-sépticos orais no nível de estreptococos do grupo mutans na saliva in vivo

TIRAPELLI, C.*, ITO, Y. I.

Análises Clínicas e Toxicológicas - Universidade de São Paulo. E-mail: camilatirapelli@bol.com.br

Vários são os meios empregados para o controle de biofilme dentário, entre os quais o emprego de agentes químicos. Assim, o propósito desta investigação foi avaliar o efeito do uso de enxaguatórios orais disponíveis no mercado nacional, no nível de estreptococos do grupo mutans na saliva. O estudo foi realizado com 77 pacientes de ambos os sexos, atendidos na Clínica Integrada da FORP-USP. Os pacientes foram alocados em quatro grupos e instruídos quanto ao procedimento de higiene bucal e providos de anti-séptico bucal em quantidade suficiente. Os enxaguatórios fornecidos aos diferentes grupos foram: grupo 1, ACT (Johnson & Johnson); grupo 2, Listerine (Warner Lambert); grupo 3, Kolynos (Kolynos do Brasil) e grupo 4 Plax (Colgate-Palmolive). Cerca de 2,0 ml de saliva foram coletados antes e sete dias após o uso, em tubos de 20 x 100 mm contendo pérolas de vidro e esterilizados. Estes foram agitados e submetidos à diluição decimal em PBS e alíquotas de 50 ml aplicadas em pontos eqüidistantes em placas de 20 x 100 mm contendo o meio SB20 e incubados em microaerofilia a 37ºC. Após dois a três dias, as colônias com morfotipo pertencentes aos estreptococos do grupo mutans foram contadas com auxílio de estereomicroscópio. O nível médio de ufc/ml de saliva era elevado, ou seja, considerados “mutans milionário” na amostra obtida antes da anti-sepsia.

Considerando o efeito antimicrobiano quando da ocorrência de redução em um log, pode-se concluir que todos os anti-sépticos foram eficazes contra estreptococos do grupo mutans.

 Ia078

Avaliação de diferentes métodos de desinfecção cavitária

NUNES, C. C.*, SANTOS, W. R., LANZA, L. D., SENA, R. E., MELGAÇO, C.

Odontologia Restauradora - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: odontoce@ig.com.br

Este trabalho teve como objetivo comparar diferentes materiais utilizados para desinfecção cavitária, avaliando a capacidade antimicrobiana em função do tempo de aplicação. Foram confeccionados 14 cilindros (15 mm x 5 mm) de resina acrílica que serviram como corpos-de-prova, sendo 4 para cada grupo e 2 para os grupos controle. Estes foram esterilizados em autoclave e posteriormente contaminados por 1 minuto com Streptococcus mutans, previamente cultivados em meio BHI. No grupo 1 os corpos-de-prova contaminados foram banhados em solução de gluconato de clorexidina a 2% por 1, 2, 3 e 4 minutos (subgrupos A, B, C, D ). No grupo 2, os corpos-de-prova foram imersos em ácido fosfórico a 37% por 10, 15, 30 e 60 segundos (subgrupos A, B, C, D). No grupo 3 foi utilizado solução de hidróxido de cálcio com banhos de 1, 2, 3 e 4 minutos (subgrupos A, B, C, D). Decorrido os tempos dos banhos, as amostras foram lavadas em água destilada esterilizada e colocadas em tubos de ensaio repletos com meio BHI estéril, sendo armazenados em estufa a 37ºC por 24 horas. Após este prazo realizou-se a avaliação, sendo que o meio com aspecto turvo indicava crescimento bacteriano e ao contrário, o meio com aspecto límpido, como inicialmente, indicaria que a solução no seu devido tempo empregado foi capaz de inibir o crescimento bacteriano. Na leitura dos resultados observou-se que somente os subgrupos 1B, 1C e 1D foram eficazes em inibir o crescimento bacteriano.

Conclui-se que somente a aplicação de clorexidina por um período de 2 a 4 minutos foi eficaz em inibir o crescimento bacteriano.

 Ia079

Produção de TNF-a na periodontite do adulto e correlação com a tipagem de células inflamatórias

FONSECA, D. F.*, RAMOS, L. A., CHAVES, J. A. C., VIEIRA, B. J., AARESTRUP, F. M.

Laboratório de Imunopatologia e Patologia - Universidade Federal de Juiz de Fora. E-mail: daniff@powerline.com.br

As células inflamatórias presentes na lesão periodontal e as citocinas produzidas desempenham um papel importante no controle da reação e homeostase tecidual. Para elucidar o papel funcional do infiltrado inflamatório, estudos avaliaram a produção de citocinas no tecido de pacientes com periodontite. Destacamos o papel do TNF-a que, além de ser um dos determinantes da composição e atividade funcional do infiltrado inflamatório, tem sido associado às lesões mais severas e à destruição óssea na periodontite crônica. Produzida principalmente por macrófagos, esta citocina é considerada um “fator de osteólise local” capaz de induzir a ativação de osteoblastos para possibilitar, indiretamente, a ação de osteoclastos no sítio inflamatório. Neste trabalho foi investigada, através de imuno-histoquímica, a expressão de TNF-a e caracterização dos tipos celulares utilizando os anticorpos CD4, CD8, CD3, CD15 e CD68. Os resultados revelaram infiltrado inflamatório predominantemente composto por linfócitos T CD8, seguidos por macrófagos e linfócitos T CD4. Não foram observados neutrófilos nas amostras estudadas. A expressão de TNF-a foi observada em 36,6% das células mononucleares.

Os resultados sugerem que a produção de TNF-a no sítio da lesão é um fator importante no estabelecimento do tipo de infiltrado inflamatório no sítio da lesão peridontal o que, certamente, influencia a patogênese da periodontite do adulto. (Apoio financeiro: FAPEMIG, USS.)

 Ia080

Efeito do envelhecimento sobre a concentração bucal de compostos sulfurados voláteis em ratos

OLIVEIRA, C.*, KURIHARA, E., CUNHA, T. S., MARCONDES, F. K.

Ciências Fisiológicas - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: carezinha@yahoo.com.br

A halitose é caracterizada por um aumento na produção de compostos sulfurados voláteis (CSV) resultante da ação de bactérias gram-negativas sobre aminoácidos que contêm enxofre. Esses aminoácidos são encontrados em restos de células presentes na cavidade bucal. Considerando que a secreção salivar é influenciada pela idade e que alterações no fluxo, na concentração protéica e iônica da saliva podem alterar a produção de CSV, a proposta deste trabalho foi analisar o efeito da idade sobre a produção de CSV. A concentração bucal de CSV de ratos Wistar machos com 4 meses (n = 11) e 12 meses (n = 14) foi avaliada entre 8:00 e 11:00 h. Para a realização das medidas de CSV foi utilizado um monitor de sulfetos (halímetro). Na cânula plástica ligada ao aparelho foi acoplado um sugador odontológico e este foi introduzido lateralmente na cavidade bucal dos animais. Após a medida de CSV, os animais foram anestesiados com tiopental (40 mg/kg i.p.) e a salivação foi estimulada por administração de pilocarpina (10 mg/kg i.p.). Durante 15 minutos foi coletada a saliva. Os dados foram comparados por teste t de Student não-pareado. Ratos com 12 meses de idade apresentaram maior concentração de CSV do que ratos com 4 meses (20 ± 2 ppb e 16 ± 1 ppb, respectivamente; p < 0,05). Ratos com 12 meses apresentaram menor fluxo salivar do que ratos com 4 meses (0,08 ± 0,01 ml/min e 0,11 ± 0,01 ml/min, respectivamente; p < 0,05).

Nossos resultados sugerem que um aumento na concentração bucal de CSV poderia ser uma resposta à diminuição do fluxo salivar induzida pelo envelhecimento. (Apoio: FAPESP - 00/08348-6; 00/12977-9; 01/02684-7 e FAEP - UNICAMP.)

 Ia081

Análise do envolvimento de metaloproteinase 2 na absorção de enxerto xenogênico orgânico

MENDONÇA, T. A.*, ZAMBUZZI, W., RODRIGUES, J. G. R., OLIVEIRA, R. C., NISHIYAMA, C. K., GRANJEIRO, J. M.

Odontologia - Universidade de São Paulo. E-mail: thaisaccorsi@yahoo.com

O enxerto autógeno ainda hoje é o melhor material para o tratamento de perdas ósseas, contudo, importantes inconvenientes estimularam a busca por novos materiais gerando centenas de alternativas, entre elas materiais xenógenos. Embora as propriedades físico-químicas e biológicas dos novos materiais sejam muito estudadas, os mecanismos celulares e moleculares envolvidos nesta resposta ainda são pouco compreendidos. O objetivo deste projeto é analisar o envolvimento de metaloproteinase 2 (MMP2) na absorção do osso medular bovino orgânico implantado no tecido muscular de ratos, visto que esta enzima participa da degradação de colágeno tipo I, IV, V, VII e X. Um total de 30 ratos albinos da linhagem Wistar (Rattus norvergicus), machos adultos (250 gramas), receberam implante entre as fáscias do músculo quadríceps, de osso medular bovino orgânico em bloco (Gen-Ox®, Baumer, S.A.). Após a implantação, biópsias foram retiradas nos períodos de 3, 7, 14, 21 e 28 dias (n = 6/período) e encaminhadas para o processamento histotécnico e imuno-histoquímico específico para marcação da MMP2 (anticorpo primário MMP2, anticorpo secundário IgG “anti-goat” e complexo biotina-avidina). A marcação para MMP2 foi positiva em todos os períodos, sendo máxima no período de 14 dias. Após 28 dias, observou-se a completa absorção do material e ainda algumas poucas células marcadas para MMP2.

O material implantado foi completamente absorvido em um período de 30 dias e sua absorção parecer estar associada à participação da MMP2.

 Ia082

Concentração de flúor em alimentos e bebidas infantis e risco de fluorose dentária

ALMEIDA, B. S.*, FURLANI, T. A., LEVY, F. M., RODRIGUES, M. H. C., BASTOS, J. R. M., BUZALAF, M. A. R.

Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva - Universidade de São Paulo. E-mail: biasalmeida@ig.com.br

É necessário saber a quantidade de F presente em alimentos e bebidas consumidos por crianças na faixa etária de risco para fluorose dentária. O objetivo deste trabalho foi analisar o conteúdo de F total (FT) e de F solúvel em HCl 0,01 M (“suco gástrico”) (FS) em alimentos e bebidas consumidos por crianças. As amostras, adquiridas em supermercados de Bauru - SP, foram divididas em 3 categorias: cereais infantis (A), achocolatados líquidos (B) e bebidas à base de soja (C). O conteúdo de FT foi separado por difusão facilitada por hexametildisilazano e o de FS incubando-se as amostras (que apresentavam mais de 1 mg F/ml ou 1 mg F/g) a 37ºC por 1 h em HCl 0,01 M. As análises de F foram feitas com o eletrodo específico (Orion 9609). As médias ± DP e amplitude das concentrações de FT (mg F/ml ou mg F/g) foram: A) 4,255 ± 3,038 (0,200-7,840, n = 6); B) 0,345 ± 0,469 (0,047-1,272, n = 6) e C) 0,153 ± 0,070 (0,092-0,295, n = 8). Cinco amostras de cereais infantis e 1 de achocolatado foram analisadas para FS, tendo-se observado que no caso dos cereais, todo o F se encontrava solúvel, enquanto que para o achocolatado, apenas 50% do FT apresentava-se solúvel.

Em função dos resultados encontrados, pôde-se observar que alguns dos cereais e bebidas analisados podem ser importantes contribuintes para a ingestão diária total de F, podendo chegar a fornecer mais que 25% da ingestão diária máxima recomendada (0,07 mg F/kg peso corporal) para uma criança de 2 anos de idade (12 kg), quando consumidos uma única vez por dia. Os fabricantes deveriam informar nos rótulos a concentração de F presente.

 Ia083

Cuidados odontológicos durante a gravidez... o que as gestantes pensam sobre isto?

FERREIRA, L. E.*, C. A., SANTORO, C. , PELLOGIA, M. C., BOMBANA, A. C.

Odontologia - Universidade de Taubaté. E-mail: loreleyef@msn.com

 O objetivo deste trabalho foi avaliar através de questionário direto o conhecimento de gestantes do Vale do Paraíba sobre cuidados odontológicos no período gestacional. Sete alunos do 3º ano do curso de Odontologia da UNITAU aplicaram um questionário a 41 gestantes que estavam na sala de espera dos postos de saúde do município de Taubaté. A faixa etária das gestantes oscilava entre 14 a 42 anos, das quais 90% recebiam até seis salários mínimos. Dentre os resultados obtidos pode-se citar que 41% responderam ter medo de tratar dos dentes na gestação, 57% responderam não ter medo de tratar dos dentes na gestação e 2% não responderam esta questão. Em relação à freqüência de escovação dental, 78% responderam que escovam os dentes com a mesma freqüência como faziam antes de ficarem grávidas, 19% afirmaram que escovam com maior freqüência no período gestacional e 3% não responderam esta questão. A respeito da orientação dada por um profissional da Saúde sobre como escovar os dentes no período gestacional, 58% respondeu que recebeu orientação, 42% respondeu que não recebeu orientação. A questão sobre gengivite gravídica evidenciou que 39% afirmou saber o que era gengivite gravídica e 61% respondeu que não sabia.

Com os resultados obtidos concluiu-se que a maioria das pacientes não alteraram seus hábitos de higiene bucal na gestação e que o medo do tratamento odontológico na gravidez pode estar associado à falta de informação sobre cuidados inerentes ao estado no qual a gestante se encontra. Isto nos permite concluir que é importante ainda nos dias de hoje esclarecer e motivar estas pacientes em relação a promoção da saúde bucal neste período.

 Ia084

Estudo etiológico e epidemiológico do traumatismo dental em dentes permanentes na região de Campinas

FERRARI, C. H.*, CARRASCOZA, A., MEDEIROS, J. M. F.

Odontologia Clínica - Universidade São Francisco. E-mail: ferrari-endousf@bol.com.br

O objetivo do presente estudo foi investigar a incidência e as causas do traumatismo dental em dentes permanentes na população da região de Campinas, de acordo com o sexo e a idade do paciente, dentes envolvidos (organizados por quantidade de dentes traumatizados por acidente, grupo dental, arcada e região), tipo de traumatismo e motivo do acidente, sendo que as duas últimas variáveis estudadas foram classificados acorde Andreasen. Foram estudados 189 casos, totalizando 363 injúrias ocorridas em 355 dentes de pacientes atendidos no período de 1999 até 2001, em clínicas particulares de Campinas e região e na Clínica de Odontologia da Universidade. Todos os dados clínicos obtidos dos pacientes foram registrados em ficha clínica apropriada. Os resultados demonstraram uma maior incidência no sexo masculino (70,9%) e na faixa etária de 11 a 15 anos (28,6%). O grupo dental mais atingido foi o dos incisivos centrais superiores (66,2%) seguido dos incisivos lateriais superiores (19,1%), a arcada mais atingida foi a supe­rior (90,0%) e a região mais atingida a anterior (95,5%). O tipo de trauma mais freqüente foi a fratura de coroa não complicada (48,2%) seguido da subluxação (12,1%) e as causas mais comuns foram as quedas (50,3%) seguido das pancadas (15,3%).

Os resultados permitem-nos portanto traçar um perfil da freqüência e das causas do trauma dental em dentes permanentes na região, servindo de subsídio para campanhas de prevenção e planos de atendimento, bem como de servir de base para investigações futuras.

 Ia085

Avaliação de injúrias orofaciais em atletas de jiu-jitsu em torneios baianos

LIBÓRIO, C.*, AZI, R., ALVES, A. C.

Faculdade de Odontologia - Universidade Federal da Bahia. E-mail: carinaliborio@uol.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de injúrias orofaciais, o uso de protetores bucais e seus tipos e o conhecimento de suas funções por parte dos atletas durante torneios de jiu-jitsu realizados no estado da Bahia no primeiro trimestre de 2002. As informações desta pesquisa foram obtidas através da avaliação e entrevista realizadas em cada participante após a luta por duas pesquisadoras. Foi examinado um total de 718 atletas de 6 a 52 anos, média de 19,4, de ambos os sexos em 589 lutas. Dos atletas questionados, apenas 20 (2,8%) faziam uso do protetor bucal e do tipo termoplástico. Do total de lutas, aconteceram 202 acidentes orofaciais, sendo 8 (3,96%) fraturas dentais, 75 (37,1%) lacerações em tecidos moles, e 118 (58,4%) concussões cerebrais em variados graus. 100% dos atletas possuiam conhecimento sobre a função de proteção dos dentes dos protetores, mas não o tinham em relação à proteção das concussões cerebrais. Foi observado que 100% dos usuários do protetor bucal não sofreram traumatismos durante as lutas.

A prevalência do número de traumas, a quantidade de usuários de protetores bucais, e o baixo conhecimento sobre suas funções requerem campanhas por parte dos cirurgiões-dentistas que têm como papel avaliar e tratar da saúde bucal, bem como educar, diagnosticar e prevenir traumas também em práticas esportivas. (Apoio financeiro: PIBIC/ CNPq.)

 Ia086

Ansiedade e dor frente a diferentes técnicas de anestesia local

CASTRO, F. P. L.*, ROSA, A. L., BARROS, V. M. R.

Cirurgia - Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. E-mail: vmbarros@forp.usp.br

Há relatos na literatura demonstrando que 22 a 79% dos pacientes apresentam, quando submetidos a procedimentos odontológicos, graus moderados de ansiedade e 8 a 15% deles são altamente ansiosos. O objetivo desse trabalho foi avaliar a relação entre o grau de ansiedade, a expectativa de dor e a dor experimentada na realização de diferentes técnicas de anestesia local. Setenta voluntários, acadêmicos de Odontologia, foram submetidos em 3 sessões diferentes à anestesia infiltrativa, bloqueio alveolar inferior e bloqueio palatino maior. A ansiedade foi avaliada empregando-se escala de ansiedade dental de Corah e a escala visual análoga, a qual foi empregada também para avaliar a expectativa de dor previamente à aplicação das injeções e a dor realmente experimentada durante as anestesias. Os dados obtidos foram analisados pelo teste de regressão linear, de correlação e t pareado. Os resultados observados evidenciaram baixo grau de ansiedade entre os estudantes, que variou de acordo com a técnica anestesiológica empregada. A maioria dos acadêmicos relatou dor durante a aplicação das anestesias, que foi mais intensa no bloqueio do nervo palatino maior e menos intensa durante a execução da anestesia por infiltração. Os acadêmicos com maior grau de ansiedade mostraram maior expectativa de dor. A dor sentida foi, para todas as técnicas, menor que a esperada.

Estes resultados mostraram que pacientes ansiosos tendem a esperar um nível maior de dor frente ao tratamento odontológico e que para as anestesias a expectativa de dor é maior que a dor percebida.

 Ia087

O educador enquanto agente multiplicador de saúde bucal nas pré-escolas de Campinas, SP

BRAGA, M. M.*, ANTUNES, J. L. F.

Odontologia Social - Universidade de São Paulo. E-mail: mari001@bol.com.br

A promoção em saúde bucal caracteriza-se pela atuação interdisciplinar. Nas pré-escolas, tais atividades têm como seus principais difusores os orientadores pedagógicos, a quem são delegadas iniciativas referentes à instauração de hábitos saudáveis de alimentação e higiene bucal e orientação aos pais e alunos. O presente estudo procurou caracterizar a atuação de educadores, enquanto agentes multiplicadores de saúde nas pré-escolas da cidade de Campinas, SP. Foram aplicados questionários abertos em 40 pré-escolas da rede pública e privada, situadas em diferentes áreas da cidade, com o intuito de descrever a atuação dos professores nas atividades de promoção e educação em saúde bucal. Apenas 25% das escolas públicas e 45% de escolas particulares prestavam orientações gerais sobre saúde bucal aos pais de seus alunos. Metade das escolas públicas e 85% das escolas privadas realizavam escovação com regularidade. A responsabilidade pela coordenação dessas atividades foi identificada como sendo exclusivamente do professor em 90% das escolas particulares e 75% das públicas. No entanto, 25% das particulares e 30% das públicas informaram receber treinamento satisfatório em saúde bucal para seus profissionais pedagógicos.

Diante desse panorama, conclui-se ser necessária a criação de um plano de atuação junto aos profissionais de educação infantil, objetivando a transmissão de informações em saúde bucal, bem como a motivação desses profissionais para a intervenção no processo de educação em saúde bucal.

 Ia088

Estudo das causas de estresse ocupacional em dentistas

ROSS, J.*, CERVI, A., KOSMANN, C., LEGAL, E. J.

Odontologia - Universidade do Vale do Itajaí. E-mail: monoestresse@zipmail.com.br

A discussão sobre o estresse ocupacional em dentistas ganha importância nesse momento em que a Odontologia brasileira passa por mudanças significativas relacionadas a situação sócio-econômica do País e ao avanço técnico e científico, que alteram as condições de trabalho. O objetivo desse estudo foi identificar as causas de estresse entre dentistas da cidade de Balneário Camboriú - SC. A amostra foi composta por 43 dentistas e a coleta de dados realizada através de questionários fechados sobre estresse ocu­pacional. Os dados dos questionários foram cruzados com o Inventário de Sintomas de Stress (ISS), de Marilda Lipp, através de análise de correlação de Spearman. Os resultados apontaram correlações significativas entre aumento nos sintomas de estresse nas últimas 24 horas (fase de alerta) e preocupações com a organização do trabalho (rho = 0,402; p < 0,05), com doenças ocupacionais (rho = 0,436; p < 0,05) e rotina (rho = 0,450; p < 0,05). O estresse nos últimos três meses (fase de exaustão) indicou correlação positiva com insatisfação na profissão (rho = 0,427; p < 0,05) e com expectativas profissionais não cumpridas (rho = 0,453; p < 0,05). Outros fatores estressantes foram apontados, porém não foram correlacionados com os sintomas. Entre eles questões financeiras (rho = 0,399; p < 0,05) e excesso de trabalho (rho = 0,370; p < 0,05).

Conclui-se que as principais fontes de estresse para os dentistas foram as preocupações com a organização, rotina no trabalho e doenças ocupacionais; a insatisfação e as expectativas profissionais não cumpridas; as questões financeiras e a sobrecarga de trabalho.

 Ia089

Educação em saúde bucal para escolares: uma construção do conhecimento

RIBEIRO, E. D. P.*, OLIVEIRA, J. A., ZAMBOLIN, A. P., LAURIS, J. R. P., AOKI, M. R. L.,
TOMITA, N. E.

Odontopediatria e Ortodontia - Universidade de São Paulo. E-mail: quinhaodontousp@hotmail.com

A educação em saúde bucal baseia-se na mudança de comportamento e motivação do indivíduo em relação à hi­giene bucal. A escola é um local adequado à educação, pois concentra adolescentes em idades propícias à aquisição de novos hábitos. Este estudo objetivou, após aceitação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, desenvolver e avaliar atividades educativas em uma escola pública de Bauru - SP, com 160 adolescentes de 11 a 14 anos. A avaliação foi feita por meio de questionários aplicados antes e depois da atividade educativa. As questões comuns aos questionários permitiram avaliar o entendimento de conceitos sem informação prévia e após orientação. As perguntas não comuns detectaram 65% dos escolares com relato de utilização do fio dental e 81,25% afirmando já terem recebido orientações de escovação. Essa orientação foi dada em 29,37% dos casos pela mãe e em 28,12% pelo cirurgião-dentista. As atividades educativas englobaram palestras, que enfatizaram o conceito de cárie e as formas de evitá-la, e jogos coerentes com o dinamismo da faixa etária, visando maior motivação em relação à saúde bucal. No primeiro questionário, 82,5% dos adolescentes afirmaram que o chiclete não substitui a escovação, já no segundo 91,25% (p - 0,45*) apresentaram essa resposta. O conceito de cárie como doença foi também entendido, sendo que a taxa de adolescentes com essa informação passou de 4,37% para 36,87%, após atividades educativas.

O trabalho mostrou-se eficaz ao reforçar a educação em saúde bucal na escola, um importante espaço social para desenvolver ações de saúde por meio da prática educativa.

 Ia090

Escala de cor para dentes decíduos

SILVA, P. E.*, BUSSADORI, S. K.

Ortodontia e Odontopediatria - Universidade de São Paulo. E-mail: eberson@dialdata.com.br

O objetivo da presente pesquisa foi a elaboração de uma pré-escala de cor para dentes decíduos e seleção, com base nesta pré-escala, das cores que mais se aproximavam da coloração da dentição decídua. Foi confeccionada uma pré-escala composta por material resinoso para dentes permanentes de diferentes marcas comerciais, nas nuances que mais se aproximavam da coloração dos dentes decíduos. Foram selecionadas 50 crianças (ambos os sexos - 2 a 5 anos) portadoras de dentição decídua hígida completa. Estas foram submetidas a exame clínico visual sob luz natural, onde procuramos analisar, com base na pré-escala hidratada, quais os materiais que mais aproximavam da coloração dos dentes decíduos. Foram estabelecidos como padrão para análise os dentes 61 e 81. Após análise estatística pudemos observar que as cores B0,5 (Filtek Z250 - 3M); B1 (Filtek A110 - 3M) e B1 (Amelogem - Ultradent) foram as que mais se aproximaram da coloração dos dentes decíduos selecionados e analisados (26% respectivamente). As cores A1 (Charisma - Heraeus Kulzer); A1 (Filtek Z250 - 3M) e B1 (Herculite XRV - Kerr) foram as que menos se aproximaram da coloração dos dentes decíduos (0% respectivamente). As cores B1 (TPH Spectrum - Dentsply); P (Z100 - 3M) e A1 (Z100 - 3M) obtiveram os seguintes resultados: 14%; 6% e 2% respectivamente, ficando como opções possíveis de cor para dentes decíduos.

Com base na seleção de cor feita por meio de pré-escala elaborada, as cores que mais se aproximaram da coloração da dentição decídua foram B0,5 (Filtek Z250 - 3M); B1 (Filtek A110 - 3M) e B1 (Amelogem - Ultradent).

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Estudo demonstrativo da presença de dentes permanentes erupcionados em escolares da cidade de Porto Alegre

CERVEIRA, G. P.*, SQUEFF, K., CLOSS, L. Q.

Ortodontia - Universidade Luterana do Brasil. E-mail: guiveira@terra.com.br

Revisando a bibliografia existente a respeito da cronologia de erupção dos dentes permanentes, é de se notar a extensa quantidade de dados sobre populações européias e norte-americana, porém pouco se estudou a respeito da cronologia de erupção dos indivíduos brasileiros, menos ainda àqueles de nossa comunidade. Com este intuito, foi realizada uma pesquisa de campo em duas escolas da rede pública estadual de Porto Alegre, com a finalidade de verificar a presença de dentes permanentes erupcionados em crianças com faixa etária entre seis à dez anos. Foram examinadas 327 crianças, considerando as variáveis sexo, idade e cor. O trabalho teve como referência didática uma ampla literatura sobre os diferentes tópicos relacionados ao processo evolutivo da dentição.

Não foi observado significância na época de erupção para as variáveis raça e sexo. Foi observado que aos seis anos de idade uma porcentagem maior de incisivos inferiores (78,7%) erupcionaram antes que os primeiros molares inferiores (75,9%), assim como a erupção da arcada inferior antes que a arcada superior.

 Ia092

Influência da dieta líquida na permeabilidade do esmalte de dentes decíduos

LOPES-SILVA, A. M. S., BUSTILLO, G. A. F. N.*, HABITANTE, S. M., CANDELÁRIA, L. F. A.

Odontologia - Universidade de Taubaté. E-mail: lbustillo@uol.com.br

As lesões de erosão na dentição decídua têm sido associadas ao elevado consumo de bebidas ácidas, que são precocemente oferecidas às crianças. A proposta do presente experimento foi avaliar in vitro a per­meabilidade do esmalte de dentes decíduos submetidos à ação de líquidos fermentáveis e substâncias ácidas. Foram empregados 40 dentes decíduos divididos em 4 grupos, sendo o Grupo 1 tratado com Coca-Cola, o Grupo 2 com suco de laranja industrializado, o Grupo 3 com leite fermentado e o Grupo 4 com soro fisiológico (controle). Em seguida os espécimes foram imersos nas substâncias a serem testadas, as quais foram substituídas a cada 2 horas, durante 12 horas, e mantidos em estufa a 37ºC. Após esse período os dentes foram lavados em água destilada, e receberam aplicação do corante azul de metileno a 0,5% por 48 horas. Todos os dentes foram cortados no sentido longitudinal, e realizada a leitura das imagens digitalizadas no programa Imagelab, e os resultados obtidos submetidos à análise estatística. Os espécimes do Grupo 2 (suco de laranja) apresentaram as maiores médias de porcentagem de área corada (25,1%), seguidos do Grupo 1 (19,3%), Grupo 3 (15,3%) e Grupo 4 (8,9%) respectivamente. A análise estatística demonstrou diferença significante entre os grupos G1 versus G4, G2 versus G3 e G2 versus G4.

Os resultados permitiram concluir que o suco de laranja (G 2) e a Coca-Cola (G1), apresentaram maiores médias de porcentagem de área corada, e podem interferir na estrutura de esmalte dos dentes decí­duos.

 Ia093

Avaliação do consumo de flúor através dos hábitos alimentares de crianças portadoras de fluorose dentária

PINHEIRO, N. R.*, MARTINS, C. C., PAIVA, S. M.

Odontopediatria e Ortodontia - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: nirci@yahoo.com.br

O aumento da prevalência de fluorose dentária se deve também aos fluoretos disponíveis na cadeia alimentar. O objetivo deste trabalho é avaliar os hábitos alimentares de crianças portadoras de fluorose dentária, enfocando a ingestão de flúor. Foi entregue um questionário a 134 pais de crianças de 6 a 12 anos de idade, portadoras de fluorose dentária, estudantes da Escola Municipal Levindo Lopes, Belo Horizonte - MG (0,74 ppm F). Os questionários abordaram os hábitos da dieta das crianças quando estas tinham a idade de 0 a 3 anos. Dos questionários entregues aos pais, 131 foram retornados aos pesquisadores (97,8%). Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG pelo parecer nº ETIC 119/00. O tipo de leite mais consumido pelas crianças foi o leite materno (43,84%), seguido pelo leite bovino (37,93%) e pelo leite em pó (14,29%). A maioria das crianças tinha por hábito o consumo de sucos (93,89%) e chás (80,92%). A água de abastecimento público foi a principal fonte para preparo de sucos e chás (74,81%) e outros alimentos (96,95%), além de ser consumida pura por 78,62% das crianças. Apenas 21,37% fizeram uso de suplementos fluoretados, mas a grande maioria relatou o contrário (70,23%).

Sendo assim, a água de abastecimento público foi a principal fonte de flúor da dieta de crianças de 0 a 3 anos, uma vez que era consumida pura, no preparo de alimentos, sucos, chás e leite em pó, embora esses últimos também contenham flúor em sua formulação. (Apoio: PIBIC/CNPq/UFMG.)

 Ia094

Injúrias orofaciais e utilização de protetores bucais: conhecimentos e atitudes dos odontopediatras

AZI, R.*, LIBÓRIO, C., ALVES, A. C.

Faculdade de Odontologia - Universidade Federal da Bahia. E-mail: raissaazi@zipmail.com.br

A grande incidência de injúrias orofaciais e intraorais em crianças e adolescentes tem como maior fator a prática de esportes. Evidências indicam que o uso de protetores bucais durante a prática de esportes de contato reduz a freqüência e a severidade dos traumas. O objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento e atitudes dos odontopediatras em relação à injúrias orofaciais e práticas esportivas. Foi aplicado um questionário simplificado a 70 odontopediatras da cidade Salvador - BA. Questionou-se tempo de profissão, perfil do paciente, injúrias traumáticas e sua prevenção, além do uso, indicação e confecção de protetores bucais. Os dados foram analisados pelo Epi Info 6.04. As informações contidas no questionário, indicaram que 68,6% dos odontopediatras são formados há mais de 10 anos e 75,5% dos seus pacientes encontram-se em idade escolar. A razão mais freqüente para a procura de um consultório odontológico foi a prevenção e tratamento da cárie, seguido de traumatismos (urgências). A maioria dos dentistas questionavam sobre traumatismos ocorridos (87,1%), práticas esportivas (61,4%) e dieta do paciente (80%). Apesar de 92,9% dos profissionais demonstrarem conhecimento sobre protetores bucais, 77,1% davam orientações aos pais e apenas 45% indicavam e sabiam confeccionar o protetor (p < 0,01). Dentre os dentistas entrevistados, quase 80% não sabiam a respeito da função de proteção indireta (craniofacial) dos mesmos.

Os resultados demonstraram o despreparo dos odontopediatras em relação à prevenção de traumas em atividades esportivas. (Apoio financeiro: PIBIC/ CNPq.)

 Ia095

Levantamento de necessidades de tratamento odontológico em pacientes especiais utilizando um índice simples (INTO)

CABRAL, J. C. M.*, CASTILHO, L. S., RESENDE, V. L. S.

Odontologia Restauradora - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: jucmcabral@ig.com.br

Este estudo tem como objetivo o levantamento de necessidades de tratamento odontológico de pacientes com necessidades especiais, em Belo Horizonte - MG, utilizando-se o INTO – Índice de Necessidade de Tratamento Odontológico. Esse índice, elaborado por dentistas da Prefeitura de Belo Horizonte, consiste em triar e codificar as seguintes necessidades de tratamento odontológico: 0 = sem cárie aparente, 1 = de 1 a 3 lesões cariosas; 2 = acima de 3 lesões cariosas; 3 = urgências (casos de dor e grandes destruições coronárias); 4 = doença periodontal (supuração, mobilidade); 5 = restos radiculares. Foi feita a validação inter- e intra-examinador pelo coeficiente kappa, obtendo-se os índices 0,41 inter-, e 0,56 intra-examinador. Os exames foram feitos sob luz natural, respeitando-se a posição e o local onde os pacientes se encontravam, com paramentação completa e utilização de sobreluvas descartáveis. O público alvo foi composto de 78 alunos da Escola Especial Dr. João Moreira Salles e 177 pacientes do setor de reabilitação da Associação Mineira de Reabilitação (AMR). Das 255 pessoas examinadas, 187 obtiveram o índice 0 (73,3%) e 68 (26,7%) obtiveram escores de 1 a 5 e serão atendidos no consultório da AMR.

Concluiu-se que o INTO é eficiente para detectar prioridades, tem boa reprodutibilidade inter- e intra-examinador, além de ser de fácil execução, barato e de não traumatizar o paciente. (Apoio: AMR/ PROEX.)

 Ia096

Fatores relacionados à perda precoce de dentes decíduos anteriores

MARQUES, L. B.*, NEVES, M. L. A., COSTA, M. E. P. R., GUIMARÃES, F. M. L.

Odontopediatria - Universidade Gama Filho. E-mail: lucianabalieiro@ig.com.br

A perda de dentes decíduos anteriores além de afetar a estética causa problemas de fonação, perda de espaço e ainda pode levar a hábitos indesejáveis como a interposição lingual. Com o objetivo de avaliar os fatores que levam a perda precoce de dentes anteriores decíduos, foram avaliadas 376 fichas de pacientes de 0 a 7 anos (média = 4,58  ± 1,48) atendidos na Clínica de Odontopediatria da Universidade Gama Filho, no ano de 2001. Um total de 48 crianças (12,77%) sofreu perda de dentes sendo 18 (37,5%) do sexo feminino e 30 (62,5% do sexo masculino). 38 (79,17%) tiveram perda por lesão de cárie e 10 (20,83%) por ­trauma. Entre os dentes perdidos, 102 (96,23%) localizavam-se na região superior e 4 (3,7%) na região inferior. Entre os casos de perda por trauma, 5 (50%) decorreram de queda da própria altura e 5 (50%) por acidentes em brinquedos. De acordo com os dados obtidos, todas as crianças escovavam os dentes, apesar da grande maioria daquelas que perderam dentes anteriores por cárie, 32 (84,2%) apresentarem IHOS acima de 1,6 (c= 36,47; p < 0,001). A prova estatística foi realizada através do teste do qui-quadrado. No total de crianças analisadas, a utilização da mamadeira a partir dos 2 anos de idade esteve fortemente asso­ciada com a presença de cárie de mamadeira (c2 = 29,23; p < 0,001).

Dentre a amostra observada a lesão cariosa foi o principal fator para a ocorrência de perda precoce de dentes anteriores, tendo a dieta e a higienização deficientes contribuído para este resultado.

 Ia097

Avaliação da atividade antimicrobiana dos cimentos de ionômero de vidro

RIBEIRO, P. C.*, SANTOS, E. M., PINTO, M. M., CAROLINA, A., BUSSADORI, S. K.

Odontopediatria - Universidade de São Paulo. E-mail: paula@odonto-apo.com.br

A presente pesquisa teve por objetivo avaliar o potencial antimicrobiano de 4 (quatro) cimentos de ionômero de vidro convencionais de presa rápida existentes no mercado: Ketac-Molar (ESPE), Fuji IX (GC América), Vidrion R (SS White) e Ionofil U (VOCO). A amostra constituiu de 25 molares dos quais foi retirado e mensurado, através de cureta otoscópica, tecido cariado exposto ao meio bucal. Após a retirada este material foi cultivado em caldo de BHI e logo após semeado em 100 placas de Petri, sendo estas divididas por partes iguais em 4 (quatro) tipos de meio de cultura a saber: Mueller-Hinton, ágar-sangue, ágar Mitis Salivarius e ágar Mitis Salivarius modificado por bacitracina. Feita a semeadura, discos de papel de feltro estéreis foram embebidos nos cimentos de ionômero de vidro, estes manipulados de acordo com seu respectivo fabricante, e colocados nas placas já semeadas. A leitura dos resultados foi feita 24 horas após o crescimento bacteriano, onde os halos inibitórios foram mensurados. Os resultados referentes ao potencial bacteriostático dos materiais apresentaram distribuição amostral não normal, desta maneira aplicamos o teste não-paramétrico, teste de Kruskal-Wallis com significância de 5%. Para avaliar o potencial bactericida foi aplicado o teste de correlação de Mann-Whitney.

Baseado nos resultados da avaliação estatística, dos materiais testados o Ketac-Molar (ESPE) apresentou maior efeito bacteriostático e bactericida. Os demais materiais não demonstraram diferença estatística entre si quanto ao seu potencial antimicrobiano.

 Ia098

Prevalência de abscesso dento-alveolar agudo no pronto-atendimento de urgências odontopediátricas

BALBO, P. L.*, GODOY, L. R., WONG, R., OYAMA, R. H.

Medicina Oral e Odontologia Infantil - Universidade Estadual de Londrina. E-mail: patbalbo@hotmail.com

O objetivo deste trabalho foi avaliar a prevalência de abscesso dento-alveolar agudo em crianças que procuraram o pronto-atendimento de urgências odontopediátricas do Núcleo de Odontologia para Bebê (Bebê-Clínica/UEL), de janeiro de 2000 a dezembro de 2001. Foram examinadas 1.498 fichas clínicas, sendo encontrado registro de abscesso dento-alveolar agudo em 56 fichas (3,73%). Desta amostra, 30 crianças eram do sexo feminino e 26 do masculino, com idades de 10 meses a 7 anos. A faixa etária mais acometida pelo abscesso dento-alveolar agudo foi de 3 a 4 anos de idade. Os abscessos dento-alveolares agudo causados por cárie foram os mais prevalentes (69,64%). Já em relação aos dentes abscedados, os mais prevalentes foram os incisivos centrais superiores decíduos (37,87%), seguido dos molares inferiores decíduos (34,84%). Em relação aos procedimentos clínicos adotados para o atendimento emergencial a conduta mais prevalente foi medicação prévia com antibiótico (57,14%) e em seguida foi realizado: curativo intrapulpar com CTZ (óxido de zinco, eugenol e antibiótico) e selamento da cavidade com IRM (46,42%) e exodontia (16,07%).

Com base nos resultados obtidos, foi concluído que o profissional que atende crianças dessa faixa etária deve estar apto para diagnosticar de forma precisa, intervir invasivamente e bem orientar os responsáveis quanto a continuidade do tratamento após o atendimento emergencial, como a realização de pulpectomia nos dentes tratados com CTZ, ou a confecção de mantenedores de espaço para os dentes extraídos, almejando um prognóstico favorável para o paciente.

 Ia099

Radiografia interproximal digital e convencional para diagnosticar cárie proximal em molares decíduos

COLLINA, E.*, NOSÉ, C. C.

Faculdade de Odontologia - Universidade de Guarulhos. E-mail: eliscollina@yahoo.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade de três examinadores, em diferentes estágios profis­sionais, de detectar lesões de cárie nas superfícies proximais de molares decíduos humanos por meio do exame radiográfico interproximal, por meio de radiografia convencional e de um sistema de radiografia digital direta, usando ou não suas ferramentas de ajuste de imagem. Foram examinadas 38 superfícies proximais por três observadores calibrados: um cirurgião-dentista recém-formado (examinador 1), um aluno do curso de especialização em Odontopediatria (examinador 2), e um mestre em Odontopediatria (examinador 3). Todos analisaram, independentemente, as radiografias convencionais e as imagens digitais com e sem ajuste de imagem, avaliando as superfícies proximais em relação à presença ou ausência de cavidade e em relação à profundidade da lesão, em uma escala de cinco pontos de severidade da doença. Comparando-se os dados, foram obtidas quatro decisões: verdadeiro-positivas, verdadeiro-negativas, falso-positivas e falso-negativas. Esses dados permitiram calcular a efetividade dos métodos radiográficos pelos parâmetros de sensibilidade, especificidade e acurácia. A radiografia convencional foi mais acurada na detecção da presença de cárie e da profundidade da lesão quando comparados com o padrão ouro, seguidas das radiografias digitais com ajuste e das sem ajuste de imagem.

Considerando-se os resultados deste trabalho, a radiografia convencional ainda é o método de eleição para auxiliar na elaboração do diagnóstico da cárie nos molares decíduos.

 Ia100

Prevalência de doenças bucais em crianças portadoras de fendas labiopalatinas atendidas no HM Nossa Senhora do Loreto - RJ

ARMADA, L.*, ALVES, M. U.

Odontopediatria - Universidade Estácio de Sá. E-mail: luadias@hotmail.com

As fendas labiopalatinas são malformações congênitas que rompem a integridade do lábio e/ou palato e ocorrem em conseqüência de falhas ou defeitos do desenvolvimento embrionário entre a sexta e oitava semana gestacional. As alterações bucais mais freqüentes são as más-oclusões e as anomalias dentárias, tornando esses pacientes mais susceptíveis a desenvolver lesões cariosas e doença periodontal. O objetivo deste estudo foi pesquisar a prevalência das doenças bucais em crianças portadoras de fissuras labiopalatinas que procuraram atendimento odontológico no Hospital Nossa Senhora do Loreto - SMS - RJ. O presente trabalho foi realizado em pacientes com idades entre 2 e 12 anos, de ambos os sexos, inscritos no setor de Odontologia do Hospital Municipal Nossa Senhora do Loreto - SMS - RJ, após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética da UNESA e do Hospital. A metodologia utilizada foi o exame intrabucal, após autorização dos responsáveis através da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Foi realizada uma anamnese criteriosa e respondido um questionário supervisionado para avaliar o padrão sócio-econômico-cultural da família. Os resultados demonstraram que as doenças bucais mais prevalentes encontradas nesse grupo foram: anomalias dentárias (96%), más-oclusões (90%), lesões cariosas (86%) e gengivites (54%).

Concluiu-se que as crianças portadores de fendas estão mais susceptíveis às doença bucais, sendo que as anomalias dentárias foram as mais encontradas. Esses resultados mostram a necessidade de se implementar um programa de promoção em saúde voltado para maior esclarecimento dos pais e responsáveis.

 Ia101

Prevalência de fluorose e defeitos de desenvolvimento do esmalte em cidades com diferentes histórias de fluoretação

LEITES, J. S.*, TEIXEIRA, M. S., GUIRADO, C. G.

Odontologia Infantil - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: jujusalton@yahoo.com

Esse trabalho tem como objetivo comparar o percentual de escolares com idade entre 5 e 12 anos que apresentam defeitos de desenvolvimento do esmalte dental e fluorose, em cidades com diferentes histórias de fluoretação da água de abastecimento público. Águas de São Pedro realiza fluoretação desde 1984, enquanto Ipeúna nunca realizou tal procedimento. Uma amostra da água de cada cidade foi coletada e enviada ao Laboratório de Bioquímica da FOP - UNICAMP. Foi encontrado 0,7 ppm F em Águas de São Pedro e 0,06 ppm F em Ipeúna. Os exames clínicos foram realizados em 417 crianças (260 em Águas de São Pedro e 157 em Ipeúna), sob iluminação natural, em cadeiras colocadas no pátio das escolas, utilizando-se sonda exploradora e espelho bucal. Os dados foram anotados em fichas individuais e submetidos à análise estatística. Observou-se que 18,84% das crianças de Águas de São Pedro apresentaram defeitos de desenvolvimento do esmalte, enquanto que em Ipeúna esse número subiu para 24,84%. Observou-se também que 15,76% das crianças em Águas de São Pedro apresentaram fluorose, enquanto que em Ipeúna esse índice caiu para 1,9%.

O resultado encontrado possibilita concluir que a fluoretação da água de abastecimento público não teve significância no percentual de defeitos de desenvolvimento de esmalte; porém, o mesmo não se pode dizer com respeito a fluorose.

 Ia102

Avaliação do local de tratamento de bebês na clínica odontopediátrica

MATOZINHOS, M. O.*, COSTA, M. E. P. R., NEVES, M. L. A., GUIMARÃES, F. M. L.,
MARQUES, L. B.

Odontopediatria - Universidade Gama Filho. E-mail: marinamatozinhos@hotmail.com

Considerando o grande número de bebês levados à clínica odontopediátrica e a dificuldade no atendimento devido à pouca idade e à ansiedade das mães, resolveu-se investigar qual a melhor forma de tratar os bebês de modo a proporcionar maior conforto e segurança. Foram atendidos 38 bebês de 6 a 40 meses de idade, tratados em três sessões, onde o mesmo conjunto de procedimentos foi realizado (exame, profilaxia e aplicação de flúor), em locais diferentes: colo da mãe, macri e cadeira odontológica. O comportamento dos bebês foi classificado em ++, +, – e – – , de acordo com a escala de Frankl. 36,84% dos bebês mantiveram o mesmo comportamento nas três consultas, 18,42% pioraram e 44,74% melhoraram. Comparado ao atendimento com o bebê na macri, 91,67% dos bebês com menos de 24 meses apresentaram comportamento mais tranqüilo no colo de suas mães (c2 = 6,47; p = 0,010), enquanto que 76,92% dos bebês com mais de 24 meses comportaram-se melhor na cadeira odontológica (c2 = 19,43; p = 0,00001). De um modo geral, o colo da mãe e a cadeira odontológica apresentaram as respostas mais positivas dos bebês: 60,52% e 73,68% respectivamente. A mãe parece passar segurança aos bebês mais jovens, porém, a partir dos 36 meses, a presença da mãe muitas vezes (42,86%) piorou o comportamento dos bebês.

Deve-se experimentar novas condutas a cada sessão, sendo imprescindível a presença da mãe para bebês de menos de 36 meses de idade. A cada consulta a criança vai se acostumando com os procedimentos, sendo aconselhável dar algum tempo para ela melhor se adaptar à nova experiência.

 Ia103

Relação entre idade e progressão de lesões de cárie em crianças de 0 a 36 meses

SANTOS, A. P. P.*, PINTO, M. P. R. , SOVIERO, V. M.

Odontopediatria e Odontologia Social e Preventiva - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: apps@compuland.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a relação entre idade e progressão de lesões de cárie em 77 crianças de 0 a 36 meses, de ambos os sexos, cadastradas no Ambulatório de Pediatria do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE-UERJ). Após a obtenção de consentimento livre e informado dos responsáveis e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital, um único examinador realizou o exame bucal das crianças para avaliação de cárie (valor de kappa > 0,90). Os dados obtidos foram analisados através do software Epi Info, utilizando o teste qui-quadrado. As crianças tinham idade média de 22,9 meses e a prevalência de cárie, incluindo lesões não cavitadas, foi de 41,6%. Na faixa etária de 0 a 12 meses, não foram encontradas lesões de cárie. Entre 13 e 24 meses, 30,7% (8) dos pacientes apresentavam lesão de cárie. Destes, 62,5% (5) apresentavam mancha branca ativa, 12,5%(1) cavidade em esmalte e 25% (2) cavidade em dentina. Na faixa de 25 a 36 meses, 51,16% (22) apresentavam lesões de cárie, sendo que a mancha branca ativa foi encontrada em 50% (11) dos pacientes, a cavitação em esmalte em 27,27% (6) e a cavitação em dentina em 45,45% (10). A associação entre a idade das crianças e a progressão da lesão de cárie foi significativa estatisticamente (p < 0,05).

Estes resultados sugerem que os dentes vão sendo acometidos por cárie à medida em que irrompem na cavidade bucal, pois não foram adotadas medidas para controlar os fatores causais da doença assim que o primeiro sinal de cárie foi detectado e que a progressão das lesões está diretamente relacionada à idade.

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Dentes natais e neonatais em bebês portadores de fissura de lábio e palato – estudo epidemiológico

PEIXOTO, V.*, GOMIDE, M. R.

Odontologia - Universidade de São Paulo. E-mail: vipeixoto@hotmail.com

A presença de dentes ao nascimento ou nos primeiros trinta dias de vida é uma condição rara. A nomenclatura adotada pela maioria dos autores classifica os dentes presentes ao nascimento como natais e os irrompidos durante o primeiro mês de vida como neonatais. Devido à freqüente observação desses dentes na clínica do Setor de Odontopediatria do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC - USP) e em virtude da escassez de relatos na literatura sobre sua ocorrência em pacientes com fissura, a proposta desse trabalho foi determinar a prevalência dessa anomalia em portadores de fissura de lábio e palato completa unilateral (LPCU) e bilateral (LPCB), estudando suas características. Realizou-se um levantamento retrospectivo em prontuários de 935 pacientes inscritos no HRAC - USP, portadores de fissura LPCU e LPCB sem outras anomalias, com idade até 3 meses, sem tratamento cirúrgico prévio, ambos os sexos, sem distinção de raça. A prevalência encontrada para dentes natais foi de 1,3% para fissuras unilaterais e 2,3% para as bilaterais, enquanto que de dentes neonatais foram respectivamente de 3,1% e 10,9%. A maioria apresentou apenas 1 dente natal e neonatal, preferencialmente localizado na região da fissura e a exodontia foi o tratamento mais realizado.

A alta prevalência constatada de dentes natal e neonatal sugere que a sua ocorrência seja mais uma particularidade dos portadores de fissura completa de lábio e palato.

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Relação entre nível econômico familiar e idade ideal para a primeira consulta odontológica

LARA, T. S.*, PAIVA, S. M.

Odontopediatria e Ortodontia - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: tuliolara@hotmail.com

Visando a atuação da Odontopediatria no modelo de promoção de saúde, este estudo objetivou levantar o que pensam os pais de diferentes níveis econômicos sobre a idade ideal para a primeira consulta odontológica dos filhos. A amostra constou de 327 pais de escolares com idade entre 6 e 10 anos, da cidade de Pitangui - MG, sendo a coleta de dados através de questionários. Para a realização da comparação por níveis econômicos foram utilizados os critérios definidos pela ABA-ABIPEME. As famílias foram agrupadas da seguinte forma: economicamente favorecidas (Grupo I) e desfavorecidas (Grupo II). O estudo foi submetido à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG e aprovado sob o Parecer ETIC 082/01. Os resultados foram analisados estatisticamente através do programa Epi Info 6.02, ao nível de confiança de 95%. Constatou-se que houve diferença estatisticamente significante (p = 0,001) entre os dois grupos para a idade ideal da primeira consulta odontológica, sendo que 61,2% das respostas corretas foram as do Grupo I. Em relação à idade que efetivamente a criança foi levada ao dentista pela primeira vez, observou-se também diferença entre os dois grupos (p = 0,001), onde 76,7% dos pais do Grupo I e 23,3% dos pais do Grupo II relataram ter levado o filho com até 1 ano de idade ao dentista.

Conclui-se, então, que famílias de um nível econômico mais privilegiado demonstraram reconhecer a idade ideal para levar seus filhos ao dentista pela primeira vez, embora esta prática não tenha sido vivenciada pelas mesmas. (Apoio: PIBIC/CNPq.)

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Radiografia digital direta versus radiografia convencional na determinação do comprimento do dente decíduo

SANABE, M. E.*, SANTOS- PINTO, L., GONÇALVES, M. A., BASSO, M. D., CORDEIRO, R.

Clínica Infantil - Universidade Estadual Paulista. E-mail: emisanabe@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a eficácia das radiografias digital e convencional na determinação do comprimento de incisivos decíduos. Vinte e um incisivos decíduos foram incluídos em blocos de resina e radiografados pela técnica convencional (filme Ektaspeed - Kodak) e pela técnica digital (CDR - Schick Technologies) utilizando aparelho de raios X de 60 kVp, 7 mA. O tempo de exposição foi de 0,3 s para o filme e 0,05 s para o sensor. O comprimento real do dente (CRD) e o dente na imagem radiográfica convencional (RC) foram medidos com paquímetro e a imagem na radiografia digital foi medida com a régua eletrônica (RD). Os resultados foram analisados estatisticamente por meio da aplicação do teste de correlação de Pearson e análise de variância. O comprimento médio dos dentes na radiografia convencional foi de 11,22 mm, na radiografia digital 11,22 mm e o comprimento real foi de 11,00 mm.

A obtenção da odontometria de dentes decíduos anteriores foram semelhantes nas imagens obtidas em radiografias convencional e digital. (Apoio financeiro: FAPESP.)

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Prevalência de maloclusão em escolares de Águas de São Pedro e Ipeúna

TEIXEIRA, M. S.*, LEITES, J. S., GUIRADO, C. G.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: milenast@ig.com.br

A proposta do presente trabalho foi estimar a prevalência de maloclusão em escolares na faixa etária de 5 a 12 anos, pertencentes a escolas públicas das cidades de Ipeúna - SP e Águas de São Pedro - SP. O estudo constituiu-se em uma pesquisa de campo realizada em 417 crianças de ambos os sexos. Os escolares, foram examinados em cadeiras no pátio das escolas, sob iluminação natural, utilizando-se espátula de ma­deira e obedecendo aos preceitos de controle de infecções. Os resultados obtidos mostraram que 60,38% das crianças examinadas em Águas de São Pedro apresentaram algum tipo de maloclusão, com predominância para a mordida cruzada. Já em Ipeúna, esse índice foi de 61,14%, tendo maior prevalência a mordida aberta.

De acordo com os resultados, podemos concluir que grande parte dos escolares (60,67%) apresentou algum tipo de maloclusão, com destaque para as mordidas aberta e cruzada, o que, de acordo com a literatura, está diretamente relacionada à presença de hábitos bucais, tais como sucção de chupeta e/ou dedo, onicofagia, respiração bucal; o que evidencia a necessidade e extrema importância da implementação de medidas preventivas para minimização do problema.

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Artifícios utilizados para remoção de hábitos orais

GUIMARÃES, F. M. L.*, COSTA, M. E. P. R., NEVES, M. L. A., MATOZINHOS, M. O., LOPES, R. S.

Odontopediatria - Universidade Gama Filho. E-mail: flavinhaml@zipmail.com.br

Os hábitos orais se instalam precocemente em crianças, sendo difíceis de serem removidos e causando na maioria das vezes, transtornos na oclusão. Com o intuito de verificar como esses hábitos ocorrem e sua possível remoção, entrevistamos 66 mães de crianças de 2 a 8 anos de idade atendidas na Clínica Odontopediátrica da Universidade Gama Filho. As crianças foram examinadas para verificarmos presença de maloclusão. A maioria (90,91%) das crianças apresentou algum tipo de hábito durante alguma fase da vida. O hábito persistiu após 36 meses de idade em 73,33% dos pacientes. A maloclusão estava presente em 35 (58,33%) das crianças, entre aquelas que apresentavam hábitos (c2 = 0,15; p = 0,6944), tendo a mordida aberta anterior acometido 82,86% delas. Os artifícios mais comumente relatados pelas mães para remoção do hábito foram: deixar a criança chorar (33,33%); colocar substância amarga no objeto utilizado (16,67%) ou presentear a criança (16,67%). Das crianças que largaram o hábito, 18 (58,06%) deixaram-no por conta própria e 13 (41,93%) através de artifícios. Houve uma maior tendência entre as crianças que ­deixaram de mamar no peito antes dos 6 meses de idade (61,67%), de desenvolverem hábitos orais (c2 = 4,45; p = 0,0348). Entre as 9 crianças que usaram placa lembrete, 7 deixaram o hábito no máximo em 3 meses e 2 continuaram a usá-la.

É necessário alertar as mães para os danos que o hábito persistente pode acarretar, bem como, a importância da amamentação no peito até os seis meses de idade. A maioria das crianças deixa o hábito quando amadurece e não através de artifícios caseiros.

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Influência da classe econômica na postura dos pais frente ao atendimento odontopediátrico

FERRREIRA, C. M.*, OLIVEIRA, A. C. B., RIBEIRO JR., H. C., PAIVA, S. M., PORDEUS, I. A.

Odontopediatria/Ortodontia - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: ninemenezes@hotmail.com

Compreender a importância da comunicação entre o profissional e a família é essencial na prática clínica da Odontopediatria. Este estudo objetivou analisar a opinião dos pais em relação ao atendimento odontopediátrico, considerando as classes econômicas das famílias. Foram pesquisados 75 pais de alunos, com idade entre 2 e 6 anos, das escolas CECAF e Sagrado C. de Jesus, em Belo Horizonte - MG. Após assinatura do termo de consentimento, os dados foram coletados através de um questionário estruturado. A análise estatística foi feita no programa Epi Info 6.04. Do total de participantes, 52% foram classificados como pertencentes à classe economicamente mais favorecida (A e B) e 48% à classe menos favorecida (C, D e E), segundo critérios da ABA-ABIPEME. A classe econômica influiu significativamente no posicionamento dos pais quanto ao fato da criança chorar durante o atendimento odontológico (p = 0,008), verificando-se que a maioria dos pais de classes mais favorecidas (66,6%) relatou se importar com o choro da criança, enquanto a maior parte dos pais de classes menos favorecidas (63,8%) não considerou este fato relevante. Entretanto, independente da classe econômica, 57,1% dos pais, cujos filhos já receberam contenção física durante um atendimento, consideraram importante o odontopediatra explicar como pretende atender a criança (p = 0,021).

Deste modo, concluiu-se que, embora exista uma correlação entre a classe econômica e a postura dos pais frente ao atendimento odontológico da criança, outros fatores podem influenciar a opinião dos mesmos. (Apoio: PROBIC/FAPEMIG.)

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Hábitos de sucção na infância: a importância da interdisciplinariedade

ALENCAR, L. M.*, SERRA-NEGRA, J. M. C., MATTA, C. M.

Odontopediatria - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: l.m.alencar@bol.com.br

O objetivo do presente trabalho foi avaliar e comparar o conhecimento de profissionais de Saúde (fo­noaudiólogos, psicológos, pediatras, ortodontistas, e odontopediatras) em relação aos hábitos de sucção na infância, avaliando também a integração entre estes para o tratamento dos hábitos orais e suas rotinas ao que diz respeito à freqüência, tipos de hábitos e suas conseqüências, assistidas por cada um em seus consultórios. Foram entrevistados 15 profissionais de cada área (Ortodontia, Odontopediatria, Fonoaudiologia, Psicologia, Pediatria) atuantes em Belo Horizonte, totalizando 75 entrevistados. As entrevistas foram inicialmente marcadas por telefone e feitas pessoalmente nos consultórios. Os profissionais foram escolhidos aleatoriamente e seus nomes conseguidos nos Conselhos Regionais de cada área. Entre os profissionais entrevistados, a maioria considerou os hábitos de sucção normais, porém, devem ser retirados antes dos três anos de idade. Com relação as alterações causadas pelos hábitos, as alterações de arcada são as mais notadas pelos profissionais. Porém o fonoaudiólogo foi o mais referenciado pelos demais e o pediatra foi o menos citado para o tratamento dos hábitos e suas conseqüências.

Verificou-se que a maioria dos profissionais se refere à grande prevalência dos hábitos bucais e a importância da interdisciplinariedade. Entretanto, constatou-se que esta não acontece ainda de forma integral. Concluiu-se que deve-se estimular o trabalho integrado das áreas afins, objetivando a visão integral do paciente.

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Opinião do educador em formação sobre saúde bucal: comparação entre graduandos de faculdades públicas e privadas

GOURSAND, D.*, VASCONCELOS, R., PAIVA, S. M.

Odontopediatria e Ortodontia - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: goursand@yahoo.com.br

O educador é um agente essencial na construção e transmissão de conhecimentos. Este estudo objetivou avaliar a opinião dos graduandos em Pedagogia sobre o seu contato com o conteúdo saúde bucal, comparando alunos de faculdades públicas e privadas. Participaram da pesquisa 248 formandos em Pedagogia, 139 de faculdades particulares e 109 de faculdades públicas de Belo Horizonte. A coleta de dados foi realizada através da aplicação de questionário, após prévio consentimento dos voluntários e aprovação pelo COEP/UFMG (074/01). Utilizando-se o programa Epi Info 6.02, foi realizada a análise estatística usando o teste qui-quadrado, com nível de significância de 5%. Verificou-se diferença estatisticamente significante (p = 0,003) entre as instituições analisadas, sendo que os alunos de faculdades particulares receberam mais informações sobre saúde bucal (57,3%) em relação aos alunos de faculdades públicas (42,7%). Quanto à fase da vida em que adquiriram tais conhecimentos, ambos os grupos destacaram a adolescência (p = 0,209), sendo a própria família e o dentista as principais fontes destas informações. Nos dois grupos, houve reconhecimento de que os alunos do ensino fundamental devem se familiarizar com o tema (p = 0,2611).

Conclui-se que os graduandos em Pedagogia de escolas públicas tem mais conhecimentos sobre saúde bucal, porém a fonte deste conhecimento não é o ensino formal. Além disso, foi reconhecida a importância da transmissão deste conhecimento para os alunos do ensino fundamental. (Apoio: FAPEMIG.)

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Teste dos gabaritos desenvolvidos por Long, por sobreposição em modelos de gesso

MENEZES, A. C. S. C.*, BARBOSA, C. S., FAVA, M., DI NICOLÓ, R.

Odontologia Social e Clínica Infantil - Universidade Estadual Paulista. E-mail: carolmenezes@zipmail.com.br

Um dos principais objetivos da Odontopediatria moderna é a prevenção e manutenção da saúde dos pacientes infantis, que apresentam contínuo crescimento e desenvolvimento. Qualquer desvio da normalidade da arcada dentária poderá acarretar problemas, quando não detectados e tratados precocemente. Long, em 1999, desenvolveu gabaritos da forma dos arcos decíduos do tipo I e II de Baume, através da computação eletrônica, para análise morfológica da dentadura decídua, através da sobreposição em modelos de gesso. Este estudo testou estes gabaritos desenvolvidos por Long, 1999, em 30 pares de modelos de gesso de pacientes da Clínica de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da UNESP - SJC, com dentadura decídua completa. Foi, então, analisado o posicionamento vestíbulo-lingual de cada um dos dentes das arcadas superior e inferior. Observou-se que 60% dos dentes analisados na maxila estavam vestibularizados em relação à posição ideal, enquanto na mandíbula, 50% dos dentes tinham um bom posicionamento.

Desta forma, concluiu-se que, os gabaritos são de simples aplicação clínica, inclusive para o clínico geral, podendo ser muito útil na determinação precoce de problemas na dentadura decídua.

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Prevalência de cárie utilizando-se leite formulado e água com e sem flúor, comparada a uma dieta padrão – estudo em ratos

REGO, R. A.*, COUTO, G. B. L., BOTELHO, K. V. G.

Clínica e Odontologia Preventiva - Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: ra_rego@hotmail.com

Pelo alto consumo de leite formulado e relatos clínicos identificando a participação do leite no desenvolvimento da cárie, especialmente na primeira infância, bem como a necessidade de prevenção através da orientação aos pais, pediatras e dentistas, o presente trabalho teve por objetivo determinar a prevalência de cárie em molares de ratos quando utilizada dieta com leite formulado NAN 2 e com leite formulado NAN 2 acrescido de flúor, comparando-as a uma dieta padrão de biotério (Labina). Três grupos de 12 ratos (Rattus norvegicus albinus wistar), com 23 dias de idade, receberam durante sessenta dias as seguintes dietas: grupo 1- ração padrão de biotério + água sem flúor; grupo 2- leite formulado NAN 2 + água sem flúor; grupo 3- leite formulado NAN 2 + água com flúor. Os ratos foram sacrificados, os segmentos ósseos mandibulares e maxilares foram dissecados e os molares seccionados no plano sagital mésio-distal; as peças foram coradas e a leitura das cáries foi feita em microscópio estereoscópico (aumento de 12,5 vezes). Observou-se que não houve diferença significativa do ataque de cárie entre as dietas Labina e leite NAN 2 sem flúor e que o ataque de cárie na dieta com leite NAN 2 e água com flúor foi menor quando comparado com as dietas Labina e NAN 2 sem flúor.

Concluiu-se que a dieta de leite formulado NAN 2 foi cariogênica, tendo o flúor papel relevante na redução do ataque de cárie, o que demonstra ser importante alertar pais, pediatras e dentistas não só quanto à mudança nos hábitos alimentares infantis, mas também quanto à higiene bucal em idade precoce.

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Análise da topografia dentinária de dentes decíduos após tratamento com diferentes agentes condicionantes

ROSADO, C. F.*, CALDO-TEIXEIRA, A. S., PUPPIN-RONTANI, R. M., SINHORETI, M. A. C.

Odontologia Infantil - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: carlarosado@yahoo.com.br

Com o objetivo de avaliar, através da microscopia eletrônica de varredura (MEV), o efeito de diferentes agentes condicionantes na superfície dentinária de dentes decíduos, foram utilizados 5 molares decíduos hígidos, extraídos por razões clínicas. Os dentes foram seccionados no sentido MD, resultando em 2 amostras cada, que foram lixadas obtendo-se uma superfície plana em dentina. Foram, então distribuídas aleatoriamente segundo o agente condicionante utilizado: ácido fosfórico (AF), Clearfil SE Bond (CSE) e One Up Bond F (OU), seguindo as instruções do fabricante. As amostras foram preparadas para análise em MEV, obtendo-se 2 fotomicrografias de cada terço (oclusal, médio e cervical), para cada amostra, resultando em 10 imagens por grupo, utilizando-se os seguintes escores: 0- presença total de “smear layer” (SL); 1- presença parcial de SL e túbulos dentinários (TD) fechados; 2- presença parcial de SL e TD abertos; 3- ausência de SL e TD fechados; 4- ausência de SL e TD abertos. Os dados foram submetidos à análise estatística Kruskal-Wallis (p < 0,05). Observou-se que para CSE (p = 0,06) e OU (p = 0,52) o escore mais freqüente foi o 2 enquanto que para o AF (p = 1) foi o escore 4, não havendo diferença significativa entre os terços para os diferentes tratamentos. Os escores encontrados para o AF foram significativamente diferentes dos grupos CSE (p = 0,02) e OU (p = 0,01), porém os grupos CSE e OU não difereriam estatisticamente (p = 0,9).

Pôde-se concluir que o tratamento convencional com AF mostrou maior efetividade na remoção da SL e abertura dos TD.

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Estudo do apinhamento dentário nas dentaduras decídua e mista

BARBOSA, C. S.*, MENEZES, A. C. S. C., FAVA, M., DI NICOLÓ, R.

Odontologia Social e Clínica Infantil - Universidade Estadual Paulista. E-mail: cristianisb@uol.com.br

O objetivo deste trabalho foi de estudar a freqüência do apinhamento dentário dos arcos superior e inferior durante os períodos das dentaduras decídua e mista através de um estudo clínico envolvendo 96 pa­cientes da Clínica de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia - UNESP - SJC. Do total da amostra 36 pacientes apresentavam dentadura decídua e 60 apresentavam dentadura mista. Nenhum dos pacientes foi submetido a qualquer tipo de tratamento ortodôntico prévio. Crianças que apresentavam espaços edêntulos foram excluídas da amostra. Os pacientes foram analisados por dois examinadores calibrados e os resultados foram anotados em uma ficha elaborada para esta pesquisa. O critério avaliado foi a presença ou não de apinhamento dentário. Os resultados revelaram que do total da amostra, 22,8% apresentavam apinhamento dentário, dentre os quais, 50% apresentaram somente no arco inferior, 22,7% somente no arco superior e 27,2% apresentavam em ambos os arcos. Considerando individualmente as dentaduras decídua e mista, foi encontrado apinhamento dentário em 5,5% das crianças em dentadura decídua e em 33,3% das crianças em dentadura mista (55% somente no arco inferior).

Conclui-se que há uma tendência de maior freqüência de apinhamento dentário na dentadura mista e no arco inferior quando comparado ao arco dentário decíduo.

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Dor de dente em crianças do ensino fundamental de Belo Horizonte/MG: estudo de prevalência

BARRÊTTO, E. P. R., OLIVEIRA, C. S.*, PORDEUS, I. A., FERREIRA, E. F., PAIVA, S. M.

Odontopediatria e Ortodontia - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: cisena@yahoo.com.br

Poucos dados existem na literatura sobre a prevalência de dor de dente em crianças, apesar de este ser um dos sintomas mais freqüentes decorrentes das doenças bucais, com graves repercussões na qualidade de vida. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar, por meio de entrevista, a presença de dor de dente na vida das crianças. Participaram 223 estudantes de 8 e 9 anos, ambos os sexos, de escolas do ensino público fundamental de Belo Horizonte/MG, as quais foram sorteadas aleatoriamente por Regional Administrativa. O número de alunos entrevistados em cada escola foi proporcional à real distribuição de estudantes, nesta ­faixa etária, por regional, tornando o estudo representativo de tais áreas. Este projeto foi aprovado pelo COEP/UFMG sob o parecer ETIC 180/01. Os dados sofreram tratamento estatístico no programa Epi Info, versão 6.02. Verificou-se experiência de dor de dente em 55,6% dos entrevistados. Pelos relatos, a prevalência de dor de dente foi diferente entre os sexos: 56,5% no feminino e 43,5% no masculino. Porém, a aplicação do teste para comparação de proporções mostrou que esta diferença não foi estatisticamente significativa (p > 0,05).

A alta prevalência de dor de dente encontrada em faixa etária tão precoce é preocupante, pois certamente influencia negativamente a qualidade de vida das crianças. Tal fato sugere que o impacto psicossocial da dor pode tornar-se um valioso indicador da saúde bucal infantil, complementar aos indicadores clínicos. (Apoio: PROBIC/FAPEMIG; CNPq.)

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Análise da prevalência e localização da cárie dental na Clínica de Odontopediatria da Universidade Estácio de Sá

SALES CUNHA, C. B. C.*, BASTOS, J. T. L., BAKCSY, C. L., VOLSCHAN, B. C. G.

Odontopediatria - Universidade Estácio de Sá. E-mail: ccscunha@terra.com.br

O presente trabalho teve por objetivo realizar o levantamento da prevalência e localização de lesões ca­riosas em crianças atendidas na Clínica de Odontopediatria da Universidade Estácio de Sá. A metodologia empregada foi documental, sendo realizado o levantamento de 522 fichas devidamente assinadas pelos responsáveis dos pacientes e professores supervisores de clínica. As fichas foram preenchidas através de dados coletados dos exames clínico e radiográfico. Os dados foram processados no programa Epi Info versão 6.0. Os resultados demonstraram que a média de superfícies cariadas foi de 4,6 e, quando consideradas as lesões de mancha branca ativas, encontrou-se a média de 6,6. A face mais acometida foi a oclusal (37,54%) seguida da proximal de dentes posteriores (22,9%). Observou-se que a cárie dental apresentou o seu início com 1 ano de idade. As idades entre 8 e 9 anos foram as mais acometidas pela doença, com­preendendo 14,94% das crianças que apresentavam lesões de cárie. De acordo com a idade foi verificado mudança na localização das faces cariadas. As faces proximais e lisas de dentes anteriores apresentaram maior prevalência aos 4 anos de idade com 23% e 27% respectivamente. Aos 8 anos prevaleceram as faces oclusal (16%) e proximal de dentes posteriores (21%).

Os resultados nos levam a concluir que a cárie dental iniciou-se com 1 ano de idade apresentando prevalência progressiva até a faixa etária de 8 a 9 anos, sendo a localização da mesma também modificada com a idade.

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Avaliação da produção bibliográfica da área médica quanto ao conteúdo saúde bucal

ARAÚJO, M. V. F.*, PAIVA, S. M.

Odontopediatria e Ortodontia - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: mvfaraujo@hotmaill.com

A atuação conjunta do médico pediatra e do odontopediatra é fundamental no sentido do acompanhamento global da saúde do paciente infantil. Assim sendo, o objetivo deste trabalho foi buscar na literatura médica temas concernentes à saúde bucal, bem como as características deste material. Foram pesquisados 29 livros e 14 periódicos (730 fascículos) de Pediatria do acervo da Biblioteca da Faculdade de Medicina da UFMG, preconizando-se os últimos 5 anos de publicação dos periódicos e os últimos 20 anos de publicação dos livros. Para a identificação dos temas foram considerados descritores relacionados à saúde bucal. Avaliou-se o período e o local de publicação, o espaço dedicado ao tema, a formação acadêmica dos autores e os conteúdos odontológicos abordados pelo material bibliográfico. No que se refere aos livros, 83,4% continham, no máximo, 1% do seu conteúdo dedicado à Odontologia; 53,3% do material com citação odontológica ocorreram na década de 80; a erupção dentária e o desenvolvimento ósseo foram os conteúdos com maior índice de abordagem. Em relação aos periódicos estudados, 0,11% (88 páginas em um total de 80.608 páginas) dos artigos abordavam temas relacionados à Odontologia; sendo que houve uma concentração de 30% deste material no ano de 1998 e os temas cárie e patologias bucais foram os mais freqüentes.

Desta forma, conclui-se que a literatura médica pediátrica dedica pequeno espaço aos conteúdos ligados à saúde bucal, evidenciando a necessidade de uma maior interação entre médicos pediatras e odontopediatras. (Apoio: PIBIC/CNPq.)

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Avaliação da freqüência de anomalia de forma de primeiros molares inferiores decíduos

SUZUKI, L. C.*, MENDES, F. M., IMPARATO, J. C. P.

Ortodontia e Odontopediatria - Universidade de São Paulo. E-mail: lcsuzuki@hotmail.com

Um tratamento restaurador adequado requer conhecimento de morfologia dentária e das alterações anatômicas que podem ocorrer. O primeiro molar inferior decíduo tem sido descrito como um dente com muitas variações na forma da coroa. Uma anomalia de forma tem sido relatada na literatura. Nessa variação, o dente apresenta coroa com forma triangular e pode estar associada a três raízes. O objetivo deste estudo foi verificar a freqüência dessa anomalia de forma em crianças de uma determinada população. Para isso, 502 crianças da cidade de São Paulo foram examinadas com auxílio de espátulas de madeira. O exame foi feito por um examinador previamente treinado, sob luz natural. Obtivemos o registro de 901 dentes. Destes, 1,6% (n = 14) dos dentes apresentaram a anomalia de forma. A tendência da anomalia foi de ser unilateral, apesar dos poucos casos encontrados.

Com base nos resultados obtidos, concluímos que a anomalia de forma nos primeiros molares decíduos inferiores possui uma freqüência baixa na população estudada, e tende a ser unilateral.

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Percepção estética da fluorose dentária sob a óptica dos pais de crianças portadoras

MARTINS, C. C.*, PINHEIRO, N. R., PAIVA, S. M.

Odontologia - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: carolcm@globo.com

Pouco se sabe sobre a opinião de pais e crianças a respeito do comprometimento estético das manchas de fluorose dentária. Assim, objetivou-se analisar a percepção de pais quanto à estética dos dentes dos filhos portadores de fluorose dentária. Participaram da pesquisa 134 pais de crianças de 6 a 12 anos de idade, estudantes da Escola Municipal Levindo Lopes, Belo Horizonte - MG. Os pais de crianças, portadoras de fluorose em graus variados, responderam a um questionário sobre sua percepção quanto às manchas de fluorose nos dentes dos filhos, abordando a questão estética e o impacto destas na vida social das crianças. Dos questionários entregues, 131 foram retornados aos pesquisadores (97,8%). Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG pelo parecer nº ETIC 119/00. Cerca de 50% do total de pais notaram manchas nos dentes das crianças, sendo 56,7% pais de meninos e 45,1% pais de meninas. Dos pais que notaram manchas nos dentes dos filhos, a maioria consideraram-nas prejudiciais às crianças (72,2%). A maioria dos pais associou as manchas à cárie (19,7%), dor de dente (7,6%) e mau hálito (9,1%). Além disso, 12,1% dos pais consideraram as manchas prejudiciais às crianças por serem antiestéticas.

Conclui-se que, as manchas de fluorose, mesmo em graus mais leves, são percebidas por pessoas leigas, e na maioria das vezes, são consideradas prejudiciais às crianças. Observa-se ainda o pouco conhecimento dos pais sobre as conseqüências da fluorose dentária, uma vez que a relacionaram com outras doenças da cavidade oral. (Apoio: PIBIC/CNPq/UFMG.)

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Avaliação dos índices de cárie dentária e higiene bucal em pares mãe-filho na primeira infância

MATUSAKI, S. T.*, LEME, L. R., ALMEIDA, E. R., SANTOS, E. M.

Odontopediatria - Universidade de São Paulo. E-mail: silvanastm@ig.com.br

A cárie dentária é uma doença infecto-contagiosa, transmissível e multifatorial. Estudos indicam a mãe como principal fonte de bactérias cariogênicas para a criança. O objetivo deste trabalho foi avaliar os índices de cárie e higiene bucal, em 32 pares mãe-filho, e relacionar os hábitos da mãe à saúde bucal de seu filho. Foram examinadas crianças de ambos os sexos, com idade entre 16 e 39 meses. O índice de cárie para as mães foi CPOD e CEOD para os filhos, e para higiene bucal Greene & Vermillion Simplificado nas duas dentições. As mães foram entrevistadas quanto aos hábitos de higiene, dieta e conhecimentos em ­saúde bucal. A análise estatística dos dados foi realizada no software Epi Info 6.04, no nível de significância  ³ 95%. No índice de cárie, não houve associação significante entre mãe-filho, visto que, 65,6% das crianças eram livres de cárie, e as mães apresentaram alto índice. Quanto a higiene bucal, as mães apresentaram higiene regular (IGV = 1,6) e as crianças má higiene (IGV = 2,2). Adicionalmente, observou-se alta porcentagem de crianças: usando mamadeira noturna (59,4%); com adição de açúcar nos alimentos (81,2%) e com alta ingestão de alimentos açucarados entre as refeições (75%), embora (84,4%) das mães demonstraram ter conhecimento da relação entre açúcar e cárie dentária.

Os resultados permitem concluir que os índices de cárie dentária e higiene bucal não revelaram associação entre os pares mãe-filho na primeira infância, e o consumo de alimentos açucarados entre as refeições demonstrou associação positiva entre os pares mãe-filho.

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Efeito de géis fluoretados acidulados sobre diferentes tipos de superfícies cerâmicas

SILVA, G. M.*, CAMACHO, G. B., SAVARIZ, A., OSÓRIO, A. B.

Odontologia Restauradora - Universidade Federal de Pelotas. E-mail: guims02@bol.com.br

É prática comum na Odontologia o uso de géis fluoretados de aplicação tópica. No entanto, o potencial corrosivo do ácido fluorídrico que se forma a partir do pH baixo do fluorfosfato acidulado é um problema real. Na literatura se encontram trabalhos relatando a ação dos géis fluoretados acidulados sobre a porcelana. No entanto, existem poucos relatos sobre como evitar a ação destes géis bem como a ação destes sobre diferentes superfícies cerâmicas. Neste trabalho foi realizada uma análise da ação de duas marcas comerciais de géis fluoretados acidulados – Nupro (Dentisply) e Flutop (SSWhite) – e, como controle, um gel neutro – KY (Johnson & Johnson) – aplicados sobre as superfícies de corpos-de-prova da cerâmica Vitadur a (Vita Zahnfabrik). Os corpos-de-prova foram separados de acordo com os grupos: Grupo I- espécimes que foram autoglazeados; Grupo II - espécimes que receberam polimento mecânico; Grupo III - espécimes autoglazeados cujas superfícies receberam vaselina sólida. Para obtenção dos resultados, foi feita uma análise das superfícies após terem sofrido a ação dos géis com o auxílio de um aparelho rugosímetro. A análise estatística dos dados (ANOVA) mostrou uma diferença significante entre os fatores géis (p < 0,001) e grupos (p < 0,767) estudados.

Concluiu-se que os géis promoveram um aumento de irregularidades nas superfícies cerâmicas comparando-as com o grupo controle. O uso de vaselina sólida sobre a porcelana promoveu uma proteção contra o efeito dos géis acidulados. As superfícies cerâmicas glazeadas e polidas tiveram um comportamento semelhante entre si.

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Avaliação do escoamento da godiva plastificada em forno de microondas

OGLIARI, F. A.*, WAGNER, M. C., FONTANIVE, V. N., SAMUEL, S. M. W.

Odontologia Conservadora - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: ogliariodo@globo.com

A proposta deste trabalho foi verificar se o escoamento da godiva plastificada no microondas, encontra-se dentro dos parâmetros estabelecidos pela Especificação nº 3 da American Dental Association (ADA), que determina que, a 37ºC o escoamento deve ser menor que 6% e, a 45ºC, deve ser superior a 85%. Para tal fim foram confeccionados 20 corpos-de-prova plastificados no microondas e 20 plastificados na panela termostática. De acordo com a Especificação 10 corpos-de-prova de cada grupo foram armazenados a 37ºC por 20 minutos e os outros 10 a 45ºC por também 20 minutos. Após este tempo realizou-se o teste de escoamento que consta na referida Especificação. Tanto a godiva plastificada em panela termostática quanto a godiva plastificada no forno de microondas apresentaram índice de escoamento dentro dos parâmetros descritos na Especificação nº 3 da ADA.

Com base nos resultados deste estudo é possível concluir que a godiva pode ser plastificada no microondas visto que apresentou índice de escoamento dentro do estabelecido pela ADA, com a vantagem da rapidez, limpeza e praticidade da metodologia proposta.

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Resistência adesiva por cisalhamento entre cimento resinoso e dentina em função do sistema adesivo

BRANDÃO, C. H.*, PITA, A. P. G., FARIA, I. R., ADABO, G. L.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: faria@foar.unesp.br

O presente estudo avaliou a resistência adesiva ao cisalhamento de um cimento resinoso (Rely X) à dentina variando-se o sistema adesivo (Single Bond e Scotchbond Multi-Uso). Foram utilizados 30 incisivos bovinos incluídos em tubos de PVC em resina acrílica. As superfícies vestibulares foram lixadas até exposição dentinária de uma área plana, e os dentes foram divididos aleatoriamente em dois grupos. Concomitantemente, foram confeccionados 30 cilindros de porcelana feldspática (Duceram) com 8 mm de diâmetro x 3 mm de altura planificados. Os cilindros foram tratados com ácido fluorídrico 10% por 4 minutos, silanizados e submetidos a aplicação do sistema adesivo determinado. Para a cimentação, foi feito o tratamento da superfície dentinária com ácido fosfórico 37% por 15 segundos, lavagem, secagem e aplicação do sistema adesivo: grupo 1, duas gotas do adesivo monocomponente (Single Bond - 3M) e, grupo 2, aplicação de uma gota de “primer”, secagem e uma gota de adesivo. Então, foi feita a cimentação das peças de acordo com as recomendações do fabricante, sob força controlada (5 kgf). Após armazenagem em água a 37ºC por 24 horas, os corpos-de-prova foram submetidos a ensaio de cisalhamento em máquina de ensaios mecânicos MTS, modelo 810, com carga de 100 kN e velocidade de 1,0 mm/min. Os resultados demonstram que a resistência adesiva ao cisalhamento gerada pelo Scotchbond Multi-Uso (média 8,03) é superior ao Single Bond (média 3,93).

O sistema adesivo monocomponente (Single Bond) não foi capaz de proporcionar resistência adesiva equivalente ao sistema convencional.

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Avaliação do efeito do armazenamento de adesivos de frasco único na resistência de união à dentina

SADEK, F. T., MORENO, F. A. J.*, CARDOSO, P. E. C.

Materiais Dentários - Universidade de São Paulo. E-mail: fajmoreno@uol.com.br

O propósito deste estudo é avaliar o efeito do armazenamento do adesivo na resistência de união à dentina, através do teste de microtração, utilizando-se três adesivos armazenados por 1 ano. O esmalte oclusal de 12 molares humanos recém-extraídos foi removido expondo a superfície dentinária. Foi criada uma camada de “smear” pela abrasão da dentina em lixas 220, 320, 400 e 600 sob refrigeração. Os dentes foram divididos em três grupos: [SB] - Single Bond (3M-ESPE - EUA) ; [OS] - Optibond Solo Plus (SDS-Kerr - EUA) , [PB] - Prime & Bond NT (Dentsply - EUA). “Coroas” de resina com 5 mm de altura foram construídas nas superfícies dentinárias tratadas com os adesivos. Após 24 horas de armazenamento em água destilada a 37ºC, os corpos foram seccionados para obter uma série de palitos com área de 0,8 mm2. O teste de microtração foi realizado para cada palito em uma máquina de testes universal a 0,5 mm/min. Os adesivos foram armazenados, por 1 ano, em estufa a 33ºC sendo abertos uma vez por dia e pressionados expondo 1 gota. Após esse período, todos os procedimentos para o teste de microtração foram repetidos para outros 12 molares. Os dados foram analisados utilizando os testes de análise de variância e Tukey. Os valores médios obtidos (imediato/12 meses) em MPa foram: [SB] 42,84a/46,66a; [OS] 35,34a/39,40a; [PB] 22,47b/0,00c.

Conclusão: para os adesivos com acetona foi observado um decréscimo significativo na resistência à tração (p < 0,05), enquanto os adesivos com etanol não apresentaram variação estatisticamente significante durante o período de armazenamento.

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Efeito das luvas odontológicas na resistência à tração de silicona polimerizada por adição

FERREIRA, A. R.*, ROCHA, S. S., FONSECA, R. G., ADABO, G. L.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: anelinbr@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito das luvas odontológicas na força máxima de tração da silicona de adição Express (3M). Foram avaliados três métodos de manipulação: sem luvas - mãos lavadas com sabonete líquido e álcool 70º, sem contato prévio com luvas de látex (grupo controle); luvas de vinil; mãos lavadas com sabonete líquido e álcool 70º após 5 min em contato com luva de látex. Os corpos-de-prova, na forma de halteres com área útil retangular de 33 mm de comprimento, 6 mm de largura e 3 mm espessura (ASTM D 412), foram obtidos por meio de uma matriz metálica. Porções iguais de massa base e catalisadora foram manipuladas por 60 segundos e a matriz preenchida. Em seguida, os ensaios mecânicos foram realizados em dois tempos: 5 minutos e 10 minutos após a manipulação. O ensaio de tração foi realizado na máquina de testes mecânicos MTS modelo 810 com velocidade de 8,5 mm/min. Os valores de carga máxima (Newton) de 7 espécimes para cada condição experimental foram analisados estatisticamente. Não houve diferença estatística entre os tempos para cada método de manipulação individualmente, sugerindo não haver progressão de polimerização nestes períodos. No tempo de 5 min, os métodos de manipulação apresentaram igualdade estatística.

A manipulação com luvas de vinil ou mãos lavadas com sabonete líquido e álcool 70º após contato com luvas de látex não inibiu a polimerização da silicona de adição testada.

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Avaliação da radiopacidade de cimentos endodônticos pelo sistema de radiografia digital

SOUZA, G. M.*, CARVALHO-JÚNIOR, J. R., CRUZ-FILHO, A. M., CORRER-SOBRINHO, L., SOUSA-NETO, M. D.

Odontologia - Universidade de Ribeirão Preto. E-mail: souzagisela@hotmail.com

O objetivo deste trabalho foi utilizar o sistema de imagem digital Digora (Soredex Orion Corporation) para avaliar a radiopacidade dos cimentos AH Plus, Endofill, Endomethasone, Ketac-Endo, N-Rickert, Sealapex e Sealer 26. Para realização do teste foram confeccionadas placas de acrílico de 2,2 cm de largura e 4,5 cm de comprimento com 6 perfurações para obtenção de corpos-de-prova dos cimentos, de 2 mm de espessura e 8 mm de diâmetro. Uma escada de alumínio 99% de espessura dos degraus conhecida foi utilizada a fim de comparar as densidades radiográficas de seus degraus com a dos cimentos. As amostras foram radiografadas no sensor do Digora com auxílio do aparelho de raios X Spectro 70X (Dabi Atlante) de 70 kVp, com 8 mA, a uma distância de 40 cm. Após o processamento pela leitora óptica a laser, o software Digora for Windows 5.1 determinou a radiopacidade das áreas padronizadas fornecendo a média da densidade radiográfica de cada cimento. Os resultados evidenciaram haver diferença significante a nível de 5% entre as densidades radiográficas dos cimentos testados.

Concluiu-se que todos os cimentos apresentaram densidades radiográficas acima dos 4 mm de alumínio recomendados pela Especificação nº 57 da ADA e a ordem decrescente dos níveis de densidade radiográfica foi a seguinte: N-Rickert, Ketac-Endo, Endofill, AH Plus, Sealer 26, Endomethasone e Sealapex.

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Avaliação da microdureza em diferentes profundidades de resinas compostas para posterior

BORSATTO, M. C.*, CICCONE, J. C., PALMA DIBB, R. G.

Odontologia Restauradora - Universidade de São Paulo. E-mail: borsatto@forp.usp.br

O objetivo deste trabalho foi analisar a dureza em relação à profundidade de polimerização de diferentes resinas compostas indicadas para dentes posteriores, variando o tempo após a polimerização. Para cada resina composta testada: Solitaire 2 (Kulzer), P60 (3M), Prodigy Condesable (Kerr), Surefil (Dentsply) e Alert (Jeneric/Pentron), foram confeccionados 6 corpos-de-prova (com 2 mm de diâmetro e 4 mm de profundidade), utilizando uma matriz preta adaptada a uma mesa metálica e dividida por uma lâmina de aço, em dois hemicilindros iguais. Os espécimes foram confeccionados numa única camada polimerizada por 40 segundos e mantidos em recipiente escuro em umidade relativa 100% a 37ºC (estufa). A dureza foi avaliada em diferentes profundidades (superficie, 0,4 mm, 1,0 mm, 2,0 mm, 3,0 mm e ponta oposta - 4,0 mm) e em dois períodos de tempo (0 e 24 horas após a polimerização). Os dados foram analisados pela análise de variância a 3 critérios e teste Tukey (p < 0,05). Pode-se observar que as resinas P60, Surefil e Prodigy apresentaram maiores valores de dureza. Em relação a profundidade houve uma diminuição significativa na dureza com o aumento da profundidade. Foi observado que as médias apresentaram-se superiores após 24 horas.

Conclui-se que as resinas compostas testadas apresentaram dureza satisfatória até 2 mm de profundidade e que após 24 horas obteve-se maiores valores de dureza. A resina P60 apresentou os melhores resultados nas diferentes profundidades e tempo.

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Avaliação clínica dos peróxidos de hidrogênio e carbamida como agentes clareadores em dentes não vitais – estudo piloto

ALVES, M. G. A.*, BARREIROS, I. D.

Odontologia - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: mariaalice.alves@bol.com.br

Este estudo tem o propósito de avaliar a eficácia da associação do peróxido de hidrogênio a 35% e do peróxido de carbamida a 37% no tratamento clareador de dentes não vitais, com o objetivo de diminuir o tempo clínico das sessões. Inicialmente, no estudo piloto, foram atendidos 5 pacientes com dentes escurecidos e com tratamento endodôntico satisfatório. Após tomada radiográfica e isolamento do campo operatório, foi realizado o tampão com CIV no limite amelocementário. Em seguida, foi aplicado o peróxido de hidrogênio sobre toda a coroa, sendo fotoativado e permanecendo por 8 minutos, seguindo as instruções do fabricante. Quando foi necessário mais de uma sessão para se atingir a coloração ideal, um curativo com peróxido de carbamida foi colocado dentro da câmara coronária e selado com cimento provisório. Após 7 dias o paciente era avaliado e, se necessário, repetia-se os procedimentos. Todos os dentes sofreram alteração de cor significativa e a média do número de sessões foi de 3 sessões.

Os agentes clareadores mostraram-se eficazes. A utilização do peróxido de hidrogênio a 35% diminuiu o tempo clínico e a associação das técnicas, endógena e exógena, diminuiu o número de sessões do tratamento.

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Microinfiltração em dentes decíduos restaurados com resina composta após fotopolimerização com arco de plasma

WUO, A. V.*, MYAKI, S. I., BALDUCCI, I.

Odontopediatria - Universidade Braz Cubas. E-mail: vallewuo@uol.com.br

O propósito deste estudo in vitro foi avaliar a microinfiltração em preparos ocluso-proximais em dentes decíduos restaurados com resina composta utilizando fotopolimerização convencional ou com arco de plasma. Foram utilizados 10 molares decíduos, clinicamente hígidos onde foram confeccionados preparos ocluso-proximais nas faces mesiais e distais, restaurados com sistema adesivo Scotchbond Multi-Uso Plus (3M) e resina composta (Z100, 3M) e fotopolimerizadas com lâmpada convencional Ultra-Lux (Dabi Atlante) ou com o arco de plasma Apollo 95E (DMD). As amostras foram divididas em dois grupos: Grupo 1 (n = 10) fotopolimerização convencional e Grupo 2 (n = 10) fotopolimerização com arco de plasma. Os espécimes foram submetidos ao processo de ciclagem térmica (500 ciclos, 5ºC e 55ºC, 30 segundos em cada banho), impermeabilizados, e imersos em azul de metileno a 0,5%, pH = 7,2, durante 4 horas. Após foram seccionados longitudinalmente no sentido mésio-distal e avaliados quanto à microinfiltração. Os resultados obtidos demonstram que a fotopolimerização com arco de plasma diminui os níveis de microinfiltração. A análise estatística (teste de Mann-Whitney, p = 0,002) indicou haver diferença significante entre os grupos.

Concluiu-se que a fotopolimerização com arco de plasma pode diminuir a microinfiltração em dentes decíduos.

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Efeito do pH de soluções desmineralizante e remineralizante na liberação de flúor de cimentos de ionômero de vidro

SILVA, K. G.*, PEDRINI, D., DELBEM, A. C. B.

Odontologia Infantil e Social - Universidade Estadual Paulista. E-mail: kelionline@bol.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da variação de pH de soluções desmineralizante e remineralizante na capacidade de liberação de flúor de 2 cimentos de ionômero de vidro restauradores. Foram confeccionados, para cada material, 30 corpos-de-prova que foram imersos em 2 ml de soluções desmineralizante (Des-) e remineralizante (Re-). Estes corpos-de-prova foram divididos em 5 grupos, com 6 corpos-de-prova cada: Grupo I - solução Des- em pH 4,3; Grupo II - solução Des- em pH 4,6; Grupo III - solução Des- em pH 5,0; Grupo IV - solução Des- em pH 5,5; Grupo V - solução Des- em pH 6,2. A solução Re- tem a mesma composição em todos os grupos. Os corpos-de-prova permaneceram 6 horas na solução Des- e 18 horas na solução Re-. O flúor liberado foi analisado em intervalos de 24 horas durante 15 dias, utilizando eletrodo específico para íons flúor (Orion 9609 - BN) e analisador de íons (Orion 720A). Os resultados foram analisados através da análise de variância (p < 0,05), onde os dados sofreram transformação logarítmica. A média final de liberação de flúor (mg F/cm2) foi significativa, sendo maior para o Fuji II LC (1,73) e menor para o Ketac-Fil (1,65). Analisando a influência do pH, observou-se diferença significativa no flúor liberado em todos pHs estudados, na seguinte ordem decrescente: Grupos I (2,00), II (1,90), III (1,68), IV (1,48) e V (1,40).

Quanto menor o pH, maior a liberação de flúor; o cimento ionomérico modificado por resina liberou uma maior quantidade de flúor quando comparado ao cimento ionomérico convencional. (Apoio financeiro: FAPESP.)

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Resistência à tração diametral de cimentos resinosos duais em função do método de ativação

SANTOS, J. G.*, FONSECA, R. G., VAZ, L. G., ADABO, G. L., CRUZ, C. A. S.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: jujugs@zipmail.com.br

Foi avaliada a resistência à tração diametral de cimentos resinosos duais em função do método de ativação. Amostras (n = 10) obtidas com cimentos duais Variolink II, Scotchbond Resin Cement, Rely X, Enforce e Panavia F receberam os tratamentos: 1) nenhuma exposição à luz (grupos quimicamente ativados) ou 2) fotoativação por 60 segundos cada lado (grupos duais). Após armazenamento em água destilada por 24 horas, o ensaio foi realizado em máquina de ensaios Material Test System 810 (Minn., EUA), com célula de 1 kN e velocidade de 10 mm/min. O cimento resinoso quimicamente ativado Cement-It e o fosfato de zinco foram os grupos controle. Aplicou-se testes estatísticos paramétricos para comparar ambos os tratamentos em cada cimento dual e para comparar os grupos quimicamente ativados de todos os cimentos. Scotchbond Resin Cement (44,6 e 53,3 MPa), Variolink II (40,4 e 48,4 MPa) e Rely X (44,5 e 51,6 MPa) demonstraram maior resistência quando fotoativados, enquanto Panavia F (43,3 e 44,0 MPa) e Enforce (47,8 e 48,5 MPa) demonstraram igualdade estatística entre os tratamentos. Os grupos quimicamente ativados dos cimentos Scotchbond Resin Cement, Panavia F, Rely X, Enforce e Cement-It (44,2 MPa) foram estatisticamente semelhantes. O fosfato de zinco (4,2 MPa) apresentou a menor resistência e o Variolink II (40,4 MPa), resistência intermediária.

Mesmo sem fotoativação, os cimentos duais apresentaram maior resistência que a do fosfato de zinco e semelhante à do cimento quimicamente ativado, com exceção do Variolink II, que apresentou menor resistência em relação ao Cement-It.

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Verificação do desajuste cervical de RMF em função do revestimento empregado

COLARES, C. D.*, AFONSO, T. S., BARCA, L. F.

Prótese Restauradora - Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas/Centro Universitário Federal. E-mail: chrismoc@bol.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar o desajuste cervical de RMFs em função de revestimentos utilizados. Através de um troquel metálico esquemático, com preparo para coroa total, foram obtidos padrões de cera. A proporção liquido/pó de cada revestimento, foi de acordo com a indicação de seu fabricante. Para os revestimentos à base de gesso, a temperatura final do molde foi de 700ºC , e os à base de fosfato foi de 900ºC. Para a fusão da liga (Platgold), foi empregado maçarico gás-ar e a injeção foi por meio de centrifugação. As medições dos desajustes foram feitas através de um projetor de perfil (Carls Zeiss, MP-320), no Laboratório de Metrologia Dimensional da Escola Federal de Engenharia de Itajubá, cujo ambiente é todo climatizado em condições constantes de temperatura 20 ± 1ºC e umidade relativa do ar de 50 ± 5%. Após as medições obteve-se a média do desajuste dos corpos-de-prova para os respectivos revestimentos: ­Cient-Vesti (0,751 mm), Cristobalite Dentsply (0,503 mm), Cristobalite Herodent (0,536 mm), Cristobalite Polidental (0,441 mm), Heat Shock (0,161 mm), Precise (0,207 mm), Termocast (0,217 mm). Os dados foram submetidos ao teste de Bartlett e Levene e à análise das médias (ANOVA).

A análise dos resultados nos permitiu, concluir que o menor desajuste médio foi obtido pelos revestimentos Heat Shock, Precise e Termocast estatisticamente semelhantes; em posição intermediária os revestimentos Cristobalite Dentsply, Cristobalite Herodent e Cristobalite Polidental estatisticamente semelhantes e por último o revestimento Cient-Vesti. (Apoio financeiro: PIBIC/CNPq - Efoa.)

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Avaliação da progressão da dureza de resinas para reembasamento

AZEVEDO, A.*, MACHADO, A. L., GIAMPAOLO, E. T., PAVARINA, A. C., VERGANI, C. E.,
CRUZ, C. A. S.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: azevedo71@hotmail.com

Neste estudo o grau de polimerização e o efeito da água foram avaliados, por meio de ensaio de dureza, nas resinas para reembasamento Duraliner II - D e Kooliner - K e na resina termopolimerizável Lucitone 550 - L. Corpos-de-prova (10 x 10 x 10 mm) foram armazenados a seco à temperatura ambiente e a dureza foi mensurada após 1 h, 2, 7, 30 e 90 dias, com o aparelho Wolpert. Os corpos-de-prova foram então imersos em água a 37ºC e os testes realizados nos intervalos citados. Foram confeccionados 5 corpos-de-prova para cada material, seguindo-se as instruções dos fabricantes, e cinco corpos-de-prova adicionais da resina D submetidos a um tratamento térmico (imersão em água a 55ºC por 10 min). Os resultados submetidos ao teste de Kruskal-Wallis (a = 0,01) indicaram que a dureza do material L aumentou (p < 0,01) de 1 h (VHN = 23,2) para 30 dias (VHN = 27,1) e, após, nenhuma diferença significativa foi observada. Para o material D ocorreu um aumento contínuo na dureza até 90 dias (VHN = 7,3). Quando o material D foi tratado termicamente, nenhuma diferença significativa na dureza foi observada após 30 dias (VHN = 7,2). Para o material K, a dureza aumentou gradualmente até o período de 7 dias (VHN = 9,1) e, então, estabilizou. Após 48 h em água, todos os materiais apresentaram redução significativa na dureza.

Concluiu-se que todos os materiais apresentaram tendência a um aumento da dureza durante o armazenamento a seco. A imersão em água resultou em diminuição dessa propriedade para todas as resinas. A realização do tratamento térmico não teve efeito sobre a dureza da resina D. (Apoio: CNPq - 520866/00-2.)

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Penetração do CIV em sulcos e fissuras de pré-molares permanentes – análise

SILVA, C. A.*, REIS, R. R.

Prótese Restauradora - Centro Universitário Federal de Alfenas. E-mail: resendehip@bol.com.br

O objetivo do trabalho foi avaliar a penetração de dois cimentos de ionômero de vidro (Vitremer 3M e Ketac-Cem) aplicados em sulcos e fissuras de pré-molares permanentes. Foram selecionados 22 pré-molares permanentes superiores ou inferiores extraídos. No Grupo I, nos sulcos e fissuras foi aplicado o cimento de ionômero de vidro Vitremer 3M, fotopolimerizável após o condicionamento com ácido fosfórico à 35% e aplicação de adesivo. No Grupo II, o condicionamento ácido foi realizado com ácido poliacrílico e o adesivo. Posteriormente efetuamos a aplicação do cimento de ionômero de vidro Ketac-Cem, quimicamente polimerizável. Em seguida, em cada dente foram feitos 3 cortes longitudinais (sentido V-L) desprezando as porções mesial e distal resultando em 4 superfícies a serem examinadas onde foram medidas o tamanho da fissura e a penetração do cimento por meio do programa Jandel Sigma Scan version 2.0. À partir das médias obtidas foi aplicado o teste de Tukey e análise de variância para observação de possíveis diferenças entre a penetração dos materiais no fundo das fissuras através do software SISVAR (Ferreira, 2000). O Ketac-Cem obteve 93,9% de penetração e o Vitremer 3M, 81,4%. Os materiais apresentaram altos valores de penetração havendo ausência do selante em apenas 2 faces do Grupo I.

O Ketac-Cem apresentou maior penetração nos sulcos e fissuras.

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A liberação de monômero residual na água de uma resina termopolimerizada sob pressão

CARVALHAL, C. I. O.*, CRUZ, C. A., MELLO, J. A. N., OLIVEIRA, L. B. A.

Faculdade de Ciências da Saúde - Universidade do Amazonas. E-mail: cintiacarvalhal@yahoo.com.br

A polimerização sob pressão de resinas acrílicas causam menos porosidade. Entretanto, a correta relação entre tempo versus temperatura versus pressão usada em resina termopolimerizável é desconhecida. Os ciclos de polimerização avaliados neste estudo apresentavam pressão e temperatura constantes, mas, o tempo variou em: 1:30 h, 2:00 h e 2:30 h. Os ciclos foram comparados através da liberação de monômero residual na água com o ciclo de banho de água quente, o qual foi utilizado como controle. A resina utilizada foi a Lucitone 550 (Dentsply). O ciclo controle foi polimerizado à 1:30 h/70ºC + 1:30 h/100ºC (G1), e os grupos acrilizados sob pressão de 0,4 MPa em 100ºC possuíam os seguintes tempos: 1:30 h (G2), 2:00 h (G3) e 2:30 h (G4). O monômero residual foi avaliado após 24 h (mg/cm2), e 10 espécimes retangulares (65 x 10 x 2,5 mm) foram fabricadas para cada grupo. Os dados foram estudados de acordo com a análise de variância (ANOVA) e os resultados foram comparados com intervalos Tukey-Kramer (p < 0,05). Após um dia de armazenamento na água os grupos mostraram níveis significativamente diferentes de monômero residual. Os grupos em ordem decrescente de liberação de monômero residual foram: G2 (8,2 ± 4,73 mg/cm2) a, G4 (4,76 ± 2,5 mg/cm2) ab, G3 (3,96 ± 2,84 mg/cm2) b, e G1 (3,41 ± 1,64 mg/cm2) b, (p < 0,05).

A polimerização sob pressão de 0,4 MPa a 100ºC com 2:00 h (G3) e 2:30 h (G4) são semelhantes ao grupo controle. O grupo 3 apresenta vantagem de reduzir 30% no tempo de polimerização. A acrilização sob pressão é um método rápido e fácil na produção de próteses, e pode ser usada com segurança.

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Avaliação de ligas à base de prata no desajuste cervical de RMFS

CORDEIRO, B. B.*, AFONSO, T. S., BARCA, L. F.

Prótese Restauradora - Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas/Centro Universitário Federal. E-mail: brunobc.efoa@zipmail.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar o desajuste cervical de ligas à base de prata (Dentsply; DFL; Pratalloy; Super Alloy; Tecnofix). Através de um troquel metálico esquemático, com preparo para coroa total, foram obtidos padrões de cera. Constatou-se a integridade do padrão de cera com uma lupa estereoscópica (Ascania, GSZ-2). Incluiu-se com revestimento Cristobalite Herodent. A temperatura final do molde foi de 480ºC. Para a fusão das ligas foi empregado maçarico gás-ar e a injeção das ligas foi feita por meio de centrifugação. As medidas das RMFs foram realizadas através de um projetor de perfil (Carl Zeiss, MP-320), no Laboratório de Metrologia da Escola Federal de Engenharia de Itajubá, cujo ambiente é climatizado com temperatura de 20 ± 1ºC e umidade relativa do ar de 50 ± 5%. Foram realizadas 3 leituras em quatro pontos eqüidistantes previamente marcados no troquel, e o desajuste de cada RMF é a média aritmética dos quatro pontos. Após as medições obteve-se a média do desajuste das ligas: Dentsply (0,258 mm); DFL (0,254 mm); Pratalloy (0,132 mm); Super Alloy (0,309 mm) e Tecnofix (0,229 mm). Os dados foram submetidos ao teste de normalidade de Anderson-Darling, ao teste de Bartlett, teste de Levene e à análise das médias (ANOM).

A análise dos resultados nos permitiu concluir que o menor desajuste médio foi obtido com a liga Pratalloy, e é estatisticamente diferente dos desajustes obtidos com as demais ligas. As ligas Dentsply, DFL, Super Alloy e Tecnofix são semelhantes estatisticamente. (Apoio financeiro: Efoa - Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas.)

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Resistência à fratura in vitro de “inlays” de cerâmica e resina composta cimentados ao dente natural extraído

HILGERT, L. A.*, SILVA, S. B. A., BUSATO, A. L. S.

Faculdade de Odontologia - Universidade de Passo Fundo. E-mail: leandrohilgert@uol.com.br

Este estudo procurou avaliar a resistência à fratura de restaurações tipo “inlay” de cerâmica (Vitadur Alpha - Vita) e de resina composta (Zeta - Vita; Targis - Ivoclar; Solidex - Shofu) cimentadas a pré-molares humanos naturais extraídos, bem como classificar os espécimes quanto ao seu modo de fratura. Quarenta dentes pré-molares hígidos foram preparados para receber uma restauração tipo “inlay”. Eles foram divididos em quatro grupos de acordo com o material restaurador (Grupo A - Vitadur Alpha, Vita; Grupo B - Zeta, Vita; Grupo C - Targis, Ivoclar; Grupo D - Solidex, Shofu). Todos os “inlays” foram cimentados aos dentes através de um agente cimentante resinoso (Opal - 3M). Forças de compressão foram aplicadas sobre as restaurações até que ocorresse a fratura. Os valores de compressão que causaram a fratura foram medidos e houve a classificação do padrão de fratura.

As forças necessárias para a fratura dos espécimes não obtiveram diferença estatisticamente significativa entre os grupos (Grupo A - 1.070 N ± 313,8 N; Grupo B - 942,4 N ± 172,4 N; Grupo C - 1.039 N ± 271,9 N; Grupo D - 1.022 N ± 186,3 N). O modo de fratura predominante foi severa do dente e/ou “inlay”, com modo de fratura mais desfavorável nas restaurações cerâmicas. (Apoio: PIBIC/UPF.)

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Análise da eficiência da proteção de superfície em restaurações de resina composta

MAGALHÃES, W.*, PANZERI, F. C., FERNANDES, D. R., CASEMIRO, L. A.

Odontologia - Universidade de Franca. E-mail: novaformula@uol.com.br

O objetivo desse trabalho foi analisar a eficiência de um selante de superfície (Fortify - Bisco), de um “primer” e um adesivo dentinário (Scothbond - 3M) no selamento marginal de restaurações de resina composta. Para isso, foram selecionados 20 dentes hígidos, recém-extraídos onde foram preparadas cavidades classe I que foram restauradas com resina composta (Solitaire - Heraeus-Kulzer). Após o término e polimento das restaurações, os dentes foram divididos em grupos de cinco amostras, de forma que o Grupo 1 não recebeu proteção e foi considerado controle. Os demais foram assim protegidos: Grupo 2 - selante de superfície; Grupo 3 - “primer”; Grupo 4 - adesivo dentinário. Em seguida, as amostras foram termocicladas, coradas com Rodamina B e seccionadas longitudinalmente. Após o corte das amostras, elas foram analisadas em microscópio comparador para análise de penetração de corante, de forma que foram padronizados os seguintes escores: 0) sem infiltração; 1) somente em esmalte até o limite da junção amelo-dentinária; 2) em dentina até a metade da distância até a polpa e 3) em dentina além da metade da distância até a polpa.

Os resultados indicaram que as restaurações protegidas com selante de superfície foram as que apresentaram os menores índices de infiltração marginal, seguido do “primer” e do adesivo dentinário.

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Microinfiltração em dentes decíduos restaurados com cimento de ionômero de vidro após uso do laser de Er:YAG

ALMEIDA, B. S. C.*, MYAKI, S. I., TANJI, E. Y., FRIGGI, M. N. P.

Odontopediatria - Universidade Ibirapuera. E-mail: cunhadealmeida@aol.com

O objetivo deste estudo in vitro foi de avaliar a microinfiltração em cavidades de classe V de dentes decíduos preparados com o laser de Er:YAG ou com instrumento cortante rotatório diamantado (ICRD) associado à turbina de alta velocidade, que foram restaurados com cimento de ionômero de vidro modificado por resina. Foram utilizados 20 dentes decíduos anteriores, esfoliados naturalmente, que foram divididos em 2 grupos. Grupo 1 (n = 10): controle, onde os preparos cavitários foram confeccionados pelo método convencional, com ICRD no 1090 em turbina de alta velocidade. Grupo 2 (n = 10): experimental, onde foi utilizado o laser de Er:YAG com 300 mJ de energia por pulso e 2 Hz de freqüência (em esmalte) e 200 mJ de energia por pulso e 2 Hz de freqüência (em dentina). Todos os preparos cavitários foram realizados na face vestibular, com margens em esmalte. As restaurações foram realizadas com cimento de ionômero de vidro modificado por resina (Vitremer - 3M), seguindo-se as recomendações do fabricante. Após as res­taurações, os espécimes foram termociclados, impermeabilizados, imersos em corante de azul de metileno 0,5%, pH 7,2, durante 4 horas, seccionados e avaliados quanto à microinfiltração. Os resultados revelaram que as amostras preparadas com o laser de Er:YAG apresentaram valores de microinfiltração significantemente menores do que os preparados com ICRD (teste de Mann-Whitney, p = 0,003).

Concluiu-se que o uso do laser de Er:YAG propiciou restaurações com menores graus de microinfiltração do que as preparadas pelo método convencional.

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Análise in vitro da atividade antibacteriana de selantes de superfície sobre Streptococcus mutans

LAMAC, A. C. C.*, RUFINO, T. C., PIMENTA, F. J. G. S., NEVES, A. D., DISCACCIATI, J. A. C., SANDER, H. H., SANTOS, V. R.

Faculdade de Odontologia - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: aninhalamac@yahoo.com

Os selantes de superfície, além de diminuírem a taxa de desgaste das resinas em dentes posteriores, melhoram sua integridade marginal. A possível existência de propriedades antibacterianas nestes materiais poderia minimizar os efeitos da microinfiltração. O objetivo deste estudo foi avaliar a atividade antibacteriana dos selantes de superfície Fortify®, Fortify Plus®, OptiGuard®, Perma Seal®, Protect-it® e Selante de Superfície® contra S. mutans, in vitro. Para isto, foram preparadas 24 placas de Petri com ágar Mueller-­Hinton, previamente inoculadas com S. mutans, em ambiente asséptico. Cada placa recebeu 4 discos de papel estéreis, sendo 3 embebidos com um dos materiais testados, e outro com água destilada estéril (controle negativo). Cada placa recebeu ainda 1 “sensibiodisc” de vancomicina 30 mcg (controle positivo). Após 48 h de incubação em ambiente de microaerofilia, os halos de inibição de crescimento bacteriano foram medidos. Os resultados, avaliados pelo teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis, demonstraram haver diferença significativa entre os materiais (p < 0,05), na seguinte ordem decrescente de atividade antibacteriana: vancomicina > OptiGuard® > Protect-it® > Fortify® > Fortify Plus®, Perma Seal®, Selante de Superfície® e água destilada.

Concluiu-se que algumas marcas comerciais de selantes de superfície podem ser efetivas em inibir o crescimento de S. mutans, in vitro.

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Efeito de sistemas adesivos autocondicionantes sobre a superfície do esmalte dental intacto e desgastado

HIPÓLITO, V. D.*, GOES, M. F., CHAN, D. C. N.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: vdhipolito@yahoo.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito dos sistemas autocondicionantes na superfície do esmalte dental intacto e desgastado. Superfícies de esmalte de molares humanos hígidos foram desgastadas com ponta de diamante e regularizadas com lixas carbeto de Si #600. As superfícies de esmalte intacto e desgastado foram distribuídas em 3 grupos. Nos Grupos 1 e 2 os componentes do Clearfil SE Bond (Kuraray) e Prompt L-Pop (3M ESPE) foram aplicados em 5 superfícies para cada grupo, seguido por imersão em álcool e acetona. No Grupo 3 o ácido fosfórico a 35% foi aplicado por 20 s. Os espécimes foram imersos em HMDS por 10 min  e deixados por 12 h em temperatura ambiente. Em metade dos espécimes dos Grupos 1 e 2, após o “primer” foi aplicada uma camada de compósito e no Grupo 3, o Single Bond e o compósito Z250. Os espécimes foram desmineralizados em HCl 6 N. Após desidratação, foram observados em MEV (Jeol - 5600LV). O Grupo 1 não apresentou alterações nas superfícies de esmalte intacto. Um padrão de condicionamento suave foi obtido nas superfícies desgastadas. A penetração da resina não foi claramente observada no esmalte intacto e superfícies desgastadas. Os Grupos 2 e 3 apresentaram nítidas porosidades em toda superfície e com padrões de condicionamento mais profundos no esmalte desgastado. Os prolongamentos de resina apresentaram-se intimamente adaptados tanto em esmalte intacto quanto desgastado.

O sistema Clearfil SE Bond não demonstrou efetividade no condicionamento de superfícies de esmalte intacto e desgastado.

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Avaliação da resistência da colagem de “brackets” em primeiros e segundos pré-molares humanos

GOURGUES, L. J.*, MENEZES, L. M.

Odontologia Preventiva - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. E-mail: gourgues@terra.com.br

Este estudo in vitro foi realizado com o objetivo de comparar a resistência da colagem ao cisalhamneto entre primeiros e segundos pré-molares humanos. Foram utilizados 40 dentes, extraídos por indicação ortodôntica, sendo divididos em dois grupos de 20: Grupo A (primeiros pré-molares) e Grupo B (segundos pré-molares). Os dentes foram armazenados, em solução de timol 0,1% e posteriormente montados em anéis de PVC para realização do ensaio mecânico. A superfície de cada dente foi devidamente preparada para que ocorresse uma colagem adequada dos “brackets” (3M Unitek). Após a colagem, os dentes foram mantidos em água destilada, por 7 dias, à temperatura de 36 ± 1ºC até a realização do ensaio mecânico. Os corpos-de- prova foram submetidos ao teste de resistência ao cisalhamento (máquina Panambra Pantec, versat 500) a uma velocidade de 0,5 mm/minuto. Os dados obtidos foram avaliados estatisticamente através do teste t de Student, adotando o nível de 5% de significância (p < 0,05). O modo de fratura foi observado através de uma lupa com aumento de 8 X (Intex). Os valores médios da resistência da colagem ao cisalhamento, para os grupos A e B foram, respectivamente de 31,96 kgf/cm2 e 35,24 kgf/cm2.

Os resultados demonstraram um comportamento semelhante para os grupos A e B, indicando que tanto primeiros quanto segundos pré-molares podem ser utilizados em testes de resistência ao cisalhamento.

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Estudo da rugosidade em resinas para confecção de provisórios

MELO, R. M.*, KIMPARA, E. T., LEITE, F. P. P., CASTRO FILHO, A. A., ARAÚJO, M. A. J., MIYASHITA, E., DIAS, A. H. M.

Materiais Odontológicos e Prótese Dentária - Universidade Estadual Paulista. E-mail: marquesdemelo@bol.com.br

Em razão da importância da presença de lisura superficial nas restaurações provisórias para a sáude pe­riodontal, esse estudo teve como objetivo avaliar a rugosidade de resinas utilizadas para confecção de res­taurações provisórias. Os três materiais utilizados foram: resina acrílica convencional (Duralay/Reliance Dental Mfg. Co.), resina acrílica fotopolimerizável (Unifast/GC America) e resina composta bisacrílica (Instatemp/Sterngold Implamed). Foram confeccionados 10 corpos-de-prova (CP) de cada material, com 2 mm de espessura e 10 mm de diâmetro. Após a polimerização, todos os espécimes foram armazenados em água destilada. Posteriormente foi realizado o procedimento de acabamento e polimento, seguindo as recomendações dos fabricantes. Em seguida foram realizadas as leituras em rugosímetro digital. As mé­dias obtidas em Ra para cada grupo foram: G1 (Duralay) - 0,41; G2 (Instatemp) - 0,42; G3 (Unifast) - 0,32.

A análise estatística realizada pelo método Kruskal-Wallis com 5% de significância permitiu concluir que os materiais utilizados não apresentaram diferenças estatisticamente significantes (p = 0,07).

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Efeito da limpeza cavitária na força de adesão à dentina.

ANDRADE, A. P.*, RUSSO, E. M. A., CARVALHO, R. C. R., SHIMAOKA, A. M., CAMPOS, K. B.

Dentística - Universidade de São Paulo. E-mail: alealesi@zipmail.com.br

A proposta deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes tratamentos de limpeza na força de adesão à dentina. Quarenta incisivos centrais e laterais, foram inseridos em resina acrílica e divididos aleatoriamente em 5 grupos de 8 espécimes cada. Todas as superfícies vestibulares receberam um desgaste até 1,0 mm além do limite amelodentinário com IAD nº 4102, sendo a caneta de alta rotação lubrificada por 3 segundos a cada desgaste. Os grupos receberam os seguintes tratamentos: Grupo I - “spray” ar/água (SA/A) por 20 s; Grupo II - (SA/A) por 20 s, profilaxia com pedra-pomes/água (PP/A) por 5 s, (SA/A) por 10 s; Grupo III - (SA/A) por 20 s, (PP/A) por 5 s, (SA/A) por 10 s, Tergensol (um detergente biológico) por 5 s, (SA/A) por 10 s; Grupo IV - (SA/A) por 20 s, (PP/A) por 5 s, (SA/A) por 10 s, EDTA-T por 5 s, (SA/A) por 10 s; GrupoV-( SA/A) por 20 s, (PP/A) por 5 s, (SA/A) por 10 s, clorexidina 2% por 10 s, (SA/A) por 10 s. Foi aplicado o sistema adesivo Single Bond (3M). Uma matriz de teflon com diâmetro de 3 mm foi fixada na superfície da dentina para limitar a área a ser restaurada com resina Z250 (3M). Os espécimes foram armazenados em água destilada a 37ºC por 24 horas, termociclados e submetidos à tração em uma máquina Instron. A análise de variância e o teste de Tukey foram usados para comparar os vários grupos (p < 0,05). Resultados em MPa: Grupo I : 6,56; Grupo II: 6,86; Grupo III: 11,79; Grupo IV: 9,68; Grupo V: 11,98. Não foi encontrada diferença estatisticamente significante entre os grupos I e II e entre os grupos III, IV, V. Os grupos III, V mostraram diferença estatisticamente significante em relação aos grupos I e II.

Pudemos concluir que a limpeza com Tergentol e clorexidina 2% foi capaz de aumentar a força de adesão à dentina.

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Influência do número de aplicações de peróxido de carbamida a 35% na microdureza de resinas compostas micro-híbridas

ROCHA, G. F.*, FIDALGO, S., PAES, T., AMBROSANO, G., BASTING, R. T., CAMPOS, I.

Denstística - Universidade Estácio de Sá. E-mail: rochagf@ig.com.br

O objetivo deste trabalho in vitro foi avaliar, através de análise de microdureza, a influência do número de aplicações de gel contendo peróxido de carbamida a 35%(Opalescence Quick - Ultradent) em resinas compostas micro-híbridas. Foram confeccionados vinte corpos-de-prova de cada uma das resinas testadas sendo dez (n = 10) pertencentes ao grupo que recebeu duas aplicações (2 X) de peróxido de carbamida a 35% e dez destinados ao grupo que recebeu quatro aplicações (4 X) do gel. Para a confecção dos corpos-de-prova, matrizes cilíndricas de acrílico (2 x 4 mm), foram preenchidas com cada um dos materiais, os quais foram fotopolimerizados por 40 segundos. Os corpos-de-prova confeccionados foram submetidos ao tratamento clareador (0,1 cc de gel), por quarenta minutos, sendo este procedimento repetido por duas vezes (grupo de 2 aplicações) e quatro vezes (grupo de 4 aplicações). Foram realizadas três indentações na superfície de cada corpo-de-prova, utilizando-se carga de 25 g, durante 5 segundos. Os testes foram avaliados estatisticamente (ANOVA e teste de Tukey). Médias: Charisma (2X) 39,54 B a; (4X) 38,84 C a; Concept (2X) 47,72 B b; (4X) 69,24 A a; Point 4 (2X) 66,03 A a; (4X) 55,40 AB a; Suprafill (2X) 46,76 B a; (4X) 44,84 BC a; Vitalescence (2X) 63,72 A a; (4X) 65,31 A a; Z250 (2X) 68,83 A a; (4X) 65,18 A a.

Foi possível concluir que quatro aplicações de peróxido de carbamida a 35% aumentaram de forma significativa a microdureza superficial da resina Concept, quando comparadas a duas aplicações do clareador. Para os outros materiais o número de aplicações do gel não influenciou estatisticamente sua microdureza superficial.

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Efeito da contaminação salivar na microinfiltração de restaurações de resina composta com margens em esmalte e dentina

ROSA, C. B.*, FONTES, C. M., HARA, A. T., MATHIAS, P.

Odontologia - Universidade Federal da Bahia. E-mail: becherrosa@zipmail.com.br

O objetivo do presente estudo foi investigar a influência da contaminação salivar na microinfiltração de restaurações de resina composta. Sessenta incisivos bovinos foram selecionados e duas cavidades classe V preparadas: uma em esmalte e outra em dentina. Os dentes foram divididos em 3 grupos e restaurados sob condições normais (G1), após contaminação da cavidade com saliva por 15 segundos, antes do condicionamento com ácido fosfórico a 37% (G2), e contaminação com saliva após condicionamento, lavagem e secagem da cavidade (G3). Os dentes foram restaurados usando um sistema adesivo à base de acetona e com resina composta híbrida. Todos os grupos foram submetidos à ciclagem térmica, imersos em solução tamponada de azul de metileno a 2% e seccionados ao meio. A extensão da penetração do corante na margem da restauração foi avaliada através de uma lupa estereoscópica por 3 examinadores independentes.

Conclusão: a contaminação salivar em superfícies dentinárias condicionadas resultou em maiores valores de microinfiltração nas restaurações de resina composta usando um sistema adesivo à base de acetona.

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Influência da camada híbrida na resistência à microtração do sistema Prime & Bond 2.1 após 1 ano de armazenamento em água

OLIVEIRA, L. V.*, DIAS DE SOUZA, G. M., DIAS, C. T. S., PAULILLO, L. A. M. S.,
PEREIRA, G. D. S.

Dentística - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: dr.leovo@terra.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da desproteinização da dentina na resistência à microtração do sistema Prime & Bond 2.1 após 12 meses de armazenamento em água destilada. Dezesseis discos com aproximadamente 3 mm de espessura foram obtidos da dentina coronária de terceiros molares humanos. Após a padronização da espessura da lama dentinária com lixas de carbureto de silício granulação 600 os dentes foram aleatoriamente divididos em quatro grupos (n = 4). Nos grupos G1 e G2 o sistema Prime & Bond 2.1 (PB), foi aplicado na superfície dentinária de acordo com instruções dos fabricantes. Nos grupos G3 e G4 o mesmo sistema foi aplicado nas superfícies tratadas previamente com hipoclorito de sódio (HS) a 10% por 1 minuto. Coroas com 8 mm de altura foram construídas nas superfícies com o compósito TPH Spectrum. Após 24 horas (A- G1 e G3) e 1 ano (B- G2 e G4) imersos em água destilada, os dentes restaurados foram seccionados paralelamente ao seu longo eixo, nos sentidos mésio-distal e vestíbulo-lingual, para a obtenção dos espécimes, com aproximadamente 1 mm2, que foram submetidos ao teste estatístico. O teste de Tukey apontou os resultados em MPa: G1- PBA 33,2 a; G3- PBHSA 30,5 ab; G4- PBHSB 28,8 b; G2- PBB 27,6 b.

Através dos resultados conclui-se que o comportamento do sistema Prime & Bond 2.1 não foi influenciado pela remoção do colágeno contudo, seus valores de adesão decresceram significativamente após 1 ano de armazenamento em água quando a desproteinização não foi realizada.

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Efeito do peróxido de carbamida a 35% na microdureza superficial de resinas compostas microparticuladas

PIRRONE, R.*, SCHETTINI, L., AMBROSANO, G., BASTING, R. T., CAMPOS, I.

Odontologia - Universidade Estácio de Sá. E-mail: renata.pirrone@ig.com.br

O objetivo deste trabalho in vitro foi avaliar a microdureza superficial de resinas microparticuladas submetidas ao tratamento com peróxido de carbamida a 35% (Opalescence Quick - Ultradent). Foram confeccionados 20 corpos-de-prova de cada material restaurador empregado (Heliofill - Vigodent; Durafill - Kulzer; A110 - 3M), distri­buídos entre grupos experimental (e) e controle (c) (n = 10). Matrizes cilíndricas de acrílico foram preenchidas com um único incremento de cada resina, procedendo-se à fotopolimerização por 40 segundos. Os corpos-de-prova experimentais receberam 0,1 cc de um gel clareador contendo peróxido de carbamida a 35% por quarenta minutos, sendo este procedimento repetido por quatro vezes. Ao término de cada aplicação do gel aplicador, os corpos-de-prova foram abundantemente lavados em água corrente, secos com papel absorvente e imersos em saliva artificial. Ao término das quatros aplicações os espécimes permaneceram em saliva artificial até sua leitura em microdurômetro. Os corpos-de-prova do grupo controle permaneceram durante todo o período imersos em saliva artificial. Para os ensaios de microdureza Knoop, foram realizadas três indentações na superfície de cada corpo-de-prova (25 g, 5"). A média dos valores obtidos foi transformada em números de dureza Knoop (KHN) e os dados foram avaliados estatisticamente (ANOVA e teste de Tukey): Heliofil (e) 41,38 Aa; (c) 41,11 Aa, Durafill (e) 32,03 Ba; (c) 30,48 Ba, A110 (e) 58,37 Aa; (c) 41,36.

De acordo com os resultados obtidos, concluiu-se que a aplicação do agente clareador contendo peróxido de carbamida a 35% em resinas microparticuladas não provocou alterações de microdureza superficial.

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Avaliação da intensidade de luz e do grau de informação dos profissionais com relação a aparelhos fotopolimerizadores

LIMA, L. C. M.*, MACHADO, C. T., REZENDE, W. G., MESQUITA, C. L. M. S. P., SEABRA, F. R. G.

Odontologia - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: lu_collier@hotmail.com

O propósito deste estudo foi avaliar a intensidade de luz emitida pelos aparelhos fotopolimerizadores utilizados em consultórios particulares na cidade de Natal/RN, como também o nível de conhecimento dos cirurgiões-dentistas a respeito da intensidade de luz satisfatória para polimerização adequada das resinas compostas, que deve ser de, no mínimo, 300  mW/cm2. Com o auxílio de um radiômetro, mediu-se a intensidade de luz de 50 aparelhos fotopolimerizadores de diferentes consultórios dentários e aplicou-se um questionário para verificar o grau de instrução dos profissionais a respeito da intensidade de luz emitida pelos seus aparelhos. Os dados colhidos foram submetidos à análise estatística pelo teste t e obtiveram-se os seguintes resultados: a média da intensidade de luz emitida pelos aparelhos foi de 266,96 mW/cm2 (DP = 115,51) onde 60% destes apresentaram uma emissão de luz abaixo de 300 mW/cm2; 58% dos profissionais (grupo 1) não tinham conhecimento a respeito da intensidade de luz satisfatória para polimerização adequada das resinas compostas enquanto que 42% dos profissionais (grupo 2) mostraram-se esclarecidos quanto à questão; o grupo 1 apresentou uma média da intensidade de luz emitida pelos seus aparelhos de 240,07 mW/cm2 (DP = 120,25) enquanto que no grupo 2 essa média foi de 304,09 mW/cm2 (DP = 99,73) – p = 0,02.

Com base nos resultados encontrados, concluiu-se que a média da intensidade de luz emitida pelos aparelhos está abaixo dos padrões aceitáveis provavelmente devido à falta de conhecimento dos profissio­nais a respeito da importância de uma correta emissão de luz.

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Influência do sistema de polimerização sobre a microinfiltração marginal e dureza das restaurações de resina composta

BEZZON, F.*, CAVALCANTE, L. M. A., PERIS, A. R., AMARAL, C. M., PIMENTA, L. A. F., AMBROSANO, G. M. B.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: thunderfb@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência de 3 técnicas de polimerização: Convencional (C), Soft-Start (SS) e Arco Plasma (PAC) sobre a microinfiltração e dureza de restaurações em resinas compostas micro-híbrida Z250/3M e compactável Surefil/Dentsply. Prepararam-se 152 cavidades tipo “slot” vertical em incisivos bovinos, divididas em 8 grupos: G1: Surefil/C - 800 mW/cm2 [40 s]; G2: Surefil/SS1 - 75 mW/cm2 [10s] – 518 mW/cm2 [30 s]; G3: Surefil/SS2 - 170 mW/cm2 [10 s] - 518 mW/cm2 [30 s]; G4: Surefil/PAC - 1.468 mW/cm2 [3 s]; G5: Z250/C - 800 mW/cm2 [40 s]; G6: Z250/SS1 - 75 mW/cm2 [10s] - 518 mW/cm2 [30 s]; G7: Z250/SS2 - 170 mW/cm2 [10 s] - 518 mW/cm2 [30 s]; G8: Z250/PAC - 1.468 mW/cm2 [3 s]. Após termociclagem, as amostras foram imersas em solução corante para avaliação de microinfiltração. Dez amostras foram aleatoriamente selecionadas para análise de dureza. Quanto a microinfiltração o teste de Kruskal, Wallis-p < 0,05 e de comparação múltipla (postos médios: G1 = 63,1 ab; G2 = 87,6 bcd; G3 = 96,8 cd; G4 = 101,7 d; G5 = 55,4 a; G6 = 55,4 a; G7 = 70,0 abc; G8 = 81,6 abcd), não demonstraram diferença estatisticamente significativa entre as técnicas com a Z250. Entretanto, para a Surefil, a técnica C diminuiu a microinfiltração, seguida da SS1. Os dados de dureza ­Knoop (KHN) foram submetidos ao teste ANOVA 3 fatores e Tukey (p < 0,01) que revelaram diferenças entre as profundidades (média KHN): dureza no topo (109,1 a) > média (104,2 b) > cervical (97,8 c).

Concluiu-se que nenhuma das técnicas foi capaz de eliminar a microinfiltração; em relação a microdureza a superfície de topo sempre apresentou as maiores médias.

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Influência do tipo de instrumento rotatório na resistência ao cisalhamento de compósito cimentado em esmalte

MIRANDA, M. S., GOMES JR., B.*, SILVA, T. M. P., SAMPAIO, H., DIAS, K.

Dentística - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: bgomesjunior@zipmail.com.br

O presente estudo teve por objetivo avaliar a influência do tipo de instrumento rotatório na resistência ao cisalhamento de uma resina de uso indireto cimentada com cimento resinoso em esmalte dental. Foram utilizados 9 primeiro molares permanentes humanos recém-extraídos, retidos pelas raízes em uma base de resina e divididos aleatoriamente em 3 grupos de 3 dentes cada. O esmalte das faces vestibular; lingual; mesial e distal foram aplainados perpendicularmente a base com 3 tipos de instrumento rotatório: Grupo 1- broca multilaminada nº H375R314023; Grupo 2- diamantada granulação fina nº 8850314023 e Grupo 3- diamantada granulação grossa nº 850314023, todas da Komet Brassler. As áreas de adesão foram delimitadas por uma fita adesiva com uma perfuração com 3 mm de diâmetro. Foram confeccionados cilindros de 3 mm de diâmetro com resina Zeta (Vita), que foram cimentados com Enforce (Dentsply), conforme indicações do fabricante, perfazendo um total de 12 espécimes para cada grupo. Depois de armazenados por 7 dias em água destilada foram feitos os testes de cisalhamento em máquina de ensaios mecânicos EMIC com velocidade de 0,5 mm/min e os resultados tratados estatisticamente por ANOVA e SNK, Tukey e Scheffe (p < 0,05). As médias em MPa e desvios padrão foram respectivamente: Gr 1 = 14,6 ± 3,8; Gr 2 =  14,7 ± 2,2 e Gr 3 = 12,3 ± 3,9. Não houve diferença estatisticamente significante, apesar da broca granulação grossa apresentar uma tendência a menores valores de adesão.

Os autores concluíram que a força de união da resina ao esmalte dental não foi afetada pelo tipo de broca empregada.

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Influência da forma de corpos-de-prova utilizados em testes de microtração na força de união de dois sistemas adesivos

CAVALCANTE, L. M. A.*, ERHARDT, M. C. G., BEDRAN DE CASTRO, A. K. B., PIMENTA, L. A. F.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: lara_cavalcante@yahoo.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a força de união de dois adesivos à dentina – o autocondicionante ­Clearfil Liner Bond 2V/Kuraray (CLB) e o frasco único Single Bond/3M (SB) – frente à diferentes con­figurações de corpos-de-prova – palitos (P) e “hourglass” (HG) – em testes de microtração. 40 incisivos bovinos foram aleatoriamente divididos em 4 grupos (n = 10): G1- SB/P; G2-SB/HG; G3-CLB/P; G4-CLB/HG. A superfície vestibular foi exposta com lixas abrasivas de Al2O3 em politriz. Os sistemas adesivos foram aplicados de acordo com as instruções do fabricante e em seguida, um bloco de resina Filtek Z250/3M com 4 mm de altura foi confeccionado em incrementos sobre a superfície vestibular. Para a obtenção dos espécimes em forma de palito, os dentes foram cortados transversa e longitudinalmente ao longo eixo dental em secções de 1 mm2. Os espécimes em forma de “hourglass” foram confeccionados, reduzindo-se a interface adesiva em secções de 1 mm2. O teste de microtração foi realizado em máquina de ensaio universal (EMIC) com velocidade de 0,5 mm/min. Os dados (MPa) foram submetidos aos testes estatísticos ANOVA 2 fatores e Tukey (p < 0,05), apresentando os seguintes resultados: G1: 42,62 a, G2: 35,36 a, G3: 14,32 b, G4: 26,97 a.

Independente do formato do corpo-de-prova o adesivo SB apresentou os melhores resultados, já o CLB apresentou as maiores médias com a forma de “hourglass”. Os resultados foram dependentes da configuração dos corpos-de-prova.

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Análise da capacidade de mensuração do incremento de resina composta em diferentes etapas da graduação

SILVA, F.*, GIRARDI, R., OLIVEIRA, U., ABREU, R., SCHNEIDER, M., ROSSI, T., SILVA, S. A., BUSATO, A., REICHERT, L.

Dentística Restauradora - Universidade Luterana do Brasil. E-mail: f_lorenzoni@homail.com

Foi feita uma análise da capacidade de mensuração do incremento de resina composta em diferentes etapas de construção do conhecimento teórico/prático em Odontologia. O objetivo deste trabalho é observar a percepção que os acadêmicos da área de Odontologia, tem sobre o tamanho dos incrementos de resina composta, que são inseridos nas cavidades durante os procedimentos restauradores adesivos. Para isso solicitamos para acadêmicos do quarto, quinto, sexto e sétimo semestres de Odontologia da Universidade Luterana do Brasil (campus Torres) que confeccionassem, em um dispositivo padrão, de proporções definidas, um tablete de resina composta de 2 mm de altura. Foi ainda, solicitado que os mesmos retirassem do tubo de resina um incremento único em forma de esfera compatível aos incrementos que usam na rotina clínica. Após medirmos o tablete e a esfera com um espessímetro, os dados foram comparados e avaliados sendo posteriormente, submetidos a análise estatística devida.

Como resultados obtivemos que, os alunos do quarto e quinto semestres os quais muito pouco contato teórico/prático tem com a resina composta apresentaram dificuldade em mensurar e manter próximas aos 2 mm estas medidas ao contrário dos alunos de sexto e sétimo semestres os quais dada a maior experiência e conhecimento teórico conseguiram melhores resultados. Tivemos, contudo alunos de quarto semestre com melhores resultados que os mais experimentados que demonstra a necessidade de pensarmos em formas mais objetivas de delimitarmos a padronização desses incrementos facilitando a percepção e uso desse material.

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Influência do laser de Nd:YAG na resistência adesiva ao cisalhamento de dois sistemas adesivos à dentina

BOTTINO, M. C.*, ROCHA, P. I., MARSILIO, A. L., PAGANI, C.

Odontologia Restauradora - Faculdade de Odontologia de São José dos Campos da Universidade Estadual Paulista. E-mail: cicbottino@hotmail.com

A proposta deste estudo foi avaliar a influência do laser de Nd:YAG, após a aplicação de 2 sistemas adesivos na resistência adesiva à força de cisalhamento à dentina. Trinta e dois incisivos bovinos foram limpos e incluídos em resina acrílica. A superfície vestibular das amostras foi desgastada até a obtenção de remanescente dentinário com aproximadamente 2,0 mm de espessura. Estas foram divididas em 4 grupos (n = 8) e receberam os seguintes tratamentos: G1 - OptiBond Solo Plus + laser (OSPL); G2 - OptiBond Solo Plus (OSP); G3 - Clearfil SE Bond + laser CSEBL) e G4 - Clearfil SE Bond (CSEB). Os adesivos dentinários foram utilizados de acordo com as instruções dos fabricantes. Após a aplicação dos sistemas adesivos, as amostras de G1 e G3 foram irradiadas com o laser de Nd:YAG durante 30 segundos com 0,6 W, 15 Hz e 40 mJ. Todas as amostras receberam restauração cilíndrica de 3 mm de diâmetro em resina composta (Z100 - 3M). Os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada em estufa bacteriológica a 37ºC por 48 horas e, em seguida, termociclados. Posteriormente, foram imersos em água destilada por 1 semana nas mesmas condições acima descritas. Os dados obtidos foram submetidos à ANOVA (a = 0,05) e ao teste de Tukey (a = 0,05). Os resultados em MPa foram: G2 (14,57); G4 (14,21); G3 (14,00) e, G1 (8,92).

O menor valor de resistência adesiva foi obtido utilizando-se o adesivo OSP associado à irradiação laser, apresentando diferença significativa quando comparado aos demais grupos. Os valores de resistência adesiva encontrados nos grupos CSEB, CSEBL e OSP não apresentaram diferenças significantes.

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Estudo da resistência de união de três sistemas adesivos em dentina bovina

ROCHA, P. I.*, PAGANI, C., RODRIGUES, J. R., BOTTINO, M. C.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual Paulista. E-mail: patriciarocha33@hotmail.com

O objetivo desta pesquisa foi avaliar a resistência de união ao cisalhamento de um sistema adesivo autocondicionante e compará-lo ao desempenho de dois sistemas adesivos de 5ª geração. Foram utilizados incisivos hígidos bovinos (n = 30), com os quais foram confeccionados os corpos-de-prova (cp) em caixas de resina acrílica. Os espécimes foram aleatoriamente divididos em 3 grupos (n = 10), sendo que cada grupo foi tratado com um dos sistemas adesivos de acordo com as instruções do fabricante; em seguida foi confeccionado um cilindro de resina composta Z100 pela técnica incremental. Grupo OPBS: OptiBond Solo Plus, grupo PBNT: Prime & Bond NT e grupo CSEB: Clearfil SE Bond. Os cp foram estocados em água destilada, em estufa bacteriológica (37ºC/umidade relativa: 100%) por 4 semanas quando foram acoplados a um dispositivo e levados à máquina de ensaio universal Instron (célula de carga = 500 kg, velocidade = 0,5 mm/min). Os dados (MPa) foram codificados, tabulados e submetidos aos testes paramétricos: ANOVA, análise de variância (1 fator) e de comparação múltipla de Tukey (5%), após o teste de homogeneidade de variância, teste de Levene (5%). Resultados: o sistema adesivo OPBS apresentou desempenho superior aos demais (21,19 MPa), seguido do grupo PBNT (14,37 MPa), sendo que o grupo CSEB (autocondicionante) apresentou a menor média (11,00 MPa).

Os resultados deste estudo permitem concluir que o sistema adesivo autocondicionante apresentou desempenho inferior aos testes de resistência mecânica quando comparado aos adesivos de 5ª geração avaliados nesta pesquisa.

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Avaliação da intensidade luminosa de unidades fotoativadoras de Cuiabá e Várzea Grande - MT

LIMA, J. M.*, COSTA, S. A. C., RADIS, P., BRISO, A. L. F.

Odontologia - Universidade de Várzea Grande. E-mail: medeirosjl@yahoo.com.br

Esta pesquisa tem por objetivo avaliar a intensidade luminosa de unidades fotoativadoras (luz alógena) de 403 consultórios de Cuiabá e Várzea Grande - MT. Dessa forma, foram enviadas correspondências aos profissionais, solicitando suas colaborações para a realização da pesquisa e, mediante interesse, estes foram visitados pelas acadêmicas do terceiro ano de Odontologia participantes da pesquisa. Após assinarem um termo de consentimento pós-informação, responderam um questionário sobre a freqüência de uso, a marca e o modelo dos aparelhos, a intensidade luminosa liberada e sua satisfação quanto as unidades. Das unidades fotoativadoras avaliadas, 28,53% apresentaram intensidade luminosa entre 0-233 mW/cm2; 37,71% entre 234-400 mW/cm2 e, finalmente, 32,75% acima de 400 mW/cm2. Observou-se que mesmo com grande porcentagem das unidades fotoativadoras apresentando intensidade de luz abaixo do ideal, 99% dos profissionais mostraram-se satisfeitos com o desempenho de seus aparelhos antes da mensuração.

A intensidade de luz gerada pela maioria das unidades fotoativadoras foram insuficiente para a realização de uma polimerização efetiva de restaurações adesivas; mostrou-se necessária maior atenção dos profissionais com a intensidade luminosa emitida por suas unidades fotoativadoras. (Agradecimentos: aos professores colaboradores e a UNIVAG - Centro Universitário pela oportunidade de desenvolvimento da pesquisa científica.)

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Análise da infiltração marginal de diferentes materiais restauradores

SAVARIZ, A.*, CAMACHO, G. B., SILVA, G. M., OSÓRIO, A. B.

Odontologia Restauradora - Universidade Federal de Pelotas. E-mail: asavariz@bol.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a infiltração marginal de diferentes materiais restauradores aplicados em cavidades classe V. Para o experimento foram selecionados 60 dentes caninos humanos hígidos, os quais foram divididos em 6 grupos de acordo com o material restaurador utilizado: Grupo I - amálgama (Amalgam GS-80), Grupo II - resina indireta (Filtek Z250 - 3M), Grupo III - ionômero de vidro (Vitremer - 3M ), Grupo IV - compômero (F2000 - 3M ), Grupo V- resina direta (Filtek Z250 - 3M) e Grupo VI - cerâmica (Vitadur Alpha - Vita Zahnfabrik). As cavidades foram confeccionadas na face vestibular de forma padronizada, apresentando margens em esmalte e cemento. Após restaurados de acordo com as instruções dos fabricantes, os dentes foram submetidos à termociclagem, pigmentação com azul de metileno 2% por 8 horas e depois lavados em água corrente. A seguir, os dentes foram seccionados e fotografados para visualização das margens. Na análise do grau de infiltração, usou-se um método quantitativo através da contagem de pontos percentuais. A análise estatística dos dados (teste de Scheffé) apresentou diferença significante entre os grupos a nível de 5%.

Concluiu-se que não houve diferença entre os grupos I e II (maior infiltração), assim como entre os grupos III, IV e V (intermediários), os quais diferiram em relação aos demais. O grupo VI apresentou menor nível de infiltração marginal quando comparado aos outros grupos. Quanto ao local, houve uma maior infiltração a nível dentinário.

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Análise in vitro da infiltração marginal em cavidades classe V restauradas com materiais restauradores adesivos

MOLINARO, A. J.*, ZOUAIN, S., RABELLO, T. B., PESSOA, W. M., LOMBELLO, L., SOUSA, M., FURTADO, T.

CBMERJ e Odontologia - Universidade Severino Sombra. E-mail: drmolinaro@mls.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a infiltração marginal em restaurações executadas com diferentes materiais adesivos. Foram preparadas duas cavidades classe V em 30 dentes hígidos, localizadas nas faces vestibular e lingual, com margem cervical em dentina/cemento e margem oclusal em esmalte dental. Os dentes foram divididos em três grupos, sendo: Gr. 1: restaurados com ionômero de vidro híbrido (Vitremer/3M); Gr. 2: restaurados com o compósito (Glacier/SDI); Gr. 3: restaurados com o compômero (Freedom/SDI). Todos os materiais foram utilizados de acordo com as instruções do fabricante. Os espécimes foram então armazenados em água destilada por 24 horas, impermeabilizados, impregnados com nitrato de prata a 50%, incluídos em resina epóxi, seccionados e avaliados pela penetração do corante segundo um escore que variou de 0 a 3. Os resultados foram tratados estatisticamente por ANOVA, Kruskal-Wallis e Mann-Whitney (p < 0,05). Os postos médios obtidos, numa avaliação regional, foram: Gr. 1: esmalte = 49,57 e dentina = 70,50; Gr. 2: esmalte = 26,73 e dentina = 92,29; e Gr. 3: esmalte = 24,00 e dentina = 82,50.

Os autores concluíram que: a) a infiltração marginal na parede oclusal foi semelhante entre a resina composta e o compômero, que permitiram um menor grau de infiltração quando comparados ao cimento de ionômero de vidro modificado; b) o cimento de ionômero de vidro modificado permitiu infiltração marginal menor na parede cervical que os outros materiais estudados; e c) a infiltração marginal na parede cervical foi maior que na parede oclusal para todos os materiais.

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Resistência à flexão de núcleos metálicos fundidos de cobre-alumínio e prata-estanho cimentados com fosfato de zinco

TACHIBANA, A.*, DE CARA, A. A., SHIOZAWA, L. J., CAPP, C. I.

Dentística - Universidade de São Paulo. E-mail: arlenetachy@yahoo.com

O objetivo deste estudo foi comparar a resistência à flexão de dois tipos de núcleos metálicos fundidos frente a uma força de compressão aplicada perpendicularmente ao seu longo eixo, na sua porção coronária. Foram utilizadas vinte raízes de incisivos e caninos tratadas endodonticamente e preparadas para a confecção dos núcleos. Após a divisão aleatória das raízes em dois grupos de 10, as amostras foram numeradas e iniciou-se a modelagem direta dos núcleos. No primeiro grupo os núcleos foram fundidos em liga de cobre-alumínio (Duracast MS) e no segundo, em liga de prata-estanho (Pratalloy) combinados com pinos pré-fabricados de aço inoxidável (FKG), ambos posteriormente cimentados com cimento de fosfato de zinco. Vinte e quatro horas após a cimentação, os corpos-de-prova foram submetidos à carga compressiva numa máquina universal de testes (Kratos), a uma velocidade de 0,5 mm/min até o dobramento dos núcleos. As cargas máximas suportadas até o início do dobramento dos núcleos foram registradas e calculadas com a área de cada núcleo. Os dados foram submetidos à análise estatística através do teste t de Student (p = 0,2887). Não houve diferença estatística significante.

Os resultados permitiram concluir que não houve diferença estatística significante entre os dois grupos, não existindo evidências para rejeitar a hipótese de igualdade entre as médias de carga máxima (as mé­dias puderam ser consideradas iguais).

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Avaliação da eficiência de desgaste de pontas diamantadas

CICCONE, J. C.*, TORRES, C. P., SOUZA, W. C. S., PALMA DIBB, R. G.

Odontologia Restauradora - Universidade de São Paulo. E-mail: juciccone@bol.com.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar marcas comerciais de pontas diamantadas (KG Sorensen, Microdont, Fava e SS White) em relação à eficiência de desgaste sobre dentes bovinos. Para tal finalidade, foram selecionados aleatoriamente 40 incisivos e divididos em 4 grupos (n = 10). Para o preparo dos espécimes, a raiz foi removida e a coroa dividida em 4 partes similares, 2 cervicais (C) e 2 incisais (I). Foram testadas 10 pontas de cada marca, sendo 1 para cada dente. Para padronização do desgaste, os espécimes foram incluídos em resina de poliéster e individualmente afixados em um dispositivo que permitia movimentos manuais para direita e esquerda. A turbina de alta rotação foi acoplada a este dispositivo e os testes realizados aleatoriamente, sob refrigeração com água e sem identificação das pontas. Os dados foram analisados pela análise de variância a dois critérios e teste de Tukey (p < 0,05). As médias (mm) e desvios padrão obtidos foram: KG I: 1,81 (± 0,13), C: 1,99 (± 0,23); Microdont I: 1,31 (± 0,13), C: 1,58 (± 0,13); Fava I: 1,19 (± 0,19), C: 1,64 (± 0,22) e SS White I: 1,17 (± 0,16), C: 1,52 (± 0,20). Observou-se que as pontas diamantadas KG demonstraram estatisticamente maior eficiência de desgaste do que as demais pontas testadas, em ambas as regiões cervical e incisal, seguida pela Fava na cervical e pela Microdont na incisal.

Pode-se concluir que, dentre os instrumentos testados a ponta diamantada KG Sorensen manteve uma ótima eficiência de desgaste, independente da espessura de esmalte, após a realização de sucessivos preparos.

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Efeito do laser Nd:YAG na microinfiltração de restaurações de resina “condensável”

SILVA, A. P.*, ALMEIDA, G. R., ARAÚJO, R. M.

Odontologia Restauradora - Faculdade de Odontologia de São José dos Campos da Universidade Estadual Paulista. E-mail: andressapsilva@bol.com.br

O objetivo desta pesquisa foi verificar se a aplicação do laser Nd:YAG no adesivo Bond 1 teve influência na microinfiltração em restaurações realizadas com a resina “condensável” Alert. Foi utilizada também a associação com a resina Flow-It. Foram selecionados 40 dentes molares humanos hígidos. Em cada dente foi feito na face vestibular um preparo convencional classe V, cujo término da parede oclusal foi em esmalte e da cervical, em cemento. Os dentes foram divididos em 4 grupos: G1) Bond 1/Alert; G2) Bond 1 não fotopolimerizado/laser Nd:YAG/Alert; G3) Bond 1/resina Flow-It/Alert; G4) Bond 1 não fotopolimerizado/laser ND:YAG/resina Flow-It/Alert. Foi utilizado o laser Nd:YAG Pulse Master 600 (IQ) com os seguintes parâmetros: 60 mJ, 10 Hz, 0,6 W durante 20 segundos, densidade de energia 74,6 J/cm2, diâmetro da fibra 0,320 mm e distância de 1 mm do preparo. Foi aplicado o selante Protect-it em todas as restaurações. A microinfiltração foi evidenciada por meio do nitrato de prata 50%, após termociclagem, utilizando-se 500 ciclos, nas temperaturas entre 5ºC ± 2ºC e 55ºC ± 2ºC. Os corpos-de-prova foram seccionados longitudinalmente em 3 fatias. A avaliação da microinfiltração foi feita através da lupa estereomicroscópica segundo escores de 0 a 3. Os dados foram submetidos aos testes Kruskal-Wallis e de comparação múltipla de Dunn. Na parede gengival o G4 obteve menor índice de microinfiltração (p < 0,05); na parede oclusal não houve diferença entre os grupos.

A aplicação do laser Nd:YAG diminuiu a microinfiltração na parede gengival quando associada a resina Flow-It.

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Estudo comparativo in vitro da infiltração marginal de dois sistemas adesivos

PESSOA, W. P.*, RABELLO, T. B., MOLINARO, A. J., ZOUAIN, S., DOVAL, G., SILVA, C.,
COSTA, A.

CBMERJ e Odontologia - Universidade Severino Sombra. E-mail: wellingtonmacedo@ig.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade de selamento marginal entre dois sistemas adesivos: um que atua pela técnica do condicionamento ácido total (Stae/SDI) e outro pela técnica autocondicionante (Prompt L-Pop/ESPE). Foram preparadas duas cavidades classe V em 20 dentes hígidos, localizadas nas faces vestibular e lingual, de modo que apresentassem margem cervical em dentina/cemento e margem oclusal em esmalte dental. Os dentes foram divididos em dois grupos: Gr. 1: no qual o sistema adesivo Stae (SDI) foi aplicado sobre os preparos; e Gr. 2: onde foi aplicado o sitema adesivo Prompt L-Pop (ESPE). Todos os materiais foram utilizados de acordo com as instruções do fabricante. Os espécimes foram então armazenados em água destilada por 24 horas, impermeabilizados, impregnados com nitrato de prata a 50%, incluídos em resina epóxi, seccionados e avaliados pela penetração do corante segundo um escore que variou de 0 a 3. Os resultados foram tratados estatisticamente por ANOVA, Kruskal-Wallis e Mann-Whitney (p < 0,05). Os postos médios obtidos, numa avaliação regional, foram: Gr. 1 esmalte = 19,00 e dentina = 54,35; e Gr. 2 esmalte = 17,50 e dentina = 51,27.

Os autores concluíram que: a) não houve diferença estatística entre os dois sistemas adesivos estudados; b) a infiltração marginal na parede cervical foi maior que na parede oclusal para as duas técnicas; e c) o sistema autocondicionante Prompt L-Pop foi capaz de impedir a infiltração marginal na parede oclusal.

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Liberação de fluoretos em materiais ionoméricos – colorimetria

MAY, A. F.*, OLIVEIRA, M. T., VIEIRA , L. C. C., ANDRADE , C. A.

Centro de Ciências Biológicas e de Saúde - Universidade do Sul de Santa Catarina. E-mail: Tuba.andy@zipmail.com.br

O objetivo deste trabalho foi o de avaliar in vitro a liberação de fluoretos de três diferentes materiais ionoméricos (Vitremer, 3M do Brasil; Freedom SDI; Compomer LC Sterm Gold Implamed). Foram utilizados cinco amostras para cada material avaliado. As amostras permaneceram estocadas em estufa a 37ºC, num recipiente opaco e hermeticamente fechado contendo 20 ml de água deionizada. As leituras de liberação de fluoretos pelo método colorimétrico foram realizadas após 1, 15 dias, sendo que a solução era renovada a cada 24 hs. Os resultados após aplicado o teste de Tukey e ANOVA “one” e “two-way” , ao nível de 5%, apresentaram diferença significante entre os grupos, sendo a liberação de fluoreto maior para Vitremer (3M do Brasil) seguido pelo Freedom (SDI) e Compomer LC (Ster Gols Implamed) em todos os intervalos de tempo analizados (24 hs, 15 e 30 dias).

Pode-se concluir no presente trabalho que os materiais analisados apresentaram liberação de fluoreto maior nas primeiras 24 hs diminuindo com o passar do tempo. Os materiais Vitremer e Freedom SDI apresentaram liberação de fluoretos em todos os períodos da análise, o que não aconteceu para o mate­rial Compomer LC. O Vitremer apresentou maior capacidade de liberação de fluoreto que os demais materiais em qualquer intervalo de tempo.

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Análise da microinfiltração marginal em preparos com ar abrasão e restaurados com diferentes cimentos ionoméricos

ROCHA, R. A. S. S.*, RAMOS, T. S., CORONA, S. A. M., BORSATTO, M. C. , PALMA DIBB, R. G.

Odontologia Restauradora - Universidade de São Paulo. E-mail: renatarocha@netsite.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar in vitro a microinfiltração marginal em cavidades de classe V preparadas com turbina e com jato de óxido de alumínio e restauradas com cimentos ionoméricos. Foram utilizadas superfícies vestibular e lingual de terceiros molares hígidos, divididos aleatoriamente em 2 grupos (n = 30). Grupo I - turbina de alta rotação e restaurado com Fuji II LC (F), Ketac-Fil (K), e Vitremer (V). Grupo II - jato de óxido de alumínio (Kreative Mach 4.1) e restaurados com os mesmos materiais. Tendo as margens da cavidade em cemento/dentina (C) e em esmalte (O). Após 24 h foi realizado o polimento, então submetidos à termociclagem, isolados e imersos em Rodamina B 0,2 % por 24 h, lavados e incluídos em resina acrílica, seccionados e a análise da microinfiltração foi realizada usando microscópio óptico acoplado à uma câmera e computador, obtendo uma imagem digitalizada medindo, em milímetros, a penetração do corante. Os dados foram submetidos aos testes de Wilcoxon, Mann-Whitney e Kruskal-­Wallis. As médias (%) obtidas foram, para turbina: FO: 3,25; FC: 25,33; KO: 0,00; KC: 0,00; VO: 0,00; VC: 16,37; jato: FO: 25,33; FC: 43,59; KO: 33,71; KC: 21,86; VO: 20,00; VC: 27,11. Não houve diferença significante entre as paredes O e C, e entre os materiais testados. Porém o equipamento empregado para o preparo apresentou diferença significante (p < 0,05) tendo grupo de turbina apresentado menores médias de microinfiltração do que os preparados com jato. Para V não houve diferença significante entre os equipamentos.

Conclui-se que o uso do jato influenciou no vedamento marginal do F e K.

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Retenção de núcleos fundidos cimentados com quatro diferentes sistemas adesivos

PINTO, B. D.*, SEKITO JR., T.

Dentística - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: brunodpinto@hotmail.com

O uso de cimentos resinosos para cimentação de núcleos metálicos fundidos é um procedimento usual em Dentística. Há, entretanto, uma grande quantidade de sistemas adesivos no mercado odontológico, e sua performance é importante no sucesso clínico da cimentação. O objetivo desse estudo foi comparar, in vitro, a retenção de núcleos cimentados com um cimento resinoso, usando quatro tipos diferentes de sistemas adesivos. O estudo usou 40 dentes anteriores humanos, similares no tamanho e calibre de suas raízes. Foi realizado tratamento endodôntico nos dentes, então suas coroas foram seccionadas. Os núcleos foram confeccionados em liga de Cu-Al (Goldent/AJE), através da técnica de modelagem, e as raízes receberam os sistemas adesivos, de acordo com especificações dos fabricantes, em grupos de 10, como se segue: grupo I- Scotchbond Multi-Uso Plus (3M) - quimicamente ativado; grupo II- Prime & Bond 2.1 (Dentsply); grupo III- Prompt-L-Pop (Espe) e grupo IV- Prime & Bond 2.1 + ativador. Os núcleos foram cimentados utilizando-se o cimento Cement-it! (Jeneric/Pentron), e os espécimes foram montados então em uma base acrílica e submetidos a teste de tração em uma máquina universal de testes (Emic 500). Após a análise estatística dos resultados (ANOVA- grupo I- média = 22,14; grupo II- média = 4,32; grupo III- média = 1,89; grupo IV- média = 2,10), os autores perceberam uma diferença significante (p < 0,05) para o grupo I.

Baseado nos resultados, este estudo indica que pode haver incompatibilidade entre o cimento resinoso e alguns sistemas adesivos utilizados para a cimentação dos núcleos fundidos.

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Análise das tensões geradas pela contração de polimerização em cavidades classe V via método dos elementos finitos

AZEREDO, P.*, CORNACCHIA, T. P. M., HANNAS, A. R., LAS CASAS, E. B., CARVALHO, F. F.

Odontologia Restauradora - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: priazeredo@ig.com.br

Uma das grandes desvantagens das resinas compostas é a contração de polimerização, que gera tensões nos dentes restaurados, podendo ocasionar microinfiltração. O objetivo deste trabalho foi analisar as tensões geradas pela contração de polimerização, comparando-se diferentes técnicas restauradoras (técnica do incremento único, técnica dos incrementos horizontais e técnica dos incrementos oblíquos) através do método dos elementos finitos. A restauração classe V de um primeiro pré-molar superior foi modelada com contração volumérica igual a 1%, obtida por um decaimento de 1ºC na temperatura do material, sendo possível obter um coeficiente de expansão térmica que fornecesse o mesmo efeito da contração durante a polimerização. Visando modelar o caráter transitório da polimerização, essa foi divida em três etapas, sendo essas divididas em nove passos. Através dos resultados da análise das tensões ao longo da polimerização em uma restauração, pode-se dizer que os perfis de tensão ao final da polimerização das técnicas incrementais foram superiores àqueles obtidos para a técnica do incremento único. No entanto, as maiores tensões foram verificadas ao longo do processo, e não no final deste, e a técnica de inserção em um único incremento apresentou tensões mais elevadas, sendo mais provável de ocasionar trincas na interface da restauração.

Desta perspectiva, as técnicas de incrementos horizontais e oblíquos são as mais indicadas, e a técnica de inserção em um único incremento apresentou a pior distribuição de tensões, podendo induzir ao aparecimento de falhas nas restaurações.

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Influência da intensidade de luz e métodos de fotoativação no selamento marginal de restaurações de resinas compostas

CAVALCANTI, A. P. C.*, SANTOS, M. J. M. C., SILVA E SOUZA JR., M. H.

Faculdade de Odontologia de Bauru - Universidade de São Paulo. E-mail: anachedid@bol.com.br

Nesse estudo avaliou-se a influência da intensidade de luz no selamento marginal de restaurações de resina composta, por meio de 2 sistemas de fotoativação: fonte halógena e arco de plasma de xenônio. Foram utilizados 75 incisivos bovinos, nos quais realizaram-se cavidades classe V na face vestibular da raiz. Após condicionados, tratados com Single Bond e restaurados com a resina Z100, foram divididos em 5 grupos, de acordo com o método e o sistema de fotoativação: I - Elipar Trilight (fonte halógena/fotoativação em rampa); II - Optilight Digital (fonte halógena/fotoativação constante); III - VIP (fonte halógena/fotoativação por pulso); IV - Apollo 95E (Fonte arco de plasma/fotoativação por passos) e V - Apollo 95E (fonte arco de plasma/fotoativação constante). Após o polimento, foi feita a termociclagem, proteção (esmalte) e imersão dos dentes em fucsina a 0,5% (4 horas). O corte com maior penetração do corante, de cada grupo, teve a interface dente/restauração analisada pelo programa Image Tools. Os resultados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey. Nas restaurações fotoativadas com alta intensidade de luz (grupos IV e V) houve maior infiltração marginal em comparação aos demais grupos, os quais não demonstraram diferenças estatísticas entre si.

A alta intensidade de luz (fonte arco de plasma de xenônio) causou maior infiltração marginal independente do método utilizado. Os métodos de fotoativação por pulso, rampa e convencional (intensidade média de luz/fonte halógena) apresentaram graus parecidos de infiltração marginal. (Apoio financeiro: FAPESP.)

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Microinfiltração na interface de reparo de resina composta sobre diferentes tratamentos da superfície

CAVALCANTI, A. N.*, LOBO, M. M., FONTES, C. M., LIPORONI, P., MATHIAS, P.

Faculdade de Odontologia - Universidade Federal da Bahia. E-mail: deacavalcanti@ig.com.br

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a microinfiltração na interface de reparos em resina composta. Oitenta corpos-de-prova do compósito Filtek Z250 (3M-ESPE) foram envelhecidos artificialmente e divididos em quatro grupos de acordo com o tratamento de superfície recebido (n = 20): desgaste com ponta diamantada, abrasão com jato de bicarbonato de sódio, abrasão com partículas de 50 mm de jato de óxido de alumínio, e o grupo controle – sem desgaste nem abrasão da superfície. Cada método de tratamento foi examinado usando microscopia eletrônica de varredura (MEV) para avaliar diferenças na topografia da superfície. Em todos os grupos foi realizado o condicionamento com ácido fosfórico a 37%, aplicação do sistema adesivo Single Bond (3M-ESPE) e da resina composta de reparo. Os espécimes foram submetidos à ciclagem térmica (800 ciclos, 5-55ºC, 1 min/ciclo) e armazenados pelo período de 4 h em solução tamponada de azul de metileno a 2% (pH  = 7,0). A infiltração do corante na interface aderida foi avaliada por três examinadores independentes, que atribuíram escores representativos da sua penetração (de 0 a 3). Diferenças estatisticamente significativas não foram encontradas entre os grupos (Kruskal-Wallis/p = 0,782).

As diferentes formas de tratamento mostraram o mesmo efeito sobre a infiltração do corante na interface do reparo.

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Avaliação da espessura da película de dois sistemas adesivos diferentes quanto ao mecanismo de polimerização.

MATTOS, R. C.*, PARAIZO, M., MIRANDA, M. S.

Dentística - Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: rcassia@rio.skydome.net

O objetivo deste estudo foi comparar dois sistemas adesivos, um de presa dual e outro fotoativado, na cimentação de cerâmicas em dentina com cimento resinoso. Cinco pré-molares recém-extraídos foram selecionados para cada grupo e incluídos em resina epóxi. Suas superfícies oclusais foram desgastadas até completa exposição de dentina. Os sistemas adesivos foram aplicados, seguindo as recomendações dos fabricantes. Dois grupos foram formados: Gr. 1- Scotchbond Multi-Uso Plus (3M), auto- e fotoativado durante a cimentação; Gr. 2- Single Bond (3M), fotoativado antes da cimentação. Sobre estas áreas foram cimentadas pastilhas cerâmicas, utilizando-se o cimento resinoso Rely X (3M). Após uma semana armazenadas a 100% de umidade relativa, as amostras foram seccionadas longitudinalmente para observação e medições da interface adesiva em MEV e em MO. Os resultados foram avaliados pelo teste t de Student. A comparação entre os dois grupos mostrou haver uma diferença significativa na espessura da película adesiva, que foi maior no Gr. 2 com média de 29,8 mm, contra a média de 12,6 µm do Gr. 1, (p < 0,05). A espessura da camada de cimento resinoso do Gr. 1, com média de 99,4 mm, e a do Gr. 2 com média de 78,6 mm, quando comparadas, não apresentaram diferença estatisticamente significante, (p > 0,05). A qualidade da adesão de ambos os sistemas adesivos foi satisfatória.

Os autores concluíram que a menor espessura de película de adesivo foi conseguida com a utilização do ­Scotchbond Multi-Uso Plus e que os dois materiais testados não influenciaram na espessura da película do cimento resinoso utilizado.

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Avaliação da rugosidade superficial após 3 tipos de tratamentos profiláticos

SALAMI, D.*, LUZ, M. A. A. C.

Dentística - Universidade de São Paulo. E-mail: danisalami@hotmail.com

Objetivo: conhecer os efeitos de técnicas de profilaxia sobre a rugosidade superficial de 2 materiais restauradores e dos tecidos dentais através da análise rugosimétrica e de microscopia eletrônica de varredura. Para tanto, utilizou-se 45 espécimes de resina composta, de compômero, de esmalte e de superfície radicular, incluídos em resina acrílica, que receberam leituras rugosimétricas antes e após 3 tipos de tratamentos superficiais (jato de bicarbonato de sódio, pastas de pedra-pomes e de branco de espanha). Os valores de rugosimetria receberam tratamento estatístico e obteve-se micrografias eletrônicas de varredura de 2 amostras das superfícies tratadas. A profilaxia com pedra-pomes sobre o esmalte foi o método que produziu maiores alterações rugosimétricas em relação ao controle, tornando-o mais liso; comparando-se o efeito dos 3 tratamentos a rugosidade superficial produzida pela pedra-pomes foi maior do que a dos outros tratamentos tanto para o esmalte quanto para a superfície radicular, sendo que para a superfície de resina composta a rugosidade superficial produzida pela pedra-pomes foi maior apenas do que a do branco de espanha. Já para o compômero os três tratamentos se comportaram de maneira semelhante.

Podemos afirmar, baseando-nos na análise de rugosimetria e nas imagens das micrografias eletrônicas de varredura, que os tratamentos profiláticos empregados não produziram superfícies mais rugosas quando comparados com os respectivos controles. Comparando-se as 3 técnicas houve comportamentos diferentes, dependendo das superfícies em que foram empregadas.

 Ia172

Avaliação in vitro da microinfiltração marginal em cavidades de classe V restauradas com resina composta

CHAVES, L. P.*, NAUFEL, F. S., SCHMITT, V. L., SOUZA, R. O., CORONA, S. A. M.,
PALMA DIBB, R. G.

Odontologia - Universidade Estadual do Oeste do Paraná e Universidade Paranaense. E-mail: larissachaves@brturbo.com

O objetivo deste trabalho foi avaliar in vitro a microinfiltração marginal em restaurações de resina composta utilizando adesivos com diferentes solventes: acetona - Prime & Bond NT (Dentsply) e Unibond (Vigodent); álcool - Excite (Vivadent); álcool com água - Single Bond (3M). Para isso foram realizados 80 preparos cavitários classe V divididos aleatoriamente em 4 grupos (n = 20), e em cada grupo foi utilizado um sistema adesivo diferente. Após o polimento, os corpos-de-prova foram isolados, termociclados, imersos em Rodamina B a 0,2% durante 24 horas, incluídos em resina acrílica e seccionados. A microinfiltração foi analisada utilizando-se um microscópio óptico acoplado a uma câmera e computador, para obtenção da imagem digitalizada, na qual mediu-se quantitativamente, em milímetros, a penetração do corante. Os dados foram submetidos aos testes de Kruskal-Wallis. As médias obtidas nas margens de esmalte e dentina foram SB: E- 0%, C/D- 23,20% (36,61); PB: E- 0%, C/D- 8,80% (16,15); E: E-  6,80% (21,50), C/D- 20,62% (34,90) e U: E- 6,10% (19,29), C/D- 57,80% (50,19).

O Single Bond e o Prime & Bond NT não apresentaram infiltração nas margens de esmalte, e em cemento/dentina o Prime & Bond NT teve o melhor resultado sendo que nenhum material permitiu o completo selamento da margem cemento/dentina.

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Avaliação ultra-estrutural de discos de dentina tratados com diferentes agentes dessensibilizantes

SIQUEIRA JR., C. A. S.*, ARANHA, A. C. C., BEDRAN DE CASTRO, A. K. B., MARCHI, G. M.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: cassioadonis@uol.com.br

Este estudo in vitro teve como objetivo analisar visualmente a morfologia de discos de dentina tratados com diferentes agentes dessensibilizantes, através de microscopia eletrônica de varredura. Além disso, o estudo propõe verificar a necessidade ou não de realizar condicionamento ácido previamente a sua aplicação. Foram utilizados 11 dentes humanos, secionados em sua parte radicular, de forma que um disco de dentina de 2 mm de espessura foi removido e, a seguir, padronizado o esfregaço com lixa de água 400/600. A seguir, todos os espécimes foram divididos ao meio e guardados em recipientes separados, totalizando 22 corpos-de-prova. Uma parte foi utilizada como controle/A, enquanto que a outra metade foi a parte experimental/B. As partes experimentais receberam os tratamentos: Gluma Desensitizer/Heraeus Kulzer, Seal & Protect/Dentsply, Oxa-Gel/Art-Dent, Laser de diodo/MMOptics e Flúor/Dentsply, sendo metade das amostras antecedidas pela aplicação de ácido fosfórico 35%/FGM. Como resultados, as imagens de microscopia eletrônica mostraram distintos padrões de superfícies dentinárias e diferentes graus de penetração nos túbulos dentinários.

Conclui-se que o condicionamento ácido mostrou-se efetivo, já que superfícies condicionadas apresentaram bloqueio dos túbulos superior às superfícies não condicionadas, onde a ação dos agentes ficou impedida pela “smear layer”. Além disso, o flúor mostrou-se com maior grau de penetração nos túbulos; porém, estudos clínicos são necessários para determinar sua longevidade.

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Influência dos fotopolimerizadores com lâmpada halógena versus LED azul na infiltração marginal de resinas compostas

FIROOZMAND, L. M.*, MENGON, A., SILVA, A. C., ARAÚJO, R. M.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual Paulista. E-mail: leilyfiroozmand@hotmail.com

Esta pesquisa teve como objetivo verificar a influência da infiltração marginal em restaurações de resina composta, quando utilizados os fotopolimerizadores: LEC 470-1 (LED azul), Optilight 600 (luz halógena), Optilux 501 (luz halógena). Foram utilizados 60 dentes bovinos hígidos, sendo que em todos foram realizados preparos de classe V na região do limite amelocementário com ponta diamantada FG 3053 (KG Sorensen) com a profundidade de 2 mm. Estes dentes foram restaurados com resina composta Z100 (3M) sendo que 20 deles foram fotopolimerizados com LEC (Grupo 1), 20 fotopolimerizados com Gnatus Optilight com 450 mV/cm2 (Grupo 2) e 20 com Optilux 501 com ciclo de polimerização RAMP (Grupo 3). Os corpos- de-prova foram submetidos à ciclagem térmica (500 ciclos) entre as temperaturas 5ºC ± 2 e 55ºC ± 2 com 30 segundos em cada temperatura. Após este procedimento os dentes foram expostos ao corante de nitrato de prata 50% por duas horas em ausência de luz e colocados numa solução fotoreveladora sob luz fluorescente por seis horas. Estes dentes foram seccionados em duas partes no sentido inciso-gengival, obtendo três segmentos. A avaliação das margens da restauração foi feita na lupa estereoscópica (Zeiss), através da distribuição de escores de 0 a 2. Os resultados foram submetidos à análise estatística de Kruskal-Wallis com nível de significância de 5%.

Desta forma, foi concluído que não houve diferença estatisticamente significativa entre os valores medianos dos grupos.

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Influência da camada híbrida na resistência à microtração do sistema Prime & Bond NT após 1 ano de armazenamento em água

MASSAROTTO, J. A.*, OLIVEIRA, L. V., DIAS, C. T. S., PAULILLO, L. A. M. S., PEREIRA, G. D. S.

Dentística - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: dr.leovo@terra.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da desproteinização da dentina na resistência à microtração do sistema Prime & Bond NT após 12 meses de armazenamento em água destilada. Dezesseis discos com aproximadamente 3 mm de espessura foram obtidos da dentina coronária de terceiros molares humanos. Após a padronização da espessura da lama dentinária com lixas de carbureto de silício granulação 600, os dentes foram aleatoriamente divididos em quatro grupos (n = 4). Nos grupos G1 e G2 o sistema Prime & Bond NT (NT), foi aplicado na superfície dentinária de acordo com instruções dos fabricantes. Nos grupos G3 e G4 o mesmo sistema foi aplicado nas superfícies tratadas previamente com hipoclorito de sódio (HS) a 10% por 1 minuto. Coroas com 8 mm de altura foram construídas nas superfícies com o compósito TPH Spectrum. Após 24 horas (A- G1 e G3) e 1 ano (B- G2 e G4) imersos em água destilada, os dentes restaurados foram seccionados paralelamente ao seu longo eixo, nos sentidos mésio-distal e vestíbulo-lingual, para a obtenção dos espécimes, com aproximadamente 1 mm2, que foram submetidos ao teste estatístico. O teste de Tukey apontou os resultados em MPa: G1- NTA 26,5 a; G3- NTHSA 20,1 b; G2- NTB- 16,8 c, G4- NTHSB- 14,0 d.

Através dos resultados conclui-se que a remoção do colágeno e o armazenamento por 12 meses em água destilada causaram o decréscimo significativo dos valores de resistência adesiva do sistema Prime & Bond NT.

 Ia176

Estudo comparativo da interface adesiva, empregando laser Er:YAG e ácido para o tratamento superficial

SASSI, J. F.*, CHIMELLO, D. T., CORONA, S. A. M., BORSATTO, M. C., PALMA DIBB, R. G.

Odontologia Restauradora - Universidade de São Paulo. E-mail: jfsassi@uol.com.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar a morfologia da interface adesiva após o condicionamento com laser Er:YAG associado ou não ao ácido. Foram utilizados 24 hemidiscos de dentina humana, divididos aleatoriamente em 3 grupos. Os sistemas adesivos selecionados foram o All Bond 2 (Bisco) - AB, OptiBond Solo Plus (Kerr) - OS e Clearfil Liner Bond 2v (Kuraray) - CL, associados à resina flowabe Flow-It! (Jeneric/Pentron). As superfícies dentinárias foram submetidas ao laser Er:YAG, associação do Er:YAG + ácido e ácido (controle). Após a aplicação dos sistemas e fotopolimerização da resina, os espécimes foram preparados para a análise em MEV. Cada região foi avaliada sob diferentes aumentos, verificando-se a formação ou não de uma camada híbrida íntegra, espessa e homogênea, bem como a presença e disposição dos “tags”. Observou-se que no controle ocorreu na formação de uma camada híbrida íntegra, espessa e bastante homogênea, bem como a presença de “tags” com conformação conóide. No CL notou-se o mesmo padrão de formação de camada híbrida e “tags”. O tratamento da superfície com laser Er:YAG promoveu a formação de camada híbrida irregular e finos “tags”. No CL notou-se a formação de uma camada híbrida delgada e pouco homogênea e tênue formação de “tags”. Para o condicionamento com laser e ácido verificou-se a presença de uma camada híbrida delgada e irregular, com escassa formação de “tags”.

Pode-se concluir que o laser Er:YAG influenciou na morfologia da interface adesiva dos sistemas adesivos, prejudicando a formação da camada híbrida. (Financiado pela FAPESP - processo nº 01/08729-2.)

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Efeito da simulação de um alto desafio cariogênico na deposição superficial de corante em resinas compostas

FROES, I. P.*, PEREIRA, L. C. G., SILVA, T. L., BUZALAF, M. A. R., ATTA, M. T.

Dentística, Endodontia e Materiais Dentários - Universidade de São Paulo. E-mail: ivan_rippie@yahoo.com.br

O objetivo deste trabalho foi determinar o efeito da simulação de alto desafio cariogênico na deposição superficial de corante em resinas compostas. Foram preparados 16 discos (4,0 mm x 2,0 mm) das resinas Durafill, A110, Charisma e Filtek Z250. As superfícies destes materiais foram cobertas por tira de poliéster e submetidas a uma carga de 500 g. Após a polimerização, 8 amostras de cada material foram submetidas ao modelo de ciclagem de pH dinâmico por 15 dias. O restante das amostras foi utilizado como grupo controle, sendo armazenadas em água deionizada pelo mesmo período. Após 15 dias, todas as amostras foram imersas em solução aquosa de azul de metileno a 2% por 3 min. Todos os discos foram triturados e inseridos em tubos de ensaio com 2 ml de etanol por 24 h. A solução resultante da centrifugação foi usada para determinar a absorbância em espectrofotômetro (685 nm). Após regressão linear obtida entre concentração e densidade óptica, obteve-se a concentração de corante nas amostras. Os dados foram analisados por ANOVA a 2 critérios e o teste de Tukey. Os valores de médias da concentração de corante (mg/ml) e desvio-padrão (DP) obtidos no grupo controle e após ciclagem de pH foram respectivamente: Durafill - 0,909 (0,48) / 0,669 (0,41); A110 - 0,597 (0,18) / 1,508 (1,60); Charisma - 0,284 (0,06) / 0,384 (0,13); Filtek Z250 - 0,265 (0,06) / 0,275 (0,05).

A simulação de alto desafio cariogênico não alterou a deposição superficial de corante nos materiais estudados. Diferenças de deposição superficial de corante foram observadas entre as resinas. (Apoio: FAPESP - 01/03112-7; CNPq - 140999/99-0.)

 Ia178

Influência da solução de bochecho de fluoreto de sódio na rugosidade e dureza superficial de cimentos ionoméricos

WILDE, M. G. K.*, GARCIA, P. N. S. S., PALMA DIBB, R. G.

Odontologia Restauradora - Universidade de São Paulo. E-mail: marciamgkw@yahoo.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da solução de bochecho de fluoreto de sódio na rugosidade e dureza superficial de cimentos de ionômero de vidro modificado por resina (RMGIC). Trinta discos (2 mm de profundidade e 10 mm de diâmetro) de Vitremer - V (3M) e Fuji II LC - F (GC) foram preparados segundo instruções dos fabricantes. Os espécimes foram imersos em solução de NaF de 0,05% Fluorgard, Oral B e saliva artificial, a 37ºC por 30 dias. A rugosidade e dureza superficial foram analisadas após 1 hora, em umidade relativa, e depois, 1, 24, 48 horas, 1, 2, 3 semanas e 30 dias após imersão, nas soluções de bochecho e saliva artificial. A dureza Vickers foi medida usando HMV-2 (Shimadzu) com 50 g por 30 segundos, e a rugosidade superficial com o rugosímetro digital PRAZIS Rug 03, fazendo 3 medidas para cada amostra. Os resultados foram analisados pelos testes ANOVA e Tukey (p < 0,05). Pôde ser observado que as soluções influenciaram na microdureza e na rugosidade, que diminuíram e aumentaram, respectivamente. O F mostrou valores de dureza maiores e estatisticamente diferentes (p < 0,05) em relação ao V, tendo melhor microdureza. Em relação à rugosidade, não foi observada diferença estatística entre os materiais. O grupo controle mostrou significativamente valores menores de rugosidade em comparação aos de soluções, e ocorrendo diferença significante entre os valores do controle e do Fluorgard.

Pôde ser concluído que as soluções de bochecho influenciaram nas propriedades testadas dos RMGIC, e que o F mostrou os melhores resultados. (Financiado pelo CNPq/PIBIC/USP.)

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Análise em MEV da interface dentina/sistema adesivo – comparação entre as técnicas úmida e seca

ATOUI, J.*, ESPER, H. R., CICCONE, J. C., PALMA DIBB, R. G.

Odontologia Restauradora - Universidade de São Paulo. E-mail: juatoui@bol.com.br

O objetivo do presente estudo foi analisar morfologicamente, através de MEV, a interface dentina/sistema adesivo quando do emprego de duas técnicas de secagem do substrato. Para tal finalidade, foram testados os seguintes sistemas adesivos: Stae (SDI), Single Bond (3M), Scotchbond MP (3M), Optibond FL (Kerr), Unibond (Vigodent) e Etch & Prime 3.1 (Degussa). Doze discos de dentina de terceiros molares foram preparados e alocados aleatoriamente em 6 grupos. Cada disco foi dividido em duas partes, sendo que numa metade empregou-se a técnica úmida e na outra a técnica seca. Os sistemas adesivos foram aplicados de acordo com as instruções dos fabricantes e uma camada de resina composta Flow-It! (Jeneric/Pentron) foi acomodada à superfície dentinária. Os hemidiscos foram incluídos, seccionados perpendicularmente à interface e preparados para MEV. A camada híbrida foi fotografada e analisada quanto à sua espessura e qualidade em 3 aumentos. Observou-se que independente do sistema adesivo, a camada híbrida foi mais espessa e homogênea quando a técnica úmida foi empregada. O SBMP e o Optibond promoveram a formação de uma camada híbrida mais uniforme e com presença de “tags” nessa técnica. O Etch & Prime 3.1 apresentou comportamento inferior aos demais, promovendo a formação de uma tênue camada híbrida, sem presença de “tags”.

Pode-se concluir que a técnica de secagem da superfície dentinária influenciou na formação da camada híbrida e que a manutenção da superfície dentinária úmida contribuiu para otimizar o comportamento dos sistemas adesivos.

 Ia180

Análise da microdureza superficial de resinas compostas após imersão em solução de café

BADRA, V. V.*, FARAONI, J. J., PALMA DIBB, R. G.

Odontologia Restauradora - Universidade de São Paulo. E-mail: vbadra@bol.com.br

O presente trabalho teve como objetivo analisar, em diferentes períodos de tempo, a microdureza superficial de três tipos de resinas compostas (híbrida - Z250, 3M; micropartículas - A110, 3M; e Filtek Flow, 3M), após imersão em solução de café. Para tal finalidade, 18 corpos-de-prova (2 mm de espessura, 10 mm de diâmetro) foram confeccionados e divididos aleatoriamente em 3 grupos (n = 6). Os espécimes foram mantidos inicialmente em saliva artificial a 37ºC e submetidos a ciclos de imersão de 5 minutos em café a 60ºC, três vezes ao dia durante 60 dias consecutivos. A dureza Knoop foi analisada logo após a confecção dos espécimes, 24 horas, 7 dias, 30 dias e 60 dias após a preparação, sendo que as imersões tiveram início em seguida à medida de 24 horas. Os dados foram submetidos à análise de variância a dois critérios e teste de Tukey (p < 0,05). Os materiais testados comportaram-se de maneiras distintas. A Z250 apresentou os melhores resultados (p < 0,001), seguida pela A110. Os menores valores foram observados com a Flow. Em relação aos períodos de tempo avaliados, os três materiais apresentaram comportamento similar. Houve um aumento na microdureza após 24 horas. Até a medida de 30 dias, a microdureza manteve-se estável, mas na análise de 60 dias, uma queda significativa (p < 0,05) foi registrada.

Pode-se concluir que a microdureza superficial das resinas compostas estudadas foram afetadas após imersão em café e, dentre os materiais testados, esta alteração foi mais evidente na resina Z250. (Financiado pela FAPESP - processo nº 01/10455-8.)

 Ia181

Avaliação quantitativa da infiltração marginal com esmalte humano, bovino e suíno

ABUABARA, A.*, SANTOS, A. J. S., AGUIAR, F. H. B., GOMES, F. M., LOVADINO, J. R.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: abuabara@globo.com

Com o avanço da Odontologia Preventiva, dentes humanos extraídos tem sido cada vez mais difíceis de se obter. Outros substratos têm sido avaliados como substitutos a dentes humanos em pesquisas laboratoriais. Este estudo in vitro comparou quantitativamente, por meio de espectrofotometria, a infiltração marginal em esmalte humano, bovino e suíno. Cavidades cúbicas (2 x 2 x 2 mm) foram preparadas em superfícies vestibulares de esmalte humano, bovino e suíno. As cavidades foram restauradas com um compósito (Z100 - 3M) ou com um cimento de ionômero de vidro convencional (Ketac-Fil Plus - ESPE). Todas as amostras foram termocicladas por 1.000 ciclos e posteriormente imersas em solução corante de azul de metileno a 2%, por 12 horas. A microinfiltração foi quantificada através de espectrofotometria. Os resultados foram submetidos à análise estatística ANOVA e teste de Tukey (alfa = 0,05). Os valores de concentração de corante são expressos em mg/ml ± SD. O cimento de ionômero de vidro apresentou maiores médias de infiltração marginal que o compósito (0,0695 ± 0,01313 versus 0,0471 ± 0,0163, p < 0,000). A infiltração marginal para o substrato bovino (0,0668 ± 0,0246) não apresentou diferença estatística significativa da apresentada pelo suíno (0,0674 ± 0,0286). Entretanto ambos apresentaram maior infiltração marginal que o esmalte humano (0,0407 ± 0,0195, p < 0,000).

O padrão de infiltração marginal é afetado pelo tipo de substrato, indicando cautela na substituição do substrato humano em estudos laboratoriais de infiltração marginal. (Apoio: FAPESP - nº 01/07976-6.)

 Ia182

Influência da fonte ativadora do compósito odontológico na resistência à tração diametral

TOLOSA, M. C. C. G.*, PAULLILO, L. A. M. S., GIANNINI, M., SANTOS, A. J. S., DIAS, C. T. S.

Dentística Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: ceciliaetolosa@aol.com

O propósito deste estudo foi avaliar a resistência à tração diametral de três compósitos odontológicos fotoativados através de duas diferentes fontes de luz. Para isso, três resinas compostas foram testadas, micropartícula (Filtek A110 - 3M), híbrida (Charisma - Heraeus Kulzer) e compactável (Filtek P60 - 3M), todas na cor A3. Foram utilizados dois aparelhos fotopolimerizadores, convencional com lâmpada halógena (Degulux - Degussa) e outro utilizando luz visível emitida por LED (Ultrablue - DMC). As amostras foram confeccionadas utilizando-se uma matriz de teflon medindo 3 mm de profundidade e 6 mm de diâmetro interno, onde os compósitos foram inseridos em dois incrementos fotoativados por 20 s cada. Depois de armazenados em recipiente escuro contendo água destilada a 37ºC por 7 dias, as amostras foram submetidas ao teste de tração diametral. Os dados foram submetidos à análise de variância no delineamento inteiramente aleatorizado em esquema fatorial, em que os fatores foram: Material e Fotopolimerizador. A ANOVA mostrou efeito estatístico significativo apenas para o fator Material sendo aplicado o teste de Tukey ajustado para comparações múltiplas aplicado as médias de mínimos quadrados. Para o fator Material o resultado foi: P60 - 555,651 MPa a, Charisma - 433,233 MPa b, A110 - 291,255 MPa c.

Conclusão: entre as resinas compostas estudadas a resina compactável P60 apresentou a maior média de resistência à tração diametral e as fontes fotoativadoras com lâmpada halógena e LED apresentaram o mesmo comportamento.

 Ia183

Microdureza superficial de resinas de alta viscosidade submetidas ao tratamento com peróxido de carbamida a 10%

FERNANDÉZ Y FERNANDÉZ, C.*, BASTING, R. T., AMBROSANO, G., CAMPOS, I.

Odontologia - Universidade Estácio de Sá. E-mail: cfyf@hotmail.com.br

O objetivo deste trabalho in vitro foi avaliar a microdureza superficial de resinas de alta viscosidade submetidas ao tratamento com peróxido de carbamida a 10% (Review - SS White). Foram confeccionados 24 corpos-de-prova de cada material restaurador empregado (Fill Magic Condensável (FM) - Vigodent, Alert (AL) - Jeneric/Pentron e Definite (DE) - Degussa), distribuídos entre grupos experimentais (e) e controle (c) (n = 12). Matrizes cilíndricas de acrílico foram preenchidas com um único incremento de cada resina, procedendo-se à fotopolimerização por 40 segundos com um aparelho apresentando intensidade de luz de 620 mW/cm2 (Optilux - Demetron). Os corpos-de-prova experimentais receberam 0,2 cc de um gel clareador contendo peróxido de carbamida a 10% (Re­view - SS White) por seis horas diárias, pelo período de três semanas. Os corpos-de-prova do grupo controle permaneceram durante todo o período imersos em saliva artificial, sendo esta trocada diariamente. Após o período de 3 semanas, as amostras foram lavadas e permaneceram imersas em saliva artificial. Para os ensaios de microdureza Knoop, foram realizadas cinco indentações na superfície de cada corpo-de-prova, utilizando-se carga de 25 g, durante 20 segundos. A média dos valores obtidos foi transformada em números de dureza Knoop (KHN) e os dados foram avaliados estatisticamente através de análise de variância e Teste de Tukey, p < 0,05: FM(e) 40,10 Ab; FM(c) 43,05 Ab; AL(e) 53,02 Aa; AL(c) 58,94 Aa; DE(e) 47,97 Ab; DE(c) 44,32 Ab.

De acordo com os resultados obtidos, conclui-se que a aplicação de agentes clareadores contendo peróxido de carbamida a 10% em resinas de alta viscosidade não provocou alterações de microdureza superficial.

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Avaliação da resistência à fratura de pré-molares restaurados através de sistemas adesivos e não adesivos

IAMADA, C. O.*, MARTINS, L. R. M., WORSCHECH, C. C., GOMES, F. M., MAIA, D. S.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: eduardoiamada@zipmail.com.br

O propósito deste estudo foi avaliar a resistência à fratura de pré-molares com extensos preparos cavitários e restaurados com sistemas adesivos e não adesivos. Cinqüenta e quatro pré-molares superiores extraídos e livres de cáries ou fendas foram divididos em 6 grupos com 9 dentes cada. O grupo 1 não recebeu preparo cavitário MOD (controle positivo). O grupo 2 recebeu preparo cavitário, mas não recebeu restauração (controle negativo). Os grupos de 3 a 6 receberam os preparos e foram assim restaurados: G3: Gluma One Bond + Solitaire; G4: Single Bond + Z250; G5: Amálgama (Dispersalloy); G6: Amálgama + Panávia.Os grupos foram submetidos ao teste de resistência à fratura numa máquina de ensaio universal (Instron). O carregamento axial foi aplicado por uma esfera metálica, sobre as vertentes das cúspides à 0,5 mm/min. Após análise de variância e teste de Tukey, verificou-se que o grupo 2 apresentou as menores médias de resistência à fratura, diferindo-se dos outros grupos. Não houve diferença estatística significativa entre as médias de resistência à fratura dos grupos de 3 a 6 e esses não apresentaram valores de resistência à fratura diferentes do controle positivo.

Não houve diferença estatística significativa entre as médias de resistência à fratura dos grupos restaurados com Solitaire, Z250, Amálgama e Amálgama adesivo e não houve diferenca estatística significativa entre os valores desses quatro grupos e o grupo controle positivo (dentes íntegros). O grupo controle negativo apresentou as menores médias de resistência à fratura, diferindo-se estatisticamente de todos os outros grupos.

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Efeito do uso de solução de hipoclorito de sódio 10% na força de adesão de três sistemas adesivos

ELIAS, E. R.*, SOEIRO, C. R. M., ARIAS, V. G., PIMENTA, L. A. F.

Dentística - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: elisafobusp@yahoo.com

A remoção do colágeno pelo NaOCl 10% proporciona uma modificação favorável na composição da dentina que a camada híbrida pode não representar fator imprescíndivel para a obtenção de adequada adesão. O objetivo desse estudo foi avaliar a influência da aplicação da solução de NaOCl 10% na força de união de três sistemas adesivos a base de acetona – Bond One/Jeneric/Pentron (BO), One Step Plus/Bisco (OS), Prime & Bond 2.1/ Dentisply (PB). Foram usados 90 dentes bovinos lixados em nível de dentina superficial que foram divididos aleatoriamente em 6 grupos (n = 15): G1  - Controle BO; G2 - Controle PB; G3 - Controle OS; G4 - BO + NaOCl 10%; G5 - PB + NaOCl 10%; G6 - OS + NaOCl 10%. Condicionou-se a dentina com ácido fosfórico a 37% por 15 s, lavada por 15 s e seca com papel absorvente e, exceto nos grupos controle, aplicou-se solução de NaOCl 10% por 60 s, lavado por 30 s e seco com papel absorvente. Os sistemas adesivos foram aplicados e fotopolimerizados de acordo com as recomendações do fabricante; posteriormente foi inserida resina Z250/3M-ESPE em matriz de teflon com fotopolimerização por 40 s. A resistência ao cisalhamento foi obtida em máquina universal de ensaio (EMIC), com velocidade de 0,5 mm/min. Através da análise estatística (ANOVA 2 fatores e Tukey) observou-se os seguintes resultados em MPa ± DP com ordem decrescente: G4 - 16,34a (p £ 0,0036); G5 - 16,09a (p £ 0,0036); G6 - 14,45ab; G1 - 13,25ab; G3 - 13,18ab; G2 – 9,63b (p £ 0,0036).
Conclui-se que a solução de NaOCl 10% influencia no aumento da resistência adesiva de união de sistemas adesivos a base de acetona.

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Avaliação da reprodutibilidade intra- e interexaminador no registro da relação cêntrica, após um programa de calibração

KOGAWA, E. M.*, LOPES, L. F. R., KATO, M. T., UENO, F. T., CONTI, A. C. C. F., SANTOS, C. N., CONTI, P. C. R.

Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: mikafobusp@yahoo.com

Na tentativa de estabelecer uma posição maxilomandibular reprodutível em pacientes sem suporte posterior ou uma relação interoclusal estável, o conceito de relação mandibular cêntrica (RC) foi introduzido. Atualmente define-se a relação cêntrica como a “relação maxilomandibular na qual os côndilos articulam-se com a porção mais delgada de seus respectivos discos em uma posição ântero-superior com a vertente posterior das eminências articulares”. Apesar de historicamente utilizada como uma posição de referência, existe uma considerável divergência de opiniões sobre a sua reprodutibilidade. O objetivo deste estudo foi avaliar se os métodos de treinamento profissional são efetivos na padronização de procedimentos em relação ao registro da RC. Para isso utilizou-se uma amostra de 40 indivíduos, sendo 20 assintomáticos e 20 portadores de disfunções intra-articulares da ATM, foram avaliados por 3 examinadores previamente calibrados. A técnica de manipulação bilateral preconizada por Dawson foi adotada para análise da posição de RC. Foram realizados 2 exames: inicial e final (30 dias após), verificando a concordância interexaminadores (nos dois momentos do exame) como intra-examinadores (mesmo examinador, em momentos diferentes). Posteriormente os resultados foram submetidos à análise estatística, utilizando os testes de concordância de Kendall (interexaminadores) e de Cohen’s kappa (intra-examinadores). Um nível de significância de 95% foi adotado. Os resultados foram considerados bons, sendo os melhores resultados obtidos para análise do desvio frontal e relato de dor (ou ausência) durante a manipulação. Os registros dos desvios sagitais foram os de menores concordância em ambos os exames.

Os autores concluíram que os programas de calibração podem ser efetivos para análise da relação cêntrica. No entanto, cautela é recomendada quando da análise de alguns itens isolados. (Pesquisa financiada pela FAPESP, projeto nº 00/14881-9.)

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Comparação dos contatos oclusais em diferentes posições da cadeira odontológica

PITA, A. P. G.*, FONTANA, R. H. B. T. S., BALDANI, J. C., TICIANELLI, M. G., PINELLI, L. A. P.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: anappita@hotmail.com

A posição da mandíbula é influenciada pela musculatura cervical e pela ação da força gravitacional sobre o sistema. Assim, a posição da cadeira odontológica poderia modificar o padrão dos contatos oclusais dos pacientes, que deve ser mantido nos tratamentos dentários. Pensando nisso, o presente estudo avaliou a influência da posição da cadeira odontológica sobre o número de contatos oclusais em indivíduos portadores e não portadores de DTM. Foram selecionados, de acordo com a Academia Americana de Dores Orofaciais, 20 alunos de Odontologia, de ambos os sexos, com idade entre 20 e 24 anos e dentição morfologicamente normal, sendo 10 portadores e 10 não portadores de DTM. Fez-se a impressão dos contatos oclusais utilizando tira de papel carbono (Accufilm II) posicionada entre os arcos dentários em máxima intercuspidação, com o paciente sentado e deitado. Os valores do número de contatos oclusais foram catalogados e submetidos a análise de variância (p = 0,05) e teste t (t = 0,327; p = 0,75). Segundo os resultados não houve diferença significativa entre as variáveis testadas, nas condições experimentais do estudo, o que demonstra ausência de relação entre alterações na posição da cadeira odontológica e quantidade de contatos oclusais em ambos os grupos.

A posição da cadeira odontológica não causou alteração na quantidade de contatos oclusais. (Apoio financeiro: FAPESP.)

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Implantação do programa de conservação auditiva da FO-UERJ: exames audiométricos

VALLADARES, C. P.*, SOUZA, H. M. M. R., ASSUNÇÃO, A. R. M.

Prótese - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: capeixotorj@hotmail.com

O cirurgião-dentista é um profissional exposto constantemente ao ruído devido à natureza dos equipamentos presentes em seu ambiente de trabalho. Esta exposição pode trazer sérios danos à sua saúde, dentre os quais destacamos a perda auditiva, que afeta diretamente sua vida pessoal, social e profissional. Com a intenção de alertar estes profissionais, está sendo implantado na Faculdade de Odontologia da UERJ um Programa de Conservação Auditiva que engloba 5 etapas: avaliação e monitoramento da exposição ao ruído, medidas de controle ambiental, medidas organizativas, avaliação audiométrica e educação. Este trabalho tem como objetivo principal apresentar os resultados das avaliações audiométricas realizadas nos professores, para traçar o perfil audiológico destes profissionais e estabelecer uma possível relação entre os resultados obtidos e a Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR). Vinte e seis professores foram submetidos a uma anamnese direcionada, otoscopia e audiometria tonal com teste de discriminação, por via aérea e via óssea. Dos 26 exames, 8 (30,75%) estavam dentro dos padrões de normalidade, 6 (23,10%) demonstraram outros tipos de perda auditiva não sugestivos de PAIR mas que comprometem a acuidade auditiva normal, e 12 (46,15%) apresentaram curvas compatíveis com PAIR.

Os índices de perda auditiva encontrados aliados ao caráter irreversível desta lesão reforçam a importância deste programa preventivo como meio de defesa deste inimigo invisível chamado ruído e indicam a necessidade do exame audiométrico periódico para os profissionais de Odontologia.

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Avaliação da eficácia da eletroterapia para analgesia das dores miofasciais através de parâmetros objetivo e subjetivo

ANTUNIASSI, A. R.*, BOLZAN, M. C., BAIETERO, M., SHINGAI, M.

Materiais Dentários - Universidade de São Paulo. E-mail: anelena@uol.com.br

Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar e comparar a eficácia da eletroterapia na analgesia rápida das dores miofasciais. Sessenta pacientes divididos em grupos I , II e III receberam por 20 minutos, aplicações de microcorrente (MENS), TENS modo convencional (TC) e TENS modo breve intenso (TB), respectivamente. Foram avaliados o grau de dor e analgesia, de um determinado ponto álgico do músculo masseter, antes e imediatamente após a aplicação das diferentes correntes elétricas. Para tanto, foram utilizados dois parâmetros: a escala VAS, como parâmetro subjetivo e um dinamômetro, como parâmetro objetivo. A análise estatística, revelou que para a variável VAS não se observaram diferenças entre os grupos I, II e III, (p > 0,05), mas houve uma diferença significativa (p < 0,05) entre o antes e depois para a variável dinamômetro. Isto significa que todas as terapias foram efetivas, não existindo diferença significativa entre elas quando a dor foi medida pela escala VAS. Com relação à variável dinamômetro, houve uma diferença significativa entre o antes e depois para o grupo que recebeu microcorrente (p < 0,05), mas não houve diferença significativa entre o antes e depois para os grupos TB e TC. Isto significa que a terapia com microcorrente foi mais efetiva na redução da dor quando medida objetivamente através do dinamômetro (NAPEM-FOUSP).

Concluímos que não existe diferença entre as terapias do ponto de vista dos pacientes mas quando comparadas por um método objetivo, a microcorrente demonstrou proporcionar melhor analgesia rápida.

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Análise comparativa da imagem digitalizada dos registros oclusais em prótese total obtidos em dois tempos clínicos

MARTINS, C. V.*, FURUYAMA, R. J., TAMAKI, R., NAKAMAE, A. E. M.

Prótese Dentária - Universidade de São Paulo. E-mail: cvmartins@zipmail.com.br

Este estudo teve como objetivo comparar as marcas oclusais das próteses totais bimaxilares, obtidas no ato da instalação (T1) e após quinze dias (T2), utilizando-se a imagem digitalizada. Os registros oclusais de sete pacientes foram tomados em T1 e T2 por meio da execução do movimento de abertura e fechamento de boca com um papel carbono de articulação interposto entre as próteses. As imagens das próteses com os registros foram digitalizadas por um scanner de mesa num aumento de 1.000% e analisadas num ­aumento de 300% com o programa Adobe Photo­shop. Os valores das áreas, em mm2, foram colhidos em tabelas, submetidos a uma análise quantitativa e qualitativa e os resultados foram analisados estatisticamente. Pela análise de Anderson-Darling, observou-se que os pacientes que apresentavam uma grande área marcada em T1, apresentavam uma área menor em T2 e vice-versa, tanto nas cúspides de trabalho como nas de corte. Observou-se também um predomínio de marcas consideradas pequenas pela análise de Duncan em T2.

Concluiu-se que: a imagem digitalizada foi aplicável, possibilitando a comparação de registros de dois tempos clínicos diferentes; o uso das próteses totais pode induzir a um rearranjo do sistema estomatognático, sendo necessário ajustes periódicos para restabelecer a oclusão balanceada. Embora os resultados encontrados estejam de acordo com os dados encontrados na literatura, faz-se necessários novos estudos, com acompanhamento clínico mais longo e maior número de casos, para confirmar as tendências encontradas. (Projeto realizado com apoio do CNPq - PIBIC 2000/2001.)

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Avaliação do retorno periódico em usuários de prótese parcial removível

GARCIA, D.*, PAVARINA, A. C., GARCIA, P. P. N. S., BONAN, R. F. B., VERGANI, C. E., GIAMPAOLO, E. T., MACHADO, A. L.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: danigar@zipmail.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar as condutas dos cirurgiões-dentistas quanto ao retorno periódico de pacientes usuários de prótese parcial removível (PPr). Um questionário foi aplicado a 100 cirurgiões-dentistas e os dados obtidos foram inseridos no programa Epi Info 6.04. Após a colocação da prótese, os períodos mais recomendados para o retorno foram de 2 dias (25%) e 7 dias (39%), e os procedimentos mais executados nesta oportunidade foram avaliação da higienização dos dentes, da prótese, áreas de compressão e oclusão (49%). O retorno semestral foi prescrito por 65% dos dentistas, sendo o método mais utilizado para promovê-lo o telefonema (40%). Quanto à freqüência, 54% responderam que seus pacientes retornam ao consultório apenas quando julgam necessário. Dos profissionais estudados, 71% recomendam o controle posterior para verificar a higienização dos dentes e adaptação da prótese ao rebordo. Os procedimentos mais executados durante o retorno foram: raspagem (77%), restauração (63%) e instrução de hi­giene (61%). Dos profissionais analisados, 38% responderam que seus pacientes estavam satisfeitos com a sua prótese. Entretanto, 30% relatam observar nos retornos a presença de cáries, 26% reclamações de desconforto e 22% de falta de estabilidade.

A maioria dos profissionais prescreve o retorno, principalmente semestral, para avaliação da higienização dos dentes, da prótese, áreas de compressào e oclusão. Os procedimentos mais realizados nestes retornos são raspagem, instrução de higiene oral e restauração.

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Avaliação da adaptação cervical de casquetes metálicos em função da presença ou não de alívio nos troquéis de gesso

NIECKELE, F. A. N.*, RUSSOMANNO, R. P., LOPES, L. A. Z., MEZZOMO, E., HENNRICH, V., SUZUKI, R. M.

Faculdade de Odontologia - Universidade Luterana do Brasil. E-mail: fernandanieckele@hotmail.com

No presente trabalho, avaliou-se a influência do alívio nos troquéis de gesso sobre o ajuste marginal de casquetes metálicos para coroas metalocerâmicas. Um dente pré-molar humano hígido foi preparado para coroa total metalocerâmica. A seguir, foram realizadas vinte e quatro moldagens através da técnica de moldagem em dois tempos com uma silicona de adição (Express - 3M) e vazados com o gesso tipo IV (Fujirock). Os troquéis obtidos foram divididos em três grupos de oito, Grupo A (troquéis aliviados com espaçador - Spacer Talladium), Grupo B (troquéis aliviados com uma película à base de cianocrilato - Super Bonder) e Grupo C (troquéis sem alívio). Os padrões de cera foram incluídos em revestimento e fundidos com uma liga de níquel-cromo (Viron 99 - Bego). Os casquetes foram ajustados aos seus respectivos troquéis com o auxílio de brocas esféricas “carbide” (Komet) em ponta reta e teflon (Tectape - BK 95 - ­Bausch Dental Co.) Um microscópio universal de medição (OMO) com 0,005 micrômetros de precisão foi usado para medir o grau de desajuste cervical. Os resultados mostraram um grau de desajuste médio de 0,121 mm para o Grupo A, 0,021 mm para o Grupo B e 0,281 mm para o Grupo C, com diferença estatisticamente significante entre os Grupos A e B em relação a C. Não houve diferença estatística entre os Grupos A e B.

Conclui-se que o alívio sobre o troquel mostrou-se determinante no grau de ajuste cervical dos casquetes.

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Influência da complementação térmica por banho de água nas propriedades mecânicas de uma resina termopolimerizável

BRAVO, L.*, PAVARINA, A. C., NEPPELENBROEK, K. H., VERGANI, C. E., MACHADO, A. L., GIAMPAOLO, E. T., VAZ, L. G.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: luciano_bravo@hotmail.com

O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito da complementação térmica por banho de água sobre dureza e resistência à flexão de uma resina termopolimerizável (QC-20) polimerizada de acordo com ciclos propostos pelo fabricante (A e B). Foram confeccionados 40 corpos-de-prova para o teste de dureza (13 x 8 mm) e para o teste de flexão (64 x 10 x 3,3 mm). No ciclo A, a mufla foi imersa em água a 100ºC, e mantida por 20 min. No ciclo B, a mufla foi imersa em água a 100ºC, o aquecimento retirado por 20 min, religado, e a mufla mantida por 20 min a 100ºC. As amostras foram armazenadas em água a 37ºC por 48 ± 2 h e então divididas em 2 grupos: controle e experimental (submetido ao banho de água a 50ºC por 1 h), antes dos ensaios. O teste de flexão foi realizado em uma máquina de ensaios da MTS e a dureza Vickers foi utilizada para avaliar a dureza superficial de cada amostra. Os dados de flexão foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey, e os valores de dureza ao teste de Kruskal-Wallis. Quando as amostras do ciclo A foram submetidas ao tratamento térmico, apresentaram um aumento significativo (p < 0,05) na resistência a flexão (64,14 MPa) em comparação ao grupo controle (51,50 MPa). As amostras do ciclo B demonstraram valores de dureza (p < 0,05) significativamente maiores (23,14 VHN) após o tratamento em água, comparadas ao controle (17,42 VHN). O ciclo B promoveu maiores valores de dureza e de resistência a flexão, independente do tratamento térmico.

Os resultados deste estudo sugerem que o tratamento térmico melhora a dureza e a resistência a flexão da resina QC-20.

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Resistência à microtração entre uma cerâmica hidrotérmica e um cimento resinoso submetidos ou não à termociclagem

SIQUEIRA, L. O., NEISSER, M. P., LOPES, A. G., PIMENTA, L. A. F., GALHANO, G. A., GONÇALVES, J., LEITE, F. P. P.

Materiais Dentários e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: lu_odontounesp@hotmail.com.br

A efetividade de união restauração/dente é um dos fatores de sucesso de tratamentos protéticos reabilitadores. Objetivamos, com este trabalho, avaliar por ensaio de microtração, a resistência adesiva entre uma cerâmica (Symbio Ceram, Degussa Dental) e um cimento resinoso (Panavia F, Kuraray), submetidos ou não a ciclagem térmica. Para tanto foram obtidos 3 blocos cerâmicos com dimensões de 5 mm x 6 mm x 6 mm; sua superfície de colagem (6 mm x 5 mm) foi polida com lixa (#600), condicionada com ácido fluorídrico a 10% e silanizada de acordo com as recomendações do fabricante. A seguir os blocos foram cimentados a outros de resina composta com as mesmas dimensões, sob carga de 1 kg. Após isto foram mantidos em água destilada à temperatura ambiente durante 7 dias e cortados de forma a obter-se 20 corpos-de-prova com dimensões de 10 mm x 1 mm x 1 mm, propiciando área adesiva de 1 mm2 ± 0,1 mm2 e divididos em 2 grupos submetidos aos seguintes tratamentos: G1- manutenção em água destilada a temperatura ambiente, durante 3 dias, e G2- ciclagem térmica (1.500 ciclos) em dois banhos (5ºC e 55ºC), após o que foram tracionados em máquina de ensaios universal (EMIC) com célula de carga de 10 kgf e velocidade de 0,5 mm/min. Os valores numéricos (MPa) foram lançados em tabela própria e submetidos a teste estatístico (Mann-Whitney), mostrando que G1 (27,06 ± 10,59) não diferiu estatisticamente (5%) de G2 (22,55 ± 4,81).

Considerando a metodologia aplicada e os resultados obtidos, parece-nos lícito concluir que a ciclagem térmica não influenciou a resistência adesiva entre os materiais estudados.

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Avaliação da resistência à microtração entre dois cimentos resinosos e uma cerâmica prensada

GONÇALVES, J.*, BOTTINO, M. A., LEITE, F. P. P., PEIXE, S., YOSHIGA, S. R.,
MICHIDA, S. M. A., PIMENTA, L. A. F.

Materiais Dentários - Universidade Estadual Paulista. E-mail: julygon@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência de união, por ensaio de microtração, entre um sistema cerâmico (IPS Empress, Ivoclar-Vivadent) e dois cimentos resinosos (Panávia F, Kuraray e Rely X, 3M). Foram confeccionados dois blocos cerâmicos com dimensões de 6 mm x 6 mm x 5 mm, os quais foram duplicados em resina composta (Clearfil APX, Kuraray). A superfície cerâmica de união (6 mm x 5 mm) foi polida com lixas d’água (nº 800, 1.000, 1.200), tratada com ácido fluorídrico 10% e silanizada, sendo então os blocos cerâmicos cimentados aos poliméricos, dois a dois, empregando os cimentos resinosos que foram manipulados seguindo as recomendações do fabricante, sob carga de 500 gramas. Em seguida os conjuntos foram armazenados em água destilada (37ºC - 7 dias), após o que foram seccionados no sentido X e Y, obtendo-se amostras com 10 mm x 1 mm x 1 mm, com área adesiva de aproximadamente 1 mm2 ± 0,1 mm2, num total de 20 corpos-de-prova divididos em 2 grupos, sendo G1 - cimentado com Panávia F e G2 - cimentado com Rely X. Ambos os grupos foram levados à máquina de ensaio universal (EMIC) com célula de carga de 10 kgf e velocidade de 0,5 mm/min, para a realização da tração. Os valores de resistência adesiva (MPa) foram tabulados e analisados estatisticamente (Mann-Whitney), apresentando os seguintes valores médios de tensão de ruptura: G1 = 36,34 e G2 = 40,27.

Pela metodologia aplicada e os resultados obtidos é lícito concluir que a resistência adesiva dos grupos diferiu estatisticamente (p = 0,004), sendo que G2 apresentou resultados superiores a G1.

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Comparação da resistência adesiva entre um cimento resinoso e duas cerâmicas prensadas pelo teste de microtração

RIBEIRO, F. L.*, KIMPARA, E. T., LEITE, F. P. P., CASTRO FILHO, A. A., NASRAUI, A. P., CAMARGO, F. P., PEIXE, S.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: ribeirofabiana@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi avaliar, pelo ensaio de microtração, a resistência da união entre um cimento resinoso (Rely X, 3M) e duas cerâmicas prensadas (IPS Empress e IPS Empress II, Ivoclar/Vivadent). Foram confeccionados dois blocos de cada uma das cerâmicas, com dimensões de 6 mm x 6 mm x 5 mm, os quais foram duplicados em resina composta (Clearfil APX, Kuraray). A superfície cerâmica para união (6 mm x 5 mm) foi polida com lixas d’água (nº 800, 1.000, 1.200) sendo em seguida tratada com ácido fluorídrico 10% e silanizadas. Os blocos cerâmicos foram cimentados aos correspondentes em resina composta com o cimento resinoso manipulado de acordo com as recomendações do fabricante, e carga de 500 gramas. Decorrido o período de armazenagem (água destilada por 7 dias à 37ºC), o conjunto foi seccionado no sentido X e Y, obtendo-se amostras com dimensões aproximadas de 10 mm x 1 mm x 1 mm e área adesiva de 1 mm2 ± 0,1mm2 obtendo-se 20 corpos-de-prova divididos em dois grupos de 10, sendo G1- Empress e G2- Empress II. Cada corpo-de-prova foi fixado, com cianoacrilato, num paquímetro especialmente adaptado e acoplado na máquina de ensaios universal (EMIC) com célula de carga de 10 kgf e velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados foram analisados estatisticamente (Mann-Whitney), mostrando os seguintes valores médios de tensão de ruptura (MPa): G1 = 40,27 e G2 = 47,34 que mostraram diferença estatisticamente significante (p = 0,02).

Em função da metodologia aplicada e dos resultados obtidos é lícito concluir que G2 (Empress II) apresentou melhor desempenho quando comparado a G1 (Empress).

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Efeitos dos desinfetantes químicos na dureza superficial de resinas acrílicas termopolimerizáveis

ANDRADE, V. G.*, ORSI, I. A.

Materiais Dentários e Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: vanessandrade@yahoo.com.br

Esse estudo tem como objetivo avaliar os efeitos de desinfetantes químicos na propriedade de dureza superficial de resinas termopolimerizáveis de diferentes composições. Foram confeccionados 210 corpos-de-prova circulares (15 mm de diâmetro e 4 mm de espessura) de cada tipo de resina (Lucitone, QC-20 e Clássico), divididos em dois grupos referentes aos tipos de polimento (químico e mecânico). Cada grupo foi dividido em quatro subgrupos correspondentes aos desinfetantes químicos (hipoclorito de sódio a 1%; 2,5%; 5,25% e glutaraldeído alcalino a 2%), e esses subdivididos nos períodos de imersão (10, 20, 30, 45 e 60 minutos). O grupo controle foi mantido em água. Após cada período de imersão os corpos-de-prova eram levados no aparelho de dureza de baixo cone. Os resultados foram analisados estatisticamente pela análise de variância e testes auxiliares de Tukey e Scheffé. Houve diferenças estatísticas (p < 0,01) entre as três marcas comerciais de resina acrílica, os dois tipos de polimento, com o polimento químico apresentando os maiores valores, os períodos de imersão, havendo elevação dos valores de profundidade de penetração com o transcorrer do tempo e entre as soluções.

Pelos resultados conclui-se que a resina QC-20 apresentou os maiores valores de profundidade de penetração, seguida pela Clássico e Lucitone. Dentre as soluções, hipoclorito de sódio a 1% e glutaraldeído alcalino a 2% produziram os menores valores de profundidade de penetração, sendo, respectivamente, 1ª e 2ª escolha de desinfetante químico para prótese total. (Apoio: FAPESP- processo nº 00/11515-1.)

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Avaliação comparativa da estabilidade dimensional de três materiais de moldagem quanto ao segundo vazamento

TAVARES, B.*, SOTELO, L. M., DUARTE, J. P., FERREIRA, A. B.

Prótese Dentária - Pontifícia Universidade Católica do Rio. E-mail: bruna.lombardi@ig.com.br

O objetivo do estudo foi comparar a estabilidade dimensional do poliéter, silicona de adição e silicona de condensação no segundo vazamento. Foram realizadas 10 moldagens iniciais de um troquel mestre metalizado com cada material. As moldagens foram vazadas com gesso tipo IV (Vel-Mix/Kerr) totalizando 30 corpos-de-prova, que foram divididos em três grupos de 10 a saber: grupo 1A- obtidos com poliéter (Impregum/ESPE), grupo 1B- obtidos com silicona de adição (Aquasil/Dentsply) e grupo 1C- obtidos com silicona de condensação (Spidex/Vigodent). Após 30 minutos da remoção dos corpos-de-prova das moldagens, estas foram revazadas, com o mesmo gesso, gerando outros 3 grupos de 10 corpos-de-prova, identificados como grupo 2A para Impregum, 2B para Aquasil e 2C para Spidex. Foram feitas medidas na base e no topo dos 60 corpos-de-prova com um Projetor de Perfis/Deltronic. Após a obtenção das medidas, foi realizada a análise estatística, aplicando testes ANOVA e Tukey, sendo p < 0,05 para comparar os grupos A, B e C. Foi utilizado o teste t para comparar as medidas obtidas entre o primeiro e o segundo vazamento. Os resultados das médias e desvio padrão na base e no topo expressos em milímetros foram respectivamente: 1A = 9,116/5,340 e 0,001/0,002; G1B = 9,110/5,340 e 0,002/0,002; G1C = 9,110/5,342 e 0,009/0,003; G2A = 9,110/5,340 e 0,004/0,004; G2B = 9,119/5,344 e 0,011/0,006 e G2C = 9,127/5,338 e 0,066/0,007.

Com base nos resultados obtidos foi possível concluir que não houve alteração dimensional estatisticamente significativa entre os três materiais tanto no primeiro quanto no segundo vazamento.

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Precisão na montagem em articulador em função do tipo de gesso e tratamento do modelo

CESERO, L.*, LOPES, L. A. Z., MEZZOMO, E.

Odontologia - Universidade Luterana do Brasil. E-mail: lelodonto@zipmail.com.br

O objetivo do presente estudo foi investigar a influência do tipo de gesso na precisão da montagem de modelos superiores secos e hidratados em um articulador semi-ajustável Arcon. Os grupos foram divididos de acordo com o tipo de gesso e o tempo de hidratação dos modelos: Grupo 1 e 2 modelos secos fixados com gesso-pedra e especial respectivamente; Grupo 3 e 4 modelos hidratados por 1 minuto e fixados com gesso-pedra e especial respectivamente e Grupo 5 e 6 modelos hidratados por 5 minutos e fixados com gesso-pedra e especial respectivamente. A alteração dimensional do gesso de montagem e a sua influência na posição do modelo foi mensurada por meio de relógios comparadores de precisão micrométrica, posicionados de forma a registrarem a contração e a expansão do gesso. Os Grupos 1 e 2 apresentaram uma contração predominante sobre a expansão, nos demais grupos a expansão foi predominante sobre a contração. Os dados foram submetidos à análise de variância múltipla o que permitiu observar que houve diferença estatisticamente significante (p < 0,05) nos Grupos 1, 2, 3, e 5.

Os resultados permitiram concluir que o Grupo 1 e 2 apresentaram um movimento do modelo em direção ao ramo superior do articulador (resultado da contração), sendo esse maior para gesso especial. Os Grupos 3, 4, 5 e 6 apresentaram um movimento de abertura entre os ramos superior e inferior do articulador (resultado da expansão), sendo esse significativamente maior para o gesso-pedra comparativamente ao gesso especial.

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Câncer bucal: estudo dos fatores clínicos e sócio-demográficos no atraso do tratamento

CUNHA, E. M.*, FARIA, P. R., CARDOSO, S. V., LOYOLA FILHO, A. I., LOYOLA, A. M.

Patologia - Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: eliscunha@zipmail.com.br

O objetivo deste trabalho foi identificar o atraso no tratamento do câncer bucal e investigar sua associação com características sócio-demográficas do paciente e clínicos da lesão. Para tanto, foram analisados 166 prontuários de pacientes com carcinoma epidermóide bucal, cujos dados sócio-demográficos, clínicos, data do diagnóstico histopatológico e do início do tratamento estavam disponíveis. O tempo de atraso considerado aceitável foi de até 30 dias após o diagnóstico histopatológico. As variáveis analisadas foram idade, sexo e procedência dos pacientes; tamanho, localização, sintomatologia e estadiamento clínico das lesões. A existência de associações foi investigada por meio do teste qui-quadrado (nível de significância  < 0,05), e odds ratio (IC de 95%) foi empregado para descrever a magnitude das associações. O banco de dados foi construído e analisado por meio do Software Epi Info, versão 6.04 b. Foram encontrados os seguintes resultados: idade > 60 anos (OR = 0,87; IC = 0,45-1,68; p = 0,76), sexo masculino (OR = 1,45; IC = 0,59-3,63; p = 0,49), procedência Uberlândia (OR = 1,98; IC = 0,99-3,96; p = 0,053), tamanho > 2 cm (OR = 1,57; IC = 0,78-3,20; p = 0,23), estágio avançado (OR = 2,13; IC = 1,04-4,36; p = 0,04), não circunscrita (OR = 2,42; IC = 1,22-4,83; p = 0,01), sintomática (OR = 2,08; IC = 1,03-4,18; p = 0,04) e localizadas no lábio (OR = 0,30; IC = 0,11-0,77; p = 0,010).

Dimensão maior que 2 cm, ser avançada e não circunscrita, foram as características da lesão positivamente associadas ao atraso no tratamento. Apenas a localização labial foi fator de proteção para o atraso no tratamento. (Apoio: CNPq-FAPEMIG.)

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Formas anátomo-clínicas da candidíase em pacientes com AIDS: epidemiologia e diagnóstico clínico-laboratorial

RAMOS, L. A.*, FONSECA, D. F., CHAVES, J. A. C., CUNHA, R. M., VIEIRA, B. J.,
AARESTRUP, F. M.

Laboratório de Imunopatologia e Patologia - Universidade Federal de Juiz de Fora. E-mail: ligiaar@bol.com.br

A candidíase bucal é uma doença infecciosa com múltiplas manifestações e, na maioria das vezes, o diagnóstico é feito de acordo com a história do paciente e com as características clínicas da lesão. Porém, algumas formas anátomo-clínicas apresentam a necessidade de realização de testes para confirmação diagnóstica. O objetivo deste estudo foi determinar a incidência das formas clínicas de candidíase bucal presentes em pacientes com AIDS do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU/UFJF) e estabelecer o diagnóstico diferencial com outras lesões bucais através da citologia esfoliativa. Foram examinados 50 pacientes adultos, de ambos os sexos, atendidos no ambulatório de Doenças Infecciosas e Parasitárias do HU/UFJF. Todos os indivíduos apresentavam imunossupressão (CD4+/mm3 sangue < 200) e hipótese clínica de candidíase bucal. Os pacientes com suspeita de candidíase eritematosa foram submetidos ao exame de citologia esfoliativa da lesão. Foi observada incidência de 46,2% da forma florida, 29,6% da forma pseudomembranosa, 22,2% da forma atrófica/eritematosa e 1,85% dos casos exibiram manifestação cutâneo-mucosa da infecção. Os resultados revelaram um índice significativo de manifestações dos tipos atrófico/eritematoso, com aspecto clínico, muitas vezes, semelhantes a outras alterações bucais.

Destacamos, desta forma, a importância da utilização de métodos complementares de diagnóstico nos casos de suspeita de candidíase bucal. (Apoio financeiro: CNPq.)

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A utilização de um sistema de informação geográfica na pesquisa do conhecimento do câncer de boca

RAMOS, T. T.*, RAMOS, R. T., CANTISANO, M. H.

Geografia - Universidade Federal Fluminense. E-mail: tatiana_tramontani@yahoo.com

O trabalho teve como objetivo mapeamento de informações obtidas em questionários de anamnese consentida de 219 pacientes da Clínica de Estomatologia da Universidade Veiga de Almeida, em 82 bairros do Rio de Janeiro. Para tal, foi utilizado um Sistema de Informação Geográfica (CARVALHO, M. S.; PINA, M. F. Rede Interagencial de Informações para a Saúde - RIPSA. Org. Panamericana da Saúde/ Ministério da Saúde, 2000; ASSAD, E. D.; SANO, E. E. Sistema de Informações Geográficas - Aplicações na Agricultura. 2. ed. Brasília : Embrapa-SPI/Embrapa). Foi dado ênfase à questões relativas ao conhecimento do câncer de boca, seus métodos preventivos, fonte de informação sobre o assunto e escolaridade dos pacientes. Os resultados revelaram que independentemente da escolaridade ou bairro de moradia, 66% dos questionados mostraram conhecimento do câncer de boca e apenas 3% declararam conhecer métodos de prevenção. Quanto ao veículo de acesso às informações, jornais, revistas e TV foram os mais citados seguidos de médicos, dentistas e instituições de saúde.

O nível de escolaridade não influenciou no conhecimento do câncer de boca e as vias de acesso às informações, mostraram-se insuficientes na transmissão de informações visto que não enfocaram métodos preventivos como o auto-exame. O acesso às informações foi uniforme em todos os ­bairros mapeados. (Bolsa de iniciação científica do CNPq.)

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Avaliação do uso da goma de mascar no aumento persistente do fluxo salivar

ODERICH, E.*, SANTOS, R. B., KRAPF, S. M. R., FIGUEIREDO, M. A. Z.

Estomatologia e Prevenção do Câncer Bucal - Pontifícia Universidade Católica do Rio. E-mail: elisa.od@terra.com.br

A hipossalivação é observada, com freqüência, em pacientes submetidos à radioterapia em região de cabeça e pescoço. Entre outras conseqüências da redução do fluxo salivar, está o aparecimento da xerostomia, o aumento da prevalência de cáries e a disfagia. Essas condições interferem, sobretudo, na saúde bucal do indivíduo. Na tentativa de contribuir para amenizar tal problema, o presente estudo avaliou a eficácia do uso da goma de mascar para o aumento persistente do fluxo salivar. O grupo analisado era composto de dez estudantes da Faculdade de Odontologia da PUCRS, sendo cada participante seu próprio controle. Durante cinco dias, o estímulo mastigatório foi aplicado após as três refeições principais, por um período de 15 minutos. Os alunos selecionados foram submetidos ao exame clínico no Serviço de Estomatologia do Hospital São Lucas da PUCRS. As amostras de saliva, coletadas no primeiro e no sétimo dia, foram armazenadas em um pote coletor universal plástico estéril e enviadas ao Laboratório de Análises Clínicas do hospital. Os resultados evidenciaram o aumento médio de 0,796544 ml/min de saliva total estimulada na primeira coleta para 0,855502 ml/min na coleta final. Foi aplicado o teste t de Student para amostras pareadas, não sendo esse resultado estatisticamente significante.

Os autores concluem que o uso da goma de mascar é um manejo terapêutico a ser considerado no alívio da xerostomia. Sugerem que novos estudos, aumentando a amostra e o tempo de uso do chiclete, possam confirmar o aumento do fluxo salivar além do estímulo momentâneo.

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Avaliação do filme Insight, variando tempos de exposição e processamento radiográfico

RAMOS, F. M. M.*, CARVALHO, I. M. M.

Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - Universidade de São Paulo. E-mail: flaviammr@bol.com.br

Uma radiografia de boa qualidade é a base para o sucesso de um diagnóstico radiográfico, esta qualidade depende de inúmeros fatores que incluem, desde o tipo do filme ao método de processamento radiográfico escolhido. A evolução tecnológica tem permitido a utilização de filmes mais sensíveis que possuem a capacidade de produzir imagens satisfatórias com uma menor quantidade de radiação X. Este trabalho se propôs a avaliar o novo filme radiográfico da Kodak, Insight, pelos 2 métodos de processamento radiográfico (automático e manual). Foram utilizados 5 aparelhos pertencentes ao Centro Odontológico do HRAC-USP. De cada um destes aparelhos foram obtidas 2 grupos de 10 radiografias da região de molares de uma mandíbula macerada (fantoma). Os tempos de exposição variaram de 0,1 a 1,0 segundos. Cada grupo de 10 radiografias foi processado pelo método manual (temperatura-tempo) e pelo método automático. Cinco examinadores elegeram qual radiografia apresentava as qualidades ideais para um bom diagnóstico radiográfico. Observou-se, nos 5 aparelhos utilizados, que a maioria dos examinadores optou pelas radiografias de menor tempo de exposição, pelos 2 métodos de processamento. Foi constatado também que com o processamento automático, o filme Insight, se comportou como um filme tipo F de sensibilidade. No processamento manual, houve redução de 50% da dose de exposição.

Este filme, Insight, deverá ser usado sempre que possível com um processamento automático, pois produz imagens de valor diagnóstico com pequena exposição.

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Avaliação de “achados radiográficos” em pacientes encaminhados para tratamento ortodôntico e/ou ortopédico facial

MORAES, M. G.*, ARMOND, M. C., GENEROSO, R., CASTILHO, J. C. M., RIBEIRO, A.

Diagnóstico e Cirurgia - Universidade Vale do Rio Verde de Três Corações. E-mail: mcarmond@zipmail.com.br

O objetivo dessa pesquisa foi fazer o levantamento de anomalias dentárias e de lesões periapicais assintomáticas descobertas por meio do exame radiográfico de rotina e relevantes para o diagnóstico e planejamento ortodôntico/ortopédico facial. Foram inspecionadas, aleatoriamente, num centro de radiologia na cidade de Varginha - MG, 500 radiografias panorâmicas de pacientes de ambos os sexos, na faixa etária dos 6 aos 50 anos de idade, que iriam se submeter ao tratamento ortodôntico/ortopédico facial. A avaliação radiográfica foi realizada por um único radiologista por meio de lupa e negatoscópio e constou da detecção das seguintes alterações: anodontias, dentes supranumerários, dilacerações radiculares, lesões periapicais e dentes retidos/impactados. Os resultados mostraram que 178 radiografias (35,6%) apresentaram-se com anomalias e/ou alterações periapicais, sendo 136 dentes retidos/impactados, 29 anodontias, 21 com dilacerações radiculares, 70 lesões periapicais e 31 supranumerários.

Concluímos que a radiografia panorâmica deve ser rotina nas fases de pré-, trans- e pós-tratamento ortodôntico/ortopédico facial, e que o sucesso desse tratamento está diretamente associado ao diagnóstico radiográfico.

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Disostose cleidocraniana – busca de métodos de diagnóstico por imagem alternativos

SIMI, R.*, FRIGGI, M. N., EID, R. M., PAPAIZ, E. G., FISBERG, M.

Pediatria - Universidade Federal de São Paulo. E-mail: rosimi@uol.com.br

Com o intuito de conseguir um melhor reembasamento para planejar o tratamento ortodôntico e cirúrgico de uma paciente portadora de disostose cleidocraniana, era necessário localizar radiograficamente elementos dentais supranumerários, inclusos e impactados na maxila (manifestações comuns dessa síndrome, além de inúmeras outras), fomos para isso buscar métodos alternativos que nos possibilitassem obter os dados necessários. As técnicas de localização convencionais não se mostraram suficientes, e o fato da família da paciente não ter recursos para executar um exame em CT, nos fez optar por uma tomografia realizada em aparelho acionado por computador (Tomax Ultrascan), que além de um custo substancialmente menor, apresenta a vantagem de oferecer menos incômodo ao paciente. A paciente foi moldada, cons­truiu-se modelos de gesso que nos possibitou alimentar o tomógrafo com as informações necessárias e ainda construir uma guia radiográfica em acetato. O passo seguinte foi obter as imagens da paciente. O painel intenciona mostrar os resultados imagenológicos obtidos e como foram utilizados.

Os resultados obtidos por esse processo, superou nossas expectativas e ainda nos revelou a presença de lesões de aspecto cístico, nos levando a indicá-lo em casos semelhantes.

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Avaliação cefalométrica da posição dos incisivos por diferentes clínicas radiológicas x tratamento ortodôntico

MARQUES, A. L. G.*, SILVEIRA, H. L. D., SILVEIRA, H. E. D., DALLA-BONA, R. R.

Cirurgia e Ortopedia - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: lessamarques@ig.com.br

A literatura comprova a existência de variação interexaminador na identificação dos pontos anatômicos durante a confecção de um cefalograma. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi verificar se essa variação interfere nos resultados cefalométricos para avaliação da posição dos incisivos e da discrepância cefalométrica, dados estes, que influenciam na decisão clínica da necessidade ou não de extrações dentárias. Para tanto, foram selecionadas 40 telerradiografias laterais, que foram todas enviadas, em momentos diferentes, para 3 clínicas de radiologia odontológica que realizaram a análise cefalométrica padrão USP, portanto, foram obtidos 3 cefalogramas de cada radiografia. Neste trabalho foram analisados os itens 1.NS, 1.NA, 1-NA, 1.NB, 1-NB, FMA, discrepância de Tweed e de Vigorito. Os resultados mostraram diferença estatisticamente significativa para um p < 0,05 em 1 dos 6 fatores avaliados e nas 2 discrepâncias cefalométricas. A avaliação descritiva dos resultados mostrou variação de até 14 mm para a discrepância de Tweed e de até 16º para o 1.NB, entre as clínicas.

A partir dos resultados encontrados podemos concluir que as diferenças existem e podem resultar em ­diagnósticos diferentes, induzindo a planos de tratamento distintos para o mesmo paciente, dependendo da clínica que realizou a análise cefalométrica.

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Estudo de levantamento clínico e bibliográfico sobre a síndrome do processo estilóide alongado (síndrome de Eagle)

ISSA, J. P. M.*, WATANABE, P. C. A., PARDINI, L. C., DRUZIANI, L. S.

Morfologia, Estomatologia e Fisiologia - Universidade de São Paulo. E-mail: mamieiyo@forp.usp.br

A síndrome de Eagle é o termo dado ao aumento sintomático do processo estilóide ou mineralização do ligamento estilo-hióideo ou estilomandibular. Originalmente, Eagle descreveu 2 síndromes distintas, a síndrome clássica e a síndrome da artéria carótida. O objetivo desse trabalho consiste em avaliar as fichas clínicas e imagens radiográficas dos pacientes atendidos nos anos de 2000 e 2001 na Disciplina de Diagnóstico Clínico Integrado da FORP-USP; para isso foram utilizados 100 pacientes em que foram registrados o sexo, idade, resultado do exame clínico e radiográfico e indicação de tratamento. Na avaliação clínica verificou-se a presença de dor de garganta irradiada para o ouvido do mesmo lado, odinofagia irradiada para o ouvido, sensação de corpo estranho a deglutição, pigarro, trismo, limitação de abertura de boca. Na avaliação radiográfica classificou-se o processo estilóide como heteromorfo, alongado, segmentado e ­pseudo-articulado.

Os resultados obtidos neste estudo revelaram que um número significativo de pacientes apresentaram respostas positivas ao exame clínico e caracterização radiográfica que sugerem a instalação da síndrome de Eagle, entretanto a verdadeira síndrome de Eagle sintomática, aplica-se a uma pequena porcentagem da população, necessitando-se de exames complementares para o diagnóstico definitivo de tal síndrome.

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Avaliação laboratorial das doses de exposições de aparelho de raios X com cilindros localizadores circular e retangular

RAIDA, A. L.*, BULGARELLI, A. F., DRUZIANI, L. S., WATANABE, P. C. A., PARDINI, L. C.

Radiologia - Universidade de São Paulo. E-mail: a_raida@hotmail.com

O diâmetro do feixe útil na obtenção da radiografia periapical é de 6 cm (Ministério da Saúde do Brasil - Proteção Radiológica n. 453, p. 1-15, 1998, Br). O filme periapical possui dimensões (3 x 4 cm) menores do que a área irradiada. O objetivo desta pesquisa laboratorial é comparar a quantidade de dose de exposição na substituição do atual Cilindro Localizador Circular (CLC) pelo Retangular (CLR). Como metodologia utilizou-se aparelho de raios X (70 kVp , 8 mA, dff de 20 cm) e detector de dose de exposição digital (M.R.A Brasil). O CLC foi acoplado junto ao detector de exposição. O aparelho de raios X foi ajustado nos tempos de 0,2 e 0,4  s (simulando o tempo de exposição dos grupos de filmes E e D). Foram executados 10 disparos do “timer” para cada tempo de exposição. O valor do mR foi anotado e tabulado. Foi retirado o CLC e substituído pelo CLR e repetiu-se a metodologia. Obteve-se para o CLC as dose médias (n = 10) de 89,65 mR (0,4 s) e 70,52 mR (0,2 s) e para o CLR as dose médias (n = 10) de 45,17 mR (0,4 s) e 34,38 mR (0,2 s). Os teste estatísticos detectaram existência de diferenças estatisticamente significantes (p < 0,001) entre CLC e CLR. Portanto, há dimuição significativa (2,61%) da dose de exposição quando se substitui o Cilindro Localizador Circular (89,65 mR) pelo Retangular (34,38 mR) associado ao tempo de exposição de 0,2 s para obtenção de uma radiografia periapical.

Conclui-se que a substituição do Cilindro Localizador Circular pelo Retangular contribui para a biossegurança do paciente. (Apoio: CNPq/PIBIC/USP.)

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Avaliação do julgamento de especialistas e clínicos no diagnóstico de oclusopatias

LIMA, R. B.*, PINTO, A. C. P., FARIAS, A. C. R., LIMA, K. C.

Odontologia Preventiva e Social - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: rejane_lima@hotmail.com

Os serviços públicos são deficientes em atender a demanda de pacientes com necessidade de tratamento ortodôntico, sendo necessário priorizá-los. Assim, é importante que entre os clínicos e especialistas haja concordância acerca dos graus de necessidade de tratamento. Desta forma, este trabalho avaliou a acurácia de especialistas e clínicos na predição dessa necessidade. Solicitou-se a clínicos (n = 18) e especialistas (n = 18) que examinassem 6 fotogra­fias e modelos de estudos correspondentes a moderada (MNT), severa (SNT) e nenhuma necessidade de tratamento (NNT) ortodôntico e dessem seu diagnóstico. Utilizaram-se os índices DAI (Índice de Estética Dental) e IOTN (Índice de Necessidade de Tratamento Ortodôntico) como padrões-ouro na seleção dos casos. Observou-se uma maior sensibilidade dos especialistas (92%) em relação aos clínicos (54%). Quanto a especificidade, especialistas (44%) e clínicos (38%) não diagnosticaram o grupo NNT. Em relação ao Valor Preditivo Positivo (VPP) não houve diferença entre especialistas (76%) e clínicos (74%); o Valor Preditivo Negativo (VPN), mostrou maior acerto diagnóstico dos especialistas (77%) em relação aos clínicos (58%). Pontos de corte nas categorias (MNT, SNT, NNT) mostraram variações na sensibilidade, especificidade, VPP e VPN, denotando deficiência de diagnóstico dos grupos avaliados.

Os clínicos têm uma acurácia reduzida em relação aos especialistas que diagnosticaram, principalmente, os grupos MNT e SNT. Portanto, é necessário capacitá-los quanto ao diagnóstico de oclusopatias reduzindo a discordância clínica entre esses grupos.

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Estudo sobre os materiais utilizados e as condições motoras para a higienização das próteses totais em idosos

SOUZA, A. M.*, FRANÇA, B. H. S.

Odontologia - Pontifícia Universidade Católica do Paraná. E-mail: alepochete@ig.com.br

Trata-se de um estudo exploratório descritivo realizado numa amostra de 300 idosos internos em casas de repouso, dos quais 100 participaram da pesquisa por serem portadores de próteses totais (n = 300). O objetivo foi realizar um levantamento dos produtos utilizados pelos idosos na higienização de suas próteses, verificar as condições de higiene das mesmas, fazer uma avaliação das condições motoras dos examinados e avaliar o conhecimento da população pesquisada sobre higienização das próteses. Houve prevalência de dentifrício (48%); combinações de sabão e dentifrício (13%), bicarbonato de sódio e dentifrício (8%), água sanitária e dentifrício (8%) e ainda, água sanitária + sabão + dentifrício (4%). Embora 79% dos idosos tivessem respondido que sabiam higienizar as próteses, 76% apresentavam próteses com indutos. 30% da população pesquisada demonstrou ter dificuldades motoras para realizar a higienização.

A população idosa examinada carece de programas de prevenção sobre higienização. (Apoio financeiro: Pontifícia Universidade Católica do Paraná.)

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Patologia das glândulas salivares: estudo epidemiológico

RODRIGUES, C. A.*, COSTA, D. G., ALENCAR, A. M. C., GOES, P. S. A., SOBRAL, A. P. V.

Medicina Oral - Universidade de Pernambuco. E-mail: rodriguescamila@bol.com.br

As glândulas salivares constituem um dos sítios mais comuns para patologias. O objetivo deste trabalho foi determinar a incidência, distribuição e freqüência de tais patologias. Foram analisados os prontuários dos arquivos do Laboratório de Patologia Bucal da FOP/UPE compreendido no período de 1991 a 2001. As lesões foram agrupadas em: inflamatórias, pseudotumorais e neoplásicas. Utilizamos o teste qui-quadrado (c2, p < 0,05). Os resultados mostraram que: a) essas patologias correspondem a 6,48% dos casos diagnosticados neste laboratório; b) o grupo de maior ocorrência foi das pseudotumorais (63,3%), seguido das neoplásicas (19,4%) e inflamatórias (14%); c) sexo feminino foi ligeiramente mais afetado (55,8%) que o masculino (43,4%) (p > 0,05); d) a raça branca correspondeu a 34,9% dos casos estudados; e)  a localização anatômica mais freqüente foi o lábio inferior (48,8%) seguido do palato duro (9,3%); e) a média de idade foi de 26,12 anos e 51,9% dos pacientes exibiam idade inferior à média; f) o diagnóstico mais freqüente foi de mucocele (55,8%), adenoma pleomórfico e sialoadenite, ambos com 14%.

Sugerimos que as patologias de glândula salivar ocorrem em pacientes do sexo feminino, brancos, na quarta década de vida, sendo a natureza dessas lesões de origem pseudotumorais, localizadas no lábio inferior, nos casos estudados.

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Avaliação dos estágios iniciais da carcinogênese química na mucosa bucal de ratos

PAIXÃO, F.*, FREITAS, D., OLIVEIRA, M. R. B., SPOLIDORIO, L. C.

Fisiologia e Patologia - Universidade Estadual Paulista. E-mail: ferpaixao@bol.com.br

O objetivo desse trabalho foi analisar as alterações epiteliais que ocorrem durante o proceso de carcinogênese bucal em ratos, nas fases que precedem o surgimento do carcinoma (3-4 meses). Neste experimento foram utilizados 20 ratos (norvergicus albinus Holtzman), machos com peso inicial de 100 g, que foram divididos em 2 grupos: grupo controle (10 ratos) e grupo tratado com 4NQO (10 ratos). Foram feitas 4 aplicações semanais de 4 NQO a 0,5% diluído em propilenoglicol, no palato dos ratos por 4 meses. Os ratos dos grupos controle receberam os mesmos procedimentos, com NaCl a 0,9%. Após o sacrifício dos ratos, com sobredose de anestésico, as línguas e os palatos foram retirados e processados para inclusão em parafina, e corados com H. E. Nos períodos que precederam o surgimento do carcinoma observou-se exacerbação das alterações morfológicas principalmente do epitélio da mucosa lingual que se traduzia por hiperortoqueratose, hiperparaqueratose, acantose, hiperplasia da camada espinhosa, atipias celulares ilustradas principalmente por alterações na proporção núcleo-citoplasma, hipercromatismo nuclear. Alterações morfológicas da mucosa do palato foram observadas, porém menos agressivas quando comparado à mucosa lingual.

Os resultados desse estudo nos permitem concluir que as alterações microscópicas na mucosa lingual antecipam as identificações das lesões celulares que ocorrem nos estágios precoces da carcinogênese bucal. (Apoio financeiro: PIBIC/CNPq 2001-2002.)

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Avaliação da imunossupressão nos estágios iniciais da carcinogênese experimental em ratos

FREITAS, D.*, PAIXÃO, F., OLIVEIRA, M. R. B., SPOLIDORIO, L. C.

Fisiologia e Patologia - Universidade Estadual Paulista. E-mail: dfreitas25@hotmail.com

O objetivo desse trabalho foi verificar os efeitos da imunossupressão induzida pela ciclosporina (CsA) nas alterações epiteliais que ocorrem durante o processo de carcinogênese bucal em ratos, nas fases ini­ciais. Foram utilizados nesse experimento 30 ratos (novergicus albinus, Holtzman) machos, com peso inicial de 100 g que foram divididos igualmente em 3 grupos: grupo controle, grupo tratado com 4 NQO e grupo tratado com 4 NQO e CsA. Foram feitas 4 aplicações semanais de 4 NQO a 0,5% diluído em propilenoglicol, na palato dos ratos por 4 meses. A CsA recebida por infusão intravenosa foi diluída em solução de NaCl a 0,9% e injetada na concentração final de 10 mg/kg de peso corporal/dia. Os ratos do grupo controle receberam os mesmos procedimentos, com NaCl a 0,9%. Após o sacrifício dos ratos, com sobredose de anestésico, as línguas e palatos foram retirados e analisados com auxílio de lupa estereoscópica Zeiss. Nos períodos analisados observou-se alterações morfológicas da mucosa do palato e da língua dos grupos tratados com 4 NQO e 4 NQO associado a CsA. Os palatos apresentaram esbranquiçamento, perdas da definição das rugosidades e nas línguas podiam se verificar atrofias das papilas e ulcerações. Tanto no palato como na língua, as alterações foram mais precoces e mais intensas quando os ratos eram tratados com 4 NQO associado a CsA.

Os resultados desse estudo nos permitem concluir que a imunossupressão pela CsA antecipa as alterações teciduais que ocorrem nos estágios iniciais da carcinogênese. (Apoio financeiro: PIBIC/CNPq 2001-2002.)

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Biocompatibilidade de diferentes cimentos utilizados na terapia pulpar

BACALHAU, J. T.*, COSTA, C. A. S.

Fisiologia e Patologia - Universidade Estadual Paulista. E-mail: julianabacalhau@connectodonto.com.br

O objetivo desta pesquisa foi avaliar a biocompatibilidade de quatro cimentos: G1 - Mineral Trioxide Agregate (ProRoottm, Dentsply, EUA); G2 - Portland (PTL, Cia. Portland Cement Itaú, Brasil); G3 - Óxido de Zinco e Eugenol (OZE, S.S. White, Brasil); G4 - Cimento de Hidróxido de Cálcio (controle / HC, Dentsply/ Caulk Div., EUA). Oitenta e quatro tubos de polietileno preenchidos com os materiais dentários foram implantados no tecido conjuntivo subcutâneo dorsal de 42 ratos. Decorridos 7, 30 e 90 dias, biópsias da área dos implantes foram obtidas e processadas em laboratório. Cortes histológicos com 6 mm de espessura foram corados com H. E. e analisados em microscopia de luz. Todos os materiais avaliados desencadearam variável reação inflamatória inicial (7 dias). Todavia, o MTA foi o material menos irritante, sendo o OZE aquele que provocou reação inflamatória mais significante com predomínio de células mononucleares. Enquanto a cápsula formada junto à abertura tubular foi espessa para os grupos 2, 3 e 4, ela foi delgada para o grupo 1. Com o decorrer dos períodos, ocorreu regressão no quadro inflamatório. No último período de observação, houve completa reparação tecidual associada a formação de delgada cápsula fibrosa, sem presença de células gigantes.

Conclui-se que o cimento MTA apresentou biocompatibilidade superior aos demais cimentos avaliados. Porém, de acordo com as recomendações da ISO 10993, todos os materiais dentários avaliados apresentaram biocompatibilidade aceitável.

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Estudo imuno-histoquímico das integrinas em tumores odontogênicos

SIQUEIRA, F. M.*, LODUCCA, S. V. L., ARAÚJO, V. C.

Estomatologia - Universidade de São Paulo. E-mail: fimodolo@ig.com.br

Integrinas são receptores que intermedeiam interações entre células e matriz extracelular essenciais a fi­siologia celular. Objetivamos mapear, através da imuno-histoquímica, a expressão e distribuição de integrinas nos seguintes tumores odontogênicos – ameloblastoma, tumor odontogênico adenomatóide e fi­broma ameloblástico. Cortes de 3 mm dos tumores supracitados foram submetidos ao estudo imuno-histoquímico, utilizando o método da estreptoavidina-biotina peroxidase, otimizado com o sistema de amplificação CSA. O material foi exposto a um painel de anticorpos antiintegrinas que inclui as subunidades alfa2, alfa3, alfa5, alfaV, beta1, beta3, beta4. As integrinas da família alfa e beta apresentaram tênue expressão no tumor odontogênico adenomatóide, com padrão de marcação puntiforme, concentrando-se principalmente na região de membrana celular. No ameloblastoma a marcação apresentou padrão reticular com variação de intensidade, sendo que nos tipos acantomatoso, folicular e unicístico a marcação concentrou-se no polo basal das células da camada basal e teve distribuição mais homogênea e tênue no citoplasma das células centrais. No ameloblastoma plexiforme a marcação apresentou-se distribuída pelo citoplasma. No fibroma ameloblástico a marcação apresentou padrão reticular de distribuição semelhante ao ameloblastoma folicular.

Concluímos que existem variações na expressão das integrinas nos diferentes tumores odontogênicos.

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Estudo comparativo da expressão do PCNA nas camadas basal e suprabasal do epitélio de ceratocisto odontogênico

FARIA JR., N. B.*, LOPES, D. R., SOUZA, L. B., FREITAS, R. A., GALVÃO, H. C.

Odontologia - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: jr.norberto@bol.com.br

Os cistos odontogênicos representam entidades de interesse na clínica odontológica em função de possuírem comportamento clínico e freqüência variados. O ceratocisto odontogênico destaca-se dentre todos por apresentar elevados índices de recidiva atribuídos ao potencial proliferativo intrínseco desta entidade. Face a essa realidade, nos propomos a avaliar, neste trabalho, a expressão do Antígeno Nuclear de Proliferação Celular (PCNA) em 6 ceratocistos odontogênicos, a partir de blocos incluídos em parafina, os quais foram submetidos a anticorpos monoclonais contra o antígeno PCNA (PC-10), através do método da estreptavidina-biotina. Todos os casos analisados demonstraram positividade ao PCNA e a análise quantitativa dos elementos positivos foi realizada nas células basais e suprabasais, apresentando médias de 23,3 e 32,4, respectivamente. A análise estatística, utilizando o teste t para a comparação de médias entre as duas camadas, mostrou que a média da camada suprabasal é significativamente maior que a da camada basal.

No presente estudo, acreditamos que a maior imuno-reatividade das células suprabasais ao PCNA sugere a transferência do potencial proliferativo inerente à camada basal, para as células suprabasais, possibilitando uma maior disponibilidade das células basais para interagir com o tecido conjuntivo da cápsula cística.

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Avaliação citopatológica da mucosa bucal de fumantes e não-fumantes

MENEGUZZI, R.*, BRAGA, F. L., PAIVA, R., RADOS, P. V.

Patologia Bucal - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: fabioleivasbraga@hotmail.com

A citopatologia representa um método fácil e eficaz no diagnóstico das alterações iniciais do carcinoma espinocelular. Este trabalho tem por objetivo analisar o grau de ceratinização das células epiteliais da mucosa bucal de fumantes e não-fumantes, assim como quantificar a presença de células binucleadas nestes dois grupos. Foram sele­cionados 29 indivíduos acima de 30 anos, do sexo masculino com mucosa clinicamente normal no momento do exame, sendo 11 fumantes e 18 não-fumantes. Os esfregaços foram obtidos dos 3 sítios anatômicos eletivos para o carcinoma espinocelular (lábio inferior, borda de língua e assoalho bucal) e corados pela técnica de Papanicolaou modificado (KAPCZINSKI, 1997). Avaliou-se os esfregaços quantitativamente, segundo critérios citológicos de maturação celular (teste-não paramétrico de Mann-Whitney), e qualitativamente por critérios citológicos de malignidade (teste exato de Fisher) conforme a classificação de Papanicolaou (PAPANICOLAOU, 1946). Constatou-se maior percentual de esfregaços classe II de Papanicolaou nos 3 sítios anatômicos dos fumantes, sem significância estatística. Com relação às células binucleadas também não se observou diferença significante entre os 2 grupos (teste do qui-quadrado). Os resultados quantitativos demonstraram que, nos esfregaços da borda da língua, as células ceratinizadas com núcleo possuíram uma média superior no grupo controle e que as células anucleadas possuem uma média superior no grupo fumante.

Em conclusão fica demonstrado que a mucosa da borda da língua sofre maior ceratinização quando exposta ao fumo.

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Verificação da reação do tecido conjuntivo subcutâneo à Silicea e ao Mercurius solubilis

PORTO, I. M.*, RAMALHO, L. T. O.

Morfologia - Universidade Estadual Paulista. E-mail: belmp@zipmail.com.br

O objetivo desse estudo é verificar as diversas reações do tecido conjuntivo subcutâneo do dorso de camundongos frente a Silicea e ao Mercurius solubilis, dois medicamentos homeopáticos muito usados na Odontologia em casos de abcessos e inflamações locais. Para isso, foi usada solução de etanol 70º de Mercurius solubilis 6CH e Silicea 6CH dentro de tubos de polietileno e embebidos na esponja de poliuretano. Foi também usado glóbulo homeopático de sacarose de Mercurius solubilis 6CH e Silicea 6CH. Os tubos, esponjas e glóbulos foram implantados no tecido conjuntivo subcutâneo do dorso de camundongos. O grupo controle constituiu-se de tubos e esponjas não acrescidos com qualquer solução e glóbulos de sacarose pura. Os camundongos foram divididos em três períodos: 5, 10 e 20 dias. Foi encontrada necrose tecidual, inflamação intensa crônica, entre outra alterações, principalmente quando usada solução alcoólica de Mercurius solubilis.

O Mercurius solubilis teve um comportamento mais agressivo que a Silicea, causando resposta inflamatória intensa do tecido conjuntivo, ao contrário do grupo controle que apresentou uma resposta normal do tecido conjuntivo frente a fatores estranhos ao organismo como o tubo de polietileno, a esponja de poliuretano e o glóbulo de sacarose pura. (Apoio financeiro: PIBIC/CNPq.)

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Proteínas derivadas do esmalte e regeneração óssea guiada em defeitos periimplantares

CARVALHO, M. D.*, CASATI, M. Z., NOCITI JR., F. H., BENATTI, B. B., SALLUM, E. A.

Prótese e Periodontia - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: carvalhomd1@yahoo.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar, histometricamente, a utilização das proteínas derivadas da matriz do esmalte (PME), associadas ou não à técnica de regeneração óssea guiada (ROG), no tratamento de deiscências ósseas periimplantares. Foram utilizados seis cães, que tiveram os pré-molares e molares mandibulares extraídos bilateralmente. Após três meses da extração, foram criadas quatro deiscências ósseas vestibulares bilaterais e instalados quatro implantes. As deiscências foram designadas aleatoriamente aos seguintes grupos: PME, ROG, associação PME + ROG e controle. Após dois meses, mais quatro deiscências foram criadas e mais quatro implantes instalados, sendo tratadas da mesma maneira. Três meses depois da primeira intervenção, os animais foram sacrificados e o material processado. As porcentagens médias obtidas para a altura de novo osso, nos grupos PME, ROG, associação PME + ROG e controle, no período de um mês de pós-operatório foram 4,57 ± 1,28; 3,65 ± 1,78; 4,08 ± 1,25; 4,18 ± 1,64, respectivamente (p > 0,05). No período de três meses: 4,54 ± 1,11; 4,86 ±  0,23; 4,22 ± 1,11; 3,85 ± 1,64, respectivamente (p > 0,05). Para a espessura de novo osso, após um mês, observou-se: 0,12 ± 0,11; 0,09 ± 0,08; 0,08 ± 0,07; 0,07 ± 0,10, respectivamente (p > 0,05). No período de três meses: 0,14 ± 0,08; 0,17 ± 0,10; 0,15 ± 0,10; 0,13 ± 0,11, respectivamente (p > 0,05).

Dentro dos limites deste estudo, conclui-se que não houve diferença significante entre os tratamentos propostos, quanto a altura e espessura de novo osso com 1 mês e três meses pós-operatórios.

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Efeito da passivação com ácido nítrico na biocompatibilidade
in vitro do titânio

FARIA, A. C. L.*, BELOTI, M. M., ROSA, A. L.

Cirurgia e Traumatologia - Universidade de São Paulo. E-mail: adriclalf@hotmail.com

A passivação com HNO3 altera a camada de óxido e a energia de superfície dos implantes de Ti, no entanto, não é conhecido seu efeito sobre a biocompatibilidade in vitro do Ti. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da passivação com HNO3 sobre a biocompatibilidade do Ti utilizando cultura de osteoblastos. Discos de Ti comercialmente puro (12 x 4 mm) foram lixados, limpos e antes de serem autoclavados, divididos em dois grupos: o controle, sem tratamento; e o passivado, tratado com HNO3 34% por 1 h. Células da medula óssea de ratos foram cultivadas em MEM suplementado com 15% soro fetal bovino, a 37ºC contendo 5 % CO2; e diferenciadas para osteoblastos. Os parâmetros avaliados foram: a adesão celular após 4 e 24 h de cultura; proliferação celular, síntese de proteína total e atividade de fosfatase alcalina após 7, 14 e 21 dias. Os dados foram comparados pelo teste de Mann-Whitney. A adesão celular após 4 h foi menor no Ti passivado e não houve diferença após 24 h. A proliferação não foi afetada pela passivação; a síntese de proteína total foi maior para o Ti passivado apenas no período de 14 dias; e, a atividade de fosfatase alcalina foi maior no Ti passivado após 14 e 21 dias.

Estes resultados mostraram que a passivação com HNO3 aumenta a diferenciação osteoblástica e melhora a biocompatibilidade in vitro do Ti. (Auxílio financeiro: FAPESP.)

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Dissipação de tensões geradas na instalação, e após cargas, de próteses fixas sobre implantes paralelos e angulados

MARKARIAN, R. A.*, SENDYK, C. L., UEDA, C., LAGANÁ, D. C.

Prótese Dentária - Universidade de São Paulo. E-mail: rmarkari@usp.br

A longevidade das reabilitações sobre implantes depende em grande parte do modo de transferência de forças ao osso. A localização e angulação dos implantes, poderiam influenciar nessa distribuição de tensões. Neste estudo objetivamos comparar, em modelos fotoelásticos, a dissipação das tensões que surgem na instalação das próteses, e após a aplicação de cargas oclusais, sobre implantes paralelos e angulados. Confeccionou-se dois modelos fotoelásticos (resina PL-2), contendo 3 implantes de hexágono externo com pilar intermediário cônico, em disposição de tripodismo. No primeiro modelo (P), houve paralelismo entre os implantes; e no segundo (A), o implante central teve angulação mésio-distal de 30º. Uma sobre-estrutura metálica de três elementos, com adaptação controlada, foi parafusada sobre esses conjuntos. Com um polariscópio observou-se os modelos durante o aperto dos parafusos, que prendem a prótese aos implantes, e pela aplicação pontual de cargas seriadas de 1, 2, 3, 5, 7 e 10 kg. Verificou-se inicialmente que houve a indução de tensões após o apertamento dos parafusos. Estas foram intensificadas em proporção direta com o aumento da carga, em todas as situações. No modelo P houve menor formação de franjas, que seguiram os longos eixos dos implantes. No modelo A houve maior concentração de tensões, radialmente à região apical dos implantes.

Concluímos que na instalação de próteses parafusadas sobre implantes surgem pré-tensões, que são potencializadas por cargas oclusais. A falta de paralelismo entre os implantes gera maior dissipação de tensões não axiais.

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Avaliação em MEV da influência de diversas bebidas e condimentos na remoção da “smear layer”.

RIOTO, A. C.*, CORRÊA, F. O. B., ROSSA JR., C., SAMPAIO, J. E. C.

Diagnóstico Bucal e Cirurgia - Universidade Estadual Paulista. E-mail: anacrioto@asbyte.com.br

A hipersensibilidade dentinária cervical afeta dentes com túbulos dentinários expostos, sendo provocada por estímulos térmicos, táteis ou osmóticos. Embora a etiologia seja incerta, considera-se que a dieta do paciente pode participar no seu aparecimento. O objetivo foi avaliar in vitro a influência de bebidas e condimentos na remoção de “smear layer” e exposição de túbulos dentinários. Utilizou-se dentes de humanos instrumentados com curetas para remoção do cemento e formação de “smear layer”. Foram obtidas amostras de dentina com 3 mm2, divididas segundo o grupo experimental (chá mate, coca-cola, cerveja, vinho branco, vinho tinto, cachaça, vinagre balsâmico e vinagre de álcool), além do controle (água destilada). Cada grupo incluiu 2 formas de aplicação da substância: tópico ou fricção. Após preparo para observação em MEV, as fotomicrografias foram avaliadas por um examinador previamente calibrado utilizando um índice apropriado. O teste de Kruskal-Wallis indicou influência significativa das substâncias sobre a presença de “smear layer” após ambos os modos de aplicação. Na forma tópica, o grupo vinagre de álcool foi significativamente diferente do controle (p = 0,001) e no modo de fricção todos os grupos foram diferentes do controle (p < 0,05) exceto a cerveja, a cachaça e o chá. Porém, o teste de Mann-Whitney indicou que a remoção de “smear layer” não variou para nenhuma das substâncias segundo o modo de aplicação.

Conclui-se que bebidas e condimentos podem remover a “smear layer” das superfícies radiculares e expor túbulos dentinários, não sendo influenciado pelo tipo de aplicação.

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Avaliação clínica do Alloderm® no aumento da faixa de gengiva inserida

FIDEL JR., R. A. S.*, VIEIRA, E. O., FISHER, R. G.

Odontologia - Universidade Salgado de Oliveira. E-mail: rivail@uerj.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar clinicamente a utilização de um aloenxerto dérmico acelular (Alloderm®) utilizado no aumento da faixa de gengiva inserida. Nove pacientes com idade entre 26 e 59 anos (média 42,11 e desvio padrão 10,15) participaram do estudo. Os seguintes aspectos foram considerados: (1) contração do aloenxerto no 7º, 14º, 21º, 30º, 60º e 90º dia pós-operatório e faixa de gengiva inserida obtida ao final do estudo; (2) discrepância de cor em relação aos tecidos circunvizinhos e mobilidade do aloenxerto decorridos 90 dias pós-operatório. A contração do mesmo foi considerada comparando sua área no pós-operatório imediato, com as áreas do 7º, 14º, 21º, 30º, 60º e 90º dia pós-operatório. Foram tiradas 5 fotos padronizadas em cada período. As fotos, levadas a um scanner acoplado a um computador, foram capturadas através do Microsoft Photo Editor e a área mensurada pelo Scion Image (Scion Image Corporation, 1998). O teste t de Student para amostras pareadas foi utilizado para comparar os dados clínicos dos vários períodos. O valor de p foi estabelecido em 0,05. Os resultados mostraram contração estatisticamente significante entre os períodos analisados. A média de contração no 90º dia pós-operatório foi 90,43%. A média da largura de gengiva ao final do estudo era 1,27 mm. Discrepância de cor foi observada em apenas 1 paciente e não foi observada mobilidade do aloenxerto.

De acordo com a estatística concluímos que houve uma grande contração do aloenxerto 90 dias após sua colocação, questionando seu uso no aumento da faixa de gengiva inserida.

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Levantamento da conduta do cirurgião-dentista em relação à antibioticoterapia profilática

ARAKI, J. D. V.*, ROSSA JR., C., CARNEIRO, K. F.

Diagnóstico e Cirurgia - Universidade Estadual Paulista. E-mail: janinearaki@hotmail.com

O objetivo foi realizar um levantamento do conhecimento e conduta dos cirurgiões-dentistas em relação à profilaxia antibiótica. Foram entrevistados 131 profissionais clínicos gerais e especialistas de ambos os sexos, escolhidos aleatoriamente dentre os atuantes nas regiões central e noroeste do estado de SP e Triângulo Mineiro (Uberlândia). Foram registrados os seguintes dados demográficos dos voluntários: graduação por faculdade pública ou privada, tempo de formado e especialidade exercida. A mediana do tempo de formado foi de 7 anos, e a amostra incluiu 53% de profissionais graduados por faculdades públicas. Em geral, 76% dos profissionais relataram conhecer as indicações e a posologia da antibioticoterapia profilática, sendo esta proporção superior entre os formados há menos de 7 anos (82% versus 67%), porém sem diferenças quanto ao tipo de faculdade de graduação. Apesar destes altos índices de conhecimento auto-avaliado, apenas 30% dos voluntários indicaram corretamente a última recomendação da Associação Americana de Cardiologia para a dose e posologia de amoxicilina. Análise de regressão logística múltipla indicou uma associação significativa (p = 0,02) entre o histórico de indicação da antibioticoterapia profilática e a condição de especialista em Cirurgia, Endodontia e Odontopediatria (odds ratio = 11,3, 4,7, 3,2, respectivamente).

Estes resultados sugerem que há forte associação entre a indicação da profilaxia e procedimentos cirúrgicos ou invasivos, e que o nível de atualização do conhecimento dos profissionais em relação à profilaxia antibiótica é insatisfatório.

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Idade, gênero e hábito de fumar como fatores de risco para perda dentária

AQUINO, D. R.*, QUERIDO, S. M., CORTELLI, S. C., CORTELLI, J. R.

Odontologia - Universidade de Taubaté. E-mail: daviaquino@bol.com.br

Cárie dental e doença periodontal caracterizam os dois principais agentes etiológicos da perda dentária (PD), sobretudo em países em desenvolvimento, onde o tratamento dessas patologias em casos severos, freqüentemente é, a extração do dente. O objetivo do presente estudo foi avaliar idade, gênero e hábito de fumar como fatores de risco para PD. Foram examinados 998 pacientes, de 15 a 76 anos de idade (27,45 ± 8,49), sendo 579 do sexo masculino e 419 do sexo feminino. A PD foi estabelecida após a realização de anamnese, exame clínico e radiográfico. Os pacientes foram distribuídos em três grupos de acordo com a idade, G1 (15-20), G2 (21-25) e G3 (> 25). Qui-quadrado e análise de variância foram aplicados de forma isolada para correlacionar PD com idade, gênero e hábito de fumar, com significância de 95%. O quadro abaixo mostra a porcentagem de PD nos grupos G1, G2 e G3 de acordo com o gênero. Foi observada diferença estatisticamente significante (p < 0,05) na % de PD e idade entre os três grupos. Esta diferença não esteve presente quando se avaliou PD e gênero. Apenas em G3 os fumantes apresentaram prevalência maior de PD (p < 0,05) em relação aos não fumantes.

Baseados nos resultados do presente estudo con­cluiu-se que a idade representou fator de risco para PD e o hábito de fumar risco para PD apenas em G3.

 Ia227

Avaliação da resposta tecidual de membranas de polímero de mamona usadas em regeneração tecidual guiada

OLIVEIRA, A. C.*, RAMALHO, L. T. O., NOGUEIRA, R. D.

Morfologia - Universidade Estadual Paulista. E-mail: ang.cardoso@zipmail.com.br

O objetivo desse trabalho foi verificar a reação tecidual no subcutâneo de camundongos após a implantação de membrana de polímero de mamona Augment-M, um material alternativo para a técnica de regeneração tecidual guiada. Utilizou-se 18 camundongos machos pesando 45 gramas divididos em dois grupos: experimental e controle. No grupo experimental implantou-se a membrana de mamona no subcutâneo do dorso; os animais do grupo controle sofreram procedimentos cirúrgicos semelhantes ao experimental, porém, sem colocação da membrana; como recomendado por FERREIRA (1997). Após 15, 30 e 45 dias da cirurgia foram sacrificados. Os fragmentos foram fixadas em formol, incluídos em parafina e corados em hematoxilina-eosina para análise em microscópio óptico comum. Observou-se no grupo controle uma fina rede conjuntiva constituída por células e fibrilas colágenas em todos os períodos. No grupo experimental a membrana encontrou-se presente aos 15 dias rodeada por tecido conjuntivo rico em células e presença de leucócitos ocasionais. Aos 30 dias houve aumento gradual das fibras colágenas recobrindo a membrana, em meio a grande concentração de fibrobastos; aos 45 dias houve amadurecimento destas fibras colágenas com persistência da membrana.

Concluiu-se que a membrana Augment-M não foi reabsorvida pelos macrófagos e não houve ativação do sistema imune nos períodos propostos do presente estudo, portanto, a membrana de polímero de mamona Augment-M é biocompatível em subcutâneo de camundongos.

 Ia228

Avaliação do preenchimento de defeitos intra-ósseos tratados pela técnica de instrumentação com acesso cirúrgico

SILVA, T. R. L.*, LIMA, A. F. M.

Prótese e Periodontia - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: trgyn@bol.com.br

A perda de inserção e a reabsorção do osso alveolar são as principais conseqüências das periodontites. O objetivo deste trabalho foi avaliar por subtração radiográfica e parâmetros clínicos lineares, o resultado do tratamento de defeitos intra-ósseos pela técnica de instrumentação periodontal com acesso cirúrgico. Foram selecionados 5 pacientes com doença periodontal crônica, que apresentavam defeitos intra-ósseos limitados por 2 ou 3 paredes ósseas, localizados em caninos e pré-molares inferiores. Nos sítios testes realizou-se o acesso cirúrgico para a instrumentação periodontal, nos sítios controle foi feita a instrumentação periodontal sem acesso cirúrgico. Com auxílio do Sistema Florida Probe e com o sistema de radiografia digital Acu Ray, foram obtidos respectivamente os parâmetros clínicos profundidade de sondagem, nível clínico de inserção, nível da margem gengival, nível radiográfico de inserção e densidade óptica. Os dados foram obtidos nos exames inicial e final, realizado seis meses após, e comparados pelo teste t de Student, considerando significativo o valor de p < 0,05. Os resultados mostraram redução na profundidade de sondagem e ganho no nível clínico de inserção sem diferença estatística significativa entre os grupos.

Esses resultados permitem concluir que a instrumentação é efetiva para o tratamento periodontal, e o acesso cirúrgico é uma decisão clínica. (Apoio financeiro: FAPESP.)

 Ia229

Avaliação do composto de inclusão com amoxicilina em microorganismos resistentes

COELHO, A. M.*, CORTÉS, M. E., GOMES, J. B., SINISTERRA, R. D.

Odontologia Restauradora - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: amilholo@hotmail.com

O surgimento de bactérias resistentes é uma desvantagem da administração sistêmica de antibióticos no tratamento da periodontite. Com o objetivo de diminuir a resistência bacteriana, complexos de antibióticos têm sido preparados com as ciclodextrinas. Este estudo avaliou a atividade antimicrobiana dos compostos de inclusão amoxicilina:hidroxipropil-b-ciclodextrina (Amx:hpbcd) 1:2 e 2:1 molar, in vitro, frente à cepa resistente de Actinobacillus actinomycetemcomitans (A.a.). O teste de halo de inibição foi feito com os compostos de inclusão nas concentrações de 1 a 0,0078 mg/ml. Os controles foram Amx, hpbcd e água esterilizada e destilada. Todos os testes foram realizados em triplicata e analisados estatisticamente pelo teste de Kruskal-Wallis, p = 0,01. A concentração de amoxicilina quantificada pelo espectro do ultravioleta visível foi de 65 mg/mg e 201 mg/mg nos compostos de inclusão 1:2 e 2:1 molar, respectivamente. As concentrações iguais ou maiores que 0,25 mg do composto de inclusão 1:2 molar e 0,125 mg do composto 2:1 molar foram significativamente eficazes na inibição do A.a. in vitro, enquanto o antibiótico sozinho não foi capaz de inibi-los satisfatoriamente.

Conclui-se que a amoxicilina associada a ciclodextrina foi efetiva na inibição do crescimento de cepas resistentes de Actinobacillus actinomycetemcomitans in vitro.

 Ib001

Expressão do PCNA durante diferentes fases da regeneração de glândula submandibular de ratos

SALGADO, F. L.*, GAIO, E. J., FOSSATI, A. C. M.

Ciências Morfológicas - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: linsalgado9@bol.com.br

A excisão parcial da glândula submandibular (GSM) é seguida pela regeneração da porção removida. O melhor conhecimento deste fenômeno, nos permitirá indicações e diagnósticos mais precisos, com a instituição de tratamentos mais seguros. Entre os recursos empregados nesse sentido, a análise dos índices de proliferação celular promoverá a compreensão dos diversos fenômenos biológicos que ocorrem durante este processo. Então, este estudo teve como objetivo a evidenciação do marcador de proliferação celular PCNA (antígeno nuclear de proliferação celular) durante fases cruciais da regeneração glandular. Com esta finalidade submeteu-se cortes histológicos à técnica imuno-histoquímica da avidina-biotina-peroxidase, com o emprego de anticorpo monoclonal contra esta proteína. Os cortes foram obtidos de um dos lobos da GSM de ratos que teve seu terço inferior removido cirurgicamente. Os resultados parciais deste estudo, mostraram uma concentração de células PCNA positivas tanto nas futuras porções ductais, quanto nas futuras porções secretórias da área em regeneração. No entanto, esta positividade foi também observada, em menor quantidade, na área glandular preservada do mesmo lobo glandular. No lobo íntegro, a marcação foi muito esparsa e pouco evidente.

Os resultados obtidos até o momento nos levam a concluir que a regeneração glandular ocorre por meio de intensa proliferação celular a partir da porção glandular preservada do mesmo lobo, sem a participação compensatória do lobo oposto.

 Ib002

Alterações morfológicas na mucosa jugal de ratos submetidos à aplicação do Listerine® associado ao tabaco sem fumaça

DOBRINSKY, L.*, KAPPEL, E. P., FOSSATI, A. C. M., SILVEIRA, H. E.

Cirurgia e Ortopedia - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: cdlore@ig.com.br

O Listerine® é utilizado como auxiliar aos métodos convencionais de higiene bucal. Este medicamento apresenta uma concentração alcoólica de 25% a 26,9%. A literatura relata que o álcool atua como um potencializador de fatores que aumentam o risco de desenvolver um carcinoma bucal, especialmente do tabaco. Tendo em vista o fato de que a concentração alcoólica do Listerine® está na faixa de 25%, o objetivo desse trabalho foi analisar as alterações morfológicas da mucosa jugal de ratos albinos frente à aplicação tópica de Listerine® associado com o tabaco sem fumaça. Para isso, foram utilizados 15 ratos albinos, divididos em 3 grupos de 5 animais cada. No grupo 1 foi aplicado Listerine® misturado ao tabaco sem fumaça, no grupo 2, soro fisiológico com tabaco sem fumaça e, no grupo 3, soro fisiológico (controle). A aplicação foi feita diariamente, durante 55 dias. Após esse período, os ratos foram sacrificados, e as mucosas jugais removidas. As peças foram submetidas ao processamento histológico de rotina e colorações por hematoxilina-eosina. Os resultados parciais do experimento sugerem diferenças do aspecto histológico da mucosa jugal entre os diferentes grupos. Foram encontradas alterações na espessura da camada de ceratina e do epitélio nos grupos 1 e 2 e não no controle.

Pelos resultados obtidos até o momento podemos concluir que o uso do Listerine® associado ao tabaco sem fumaça promove alterações morfológicas na mucosa jugal de ratos.

 Ib003

Alterações histológicas e histoquantitativas do complexo dentina-polpa durante a movimentação ortodôntica

GARAVINI, M. S. C.*, BORBA, W. A., ALVES, G. D., ALVES, J. B.

Morfologia - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: silgaravini@hotmail.com

Constitui rotina na clínica odontológica, a aplicação de banda elástica visando obter espaço para intervir nas faces proximais dos dentes. Tal procedimento, induz alterações nos tecidos periodontais, com intenso processo inflamatório na gengiva e crista alveolar, levando à reabsorção óssea. O presente estudo compara o efeito da utilização de paracetamol e de ácido acetilsalicílico no complexo dentina-polpa durante o afastamento dentário induzido pela utilização de banda elástica. Utilizou-se 23 ratos Holtzman, nos quais uma banda elástica foi inserida entre o primeiro e o segundo molar superior direito (lado experimental). O lado esquerdo serviu de controle. Os animais foram distribuídos em Grupo I, sem medicação; Grupo II, tratados com paracetomol e Grupo III, tratados com ácido acetilsalicílico. Após quatro dias, os animais foram pesados e sacrificados com overdose de Thionembutal. Amostras contendo fragmentos da maxila direita e esquerda foram processadas para análise histológica. A aplicação de uma banda elástica levou à instalação de processo inflamatório com perda de elementos de sustentação provocando desconforto ao animal e conseqüentemente menor ingestão de alimentos resultando em perda de peso corporal. O grupo tratado com paracetamol apresentou número e diâmetro dos vasos sangüíneos maiores do que no grupo sem medicamento e no grupo tratado com ácido acetilsalicílico.

Administração de ácido acetilsalicílico e paracetamol para o alívio da dor determinam alteração vascular na polpa dental com aumento no número e diâmetro dos vasos. (Fonte financiadora: PIC/UNIUBE.)

 Ib004

Análise estereológica da osteogênese ortotópica em defeito de tamanho crítico tratado com matriz óssea alogênica

YAEDÚ, R. Y. F., BRIGHENTTI, F. L., CESTARI, T. M., TAGA, R.

Ciências Biológicas - Universidade de São Paulo. E-mail: renato_fob@yahoo.com

O trabalho analisou os eventos que ocorrem durante a osteogênese ortotópica induzida por matriz óssea alogênica. Defeito de 8 mm de diâmetro foi realizado nos ossos parietais de 36 ratos e preenchidos com matriz óssea desmineralizada alogênica em partículas, aglutinadas com coágulo sanguíneo. As calvárias foram coletadas aos 0, 7, 14, 21, 28 e 56 dias pós-cirurgias, radiografadas e processadas histologicamente. As análises histológica, radiográfica e morfométrica mostraram aos 7 dias, reabsorção da borda do defeito e pequena neoformação óssea e cartilaginosa. Aos 21 dias, 28,7% do defeito encontrou-se preenchido por tecido ósseo de arranjo trabecular associado à superfície da matriz reabsorvida e a borda do defeito. Ao final de 28 dias, 52% do defeito mostrou-se ocupado por tecido ósseo neoformado, canal medular e fragmentos de matriz, e 48% por grandes partículas de matriz envoltas por tecido conjuntivo, e raras áreas de tecido ósseo. Aos 56 dias, em 3 casos ocorreram completo fechamento do defeito com tecido ósseo de arranjo compacto exibindo pequenos canais medulares e restos de matriz aprisionados. Nos demais casos, apesar da significante formação óssea, verificou-se pequenas áreas de fibrosamento (11%) devido provavelmente a micromovimentação inicial de algumas partículas.

Os resultados mostraram que, a matriz óssea alogênica em partículas é um excelente material de enxerto ósseo, devido a grande superfície de área, rápida reabsorção e alta capacidade osteoindutora. O único comprometimento está no possível deslocamento das partículas. (Apoio: FAPESP - 00/05735-9 e 00/00877-0.)

 Ib005

Traumatismos alvéolo-dentários: levantamento epidemiológico

SILVEIRA, A. G.*, SILVA, G. B., TORRIANI, M. A.

Faculdade de Odontologia - Universidade Federal de Pelotas. E-mail: alessandra_silveira@hotmail.com

O traumatismo alvéolo-dentário possui uma significante participação no contexto dos traumatismos faciais, podendo ser definido como lesões provocadas ao complexo dento-alveolar, tanto ao elemento dentário como aos tecidos de sustentação. Observando que o manejo do paciente acometido de trauma facial representa um dos aspectos mais exigentes da prática odontológica, o presente trabalho visa fazer um levantamento de dados sobre os fatores relacionados ao traumatismo alvéolo-dentário, tais como idade, gênero, diagnóstico, assim como etiologia. O mesmo foi realizado através de uma amostra colhida no Pronto-Socorro Municipal de Pelotas, na área de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial. Como resultados obtivemos que idade mais prevalente foi de 1 a 5 anos, com percentagem de 60% dos casos. ­Quanto ao gênero, o masculino foi o mais acometido (54,84%). Etiologicamente, 70% dos casos foram causados por queda, seguidas de agressão (13,3%) e acidente de trânsito (6,7%). O diagnóstico mais freqüente foi a avulsão, representando 34,37% dos casos, seguida de luxação extrusiva (25%) e luxação lateral com 18,75%.

Concluímos, neste estudo, que conhecendo as variáveis relacionadas ao traumatismo alvéolo-dentário, podemos atuar na prevenção, elaborando programas educativos; adequar os recursos humanos e os serviços, a fim de proporcionar um atendimento mais qualificado.

 Ib006

Fraturas faciais – estudo epidemiológico de 432 casos atendidos no HU-USP

MELO, E. S.*, ELIAS, F. M., FORONDA, R., ALVES, T. F., JORGE, W. A.

Odontologia - Universidade de São Paulo. E-mail: ediellesm@yahoo.com.br

A epidemiologia das fraturas faciais pode ser afetada tanto pela área geográfica de abrangência, como pelo perfil dos pacientes atendidos nos hospitais. No presente trabalho, foi analisada a casuística de fraturas faciais do Serviço de Urgências Bucomaxilofaciais do HU-USP, entre janeiro de 2000 e dezembro de 2001. Dos 7.533 pacientes atendidos neste período, 432 portadores de fraturas faciais foram avaliados quanto a sexo, idade, etiologia e localização das fraturas, entre os quais 317 (73,4%) eram do sexo masculino e 115 (26,6%) do sexo feminino. A faixa etária mais acometida foi a de 20 a 30 anos, com 99 pacientes (23%). A maior causa foi agressão física (51%), seguida por acidentes de trânsito (30%). As fraturas na­sais foram as mais freqüentes, ocorrendo em 245 pacientes (56,7%), seguidas pelas fraturas mandibulares em 89 pacientes (20,6%), e fraturas do complexo zigomático em 80 pacientes (18,5%). Foram também observadas fraturas: do assoalho de órbita em 7 pacientes (1,6%), de Le Fort I em 5 pacientes (1,14%), naso-órbito-etmoidais em 3 pacientes (0,78%), de Le Fort II em 2 pacientes (0,45%) e de Le Fort III em 1 paciente (0,23%).

A epidemiologia das fraturas faciais na população estudada está relacionada às suas características sócio-culturais. A maior ocorrência de fraturas no sexo masculino e na terceira década de vida relaciona-se com o perfil de pacientes mais expostos a agressões e acidentes de trânsito.

 Ib007

Reimplante dental mediato após o tratamento da superfície radicular com hipoclorito de sódio e fluoreto de sódio fosfato acidulado

PEREIRA, F. P.*, BOIATI, C. T., SONODA, C. K., PANZARINI, S. R.

Cirurgia e Clínica Integrada - Universidade Estadual Paulista. E-mail: flavia.unesp@bol.com.br

O objetivo deste trabalho foi comparar a influência de duas formas de apresentação do flúor (gel e solução aquosa) sobre a raiz tratada previamente com hipoclorito de sódio em reimplante tardio. Utilizamos o incisivo de 36 ratos, divididos em 3 grupos. Após a anestesia geral realizou-se a exodontia e os dentes foram mantidos em meio seco por 30 minutos. Após a biomecânica do canal radicular os dentes foram imersos em solução de hipoclorito de sódio a 1% por um período de 9 minutos. No grupo I os dentes foram imersos posteriormente em solução salina por 21 minutos. No grupo II, os dentes foram posteriormente lavados em solução salina por 1 minuto. Na seqüência, foram imersos em solução de fluoreto de sódio fosfato acidulado a 2%, pH 5 por 20 minutos. No grupo III, os dentes foram posteriormente lavados em solução salina por 1 minuto. Na seqüência, foram imersos em gel de fluoreto de sódio fosfato acidulado (1,23% de íon flúor), por 20 minutos. Depois de preenchido os canais com pasta de hidróxido de cálcio, os dentes foram reimplantados. Decorridos 60 dias os animais foram sacrificados e as peças processadas e coradas por H. E. Os resultados demonstraram um infiltrado inflamatório mais pronunciado no grupo controle, além de maior comprometimento da raiz pela reabsorção. Dos grupos tratados com flúor, maior integridade da camada de cemento foi encontrado no grupo tratado com gel.

Nos grupos tratados com flúor houve predominância de anquilose e o tratamento proposto, reduziu mas não eliminou a reabsorção radicular. (Auxílio: FAPESP.)

 Ib008

Avaliação da efetividade de métodos de controle de infecção em alicates ortodônticos

NAVARRO, C. A.*, MIGUEL, J. A. M., HIRATA JR., R., BRITTO, D. N. S.

Ortodontia - Universidade Estadual do Rio de Janeiro. E-mail: canorto@terra.com..br

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a efetividade de métodos de controle de infecção em alicates ortodônticos para estreptococos orais. Utilizou-se 3 grupos de alicates que após uso clínico, foram submetidos a diferentes condutas: Grupo A (n = 31) exposição ao ar por 2 horas; Grupo D (n = 29) desinfecção em álcool 70% iodado; Grupo E (n = 30) esterilização em autoclave. A avaliação microbiológica consistiu em semeadura da parte ativa do alicate em meio seletivo para estreptococos orais (caldo Mitis Salivarius) e, após a incubação, verificou-se a presença ou não desses microorganismos. Através dos resultados, pôde-se concluir que os grupos A, D e E apresentaram respectivamente 93,55%, 24,14% e 0% de contaminação. Houve diferença estatisticamente significativa entre os 3 grupos (H = 43,221, p < 0,05). Comparando-se A x D e A x E também houve diferença com significância em nível estatístico, o que não ocorreu entre D x E (teste de comparação Dunn’s). Entretanto, a interpretação destes valores deve ser feita de forma cuidadosa, pois, embora a diferença não seja significativa estatisticamente, isso não significa que não seja significativa clinicamente.

Podemos concluir que a efetividade dos métodos de controle de infecção utilizados somente esteve em um patamar aceitável quando a esterilização (calor úmido sob pressão) foi realizada. Esses resultados são importantes pois suportam a afirmativa de que a esterilização de alicates ou quaisquer outros instrumentos, após sua utilização clínica, deve sempre ser realizada.

 Ib009

Probabilidade de erupção dos terceiros molares inferiores a partir da distância Xi-D7 em pacientes naturais de Teresina - PI

MOURA, M. D.*, MOURA, W. L., CARVALHO, P. V., BOHRER, B. L., SANTOS-PINTO, A.

Clínica Infantil - Universidade Estadual Paulista. E-mail: inadedeus@bol.com.br

Os terceiros molares constituem-se em uma das grandes preocupações do cirurgião-dentista. Tendo em vista a alta prevalência desses dentes impactados ou inclusos, cabe, principalmente aos ortodontistas, a decisão sobre extrações, enucleações, bem como a idade ideal para tais procedimentos. O propósito desse trabalho foi avaliar a freqüência de cada uma das 3 situações propostas por Turley para a previsão de erupção dos terceiros molares inferiores, a partir da distância Xi-distal dos segundos molares (D7) em pacientes naturais de Teresina - PI na faixa etária de 8-10 anos, bem como associar essa probabilidade de erupção ao padrão facial. Foram utilizadas telerradiografias cefalométricas de 113 pacientes, sendo 51 do sexo masculino e 62 do sexo feminino e os traçados e mensurações foram obtidos através do método computadorizado Radiocef 2.0.

Os resultados mostraram que 95,58% dos pacientes apresentaram a distância Xi-D7 menor que 20 mm, indicando a impossibilidade de erupção; 4,42 % apresentaram Xi-D7 maior que 20 e menor que 30, o que significa possibilidade parcial de erupção e nenhum paciente mostrou previsão de erupção normal dos terceiros molares (Xi-D7 maior que 30). Observou-se, ainda, a ausência de associação entre os espaços medidos para os terceiros molares e o padrão facial.

 Ib010

Comparação dos efeitos de duas técnicas de queiloplastia no desenvolvimento oclusal de pacientes com fissura bilateral

BORGES, H. C.*, OZAWA, T. O., SILVA FILHO, O. G., COSTA, G. C., SANTOS, A. C. S.

Setor Odontológico - Universidade de São Paulo. E-mail: heloborges@hotmail.com

As fissuras transforame incisivo bilateral (FTIB) exigem para sua reparação pelo menos duas cirurgias primárias: queiloplastia e palatoplastia. Tais cirurgias podem ser realizadas através de diferentes técnicas assim como em diferentes tempos cirúrgicos (um tempo ou dois tempos cirúrgicos). A literatura a respeito, é unânime em afirmar que esta reabilitação estética/funcional pode ser incompatível ao crescimento facial pleno. Os maiores efeitos negativos manifestam-se na maxila e arco dentário superior e são atribuídos principalmente às seqüelas oriundas da queiloplastia. O objetivo deste estudo foi comparar dois protocolos cirúrgicos de queiloplastia (um tempo e dois tempos cirúrgicos), preconizados no Hospital de Reabilitação das Anomalias Craniofaciais (HRAC-USP) e avaliar os seus efeitos na relação interarcos dos pa­cientes portadores de FTIB. Como método de avaliação utilizamos o índice oclusal para definição das relações intermaxilares em crianças portadoras de FTIB. A amostra desse trabalho consistiu-se de um grupo com 53 modelos de gesso de pacientes, idade de 4 a 9 anos, portadores de FTIB, operados no HRAC - queiloplastia realizada em um tempo cirúrgico e segundo grupo: 38 modelos de gesso de paciente, idade de 6 a 10 anos, portadores de FTIB, operados no HRAC - queiloplastia realizada em dois tempos cirúrgicos. Os resultados não mostraram diferenças estatisticamente significantes entre os dois protocolos.

Não sendo encontrada diferença nos resultados a longo prazo deve-se avaliar as vantagens e desvantagens de cada protocolo e reavaliar qual deles será utilizado como rotina.

 Ib011

Estudo cefalométrico das alturas faciais em pacientes Classe II tratados com e sem extração de pré-molares

OLTRAMARI, P. V. P.*, MACHADO, D. T., HENRIQUES, J. F. C.

Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva - Universidade de São Paulo. E-mail: pvoltramari@ig.com.br

Este estudo cefalométrico longitudinal visou avaliar, comparativamente, as alterações das alturas fa­ciais, provenientes do tratamento da má-oclusão de Classe II, pela técnica de Edgewise, associado à ancoragem extrabucal cervical, com e sem extração de quatro primeiros pré-molares. A amostra constituiu-se de 116 telerradiografias obtidas de 56 jovens. 22 jovens (grupo I) foram tratados ortodonticamente com extração de quatro primeiros pré-molares e apresentavam idade média inicial de 12,30 e final de 14,87 anos. Outros 22 (grupo II) tratados sem extração e apresentavam idade média inicial de 12,53 e idade média final de 14,73 anos. Os demais 14 jovens com idade média inicial de 11,50 e final de 13,63 anos, não foram submetidos a nenhuma intervenção ortodôntica, formando assim o grupo controle (grupo III). As telerradiografias iniciais e finais foram digitalizadas e os resultados submetidos ao teste estatístico.

A análise dos resultados revelou que não houve influência significante da terapia ortodôntica sobre as alterações das alturas faciais, com aumento de sete grandezas, em todos os três grupos. Apenas a proporção entre a altura facial posterior total e a altura facial anterior total exibiu um aumento nos grupos I e III. O movimento vertical dos primeiros molares superiores e inferiores modificou-se de modo semelhante nos três grupos. O maior deslocamento para mesial ocorreu no grupo tratado com extração de quatro primeiros pré-molares e no grupo controle. Em relação aos primeiros molares inferiores, observamos uma maior mesialização no grupo I.

 Ib012

Avaliação da profundidade e dimensões transversais do palato em crianças respiradoras bucais

AMATO, P. A. F.*, MATSUMOTO, M. A. N., ENOKI, C., MATTAR, S. E. M.

Clínica Infantil, Odontologia Preventiva - Universidade de São Paulo. E-mail: patafa@zipmail.com.br

O desenvolvimento craniofacial é um processo fisiológico intimamente interligado à respiração. Como o palato está ligado morfofuncionalmente às cavidades nasal e bucal e a maioria dos hábitos bucais desenvolvem-se na primeira infância, propôs-se neste estudo comparar as dimensões do palato de crianças respiradoras nasais e bucais com idade entre 3 e 6 anos, através da obtenção das medidas intercanino, intermolar e profundidade do palato em modelos de gesso, com o uso do paquímetro tridimensional de Korkhaus. Foram selecionados um grupo controle de 30 pacientes respiradores nasais e um grupo experimental de 30 pacientes respiradores bucais diagnosticados por avaliação otorrinolarigológica que não foram submetidos à cirurgias no complexo naso-respiratório e a nenhum tipo de tratamento ortodôntico. Foi utilizado o teste de Mann-Whitney para comparar as medidas obtidas nos modelos de gesso.

A média da profundidade do palato no grupo de respiradores bucais (10,91 mm) foi estatisticamente ­maior que a média do grupo de respiradores nasais (9,33 mm). As distâncias intercanino e intermolar não apresentaram diferenças estatisticamente significantes.

 Ib013

Índice oclusal para definição da relação intermaxilar em crianças com fissura transforame incisivo bilateral

COSTA, G. C.*, OZAWA, T. O., SILVA FILHO, O. G., SANTOS, A. C. S., BORGES, H. C.

Setor Odontológico - Universidade de São Paulo. E-mail: giccosta@hotmail.com

Objetivos: desenvolver um critério de avaliação oclusal a ser aplicado em crianças com fissura transforame incisivo bilateral (FTIB) no intuito de definir a severidade da má-oclusão e o prognóstico do tratamento. O índice oclusal proposto envolve 5 categorias, enumeradas de 1 a 5, representativas de gravidades crescentes no sentido sagital e transversal. Método e Resultados: os autores propuseram as características clínicas mais importantes no reconhecimento das más-oclusões em crianças com FTIB em duas fases distintas do seu desenvolvimento oclusal. Foram investigados modelos de gesso de 96 pacientes, os quais apresentavam-se na dentadura decídua ou mista precoce. O segundo grupo constituia-se de 48 modelos de gesso de pacientes que encontravam-se na dentadura mista tardia e permanente. Todos os pacientes eram portadores de FTIB, foram operados em época convencional no HRAC e não foram submetidos a tratamento ortodôntico ou ortopédico prévio. A partir dessa avaliação subjetiva, tornou-se aparente que as más-oclusões e o prognóstico do tratamento poderiam ser divididos em 5 grupos que, então, formaram a base para o índice.

Conclusão: o índice oclusal proposto determina a gravidade da má-oclusão nos portadores de FTIB em fase precoce e tardia do seu desenvolvimento oclusal e aguça a visão da equipe terapêutica para a importância interdisciplinar na reabilitação total do paciente, conciliando informações negativas que esses padrões oclusais trazem sobre o processo reabilitador.

 Ib014

Influência dos hábitos de sucção na oclusão de crianças de 36 a 42 meses de idade

RAVEN, F. G. C.*, TOLEDO, D. B., POSSOBON, R. F., DEMATTE, E. M., TOMITA, L. M., SIQUEIRA, V. C. V., MORAES, A. B. A.

Odontologia Social - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: fernanda.raven@zipmail.com.br

O objetivo deste trabalho foi verificar as características oclusais de crianças participantes do Programa de Prevenção de Problemas Oclusais do Centro de Pesquisa e Atendimento Odontológico para Pacientes Especiais - Cepae - FOP - UNICAMP e a possível relação com hábitos de sucção. Para isso, realizou-se exame clínico nas 39 crianças do Programa com idade entre 36 a 42 meses e dentadura decídua completa. Avaliou-se tipo de arco, relação terminal dos segundos molares, presença da mordida aberta, sobremordida, sobressaliência ou mordida cruzada posterior e a relação entre mordida aberta anterior e cruzada posterior com presença de hábitos de sucção. Os resultados mostraram maior incidência de arco Tipo I (85% superior e 67% inferior). A maioria das crianças apresentou relação terminal dos segundos molares do lado direito em degrau mesial (46%), seguido por plano reto (39%) e degrau distal (15%). Do lado esquerdo predominou o plano reto (41%), seguido por degrau mesial (39%) e degrau distal (15%). Observou-se a presença de mordida aberta anterior em 38% das crianças, sobremordida em 49%, sobressaliência em 72% e mordida cruzada posterior em 18%, sendo que cada criança apresentou uma ou mais alterações. Os resultados mostraram que 97% das crianças que apresentavam mordida aberta mantinham algum tipo de hábito de sucção (chupeta e/ou mamadeira).

Conclui-se que hábitos de sucção estão diretamente relacionados com maloclusão, principalmente com mordida aberta anterior e cruzada posterior, sendo importante a conscientização da família para o controle e remoção precoce do hábito.

 Ib015

Caracterização dos pacientes atendidos no Centro de Portadores de Fissura Lábio-Palatal da FO-UFMG

GALLBACH, J. R.*, FERREIRA, E. F., LAGES, E. M. B., PRETTI, H.

Odontologia Social e Preventiva - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: jugallbach@hotmail.com

Embora existam poucos estudos epidemiológicos acerca das malformações congênitas, observa-se uma maior freqüência das fissuras lábio-palatais. O objetivo deste trabalho foi caraterizar os pacientes fissurados atendidos no Centro de Fissurados da FO-UFMG. Foram consideradas as variáveis sexo, idade em que procuraram o tratamento, raça, cidade de procedência, classificação da fissura apresentada e pais fissurados ou não. Os dados foram coletados nos arquivos de prontuário do setor e compilados através do programa Epi Info 6.0 (OMS). Foram coletados os dados de 106 pacientes, na faixa etária de 5 a 35 anos (média de 16,21 ± 5,98) sendo maior a freqüência entre 12 e 20 anos (63,2%). Quanto ao sexo, houve equivalência dos grupos (50%). Todos os pacientes da amostra são de Minas Gerais e 76,41% residem na Grande BH. A grande maioria é da raça branca (86,4%) e somente dois pacientes são filhos de mães portadoras desta anomalia. Quanto ao tipo de fissura, a transforame unilateral esquerda apresentou maior prevalência (31,1%) seguida da bilateral (25,5%) e da unilateral direita (17,9%). Foram observados 6 casos de fissuras raras, 3 em indivíduos de raça branca e 3 de raça negra.

Através deste trabalho a equipe responsável pôde conhecer melhor a população que se encontra em tratamento e buscar melhoras qualitativas na estruturação do serviço que apresenta uma procura crescente.

 Ib016

Avaliação do comportamento de dois sistemas adesivos na adesão de “brackets” ao esmalte contaminado por sangue

THYS, D. G., LOCKS, A., CRUZ, A. M. M.*, LOPES, G. C., VIERIRA, L. C. C.

Ortodontia - Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: daniela_thys@ig.com.br

Objetivos: avaliar dois tipos de sistemas adesivos, hidrofílico e hidrofóbico, para colagem de “brackets” ortodônticos (Morelli) ao esmalte contaminado com sangue. Material e métodos: foram avaliados os sistemas Single Bond (SB - 3M) e Transbond XT (XT - 3M Unitek). Sessenta incisivos foram divididos em três subgrupos (n = 10) para cada um dos adesivos e testados sob três diferentes condições de superfície: não contaminada; condicionada e contaminada com sangue; condicionada, aplicado o “primer” e contaminada com sangue. O teste de força de união foi realizado em uma máquina Instron (5 mm/min) e os dados analisados por ANOVA e LSD Post-Hoc. Resultados (MPa): superfície não contaminada para XT a força de união foi de 12,6 (± 5,4-a) e para SB foi de 8,9 (± 3,6-A); superfície condicionada e contaminada com sangue para XT foi de 7,0 (± 3,3-b) e SB de 8.7 (± 5,0-A); superfície condicionada, aplicado o “primer” e contaminada com sangue para XT foi de 4,9 (± 3,0-b) e para SB foi de 2,8 (± 1,4-B) (médias com mesma letra não apresentam diferença estatística - p < 0,05). A contaminação da superfície de esmalte com sangue prejudica adesão do sistema hidrofóbico (XT) em todas condições. Para o sistema hidrofílico (SB), a contaminação da superfície de esmalte com sangue não afetou a adesão, apenas quando após a aplicação do adesivo.

Conclusões do experimento: a contaminação do esmalte dental com sangue não diminuiu a união do sistema adesivo hidrofílico testado. Porém, a contaminação da superfície adesiva com sangue afeta a adesão de ambos sistemas adesivos testados, hidrofílico e hidrofóbico.

 Ib017

Prevalência de mordida cruzada anterior em pacientes de clínica particular de Ortodontia na cidade de Curitiba

BRUNETTO, M.*, CAMARGO, E. S., DALAGNOL, S. L., TANAKA, O. M.

Ciências Biológicas e da Saúde - Pontifícia Universidade Católica do Paraná. E-mail: mbrunetto@terra.com.br

Foi realizada avaliação da prevalência de mordida cruzada anterior em 490 pacientes, dos sexos feminino e masculino, entre 4 e 12 anos de idade, maioria leucodermas (92%), que se apresentaram para diagnóstico e tratamento em uma clínica particular de Ortodontia, na cidade de Curitiba. Foi analisado o tipo de mordida cruzada anterior apresentado pelo paciente, sua associação com a mordida cruzada posterior e relacionados os métodos corretivos aplicados. Para tanto, procedeu-se a coleta de dados em consulta à documentação ortodôntica de cada paciente a qual constava de ficha clínica, telerradiografia de perfil, fotografias intrabucais e modelos em gesso. Verificou-se, ainda, o tratamento corretivo de eleição para cada caso. Os resultados indicaram que 16,53% da amostra apresentava mordida cruzada anterior, sendo a mordida cruzada anterior dentária a de maior manifestação dentro deste grupo (93,82%). A partir deste valor foi possível determinar que 28,94% das mordidas cruzadas anteriores dentárias eram bilaterais e 71,05% unilaterais. A associação com a mordida cruzada posterior unilateral, bilateral ou não associação com a mordida cruzada posterior também foi avaliada. Dentre as várias opções de tratamento, a disjunção palatal foi o procedimento mais freqüentemente empregado nesta casuística (50,61%).

Diante dos dados obtidos com relação à mordida cruzada anterior e do fato de sua autocorreção não ser comumente observada, reforça-se a necessidade de restabelecer o mais precocemente possível a normalidade da oclusão, a fim de que a maloclusão não evolua em complexidade.

 Ib018

Estudo histométrico da reparação pulpar após exposição experimental e aplicação de 2-octil cianoacrilato

SANTOS, V. W.*, SALGADO, M. A. C., GOMES, M. F.

Biopatologia e Diagnóstico - Universidade Estadual Paulista. E-mail: werbicky@hotmail.com

Nos últimos anos, muitos pesquisadores têm estudado diferentes tipos de materiais no tecido pulpar após seu uso sobre polpas dentárias expostas, decorrentes de agressões mecânica e/ou biológicas. Atualmente, o octil cianoacrilato tem mostrado excelentes resultados como adesivo químico em feridas cruentas devido a sua baixa toxicidade e eficiência na reparação tecidual. Diante disso, foi realizado um estudo comparativo do processo de reparo da polpa de dentes permanentes de cães após capeamento direto com 2-octil cianoacrilato (2-OCA) e de hidróxido de cálcio. Para isso foram utilizados 24 dentes divididos em dois grupos: tratado e controle. Nos dentes com exposição pulpar, do grupo tratado, foi aplicado o 2-OCA e, no controle, foi colocado o hidróxido de cálcio em pó e em pasta. Posteriormente as cavidades foram preenchidas com cimento de ionômero de vidro e a superfície foi protegida com selante autopolimerizável. Decorridos 15, 30 e 45 dias os espécimes foram sacrificados e os dentes tratados removidos e processados para confecção dos cortes histológicos. Os mesmos foram analisados através de microscopia de luz para a avaliação histométrica.

Os resultados obtidos possibilitaram concluir que o processo inflamatório foi mais intenso no grupo tratado do que no controle, entretanto o 2-OCA não impediu a formação de dentina terciária (reparadora) adjacente. Portanto consideramos que o uso do 2-OCA não é conveniente como material protetor no capeamento direto, mas poderia ser utilizado para proteção do complexo dentino-pulpar. (Financiamento: FAPESP, processo nº 00-00310/0.)

 Ib019

Avaliação in vitro do efeito do ácido cítrico associado ao tergentol na permeabilidade dentinária

RACY, C. F.*, RALDI, D. P., MALHEIROS, C. F., BRITO, L. M., LAGE-MARQUES, J. L.

Odontologia - Universidade Ibirapuera. E-mail: caiofabioracy@uol.com.br

A irrigação final do canal radicular tem como objetivo a remoção do magma dentinário, possibilitando a atuação da medicação intracanal e facilitando o selamento dentinário pelo material obturador. As soluções ácidas, associadas ou não a detergentes, têm sido recomendadas para este momento importante do tratamento endodôntico. Constitui proposta experimental analisar a capacidade do ácido cítrico a 15%, de efeito comprovado na microlimpeza do canal radicular, associado ao detergente tergentol. Para tanto, vinte e oito raízes palatinas de pré-molares superiores foram preparadas até o instrumento # 40 pela técnica de ­PAIVA e ANTONIAZZI, e então divididas em 4 grupos de acordo com a solução utilizada na irrigação final: grupo I - ácido cítrico a 15%, II - EDTA-T, III - ácido cítrico a 15%-T (associado ao tergentol) e IV - controle - hipoclorito de sódio. A seguir, os canais radiculares foram preenchidos com corante Rodamina B a 1% que foi removido com cones de papel após 1 minuto. As raízes foram então incluídas em resina ortoftálica e seccionadas em cortes transversais com espessura de 2 mm. Os cortes tiveram suas imagens digitalizadas e as áreas coradas foram medidas com o auxílio do software Image Lab, para avaliação da penetração do corante nos terços cervical, médio e apical. Os resultados revelaram que os grupos I e II comportaram-se de maneira semelhante, e que o grupo III apresentou os maiores valores de penetração do corante no terço médio com diferença estatisticamente significante.

Conclui-se que a associação detergente tergentol ao ácido cítrico foi capaz de promover maior aumento da permeabilidade dentinária das amostras estudadas.

 Ib020

Comparação entre as técnicas manual e rotatória na desobturação dos canais radiculares

CONGILIO, L. M. B.*, AKISUE, E.

Endodontia - Universidade Cidade de São Paulo. E-mail: luciana.maia@bol.com.br

Este estudo analisou o tempo despendido e a quantidade de material obturador remanescente após a desobturação de 45 dentes unirradiculares previamente preparados acorde Paiva & Antoniazzi e obturados com cones de guta-percha e cimento de N-Rickert, empregando-se condensação lateral. Os espécimes foram divididos em 3 grupos segundo a técnica de desobturação a ser utilizada: G1 - técnica manual; G2 - técnica rotatória valendo-se de instrumentos Quantec LX # 25 (.06) e; G3 - técnica rotatória valendo-se de instrumentos Profiles # 30 (.06). Utilizou-se óleo de casca de laranja como solvente da guta-percha. O material obturador residual foi quantificado com auxílio de uma câmera de vídeo Tamakon, Fotovix ­6 x 60 W, com distância focal padronizada, acoplada a um monitor de vídeo Sony Trinitron. Os resultados obtidos desta quantificação foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis que mostrou não haver diferenças significantes entre os grupos ao nível de 5% (c2 = 4,14 contra o valor crítico do c2 = 5,99 para 2 graus de liberdade). Para o fator tempo, o teste ANOVA mostrou diferença significante (valor de F calculado = 23,08 contra valor da tabela = 4,08 para 2 graus de liberdade e a = 5%), sendo que o teste de Tukey constatou diferença significante (a = 5%) entre o grupo manual e os demais, não havendo diferenças entre os dois que utilizaram sistemas rotatórios de NiTi.

Concluímos que as técnicas manual e rotatória equivaleram-se quanto a quantidade de material obturador remanescente após a desobturação, sendo que, a manual mostrou-se menos efetiva quando comparada à rotatória.

 Ib021

Correlação entre os componentes químicos dos cones de guta-percha e o selamento endodôntico apical

GURGEL-FILHO, E. D.*, TEIXEIRA, F. B., FEITOSA, J., FERRAZ, C. C. R., GOMES, B. P. F. A., SOUZA-FILHO, F. J.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: gurgeleduardo@aol.com

O objetivo deste trabalho foi avaliar a correlação entre a composição química de cinco marcas de cones de guta-percha (Dentsply, Tanari, Konne, Obtura e Analytic) e o selamento apical. Os dentes foram obturados pelas técnicas da onda de condensação e do cone único modelado tendo a condensação lateral como controle. 120 incisivos foram divididos em 11 grupos de 10 dentes cada e 2 grupos controles. As raízes foram obturadas com o cimento Endomethasone e imersas em nanquim por 10 dias. A infiltração apical foi medida com uma lupa estereoscópica. A separação dos cones foi obtida após dissolução de 3 g em 60 ml de clorofórmio seguido da centrifugação separando-se a parte inorgânica que não dissolveu em clorofórmio (BaSO4 e ZnO) da parte orgânica dissolvida em clorofórmio (guta-percha e ceras). À parte orgânica foi adicionada acetona, para coagulação da guta-percha. A média e desvio padrão da guta-percha presente no cone foi de: Dentsply (14,5% ± 0,70%), Tanari (15,6 ± 0,66%), Obtura (17,7 ± 0,35%), Analytic (20,4 ± 0,40%), Konne (18,9 ± 0,32%). Houve diferença estatística (p < 0,05) da condensação lateral (0,95 ± 0,51 mm), com a onda de condensação (0,43 ± 0,17 mm) e com a técnica do cone modelado (0,49 ± 0,13 mm) independente da marca de cone utilizada. A técnica da onda de condensação com o cone Dentsply (0,69 ± 0,20 mm) apresentou a maior infiltração linear e o cone Obtura a menor (0,38 ± 0,42 mm).

Houve um melhor selamento apical nos dentes obturados pela onda de condensação com os cones Obtura, Analytic e Konne marcas estas com maior quantidade de guta-percha. (Apoio financeiro: CNPq.)

 Ib022

Inibição de crescimento microbiano por cones de guta-percha: estudo in vitro

BONZI, A. B.*, VÉRAS NETO, L., GAIÃO, L., PORTO, A. L. F., VIANA, D. A., SILVA JR., P. F., PADILHA, W. W. N.

Clínica e Odontologia Social - Universidade Federal da Paraíba. E-mail: bonzi.jp@uol.com.br

Este estudo verificou in vitro a capacidade de inibição do crescimento microbiano por cones de guta-percha de diferentes marcas comerciais. Usou-se como metodologia a abordagem indutiva com procedimento comparativo e estatístico e técnica de documentação direta pela pesquisa laboratorial. Através do teste de difusão em ágar, nove placas de Petri foram distribuídas contendo o meio Tripticase Soy Agar (T.S.A.) adicionados de Bacillus subtilis (DAUFPE 16), Staphylococcus aureus (DAUFPE 01) e Klebsiella pneumonae (DAUFPE 396), provenientes do LIKA/UFPE, em triplicata para cada cepa. Em cada placa foram acondicionados, assepticamente, quatro cones de tamanho e espessura semelhantes, representados por: Cone A (Dentsply®), Cone B (Heros®), Cone C (Tanari®) e Cone V (Bastão de vidro/controle). As placas foram incubadas a 37ºC e após 24 e 48 horas foram medidos os halos de inibição de crescimento microbiano. Os resultados indicaram: a) formação de halos para os cones A e B frente as três cepas nos períodos de 24 e 48 horas de incubação; b) formação de halos para os cones C frente B. subtilis e S. aureus nos períodos de 24 e 48 horas e para a K. pneumonae apenas no período de 48 horas; c) não houve formação de halo para os bastões de vidro utilizados como controle nos períodos de 24 e 48 horas. Os dados obtidos foram analisados pelo teste de Friedman, apresentando significância estatística (p = 0,05).

Concluiu-se que as três marcas de cones de guta-percha estudados apresentaram capacidade de inibição microbiana frente às cepas utilizadas. (Apoio: PIBIC/CNPq/UFPB.)

 Ib023

Análise comparativa in vitro da desobturação dos canais radiculares entre as técnicas convencional e mecanizada

SILVA, R. M.*, GONÇALVES, T. A., TORRESI, E. C. B., PROKOPOWITCH, I.

Dentística e Endodontia - Universidade de São Paulo. E-mail: renatamartinss@ig.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar duas técnicas utilizadas para a desobturação de canais radiculares. Assim,vinte dentes unirradiculares foram instrumentados e obturados seguindo a técnica de Paiva & Antoniazzi. Para a desobturação, o Grupo I utilizou instrumentos manuais segundo os mesmos autores, e o Grupo II empregou o sistema RBS. Nos dois grupos solvente de óleo de casca de laranja foi utilizado até o terço médio e o creme Endo-PTC, no apical. Foram investigados o tempo despendido durante a remoção do material obturador, a possível extrusão apical e a quantidade de resíduos após a desobturação. Desta forma, verificamos que não existem diferenças estatisticamente significantes entre os grupos quanto ao tempo total despendido no processo (teste não-paramétrico Kruskal-Wallis). Quanto ao tempo despendido para atingir o CRT há diferença estatisticamente significante (p = 0,01), sendo a técnica manual a que despende mais tempo. Observou-se, ainda, que houve 40% de extrusão apical no Grupo I, e 10% no grupo II. Quanto à limpeza do canal houve diferença estatisticamente significante (p = 0,05) entre os dois grupos, sendo que o que utilizou o sistema RBS apresentou maior quantidade de resíduos de material obturador.

Assim pudemos concluir que um método eficiente seria iniciar a desobturação com o sistema RBS, auxi­liado pelo solvente de até o terço médio, onde este seria substituído pelo creme Endo-PTC até alcançar livremente o CRT. Neste momento, o sistema mecanizado seria substituído pelas limas manuais que proporcionariam maior facilidade na limpeza das paredes do canal radicular. (Auxílio: FAPESP.)

 Ib024

Estudo da anatomia interna de dentes de cães através do método da diafanização

BALTIERI, P. W. Q.*, GOMES, B. P. F. A., GADÊ-NETO, C. R., QUADROS, I., ZAIA, A. A., TEIXEIRA, F. B.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: pwqb@yahoo.com

Apesar de cães serem usados como modelo animal, para estudo das reações periapicais frente à terapia endodôntica, devido ao seu adequado tamanho e fácil manuseio, a anatomia de seus canais radiculares não foi totalmente estudada. Estudos experimentais em cães relataram apenas a presença de deltas apicais. O objetivo desta investigação foi estudar a morfologia dos terços cervical, médio e apical de dentes de cães, através da técnica de diafanização. Quarenta e dois dentes de cães foram extraídos, lavados, limpos e colocados em solução de formol a 10%. Os dentes utilizados foram incisivos (n = 12), caninos (n = 4), pré-molares (n = 16) e molares (n = 10). As amostras foram submersas em NaOCl 5,25% por seis horas, para dissolução do tecido pulpar. A seguir os dentes foram descalcificados em HCl 5%, desidratados em bateria ascendente de álcoois, sendo então realizada a injeção de corante, diafanização em salicilato de metila e visualização em lupa estereoscópica. Deltas apicais foram encontrados em 78,2% dos dentes estudados, canais laterais apareceram em 7,2% dos casos, principalmente nos terços cervical e médio. A porcentagem de canais laterais encontrada em pré-molares e molares foi de 12,5% e 10%, respectivamente.

Concluímos que o sistema de canais radiculares de cães pode mostrar uma maior variabilidade do que a relatada na literatura. Além disso a presença de canais laterais qualifica este modelo animal para o estudo das lesões endo-pério. (Apoio: FAPESP - 00/13689-7 e CNPq - 520277/99-6; 105889/2001-6.)

 Ib025

Avaliação in vitro da atividade antimicrobiana de cinco cimentos endodônticos

SIGNORETTI, F. G. C.*, GOMES, B. P. F. A., PEDROSO, J. A., TEIXEIRA, F., VIANNA, M. E., JACINTO, R. C., FERRAZ, C. C. R.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: fe_signo@yahoo.com

Atividade antimicrobiana tem um importante papel na eficiência dos cimentos endodônticos durante a obturação do canal radicular. Assim, o objetivo do presente estudo foi analisar a ação antimicrobiana de cinco cimentos endodônticos: Endo Fill, Endométhasone, Endométhasone N, Sealer 26 e AH Plus, em diferentes tempos após a manipulação, i.e., imediatamente após, 24 horas, 48 horas e 7 dias; contra os seguintes microrganismos: C. albicans, S. aureus, E. faecalis, S. sanguis e A. naeslundii. O método usado foi o contato direto através da observação da curva de crescimento microbiano em meio líquido. Os resultados mostraram que: 1) imediatamente após a manipulação, Endo Fill, Endométhasone e Endométhasone N tiveram a maior atividade antimicrobiana, sem diferenças estatisticamente significantes entre eles. Sealer 26 teve a menor atividade antimicrobiana. 2) Nos demais tempos pós-manipulação, não houve diferenças estatisticamente significantes entre os cimentos testados.

Concluímos que a atividade antimicrobiana de cada cimento diminui com o tempo e depende da suscetibilidade do microrganismo envolvido. (Apoio: FAPESP: 00/13689-7 e CNPq: 520277/99-6.)

 Ib026

Avaliação microbiológica das espumas sintéticas que armazenam as limas endodônticas

LA CERDA, R. S.*, NEVARES, G. O., HIRATA JR., R., DE DEUS, G. A., COUTINHO T.

Procedimentos Clínicos Integrados - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: renatacerda@ig.com.br

Este trabalho objetivou avaliar microbiologicamente as espumas sintéticas submetidas a ação do álcool isopropílico e do glutaraldeído 2% em diferentes períodos de exposição. Como corpo-de-prova (CP), esponjas com Æ 1,0 cm foram expostas ao caldo Trypticase Soy Broth - TSB para determinação do nível de contaminação. Na 1ª fase do experimento, os CP foram submetidos aos agentes químicos, durante um intervalo de tempo variado: imediato, após 10, 15 e 30 min. Na 2ª fase, os CP foram esterilizados em autoclave e então contaminados com S. aureus e E. coli. A amostragem foi submetida ao contato com os diferentes agentes desinfetantes. Na 1ª fase, houve crescimento bacteriano nos CP imersos no glutaraldeído. Nos tempos subseqüentes, não houve crescimento. Nos CPs imersos em álcool isopropílico não houve crescimento em nenhum dos tempos avaliados. Na 2ª fase, CPs inoculados com S. aureus e imersos no glutaraldeído sofreram crescimento bacteriano, imediatamente após o contato com esta substância. Nos demais tempos, não houve crescimento. CPs imersas no álcool isopropílico não apresentaram crescimento bacteriano. CPs inoculados com E. coli, 2 CPs imersos no glutaraldeído apresentaram crescimento bacteriano no contato imediato. Nos demais tempos, não houve crescimento. Em todos os períodos, no álcool não houve crescimento.

As esponjas obtidas comercialmente vem contaminadas; as soluções de glutaraldeído e álcool isopropílico foram eficazes na atividade desinfetante para os microorganismos testados, sendo que o álcool foi mais eficaz no contato imediato.

 Ib027

Estudo comparativo da capacidade de 3 localizadores apicais eletrônicos na determinação do comprimento dos dentes

COSTA, F. L. M.*, BOLAN, M., FELIPPE, M. C. S., FELIPPE, W. T.

Estomatologia - Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: felebarbenchon@hotmail.com

O objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade de três aparelhos eletrônicos localizarem o forame apical, bem como um ponto situado próximo e aquém do forame. Foram empregados 100 dentes humanos. Após o acesso aos canais, os dentes foram medidos pela técnica direta, inserindo-se uma lima no canal até que sua ponta fosse visualizada no forame apical, a distância foi medida com um paquímetro. Em seguida, os dentes foram medidos, duas vezes, pelos três localizadores apicais (Neosono Ultima EZ, Foramatron IV e Tri-Auto ZX). Para a primeira medida, a lima foi introduzida no canal até que seus aparelhos acusassem que a sua ponta chegou ao forame apical (CEF). Para a segunda medida, a lima foi removida do canal no momento em que os aparelhos acusassem que sua ponta chegou à constricção apical ou ao ponto 0,5, visível no visor (CEC). Para avaliar a capacidade dos aparelhos localizarem o forame, foi feita uma comparação das primeiras medidas eletrônicas com as obtidas pelo método direto (CEF versus CD). As medidas eletrônicas foram consideradas aceitáveis quando coincidentes com as medidas diretas, ou diferentes ± 0,5 mm. Para avaliar a capacidade dos aparelhos localizarem um ponto próximo e aquém do forame, foi feita uma comparação das segundas medidas eletrônicas com as obtidas pelo método direto (CEC versus CD).

De acordo com os testes estatísticos aplicados, o Tri-Auto ZX mostrou-se o aparelho mais efetivo na localização do forame apical (86,3% de medidas aceitáveis) e alcançou o maior percentual de acertos na localização de um ponto situado próximo e aquém do forame (84,2%).

 Ib028

Avaliação dos canais e forames apicais da raiz vestibular do 1º pré-molar superior com sulco longitudinal vestibular

MATTUELLA, L. G.*, MAZZOCCATO, G., VIER, F. V., SÓ, M. V. R.

Endodontia - Universidade Luterana do Brasil. E-mail: mattuella@bol.com.br

O objetivo do estudo foi avaliar radiograficamente o número de canais radiculares da raiz vestibular de 1º pré-molares superiores (1º PMS) com sulco longitudinal vestibular e comparar o método radiográfico (MR) com a microscopia eletrônica de varredura (MEV), quanto ao diagnóstico de nº de forames apicais (FA). Para tanto, 39 dentes tiveram suas coroas e raízes palatinas amputadas e seu(s) canal(is) radicular(es) explorado(s) com lima(s) endodôntica(s) fina(s), até que sua(s) ponta(s) fosse(m) visualizada(s) apicalmente. Os dentes foram radiografados com as limas em seu interior e classificados como portadores de 1 canal(C)/1 forame (F); 1C/2F; 2C/2F; 2C/1F. Os ápices da raiz vestibular foram seccionados e preparados para MEV. O nº de FA (³ que 80 mm) foram obtidos. Os resultados da avaliação radiográfica demonstraram que em apenas 17,1% (06) dos casos, esse dente apresentou C e F únicos. 2 F foram verificados em 77,2% (27) dos casos, 42,9% (15) desses oriundos de 2C e 34,3% (12), de apenas 1 canal.Apresentaram 2C que terminavam no mesmo F 5,7% (2) dos casos. Em MEV, 46,1% (18) dos ápices apresentaram 2FA; 23,1% (9), apenas 1; 23,1% (9), 3 e 7,7% (3), 4. A correlação entre o diagnóstico radiográfico e a MEV quanto ao nº de FA foi de 62,8%.

Concluiu-se que a presença de sulco longitudinal vestibular no 1º PMS predispõe a bifurcação total (42,9%) ou apical (34,3%) do canal radicular; sendo que a MEV apresentou número de FA estatisticamente superiores (p < 0,01) ao demonstrado no MR.

 Ib029

Variação da dureza de uma liga NiTi após tratamentos térmicos

GUIMARÃES, R. H. R.*, LACERDA, D. L., MARTINS, R. C., BAHIA, M. G. A., BUONO, V. T. L.

Odontologia - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. E-mail: raquelhannas@bol.com.br

Os instrumentos endodônticos rotatórios de níquel-titânio (NiTi) podem falhar devido à fadiga. Como em outros dispositivos, a resistência à fadiga destes instrumentos depende da dureza, que influencia na velocidade de propagação de trincas. Sabe-se ainda que, durante a terapia endodôntica, as limas são esterilizadas, sofrendo ciclos de aquecimento que podem afetar sua dureza. Foi o objetivo do presente estudo avaliar a variação da dureza de fios de NiTi utilizados na confecção de instrumentos ProFile (Maillefer, Ballaigues/Suíça), quando estes são aquecidos em temperaturas compatíveis com aquelas normalmente empregadas na esterilização. As amostras foram tratadas em banho de óleo de silicone a 120º, 140º, 160º e 180ºC por 2 horas e a 180ºC por 4, 6 e 8 horas. A variação de dureza foi avaliada com uma média de, no mínimo, dez medidas de microdureza Vickers com carga de 300 gf em cada amostra. Os resultados mostram que, em relação ao grupo controle, que não recebeu tratamento térmico, não houve variação significativa na dureza dos fios tratados a 120ºC e a 140ºC. Nos tratamentos a 160ºC e 180ºC por 2 horas, houve um aumento de dureza respectivamente de 4,5% e 9,5%. Após 4 horas de tratamento a 180ºC, a dureza retornou ao patamar inicial, onde se manteve nos tratamentos por 6 e 8 horas.

Estes resultados mostram que há uma tendência inicial de endurecimento da liga no aquecimento, que pode favorecer a resistência à fadiga dos instrumentos, e que o emprego de tempos mais longos a 180ºC acarreta apenas o retorno à dureza original.

 Ib030

Análise da espessura da linha do cimento endodôntico em três técnicas de obturação

LIMA, A. C.*, DE DEUS, G. A., GURGEL, E. D., MANIGLIA, C., PIRO, S. A., KREBS, R. L., FERREIRA, N. A.

Endodontia - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: endocarolina@yahoo.com.br

Este estudo objetivou analisar a espessura da linha de cimento endodôntico em 3 técnicas de obturação. 30 incisivos superiores foram acessados e instrumentados de modo convencional. Os dentes foram separados em 3 grupos de 10 e obturados pelo seguinte critério: G1 - condensação lateral; G2 - compressão hidraúlica; G3 - onda de condensação. Os dentes foram embutidos em resina epóxi e cortados transversalmente em 3 pontos por meio de um cortador de precisão (Isomet) – sendo o 1º corte no terço cervical, o 2º no terço médio e o 3º no terço apical. Uma preparação metalográfica para observação microscópia foi realizada em cada amostra e estas analisadas no microscópio óptico (Carl Zeiss). A medição da espessura da linha de cimento foi realizada através do programa Image Pro 4.0 (Media Cybernetics). Os dados obtidos foram tratados estatisticamente pelo teste de Wilcoxon. Os resultados da análise do terço cervical revelaram um posto médio de 97 mm para G1, 53 mm para G2 e 29 mm para G1, sendo estas diferenças significantes (p £ 0,05). Na análise do terço médio, obteve-se 141 mm para G1, 97 mm para G2 e 47 mm para G3, sendo estas diferenças significantes (p £ 0,05). Na análise do terço apical, os resultados foram de 337 mm no G1, de 352 mm no G2 e de 187 mm no G3, sendo as diferenças significantes entre G3 e G1 e entre G3 e G2 (p £ 0,05).

O grupo 3 (técnica de onda de condensação) obteve os melhores resultados em todos os níveis analisados, revelando assim, uma tendência da obtenção de menores espessuras da película do cimento endodôntico quando rea­liza-se a plastificação da guta-percha.

 Ib031

Análise qualitativa do preenchimento promovido por quatro técnicas de obturação

REZENDE, P. R. S.*, DE DEUS, G. A., COUTINHO, T., KREBS, R. L., FERREIRA, N. A.

Centro Biomédico - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: patty@montreal.com.br

Este trabalho objetivou avaliar a qualidade do preenchimento promovido por 4 técnicas de obturação. Para tal, 40 incisivos superiores foram instrumentados e divididos em 4 grupos iguais: G1: condensação lateral; G2: compressão hidráulica; G3: sistema Thermafil; G4: onda de condensação. Após a obturação, os dentes foram cortados longitudinalmente e embutidos em resina epóxi. As amostras foram submetidas a uma preparação metalográfica. As secções foram fotografadas através de um estereoscópio (8 X de aumento). 3 observadores calibrados seguiram o seguinte padrão para a análise: “score” 0: mais de 3 grandes áreas de vazio; evidência grosseira da presença de cones se destacando da massa obturadora. “Score” 1: de 2 a 3 grandes áreas de vazio; maior uniformidade na massa obturadora. “Score” 2: nenhuma grande área de vazio; boa homogeneidade. Os resultados revelaram 43% “score” 1, 57% “score” 2 no G1; 14% “score” 0, 29% “score” 1 e 57% “score” 2 no G2; e no G3 e no G4 obteve-se 100% de “score” 2. O teste estatistico Kruskal-Wallis demonstrou haver diferenças estatisticamente significantes entre G3/G4 e G1 (p < 0,05) e entre G3/G4 e G2 (p < 0,05). Houve diferenças estatisticamente significantes entre G2 e G1 (p < 0,05). Não houve diferença estatisticamente significante entre G3 e G4 (p > 0,001).

Diante dos resultados, pode-se concluir que as técnicas termoplastificadas (G3/G4) exibiram uma qualidade de preenchimento superior ao alcançado nas técnicas frias. A técnica da compressão hidráulica (G2) mostrou um preenchimento superior ao obtido nos dentes obturados pela técnica da condensação lateral (G1).

 Ib032

Avaliação da profundidade de penetração das brocas de Gates-Glidden em seqüências crescente e decrescente

PINHO, A. B.*, DE DEUS, A. G., COUTINHO, T. F., KREBS, R. C., FERREIRA, N. A.

Clínicas Cirúrgicas - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: dryka_bp@uol.com.br

Este trabalho analisou a profundidade de penetração máxima das brocas Gates-Glidden (GG) #2, #3 e #4 em seqüência de uso crescente e decrescente em canais mesiais de molares inferiores. 20 dentes foram acessados, pré-alargados até a lima #15 e divididos em 2 grupos: G1: onde os canais MV instrumentados na seqüência crescente e os ML na seqüência decrescente, G2: onde os canais ML instrumentados na seqüência crescente e os MV na seqüência decrescente. A broca GG penetrou livremente até o seu travamento no conduto radicular, ou seja, a profundidade da penetração foi determinada pela anatomia do canal radicular. No travamento de cada broca foi realizada a medida da profundidade de penetração com auxílio de um paquímetro digital (Matisumia). As medidas foram tratadas estatisticamente por análise de variância. Obteve-se no G1 através de uma análise pareada um valor de p £ 0,001, e no G2 valor de p £ 0,003. O teste t não-pareado entre os canais MV e ML de ambos os grupos quanto à seqüência crescente, obtivemos um valor de p = 0,882, e para a seqüência decrescente um valor de p = 0,194. Ambos os valores encontrados não são estatisticamente significantes. Este achado revela que tanto na seqüência crescente ou decrescente, o valor médio de penetração são similares, não havendo diferença significante entre a profundidade da penetração no canal MV e no ML.

Pode-se concluir que a seqüência decrescente é a forma mais segura para a instrumentação dos 2/3 cervicais do canal radicular, e não importando se o canal é o MV ou o ML, e sim a seqüência.

 Ib033

Remoção da obturação de canais radiculares empregando Flare e Quantec SC rotatórios

GELANI, V.*, HUSSNE, R. P., LEONARDO, R. T., CAPELLI, A.

Endodontia - Universidade de São Paulo. E-mail: gelani@ig.com.br

O presente experimento teve por objetivo comparar os instrumentos rotatórios Quantec com ou sem solvente com a técnica manual/mecânica, no que diz respeito à eficiência na remoção do material obturador, tempo operatório e influência do comprimento e diâmetro das raízes na execução das técnicas. Foram instrumentadas 30 raízes, separadas em amplas e atrésicas, pela técnica escalonada regressiva e com irrigação constante. A obturação foi feita pela técnica híbrida de Tagger modificada, seladas com coltosol e imersas em soro por 30 dias. Os grupos principais foram subdivididos e a remoção feita como se segue; subgrupo A: instrumentos Quantec; B: Quantec + solvente eucaliptol nos terços cervical e médio; e C: técnica manual/mecânica + solvente Eucaliptol. Os resultados obtidos demonstraram que não houve diferença no tempo de execução das 3 técnicas, sendo todas eficientes na remoção do material, sem extrusão apical de material obturador nos subgrupos A e B e com maior sensibilidade tátil no subgrupo C.

Com base nesta metodologia conclui-se que: o diâmetro e comprimento das raízes afetam a efetividade dos instrumentos, o solvente facilita a remoção do material obturador e os instrumentos Quantec parecem mais seguros na remoção da obturação no terço apical.

 Ib034

Influência das condições pulpares na acuidade da determinação da odontometria eletrônica

MOREIRA, D. M.*, FRÖNER, I. C., GURGEL FILHO, E. D., DE DEUS, G., COUTINHO FILHO, T., MANIGLIA-FERREIRA, C.

Endodontia - Universidade de Fortaleza. E-mail: dannamota@secre.com.br

A proposta deste estudo foi comparar a influência das condições dos materiais encontrados no interior dos canais radiculares, tecido pulpar vital, tecido necrosado, exsudação e sangue, durante a determinação da odontometria eletrônica, utilizando-se o aparelho APIT 5 (Osada - Japão), e comparar os resultados com os obtidos com o método radiográfico, comumente utilizado na clínica endodôntica. Foram avaliados 300 dentes unirradiculados, sendo 120 vitais e 180 com polpas necrosadas, sendo obtido o comprimento real do dente com o aparelho eletrônico e realizada a radiografia periapical. Os comprimentos obtidos foram concordantes entre os métodos eletrônico e radiográfico em 94,17% (113) e 95% (171) dos dentes com polpas vitais e necrosadas respectivamente. O aparelho não apresenta bons resultados quando os canais são atrésicos ou quando os ápices são incompletos ou arrombados.

Nossos resultados permitem-nos concluir que o aparelho APIT 5 é de grande valia para se determinar o comprimento real dos dentes em Endodontia, não sofrendo influência do material encontrado no interior dos canais radiculares, porém ainda faz-se necessário o uso da radiografia periapical para a confirmação da odontometria em casos em que o uso do aparelho é contra-indicado.

 Ib035

Atividade antimicrobiana in vitro da clorexidina, hipoclorito de sódio e associações

ROSSI, V. P. S.*, GOMES, B. P. F. A., MATSUMURA, C. U., FERRAZ, C. C. R.

Endodontia - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: fopvan@yahoo.com

Clorexidina e hipoclorito de sódio (NaOCl) têm sido reconhecidos como irrigantes endodônticos por suas excelentes propriedades. KURUVILLA;  KAMMATH (J Endodon, 24(7): 472-76, 1998) sugeriram que a associação de clorexidina com NaOCl tem maior ação antimicrobiana, propriedade de dissolver tecido orgânico e constitui uma solução menos tóxica que o NaOCl. O objetivo deste estudo foi verificar a atividade antimicrobiana da clorexidina 2% nas formas líquida e gel, do NaOCl nas concentrações de 1%, 2,5% e 5,25%, e da associação entre os dois irrigantes, através do teste de difusão em ágar. Os microrganismos testados foram: Enterococcus faecalis, Staphylococcus aureus, Streptococcus sanguis, Actinomyces naeslundii, Candida albicans e Bacillus subtilis. Cilindros de aço inox foram colocados sobre placas de ágar previamente inoculadas. Os irrigantes testados e seus controles foram introduzidos dentro dos cilindros. As zonas de inibição de crescimento microbiano foram medidas depois do período de incubação de cada placa e os resultados analisados estatisticamente. Os resultados mostraram que todos os irrigantes e suas associações foram inibitórios por contato direto. Clorexidina 2% líquida promoveu os maiores halos de inibição quando comparados com os outros irrigantes (p < 0,05), seguido de clorexidina gel e de NaOCl 5,25%.

Conclui-se que todos os irrigantes e associações testados apresentaram atividade antimicrobiana. Entretanto, as associações mostraram ação antimicrobiana menor que os irrigantes testados isoladamente. (Apoio: FAPESP - 96/05584-3; 00/13689-7 e CNPq - 520277/99-6; 100185-01-0.)

 Ib036

Capacidade seladora de materiais retrobturadores à base de mineral trióxido agregado

SAADI, S. S.*, TANOMARU, J. M. G., ISHIKAWA, T. M., LEONARDO, M. R.,
TANOMARU FILHO, M.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual Paulista. E-mail: tanomaru@foar.unesp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade de selamento apical de materiais retrobturadores à base de mineral trióxido agregado. Quarenta e oito caninos humanos extraídos tiveram seus canais radiculares instrumentados e obturados. Após a secção da porção apical, foram preparadas cavidades retrógradas e os dentes divididos aleatoriamente em quatro grupos, nos quais foram empregados os seguintes materiais retrobturadores: grupo I) cimento de óxido de zinco e eugenol (OZE); grupo II) Sealer 26; grupo III) Pro Root MTA; grupo IV) MTA Angelus. Em seguida, os dentes foram imersos em solução de azul de metileno a 2% por 48 horas em ambiente com vácuo. Decorrido este período, as raízes foram seccionadas longitudinalmente e a infiltração de corante analisada em perfilômetro. Os resultados obtidos foram submetidos à análise estatística demonstrando que o Sealer 26 e os dois materiais à base de mineral trióxido agregado (Pro Root MTA e MTA Angelus) apresentaram, com infiltração marginal média entre 0,2 e 0,3 mm, sendo semelhantes entre si (p > 0,05) e superiores ao OZE (p < 0,05).

Conclui-se que os materiais retrobturadores à base de mineral trióxido agregado avaliados e o Sealer 26 apresentam boa capacidade seladora apical como materiais retrobturadores.

 Ib037

Análise do desvio apical produzido por 2 sistemas de rotação alternada: Endo-Gripper e M4, acionados por motor elétrico

TROIAN, C. H.*, ALMEIDA, I. F., LIMONGI, O.

Endodontia - Universidade Luterana do Brasil. E-mail: carotroian@hotmail.com

O objetivo do presente estudo foi de avaliar o desvio apical produzido pelo preparo de canais radiculares realizado por dois sistemas de rotação alternada: Endo-Gripper (Moyco - Union Broach) e M4 (Kerr Corporation), utilizando limas de aço inox e acionados por motor elétrico. Para isso, foram utilizadas 42 raízes mésio-vestibulares de molares superiores humanos in vitro, divididas em 2 grupos: o grupo A foi preparado com o Endo-Gripper, e o B, com o M4. Cada amostra foi duplamente radiografada, na mesma película, através da plataforma radiográfica: a primeira exposição com o instrumento inicial, e a segunda com o instrumento de memória em posição. O canal foi considerado desviado quando as duas limas não se encontravam sobrepostas. Verificou-se presença de desvio apical em 2 das 21 amostras do grupo A (9,5%), e em 3 das 21 amostras do grupo B (14,3%). Os resultados foram submetidos ao teste exato de Fisher.

Concluiu-se que não houve diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos (p = 1,000).

 Ib038

Avaliação in vitro da permanência do EDTA gel e EDTA líquido pós-instrumentação e antes da obturação

ARAUJO, S. S.*, REISS ARAUJO, C. J.

Clínica Integrada - Universidade Estadual de Feira de Santana. E-mail: amalgama@terra.com.br

O preparo químico-mecânico é muitas vezes dificultado pela atresia do canal radicular, acúmulo de magma dentinário localizado nas paredes dentinárias reduzindo a permeabilidade da dentina e dificultando a desinfecção prejudicando o selamento a ser obtido pela obturação. Nesta situação, o emprego de substâncias químicas que favoreçam o uso de instrumentos é de alta importância. Com o objetivo de desmineralizar a dentina e promover uma adequada limpeza das paredes do canal, tem sido amplamente utilizado EDTA líquido. Embora esse material tenha vários estudos com relação ao seu poder de descalcificação, capacidade de limpeza, ação anti-séptica e efeito sobre a permeabilidade dentinária, poucos são os trabalhos que procuram avaliar sua permanência nos canais radiculares pós instrumentação tanto na forma líquida quanto em gel. O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a permanência do EDTA gel e EDTA líquido no canal radicular, após instrumentação endodôntica e antes da obturação. Quarenta dentes unirradiculares foram coletados, realizando-se a cirurgia de acesso à câmara pulpar e em seguida a instrumentação dos canais radiculares com EDTA alternado com hipoclorito de sódio. Quinze dentes foram instrumentados usando EDTA gel, quinze EDTA líquido com o corante Rodamina; cinco foram utilizados como controle positivo e cinco controle negativo.

Após a avaliação com a lupa estereoscópica concluiu-se que houve uma diferença estatisticamente significante na permanência do EDTA gel em comparação com o EDTA líquido.

 Ib039

Avaliação da freqüência e qualidade radiográfica de tratamentos endodônticos em alunos de graduação da FOSJC - UNESP

CUNHA, H. A.*, SCHIFFER, C., VALERA, M. C.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual Paulista. E-mail: lenaalves@hotmail.com

Este trabalho propôs avaliar, nos alunos de graduação da FOSJC-UNESP, a freqüência e a qualidade de tratamentos endodônticos observando o limite de obturação, preenchimento dos canais radiculares em lateralidade e condições da região periapical. Dos 253 alunos, 241 participaram da pesquisa. Nas avaliações clínicas observou-se presença ou ausência de restaurações, qualidade das mesmas e escurecimento da coroa dental. Realizou-se radiografias periapicais pela técnica do paralelismo por meio de posicionadores que, após processamento, foram avaliadas em negatoscópio por 3 examinadores. Para correlacionar a presença de lesão periapical com preenchimento completo ou parcial do canal foi utilizado o teste do qui-quadrado, seguido pelo coeficiente de contingência e de correlação (p < 0,05). Constatou-se que 52 alunos possuíam dentes tratados endodonticamente mas apenas 43 permitiram que seus dentes fossem analisados. Observou-se escurecimento da coroa dental em 14 dentes e restaurações em estado satisfatório em 41. Vinte e oito obturações estavam entre 0,5 e 2,0 mm aquém do limite apical radiográfico, 24 apresentavam preenchimento parcial em lateralidade, 37 apresentavam espessamento do ligamento periodontal e 9, rarefação óssea periapical difusa. Verificou-se que dentes com preenchimento parcial em lateralidade e limite apical 2,0 mm aquém do ápice radiográfico, têm 2 e 4 vezes mais possibilidade de apresentar rarefação óssea periapical, respectivamente.

Conclui-se que, mesmo em uma população diferenciada, a qualidade técnica dos tratamentos endodônticos continua insatisfatória.

 Ib040

Análise da infiltração apical em canais curvos obturados após instrumentação com diferentes calibres de limas NiTi

ALVES, F. R. F.*, CASTRO, A. J. R., TESCH, F. C., SIILVA, S. R., HERDY, L.

Endodontia - Universidade Estácio de Sá. E-mail: flaviofalves@uol.com.br

O propósito deste estudo foi avaliar a infiltração apical em canais curvos obturados, tendo como fonte de variação o calibre do instrumento utilizado no preparo apical. Para isto, 60 raízes mésio-vestibulares e mesiais de molares foram randomizadas e divididas em 4 grupos de quinze cada. Cada grupo teve suas raízes instrumentadas até a patência, com os calibres: #25 (grupo 1), #30 (grupo2), #35 (grupo 3) e #40 (grupo 4), através da técnica de movimentos de rotação alternada (MRA), com limas de níquel-titânio (Maillefer) e hipoclorito de sódio a 2,5%. As obturações foram realizadas pela técnica da condensação lateral com cones acessórios calibrados e cimento Sealer 26. Após impermeabilização, todas as raízes foram imersas em nanquim por 72 h, a 37ºC. Findo este período, realizou-se a diafanização e a leitura dos resultados com auxílio de lupa estereoscópica (10 X). Os dados obtidos foram tratados com o teste estatístico ANOVA. Apesar dos grupos 1 e 2 terem a maior média de infiltração, não houve diferença estatisticamente significante (F = 1,020, p = 0,393).

Diante da metodologia aplicada os autores concluíram que canais curvos com maior preparo apical (#35 e #40), facilitam a obturação e conseqüentemente melhoram o vedamento.

 Ib041

Avaliação em MEV da capacidade de limpeza da clorexidina gel 2% na irrigação em Endodontia

GHETTI, M. M.*, RABANG, H. R. C., DAMETTO, F. R., GOMES, B. P. F. A., FERRAZ, C. C. R., SOUZA-FILHO, F. J.

Dentística Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: marcelloghetti@hotmail.com

O preparo químico-mecânico no tratamento endodôntico visa a remoção de “debris” e material infectado do canal radicular, modelando-o e facilitando a sua obturação. O objetivo deste trabalho foi avaliar, in vitro, a capacidade de limpeza das paredes do sistema de canais radiculares durante o preparo químico-mecânico realizado com clorexidina gel 2%. Foram utilizados trinta e cinco dentes humanos extraídos, com raízes únicas e retas, separados aleatoriamente em grupos e tratados com diferentes irrigantes endodônticos: clorexidina gel 2%, hipoclorito de sódio (NaOCl) 5,25% e NaOCl 5,25% + EDTA 17%, sendo observados os terços apical, médio e cervical através de microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os resultados do estudo foram analisados pelo teste Kruskal-Wallis, mostrando diferença estatisticamente significante entre os grupos (p < 0,01). A melhor limpeza foi obtida pela associação do NaOCl 5,25% + EDTA 17%, nos três terços, seguida pela clorexidina gel 2% e NaOCl 5,25%. Solução fisiológica foi utilizada como grupo controle negativo. Todos os grupos estudados mostraram melhor limpeza nos terços médio e cervical.

Concluímos que, nas condições deste experimento, clorexidina gel 2% apresenta maior capacidade de limpeza quando comparada com NaOCl 5,25%, no entanto, o uso de uma solução quelante (EDTA) associada ao NaOCl 5,25% potencializa significativamente a remoção do “smear layer”. (Apoio: FAPESP - 2000/13689-7 e CNPq - 520277/99-6.)

 Ib042

Avaliação da capacidade de limpeza de três técnicas de instrumentação submetidas à microscopia óptica e imagem digital

LINS, R. X.*, DE DEUS, G. A., GURGEL, E. D., MANIGLIA, C., PIRO, S. A., GUIMARÃES, P. T., COUTINHO, T.

Faculdade de Odontologia - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: renataximenes@bol.com.br

Este trabalho avaliou a capacidade de limpeza de 3 técnicas de instrumentação nos terços médio e apical de raízes mesiais de primeiros molares inferiores. 32 primeiros molares inferiores foram selecionados, sendo que 30 foram distribuidos em 3 grupos, que obdeceram o seguinte critério de instrumentação: G1: “step-back”; G2: força balan­ceada; G3: Quantec 2000. 2 dentes serviram como controle e não foram instrumentados. Foram empregados 10 ml de NaOCl 5,25% durante a instrumentação e 3 ml de EDTA 17% como irrigação final. Os dentes foram processados para observação histológica sendo realizados cortes com 50 mm de espessura em toda a extensão dos terços médio e apical das raízes. Somente 20 cortes intercaladados foram selecionados para análise. A observação das lâminas foi realizada através do microscópio de transmissão (Carl Zeiss) com aumentos entre 40 X e 80 X. A medição das áreas de interesse foram realizadas através do programa Image Pro 4.1 (Media Cybernetics). Em cada lâmina foi medida a área total do canal e área total de sujeira. Foi obtida relação percentual entre área de impurezas e a área total do canal. A média percentual de impurezas foi 5,91% no G1, 3,86% no G2 e 2,23% no G3. Os resultados foram tratados estatisticamente pelo teste Kruskal-Wallis, que revelou diferença significante entre G3 e G2 (p < 0,05), entre G3 e G1 (p < 0,001) e entre G2 e G1 (p < 0,05).

Pôde-se concluir que a técnica de instrumentação influenciou no grau de limpeza e que o sistema Quantec 2000 obteve a melhor performance, seguido da técnica de força balanceada e por último a técnica “step-back”.

 Ib043

Resposta inflamatória após injeção do MTA na cavidade peritoneal de camundongos isogênicos

SILVA, R. A. B.*, TANOMARU, J. M. G., ANIBAL, F. F., FACCIOLI, L. H., TANOMARU FILHO, M.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual Paulista. E-mail: tanomaru@foar.unesp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a resposta inflamatória após injeção do agregado de trióxido mineral (Pro Root MTA - Dentsply), na cavidade peritoneal de camundongos isogênicos Balb/c, por meio da análise da migração de células inflamatórias. Quarenta animais, divididos em 2 grupos, receberam injeção de 0,5 ml da solução de PBS (controle) ou de 1,0 ml da suspensão de MTA, na concentração de 1 mg/ml. Cinco animais de cada grupo foram mortos nos períodos de 4, 24 e 48 horas e 7 dias após a injeção. Em cada período, o lavado da cavidade peritoneal foi colhido e preparado para a contagem de células inflamatórias. Os resultados evidenciaram maior migração de neutrófilos no grupo experimental a partir das 4 horas até o período de 48 horas, com resultados semelhantes ao grupo controle nos período de 48 horas e 7 dias. O número de células mononucleares no grupo do MTA aumentou significativamente a partir das 4 horas até os 7 dias.

Pôde-se concluir que o MTA induziu o aumento do número de neutrófilos por curto período, sendo o aumento de células mononucleares mais prolongado.

 Ib044

Efeito de conservantes usados em enxaguatórios bucais na reatividade do flúor com o esmalte dental

ARTHUR, R. A.*, GIANCRISTÓFARO, M., PIEROBON, C. N., TABCHOURY, C. P. M., CURY, J. A.

Ciências Fisiológicas - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: raarthur@bol.com.br

Estudos prévios (PIEROBON et al., 2000; DALCICO et al., 2001) sugeriram maior reatividade do flúor com o esmalte dental quando presente em formulações contendo conservantes. Assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito de conservantes presentes em produtos odontológicos na reatividade do flúor com o esmalte dental bovino hígido ou com lesão cariosa artificial. Para isso, 48 blocos de esmalte hígido e 48 com lesão cariosa artificial foram obtidos e distribuídos aleatoriamente nos seguintes grupos de tratamento: solução de NaF 0,05% com metilparabeno 0,2% (grupo 1), propilparabeno 0,02% (grupo 2) ou ácido benzóico 0,35% (grupo 3), e solução de NaF 0,05% (controle - C), sendo que cada grupo recebeu 12 blocos hígidos e 12 cariados. Flúor presente no esmalte foi determinado removendo-se 2 camadas de esmalte com HCl 0,5 M seguido de análise com eletrodo específico. Os resultados (média ± dp) de F no esmalte (mg/g) na 1ª camada dos blocos hígidos foram: G1 - 969,4 ± 702,5a; G2 - 726,7 ± 403,3a; G3 - 1.081,7 ± 610,0a; C - 1.241,6 ± 751,9a; na 1ª camada dos blocos cariados: G1 - 3.586,1 ± 3.160,8a; G2 - 1.660,8 ± 764,7b; G3 - 1.536,0 ± 934,9b; C - 1.960,0 ± 834,5b; e na 2ª camada dos blocos cariados: G1 - 2.223,1 ± 836,3a; G2 - 893,6 ± 484,8b; G3 - 923,5 ± 515,8b; C - 1.386,0 ± 814,9b. Nos blocos hígidos não foi observada diferença estatística para flúor na 2ª camada. Médias seguidas de letras distintas diferem estatisticamente (p < 0,05).

Os resultados sugerem que o conservante metilparabeno aumenta a reatividade do flúor com o esmalte dental com lesão cariosa artificial. (Apoio: FAPESP - processo nº 01/01046-7.)

 Ib045

A Odontologia e a biodiversidade amazônica: elaboração de evidenciador de placa bacteriana a partir de corantes naturais

EMMI, D. T.*, BARROSO, R. F. F., NAZARÉ, R. F. R.

Clínica Odontológica - Universidade Federal do Pará. E-mail: demmi@supridad.com.br

O aproveitamento da biodiversidade da flora amazônica, cujas espécies possuem uma variedade considerável de corantes naturais, propiciou a pesquisa através do emprego dessa matéria-prima extraída dos frutos de açaí (Euterpe oleracea) e urucum (Bixa orellana), como alternativa aos corantes sintéticos dos evidenciadores de placa já existentes no mercado, para obtenção de um novo produto. A extração do corante e as formulações do evidenciador de placa foram realizadas no laboratório de extração de corantes naturais da EMBRAPA-CPATU. Para análise da eficácia dos corantes naturais, utilizou-se 48 acadêmicos do Curso de Odontologia da Universidade Federal do Pará, selecionados através de amostragem aleatória, onde foi realizada a revelação de placa em um intervalo de 48 horas entre a utilização dos dois corantes naturais, sendo a eficácia avaliada entre o índice de placa visível (IPV), e este mesmo índice adaptado ao uso do corante, já que precisavam ser analisados os mesmos dentes. As análises, através do teste t de Student, demonstraram que os dois corantes apresentaram-se eficazes como evidenciadores de placa bacteriana.

Comparando a eficácia e a estabilidade entre as duas substâncias, o corante do açaí mostrou ser mais eficaz na evidenciação e mais estável que o corante de urucum no tempo de permanência de fixação à placa.

 Ib046

Influência do volume salivar na interpretação dos resultados de um teste colorimétrico de risco de cárie

SAMPAIO, T. P. D.*, ALMEIDA, R. V. D., PEREIRA, M. S. V., PADILHA, W. W. N.

Clínica e Odontologia Social - Universidade Federal da Paraíba. E-mail: thaise.sampaio@bol.com.br

O propósito desta pesquisa foi avaliar a influência do volume de saliva na interpretação dos resultados do teste colorimétrico No Caries® (NC), que se propõe avaliar o risco bacteriológico da cárie dentária e o autocuidado bucal. Este produto emprega dois tubos em conjunto (NC1 - para S. mutans + NC2 - para N. bucalis) na elaboração do diagnóstico final. Foram adotados os procedimentos sugeridos pelo fabricante substituindo-se a pipeta fornecida pelo produto por uma pipeta automática. Esta substituição justificou-se pela necessidade de padronizar os diferentes volumes salivares em estudo. Amostras de saliva não estimulada de 16 estudantes de Odontologia foram coletadas e inoculadas nos volumes 20 ml, 30 ml e 50 ml, permitindo obter 3 diagnosticos (D20, D30 e D50) para cada amostra. Os resultados mostraram para o diagnóstico final (NC1 + NC2): 8 amostras com o mesmo diagnóstico apesar dos diferentes volumes salivares inoculados; 6 amostras com dois diagnósticos iguais e as outras 2 com três diagnósticos diferentes entre si. O teste estatístico de Kruskal-Wallis indicou significância estatística entre D20 e D50 (p = 3,17). Os diagnósticos parciais NC1 e NC2 foram também analisados pelo teste de Kruskal-Wallis verificando-se a va­riação entre os diagnósticos (D20, D30 e D50): a) para NC1 - significância estatística, com p = 0,02, e b) para NC2 - significância estatística, com p = 0,81.

Concluiu-se que nas condições do estudo o volume salivar pode influenciar nos diagnósticos parcial e final.

 Ib047

Efeito de quatro métodos de tratamento de lesões de cárie produzidas artificialmente: um estudo in situ

OLIVEIRA, R. A. B.*, CARVALHO, G. M., BARROS, K. T. F., FERREIRA, M. A. F., LIMA, K. C.

Odontologia Social - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: ricardoupanema@bol.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes tratamentos na inativação de lesões de esmalte produzidas artificialmente, através de exame visual e estereomicroscopia. Espécimes de esmalte de terceiros molares não erupcionados foram submetidos à ação de solução desmineralizante e em seguida, quatro blocos contendo as lesões artificiais foram montados em aparelhos intra-orais utilizados por cinco voluntários durante 21 dias. Os espécimes foram submetidos a quatro tratamentos: escovação sem dentifrício; escovação com dentifrício sem flúor; escovação com dentifrício fluoretado e aplicação tópica de flúor. Ao final de cada tratamento, os espécimes eram removidos para análise sendo colocados novos espécimes para que a etapa experimental seguinte fosse realizada a intervalos de dez dias entre uma fase e outra. Tomando como base o exame clínico, os resultados mostraram que o menor percentual de inativação ocorreu no grupo que fez uso de dentifrício com flúor quando comparado aos demais tratamentos, de acordo com o teste exato de Fisher. Considerando a estereomicroscopia, observou-se que diferença significativa (p = 0,02) só foi observada entre o grupo que fez uso de dentifrício com flúor e aquele que não usou dentifrício, sendo que tal grupo apresentou maior percentual de inativação.

A despeito dos resultados obtidos com o exame clínico onde a subjetividade e o tamanho da amostra foram responsáveis pela discrepância dos resultados, através da esteromicroscopia foi possível observar uma tendência de similaridade de efeito entre os grupos.

 Ib048

Avaliação do impacto produzido pela clínica integrada/UFPB na saúde bucal de seus pacientes

GAIÃO, L.*, WANDERLEY, J. N. B., ALMEIDA, R. V. D., PADILHA, W. W. N.

Clínica e Odontologia Social - Universidade Federal da Paraíba. E-mail: leogaiao@bol.com.br

Este estudo verificou o impacto produzido pelas atividades da Disciplina de Clínica Integrada da Universidade Federal da Paraíba (DCI/UFPB) na saúde bucal de seus pacientes. Como metodologia usou-se a abordagem indutiva com procedimento comparativo e estatístico e técnica de observação direta intensiva, realizada com registro e acompanhamento longitudinal do CPO-D inovado e do CPI, ambos preconizados pela Organização Mundial de Saúde, nos pacientes da DCI/UFPB. A amostra selecionada por conveniência constou de 53 pacientes avaliados pelo mesmo examinador em 2 momentos: exame inicial - outubro de 2000 e exame final - janeiro de 2002, durante este período de 16 meses foram tratados e receberam alta odontológica. Os resultados observados foram: 1. situação da doença cárie – a) número de dentes hígidos no exame inicial = 666 e no final = 634 (não significante pelo teste do qui-quadrado, p > 0,05); b) número de raízes não expostas no exame inicial = 1.064 e no final = 1.075 (não significante pelo teste do qui-quadrado, p > 0,05); c) número de dentes sem necessidade de tratamento no exame inicial = 972 e no final 1.067 (significante pelo teste do Qui-quadrado, p = 0,01); d) CPO-D médio inicial = 17,20 e final = 17,75 (não significante pelo teste do qui-quadrado, p > 0,05); 2. situação periodontal – e) número de sextantes saudáveis quanto a doença periodontal no exame inicial = 116 e no final = 126 (não significante pelo teste do qui-quadrado, p > 0,05).

Concluiu-se que o impacto foi positivo com relação à situação da doença cárie e nulo quanto à situação periodontal. (Apoio: PIBIC/CNPq/UFPB.)

 Ib049

Prevalência de cáries em pré-escolares brasileiros da rede pública de ensino

TEIXEIRA, L. R.*, CHEVITARESE, A. B., VALLE, D. D., MOREIRA, T. C.

Odontopediatria e Ortodontia - Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: lilianrafaela@ig.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência da doença cárie e sua relação com a idade e o tipo de arco segundo Baume (com ou sem espaçamentos interdentários) em pré-escolares matriculados em duas escolas públicas do Rio de Janeiro. Foram avaliadas 112 crianças (52 meninos e 60 meninas) com média de idade de 61 ± 6,67 meses. Cada criança foi submetida à evidenciação de placa e escovação supervisionada previamente ao exame clínico, que foi realizado sob luz natural por uma única dentista. Utilizou-se gaze para a secagem dos dentes e gengivas, fio dental para testar os contatos interproximais duvidosos, espátulas de madeira para afastamento de lábios e bochechas. Os dados sobre lesões cariosas e tipo de arco dentário foram registrados e analisados pelo teste qui-quadrado com nível de significância de 5%. Cerca de 52,7% (n = 59) das crianças apresentava ceod maior ou igual a 1. Observou-se associação estatisticamente significante entre as variáveis: idade e número de dentes cariados (p = 0,001); idade e número de superfícies cariadas (p = 0,001); arco tipo 2 de Baume e número de dentes cariados (p = 0,005); arco tipo 2 de Baume e número de superfícies cariadas (p = 0,04).

A prevalência da doença cárie foi alta no grupo estudado e o número de dentes cariados e lesões cariosas mostrou relação direta com o tipo de arco dentário e inversa com a idade da criança.

 Ib050

Análises visual, radiográfica e histopatológica de dentes hígidos, com pigmentos ou lesão de cárie na superfície oclusal

MELO, M. S., CARVALHO, R. A., PINTO, L. P., DANIEL, R. L. D., MEDEIROS, A. M. C.,
SOUZA, A. H. F.*, RUIZ, P. A., LAUAR, S., MARTINS, G. M. M.

Odontologia - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: tuizasouza@zipmail.com.br

O presente trabalho in vitro avaliou os diagnósticos visual, radiográfico e histopatológico de molares permanentes humanos hígidos, pigmentados ou com lesão de cárie na superfície oclusal previamente armazenados em formalina a 10%. Vinte e quatro molares inferiores foram submetidos a inspeção visual, sem manipulação da superfície e separados em: grupo 1, formado por dentes hígidos; grupo 2 por dentes com pigmento na superfície oclusal e grupo 3, lesão de cárie apenas na oclusal. Para cada dente foram realizadas tomadas radiográficas com e sem tela milimetrada, no sentido vestíbulo-lingual. Em seguida os dentes foram preparados histologicamente para coloração com hematoxilina-eosina e analisados microscopicamente. Os dentes do grupo 1 apresentaram radiograficamente 74,99% de ausência de imagem radiolúcida e em 25% presença desta imagem na junção amelodentinária, e microscopicamente ausência de cárie em 100% dos casos. Nos dentes do grupo 2, notou-se ausência da imagem radiolúcida em 33,33% e presença dessa imagem na junção amelodentinária em 66,66%, além de 100% de ausência de cárie quando da análise microscópica. Os dentes acometidos por lesão de cárie evidenciada ao exame visual, radiograficamente apresentaram 100% de imagem radiolúcida e microscopicamente presença de cárie em 100% das amostras, sendo que 16,66% foram classificadas como cárie de profundidade rasa, 61,10% média e 22,22% cárie profunda.

Concluiu-se que a associação dos exames ofereceu resultados mais confiáveis, e o exame visual foi soberano ao radiográfico, tendo sido confirmado pela análise microscópica.

 Ib051

Risco à cárie: divergências no modo de pensar e agir

OLIVEIRA, C. M. M.*, AZEVEDO, I. D., SAFIEH, A. K. A.

Odontologia - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: cintiama@zipmail.com.br

O presente trabalho objetivou avaliar o conceito de risco à cárie e as divergências que emanam no modo de pensar e agir em torno desse mesmo conceito. Foi solicitado que um grupo composto de 39 professores e outro com 28 alunos do curso de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, escolhidos pelo método de amostragem estratificada casual, respondessem a um questionário e a um exercício sobre os fatores de risco à cárie. O questionário avaliou se o entrevistado levava em consideração o conceito de risco à cárie, como ele classificava seus pacientes quanto ao risco, quais eram os critérios de diagnóstico para essa classificação, como se dava a condução do tratamento do paciente com base no risco e o intervalo de tempo estipulado para retorno dos pacientes. O exercício foi constituído de 5 casos clínicos simulados para que o diagnóstico de risco fosse feito. Os resultados mostraram que apesar da grande maioria de professores e alunos se dizerem utilizadores do conceito de risco à cárie na prática da Odontologia, quando se questionou outros aspectos relacionados ao tema, uma boa parcela dos entrevistados mostrou falta de concordância nas respostas, cuja divergência foi mais concentrada no grupo dos professores do que entre os alunos.

Apenas um dos casos clínicos foi diagnosticado uniformemente, o que leva a crer que a grande subjetividade dos conceitos relacionados aos fatores preditores da cárie têm pouca aplicabilidade na prática diária da Odontologia.

 Ib052

Dose de flúor a que estão expostas crianças de três comunidades brasileiras pela água e dentifrício fluoretado

ROCHA, L. A.*, CASARIN, R. C. V., LIMA, Y. B. O., OTTA RUI, A. A., PAIVA, S. M., CURY, J. A.

Ciências Fisiológicas - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: liliafop@bol.com.br

O objetivo deste trabalho foi determinar a dose de exposição a flúor (F), devido à dieta (inclusive água) e dentifrício, por crianças (20-30 meses de idade) de três comunidades brasileiras, com concentração “ótima” (Ibiá, MG e Piracicaba, SP) e alta (Assistência, SP) de F na água de abastecimento. As crianças de Piracicaba (n = 39) freqüentavam durante o dia uma creche, enquanto as de Ibiá (n = 32) e Assistência (n = 27) não o faziam. Foi feita a coleta da dieta-duplicada e dos produtos da escovação. A análise de F nas amostras foi feita com um eletrodo específico. Nas amostras de dieta, F foi extraído pela técnica da difusão facilitada por HMDS. Já as amostras de produtos da escovação e dentifrícios foram centrifugadas, hidrolisadas com HCl M a 45ºC e tamponadas com NaOH M e TISAB II. A dose foi calculada dividindo-se a quantidade de F ingerida pelo peso da criança, sendo 0,07 mg F/kg/dia utilizado como referência de risco de fluorose dental. As doses (mg F/kg/dia) encontradas em Assistência, Ibiá e Piracicaba foram respectivamente: 1) dieta: 0,04 ± 0,02a, 0,03 ± 0,01b e 0,04 ± 0,01a; 2) dentifrício: 0,03 ± 0,03a, 0,06 ± 0,04b e 0,05 ± 0,02b; 3) dieta + dentifrício: 0,06 ± 0,03a, 0,09 ± 0,05ab e 0,09 ± 0,02b.

Pode-se concluir que as crianças que participaram do estudo estiveram submetidas, pela ingestão de água e dentifrício, a uma dose próxima ou superior à dose limite em termos de fluorose dental esteticamente comprometedora, sugerindo que medidas devem ser tomadas para reduzir esta ingestão. (Apoio financeiro: FAPESP - 01/00664-9, 98/01709-1 e CNPq - 522679/ 96-0.)

 Ib053

Avaliação morfométrica comparativa da capacidade osteoindutora da matriz óssea e dentinária alogênica

HAMATA, M. M.*, YUNOMAE, A., CESTARI, T. M., TAGA, R.

Ciências Biológicas - Universidade de São Paulo. E-mail: marcelopapa@yahoo.com

Com objetivo de delinear e comparar a seqüência de eventos associados à formação óssea intramuscular induzida por matriz alogênica óssea (MO) e dentinária (MD), segmentos de 8 mm de diáfises femoral e de incisivos superiores de ratos foram desmineralizados e implantados individualmente no músculo femoral de 72 ratos. A análise morfométrica dos cortes histológicos para os grupos de 1, 7, 14, 21, 28 e 49 dias pós-cirurgia mostrou que: a) entre 2 e 7 dias ocorreu substituição do coágulo por tecido de granulação em ambos implantes; b) aos 14 dias a área ocupada por tecido cartilaginoso e ósseo foi, respectivamente, 19,2% e 8% no implante de MD e 1,2% e 1,1% de MO. O número de condrócitos, osteócitos e osteoblastos foram, respectivamente, 85% (p < 0,01), 63% (p < 0,01) e 77% (p < 0,01) maiores no implante de MD; c) aos 28 dias, o tecido cartilaginoso neoformado no implante de MD apresentou-se totalmente reabsorvido e substituído por tecido ósseo e medula óssea, com 91% da área total da MD íntegra. No implante de MO a formação de tecido ósseo mostrou-se associada a grandes áreas de reabsorção da matriz, assim após 28 dias apenas 53% da MO implantada estava presente; d) ao final de 49 dias ambos implantes não apresentaram diferenças estatísticas na quantidade de tecido ósseo formado e no número de osteócitos e osteoblastos.

Concluímos que, as diferenças na composição química e estrutural da matriz óssea e dentinária alteram os mecanismos de osteoindução em tecido intramuscular de rato, porém, a quantidade e a qualidade final do tecido ósseo neoformado são semelhantes. (Apoio: CNPq/FAPESP - 00/00877-0.)

 Ib054

Efeitos do laser de Er:YAG associado ao condicionamento ácido sobre a dentina de dentes decíduos

GANZERLA, E.*, MYAKI, S. I., MARTINS, C. M. L., HAYASHI, P. M., LEMOS, S. I., TANJI, E. Y., ARANA-CHAVES, V. E.

Clínica Infantil - Universidade Estadual Paulista. E-mail: emily@oseudentista.com.br

O objetivo deste estudo in vitro foi de avaliar ao microscópio eletrônico de varredura, os efeitos da irradiação do laser Er:YAG sobre a dentina de dentes decíduos associada ou não ao condicionamento ácido. Foram selecionados cinco dentes decíduos anteriores, clinicamente hígidos que sofreram limpeza com pasta de pedra-pomes e água. Estes foram desgastados com um instrumento cortante rotatório cilíndrico diamantado na face vestibular, atingindo uniformemente a dentina. As superfícies dentinárias foram divididas em duas metades, sendo que uma delas (grupo controle) foi irradiada com o laser Er:YAG (Opus 20 - Opus Dent - Israel), com 250 mJ de energia por pulso e freqüência de 10 Hz. A outra metade (grupo experimental) foi irradiada com o laser nas mesmas condições e após foi condicionada com ácido fosfórico a 37% (Dentsply) por 15 segundos. As amostras foram desidratadas, montadas em bases metálicas, cobertas com ouro e analisadas ao microscópio eletrônico de varredura (Jeol JSM - 6100). As observações das eletromicrografias revelou que em ambos os grupos, a irradiação do laser de Er:YAG propiciou a formação de uma superfície irregular, com os túbulos dentinários abertos e sem a presença de lama dentinária.

Concluiu-se que não houve diferença evidente na micromorfologia da superfície dentinária preparada com o laser e nas amostras preparadas com laser e condicionadas com ácido fosfórico.

 Ib055

Efeitos do laser de Er:YAG associado ao condicionamento ácido sobre o esmalte de dentes decíduos

MARTINS, C. M. L.*, MYAKI, S. I., GANZERLA, E., HAYASHI, P. M., LEMOS, S. I., TANJI, E. Y., ARANHA-CHAVEZ, V. E.

Clínica Infantil - Universidade Estadual Paulista. E-mail: cibelela-cava@hotmail.com

O objetivo deste estudo in vitro foi de avaliar ao microscópio eletrônico de varredura, os efeitos da irradiação do laser Er:YAG sobre o esmalte de dentes decíduos associado ou não ao condicionamento ácido. Foram selecionados cinco dentes decíduos, anteriores, clinicamente hígidos, que sofreram limpeza com pasta de pedra-pomes e água. As faces vestibulares foram divididas em duas metades, sendo que uma delas (grupo controle) foi irradiada com o laser Er:YAG (Opus 20 - Opus Dent - Israel) com 150 mJ de energia por pulso e freqüência de 10 Hz. A outra metade (grupo experimental) foi irradiada com o laser nas mesmas condições e após foi condicionada com ácido fosfórico a 37% (Dentsply) por 15 segundos. As amostras foram desidratadas, montadas em base metálica, cobertas com ouro e analisados ao microscópio eletrônico de varredura (Jeol JSM - 6100). As observações das eletromicrografias revelaram que as amostras com laser Er:YAG apresentaram uma superfície com áreas evidentes de ablação e exposição da região prismática e áreas de esmalte normal. Nas amostras tratadas com laser Er:YAG e ácido fosfórico, foram observadas áreas de ablação do esmalte e características do esmalte ácido-condicionado.

Concluiu-se que a associação da irradiação do laser de Er:YAG e condicionamento com ácido fosfórico promoveu a formação de uma superfície de esmalte com maior número de microporosidades.

 Ib056

Densidade mineral em esmalte não maturado: o efeito de quatro tipos de tratamento

CARVALHO, G. M.*, BARROS, K. T. F., FERREIRA, M. A. F., LIMA, K. C.

Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: guilhermeufrn@bol.com.br

O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito de diferentes tratamentos na densidade mineral em esmalte previamente desmineralizado artificialmente, através de fluorescência a laser (DIAGNOdent®). Espécimes de esmalte obtidos de terceiros molares não erupcionados foram submetidos à ação de solução desmineralizante (ácido lático) e em seguida, quatro blocos contendo as lesões artificiais foram montados em aparelhos intra-orais utilizados por cinco voluntários durante 21 dias. Os espécimes foram submetidos a quatro tratamentos: escovação sem dentifrício; escovação com dentifrício sem flúor; escovação com dentifrício fluoretado e aplicação tópica de flúor (ATF). Estes foram analisados antes da desmineralização, logo após e ao final de cada tratamento, em triplicata, com o auxílio da sonda B. Esse processo foi repetido para os quatro momentos do experimento, com intervalo de dez dias entre uma fase e outra do estudo. A partir da análise de variância, os resultados mostraram que houve diferença significativa em relação à densidade mineral nos quatro métodos testados (p < 0,0001), não havendo diferença apenas entre o grupo da escovação sem dentifrício e aquele que usou apenas ATF. Os melhores resultados de densidade mineral ocorreram no grupo do dentifrício com flúor.

Conclui-se, portanto que dentes não maturados e que foram submetidos a ação de abrasivo e flúor, mostraram o maior nível de incorporação de minerais.

 Ib057

Análise do hipoclorito de sódio 1% e glutaraldeído 2% na desinfecção de moldagens contaminadas com Candida albicans

GALVAGNI, L. E.*, PASSOS, D. G., PIRES, M. M., MOTA, E. G., PIRES, L. A. G.

Odontologia - Universidade Luterana do Brasil. E-mail: cgalvagni@ig.com.br

O objetivo do estudo foi identificar quais os melhores materiais e métodos para realizar a descontaminação do alginato. Foram separados 6 grupos, com 3 amostras cada um, uma de cada marca comercial (Jeltrade, Degussa Print e Avagel). O grupo 1, controle, ficou livre de contaminação, o grupo 2 teve suas três amostras contaminadas com uma solução de Candida albicans e posteriormente imersas em hipoclorito de sódio a 1% por 10 minutos. No 3, as amostras foram contaminadas e imersas em glutaraldeído a 2% (CIDEX) por 10 minutos. No 4 elas foram borrifadas com glutaraldeído 2% e acondicionadas em um plástico fechado por 10 minutos. No 5 elas foram borrifadas com hipoclorito de sódio 1% e acondicionadas em um plástico pelo mesmo tempo. No 6, as amostras depois de contaminadas foram lavadas com água corrente. Após as amostras foram semeadas em 18 placas de Petry contendo ágar (uma para cada amostra), pelo método do esfregaço. Após 24 horas na estufa à 37ºC realizou-se a contagem das colônias. Levou-se o resultado para análise estatística ANOVA e complementado com o teste de Dunken. O grupo 1 e 4 tiveram uma diferença insignificativa com a média de 2 e 1 UFC (unidade formadora de colônia) respectivamente, seguidos pelo 2 com 48,3 UFCs, 3 com 70,0 UFCs, 5 com 565,6 UFCs e 6 com 2.091 UFCs. Entre as marcas comerciais, Jeltrade apresentou uma média de 111,8 UFCs, seguido pela Degussa Print com 323,7 UFCs e Avagel com 414,2 UFCs.

O melhor método de desinfecção de moldagens se apresentou no grupo 4 (semelhante ao grupo controle), seguida pelo grupos 2, 3, 5 e 6 respectivamente.

 Ib058

Contaminação de clínicas e salas de raios X após atendimento odontológico

MALLUTA, F.*, SANTOS, V., BRAGA, R. R. S., SANTOS, E. B.

Odontologia - Universidade Estadual de Ponta Grossa. E-mail: malluta@yahoo.com.br

Uma das principais metas da Odontologia atual é a prevenção de infecção cruzada. Superfícies de clínicas odontológicas podem tornar-se contaminadas por microrganismos bucais após atendimento do paciente. Salas de exames de raios X também podem apresentar contaminações. Por estas observações, o objetivo deste estudo foi determinar o nível de contaminação de superfícies de clínicas odontológicas e salas de raios X da Universidade Estadual de Ponta Grossa, após atendimento dos pacientes. Amostras foram coletadas com auxílio de um “swab” esterilizado, do botão da cadeira, alça do refletor, mesa do equipo, cilindro de raios X, coletes de chumbo, maçaneta das portas, torneiras e líquido revelador de radiografias. As amostras foram semeadas em ágar nutriente, em duplicata e incubadas a 37ºC/48 h. Após este período determinou-se o número de ufc/ml de microrganismos contaminantes e a presença de bactérias do gênero Streptococcus, Staphylococcus e enterobactérias. O número de ufc/ml isolado do botão da cadeira foi de 509,41 ± 501,69, 173,51 ± 511,89 do refletor e 193,29 ± 402,43 da mesa. Nas salas de raios X, maior número de contaminantes foi isolado do colete de chumbo, com 2.266,00 ± 4.572 ± 25 e dos cilindros de raios X, com 109,16 ± 129,13. Das colônias isoladas, 5% foram de Streptococcus; 1,81% de enterobactérias e 0,49% de Staphylococcus coagulase positivos.

Clínicas odontológicas e salas de raios X apresentam altos níveis de contaminação após atendimento do paciente. Colete de chumbo e cilindro de raios X podem tornar-se contaminados no exame de raios X. Medidas de controle de infecção devem ser empregadas.

 Ib059

Concentração bactericida mínima (CBM) de derivados da quitina sobre bactérias orais organizadas em biofilme

FREIRE, K. C.*, VIEIRA, L. B., TEIXEIRA, J. A., LIMA, K. C.

Odontologia Social - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: karinefreire@yahoo.com.br

O objetivo deste estudo foi determinar a concentração bactericida mínima dos derivados da quitina, quitosana e carboximetilquitosana, sobre bactérias orais organizadas em biofilme. A determinação da CBM foi realizada de acordo com o método de transferência de membrana. Utilizaram-se soluções estéreis de quitosana com diferentes pesos moleculares (PM) e graus de desacetilação (GD); e carboximetilquitosana com diferentes PMs nas concentrações de 0,025, 0,05, 0,1, 0,2, 0,4, 0,8 e 1,6%. Cepas padrão de S. mutans, S. sobrinus, S. sanguis e L. casei, organizadas em biofilme, foram deixadas em contato com cada solução durante 5 minutos. Após isto, os biofilmes foram transferidos para placas de Petri contendo BHI ágar e cloreto de trifeniltetrazólio que permitiu a observação das bactérias viáveis por coloração. A CBM das substâncias testadas correspondeu a menor diluição das substâncias na qual não houve presença de bactérias viáveis. Verificou-se que apenas as soluções de quitosana de alto PM e alto GD, alto PM e baixo GD e baixo PM e alto GD apresentaram atividade antimicrobiana sobre pelo menos uma das cepas padrão utilizadas no estudo. As soluções de quitosana de baixo PM e GD e carboximetilquitosana não apresentaram ação bactericida sobre tais cepas. Constatou-se ainda que quanto maior o PM e GD apresentado pela quitosana, maior foi seu poder bactericida por agir sobre um maior número de microrganismos.

Conclui-se portanto que somente a quitosana de alto PM e alto GD apresentou ação bactericida sobre todos os microrganismos testados, situando-se esta entre 0,4 e 0,8%.

 Ib060

Presença de microrganismos e atividade antimicrobiana em ligas de amálgama

BARROS, E. J. A., BAMBACE, A. M. J.*, SANTOS, S. S. F., JORGE, A. O. C.

Odontologia - Universidade de Taubaté. E-mail: abambace@yahoo.com.br

O amálgama possui propriedades como alta resistência, durabilidade, baixo custo e atividade antimicrobiana principalmente pela presença de prata e mercúrio em sua composição. Espera-se também que ele seja isento de microrganismos, particularmente relacionados à cárie, doença periodontal ou que possam causar doenças sistêmicas. O objetivo do presente trabalho foi verificar a ação antimicrobiana de algumas marcas comercias de ligas de amálgama, com diferentes composições, em cepas de Streptococcus mutans isolados da cavidade bucal humana e também verificar a presença de microrganismos nas limalhas utilizadas neste estudo. A atividade antimicrobiana das ligas de amálgama foi verificada utilizando-se o método de difusão em placa, para isto foram confeccionados com técnica asséptica discos de amálgama com sete milímetros de diâmetro e dois de espessura, utilizando cinco marcas de limalhas. Estes discos foram colocados sobre a superfície de placas de Petri contendo meio BHI previamente semeado com cepas de S. mutans, este procedimento foi realizado pela segunda vez com discos confeccionados no máximo uma hora antes do experimento. Para verificar a presença de microrganismos nas limalhas utilizadas, discos de amálgama confeccionados como os descritos anteriormente, foram semeados em caldo BHI e incubados por 48 h.

Após o período de incubação não foram observados halos de inibição para as 30 amostras de S. mutans, em nenhuma das cinco amostras de limalha, mesmo quando semeados imediatamente após sua confecção. Verificou-se contaminação da limalha da marca Satandalloy (Degussa).

 Ib061

Inflamação peritumoral e expressão de KI 67 como fatores prognósticos do carcinoma bucal

CHAVES, J. A. C.*, FONSECA, D. F., RAMOS, L. A., MUSSO, D. B., OSUGUE, J. I., VIEIRA, B. J., AARESTRUP, F. M.

Laboratório de Imunopatologia e Patologia - Universidade Federal de Juiz de Fora. E-mail: joana.alvim@bol.com.br

A presença de reação inflamatória peritumoral é um fenômeno comumente observado nas neoplasias malignas. Diversos autores citam uma possível correlação entre resposta imune local, tratamento e prognóstico. A pesquisa envolveu a seleção de 20 casos de carcinoma epidermóide bucal, separados de acordo com a graduação, com o objetivo de quantificar o infiltrado inflamatório associado ao tumor, avaliar sua possível correlação com a graduação do câncer, além de caracterizar morfologicamente as células inflamatórias. O índice de proliferação das células tumorais foi avaliado através da investigação imuno-histoquímica da expressão da proteína KI 67 que é observada em todas as fases do ciclo mitótico. A análise morfométrica realizada com os programas ScionImage e FotoScan for Windows determinou a área de inflamação em cada amostra e a análise dos resultados por grupo revelou exacerbação da inflamação nos tumores menos diferenciados. A partir da avaliação morfológica, observou-se infiltrado predominantemente composto por células mononucleares, principalmente linfócitos.

Os resultados sugerem que a avaliação da inflamação peritumoral e da expressão da proteína KI 67 são variantes de potencial valor prognóstico.

 Ib062

Interação entre óxido nítrico e pilocarpina nas alterações da secreção salivar e cardiovasculares

SAAD, W. A., SIMÕES, S.*, SANTOS, T. A. F. B.

Anatomia - Universidade de Taubaté. E-mail: silvana@foar.unesp.br

Investigamos o efeito do L-NAME e sódio nitroprussiato (SNP) injetados no sistema nervoso central (SNC), sobre a secreção salivar e alterações cardiovasculares induzidas pela pilocarpina injetada na área preóptica mediana (MnPO) e intraperitoneal (i.p.). Ratos com peso de 250-300 gramas foram anestesiados com uretana e tiveram cânulas implantadas no MnPO. A quantidade de saliva secretada foi registrada por um período de 5 minutos. A pilocarpina injetada no MnPO produziu um aumento na secreção salivar dose-dependente. O L-NAME (inibidor da óxido nítrico sintetase) potenciou o efeito sialogogo da pilocarpina. O SNP um agente doador de óxido nítrico (ON) atenuou o efeito sialogogo da pilocarpina. Quando a pilocarpina foi administrada i.p. os mesmos efeitos ocorreram na secreção salivar. O L-NAME e o SNP injetados no MnPO potenciou e atenuou o efeito da pilocarpina ip respectivamente. A pilocarpina injetada no MnPO aumentou a pressão arterial média (PAM). O L-NAME potenciou o efeito pressor da pilocarpina com queda da freqüência cardíaca (FC). O SNP atenuou o efeito pressor da pilocarpina sem alteração FC. A pilocarpina injetada ip diminuiu a PAM com aumento da FC. O L-NAME aumentou a PAM quando injetado no MnPO prévio a pilocarpina i.p. O SNP não provocou alterações nestes parâmetros cardiovasculares induzidos pela pilocarpina injetada centralmente ou sistemicamente.

Estes resultados demonstram que o ON é importante para os efeitos da pilocarpina na indução da secreção salivar e alterações cardiovasculares como PAM e FC. (Apoio: UNITAU, FAPESP, CNPq, FUNDUNESP, PRONEX.)

 Ib063

Efeito do envelhecimento sobre o nível de ansiedade e a secreção salivar em ratos

RIBEIRO, F. V.*, OLIVEIRA, C., KURIHARA, E., CUNHA, T. S., MARCONDES, F. K.

Ciências Fisiológicas - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: fernanadvr@hotmail.com

A saliva tem papel importante na homeostase bucal e a diminuição da função salivar pode estar relacionada à ansiedade. Considerando que o envelhecimento causa alterações no sistema límbico, região relacionada com o controle da ansiedade, o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da idade sobre o nível de ansiedade e o fluxo salivar em ratos. Ratos Wistar machos com 4 meses (n = 11) e 12 meses (n = 14) foram submetidos ao teste do labirinto em cruz elevado (LCE), usado em estudos sobre ansiedade. Este teste baseia-se no fato de que a exploração nos braços abertos (BA) está inversamente relacionada ao nível de ansiedade. Foram analisados o tempo de exploração e número de entradas nos BA, e o número de entradas feitas nos braços fechados (BF). Para a coleta de saliva os ratos foram anestesiados com tiopental (40 mg/kg i.p.) e a salivação estimulada com pilocarpina (10  mg/kg i.p.). Os dados foram analisados por teste t de Student. A porcentagem do tempo de exploração dos BA foi 19 vezes maior para ratos de 4 meses do que para ratos de 12 meses (p = 0,02). A porcentagem do número de entradas nos BA foi 14 vezes maior para ratos de 4 meses do que para animais de 12 meses (p = 0,01), sem diferença no número de entradas ­realizadas nos BF (p > 0,05). Ratos de 4 meses apresentaram fluxo salivar 25% maior do que ratos de 12 meses (p = 0,0056).

Estes resultados sugerem que a diminuição na secreção salivar observada em animais de 12 meses pode estar relacionada ao aumento do nível de ansiedade induzido pelo envelhecimento (Apoio: FAPESP - processos nº 00/08348-6; 01/02684-7; 00/12977-9 e FAEP-UNICAMP.)

 Ib064

Fibras de passagem e corpos celulares do núcleo preóptico medial (MnPO) no controle da secreção salivar

SAAD, W. A., RENZI, A.*, SIMÕES, S., SANTOS, T. A. F. B.

Fisiologia e Patologia - Universidade Estadual Paulista. E-mail: silvana@foar.unesp.br

No presente trabalho estudamos a participação das fibras de passagem da região MnPO no controle da secreção salivar e da pressão arterial induzidas pela pilocarpina injetada no ventrículo lateral cerebral (VL). Ratos 250-300 g, foram implantados com cânulas no VL e tiveram o MnPO destruído eletroliticamente. A pilocarpina em várias doses injetada no VL induziu um aumento da secreção salivar dose-dependente em ratos com lesão fictícia do MnPO. A lesão eletrolítica do MnPO induziu uma diminuição no fluxo salivar aumentado pela pilocarpina. Estes mesmos efeitos ocorreram quando a pilocarpina foi administrada intraperitonial (i.p.). A pilocarpina injetada centralmente provocou um aumento na pressão arterial média (PAM). A lesão fictícia do MnPo não alterou os resultados da pilocarpina na PAM. Contudo a lesão eletrolítica do MnPO a qual lesa fibras de passagem e corpos celulares do MnPo reduziu o efeito pressor da pilocarpina. Quando a pilocarpina foi injetada i.p. provocou uma queda na PAM. A lesão eletrolítica diminuiu mais ainda o efeito da pilocarpina sobre a PAM.

A região MnPO joga com importante papel na regulação da secreção salivar induzida pela pilocarpina injetada central e perifericamente. As fibras de passagem e os corpos celulares do MnPO influenciam o efeito sialogogo da pilocarpina, injetada sistemicamente ou centralmente, e as alterações cardiovasculares. (Auxílio financeiro e científico: UNITAU, FAPESP, CNPq, FUNDUNESP, PRONEX.)

 Ib065

Secreção salivar induzida pela aplicação de pilocarpina no 3º ventrículo cerebral: efeito do óxido nítrico

SAAD, W. A.*, CAMARGO, L. A. A., SIMÕES, S., SANTOS, T. A. F. B.,
GUARDA, I. M. F. S., WILLIAM, A. S.

Fisiologia e Patologia - Universidade Estadual Paulista. E-mail: silvana@foar.unesp.br

Investigamos os efeitos do L-NAME substância bloqueadora da óxido nitrico sintetase e do sódio nitroprussiato (SNP), substância doadora de óxido nítrico (ON) injetadas no 3º ventrículo (3º V) sobre a secreção salivar induzida pela aplicação de pilocarpina no 3º V. Ratos foram anestesiados com uretana e tiveram cânulas de demora implantadas no 3º V. A quantidade de saliva secretada por estas drogas fo medida por um período experimental de 5 minutos. Pilocarpina injetada no 3º V produziu um aumento dose-dependente na secreção salivar. L-NAME injetado no 3º V potenciou o efeito sialogogo da pilocarpina. SNP injetado no 3º V. prévio a pilocarpina atenuou o aumento na secreção salivar induzida pela pilocarpina.

Estes resultados demonstraram que o sistema nervoso central particularmente a região ântero-ventral do 3º V (AV3V) é importante para os efeitos da pilocarpina na regulação da secreção salivar. Todos estes efeitos dependem do óxido nítrico produzido nas áreas circunventriculares do sistema nervoso central. (Apoio financeiro e científico: UNITAU, FAPESP, CNPq, FUNDUNESP, PRONEX.)

 Ib066

Papel do EGF na regulação do citoesqueleto durante a diferenciação de células HSG (“human salivary gland”)

RAMALHO, K. M.

Instituto de Ciências Biomédicas I - Universidade de São Paulo. E-mail: karenramalho@hotmail.com

O citoesqueleto de actina é fundamental para o desenvolvimento das glândulas salivares, sendo regulado por diversas GTPases da família Rho. O objetivo deste estudo foi avaliar o papel do “epidermal growth factor” (EGF) sobre o citoesqueleto de F-actina e distribuição da proteína RhoB durante a diferenciação de células HSG. As células foram cultivadas em DMEM/F12 contendo 10% de soro fetal bovino e antibióticos. A diferenciação foi estimulada por matriz extracelular (Matrigel) e o EGF (100 ng/ml) foi adicionado 24 h após o cultivo. Após 48 h de cultivo as células foram fixadas com formaldeído 2% e pós-fixadas com etanol 95%. Para evidenciação de F-actina utilizou-se faloidina-rodamina. A diferenciação foi marcada por polarização celular, migração e formação de estruturas esféricas multicelulares, semelhantes a ácinos. Nas células acinares, o córtex de actina tornou-se ainda mais evidente e as fibras tensionais, anteriormente observadas em células indiferenciadas, desapareceram. A proteína RhoB foi pouco expressa, sendo observada no citoplasma de algumas células e no núcleo. O tratamento com EGF não teve efeito sobre o grau de diferenciação acinar, mas estimulou a formação de filopódios numerosos e curtos nas células. A expressão de RhoB, ao contrário do esperado, não se alterou após tratamento com EGF.

Estes resultados sugerem que o EGF estimula a formação de processos celulares associados à motilidade, podendo exercer um papel importante no desenvolvimento glandular. A via de transdução ativada pelo EGF provavelmente não envolve a proteína RhoB. (Apoio: FAPESP, CNPq.)

 Ib067

Envolvimento da metaloproteinase-2 e -9 de matriz na resposta tecidual ao implante de osso inorgânico medular bovino

ZAMBUZZI, W. F.*, OLIVEIRA, R. C., COROTTI, M. V., CESTARI, T. M., TAGA, R.,
BUZALAF, M. A. R., GRANJEIRO, J. M.

Ciências Biológicas - Universidade de São Paulo. E-mail: wzamba@fob.usp.br

Atualmente uma das grandes metas na área médico-odontológica mundial é encontrar um material carreador ideal para as BMPs que, além de osteocondutor, também forneça cálcio e fósforo. Diversos mate­riais vêm sendo testados, dentre eles o osso inorgânico medular bovino (Gen-Ox®, Baumer S.A.). Embora as propriedades físico-químicas e biológicas desses materiais sejam muito estudadas, os mecanismos celulares e moleculares envolvidos nesta resposta ainda são pouco compreendidos. O objetivo deste estudo é analisar o envolvimento de metaloproteinase-2 e -9 (MMP-2; -9) na resposta tecidual ao implante do Gen-Ox® em subcutâneo de ratos. A MMP-2 e -9 são gelatinases produzidas por macrófagos que participam da degradação de diferentes tipos de colágeno. O material foi implantado em 20 ratos machos adultos da linhagem Wistar. As biópsias foram obtidas nos períodos de 10, 20, 30 e 60 dias pós-cirurgia e encaminhadas para histológico convencional e imuno-histoquímico específico para marcação da MMP-2 e-9 utilizando o anticorpo “goat” policlonal anti-MMP-2 e -9. Observou-se uma resposta inflamatória granulomatosa tipo corpo estranho, com presença de macrófagos e células gigantes em íntimo contato com o material e ausência de células do sistema imune, indicando a biocompatibilidade do material. Ocorreu imunomarcação para MMP-2 (leve) e -9 (intensa) em todos os períodos. Não houve evidências de absorção do material.

Em conclusão, os resultados sugerem pela primeira vez que as MMP-2 e -9 participam da resposta tecidual ao Gen-Ox®. (Apoio financeiro: FAPESP; FOB/USP; Baumer S.A.)

 Ib068

Avaliação da ingestão total de flúor de crianças entre 4 e 7 anos de idade através da dieta e escovação

PESSAN, J. P.*, PIN, M. L. G., MARTINHON, C. C. R., SILVA, S. M. B., BUZALAF, M. A. R.

Ciências Biológicas - Universidade de São Paulo. E-mail: juliano_fob@yahoo.com

Devido ao aumento na prevalência de fluorose dentária, todas as fontes que contribuem para a ingestão total de flúor (F) devem ser consideradas. Este estudo analisou a ingestão de flúor por 21 crianças de uma comunidade fluoretada, divididas em 2 grupos, A (4 e 5 anos) e B (6 e 7 anos). Foi utilizado o método da dieta duplicada (24 h). As amostras de dieta foram homogeneizadas. O F ingerido através da escovação foi indiretamente determinado subtraindo-se a quantidade de F expelida e a restante na escova, da originalmente colocada. A análise de F foi feita com o eletrodo íon- específico (Orion 9409), após difusão facilitada por hexametildisiloxano. A quantidade de F ingerido através da dieta (D) e dentifrício (P) foi dividida pelo peso da criança e a ingestão total (T) foi calculada somando-se D e P. Os resultados (média ± desvio padrão, mg F/kg peso corporal) de T, D e P foram, respectivamente: 0,056 ± 0,040; 0,018 ± 0,012; 0,037 ± 0,038 para todas as crianças, 0,055 ± 0,026; 0,021 ± 0,014; 0,034 ± 0,027 para o grupo A e 0,057 ± 0,052; 0,016 ± 0,010; 0,041 ± 0,046 para o grupo B.

Considerando-se 0,07 mg F/ kg de peso corporal como o limite máximo de ingestão de flúor por dia, 33,33% das crianças analisadas estão expostas a uma dose risco para o desenvolvimento de fluorose dentária. O dentifrício foi a principal fonte de flúor ingerida pelas crianças, com percentuais de 57,43 ± 29,02 para todas as crianças, 56,49 ± 31,82 para o grupo A e 58,29 ± 27,78 para o grupo B, não havendo diferenças significantes entre os dois grupos. (Suporte financeiro: FAPESP - 00/04303-8 e 01/00237-3.)

 Ib069

Análise microscópica e perfil de imunoglobulinas em resposta ao implante de membrana de pericárdio bovino em camundongos

GASQUE, K. C. S.*, CORREA, A. M., OLIVEIRA, R. C., CESTARI, T. M., TAGA, R., LARA, V. S., TAGA, E. M., GRANJEIRO, J. M.

Ciências Biológicas - Universidade de São Paulo. E-mail: kellinh@hotmail.com

Vários materiais bioabsorvíveis têm sido desenvolvidos para auxiliar a regeneração tecidual guiada (RTG), visando aliar biocompatibilidade, resposta tecidual favorável e baixo custo. Este trabalho avaliou a resposta tecidual ao implante de membrana derivada do pericárdio bovino (colágeno tipo IV) em 50 camundongos, divididos em 2 grupos: I) controle (procedimento cirúrgico); II) experimental (implante da membrana no tecido subcutâneo). Após 3, 7, 15, 30 e 60 dias os animais foram mortos e as peças e o sangue recolhidos para a análise microscópica e do perfil de IgM e IgG. O grupo I apresentou infiltrado inflamatório moderado a leve somente aos 3 e 7 dias enquanto o grupo II exibiu infiltrado inflamatório agudo leve aos 3 dias e crônico moderado com presença de células mononucleares, nos períodos de 7 a 30 dias, que permeavam as fibras de colágeno do implante. A membrana foi gradativamente absorvida a partir de 7 dias, sendo máxima aos 30 dias e completa após 60 dias em todos os animais. Houve proliferação de macrófagos paralelamente à absorção do material sendo escassa a presença de células gigantes, plasmócitos e linfócitos. O perfil de IgM e IgG foi similar nos grupos I e II.

Concluiu-se que a membrana de pericárdio bovino, desenvolvida na FOB-USP em parceria com a Baumer S.A., é absorvível e biocompatível, com mínima ativação de plasmócitos e linfócitos. Potencialmente poderá servir como barreira mecânica na RTG e apresenta um excelente potencial como carreadora de células na engenharia de tecidos. (Apoio financeiro: PIBIC/CNPq; FAPESP; FOB/USP; Baumer S.A.)

 Ib070

Glutamato monossódico durante a gestação: ação sobre a microdureza do esmalte dos dentes dos filhotes

ZEQUETTO, M. M.*, ZINA, L. G., SOUSA, K. L., DELBEM, A. C. B., SASSAKI, K. T.

Ciências Básicas - Universidade Estadual Paulista. E-mail: mizequetto@zipmail.com.br

Vários hormônios estão envolvidos na formação, desenvolvimento e erupção do dente. A administração subcutânea de glutamato monossódico (MSG) no período neonatal em ratos lesa regiões do hipotálamo resultando distúrbios neuro-endócrinos no animal adulto. O objetivo do trabalho foi verificar se a administração de MSG em ratas durante a gestação causa alterações na microdureza do esmalte dos incisivos dos filhotes. Doze ratas Wistar foram divididas em dois grupos: controle (C) e tratado (MSG) e receberam para beber água destilada e água contendo 5% de MSG, respectivamente, durante todo o período de gestação. Após desmame aos 21 dias, todos os filhotes passaram a receber água destilada. Aos 90 dias de idade foram sacrificados, os incisivos retirados, embutidos em resina acrílica, em secção longitudinal, lixados e polidos. Foram realizadas 5 indentações na coroa e 4 na raiz, em microdurômetro utilizando carga estática de 50 g e tempo de 5 segundos. Observou-se os seguintes valores médios (média ± EPM) de microdureza (Knoop) para coroa: C- macho = 273,98 ± 14,63; C- fêmea = 263,79 ± 17,74; MSG- macho = 266,99 ± 17,64; MSG- fêmea = 280,04 ± 10,30; e para raiz: C- macho = 183,25 ± 15,76; C- fêmea = 179,28 ± 12,95; MSG- macho = 169,99 ± 12,28; MSG- fêmea = 170,60 ± 15,96. Houve uma redução significante na microdureza do esmalte da raiz no macho MSG e um aumento na coroa da fêmea MSG em relação aos respectivos controles.

MSG administrado a 5% via oral durante a gestação causa distúrbios na mineralização do esmalte dos incisivos dos filhotes.

 Ib071

Glutamato monossódico durante a gestação: efeito sobre o desenvolvimento e função das glândulas salivares dos filhotes

ZINA, L. G.*, ZEQUETTO, M. M., SOUSA, K. L., DELBEM, A. C. B., SASSAKI, K. T.

Ciências Básicas - Universidade Estadual Paulista. E-mail: liviazina@yahoo.com.br

O desenvolvimento e a função das glândulas salivares estão sob controle de vários hormônios. O objetivo desse estudo foi verificar o efeito da administração de glutamato monossódico (MSG) na água de beber durante a gestação sobre o peso corporal, das glândulas submandibulares e sublinguais, o fluxo e o conteúdo de proteína e amilase da saliva dos filhotes. Doze ratas fêmeas Wistar foram separadas em dois grupos: controle (C), que recebeu água destilada e tratado (MSG) que recebeu solução de MSG 1%, durante a gestação. Os filhotes foram desmamados aos 21 dias e passaram a receber somente água destilada. Aos 90 dias de idade, após jejum de 12 h e anestesia com pentobarbital sódico (40 mg/kg p.c.), amostras de saliva estimulada com pilocarpina (1 mg/kg p.c.) foram coletadas. As glândulas salivares foram removidas e pesadas. A administração de MSG 1% durante a gestação causou um aumento de 50% no fluxo salivar de fêmeas mas não afetou o de machos; houve um aumento no conteúdo de proteína (20%) e de amilase (80%) na saliva de machos e uma redução (50 e 10%, respectivamente) na de fêmeas. Houve um aumento no peso corporal (10%) mas nenhuma alteração nos pesos das glândulas submandibulares e sublinguais, em ambos os sexos.

A ingestão de MSG durante a gestação pode alterar a composição da saliva e a função e/ou a resposta das glândulas salivares à estimulação.

 Ib072

Análise de flúor em diversas marcas de chocolates e bolachas de chocolate encontradas no mercado nacional

CARDOSO, V. E. S.*, SILVA, T. L., OLYMPIO, K. P. K., BUZALAF, M. A. R.

Ciências Biológicas - Universidade de São Paulo. E-mail: eidcardoso@yahoo.com.br

Sendo o chocolate e as bolachas de chocolate guloseimas bastante apreciadas pelas crianças, a possibilidade de possuírem flúor (F) em sua composição, associada ao seu indiscriminado consumo, podem torná-los contribuintes decisivos para a ingestão diária total de flúor, participando no estabelecimento da ­fluorose dentária. O objetivo desse estudo foi analisar a concentração de flúor [F] presente nos chocolates (C) Baton, Confeti, Garoto Ball, Kinder Ovo, M&M’s, Milkybar, Nescau, Nescau Ball, Surpresa, Surpresa Bichos, Tortuguita, e nas bolachas de chocolate (BC) Danyt’s, Hipopó, Nescau, Passatempo, Pokémon, Sítio do Picapau Amarelo e Trakinas, adquiridas em supermercados de Bauru - SP, Brasil. Foram analisadas 2 amostras de 3 g de cada produto, as quais foram previamente submetidas à calcinação a uma temperatura de 525ºC para o chocolate e os recheios das amostras, e de 550ºC para as massas das bolachas, por 4 h. O F foi separado das cinzas por difusão facilitada por HMDS. As análises de F foram feitas com o eletrodo específico (Orion 9609). As médias ± DP e amplitude das [F]s (mg/g) foram: C = 0,30 ± 0,45 (0,07-1,60, n = 12) e BC = 1,08 ± 2,64 (0,04-7,10, n = 7).

Concluiu-se que alguns dos alimentos analisados podem ser importantes contribuintes para a ingestão diária total de F. No caso do produto com a maior [F] encontrada (Danyt’s) apenas 3 unidades podem fornecer 40% da ingestão diária máxima de F recomendada (0,07 mg/kg peso corporal) para uma criança de 2 anos de idade (12 kg), quando consumidas uma única vez por dia. A [F] presente nos produtos deveria ser informada nos seus rótulos.

 Ib073

Avaliação da atividade antimicrobiana da arnica brasileira

ZELANTE, P. M.*, RIBEIRO, M. C., ALMEIDA, F. M., SOARES, M. M., ZELANTE, M. M.,
QUELUZ, D. P., NARDY, R. O.

Farcomalogia/Patologia - Pontifícia Universidade Católica de Campinas. E-mail: zelante@itacic.com.br

Considerando a crescente busca da população pelas terapias alternativas, este trabalho avalia a atividade antimicrobiana da arnica brasileira (Solidago microglossa D.C.). Utilizamos para este experimento tintura de arnica 20% em álcool 30%, e tintura de arnica 20% em PEG-400 (polietilenoglicol), discos de papelão impregnados com 25 mg e 50 mg de tintura de arnica 20% (álcool e PEG), colocados em meio de cultura Muller-Hinton, semeados com Staphylococcus aureus, SBAC 198 (Staphylococcus aureus), Pseu­domonas aeruginosa, mantidos a 35ºC durante 24 horas. Após este período, constatamos presença de halo de inibição nas placas contendo: discos com tintura de arnica 20%/álcool (25 mg) para S. aureus, P. aeruginosa e SBAC 198; discos com tintura de arnica 20%/álcool (50 mg) para S. aureus, P. aeruginosa e SBAC 198; discos com tintura de arnica 20%/PEG (50 mg) para P. aeruginosa e SBAC 198.

Com base nos resultados obtidos os autores concluíram que a arnica brasileira (Solidago microglossa D.C.) apresenta atividade antimicrobiana.

 Ib074

Efeito da Aloe vera sobre os níveis de alfa-fetoproteína em animais parcialmente hepatectomizados

SCHWARTZ FILHO, H. O.*, BABORA, M. A., PAULOSSI, M. A., KOZLOWSKI JR., V. A.

Odontologia - Universidade Estadual de Ponta Grossa. E-mail: betoschwartz@hotmail.com

A utilização da planta Aloe vera em Odontologia vem sendo relatada como uma medida terapêutica importante para o tratamento de alterações patológicas na cavidade oral (STURM; HAYES, 1984; ANDRIANI et al., 2000). A medicina popular atribui à planta medicinal: propriedade antiinflamatória, analgésica, anti-séptica, adstringente e anticancerígena. Estudos prévios foram conduzidos em animais sob fígado em regeneração indicando baixa toxicidade do fitoterápico com potencial efetivo de aplicação terapêutica em Odontologia. Como a alfa-fetoproteína (AFP) é um importante marcador para o diagnóstico carcinogênico e apresenta elevação dos seus níveis durante a regeneração hepática, um estudo com doses repetidas da Aloe vera após técnica cirúrgica da hepatectomia parcial em ratos albinos foi realizado, avaliando-se os níveis de AFP por ensaio imunoenzimométrico em microplaca – ELISA – no soro desses animais (n = 41). Administração diária – via oral – de 500 mg/kg do extrato da planta foi realizada em grupo de animais parcialmente hepatectomizados ou não. Os animais que receberam Aloe vera ou soro fisiológico 0,9 % foram sacrificados ao tempo de 0, 6, e 24 h após o procedimento cirúrgico. A análise dos resultados indicou uma tendência da Aloe vera em promover uma diminuição dos níveis da AFP (p = 0,0623) segundo ANOVA, com níveis mais baixos sendo identificados ao tempo de 6 horas após o procedimento cirúrgico, segundo teste t de Student.

Os resultados indicam uma capacidade do extrato da planta medicinal de modular a atividade da alfa-fetoproteína em tecido em rápido crescimento.

 Ib075

Saúde bucal no Brasil: onde estão os cirurgiões-dentistas?

VIANA, L. T.*, MANCUZO, A. V., SILVA, J. F. C., FERREIRA, E. F., CONCEIÇÃO, E. M. A.

Odontopediatria e Odontologia Social e Preventiva - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: alviluc@ig.com.br

Este estudo tem como objetivo analisar a distribuição dos cirurgiões-dentistas (CD) nos municípios brasileiros, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o número de habitantes dos mesmos. Dos 5.507 municípios brasileiros, fizeram parte da amostra 4.475 localidades. Em virtude da ausência do dado IDH, alguns foram eliminados (18,73%). Os dados referentes a população, IDH e número de CD tiveram como fonte o IBGE (Sinopse Preliminar do Censo Demográfico 2000), Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (1991) e Conselho Federal de Odontologia (CFO-julho/2001), respectivamente. Considerando 4 intervalos de valor para o IDH e 5 para a relação habitantes/CD, foram formados 20 grupos de municípios. Esses grupos foram, posteriormente, agrupados em 4 categorias, levando em consideração as condições de vida, possibilidades e necessidades de atendimento odontológico. Observou-se que: 26,9% dos municípios não possuem CD registrados no CFO, e dos municípios com CD, 27,69% apresentam relação hab/CD inferior a preconizada pela Organização Mundial de Saúde (1.500 hab/CD). Quanto às categorias estipuladas, 16,75% possuem alto IDH, mas mercado de trabalho saturado; 3,47% possuem baixo IDH e mercado saturado; 14,86% possuem alto IDH e possibilidade de trabalho para os CD, e 38,02% possuem baixo IDH e carência de CD.

Conclui-se que há uma grande desigualdade na distribuição dos CD no Brasil, constatando-se a ­necessidade premente de políticas públicas que modifiquem o quadro observado. (Apoio: PAD/PROGRAD/UFMG.)

 Ib076

Avaliação do mercado de trabalho odontológico do estado do Paraná

FREITAS, E. M.*, GARCIA, P. P. N. S., BONAN, R. F., GARCIA, D. F.

Odontologia Social - Universidade Estadual Paulista. E-mail: manufreitas@hotmail.com

O perfil da Odontologia brasileira atual faz com que se torne necessário por parte do cirurgião-dentista (CD) a procura por cidades onde a proporção habitante/CD seja favorável, associado ao nível socioeconômico da área, observando características favoráveis à instalação dos cirurgiões-dentistas. Frente a isso, o objetivo deste trabalho foi analisar a relação habitante/CD e habitante/especialista nos diferentes municípios do estado do Paraná no ano 2000. Foi utilizado o cadastro do CFO (Conselho Federal de Odontologia), referentes ao CRO (Conselho Regional de Odontologia) - Paraná e IBGE e informações presentes em sites referentes ao estado. Observou-se que o Paraná é um estado atrativo para o mercado odontológico; a maioria dos cirurgiões-dentistas é clínico geral; o município mais promissor é São José dos Pinhais; os municípios com menor relação habitante/CD são os mais populosos e conhecidos no estado (Curitiba, Londrina e Maringá) e 81% dos municípios apresentam relação habitante/CD superior de 1/1.500.

Concluiu-se que a elevada relação habitante/CD nem sempre indica que a área seja propícia para a instalação do CD, pois estas áreas, na maioria dos casos, são de economia agrária e infra-estrutura ­precária.

 Ib077

Perfil do profissional cirurgião-dentista e suas expectativas quanto ao mercado de trabalho

SCANNAVINO, F. L. F.*, GALASSI, M. A. S., SANTOS-PINTO, L.

Clínica Infantil - Universidade Estadual Paulista. E-mail: fabscan@hotmail.com

Num mercado de trabalho altamente competitivo, onde detalhes fazem a diferença para se conquistar clientes, o marketing odontológico vem sendo utilizado com freqüência nos dias atuais. O presente trabalho avaliou o perfil do cirurgião-dentista e suas expectativas quanto ao mercado de trabalho, tendo sido distribuídos 900 questionários entre cirurgiões-dentistas que freqüentavam o 21º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo. Destes questionários, foram preenchidos 74,33%, entregues em branco 7,11% e não devolvidos 18,55%. Dos 74,33% preenchidos, 68,75% dos profissionais tiveram sua formação em escolas particulares, e a região sudeste como local de trabalho em 77,87%. Dos 34,10% que não indicaram a Odontologia para seus filhos, encontraram no mercado competitivo (21,05%) a principal razão. Os profissionais (74,10%) afirmaram não terem recebido informação sobre marketing na graduação, atualizando-se através de congressos regionais (21,96%) procurando com maior freqüência cursos relacionados com estética (20,02%). Com a introdução da tecnologia à serviço da saúde, em especial a odontológica, 77,10% pretendem inovar seus consultórios comprando câmera intra-oral (26,64%) e computador (19,53%). A competência dos profissionais para 20,88% é um fator importante para a conquista do cliente, e também para mantê-lo no consultório (23,40%). Talvez por esta razão 84,30% gostariam de freqüentar um curso de marketing.

Ficou evidente que os profissionais buscam por inovações tecnológicas que melhorem a qualidade de ­trabalho.

 Ib078

A utilização de fitoterápicos no tratamento de agravos à saúde bucal

LIMA JR., J. F.*, LEITE, M. J. V. F., LIMA, K. C.

Odontologia Social - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: jflimajunior@hotmail.com

Este trabalho investigou o padrão de uso de plantas medicinais pela população, enfatizando as utilizadas para tratar afecções bucais, além das suas principais indicações e formas de utilização. Um plano amostral probabilístico de base domiciliar, com sorteio em múltiplos estágios, tendo quadras urbanas e vilas rurais como unidades amostrais primárias no município de Cedro/CE foi utilizado. Foram aplicados 212 ques­tionários junto aos responsávéis pela preparação dos fitoterápicos. Os questionários coletaram informações referentes a utilização de plantas medicinais pela população no tratamento de alguma doença. Em caso afirmativo, indagava-se o nome popular da planta, a forma de utilização e as indicações, além de verificar quais plantas eram indicadas para tratar agravos de saúde bucal. Assim, observou-se que 82,5% da população usa plantas medicinais e 49,5% o fazem para tratar doenças bucais, não mostrando correlação com a idade do respondente (p = 0,73). Os cinco fitoterápicos mais prevalentes para tratar agravos de saúde bucal foram a romã (57,32%), a aroeira (13,42%), o cajueiro (12,19%), a malva-do-reino (9,15%) e a malva-corama (7,92%).

Conclui-se que a maioria da população pesquisada utiliza fitoterápicos no tratamento dos agravos à saúde, sendo que praticamente a metade as utiliza para tratar doenças bucais. As principais indicações foram para o tratamento de inflamações, odontalgias e processos cicatriciais; e as formas de utilização mais comuns dessas plantas foram a decocção, a maceração e a infusão.

 Ib079

Satisfação da comunidade com os serviços odontológicos prestados no programa médico de família

BARBOSA, T. M.*, COSTA, L. C., MOCARZEL, J., MAIA, L. C., SENNA, M. A. A.

Centro de Ciência da Saúde - Universidade Salgado de Oliveira. E-mail: tatybarb@uol.com.br

Esta pesquisa teve como objetivo avaliar o grau de satisfação da comunidade adscrita com os serviços odontológicos prestados pelos cirurgiões-dentistas (CDs) no Programa Médico de Família (PMF). Para tal, realizou-se um estudo analítico no período de agosto à novembro de 2001, com cinqüenta famílias cadastradas no PMF de Niterói - RJ, no módulo do Viradouro. Trabalhou-se com a técnica de observação direta intensiva a partir de entrevista semi-estruturada, pré-testada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Os dados foram categorizados, tabulados e dispostos percentualmente. Pode-se verificar que apenas 28% relataram estar satisfeitos com o atendimento prestado pelos CDs vinculados ao PMF. Do total de 72% de insatisfeitos, 50% não souberam especificar o real motivo de sua insatisfação, enquanto que para 32% a falta de emergência, a ausência de especialidades e de equipamentos foram os fatores relacionados com sua insatisfação. Sobre a efetivação dos CDs no PMF, a visão dos usuários aponta para a sua concretização, citando como vantajosas a ausência de custo do tratamento (45%), e a facilidade de acesso ao tratamento devido à proximidade de suas residências ao consultório odontológico (26%). Em relação à busca do atendimento fora do PMF, 63% citam exodontias e próteses como as principais causas.

Conclui-se que houve um certo grau de insatisfação com a atuação da Odontologia no PMF, devido à desinformação dos usuários sobre os reais objetivos de atenção básica do programa, reforçando a necessidade de maior interação entre profissionais e comunidade.

 Ib080

Percepção dos usuários das clínicas frente à doação do órgão dentário

DANTAS, K. C.*, MACHADO, F., FERREIRA, J. H., JESUS, A. M., CHAGAS, T. C., ALVES, M. U., PIMENTEL, E.

Odontologia - Universidade Estácio de Sá. E-mail: cy_rj@zipmail.com.br

O banco de dentes foi inicialmente idealizado para suprir as necessidades clínicas de reabilitação oral, entretanto a função do banco foi se revelando muito mais ampla, principalmente no que diz respeito às pesquisas e às atividades pré-clínicas. O objetivo deste trabalho foi analisar a opinião dos usuários das clínicas da FO - Universidade Estácio de Sá, durante os meses de fevereiro a abril de 2002, para se traçar metas de conscientização e mobilização para novas doações. Utilizou-se 105 entrevistas com perguntas (P) fechadas: P1) se sabia que na faculdade havia um banco, P2) se havia feito alguma doação, P3) se sabia como fazer, P4) se sabia que era possível usar um dente doado em outra pessoa e P5) se aceitaria receber um dente doado. Os resultados mostraram que: P1) 73% não; 27% sim; P2) 88,5% não e 11,5% sim; P3) 81% não e 19% sim; P4) 82% não e 18% sim; P5) 84% sim e 16% não.

Concluiu-se que a maioria dos usuários das clínicas desconhecia a dinâmica do banco de dentes, entretanto 84% aceitariam receber um dente doado, o que evidencia a receptividade da população estudada.

 Ib081

A Odontologia no sistema público de saúde: avaliação do modelo assistencial de saúde bucal em Natal - RN, Brasil

SILVA, A. C. S.*, RONCALLI, A. G.

Odontologia Social - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: catarina@scully.tc

No município do Natal pouco se investe em pesquisas avaliativas em saúde bucal. Desse modo, torna-se imprescindível a realização de pesquisas que avaliem os modelos assistenciais de saúde bucal em nível municipal. O presente trabalho objetivou avaliar, a partir de indicadores quantitativos, o modelo público de prestação de serviços odontológicos do município do Natal. A metodologia se pautou na análise de dados ambulatoriais e de serviços disponíveis nas bases de dados públicas entre os anos de 1995 e 1999, a partir dos quais foram construídos indicadores clássicos relativos ao modelo de atenção e à efetividade do sistema. Entre os principais resultados, observou-se que, com relação à participação da saúde bucal nos gastos ambulatoriais, o município apresentou percentuais declinantes entre esses anos e resultados menores do que o estado do RN e do Brasil. Uma acentuada discrepância foi observada na ênfase dada às ações coletivas realizadas pelo Brasil (média de 42% no período) em relação ao RN e a Natal (3,5 e 1,3% respectivamente em 1999) refletindo no comprometimento da prevenção nestas localidades. No que diz respeito ao acesso à assistência, o percentual da população que teve acesso a serviços odontológicos variou entre 20 e 29%, valores acima da média nacional e do Estado.

Conclui-se que a assistência odontológica vem sendo desfinanciada nos últimos anos, com ênfase ainda muito presente em atividades curativo-reparadoras. Comparando as regiões pesquisadas, pode-se verificar que Natal investe pouco em ações de saúde bucal e há pouca ênfase em ações coletivas.

 Ib082

Ocorrência de traumatismo dental em pacientes especiais

NASCIMENTO, A. M. P.*, FERRARI, C. H., LIMA, J. P., GRAÇA, N. R., MEDEIROS, J. M. F.

Odontologia - Universidade São Francisco. E-mail: ale-gal@bol.com.br

O objetivo do presente trabalho é investigar a ocorrência e as causas do traumatismo dental em dentes permanentes de pacientes com necessidades especiais, portadores de deficiência mental, física ou física e mental. Foram selecionados para a pesquisa 158 pacientes, divididos em 45 portadores de deficiência física, 48 portadores de deficiência mental e 65 portadores de deficiência física e mental, em escolas e instituições que atendem esses pacientes e na clínica odontológica da Universidade. As variáveis estudadas, obtidas por meio de questionários, respondidos pelos pais ou responsáveis, ou pelo próprio sujeito da pesquisa em caso de portador de deficiência física, foram as seguintes: nome, sexo, idade, deficiência, ocorrência de algum trauma dental, idade do trauma, causa (segundo a classificação de Andreasen) e local do acidente. Após a coleta e tabulação dos dados, os seguintes resultados foram obtidos: 51,26% dos pa­cientes já sofreram algum traumatismo dental, divididos em 42,22% entre os portadores de deficiência física, 52,08% entre os portadores de deficiência mental e 56,92% entre os paciente portadores de deficiência física e mental. Entre as causas, as mais comuns foram as quedas (72,78%) e as pancadas (25,94%). O local predominante da ocorrência dos acidentes foi a casa dos pacientes (91,77%).

Os resultados permitem-nos concluir que a ocorrência dos traumatismos dentais no grupo populacional dos pacientes especiais é alto em relação à ocorrência relatada na literatura para os pacientes comuns e que a casa do paciente é o local onde predominam os acidentes.

 Ib083

Avaliação dos conhecimentos relativos aos cuidados com as escovas dentais em adultos, crianças e pacientes especiais

NELSON-FILHO, P., NETO, J. M. O.*, FARIA, G., BREGAGNOLO, J. C., BELUCIO, D.,
FREITAS, A. C.

Clínica Infantil - Universidade de São Paulo. E-mail: jemon@ig.com.br

A proposta deste trabalho foi avaliar, por meio da aplicação de questionários, os cuidados adotados com as escovas dentais, bem como o conhecimento sobre a necessidade de utilização de métodos de desinfecção das mesmas, nas seguintes populações: 77 alunos do 1º ano do curso de graduação em Odontologia; 40 cirurgiões-dentistas da cidade de Ribeirão Preto - SP; 40 crianças de 6 a 12 anos de idade; 40 mães de bebês, com faixa etária de 1 a 3 anos; e 40 mães de pacientes especiais, com faixa etária de 1 a 12 anos. Obteve-se dos entrevistados dados relativos à freqüência de escovações diárias, cuidados com a limpeza, desinfecção e armazenamento das escovas dentais e freqüência de troca das mesmas. Os resultados obtidos evidenciaram que: a maioria quase absoluta das populações estudadas (97,5% dos bebês, 97,5% dos pacientes especiais e 100% de crianças, alunos de graduação e cirurgiões-dentistas) apenas lava e retira o excesso de água das cerdas, após a escovação dental; a maioria dos entrevistados guarda suas escovas no armário do banheiro; do total de 237 entrevistados, apenas 2 (0,8%) efetuam algum tipo de desinfecção das escovas, após sua utilização. No entanto, esses 2 entrevistados não receberam orientação de cirurgiões-dentistas a esse respeito.

Concluiu-se que há necessidade da implementação de campanhas educativas, a fim de que se difunda, entre diferentes populações, a necessidade da realização da desinfecção das escovas dentais, após sua utilização, como um hábito de higiene pessoal rotineiro. (Apoio financeiro: FAPESP - nº 01/02213-4.)

 Ib084

Percepções e condutas de um grupo de cirurgiões-dentistas frente ao atendimento à pacientes cardiopatas

VIEIRA*, C., TEIXEIRA, D. L. S., MARQUES, A. C., RAMOS, M. E. B.

Faculdade de Odontologia - Universidade Federal Fluminense. E-mail: cristinev@ig.com.br

O propósito deste estudo foi analisar as percepções e condutas de 154 cirurgiões-dentistas (CD) da cidade do Rio de Janeiro em relação ao atendimento à pacientes cardiopatas (PC). A metodologia compreendeu uma abordagem indutiva tendo como instrumento um questionário com perguntas fechadas distribuído aleatoriamente. Os dados foram analisados pelo Epi Info 6.04, sendo utilizado o teste qui-quadrado. Entre os profissionais, 60,4% tinham até 3 anos de formados e 22,7% mais de 10 anos; 66,2% cursaram pós-graduação (PG); 48,7% atendiam apenas em consultório particular e 31,1% no serviço público; 64,3% receberam informação sobre o assunto na graduação, 13,6% na PG, 13,6% em livros e outras publicações e 7,8% com outros profissionais. Ao atender PC, 42,8% se sentiam inseguros e 6,5% encaminhavam para especialistas. Ter concluído PG conferiu segurança ao profissional (p = 0,002). Analisando a associação entre o tempo de formado com a seleção correta do antibiótico (p = 0,002) e com o regime de profilaxia adequado (p = 0,009), os profissionais recém-formados mostraram-se mais atualizados. Entre os procedimentos de risco questionados, 17,5% CD não consideraram o tratamento endodôntico. Entre os CD que atendiam PC com freqüência, 37,5% não conheciam o antibiótico de escolha (p = 0,04) e 50% não sabiam classificar pacientes de risco.

Os resultados apontam para necessidade de uma maior atualização dos CD frente ao atendimento a PC, seja nos cursos de graduação, pós-graduação ou ainda em publicações científicas, para que saibam identificar, classificar e tratar corretamente estes pacientes.

 Ib085

Conhecimentos e atitudes sobre saúde bucal de responsáveis pelas crianças HIV+: avaliação após 7 anos

SILVA, M.*, PEROTTA, M., SOUZA, I. P., SOARES, L., PORTELA, M., MASSAUD, A.

Ortodontia e Odontopediatria - Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: marcele.marcele@ig.com.br

O objetivo deste estudo foi comparar os conhecimentos e atitudes sobre saúde bucal dos responsáveis por crianças HIV+, atendidas no Projeto SIDA/AIDS em Odontopediatria IPPMG/FO - UFRJ, com os observados em 1995 (NEVES; TURA, 1995). Os responsáveis assinaram um consentimento informado para participação no estudo, sendo este aprovado pelo CEP do IPPMG - UFRJ. Utilizou-se o mesmo questionário de 1995, averiguando conhecimentos e atitudes de saúde bucal e dados pessoais dos responsáveis (idade, sexo, grau de parentesco com a criança, estado civil, local de residência e ocupação), experiência odontológica da criança. Foi avaliado o mesmo número de questionários de 1995 (n = 40), utilizando-se para análise estatística os testes do qui-quadrado e exato de Fisher. Não houve diferença significante entre os grupos (p > 0,05) quanto aos dados sociais dos responsáveis, exceto quanto ao local de residência (p = 0,01). Foi significante a diferença entre o conhecimento do que causa a cárie, sendo que em 2002, 62,5%* e 65%** da amostra identificaram, respectivamente, os doces e a falta de escovação, enquanto isto se viu apenas em 31,3%* e 23,4%** em 1995 (*p = 0,00017 e **p = 0,000024). Para evitar a cárie, 92,5% em 2002 alegaram escovar os dentes, e em 1995, apenas 66% (p = 0,0026). Em 1995, apenas 40% das crianças já tinham ido ao dentista, e em 2002, esta proporção passou para 70% (p = 0,007).

Os resultados demonstram que há um aumento no número de responsáveis que tem conhecimento sobre saúde bucal, mostrando a importância do contato da equipe odontológica no acompanhamento de crianças HIV+.

 Ib086

Causas e impacto da saturação do mercado de trabalho em Odontologia

GONÇALVES, F. L. L.*, VEIGA, F. C. F., SOARES, E. L., SENNA, M. A.

Saúde e Sociedade - Universidade Federal Fluminense. E-mail: neochico@bol.com.br

A situação do mercado de trabalho em Odontologia tem sido objeto de discussão no meio acadêmico, tanto por sua saturação, bem como pelo surgimento de novas demandas. Este trabalho teve como objetivo avaliar as causas e o impacto da atual saturação do mercado de trabalho nos grandes centros. Para tanto, trabalhou-se com entrevistas semi-estruturadas (pré-testadas) com 64 acadêmicos de Odontologia do primeiro período de instituições públicas e privadas da região metropolitana do RJ, e 57 acadêmicos do último período das mesmas instituições. O levantamento dos dados foi realizado no período entre outubro de 2001 e janeiro de 2002. Os principais resultados encontrados foram que 81,2% dos entrevistados do primeiro período e 71,9% do último período pretendem permanecer na capital após a formatura, 73,4% dos entrevistados do primeiro período e 64,9% do último período tendem a direcionar-se para o trabalho em consultório particular. Quanto a expectativa salarial, 51,6% dos entrevistados do primeiro período e 43,8% do último esperam ganhar mais de 20 salários mínimos após a formatura.

Conclui-se que a permanência na capital é uma das principais causas da saturação do mercado, aliando-se a tendência de concentração em consultórios privados, com o pouco acesso de grande parte da população a esse tipo de atenção odontológica. Isto contrapõe-se com as novas tendências do mercado odontológico, principalmente quando se vislumbra a sua inserção no Programa de Saúde da Família. (Pesquisa financiada pelo PIBIC-CNPq-UFF.)

 Ib087

Atendimento ao traumatizado e o ressarcimento de dano

COSENTINO, S. R. C.*, MENDONÇA, M. A. C., CARDOZO, H. F.

Odontologia Social - Universidade de São Paulo. E-mail: s.cosentino@bol.com.br

O objetivo do presente estudo foi analisar o perfil do usuário de seguro de acidentes pessoais, a complexidade dos tratamentos reabilitadores e a adequação da documentação. Foram examinadas 90 apólices de seguros de acidentes pessoais e seus respectivos processos de pedidos indenizatórios. Os resultados apontaram predominância de indivíduos do sexo masculino (63%); a faixa etária de maior ocorrência foi de 10 a 15 anos (33%); o agente etiológico de maior freqüência foram as quedas de vários tipos (61%); a maioria das lesões era constituída por fraturas dentárias (63%), seguidas de avulsões dentárias (24%). No que tange aos tratamentos reabilitadores, destacamos que apenas 16% do total dos sinistros teve solução imediata. Dos 84% restantes, 51% evoluíram para tratamentos de maior complexidade, o que aumentou o valor das indenizações requisitadas. A documentação encaminhada pelos profissionais que prestaram atendimento aos segurados mostrou-se inadequada em mais de 50% dos casos. A propedêutica clínica encontrada com maior freqüência foi a Dentística (53%), seguida pela Endodontia (46%).

A entrada no mercado de apólices de seguros de acidentes pessoais abre aos cirurgiões-dentistas um novo campo de trabalho como auditor de seguradoras, e propicia garantias contratuais de reabilitação aos traumatizados. O alto percentual de documentação inadequada demonstra a necessidade de maior conscientização da classe com relação a esse aspecto.

 Ib088

Hipoplasia de esmalte relacionada ao peso ao nascer

MELO, J. A. S.*, VASCONCELOS, M. M. V. B., COUTO, G. B. L., BOTELHO, K. V. G.,
MARANHÃO, V. F.

Clínica e Odontologia Preventiva - Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: joniasm@zaz.com.br

A hipoplasia de esmalte é uma anomalia que envolve a estrutura dentária e que acomete tanto a dentição decídua como permanente. Muitos fatores vêm sendo associados a esta patologia, entre eles o baixo peso ao nascer e deficiências vitamínicas. Sabendo-se que a dentição decídua tem sua formação durante os primeiros meses de vida intra-uterina (aproximadamente aos quatro meses) o presente trabalho teve como objetivo relacionar a prevalência de hipoplasia de esmalte na dentição decídua com a desnutrição na época de formação ou seja, durante o período gestacional e o baixo peso ao nascer das crianças examinadas. O universo da pesquisa constou de crianças na faixa etária de três a cinco anos inscritos no Serviço de Puericultura do Hospital das Clínicas, na Clínica de Odontopediatria do Instituto Materno-Infantil de Pernambuco (IMIP), e na Clínica do Curso de Especialização em Odontopediatria da Universidade Federal de Pernambuco. A amostra constou de cinqüenta crianças, escolhidas aleatoriamente, em dois dias da semana e que foram examinadas e classificadas como baixo peso ao nascer portadoras ou não de hipoplasia de esmalte. O resultado mostra uma prevalência de 28% de hipoplasia de esmalte na dentição decídua e foi descartada a hipótese do baixo peso ao nascer influenciar a presença da anomalia.

Não existiu relação direta entre o peso da criança ao nascer e a presença de hipoplasia de esmalte, bem como entre as crianças nascidas a termo e as prematuras.

 Ib089

Análise do pronto-atendimento a traumatismos em dentes decíduos realizado em alguns hospitais do município de São Paulo

CARVALHO, M. F. M.*, WANDERLEY, M. T., RODRIGUES, C. R. M. D.

Odontopediatria - Universidade de São Paulo. E-mail: mfmcarvalho@hotmail.com

O objetivo da pesquisa foi conhecer o perfil do pronto-atendimento odontológico a traumatismos em dentes decíduos de 2 hospitais-escola, 2 hospitais-gerais e 1 hospital infantil do município de São Paulo, através de um questionário aplicado a 30 dentistas. Encontrou-se que 80,0% dos entrevistados são espe­cialistas em Cirurgia Buco-Maxilo-Facial; 56,6% descreveram um protocolo de atendimento, mas nenhum o fez por completo; 96,7% orientavam higiene, mas apenas 10 faziam-na corretamente; 100,0% orientavam alteração na dieta, sendo que 29 recomendavam adequadamente quanto a consistência; 90,0% orientavam os hábitos de sucção adequadamente; 80,0% prescreviam analgésicos, 83,3% antiinflamatórios e 83,3% antibióticos, mas apenas 23,4% citaram a vacina antitetânica. De 7 situações de traumatismos apresentadas, em 5 delas a maioria das condutas foi nenhuma intervenção e encaminhamento, sendo elas: intrusão parcial (93,4%), mobilidades (53,3%), fratura coronária (76,7%), fratura corono-radicular com exposição pulpar (40,0%) e avulsão (66,7%). Na ausência dos incisivos superiores, 63,3% faziam exame radiográfico e 23,3% diagnosticavam avulsão de imediato; nas luxações, 53,3% reposicionavam e faziam contenção. O CD particular e as instituições de ensino foram os serviços para encaminhamento mais citados (35,3% e 33,9%).

Conclui-se que o pronto-atendimento odontológico a traumatismos em dentes decíduos realizado nos hospitais estudados consiste nas recomendações de dieta, higiene, hábitos de sucção e prescrição medicamentosa, além do encaminhamento do paciente para tratamento em outros serviços.

 Ib090

Perda precoce de molares decíduos versus perda de espaço posterior

AIRES, D. F. L. M.*, CHARLIER, S. C., FERREIRA, F. T. S. C., ROCHA, F. S., BENÍCIO, M. R.

Odontopediatria - Universidade Gama Filho. E-mail: sheyla.charlier@ig.com.br

O objetivo deste estudo foi verificar a incidência da perda de espaço na região de molares decíduos perdidos precocemente por lesões de cárie, em pacientes atendidos na Clínica de Especialização em Odontopediatria da UGF, na cidade do Rio de Janeiro. A amostra foi composta de 52 crianças de 4 à 10 anos de idade, 30 do sexo masculino e 22 do sexo feminino, selecionadas através de exame clínico, todas com perda precoce de pelo menos um molar decíduo em uma das hemi-arcadas, sem desvio da linha média ante­rior. Foi medido o espaço com compasso e régua, de mesial do primeiro molar permanente até a linha média de ambos os lados. Os dados foram armazenados e analisados utilizando o programa Epi Info 6.04. Das 52 crianças, 24 (46,15%) apresentaram perda de espaço. As que não usavam mantenedores de es­pa­ço, tinham 4,22 vezes mais chances de perda de espaço do que as que usavam (OR = 4,22; IC95% = 1,15;16,16; p = 0,0138). Da mesma forma, as que apresentavam perda precoce dos segundos molares decíduos tinham 3,63 mais chances (OR = 3,63; IC95% = 1,52;8,80; p = 0,0013) de apresentar perda de espaço do que as que haviam perdido os primeiros molares decíduos. As variáveis sexo e faixa etária não pareceram influenciar a perda de espaço (p > 0,05).

Os resultados do estudo ratificam a importância da utilização de aparelhos para manter os espaços das exodontias ocorridas precocemente decorrentes das lesões cariosas, principalmente nas regiões dos segundos molares decíduos, evitando a mesialização dos primeiros molares permanentes e preservando o espaço na arcada para a erupção dos pré-molares.

 Ib091

Prevalência de maloclusões em crianças portadoras de necessidades especiais

CESAR, J. S.*, LEPECKI, C., WINZ, M. L. P., PIRES, L. C., SOUZA, I. P. R.

Odontopediatria e Ortodontia - Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: josiecesar@ig.com.br

A proposta deste estudo foi avaliar a presença de maloclusão em crianças portadoras (GE, n = 39) ou não (GC, n = 53) de necessidades especiais, que freqüentavam instituição pública inclusiva. Os 2 grupos possuíam faixa etária semelhante (8 a 53 e 9 a 52 meses, respectivamente). Para as análises estatísticas utilizou-se o teste exato de qui-quadrado (p < 0,01). GE apresentou menor prevalência de mordida aberta anterior (25,7%) (n = 9) quando comparado ao GC (46,0%) (n = 23). Havia também menos crianças especiais com hábito de sucção de chupeta (35,9%) (n = 14) do que em GC (49,1%) (n = 26). Houve associação entre este hábito e a presença de mordida aberta anterior em ambos os grupos (p < 0,01). A prevalência de transpasse horizontal exagerado (maior que 4 mm) (34,3%) e de mordida cruzada (22,2%) foram superiores em GE, sendo estas percentagens 18,8% e 12,0%, respectivamente, em GC. A porcentagem de crianças com mordida cruzada anterior foi baixa em ambos os grupos, sendo 8,3% (n = 3) em GE e 2,0% (n = 1) em GC. 17,2% (n = 6) das crianças especiais apresentavam mordida cruzada posterior, sendo 8,6% (n = 3) unilateral, 2,9% (n = 1) direita e 5,7% (n = 2) esquerda; 2,9% (n = 1) bilateral e 5,7% (n = 2) vestibular. Enquanto 12,0% (n = 6) de GC possuíam mordida cruzada posterior, sendo 10,0% (n = 5) unilateral, 8,0% (n = 4) direita e 2,0% (n = 1) esquerda; e 2,0% (n = 1) bilateral.

Houve maior prevalência de maloclusões nas crianças especiais, com exceção da mordida aberta ante­rior, que estava diretamente associada ao hábito de sucção de chupeta.

 Ib092

Relação cirurgião-dentista/fonoaudiólogo em casos de deglutição atípica no Rio de Janeiro: perspectiva do fonoaudiólogo

GORBERG, C.*, GOMES, M. P.

Ciências Médicas - Universidade Federal Fluminense. E-mail: caty.gor@ig.com.br

A deglutição está presente na vida intra-uterina e se processa de diferentes formas desde o nascimento até a idade adulta. Inicialmente, ocorre a deglutição infantil que evolui para a deglutição madura, passando por um período transacional. Quando o padrão infantil persiste em idades mais avançadas temos a chamada deglutição atípica, cujo diagnóstico e terapêutica deve ser feito através de uma ação conjunta entre cirurgiões-dentistas e fonoaudiólogos. O presente trabalho avaliou a relação entre estes profissionais em casos de deglutição atípica na cidade do Rio de Janeiro sob a perspectiva dos fonoaudiólogos. Duzentos e oitenta fonoaudiólogos, atuantes em diferentes áreas da cidade, responderam a um questionário padronizado, contendo 16 perguntas, fechadas e abertas, distribuído entre os meses de outubro e dezembro do ano de 2001.

Pôde-se chegar às seguintes conclusões: os cirurgiões-dentistas, especialmente ortodontistas e odontopediatras são os principais responsáveis por encaminhamentos de casos de deglutição atípica para os fonoaudiólogos; a relação entre fonoaudiólogos e cirurgiões-dentistas da cidade do Rio de Janeiro pode ser considerada satisfatória, pois as indicações feitas pelos cirurgiões-dentistas foram em sua maioria corretas, havendo um pequeno percentual de indicações desnecessárias, bem como pelo fato de haver comunicação entre estes profissionais durante a terapia miofuncional. Mais estudos são necessários sobre o assunto, visando promover uma maior integração entre fonoaudiólogos e cirurgiões-dentistas.

 Ib093

A importância do treinamento das mães em relação à escovação, para uma efetiva remoção da placa dentária em bebês

MAGALHÃES, A. C.*, RIOS, D., HONÓRIO, H. M., CAVAZZOLA, A. S., SILVA, S. M. B., MACHADO, M. A. A. M.

Faculdade de Odontologia de Bauru - Universidade de São Paulo. E-mail: acmodontousp@yahoo.com

Tendo em vista a etiologia da cárie, o controle de placa dentária em bebês torna-se um dos principais recursos para manutenção da saúde bucal. O objetivo do trabalho foi avaliar o padrão inicial de higiene bucal de bebês, a efetividade e a evolução na remoção de placa dentária executada pelas mães, após o treinamento destas por um dentista, durante três sessões consecutivas. Foram selecionados 44 bebês (12-36 meses) que possuíam no mínimo quatro dentes decíduos, com pelo menos metade da coroa exposta e livre de cárie. Na primeira sessão, na qual compareceram 37 crianças, evidenciou-se a placa com solução de verde de malaquita a 0,6% e um único examinador, utilizando-se os índices de placa de Quigley e Hein para superfícies lisas e de Mestrinho, Carvalho e Figueiredo para superfícies oclusais, quantificou a placa inicial dos bebês. Nas sessões seguintes, a mãe, após realizar a higiene bucal da criança, foi avaliada quanto sua efetividade na remoção de placa, utilizando a mesma metodologia (evidenciação/índice), posteriormente o profissional apontou as falhas do procedimento e ensinou como corrigi-las. Os dados obtidos foram analisados pelos testes ANOVA e Tukey (p < 0,05). Na 1ª, 2ª e 3ª sessão a média de placa avaliada foi respectivamente: 2,5; 1,0 e 0,5 (superfícies lisas) e 2,0; 1,1 e 0,6 (superfícies oclusais), havendo uma diminuição nos índices de placa estatisticamente significante com o decorrer das sessões.

Com base nos resultados, pôde-se concluir que além do aconselhamento há necessidade do treinamento das mães para que haja uma adequada higiene bucal do bebê.

 Ib094

Verificação de perda óssea através de exames radiográficos em Odontopediatria

ROCHA, F. S.*, CHARLIER, S. C., AIRES, D. F. M., FERREIRA, F. S. C., CAMPOS, A. C.

Odontopediatria - Universidade Gama Filho. E-mail: sheylacharlier@ig.com.br

O propósito deste estudo, foi verificar através de exames radiográficos rotineiros, a perda óssea na região de molares decíduos em pacientes da Clínica de Especialização de Odontopediatria da UGF (Rio de Janeiro, Brasil). Foram examinadas 50 prontuários de crianças atendidas na Clínica de Especialização, de 6 à 8 anos de idade, 28 do sexo feminino e 22 do sexo masculino, sem perda precoce de molares decíduos. Foi medida a distância da junção cemento-esmalte (JCE) à crista óssea (CO) da região dos segundos molares decíduos, em radiografias “bite-wings”, com auxílio de régua milimetrada transparente e luz artificial do negatoscópio. Os dados foram armazenados e analisados utilizando programa Epi Info, versão 6.04. Verificou-se perda óssea £ 2 mm e ³ 3 mm em 24,00% e 76,00% das crianças, respectivamente. A probabilidade de apresentar perda óssea mais acentuada (³ 3 mm) foi 17 vezes maior em crianças com mais de 6 anos de idade (OR = 17,00; IC95% = 2,82;120,29; p = 0,0003). Fatores locais predisponentes, como a presença de lesões cariosas, doenças sistêmicas, coroas de aço e esfoliação do germe dentário também in­fluenciaram diretamente a perda óssea verificada. As crianças que apresentavam estes fatores tiveram 8 vezes maior probabilidade de apresentar perda óssea do que as que não apresentavam estes fatores (OR = 8,00; IC95% = 0,95;365,44; p = 0,0300). A variável sexo não pareceu influenciar o nível de perda óssea verificada (p > 0,05).

Os resultados indicam que a idade e fatores predisponentes locais influenciaram diretamente o grau de perda óssea na região de molares decíduos no grupo estudado.

 Ib095

Perfil psicológico de crianças submetidas à cirurgias orais em Odontopediatria

CAMPOS, B. A.*, SANTOS, M. E. O.

Odontoclínica - Universidade Federal Fluminense. E-mail: brigitacampos@ig.com.br

O profissional de Odontologia em especial, o odontopediatra, possui uma responsabilidade de considerável importância, pois o atendimento ao paciente infantil requer habilidade com a técnica profissional para execução dos diversos procedimentos, bem como habilidade no contato com a criança, considerando que o comportamento infantil pode sofrer uma série de influências e permite dificultar ou não o tratamento odontológico. O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil psicológico de crianças submetidas às cirurgias orais, antes, durante e após os procedimentos cirúrgicos. Um total de 41 crianças do sexo feminino e masculino foram avaliadas. Os dados obtidos foram submetidos a análise estatística usando o teste de McNemar e a tabela de Contingência. Os resultados revelaram que não houve diferença significativa no comportamento infantil entre os momentos antes, durante e após as cirurgias realizadas.

Concluiu-se que não houve deterioração no comportamento infantil da amostra estudada e que a postura do profissional e o tipo de cirurgia realizada não influenciaram no comportamento do paciente.

 Ib096

Estudo da incidência da perda prematura de incisivos superiores decíduos

OLIVEIRA, A. V.*, SUED, M. L., MISATO, J. M.

Odontopediatria - Universidade do Grande Rio. E-mail: lynnevo@terra.com.br

O objetivo deste trabalho foi verificar as causas e a prevalência de perda precoce de incisivos superiores decíduos (PPISD) em crianças atendidas na Bebê-Clínica da UNIGRANRIO - Duque Caxias/RJ. Foram avaliados 427 prontuários de crianças que freqüentaram a clínica no período entre o ano de 1999 e abril de 2001. A média de idade foi de 2,5 ± 1,1 anos, com 204 meninas e 223 meninos. Destes, 14,8% (n = 63) apresentaram PPISD (n = 100 dentes). Em relação à etiologia da PPISD observou-se que 44,4% (n = 28), 43% (n = 27) e 12,6% (n = 8) ocorreram por cárie, traumatismo dentário e por causas desconhecidas respectivamente. Os incisivos centrais superiores decíduos - ICSD (n = 72) foram os dentes mais perdidos precocemente, não havendo diferença estatisticamente significante entre perda por cárie e traumatismo dentário (p = 0,94, c2 Correção de Yates). A faixa etária de maior ocorrência da PPISD independente da etiologia e sexo foi entre 2 e 3 anos de idade.

Diante dos resultados pode-se concluir que o dente com maior incidência de perda prematura foi o ICSD na faixa entre 2 e 3 anos de idade, demonstrando a necessidade de programas educativos abrangentes para que se possa manter a saúde das crianças em idade pré-escolar.

 Ib097

Estudo da estabilidade de cor de materiais restauradores em contato com evidenciadores de placa bacteriana

HINO, D. M.*, MENDES, F. M., IMPARATO, J. C. P., FIGUEIREDO, J. L. G.

Ortodontia e Odontopediatria - Universidade de São Paulo. E-mail: makihino@hotmail.com

O objetivo do estudo foi avaliar a estabilidade de cor de dois materiais restauradores utilizados em Odontopediatria - resina composta Filtek Z250 (3M®, cor B1) e ionômero de vidro modificado por resina (Vitremer - 3M®, cor P), quando expostos a dois tipos de evidenciadores de placa (fucsina 2% e Plaquetest - Vivadent®). Foram confeccionados 20 corpos-de-prova de cada material, que foram divididos em dois grupos. No primeiro, foi aplicada a fucsina e no segundo o Plaquetest. A cor foi medida em dois momentos: logo após o polimento dos corpos-de-prova e após a aplicação do evidenciador e escovação dos mesmos. Para tal mensuração foi utilizado um espectrofotômetro de superfície, utilizando o sistema CIEL*a*b*. Os dados foram submetidos ao teste t de Student com nível de significância de 5%. Comparando os dois corantes, a fucsina provocou maior alteração de cor do que o Plaquetest, tanto na resina composta (p < 0,01), como no ionômero de vidro (p < 0,001). A alteração de cor com a fucsina, foi maior no ionômero de vidro do que na resina composta (p < 0,001). Já com o Plaquetest, não houve diferença estatisticamente significante na alteração de cor entre os dois materiais (p > 0,05). No entanto, seguindo o parâmetro de alteração de cor visualmente perceptível proposto por RUYTER et al. (DE2 3,3), apenas o ionômero de vidro corado com fucsina apresentou alteração visualmente perceptível (DE = 5,9).

Baseado nos resultados obtidos, concluímos que o ionômero de vidro modificado por resina sofre alteração de cor significante quando exposto à fucsina a 2%.

 Ib098

Abordagem do cirurgião-dentista à higiene oral de crianças menores de três anos de idade

CRUZ, D. R.*, TORRIANI, D. D., REIS, A. S. P., ROSA, D. R., SCANAGATTA, L., TEIXEIRA, A. L. P.

Faculdade de Odontologia de Pelotas - Universidade Federal de Pelotas. E-mail: dionedt@aol.com

O uso inadvertido de dentifrícios fluoretados por crianças de pouca idade e conseqüente deglutição, pode representar um risco à saúde destes pacientes. O presente estudo, desenvolvido dentro do paradigma naturalístico, teve por objetivo analisar a conduta dos cirurgiões-dentistas para com a higiene oral de crianças menores de três anos de idade, especialmente sobre os riscos da ingestão dos dentifrícios. Os dados foram obtidos a partir de entrevistas realizadas com profissionais formados em diferentes tempos e atuando junto a crianças até 36 meses de idade, sob o status de clínico geral, odontopediatra ou dentista da rede municipal de saúde da cidade de Pelotas. A amostra foi intencional, conforme preceitos do paradigma de pesquisa assumido e constituiu-se de doze profissionais. As entrevistas semi-estruturadas foram gravadas, transcritas e armazenadas em banco de dados. Utilizou-se uma análise de conteúdo do tipo categorial-temático, de onde emergiram as seguintes categorias: conhecimento a respeito do risco da deglutição do dentifrício; dominação do papel dos pais na escovação; representação do marketing utilizado junto aos dentifrícios infantis; reconhecimento dos fóruns científicos como veículos de transmissão de conhecimento; visão das necessidades odontológicas do paciente infantil; utilização de recursos para instrução de higiene oral; integração interprofissional na rede pública de saúde.

O grupo entrevistado e os dados analisados permitiram concluir que: a) os profissionais têm conhecimento e têm orientado para os riscos da deglutição dos dentifrícios em crianças pequenas; b) o serviço público e a universidade devem atuar conjuntamente na divulgação de programas para orientação à higiene oral de crianças pequenas.

 Ib099

Higiene oral e alimentação: conduta de mães na primeira infância

BRAGA, L. M.*, STENDER, M. S., CARNEIRO, F., BASTOS, M. F. A., CELESTINO JR., A.,
BASTOS, M. J. O., GUIMARÃES JR., V. O.

Ciências Biológicas e da Saúde - Universidade Iguaçu. E-mail: leonarda@uol.com.br

A conduta de responsáveis na primeira infância pode influenciar no desenvolvimento de hábitos alimentares e de higiene das crianças. O objetivo deste trabalho foi conhecer a conduta de mães com relação à alimentação e cuidados de higiene oral de crianças na primeira infância. Para tanto, utilizou-se um questionário com perguntas abertas e dicotômicas dirigido a uma amostra de 50 mães cadastradas para atendimento pediátrico no ambulatório do Hospital Estadual Getúlio Vargas - RJ durante os meses de setembro e outubro de 2000. Constatou-se que apenas 38% das mães participantes do estudo haviam amamentado seus filhos até os 6 meses, sendo que, para 50% destes casos, a amamentação não representou a principal forma de alimentação dos bebês. Observou-se também que apesar de 60% das mães terem recebido algum tipo de orientação quanto aos cuidados que deveriam tomar com relação ao dentes de seus filhos (orientação estas fornecidas principalmente pelo pediatra), para 42% dos casos, a amamentação/alimentação mais freqüente era a noturna, 40% assumiram ter por hábito colocar açúcar na mamadeira e 54% afirmaram não realizar qualquer técnica de higiene após a amamentação/alimentação de seus bebês.

Concluiu-se que apesar das campanhas educativas a nível nacional, para o grupo pesquisado a amamentação até 6 meses não constituiu principal forma de alimentação dos bebês. Da mesma forma pôde-se observar que o conhecimento a respeito de cuidados com relação à higiene oral dos bebês/crianças não foi suficiente.

 Ib100

Prevalência de traumatismos dentários em bebês

MIRANDA, L. M. S., MARTINS, P.*, NORONHA, S., ALCÂNTARA, P., MIRANDA, M. S.

Marinha do Brasil / Dentística - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: paulagelmini@globo.com

O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de traumatismos dentários em crianças de 0 a 36 meses, em relação ao sexo e a idade, bem como os tipos de trauma e os dentes envolvidos. Foi realizado um estudo retrospectivo nos prontuários da Clínica de Bebês da Policlínica Naval N. S. da Glória, no Rio de Janeiro, referência para atendimento de crianças nessa faixa etária. Foram analisados 1.042 prontuários, correspondentes a 36 meses, realizado por um único avaliador. A estatística descritiva mostrou que, 87 (8,35%) tinham história de trauma dentário. Destes, 57 (65,52%) eram do sexo masculino e 30 (34,48%) do feminino. A freqüência de pacientes com trauma por faixa etária em ordem decrescente foi: 39,08% de 25 a 30 meses; 35,63% de 13 a 18; 19,54% de 19 a 24; 3,45% de 7 a 12, 2,30% de 31 a 36 e nenhum caso de 0 a 6 meses. Do total de pacientes com trauma, 36 apresentaram mais de um trauma, perfazendo um total de 126 casos: 46,83% de luxação; 29,37% de fratura coronária; 11,11% de intrusão; 7,14% de avulsão; 4,76% de alteração de cor e 0,79% de fratura radicular. Dos dentes envolvidos, os incisivos centrais superiores apareceram numa freqüência de 88,89%, seguidos dos laterais superiores com 7,94% e incisivos inferiores com 3,17%. O teste c2 (p < 0,05) mostrou associação entre o número de pacientes com trauma e o sexo.

Os autores concluíram que foi observada uma maior prevalência de trauma: 1- no sexo masculino, 2- nas faixas etárias de 25 a 30 e de 13 a 18 meses, 3- o tipo de trauma mais freqüente foi a luxação e 4- os dentes mais envolvidos são os incisivos centrais superiores.

 Ib101

Avaliação em radiografias panorâmicas da prevalência de anomalias dentárias em crianças de 2 a 11 anos

SOUZA, R. O. A.*, PESSOA, C. N., MENDES, A. C. R., NÓBREGA, C. B. C., VALENÇA, A. M. G.

Clínica e Odontologia Social - Universidade Federal da Paraíba. E-mail: roas2000@bol.com.br

O presente estudo se propôs a verificar, por meio de radiografias panorâmicas, a prevalência de anoma­lias dentárias (AD) em 496 crianças (256 meninos e 240 meninas) na faixa etária de 2 a 11 anos (8,50 ± 1,96), atendidas em serviço radiológico na cidade de João Pessoa (PB). Avaliou-se a ocorrência de AD de número, forma, tamanho, posição e estrutura, sendo os dados submetidos aos testes do qui-quadrado e exato de Fisher, com nível de significância de 95% (p < 0,05). A prevalência de AD foi de 74% (n = 367), das quais 17,9% (n = 66) corresponderam a AD de número (anodontia - 68,2%; extranumerário - 31,8%), 2,7% (n = 8) de forma (dilaceração - 50%; geminação - 21,5%; fusão - 12,5%; taurodontia - 12,5%; dens in dente - 12,5%), 2,4% (n = 9) de tamanho (microdontia - 88,9%; macrodontia - 11,1%), 83,1% (n = 305) de posição (giroversão - 89%; impactação - 9,8%; transposição - 0,9%; erupção ectópica - 0,3%) e 0,5% (n = 2) das AD de estrutura (displasia dentinária - 100%). As AD estiveram presentes em 50,13% (n = 184) das crianças do gênero masculino e 49,87% (n = 183) do feminino (p > 0,05), sendo as anomalias de posição mais prevalentes (p < 0,05) nas meninas (52,45%; n = 160) em relação aos meninos (47,54%; n = 145).

Conclui-se ser elevada a prevalência de AD na amostra, particularmente as anomalias de posição e número, sendo a ocorrência das AD de posição influenciada pelo gênero. Tal fato denota a importância do exame radiográfico de rotina no diagnóstico precoce das anomalias dentárias na perspectiva que o tratamento adequado destas patologias possa ser instituído. (Apoio: PIBIC/CNPq/UFPB.)

 Ib102

Perfil dos médicos pediatras em função de seu conhecimento e condutas sobre a saúde oral de bebês

ALMEIDA, P. A.*, MIRANDA, L. M. S., CABRAL, C. A., SOUZA, C. F., MIRANDA, M. S.

Marinha do Brasil / Dentística - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: priscila.almeida@terra.com.br

O objetivo deste trabalho foi verificar o perfil dos médicos pediátricos da Marinha do Brasil em função de seus conhecimentos e atitudes frente a aspectos relacionados à saúde oral dos bebês, como a doença cárie, aleitamento natural e artificial, higienização bucal, uso do flúor, hábitos não nutritivos e encaminhamento ao odontopediatra. Foi utilizado um questionário com perguntas abertas e fechadas relativas à proposição do trabalho, distribuído para 34 médicos pediatras, sendo 15 militares e 19 civis. Por meio de estatística descritiva em forma de distribuição de freqüências e percentuais, encontrou-se como resultados que apenas 12% dos profissionais pesquisados tiveram aprendizado em Odontologia durante sua formação acadêmica, 73% consideram a lesão da doença cárie somente na forma de cavitação, 59% relacionam amamentação à cárie, 82% não recomendam acréscimo de açúcar ao leite artificial, 88% recomendam o início da higiene bucal a partir dos 6 meses, 26% indicam suplemento de flúor, sendo que 62% conhecem seu efeito tóxico. Todos os profissionais recomendam a chupeta de forma racional, sendo que 56% indicam a ortodôntica e 62% aconselham a interrupção de seu uso até os 2 anos. 61% encaminham os pacientes para o odontopediatra aos 6 meses de idade.

Os autores concluíram que: 1- A maioria dos médicos pediatras está informada sobre a saúde oral dos bebês. 2- Observou-se que há pouco ensinamento sobre Odontologia na formação do médico pediatra. 3- Existe desconhecimento das lesões da doença cárie na forma inicial. 4- Alguns profissionais ainda utilizam suplemento de flúor.

 Ib103

Educação em sala de espera: alternativa à promoção de saúde bucal em clínica de graduação odontopediátrica

MACEDO, L. A.*, MOCHIDOME, F. I., PAIVA-NOVAES, M. S., WANDERLEY, R. L.,
MOREIRA, M. R.

Odontologia Pediátrica - Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: lualvesmacedo@bol.com.br

A prevenção em Odontologia tem fundamental importância na melhoria das condições de saúde bucal. A educação busca a orientação do paciente evitando doenças bucais. Objetivou-se orientar e motivar pais e crianças, para que sejam atuantes na prevenção de doenças bucais, aproveitando o tempo ocioso que ficam aguardando na sala de espera. O projeto foi realizado na sala de espera da Clínica de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia. Um questionário foi aplicado para avaliar o nível de conhecimento dos pais e, através das respostas, os temas abordados foram selecionados. Minipalestras foram realizadas utilizando recursos didáticos. Um questionário final foi aplicado para avaliar o grau de assimilação e envolvimento. Os resultados foram obtidos de uma comparação entre o ques­tionário inicial e o final com intervalo de 2 anos. No início, 78% dos pais nunca havia recebido instruções sobre saúde bucal; não sabiam que a cárie é uma doença (98,3%) e, com as apresentações do projeto, suas dúvidas foram solucionadas (86,3%); inicialmente, os pais não tinham conhecimento da necessidade de auxiliarem na higiene de seus filhos, visto que 67% das crianças faziam sua própria escovação, independente da faixa etária e grau escolar; no questionário final os pais (100%) afirmaram uma mudança de comportamento em relação aos cuidados com a saúde bucal das crianças.

Concluiu-se que os conhecimentos adquiridos propiciaram uma nova visão familiar com relação à manutenção de saúde bucal.

 Ib104

Impacto da manutenção preventiva na experiência de cárie em crianças de 12 anos de idade

TORRES, C. S.*, MARTINS, C. C., PAIVA, S. M., MARTINS, L. H. P. M., AUAD, S. M. S.

Odontopediatria e Ortodontia - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: cintiasilt@bol.com.br

Tem-se observado um declínio nos índices de cárie dentária em diversos países do mundo nos últimos anos. Muitos fatores têm sido atribuídos como responsáveis por este declínio, dentre eles, programas preventivos. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto do Programa de Manutenção Preventiva do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da UFMG na prevalência de cárie dentária em crianças atendidas pela Clínica de Odontopediatria desta entidade. Este estudo foi realizado a partir da análise das fichas clínicas de 115 crianças de 12 anos de idade, onde coletou-se dados sobre o CPO-D mais recente e a periodicidade das visitas de retorno ao Programa. Foi encontrado um CPO-D médio de 1,37, sendo inferior aos índices encontrados em crianças da mesma idade em outras cidades do Brasil. Observou-se também um predomínio do componente obturado, sendo que 91,3% das crianças se apresentaram sem lesões cariosas. Em relação à periodicidade das visitas de retorno ao Programa foi observado um predomínio de visitas anuais entre os anos de 1994 a 2000 (74,78% das crianças visitaram o programa uma vez ao ano). Esta periodicidade tem se mostrado suficiente para manter a saúde bucal dos pacientes, considerando o maior número de crianças com menores valores de CPO-D.

Tendo em vista o baixo CPO-D e o elevado número de crianças sem lesões cariosas em dentes permanentes, mostrou-se evidente o impacto positivo deste Programa de Manutenção Preventiva na promoção e manutenção da saúde bucal dos pacientes infantis. (Apoio: PID/PROGRAD/UFMG.)

 Ib105

Avaliação do grau de conhecimento de ginecologistas e cirurgiões-dentistas sobre o atendimento odontológico em gestantes

MUNHOZ, E. A.*, RIOS, D., TELLES, P. D. S., MACHADO, M. A. A. M.

Faculdade de Odontologia de Bauru - Universidade de São Paulo. E-mail: etiamfob@yahoo.com

O tratamento odontológico da gestante é importante para a preservação da saúde bucal da mãe e do bebê. Desde que se conheça e se respeite suas particularidades não há empecilhos para seu atendimento, no entanto é notória a negligência com relação a Odontologia na gravidez. Diante disto, os objetivos do estudo foram verificar: o interesse de ginecologistas (G) e cirurgiões-dentistas (CD) pela saúde bucal das gestantes; o conhecimento dos CD sobre suas particularidades odontológicas e a integração entre G e CD. Foram distribuídos em Bauru - SP 30 questionários para G e 45 para CD, contendo 55 questões testes, sendo que 60% dos G e 45% dos CD responderam. A análise das respostas dos G revelou que: 72% deles orientam as pacientes sobre saúde bucal, no entanto 66% não sabem que a cárie é transmissível. Quando questionados sobre a etiologia da doença, 84% erraram, 67% afirmou haver perda de minerais dos dentes da gestante para o bebê, além de 62% deles prescreverem flúor. Já os CD não apresentaram conhecimentos básicos sobre gestantes: 78% não sabem o sal anestésico adequado, 72% não fazem uso de vasoconstritor, 48% não prescrevem o analgésico indicado, 50% desconhecem o tumor gravídico e somente 39% acertaram o que é hipotensão postural e como preveni-la. Apenas 28% dos CD trocam informações com G, e o inverso ocorre em 50% dos casos.

Constatou-se a necessidade de integração entre Ginecologia e Odontologia, e maior preparo científico desta, o que favorecerá uma transferência homogênea de conhecimentos para melhor atender às necessidades da saúde bucal e geral de gestantes.

 Ib106

Avaliação do vedamento marginal de materiais restauradores provisórios em cavidades classe I de molares decíduos

LEIVAS, L. L.*, WIENKE, A. F., CENCI, M. S., ROMANO, A. R.

Universidade Federal de Pelotas. E-mail: llleivas@ufpel.tche.br

Em função da importância clínica, objetivamos avaliar in vitro o vedamento marginal de materiais restauradores “provisórios”, em cavidades classe I de molares decíduos. Foram confeccionadas, de forma padronizada, 80 cavidades com margens em esmalte, duas por dente, divididas em quatro grupos, de acordo com o material restaurador. Após a fase clínica, os dentes foram termociclados (500 ciclos, 5-55ºC, 30 s cada), vedados, imersos em azul de metileno 0,5% por 8 h, lavados, seccionados longitudinalmente, sentido mésio-distal, identificados e avaliados na lupa estereomicroscópica. Os escores de infiltração foram atribuídos em escala de 0-3, de forma individual, por 2 examinadores treinados, chegando ao consenso. O grau de infiltração foi (n/escore) de 3/0, 1/1, 1/2, 15/3 para o Grupo I (IRM - SS White); de 10/1, 9/2, 1/3 no Grupo II (Vidrion R - Dentsply)); de 3/0, 16/1, 1/2 no Grupo III (Vidrion R c/tratamento dentina/centrix) e de 5/0, 12/1, 2/2, 1/3 para o grupo IV (Ketac Molar - ESPE c/tratamento dentina). Os resultados, submetidos ao teste de Kruskal-Wallis, revelaram que os Grupos I e II foram diferentes estatisticamente entre si e dos Grupos III e IV. Não houve diferença significante entre os grupos III e IV.

Quando utilizado dentro do rigor da técnica, o Vidrion R comporta-se semelhante ao Ketac molar, sendo os mesmos eficientes no vedamento marginal em dentes decíduos. O IRM foi o material de pior desempenho e, cuja forma de penetração do corante leva-nos a sugerir estudos reavaliando a leitura bidimensional de infiltração em cavidades. (Apoio: CNPq.)

 Ib107

Prevalência da mordida cruzada posterior e sua etiologia

TORRES-NEVES, C. D. T.*, PISSULIN, C. N. A., NEVES, C. D. T. T., NEVES, C. S.,
NETO-NEVES, J. R., SEMEGHINI, T. A.

Odontologia - Universidade do Oeste Paulista. E-mail: cicineves@hotmail.com

A proposta do presente trabalho foi avaliar a prevalência da mordida cruzada posterior numa determinada população de escolares e relacionar com possíveis fatores etiológicos. Os dados observados neste trabalho originaram da avaliação de 1.509 crianças de ambos os sexos, nas faixas etárias de 4 a 5 e 8 a 12 anos, compondo uma amostra aleatória das redes escolares estadual e particular, e creches municipais, nas cidades de Presidente Prudente e Pirapozinho - SP. O trabalho foi realizado em duas etapas: 1) exame de oclusão, onde foi observado a presença ou não da mordida cruzada posterior (MCP) podendo a mesma ser unilateral (MCPU) ou bilateral (MCPB), e 2) um questionário foi preenchido pelos pais, para investigação dos fatores etiológicos desta maloclusão. Nos resultados obtidos do exame de oclusão, foram encontrados 10,41% de casos de MCP. Os casos de MCPU foram estatisticamente o de maior prevalência em ambas ­faixas etárias, sendo que a MCPU direita no sexo feminino mostrou diferença significativa na faixa etária de 4 a 5 anos. Através do questionário, observamos que o fator determinante da MCP é dado principalmente por pacientes com hábito de sucção e problemas respiratórios.

Concluímos que a MCPU direita é a de maior prevalência am ambas faixas etárias, e para o sexo feminino na idade de 4 a 5 anos. Os fatores etiológicos de maior prevalência nas MCP são hábito de sucção e problemas respiratórios.

 Ib108

Perfil dos médicos pediatras em função de seu conhecimento e condutas sobre a utilização de flúor em crianças

SOUZA, C. F.*, ALMEIDA, P. A., MIRANDA, L. M. S., CABRAL, C. A., MIRANDA, M. S.

Marinha do Brasil / Dentística - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: cristianefereir@ig.com.br

O objetivo deste trabalho foi verificar o perfil dos médicos pediátricos da Marinha do Brasil em função de seus conhecimentos e atitudes frente ao uso de flúor em crianças. 34 médicos pediatras foram avaliados, por meio de questionário contendo perguntas relativas à indicação de flúor, formas de administração e apresentação, o efeito sobre os dentes e sua toxicidade. Os resultados encontrados, mostrados através de estatística descritiva, foram: 61% consideram que o efeito do flúor sobre os dentes é exclusivamente tópico, enquanto 21% consideram o efeito sistêmico e 18% os dois efeitos, 26 % indicam suplemento de flúor, sendo que todos o fazem na forma de polivitamínico. O efeito tóxico é conhecido por 62% dos profissionais, sempre na forma crônica. Quanto à forma de apresentação, 31% o reconhecem no dentifrício, 24% na solução para bochecho, 37% na aplicação profissional e 8% associado a colutórios.

Os autores concluíram que: 1- a maioria dos médicos pediatras não indica suplemento de flúor, e quando o fazem é na forma de polivitamínicos, 2 - muitos desconhecem a existência de flúor nos dentifrícios. 3 - nenhum profissional conhece a toxicidade do flúor na sua forma aguda, embora muitos reconheçam a sua forma crônica.

 Ib109

Ultra-estrutura do esmalte de dentes decíduos condicionados pelo ácido maleico a 10% ou fosfórico a 35%

LACAVA, L. M. A.*, FAVA, M., RAMOS, C. J., BARBOSA, C. S.

Odontologia Social e Clínica Infantil - Universidade Estadual Paulista. E-mail: lmla@directnet.com.br

O objetivo deste estudo in vitro foi de avaliar ao microscópio eletrônico de varredura, a micromorfologia do esmalte de dentes decíduos após o condicionamento com ácido fosfórico a 35% e maleico a 10%, com tempos de 7, 15, 30 e 45 s, sobre a superfície vestibular de molares decíduos. Foram selecionados 32 molares decíduos, clinicamente hígidos, esfoliados naturalmente ou extraídos por indicações clínicas, armazenados em solução salina e timol a 0,1% à temperatura ambiente. As amostras sofreram limpeza coronária com pasta de pedra-pomes e água em baixa velocidade e foram divididas aleatoriamente em 8 grupos experimentais, com 4 dentes em cada grupo. As amostras dos grupos 1 a 4 receberam ácido fosfórico a 35%, nos tempos de 7, 15, 30 e 45 s. As amostras dos grupos 5 a 8 receberam ácido maleico a 10%, nos tempos de 7, 15, 30 e 45 s. Após, todos os espécimes foram lavados com spray de ar/água durante 30 s. Foram desidratados, montados em bases metálicas, cobertos com ouro e examinados em um microscópio eletrônico de varredura (Jeol, JSM-6100).

A análise das fotomicrografias revelou que as amostras dos grupos 1, 2 e 3 apresentaram predominância do padrão tipo I, enquanto nos grupos 4 e 8 observou-se uma predominância do padrão tipo II. Já nos grupos 5, 6 e 7 não houve formação de nítidos padrões de condicionamento. Em todos os grupos, quanto maior o tempo de aplicação do agente condicionador, os variados padrões de condicionamento mostram-se mais evidentes.

 Ib110

Opinião dos pais em relação a sua permanência durante o atendimento odontológico da criança

RIBEIRO JR., H. C.*, OLIVEIRA, A. C. B., FERREIRA, C. M., PAIVA, S. M., PORDEUS, I. A.

Odontopediatria e Ortodontia - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: humbertodecamposjr@yahoo.com.br

A presença ou não dos pais no consultório, durante o atendimento odontopediátrico, pode influenciar no controle do comportamento infantil. O objetivo desta pesquisa foi analisar a postura dos pais com relação à sua permanência, junto à criança, durante a consulta odontológica. Participaram deste estudo 75 pais de alunos, na faixa etária de 2 a 6 anos, das escolas CECAF e Sagrado Coração de Jesus, na cidade de Belo Horizonte - MG. A coleta de dados foi feita através de um questionário estruturado, com o termo de consentimento assinado pelos participantes em anexo, sendo a análise estatística realizada no software Epi Info 6.04, utilizando-se os testes t de Student e qui-quadrado. Os resultados apontaram que a maioria dos participantes (82,7%) julgou válido permanecer dentro do consultório enquanto a criança é atendida pelo dentista (p = 0,000). Desses, 71% justificaram que sua presença deixaria a criança mais calma (p = 0,000). Do total de pais que considerou importante ficar dentro do consultório, 92,3% já tinham vivenciado esta experiência, sendo esta uma relação estatisticamente significante (p = 0,000). Não houve uma relação estatisticamente significativa (p > 0,05) entre a idade das crianças e o fato dos pais optarem por ficar junto ao filho(a) durante a consulta.

Baseado neste estudo, concluiu-se que os pais consideram importante permanecer no consultório com os filhos, garantindo tranqüilidade e segurança para os mesmos durante a consulta, independente da idade que a criança possua. (Apoio: PROBIC/FAPEMIG.)

 Ib111

Avaliação dos efeitos do laser de diodo associado ou não ao flúor na superfície do esmalte dental: estudo in vitro

AZEVEDO, L. H.*, EL MURR, I., RODRIGUES, C. R. M. D., FONOFF, R. N.

Odontopediatria - Universidade de São Paulo. E-mail: luciane_azevedo@ig.com.br

Vários estudos têm demonstrado o potencial do laser no campo da prevenção. Este estudo tem como objetivo observar os efeitos do laser de diodo associado ou não ao fluorfosfato acidulado na superfície de esmalte dental em relação à morfologia. Foram utilizados 10 elementos dentários humanos que foram divididos em cinco grupos com duas amostras cada: Grupo I - FFA (face V) e nenhum tratamento (face L/P); Grupo II - irradiação com diodo (face V) e nenhum tratamento (face L/P); Grupo III - FFA (face V) e nenhum tratamento (face L/P) – ácido lático nas duas faces; Grupo IV - irradiação com diodo (face V) e nenhum tratamento (face L/P) – ácido lático nas duas faces; e Grupo V - irradiação com diodo + FFA (face V) e nenhum tratamento (face L/P) – ácido lático nas duas faces. O laser utilizado nesse experimento foi o laser Opus 10, laser infravermelho com comprimento de onda de 808 nm, potência de 2,0 W e 200 J/cm2. Todas as amostras foram observadas através da microscopia eletrônica de varredura. Como resultados, foram observados alterações na morfologia das amostras irradiadas, obtendo-se uma camada de esmalte ressolidificada e de aspecto homogêneo. Produtos de reação foram encontradas nas amostras em que foram aplicadas o FFA. As superfícies do esmalte do grupo irradiado com laser e/ou flúor foram menos afetadas morfologicamente pelo desafio ácido em relação ao controle (somente com ácido lático).

A combinação da irradiação e o uso do FFA sugere menos ataque na superfície do esmalte do que o controle e também em relação aos demais grupos.

 Ib112

Cinética do flúor na saliva após o uso de goma de mascar fluoretada

BRIGHENTI, F. L.*, BIJELLA, M. F. B., BUZALAF, M. A. R., BIJELLA, M. F. T. B.

Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva - Universidade de São Paulo. E-mail: ferbrighenti@terra.com.br

Há uma relação direta entre o uso do flúor (F) e a prevenção da cárie dentária. O objetivo deste estudo foi observar a cinética do F na saliva após a utilização da goma de mascar Happydent (0,4 mg F, como MFP, conforme rótulo). Para isto, foi coletada a saliva de quinze voluntários, com idades entre 7 e 9 anos, nos tempos 0, 3, 6, 9, 15, 30, 45 minutos após a utilização de Trident (controle). 48 horas depois a coleta foi repetida usando-se a goma Happydent. O F foi medido com o eletrodo íon específico (Orion 9609), sendo que 0,25 ml da amostra de saliva foram tratados com 0,25 ml de ácido clorídrico 2 M por 1 h a 45ºC para hidrólise do F ionizável. Depois foi feita neutralização com 0,5 ml de hidróxido de sódio 1,0 M e tamponamento com 0,1 ml de TISAB III. Os dados foram analisados através de ANOVA a 2 critérios e teste de ­Tukey (p < 0,05). As concentrações médias (mg/ml) ± DP de F na saliva variaram de 26,70 ± 4,37 a 0,57 ± 0,45 e de 0,85 ± 0,22 a 0,33 ± 0,15 para o Happydent e o Trident, respectivamente.

A concentração de F presente nas amostras de saliva após o uso do Happydent foi significantemente ­maior que aquela após o uso do Trident em todos os tempos experimentais, com exceção de 45 minutos. A concentração de F presente na saliva após o uso do Trident parece indicar que esta goma contém algum teor de F. Os altos teores de F originados na saliva após o uso do Happydent podem ser significantes em termos de prevenção de cáries, o que deveria ser analisado clinicamente. Por outro lado, deve-se evitar o uso do produto por crianças na faixa etária de risco para fluorose dentária.

 Ib113

Avaliação da dureza superficial de amálgamas submetidos a diferentes momentos e técnicas de polimento

SANTOS, B. M.*, CATIRSE, A. B. E. C. B., RAMOS, J. P.

Materiais Dentários e Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: alma@forp.usp.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar in vitro a dureza superficial (VHN) de diferentes tipos de ligas de amálgama em função da técnica e do momento de realização do polimento. Foram utilizadas as ligas: M1 (Velvalloy), M2 (Permite) e M3 (Dispersalloy). Para cada material duas técnicas de polimento foi avaliada: T1 - brocas multilaminadas + borrachas abrasivas + escova de Robinson com pedra-pomes e T2 - borrachas abrasivas + escova de Robinson com pedra-pomes, em dois momentos: P1 - imediato (após 15 minutos da condensação) e P2 - após 24 horas. Para cada condição experimental, foram preparados 5 corpos-de-prova utilizando-se matriz com 10 mm de diâmetro e 5 mm de altura. A dureza superficial foi determinada utilizando um microdurômetro Wolpert com carga de 100 g, por 30 s. Para cada corpo-de-prova, foram realizadas 2 medidas e a média foi determinada. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e teste complementar de Tukey. Assim, o amálgama confeccionado com a liga Velvalloy (39,0 VHN) apresentou menor dureza superficial que os amálgamas de Dispersalloy (50,1 VHN) e Permite (58,9 VHN), este por sua vez apresentou maior média. A Técnica T1 (46,8 VHN) determinou menor dureza que a técnica T2 (51,8 VHN). Os amálgamas submetidos a P1 (40,5 VHN) apresentaram menores valores que P2 (58,1 VHN).

De acordo com a metodologia pode-se concluir que utilizando-se a liga Permite com polimento após 24 horas a dureza da restauração é maior, e que a técnica T2 (borrachas abrasivas + escova de Robinson com pedra pomes) favorece a maior dureza de amálgamas dentais.

 Ib114

Microinfiltração em dentes decíduos restaurados com resina composta preparados com laser de Er:YAG

HAYASHI, P. M.*, MYAKI, S. I., LEMOS, S., MARTINS C. M. L, GANZERLA, E., BALDUCCI, I., MELLO, G. P. S., MELLO, J. B.

Odontologia Social e Clínica Infantil - Universidade Estadual Paulista. E-mail: hayashi_p@uol.com.br

O objetivo deste estudo in vitro foi de avaliar a microinfiltração em molares decíduos preparados com laser de Er:YAG e restaurados com resina composta. Foram utilizados quinze dentes, onde foram preparadas cavidades classe V na face vestibular e lingual, com margens em esmalte. As amostras foram divididas em três grupos: Grupo 1 (n = 5): controle, preparo cavitário com instrumento cortante rotatório (ICR), condicionamento com ácido fosfórico a 35%, sistema adesivo Single Bond (3M) + resina composta Z100 (3M); Grupo 2 (n = 5): preparo com laser Er:YAG (Twinlight - Fotona) com 400 mJ de energia por pulso e freqüência de 10 Hz, condicionamento com ácido fosfórico a 35%, sistema adesivo Single Bond (3M) + resina composta Z100 (3M); Grupo 3 (n = 5), igual ao Grupo 2, sem o condicionamento ácido. Após o polimento, os espécimes foram submetidos a ciclagem térmica (500 ciclos - 5ºC e 55ºC - 30 segundos em cada banho), impermeabilizados e imersos em azul de metileno a 0,5%, por 4 horas. Em seguida, os dentes foram seccionados longitudinalmente e avaliados quanto ao grau de microinfiltração. Os resultados obtidos demonstraram que os preparos com ICR propiciou os menores valores de microinfiltração na margem oclusal e a análise estatística (teste de Kruskal-Wallis, p = 0,044) indicou diferença significante. Na margem cervical os valores de microinfiltração foram semelhantes e a análise estatística (teste de Kruskal-Wallis, p = 0,36) indicou não haver diferença significante.

Concluiu-se que o uso do laser Er:YAG propiciou os maiores valores de microinfiltação, independente do pré-tratamento na margem oclusal. Na margem cervical não houve diferença entre os grupos.

 Ib115

Avaliação da superfície do gesso tipo IV quando submetida a diferentes soluções para desinfecção

RODRIGUES, F. P.*, SAAVEDRA, G. S. F. A., VICENTE, M. M., KIMPARA, E. T.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: rodrigues_fp@fosjc.unesp.br

O objetivo desse estudo foi avaliar a ação de diferentes métodos de desinfeção de modelos de gesso com várias soluções desinfetantes (hipoclorito de sódio 1%, ácido peracético 0,2%, glutaraldeído 2%, solução enzimática e clorexidina 2%) em dois tempos (10 e 30 minutos) e em dois métodos (imersão e aspersão) com o auxílio de um rugosímetro. Foram confeccionados 63 corpos-de-prova constituídos por um cubo de dimensões 20 mm x 20 mm x 5 mm. Todos os corpos-de-prova foram submetidos a desinfeção e posteriormente lavados em água corrente durante 15 segundos, constituindo 20 grupos experimentais e um grupo controle no qual os corpos-de-prova não sofreram qualquer procedimento de desinfeção. Os dados obtidos, submetidos a análise de variância (5%) e teste de Tukey (5%), revelaram que o efeito meio foi significante (F4;40 = 3,84; p = 0,009, p < 0,05). O valor de p obtido para os efeitos: (i) tempo (F1;40 = 3,73; p = 0,0605); (ii) interação método e tempo foram quase significantes (F3;40 = 3,49; p = 0,0692, p > 0,05). Para o efeito meio, o ácido peracético 2% apresentou corpos-de-prova com maior rugosidade, enquanto que a clorexidina 2% com menor. O glutaraldeído 2%, a solução enzimática e o hipoclorito de sódio 1% ocupam uma posição intermediária, de mesmo comportamento, entre o ácido peracético 2% e a clorexidina 2%.

Podemos concluir que, quanto a valores de rugosidade, a desinfecção do gesso tipo IV com ácido peracético 2% foi mais significante que as demais sendo que o menor valor correspondeu ao da clorexidina 2%.

 Ib116

Avaliação da interface de restaurações adesivas expostas a dois clareadores

LIMA, D. A. N. L.*, CAVALCANTI, G. B. W., MICUCCI, A. K. P., SANTOS, M. C. M. S.,
ASFORA, K. K.

Faculdade de Odontologia de Pernambuco - Universidade de Pernambuco. E-mail: guilhermecavalcanti@mailbr.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade seladora das margens em esmalte restauradas com ionômero de vidro Vitremer, resinas Z250 e Z250 Flow (3M), através da penetração do corante e microscopia de varredura (MEV), após exposição a dois clareadores. Foram selecionados 60 dentes molares que receberam restaurações classe V com margem em esmalte, divididos em: (A- Filtek Z250; B- Vitremer; C- Flow Z250) e para cada tipo de cla­reador subgrupos (H2O2 7,5% - Day White 1) e (peróxido de carbamida 10% - Nite White 2) para controle (sem clareamento, 3). Os grupos controle com 4 espécimes cada e os experimentais 8. O controle foi armazenado em solução fisiológica 0,9%, 37ºC e os experimentais expostos aos clareadores por 12 dias à temperatura de 37ºC. Em seguida os espécimes foram submetidos à 150 ciclos térmicos de 30” nas temperaturas de 5º a 40ºC, impermeabilizados e imersos em fucsina básica 0,5%, 37ºC, 24 h. Os dentes foram seccionados e analisados por 3 examinadores e os dados submetidos aos testes estatísticos Kruskal-Wallis (5%) e o grau de concordância entre avaliadores ao teste de kappa. Foram retirados 9 espécimes, 1 de cada subgrupo e preparados para observação em MEV (T200-Jeol). Os resultados apresentaram uma boa concordância entre os avaliadores e para penetração do corante não houve diferença significativa na infiltração. A observação em MEV demonstrou presença de fendas nos espécimes clareados e não clareados concordando com 8 das 9 análises de infiltração do corante.

Os clareadores parecem não influenciar significativamente sobre margens de restaurações em resina composta.

 Ib117

Estudo rugosimétrico do polimento e repolimento de amálgamas em função de técnicas e momentos – avaliação após 24 h

COLUCCI, V.*, RAMOS, J. P., CATIRSE, A. B. E. C. B.

Materiais Dentários e Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: vicolucci@bol.com.br

A proposta do presente estudo foi analisar a rugosidade superficial de amálgamas em função de tipos de ligas (M1 - Logic; M2 - Permite; M3 - Dispersalloy e M4 - Velvalloy), técnicas de polimento (T1 - brocas multilaminadas + borrachas abrasivas e Amalgloss; T2 - borrachas abrasivas + Amalgloss e T3 - ponta de carbeto + Amalgloss) e momentos de realização do polimento (P1 - imediato; P2 - imediato + repolimento após 24 horas; P3 - após 24 horas). Foram confeccionados 5 corpos-de-prova para cada condição experimental, totalizando 180, os quais foram imersos em saliva artificial. Os resultados (em mm) foram submetidos à análise de variância (p £ 0,05) e teste complementar de Tukey. Os materiais M1 (0,83) e M2 (0,82) foram estatisticamente iguais e apresentaram menor rugosidade superficial que M3 (0,91) e M4 (1,34), sendo que este último apresentou maior média. O repolimeto (P2 - 0,75) determinou menor rugosidade superficial, seguido pelo polimento P3 (0,93) e P1 (1,25), que apresentou maior média. Para o fator técnica de polimento, T2 (0,83) determinou menor média, enquanto T3 (1,07) maiores, ficando T1 (1,02) em posição intermediária.

Concluiu-se que: 1) amálgamas com alto teor de cobre (Logic, Permite e Dispersalloy) apresentaram menor rugosidade superficial que aqueles confeccionados com a liga convencional (Velvalloy); 2) o repolimento apresentou menores níveis de rugosidade superficial; 3) quando se realiza o repolimento (P2) a técnica T2 (borrachas abrasivas + Amalgloss e T3  - ponta de carbeto + Amalgloss) deve ser empregada. (Apoio: FAPESP - 00/04511-0.)

 Ib118

Avaliação da dureza de superfície de compósito híbrido, usando diferentes intensidades de luz e incrementos

AZEVEDO, L. F.*, VIEIRA, S., MAZUR, R., SOUZA, E. M.

Ciências Biológicas - Pontifícia Universidade Católica do Paraná. E-mail: lufoltran@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi avaliar a microdureza de superfície de um compósito híbrido, usando 3 diferentes intensidades de luz, uma inserção incremental e uma polimerização de grande intensidade em única inserção. Uma matriz metálica foi utilizada para confeccionar 30 espécimes que foram divididos em 3 grupos. Diferentes intendades de luz e tempos de polimerização foram utilizados para cada grupo. Grupo 1: 3 incrementos (10 segundos e 200 mW/cm2; 10 segundos e 300 mW/cm2; 20 segundos e 600 mW/cm2); Grupo 2: 3 incremetos (10 segundos e 200 mW/cm2; 10 segundos e 400 mW/cm2; 20 segundos e 600 mW/cm2); Grupo 3: único incremento (40 segundos e 800 mW/cm2). Os espécimes foram armazenados em água destilada por 31 dias à 37ºC e submetidos ao teste de dureza Vickers. Duas mensurações foram realizadas para cada superfície dos espécimes. ANOVA e teste Tukey foram realizados para detectar diferenças significativas entre os grupos (p < 0,05). Os resultados mostraram que o grupo 3 apresentou os maiores valores de dureza quando comparado aos outros grupos. Não houve diferenças nas mensurações superiores entre os grupos 1 e 2. As mensurações inferiores mostraram valores significativamente mais baixos para o grupo 1 quando comparado com os grupos 2 e 3.

A inserção em massa resultou em maior dureza do que a inserção incremental do compósito independentemente da intensidade de luz e local da mensuração. Diferentes intensidades de luz levaram a diferentes resultados de dureza apenas para as mensurações inferiores em todos os grupos.

 Ib119

Influência do selante de superfície na liberação e incorporação de flúor de materiais resinosos

VALARELLI, D. P.*, BIJELLA, M. F. B., BUZALAF, M. A. R., BIJELLA, M. F. T. B.

Ciências Biológicas - Universidade de São Paulo. E-mail: valarelli@yahoo.com.br

Os selantes de superfície foram formulados para penetrar nas fendas interfaciais e irregularidades, dificultando a infiltração nas restaurações de materiais resinosos. O objetivo deste estudo in vitro, foi avaliar a influência do selante de superfície na liberação e incorporação de flúor de materiais restauradores estéticos. Para isto, foram confeccionados 16 corpos-de-prova de cada material (Vitremer (VIT) e Ariston AT (ARI)) que foram divididos em dois grupos: grupo A - com selante de superfície (Finishing Gloss (Fin) e Fortify (Fort), respectivamente) e grupo B - sem selante de superfície. Os espécimes foram submetidos à ciclagem dinâmica des-remineralização e a liberação de flúor foi analisada diariamente por eletrodo específico (Orion 9609), durante 15 dias. Após este período os espécimes foram imersos por 1 minuto em gel de APF a 1,23% e avaliados por mais 7 dias. A liberação média de F (mg/mm2/dia ± DP, n = 8) foi para o 1º dia, 0,57 ± 0,10 (ARI), 0,74 ± 0,06 (ARI + Fort), 1,16 ± 0,28 (VIT) e 0,99 ± 0,10 (VIT + Fin); para o 7º dia, 0,19 ± 0,02 (ARI), 0,14 ± 0,01 (ARI + Fort), 0,22 ± 0,07 (VIT), 0,24 ± 0,02 (VIT + Fin) e para o 15º dia, 0,08 ± 0,01 (ARI), 0,06 ± 0,01 (ARI + Fort), 0,04 ± 0,02 (VIT) e 0,07 ± 0,004 (VIT + Fin).

Ambos os materiais mostraram uma liberação de F decrescente com o tempo. Entretanto, a utilização do selante de superfície reduziu os valores da liberação, porém sem apresentar diferenças estatísticas significantes, conforme revelado pela ANOVA e teste de Tukey (p < 0,05). Os materiais apresentaram capacidade de recarga de F. A significância clínica destes achados deveria ser estudada.

 Ib120

Resistência à flexão de resina acrílica polimerizada através da energia de microondas

LUCAS, M. G.*, COMPAGNONI, M. A., BARBOSA, D. B., VAZ, G. L., PERO, A. C.

Materiais Odontológicos - Universidade Estadual Paulista. E-mail: lucasmatheus@hotmail.com

Fraturas em bases resinosas representam um problema nas reabilitações com próteses totais. Pesquisas são desenvolvidas buscando-se melhorar a resistência das resinas acrílicas, utilizando, para isso, novos métodos de processamento. O objetivo desse trabalho foi avaliar a influência de dois ciclos de polimerização por microondas sobre a resistência à flexão de um tipo de resina acrílica termopolimerizável. Para isso, três grupos foram avaliados (A, B e C). Nos grupos A e B polimerizou-se a resina acrílica (Clássico) em forno de microondas (Continental AW-30) nos seguintes ciclos: Grupo A) 3 minutos a 500 W e Grupo B) pré-polimerização com a mufla posicionada verticalmente por 13 minutos a 90 W e polimerização final por 90 segundos a 500 W com a mufla na horizontal. O Grupo C, formado por resina acrílica Clássico, foi polimerizado em banho de água quente por 9 horas a 74ºC, sendo utilizado como controle. Os corpos-de-prova (n = 9 por grupo) foram submetidos ao ensaio de flexão de três pontos na máquina para ensaios mecânicos MTS-810. As médias da tensão de ruptura (MPa) para os grupos A, B e C foram 101,27 (± 12,31), 90,66 (± 7,56) e 85,06 (± 17,50), respectivamente. A análise de variância mostrou diferença significativa entre os grupos avaliados, sendo esta evidenciada através do teste de Tukey (p < 0,05) entre os grupos A e C.

A resistência à flexão foi influenciada pelo ciclo de polimerização em microondas, uma vez que houve diferença entre os resultados obtidos no Grupo A e no grupo controle em banho de água quente (Grupo C).

 Ib121

As restrições impostas à polimerização influem na dureza da resina composta?

TANCREDO, L. L. F.*, PRAZERES, P. S. L., SCHROEDER, M., LOGUERCIO, A. D.,
BALLESTER, R. Y.

Materiais Dentários - Universidade de São Paulo. E-mail: luciane.tancredo@terra.com.br

Sabe-se que quanto maior o fator C, maiores são as restrições impostas ao processo de polimerização da resina composta, que leva à geração de tensões, que podem ficar armazenadas dentro da estrutura interna do material. Foi verificada a influência do fator C na dureza de três resinas compostas (Herculite [H], Durafil [D] e Heliomolar [R]). Espécimes cilíndricos (n = 5), 2 x 2 mm com fator C baixo (CB = 0,5) e alto (CA = “infinito”) foram confeccionados entre paredes de vidro. Para o grupo CB a união da resina era feita apenas pelas extremidades do cilindro. Para o grupo CA, a união era feita por todos os lados através de anéis de vidro tampados nas suas extremidades. Todas as paredes de vidro foram jateadas (Al2O - 150 mm), condicionadas com ácido fluorídrico (30 min), silanizadas (Silano/Dentsply). O adesivo Scotchbond era aplicado antes da inserção e polimerização da resina. Após 24 h os espécimes eram seccionados e, a dureza Knoop era mensurada em vários locais (próximo e distante da parede de vidro). Os resultados (média ± desvio padrão) estão na tabela. Em quase todos os espécimes do CA houve fratura nas paredes de vidro. Foram feitos análise de variância e teste de Tukey (0,5%). Não houve diferenças significantes nem para fator C nem para local de mensuração, sendo apenas o material significante.

 A dureza da resina composta não foi influenciada pelo fator C (ou pelas condições de restrição da cavidade).

 Ib122

Avaliação in vitro da solubilidade de três cimentos resinosos armazenados em diferentes soluções

SILVA, A. F.*, DONASSOLLO, T. A., MARTOS, J., DEL PINO, F. A. B., DEMARCO, F. F.,
OSINAGA, P. W. R.

Dentística Restauradora - Universidade Federal de Pelotas. E-mail: adriana@ufpel.com.br

O propósito deste trabalho foi de avaliar a solubilização de três cimentos resinosos: Rely X ARC (3M ESPE), Fill Magic (Vigodent) e Enforce (Dentsply), usando como controle o cimento de fosfato de zinco (DFL). Através de uma matriz metálica circular, confeccionou-se 32 corpos-de-prova para cada grupo. Os corpos foram manipulados de acordo com as instruções do fabricante e fotopolimerizados em um aparelho XL 3000 (3M ESPE) com intensidade luminosa de ± 450 mW/cm2. Lavaram-se os c.p. com água e detergente neutro seguido de enxágüe com água destilada. A amostra foi secada por 30 min em estufa a 70ºC e pesados de dois em dois em uma balança digital de alta precisão (GENAKA - AG 200) e em seguida colocados em 2 diferentes soluções (n = 16): solução salina a 0,9% e água Milli-Q. Deixou-se por tempo programado: 60 horas, 10 dias, 30 dias. Então os c.p. foram secos e pesados novamente onde à diferença de peso entre as pesagens significa a quantidade de material que se solubilizou durante tal período. Os resultados foram analisados através de ANOVA e teste de Tukey. Verificou-se que não houve significância no fator tempo de armazenagem em relação aos grupos. Entretanto, quando comparado o desempenho de cada material o grupo controle obteve maior solubilização que em relação aos cimentos resinosos (p < 0, 05), houve também diferença entre o tipo de solução, onde a solução salina obteve maior índice de solubilidade quando comparada a água Milli-Q (p < 0,05).

O grau de solubilidade foi influenciado pelos materiais e pela solução de armazenamento, mas não pelo tempo de imersão. (Apoio: FAPERGS.)

 Ib123

Microtração em dentina de adesivos “self-etching primer” e com condicionamento ácido em diferentes fatores cavitários

SOARES, F. Z. M.*, MALLMANN, A., MUENCH, A., CARDOSO, P. E. C.

Materiais Dentários - Universidade de São Paulo. E-mail: fzovico@ig.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência de união à dentina em dois fatores cavitários (5 e 1/5) utilizando dois sistemas adesivos: um com condicionamento ácido prévio (Excite - Ivoclar/Vivadent) e um “self-etching primer” (Clearfil SE Bond - Kuraray Co.). Foram confeccionadas cavidades classe I (3 mm x 4 mm x 2,5 mm) em 28 molares humanos com ponta diamantada refrigerada. Os dentes foram divididos em 4 grupos: G1: Excite + fator 1/5; G2: Excite + fator 5; G3: Clearfil + fator 1/5; G4: Clearfil + fator 5. Para determinar o fator cavitário 5, os adesivos foram aplicados em todas as paredes da cavidade (5 aderidas/1 livre). No fator 1/5, as paredes laterais foram isoladas com esmalte cosmético e o adesivo foi aplicado apenas na parede pulpar (5 livre/1 aderida). Os adesivos foram utilizados como recomendado pelo fabricante e as cavidades restauradas com a resina composta Tetric Ceram (Ivoclar/Vivadent) em bloco único e fotopolimerizada com 500 mW/cm2 por 40 s. Os dentes foram armazenados por 24 h em água destilada a 37ºC e seccionados com disco diamantado sob refrigeração em dois eixos para obter “palitos” (cps) com área aderida de aproximadamente 0,8 mm2. Os cps foram colados em dispositivo adaptado para o teste de microtração e tracionados a 1 mm/min na máquina de ensaio universal Kratos. Os resultados em MPa foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey (p < 0,05) [nº de cps]: G1 = 48,9a [43]; G2 = 35,8b [55]; G3 = 49,0a [60]; G4 = 45,9a [53].

Não houve diferença entre os adesivos no fator cavitário 1/5. No fator cavitário 5, o adesivo Excite apresentou menores resultados.

 Ib124

Estabilidade dimensional de resinas para reembasamento imediato após desinfecção em microondas

PEREZ, L. E. C.*, MACHADO, A. L., VERGANI, C. E., PAVARINA, A. C., GIAMPAOLO, E. T., AZEVEDO, A.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: lecp18@hotmail.com

Este estudo avaliou o efeito da desinfecção em microondas (650 W/6 min) sobre a estabilidade dimensional das resinas para reembasamento imediato Kooliner (K) e Ufi-Gel Hard (U). As amostras foram confeccionadas utilizando-se uma matriz circular metálica (50 x 0,5 mm) com pontos de referência. As distâncias entre os pontos foram mensuradas com o projetor de perfil Nikon. A diferença entre a dimensão linear de cada amostra e as mensurações feitas na matriz foi calculada e expressa em porcentagem de alteração. As mensurações foram realizadas imediatamente após a polimerização (I), após 2 ciclos de desinfecção em microondas (II), após 7 dias de armazenamento em água a 37ºC (III) e após 7 ciclos de desinfecção em microondas (IV). As amostras do grupo IV foram submetidas à desinfecção 1 vez ao dia, permanecendo em água a 37ºC entre as irradiações. Oito amostras foram confeccionadas para cada grupo. Os resultados foram analisados pela ANOVA e pelo teste de Kruskal-Wallis ao nível de 95%. Ambos materiais apresentaram contração imediatamente após a polimerização (K: –0,16%; U: –0,31%). O material K apresentou uma contração adicional após armazenamento em água (–0,73%) e após ter sido submetido à desinfecção em microondas (grupos II: –1,28% e IV: –1,45%). Para o material U, não houve diferença significativa entre os grupos II (–0,42%) e IV (–0,34%). Entretanto, a média obtida para o grupo II foi significativamente maior que as dos grupos I (–0,31%) e III (–0,22%).

A estabilidade dimensional das resinas K e U foi afetada pela desinfecção em microondas, que promoveu um aumento na contração.

 Ib125

Avaliação da deformação sob compressão de diferentes silicones para moldagem

CASTELLAN, C. S.*, POSKUS, L. T., GUIMARÃES, J. G. A., CARDOSO, P. E. C.

Materiais Dentários - Universidade de São Paulo. E-mail: carinacastellan@hotmail.com

O desenvolvimento de propriedades elásticas pode ser avaliado pelo teste de deformação sob compressão (DC). O objetivo desse estudo foi analisar a DC de 5 silicones por condensação [Optosil & Xantopren/Kulzer (OX), 3M/3M (M), Speedex/Coltène (S), Silon/Dentsply (Si), Equal/Rhodia (Eq)] e de 3 por adição [Express/3M (E), Splash/Discus (Sp), Experimental/Rhodia (Exp)], nas consistências leve (L) e pesada (P). Os materiais foram proporcionados e manipulados (recomendações dos fabricantes) sob temperatura e umidade controladas (23 ± 1ºC/50 ± 5%). Posteriormente, o material foi inserido numa matriz de aço (Ø = 12,5 mm, h = 20 mm) e, atingido 1,5 min, o conjunto foi imerso em água a 32 ± 1ºC até o tempo recomendado pelos fabricantes para remoção da boca. Decorrido 1 min após a remoção da água, a amostra foi retirada do molde e uma deformação sob compressão de 12% foi aplicada por 30 s, segundo a norma nº 19 da ADA. Após um intervalo de 30 s a DC foi calculada (%). Foram realizadas 3 repetições para cada material e os dados foram submetidos à análise de variância e ao Tukey (5%). Os silicones E, Sp e Exp mostraram os menores valores de DC (p < 0,001). O material SiL apresentou o maior valor de DC (3,17), seguido dos materiais ML, SP, EqP, EqL e estes, por sua vez, seguidos dos materiais OXP, OXL, MP, SL, SiP (p < 0,001).

Conclusões: 1) os silicones por adição apresentaram melhor recuperação elástica quando submetidos à compressão, já que os demais materiais obtiveram maiores valores de DC; 2) o material SiL mostrou baixa recuperação elástica, o que comprometeria o molde obtido.

 Ib126

Avaliação da retenção de placa bacteriana em relação ao acabamento superficial da resina acrílica

KITAHARA, F. M. F.*, MORAES REGO, M. R., SANTIAGO, L. C.

Prótese e Materiais Dentários - Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: mitikokitahara@aol.com

O objetivo desse estudo foi avaliar in vitro a influência de 9 métodos de acabamento superficial da resina acrílica autopolimerizável na retenção de placa bacteriana. Foram utilizados 90 cilindros de resina com 10 mm de diâmetro e 15 mm de altura, que receberam em suas bases diferentes tipos de polimento superficial, a saber: disco de feltro + vaselina (gr.1), disco de feltro + pasta diamantada (gr.2), disco de feltro + pasta de polimento universal Kota (gr.3), disco de feltro + pedra-pomes + branco de espanha (gr.4), disco Soflex + vaselina (gr.5), torno/feltro + pedra-pomes + branco de espanha (gr.6), cola instantânea Super Bonder (gr.7), glaze Extoral (gr.8) e polimento químico (gr.9). Os cilindros depois de polidos, foram imersos em cultura bacteriana, obtida a partir do biofilme de um paciente da clínica de Prótese Fixa, por 7 dias. Após esse período, foram banhados em fucsina básica (0,1%) e, para avaliação da quantidade de placa aderida, 3 examinadores utilizaram um escore de 0 a 4 de acordo com a área corada: 0 = 0%, 1 até 25%, 2 até 50%, 3 até 75% e 4 até 100%. Os valores obtidos foram analisados pelos testes Kruskal-Wallis e Student-Newman-Keuls, mostrando que os grupos 7 e 8 apresentaram melhores resultados com diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) em relação a todos os outros, sendo que entre estes dois, o grupo 7 foi significativamente melhor.

Concluímos que o acabamento superficial com Super Bonder propiciou um menor acúmulo de placa bacteriana, quando comparado aos outros métodos utilizados nesse estudo.

 Ib127

Avaliação da superfície da godiva quando submetida a diferentes soluções para desinfecção

VICENTE, M. M.*, RODRIGUES, F. P., SAAVEDRA, G. S. F. A., KIMPARA, E. T.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: mmv@fosjc.unesp.br

O objetivo desse estudo foi avaliar a ação de diferentes métodos de desinfecção da godiva com varias soluções desinfetantes (hipoclorito de sódio1%, ácido peracético 0,2%, glutaraldeído 2%, solução enzimática e clorexidina 2%) em dois tempos (10 e 30 minutos) e dois métodos (imersão e aspersão) com o auxílio de um rugosímetro. Foram confeccionados 63 corpos-de-prova constituídos por um cubo de dimensões 20 mm x 20 mm x 5 mm que foram submetidos a desinfecção e posteriormente lavados em água corrente durante 15 segundos, constituindo 20 grupos experimentais e um grupo controle no qual os corpos-de-prova não sofreram qualquer desinfecção. Os dados obtidos, submetidos a análise de variância (5%) e teste de Tukey (5%), revelaram que quanto ao método, a maior rugosidade correspondeu a imersão (1,29 ± 0,86) e ao meio o hipoclorito de sódio 1% (1,96 ± 1,00), enquanto que a menor correspondeu a solução enzimática (0,81 ± 0,30). O hipoclorito de sódio 1% diferiu estatisticamente dos demais que, por sua vez, não diferiram estatisticamente entre si. Em relação a interação meio versus método, verificou-se que o hipoclorito de sódio 1% associado a imersão apresentou a maior rugosidade (2,70 ± 0,87). Em relação a interação meio versus tempo verificou-se que o hipoclorito de sódio 1% associado a imersão de 10 min (2,33 ± 1,07) e 30 min (1,59 ± 0,85) foram estatisticamente significantes.

Podemos concluir que, quanto a valores de rugosidade, a desinfecção da godiva com hipoclorito de sódio 1% independente do tempo de imersão foi mais significante que as demais.

 Ib128

Influência do reparo e do tipo de liga na resistência à compressão diametral do amálgama

SOUZA, A. E.*, RAMOS, J. P., CATIRSE, A. B. C. E., CORONA, S. A. M.

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo. E-mail: aes_usp@zipmail.com.br

O objetivo do presente trabalho foi avaliar in vitro a influência do reparo e do tipo de liga na resistência à compressão diametral do amálgama. As ligas para amálgama utilizadas foram Velvalloy e Permite. Confeccionou-se 15 corpos-de-provas para cada tipo de liga, dos quais 5 foram condensados uma única vez, representando o controle (C1) e 10 corpos-de-prova foram condensados até a metade da matriz para posteriormente receber o reparo: 5 deles (C2) receberam retenção com broca esférica de 2 mm de profundidade e os outros 5 (C3) não receberam retenção . Os corpos-de-prova foram preparados em matriz de teflon (1,0 cm de altura e 0,5 cm de diâmetro). Após a cristalização os espécimes foram termociclados. Decorridos 7 dias, os espécimes de cada material (C2 e C3) destinados ao reparo foram submetidos à condensação de novo amálgama. Após 24 horas foi realizado o teste de resistência à compressão diametral na máquina de ensaios universal na velocidade de 0,5 mm/min e com força de 500 kgf. As médias em kgf da resistência à compressão foram C1: 278,1 (± 28,9), C2: 201,2 (± 39,4) e C3: 102,0 (± 29,0). Os resultados obtidos foram submetidos a análise de variância e teste de Tukey. Foi verificada significância somente para o fator reparo (p £ 0,01).

Concluiu-se que as ligas Velvalloy e Permite não influenciaram na resistência à compressão diametral, que a condensação única proporcionou melhores resultados e que a ausência de retenção apresentou menor resistência à compressão diametral.

 Ib129

LED versus luz halógena – efeito na espessura de polimerização da resina composta

PIMENTEL, K. L.*, BARKOKEBAS, A. S., SANTOS, M. C. M. S., QUEIROZ, G. M.

Odontologia Restauradora - Universidade de Pernambuco. E-mail: kplkatia@bol.com.br

A baixa penetração de luz impede a completa conversão de monômeros em polímeros prejudicando as boas propriedades dos compósitos como: adesividade, resistência, lisura de superfície e estética. O objetivo deste estudo foi comparar 2 tipos de aparelhos, Optilux/Demetron, 520 mW/cm2 e o LED-Ultrablue, 7,5 W, e os tempos de 20 e 40 segundos de exposição em relação a espessura polimerizada de blocos de ­resina Filtek Z250® (3M) com 6 mm/espessura por 3 mm/ diâmetro. Vinte corpos-de-prova foram confeccionados, sendo 5 para cada combinação de tempo e tipo de luz, por incremento único em matriz de aço. Foram obtidas 4 medidas para cada corpo-de-prova com micrômetro (Starrett/Brasil nº 436 - 25 mm) considerando-se a média das 4 aferições. Para análise dos dados foram obtidas medidas estatísticas e os testes de Levene e ANOVA /alfa = 5%. Os valores médios de espessura por tempo e fonte foram: luz H (583,38 mm); LED (419,45 mm) - (20”450,45 mm/40”552,38 mm). Os resultados apresentaram diferenças fortemente significativas na espessura de polimerização entre a luz halógena e LED (F = 239,24 e p < 0,001) e entre os tempos de exposição (F = 92,49 e p < 0,001). Já para a interação luz versus tempo de exposição não houve significância (F = 0,04 e p = 0,8509).

O aparelho de luz halógena testado apresentou melhor penetração de luz que o LED independente do tempo assim como, o tempo de 40 segundos para ambos os aparelhos.

 Ib130

Efeito da desinfecção por meio da irradiação com microondas sobre a dureza e rugosidade de resinas para reembasamento

JORGE, E. G.*, AZEVEDO, A., MACHADO, A. L., VERGANI, C. E., PAVARINA, A. C., GIAMPAOLO, E. T., SAMPAIO, F. S. A.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: ericagj@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da desinfecção em microondas sobre a dureza e a rugosidade de 2 resinas para reembasamento (Duraliner II - D e Kooliner - K) e de 1 resina termopolimerizável (Lucitone 550 - L). As medidas de dureza (VHN) foram obtidas com o aparelho Micromet 2103 e a rugosidade (Ra) por meio de um rugosímetro. Para cada material, foram confeccionados 24 corpos-de-prova (10 x 10 x 1 mm), divididos aleatoriamente em 3 grupos. No grupo I, os testes foram realizados imediatamente após a polimerização. Os corpos-de-prova do grupo II foram testados após armazenamento em água a 37ºC por 48 horas. No grupo III, os testes foram realizados após armazenamento em água a 37ºC por 48 horas, seguido por 2 ciclos de desinfecção (corpos-de-prova imersos em água por 6 min a 650 W). Os resultados foram analisados através de análise de variância, seguida pelo teste de Tukey, e pelo teste de Kruskal-Wallis, ao nível de significância de 95%. Para os materiais K e D, foi observado um aumento significativo na dureza quando o grupo III (K - VHN = 5,04; D - VHN = 3,86) foi comparado aos grupos I (K - VHN = 4,1; D - VHN = 2,6) e II (K - VHN = 3,0; D - VHN = 2,8). O material L não apresentou nenhuma diferença significativa na dureza entre os 3 grupos. A resina K (Ra = 0,18 mm) foi o único material que apresentou um aumento na rugosidade após imersão em água (Ra = 0,26 mm)

A desinfecção através da irradiação com microondas não causou nenhum efeito adverso na dureza e rugosidade das resinas acrílicas avaliadas. (Apoio: CNPq - 520866/00-2.)

 Ib131

Avaliação do efeito do carregamento oclusal na integridade marginal de restaurações cervicais em pré-molares

RIBEIRO, L. C.*, SAMPAIO FILHO, H. R., DIAS, A. M.

Dentística - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: lucaserta@bol.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do carregamento oclusal na integridade marginal de restaurações de compósito em lesões cervicais de pré-molares. Preparos em forma de “U” com ângulo cavo-superficial gengival localizado na junção amelo-cementária foram realizados nas faces V e L de 20 pré-molares hígidos, recentemente extraídos por indicação ortodôntica. Os preparos foram condicionados com ácido fosfórico a 37% e receberam aplicação do sistema adesivo Prime & Bond NT em duas camadas e polimerizado de acordo com o fabricante, sendo restaurados com resina TPH. A seguir, foram divididos em dois grupos de dez espécimes, sendo um controle e outro submetido a 4.000 caregamentos (com 150 N de intensidade e 1s de duração) em máquina universal de ensaios gerenciada por um software especial (TESC versão 1.08). Os dentes foram imersos em solução de nitrato de prata a 50%, seccionados no sentido M-D e avaliados quanto a penetração do corante nas interfaces cervical e oclusal, sendo para isso divididos em quatro grupos: G1- esmalte controle; G2- cemento controle; G3- esmalte testado; G4- cemento testado. Através do teste de Kruskal-Wallis, foi observada a diferença ao nível de significância de 1% (H = 39.632, p = 0,000). O teste de Tukey verificou diferença estatisticamente significante entre os grupos 4 x 1, 4 x 2, 4 x 3 e 2 x 1.

Conluiu-se que o carregamento oclusal afetou negativamente as restaurações, principalmente quando sua margem encontrava-se em cemento/dentina e, nas margens em esmalte que após o carregamento, os escores foram semelhantes aos do grupo de cemento controle.

 Ib132

Efeito de tratamentos térmicos na resistência à corrosão do titânio

VIDO, R. N.*, ADABO, G. L., ROCHA, S. S., FONSECA, R. G., VAZ, G. L.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: naniniunespodonto@zipmail.com.br

O propósito deste estudo foi avaliar a resistência à corrosão do titânio comercialmente puro (Ti cp) e liga Ti-6Al-4V usinados submetidos a tratamentos térmicos. Os corpos-de-prova cilíndricos (8 mm de diâmetro e 10 mm de altura) foram divididos em três grupos: (I) controle, sem tratamento térmico, (II) aquecimento a 750ºC por 2 h + resfriamento à temperatura ambiente e (III) aquecimento a 960ºC por 1 h + res­friamento rápido em água + envelhecimento a 550ºC por 4 h + resfriamento à temperatura ambiente. Cinco corpos-de-prova para cada condição do experimento foram regularizados, polidos e armazenados em solução de NaF a 0,5 %, em estufa a 37ºC. Após 5 dias, a corrosão foi determinada por meio da alteração de cor e classificada pela análise visual, de acordo com o seguinte critério: (0) ausência de alterações; (1) perda de brilho; (2) ligeira alteração de cor; (3) alteração média de cor; (4) alteração intensa de cor. Não foram observadas diferenças significantes entre os grupos de Ti cp. Perda de brilho (critério 1) predominou em todos os grupos (62,5% para I e II e 75% para III). O tratamento térmico reduziu a resistência à corrosão da liga Ti-6Al-4V, que apresentou alterações variáveis de cor: grupo I: 37,5% para o critério 2, 50% para o critério 3 e 12,5% para o 4; grupo II: 100% para o critério 4 e grupo III: 25% para o 2, 12,5% para o 3 e 62,5% para o 4.

Os tratamentos térmicos não influenciaram na resistência à corrosão do Ti cp, mas notável corrosão foi observada para a liga Ti-6Al-4V. (Apoio financeiro: FAPESP - processo nº 01/12460-9.)

 Ib133

Avaliação da resistência flexural de materiais utilizados para confecção de provisórios

ARAUJO, P. C. A.*, MUÑOZ-CHAVEZ, O. F., SANTOS, L. R., MONTANDON-POMPEU, A. B., ADABO, G. L., ARAKI, J. D. V.

Odontologia Social - Universidade Estadual Paulista. E-mail: pabloujo@hotmail.com

A proposta deste trabalho foi avaliar a resistência flexural de 3 resinas acrílicas utilizadas em clínica para confecção de provisórios, e comparando-as com um novo material resinoso a base de bis-acrilato (65% bis-GMA e 35% resina acrílica) comercialmente conhecido como Instantemp/Sterngold e com a resina composta convencional fotopolimerizável (Z100/3M). Foram selecionadas entre as resinas acrílicas, uma termopolimerizável (Clássico/Clássico) e outras duas resinas autopolimerizáveis (Dencôr/Clássico, Duralay/Reliance). O ensaio realizado foi a flexão por três pontos, na máquina MTS810 de acionamento hidráulico e carga compressiva a velocidade de 0,75 mm/min até a fratura. Confeccionou-se 10 corpos-de-prova de cada material com 25 mm de comprimento, 2 mm de largura e 2 mm de altura seguindo a norma ISO 4049-1988. O teste estatístico utilizado foi Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Como resultados, encontramos os seguintes valores de resistência média flexural: Dencôr (68,60 MPa ± 9,55); Instantemp (71,80 MPa ± 7,20); Duralay (72,30 MPa ± 7,40); Z100 (78,50 MPa ± 12,16); Clássico (114,40 MPa ± 8,92).

Concluiu-se que a resina acrílica termopolimerizável e a resina composta fotopolimerizável apresentaram valores estatisticamente superiores aos demais e diferentes entre si, tendo os outros materiais valores semelhantes em relação à resistência flexural.

 Ib134

Avaliação in vitro da solubilidade de seis agentes cimentantes

WERNECK, R. D.*, ALENCAR, M. J. S., SANTIAGO, L. C., RIBEIRO, F. J.

Prótese e Materiais Dentários - Universidade Federal Rio de Janeiro. E-mail: rarafaelwerneck@globo.com

O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a solubilidade de seis agentes cimentantes. Foram confeccionados 60 corpos-de-prova sendo 10 para cada tipo de cimento. Os corpos-de-prova foram confeccionados com uma matriz de silicona com as seguintes dimensões: 18 mm de diametro e 1,2 mm de espessura. Trinta corpos-de-prova foram armazenados em 50 ml de água destilada e os trinta restantes armazenados em 50 ml de saliva artificial em uma estufa a 37ºC. Os cimentos usados foram: Variolink II (Vivadent/Ivoclar), Enforce (Dentsplay), Cement-It C&B (Jeneric-Pentron), Dual Cement (Vigodent), Fosfato de Zinco (SS White) e Meron AC (Voco). Os especimes foram removidos dessas soluções no período de 7, 21 e 60 dias, sendo desidratados e pesados. Os resultados foram obtidos por intermédio da diminuição relativa dos pesos. Os dados foram submetidos a análise de variância (p < 0,005). Os cimentos Meron AC e Fosfato de Zinco apresentaram as maiores perdas em ambas as soluções. O cimento Variolink II apresentou os melhores resultados seguidos pelo Ciment-It, Dual Cemente e Enforce.

Podemos concluir que os cimentos resinosos utilizados apresentaram solubilidade significantemente inferior em relação aos cimentos Fosfato de Zinco e Meron AC. Não houve diferença estatística entre os meios de imersão usados.

 Ib135

Avaliação do efeito da variação do tempo de indução sobre a microdureza superficial de ligas de cobalto-cromo

NISHIYAMA, J. C.*, SAKAUE, A. T., RODRIGUES, R. C. S., MATTOS, M. G. C., RIBEIRO, R. F.

Materiais Dentários e Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: juliana_nishiyama@hotmail.com

Atualmente as ligas mais utilizadas para a confecção de estruturas metálicas de prótese parcial removível são de cobalto-cromo, devido a suas boas propriedades mecânicas e ao menor custo. Este trabalho teve como objetivo verificar qual a influência da variação do tempo de indução sobre a microdureza superficial Vickers de três ligas comerciais de Co-Cr (Remanium GM 380, Magnum H50N e Modellgub). Para o teste de dureza foram confeccionados 54 corpos-de-prova em forma de discos (5 mm e 2 mm de espessura) que foram fundidos por indução eletromagnética sob vácuo e atmosfera inerte de argônio. Para a determinação dos tempos de indução foram utilizados os parâmetros: T1 (1ª alteração visível de fundição, ou seja, o arredondamento da borda da pastilha da liga); T2 (tempo recomendado pelo fabricante); e T3 (T2 + 2 segundos). Os resultados, obtidos com auxílio de um microdurômetro HMV-2 Shimadzu, foram submetidos à análise estatística pela análise de variância e teste de Tukey em nível de 5%. No teste de microdureza superficial verificou-se que a liga Magnum foi a menos sensível à variação do tempo de fundição, ao contrário das demais, que tiveram queda acentuada de dureza de T1 para T3.

De acordo com a metodologia e os resultados obtidos concluiu-se que o tempo de indução a que a liga é submetida influencia a microdureza superficial e que diferentes ligas do sistema Co-Cr respondem diferentemente a essa variação, impedindo a generalização das expectativas de resultado.

 Ib136

Teste de flexão de cerdas de escovas dentais através do ensaio de flambagem

GUAL, S. A.*, MOTTA, M. F. J., RIBAS, J. P., ZANIQUELLI, O., SANTOS, C. M., TECHE, F. V.

Materiais Dentários e Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: ozanique@forp.usp.br

As escovas dentais seguem uma classificação básica segundo à rigidez de suas cerdas; podendo ser duras, médias, macias e extramacias. Mas através de uma simples análise tátil notou-se que existe diferença na rigidez das cerdas de uma mesma categoria (macia) mas de diferentes marcas comerciais. O objetivo do presente trabalho é avaliar quantitativamente se existe diferença nos testes de rigidez de cerdas macias de escovas de diferentes marcas comerciais. Foram testadas cerdas individuais de escovas macias das seguintes marcas: Johnson & Johnson , Oral-B e Kolynos. As cerdas foram cortadas com o tamanho de 10 mm de altura, e levadas à um aparelho que realizou o ensaio de flambagem em grupos de cinco cerdas. Foram testados dez grupos de cinco cerdas para cada marca comercial. As cerdas também tiveram o diâmetro medido. O aparelho que realizou o ensaio de flambagem era constituído de uma base superior, conectada à um extensômetro. Este aparelho apresentava um dispositivo para manter as cerdas na posição vertical, aplicava-se a carga de 30 gramas e media-se a deformação de flambagem no extensômetro. Os resultados obtidos apresentaram diferença estatisticamente significativa (ANOVA, Tukey, p < 0,05), sendo as cerdas da escova Oral-B mais flexíveis que as cerdas das escovas Kolynos e Johnson & Johnson, e não houve diferença estatística significativa entre a flexão das cerdas das escovas Kolynos e Johnson & Johnson.

Portanto existe diferença nos testes de rigidez de cerdas macias de escovas Oral-B, Johnson & Johnson e Kolynos; e a Oral-B possui as cerdas mais flexíveis entre as três marcas testadas.

 Ib137

Avaliação de oito cimentos temporários em relação à resistência à tração

MORAES REGO, M. R.*, SANTIAGO, L. C.

Faculdade de Odontologia - Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: marirmr@bol.com.br

O objetivo desse estudo foi comparar a resistência à tração dos cimentos Freegenol (gr.1), Provy New (gr.2), Procem (gr.3) Temp-Bond NE (gr.4), Temp-Bond (gr.5), Provicol (gr.6), Nogenol (gr.7) e Hydro C (gr.8), quando mantidos constantes os princípios mecânicos dos preparos: altura, conicidade e extensão. Oitenta primeiros pré-molares humanos foram preparados para coroa total em um delineador BioArt1000 com turbina de alta rotação reta e ponta diamantada 4138 KGSorensen, conferindo ao preparo uma conicidade de 6º e uma altura de 4 mm. Em seguida, utilizando a técnica do pincel, foram confeccionadas restaurações provisórias em resina acrílica com uma haste metálica fixada na face oclusal e cimentadas sob pressão de 5 kg em uma prensa para cimentação, de acordo com seus grupos. Após armazenadas em saliva artificial durante 24 horas, as restaurações foram tracionadas em uma máquina de ensaios. Quando os dados foram submetidos aos testes ANOVA e Bonferroni, os valores médios para as forças de deslocamento foram: gr.1- 31,0, gr.2- 42,4, gr.3- 50,6, gr.4- 33,8, gr.5- 53,5, gr.6- 36,3, gr.7- 20,1 e gr.8- 67,5, com diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) entre os grupos: 8 x 1, 8 x 2, 8 x 4, 8 x 6, 8 x 7, 3 x 1, 3 x 7, 5 x 1, 5 x 4 e 5 x 7.

Com base nos dados apresentados, concluímos que o Hydro C apresentou os melhores resultados quando comparados aos outros cimentos, com exceção do Procem e Temp Bond e que esses, por sua vez, foram melhores que o Freegenol, Nogenol e Temp Bond NE, em relação à resistência à tração.

 Ib138

Resistência à tração diametral e conteúdo de carga de resinas compostas posteriores

CHUQUI, R.*, REGES, R. V., ADABO, G. L., FONSECA, R. G., CRUZ, C. A. S.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: cruz@foar.unesp.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência à tração diametral de resinas compostas posteriores, correlacionando esta propriedade com o conteúdo de partículas. Corpos-de-prova cilíndricos (n = 8) dos materiais Z100 e P60 (3M), Surefil (Dentsply), Alert (Jeneric/Pentron), Solitaire e Solitaire2 (Kulzer), Definite (Degussa) e Ariston (Vivadent), com 2 mm de altura por 4 mm de diâmetro, foram confeccionados e armazenados a 37 ± 1ºC por 15 dias. Após este período, foram posicionados em máquina de ensaios MTS (Material Test System, EUA), equipada com célula de carga de 10 kN, e submetidos a carga diametral de compressão, com velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados, submetidos à análise de variância (p < 0,05), mostraram a seguinte ordem decrescente: P60 (59,92 MPa) > Surefil (52,60 MPa) > Alert (46,54 MPa) = Solitaire 2 (46,40 MPa) > Definite (40,02 MPa) = Z100 (37,10 MPa) > Solitaire (32,09 MPa) = Ariston (31,41 MPa). O conteúdo volumétrico de partículas foi determinado por gravimetria, antes e após a eliminação da fase orgânica, mostrando os seguintes percentuais: P60, 68%; Surefil, 56%; Alert, 71%; Solitaire 2, 49%; Definite, 54%; Z100, 73%; Solitaire, 54%; Ariston, 55%. Não houve correlação entre resistência à tração diametral e conteúdo de carga (r = 0,3216).

Este estudo mostrou que a resistência à tração diametral das resinas indicadas para dentes posteriores não é, necessariamente, superior à das resinas híbridas tradicionais. Mostrou, também, a importância da fase orgânica no desempenho mecânico deste tipo de material.

 Ib139

Análise da resistência à tração do titânio cp comparado a ligas odontológicas de Ni-Cr e Co-Cr, antes e após soldagem a laser

MATTOS, M. G. C., RIBEIRO, R. F., LEAL, M. B.*, RODRIGUES, R. C. S., GALO, R.

Materiais Dentários e Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: gmacedo75@ig.com.br

O propósito deste estudo foi avaliar a resistência à tração do titânio cp, comparada a ligas odontológicas de Ni-Cr (Wirocer e Wiron 99) e Co-Cr (Remanium 380 e 800), antes e após solda laser. As amostras (halteres) foram divididas em dois grupos: 1) submetidas diretamente ao ensaio; e 2) seccionadas na porção central, reposicionadas com gabarito de Plexiglass, submetidas a soldagem laser e ensaiadas. Os ensaios foram realizados em máquina universal EMIC MEM-2000 com velocidade de 2 mm/min. Os resultados (MPa): W/AS = 216,8 ± 25,04; W/DS = 194 ± 23,09; W99/AS = 190 ± 28,22; W99/DS = 151 ± 34,10; R380/AS = 377,17 ± 41,26; R380/DS = 176,67 ± 32,89; R800/AS = 364,67 ± 17,92; R800/DS = 207,83 ± 34,20; TI/AS = 147,33 ± 20,13; TI/DS = 172,67 ± 7,58, submetidos ao teste estatístico de Kruskal-Wallis, mostraram diferenças estatisticamente significantes em nível de 1% para a liga Remanium 380; em nível de 5% para as ligas Wiron 99 e Remanium 800, sendo que não houve diferença significante para as ligas Wirocer e para o titânio cp.

Concluiu-se que a solda laser diminuiu os valores de resistência à tração das ligas estudadas, porém sem diferença estatística para o titânio e para a liga Wirocer. (Projeto FAPESP nº 99/01618-9.)

 Ib140

Avaliação da interferência na dureza da resina composta pelo uso de barreiras protetoras na ponta do fotopolimerizador

OSINAGA, P. W., NOGUEIRA, F. M.*, DEL DUCA, F. F., ROMANO, A. R.

Odontologia Restauradora e Odontologia Social - Universidade Federal de Pelotas. E-mail: fermanogueira@ig.com.br

A biossegurança tem levado ao desenvolvimento de protocolos clínicos para manter a cadeia asséptica. O objetivo deste estudo foi avaliar a interferência do uso de barreiras protetoras na ponta do condutor de luz do fotopolimerizador (PCLF) na dureza final da resina composta. Foram preparadas 32 amostras (8 mm: diâmetro x 2 mm: espessura) de resina composta (APH - Dentsply), divididas em 4 grupos de acordo com as diferentes formas de barreiras de PCLF utilizadas nas clínicas da Faculdade de Odontologia de Pelotas, RS. Grupo I: sem proteção (desinfetante); II: filme PVC; III: saco plástico - sacolé; IV: filme PVC + sacolé. A obtenção das amostras foi padronizada, aparelho (CL 2500 - 3M), potência de 500 mW/cm2, distante 5 mm e fotopolimerizado por 40 s. Os c.p. foram identificados e armazenados em água salina 0,9% por 10 dias, 37ºC. Os valores de dureza Knoop foram obtidos no microdurômetro Ernest Leitz (Germany), grupo cego, em 3 endentações, resultando 24 leituras por grupo. As médias, em mm, foram de 31,45 ± 1,35 para o grupo I, 31,66 ± 1,00 para o II, 29,79 ± 0,88 para o grupo III e 29,62 ± 0,96 para o grupo IV, evidenciaram, após tratamento estatístico ANOVA e Tukey, não haver diferença significante entre os grupos I e II e nem entre os grupos III e IV. Havendo diferença significativa (p < 0,05) dos grupos I e II com III e IV, sendo que os últimos apresentaram maior dureza final.

A barreira de proteção nas PCLF, além de propiciar a obtenção da manutenção de biossegurança, não interferiu na polimerização e melhorou a dureza final da resina composta, merecendo estudos adicionais.

 Ib141

Avaliação da dureza superficial de ligas odontológicas de Ni-Cr, Co-Cr e do titânio cp, antes e após solda a laser

MATTOS, M. G. C., RIBEIRO, R. F., GALLO, R.*, RODRIGUES, R. C. S., SAKAUE, A. T.

Materiais Dentários e Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: rogalo@bol.com.br

O propósito deste estudo foi avaliar a dureza superficial Vickers de ligas odontológicas de Ni-Cr [Wirocer (W) e Wiron 99 (W99)], Co-Cr [Remanium 380 (R380) e 800 (R800)] e do titânio cp (Ti), antes (AS) e após solda a laser (DS). Pastilhas obtidas pela técnica de cera perdida foram polidas metalograficamente e submetidas à medida de dureza. Em seguida, foram submetidas a solda laser, repolidas e a dureza superficial foi novamente medida. Foi utilizado um microdurômetro Shimadzu HMV-2. O procedimento foi repetido 5 vezes em diferentes regiões do corpo-de-prova e, de acordo com a especificação nº 14 da ADA, os valores extremos foram descartados, fazendo-se a média dos três restantes. Os resultados obtidos (VHN) foram: W/AS = 241 ± 13,53; W/DS = 273 ± 8,68; W99/AS = 227 ± 14,87; W99/DS = 301 ± 23,39; R380/AS = 448 ± 13,86; R380/DS = 519 ± 22,36, R800/AS = 458 ± 16,16; R800/DS = 509 ± 7,61; Ti/AS = 244 ± 28,48; Ti/DS = 318 ± 31,23. Os dados, submetidos ao teste estatístico de Wilcoxon, mostraram diferença estatisticamente significante em nível de 5%.

Conclui-se que após aplicação da solda a laser observou-se aumento estatisticamente significante dos valores de dureza superficial. (Apoio: FAPESP nº 99/01618-9.)

 Ib142

Resistência à compressão diametral de resinas compostas fotopolimerizadas com um novo aparelho LED

LOPES, G. C., RIBEIRO, M. C.*, VIEIRA, L. C. C., BARATIERI, L. N., ANDRADA, M. A. C.

Dentística - Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: guilherme_lopes@ig.com.br

Objetivos: avaliar a resistência à compressão diametral (RCD) de resinas compostas fotopolimerizadas com um novo aparelho LED. Material e métodos: cilindros de resinas compostas foram confeccionados a partir de uma matriz metálica bipartida com 4 mm de diâmetro e 2 mm de altura. A resina composta cor A2 micropartícula (A110, 3M) e híbrida (TPH Dentsply) foi inserida até o completo preenchimento do cilindro. Uma matriz de poliéster foi posicionada sobre a resina e a fotopolimerização foi realizada durante 20 ou 40 segundos. Três fotopolimerizadores foram utilizados: LED (UltraLED, Dabi Atlante), luz halógena 300 mW/cm2 (UltraLux, Dabi Atlante), luz halógena 600 mW/cm2 (Optilux 401, Demetron). Os aparelhos tiveram sua intensidade de luz medida previamente ao teste. Os cilindros foram armazenados em água e posicionados horizontalmente entre duas bases metálicas acopladas em uma máquina universal de testes (Instron 4444). Os dados de RCD entre os aparelhos fotopolimerizadores foram analisados com ANOVA um critério e Scheffé. Resultados: as médias de RCD para A110 variaram de 22,0 a 24,6  MPa, não havendo diferença entre os fotopolimerizadores e os dois tempos testados. TPH fotopolimerizada com o parelho LED por 20 segundos apresenta RCD menor (29,4 MPa) que os aparelhos de luz halógena testados (40,8 e 41,6 MPa). A duplicação deste tempo de fotopolimerização, anula esta diferença (42,1; 43,6 e 41,0 MPa, respectivamente).

Conclusões do experimento: o fotopolimerizador LED testado propicia adequada RCD da resina híbrida polimerizada por 40 s e da resina micropartícula por apenas 20 s.

 Ib143

Influência do método de ativação dos sistemas adesivos sobre a retenção do conjunto cimento/pino pré-fabricado

MOITREL, T.*, SATHLER, M. W., LAMOSA, A. C., BARCELEIRO, M. O., ANDRADE FILHO, H., DIAS, K. R.

Programa Especial de Treinamento - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: thiagomoitrel@aol.com.br

Na cimentação de pinos pré-fabricados, muitos autores contra-indicam o uso de adesivos fotopolimerizáveis no conduto, acreditando que este não sofrerá a correta polimerização. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do tipo de sistema adesivo utilizado na cimentação destes pinos com cimento resinoso. Para isso, 30 dentes molares inferiores tiveram suas coroas e as raízes mesiais cortadas e nas raízes distais, incluídas em resina epóxi, foram cimentados pinos pré-fabricados (Europost), da seguinte forma: Grupo 1- após o condicionamento ácido por 15 segundos, seguido de lavagem e secagem com cones de papel absorvente, utilizou-se o sistema adesivo Single Bond (3M), de acordo com as instruções do fabricante, seguida da cimentação dos pinos pré-fabricados com cimento resinoso Rely X (3M); Grupo 2 - idem ao grupo 1, porém o sistema adesivo utilizado foi o Scotchbond Multi-Uso Plus (3M), na sua forma quimicamente ativada, utilizado também de acordo com as instruções do fabricante; Grupo 3 (controle) - os procedimentos de cimentação foram realizados sem o uso de qualquer sistema adesivo. Os 30 corpos-de-prova foram submetidos a um teste de tração em uma máquina de ensaios universal. Os resultados encontrados, já tratados estatisticamente por ANOVA e teste de Student, Newman e Keuls (p < 0,05) foram os seguintes: Grupo 1 = 184,3 ± 91,5 N; Grupo 2 = 137,2 ± 116,3 N; Grupo 3 = 57,7 ± 26,9 N, sendo GI = G2 diferentes de G3.

Observados os resultados, os autores concluíram que o uso de adesivos fotopolimerizáveis pode ser indicado na cimentação de pinos pré-fabricados.

 Ib144

Avaliação in vitro da associação do clareamento de consultório e caseiro na microdureza de materiais restauradores

WATANABE, M. M.*, RODRIGUES, J. A., BELOTSERKOVETS, L. R., MARCHI, G. M., AMBROSANO, G. M. B.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: melina_w@hotmail.com

Este estudo avaliou a microdureza de materiais restauradores submetidos aos tratamentos clareadores de consultório e caseiro. Os espécimes (n = 48) foram confecionados em matriz circular de 4 mm de diâmetro e 2 mm de altura, utilizando os materiais: amálgama de prata Permite C SDI (G1); resina composta microparticulada A110 3M (G2); resina composta micro-híbrida Z250 3M (G3); e um híbrido de ionômero de vidro/resina composta Vitremer 3M (G4). Os materiais dos grupos 2, 3 e 4 foram inseridos na matriz circular e fotopolimerizados sob uma tira de poliestireno, o amálgama (G1) foi condensado na matriz, brunido e polido após 24 h. Os espécimes foram submetidos a 8 h de tratamento diário gel de peróxido de carbamida (PC) a 10% (Whiteness Perfect - FGM) com 0,02 ml e semanalmente, por 1 h com 0,02 ml de gel de PC a 37% (Whiteness Super - FGM). No restante do período permaneceram em saliva artificial. Foram realizadas 3 mensurações de microdureza Knoop em cada espécime antes e após 6, 13 e 20 dias (T0, T6, T13, T20). Os dados foram transformados em log10, e após ANOVA em parcelas subdivididas e teste Tukey (p < 0,01) foi demonstrado que: T0, G1 = 5,0a, G2 = 3,5c, G3 = 4,2b e G4 = 3,0d; T6, G1 = 4,9a, G2 = 3,4c, G3 = 4,2b e G 4 = 2,2d; T13, G1 = 4,7a, G2 = 3,5c, G3 = 4,3b e G4 = 1,9d; T20, G1 = 4,6a, G2 = 3,4c, G3 = 4,1b e G4 = 1,8d. Foram realizadas regressões polinomiais cujos coeficientes foram: R2G1 = 0,98, R2G4 = 0,98, que demonstraram quedas significativas nos valores de dureza de G1 e G4.

Concluiu-se que a associação de géis clareadores alterou a microdureza do amálgama e do híbrido de ionômero de vidro/resina composta.

 Ib145

Resistência de união de cimentos resinosos com diferentes tipo de polimerização após uma semana

LOPES, G. C., SCHLEMPER, J.*, VIEIRA, L. C. C.

Estomatologia - Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: j0303@terra.com.br

O presente trabalho teve por intenção avaliar a resistência de união ao esmalte e à dentina de dois cimentos resinosos com diferentes tipos de polimerização decorrido 7 dias após a cimentação adesiva. Quarenta incisivos bovinos foram incluídos com resina acrílica em tubos de PVC. As superfícies vestibulares foram polidas até lixa de granulação 600 e divididos aleatoriamente entre os 4 grupos (n = 10). Dois cimentos resinosos foram selecionados para a cimentação: um usando-se a polimerização dual (CAL. Calibra, Dentsply), outro a fotopolimerização (NEX. Nexus, Kerr). Os dois cimentos foram aplicados conforme instruções dos fabricantes para o tipo de polimerização selecionada. Quarenta cilindros cerâmicos de IPS Empress (d = 3,0 mm) foram polido até lixa de granulação 600, condicionados com ácido hidrofluorídrico 10% por 60 s e silanizados. Após a realização dos procedimentos adesivos, os cilindros foram posicionados sobre as superfícies dentais e fotopolimerizado durante 40 segundos. Após 7 dias em água, os corpos-de-prova foram submetidos a ensaios de cisalhamento em uma máquina de ensaios Instron 4444 (5 mm/min). Os dados foram analisados por ANOVA um critério. As médias (DP) de força de união (MPa) ao esmalte foram: CAL = 32,2 (9,9)a, NEX = 11,0 (3,0)b. E, à dentina foram: CAL = 10,0 (4,8)A, NEX = 5,4 (2,4)B.

O cimento resinoso com polimerização dual (Calibra, Dentsply) após uma semana apresenta resistência de união superior ao cimento resinoso usado de forma fotopolimerizável (Nexus, Kerr) em ambos os substratos.

 Ib146

Avaliação da resistência coesiva do esmalte dental tratado com agentes clareadores de altas concentrações

SILVA, A. P.*, OLIVEIRA, R., CAVALLI, V., SOARES, C. J., CARVALHO, R. M., GIANNINI, M.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: alefop@hotmail.com

Este estudo avaliou a resistência a tração (RT) do esmalte tratado com agentes clareadores de alta concentração. Sobre a superfície oclusal de 10 molares hígidos foram confeccionados blocos de resina (TPH Spectrum - Dentsply) de 4 mm de altura, após condicionamento com ácido fosfórico a 37% e aplicação de adesivo (Single Bond - 3M). Secções seriadas no sentido vestíbulo-lingual foram realizadas para obtenção de fatias com 0,7 mm de espessura. Na região central de cada fatia e abaixo da interface de união foi realizada uma constrição para obter uma área aproximada de 0,8 mm2 em esmalte. Quatro tratamentos foram propostos (n = 10): controle (C - sem clareamento); peróxido de carbamida 37% (W37 - Whiteness FGM); peróxido de carbamida 35% (O35 - Opalescense Ultradent) e peróxido de hidrogênio 35% (HP35 Whiteness - FGM). Os grupos eram submetidos à aplicação das soluções clareadoras de acordo com as instruções dos fabricantes e no restante do período eram mantidos em saliva artificial a 37ºC, incluindo o grupo controle (C). Após o término do clareamento, os espécimes foram submetidos ao ensaio de microtração em máquina de ensaio universal (0,5 mm/min - Instron 4411). Os resultados foram submetidos a ANOVA (fator único) e teste de SNK (p < 0,05). As médias de RT foram (MPa): C- 51,3 ± 8,5a; W37- 34,4 ± 7,4b; O35- 34,5 ± 9,1b e HP35- 31,1 ± 5,5c.

Os resultados sugerem que todos agentes clareadores com alta concentração de peróxido reduzem a RT do esmalte dental, entretanto, a redução promovida pelo peróxido de hidrogênio foi maior que a do peróxido de carbamida. (Apoio: PIBIC/CNPq.)

 Ib147

Efeito do gel e da solução de hipoclorito de sódio 10% na força de adesão de três sistemas adesivos a base de acetona

SOEIRO, C. R. M.*, ARIAS, V. G., ELIAS, E. R., PIMENTA, L. A. F.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: crmsoeiro@bol.com.br

Sabendo que o uso de NaOCl remove colágeno dentinário, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da aplicação de solução e gel de NaOCl 10% na força de adesão de três sistemas adesivos a base de acetona. Foram utilizados 135 dentes bovinos lixados em nível de dentina superficial que foram divididos em 9 grupos (n = 15): G1- controle Bond One/Jeneric/Pentron (BO); G2- controle Prime & Bond 2.1/Dentsply (PB); G3- controle One Step Plus/Bisco (OS); G4- NaOCl 10% solução + BO; G5- NaOCl 10% solução + PB; G6- NaOCl 10% solução + OS; G7- NaOCl 10% gel + BO; G8- NaOCl 10% gel + PB; G9- NaOCl 10% gel + OS. A dentina foi condicionada com ácido fosfórico a 35% por 15 s, lavada por 15 s e seca com papel absorvente. Nos grupos determinados, foi aplicado a solução ou o gel de NaOCl 10% por 60 s, lavado por 30 s e seco com papel absorvente. Cada sistema adesivo foi aplicado e polimerizado segundo recomenda cada fabricante. Foi inserida resina Z250/3M em matriz de teflon a qual foi fotopolimerizada por 40 s. Os espécimes foram armazenados sob umidade à 37ºC por 7 dias. A resistência ao cisalhamento foi obtida em máquina universal de ensaio (EMIC), com velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados estatísticos (ANOVA “two way” e Teste Tukey) identificaram diferenças estatisticamente significantes (p < 0,05). Os valores em MPa foram: G4 = 16,34(a), G5 = 16,099(a), G6 = 14,45(a), G1 = 13,25(b), G3 = 13,17(b), G7 = 13,07(b), G9 = 11,01(b), G8 = 10,18(b), G2 = 9,63(b).

Conclui-se que o uso de solução de NaOCl interfere positivamente na resistência de união de sistemas adesivos a base de acetona enquanto que o uso de gel de NaOCl não interfere.

 Ib148

Efeito do tipo de polimerização e forma de inserção de um compósito na infiltração marginal

BRACEIRO, A. T. B.*, AGUIAR, F. H. B., AJUDARTE, K. F., LOVADINO, J. R.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: linebraceiro@hotmail.com

O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar quantitativamente a infiltração marginal em restaurações, realizadas com um composito compactável - P60 (3M-ESPE). Cavidades classe V foram realizadas no esmalte de incisivos bovinos. Esses blocos foram divididos em 6 grupos (n = 10) sendo cada grupo restaurado ou em um único incremento (I1) ou em três incrementos (I3), e fotoativados com um dos sistemas de polimerização: convencional (C) (680 mW/cm2 - 30 s), soft start (S) (380 mW/cm2 - 10 s + 680 mW/cm2 - 20 s) e com a ponta do fotoativador distanciada da superfície por 10 segundos seguida da C (D) (250 mW/cm2 - 10 s + 680 mW/cm2 - 20 s). Todas as amostras foram termocicladas por 1.000 ciclos. Os corpos-de-prova foram imersos em azul de metileno, por 12 horas. Após isso, as amostras foram lavadas e preparadas para a análise de espectrofotometria. Os resultados foram analisados estatisticamente (ANOVA e Tukey - p < 0,05). As médias de infiltração foram (mg/ml): I3/C 0,0578 ± 0,0060; I3/S 0,0596 ± 0,0067; I3/D 0,0560 ± 0,0055; I1/C 0,0497 ± 0,0039; I1/S 0,0387 ± 0,0055; I1D 0,0369 ± 0,0033; Os resultados mostraram que para o grupo de três incrementos, não houve diferenças estatísticas significantes para os três sistemas de fotoativação, porém para os grupos de um incremento, a fotoativação com baixa intensidade inicial (SS, PD) apresentou diferenças significativas, diferindo do grupo convencional.

Os resultados permitem concluir que a fotoativação com baixa intensidade inicial foi capaz de reduzir a infiltração, para os grupos restaurados com um incremento. (Apoio: FAPESP - 00/02348-4.)

 Ib149

Avaliação dos reparos em cerâmica com resina composta: influência do tratamento superficial e do silano

LIMA, D. M.*, AHID, F. J. M., VAZ, L. G., FROTA, R. C. M., FALCÃO, C. B.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual Paulista. E-mail: darlonmartins@yahoo.com.br

A cerâmica vem sendo usada em grande escala na Odontologia, aumentando a probabilidade de falhas ou fraturas, podendo se fazer reparos na cerâmica com a utilização da resina composta. Esse estudo teve o objetivo de avaliar o comportamento de união da cerâmica à resina composta frente ao silano e diferentes tratamentos de superfície. Foram confeccionados 120 corpos-de-prova da cerâmica Noritake (Shofu), divididos em seis grupos de acordo com os diferentes tratamentos de superfície: G1 (ponta diamantada), G2 (ponta diamantada e silano), G3 (jato abrasivo), G4 (jato abrasivo e silano), G5 (ácido fluorídrico) e G6 (ácido fluorídrico e silano). Após essa etapa, os corpos-de-prova foram tratados com sistema adesivo Scotchbond Multi-Uso Plus e confeccionados os reparos com resina composta. O conjunto foi submetido à ciclagem térmica e ensaio de cisalhamento, na máquina de ensaios mecânicos MTS-810 (Material Test System) com uma velocidade do atuador de 0,5 mm/min. Aplicou-se a análise de variância (ANOVA) para verificar se houve diferença significativa de resistência ao cisalhamento entre os reparos e o efeito do silano, complementado-se pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância.

Observou-se que houve diferenças estatisticamente significantes na resistência adesiva dos reparos entre os tipos de preparos mecânicos, onde G5 > G3 > G1; o silano foi eficiente para aumentar a resistência adesiva em relação às tensões de cisalhamento entre os grupos, exceto para o grupo tratado com ácido fluorídrico; e que houve 100% de fratura coesiva na cerâmica.

 Ib150

Análise morfológica das lesões cervicais não-cariosas expostas ao condicionamento com ácido fosfórico

LOPES, G. C., BARATIERI, C. M.*, VIEIRA, L. C. C., BARATIERI, L. N., MONTEIRO JR., S.

Dentística - Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: guilherme_lopes@ig.com.br

Objetivo: analisar a ultramorfologia dos tecidos dentais duros (esmalte e dentina) de lesões cervicais não-cariosas submetidas ao condicionamento ácido fosfórico. Material e métodos: quatro caninos humanos extraídos apresentando lesões cervicais não-cariosas foram selecionados. Como controle, cavidades cervicais foram preparadas com pontas diamantadas esféricas em outros quatro caninos hígidos. Os dentes foram limpos, secos e as cavidades preparadas ou lesões cervicais foram condicionadas com ácido fosfórico 35% (ScotchBond Etchant, 3M) durante 15 s apenas na metade distal da lesão cervical. Os espécimes foram fixados, desidratados, recobertos e analisados ao MEV (Philips XL 30). Resultados: nas lesões não-cariosas o esmalte e a dentina mostraram-se altamente polidos. Na dentina cervical não-cariosa submetida ao condicionamento ácido, os túbulos dentinários permaneceram obliterados por depósitos minerais. Além disso, dentina peritubular apresentou-se proeminente e os espaços interfibrilares na dentina intertubular mostraram-se muito estreitos. Nas cavidades preparadas, a lama dentinária recobria a dentina na porção não-condicionada. Na outra metade, o condicionamento ácido removeu toda a lama dentinária e permitiu exposição dos túbulos dentinários. O padrão de condicionamento do esmalte de lesões cervicais apresentou-se menos seletivo, quando comparado com o esmalte das cavidades preparadas.

Conclusões do experimento: os tecidos dentais duros expostos ao meio bucal nas lesões cervicais não-cariosas parecem ser mais resistentes aos procedimentos de condicionamento ácido.

 Ib151

Alteração de temperatura intrapulpar em restaurações com compósito polimerizado por laser de argônio e luz visível

MARTINS, G. R.*, CAVALCANTI, B. N., RODE, S. M.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: gigi.martins@uol.com.br

Objetivos: comparar os aumentos de temperatura intrapulpar gerados por polimerização de resina composta através de luz halógena (600 mW/cm2) e laser de argônio (150 mW). Materiais e métodos: foram usados 20 dentes bovinos, com as raízes cortadas e com preparos tipo classe V nas faces vestibulares, com profundidade de 2,0 mm. Na câmara pulpar dos dentes foram posicionados termopares tipo J, na parede adjacente ao preparo cavitário, ligados a um termômetro digital conectado a um computador. As cavidades foram condicionadas com ácido fosfórico e em seguida feita a hibridização com adesivo de quarta geração e preenchidas com resina composta micro-híbrida, numa espessura de 2,0 mm. Os grupos estabelecidos foram: I) adesivo polimerizado com luz halógena (20 s); II) resina polimerizada com luz halógena (40 s); III) adesivo polimerizado com laser de argônio (10 s) e IV) resina polimerizada com laser de argônio (10 s). Resultados: as médias de aumentos de temperatura foram de 2,35ºC para o grupo I, 2,69ºC para o grupo II, 1,25ºC para o grupo III e 1,5ºC para o grupo IV. A análise de variância (p > 0,05) mostrou diferenças entre os grupos polimerizados com a luz halógena e os polimerizados com o laser de argônio, sem no entanto haver diferenças entre a polimerização do adesivo e da resina.

Conclui-se que o laser de argônio produz menores aumentos de temperatura que a luz halógena quanto à polimerização de adesivo e resina nos tempos e potências testados, sem influência da camada de mate­rial.

 Ib152

Efeito de diferentes métodos de polimerização na infiltração marginal de restaurações realizadas com dois compósitos

BARROS, G. K. P.*, AGUIAR, F. H. B., SANTOS, A. J. S., GOMES, F. M., LOVADINO, J. R.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: giselekanda@hotmail.com

O objetivo desse estudo foi avaliar a infiltração marginal de dois compósitos resinosos fotopolimerizados por quatro técnicas diferentes. Para isso, cavidades padronizadas classe V foram preparadas no esmalte de 80 incisivos bovinos inferiores. Os dentes foram divididos aleatoriamente em oito grupos experimentais: quatro métodos de polimerização (convencional - 380 mW/cm2 por 30 s; Soft Start - 380 mW/cm2 por 10 s + 680 mW/cm2 por 20 s; Plasma Arc Curing - 1.480 mW/cm2 por 3 s; polimerização combinada - 380 mW/cm2 por 10 s + 1.480 mW/cm2 por 3 s) e dois tipos de compósitos (Z250 e Charisma). As amostras foram termocicladas por 1.000 ciclos e imersas numa solução de azul de metileno a 2% por 12 horas. Após isso, as amostras foram lavadas e preparadas para a análise de espectrofotometria para quantificar a penetração de corante. Os resultados (mg/ml) mostraram que tanto o método de polimerização combinada (0,0075 ± 0,0019) quanto o Soft Start (0,0059 ± 0,0018) apresentaram melhores resultados e foram estatisticamente diferentes do método de polimerização convencional (0,0103 ± 0,0020) e do Plasma Arc Curing (0,0119 ± 0,0029), para ambos compósitos. Não houve diferenças estatísticas entre os dois compósitos resinosos.

Dentro das limitações desse estudo, pode ser concluído que: 1- nenhuma técnica de fotopolimerização foi capaz de evitar a infiltração marginal para ambos os compósitos; 2- uma intensidade inicial baixa foi importante para preservar a integridade marginal da restauração, mesmo que uma alta intensidade for usada para complementar a polimerização do compósito. (Apoio: FAPESP - nº 01/10268-3.)

 Ib153

Efeito da utilização de agentes clareadores de consultório sobre a resistência adesiva do esmalte

BRONHARA, V. M.*, AMARAL, C. M., RODRIGUES, J. A., MARCHI, G. M., PIMENTA, L. A. F.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: vanessabronhara@yahoo.com

O objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência adesiva do esmalte bovino submetido ao clareamento de consultório com diferentes clareadores, associados à fotoativação, comparando ainda com a técnica de clareamento caseiro. Foram utilizados 119 dentes bovinos incluídos em resina de poliestireno, lixados de forma que a superfície de esmalte ficasse lisa e plana. As amostras foram divididas em 7 grupos (n = 17) para o tratamento clareador: G1- Apollo Secret; G2- Whiteness HP; G3- Whiteness Super; G4- Opalescence Xtra; G5- Opalescence Quick; G6- controle (não submetidos ao clareamento); G7- Whiteness Perfect (clareamento caseiro). Foram realizadas 3 aplicações dos agentes clareadores de consultório, com intervalos de 7 dias, seguindo as recomendações dos fabricantes. As amostras submetidas ao clareamento caseiro foram tratadas diariamente por um período de 3 semanas. Após 7 dias do término do clareamento, o sistema Single Bond/Z250 (3M) foi utilizado para a confecção de cilindros de resina composta, utilizando-se uma matriz de teflon bipartida. Os espécimes foram armazenados em saliva artificial, em estufa a 37ºC, por 7 dias. A resistência ao cisalhamento foi obtida através de uma máquina universal de ensaio (EMIC), com velocidade de 0,5 mm/mim. O teste estatístico ANOVA (p < 0,05) não identificou diferenças significantes entre grupos (valores em MPa): G1 = 23,66; G2 = 24,99; G3 = 25,09; G4 = 25,59; G5 = 23,41; G6 = 26,20; G7 = 26,14.

Conclui-se que, após 7 dias do término do clareamento, os agentes clareadores de consultório e caseiro não afetaram a resistência adesiva do esmalte dental.

 Ib154

Resistência à tração de pinos pré-fabricados de fibra de vidro, cimentados com diferentes agentes de cimentação

OZAKI, J.*, SIGEMORI, R. M., PAULILLO, L. A. M. S., REIS, A. F.

Odontologia Restauradora - Universidade Metropolitana de Santos e Universidade Estadual de Campinas. E-mail: jansenozaki@ig.com.br

Devido às características estéticas e resiliência, os pinos pré-fabricados de fibra de vidro são indicados para restaurações em dentes anteriores. Entretanto, por ser um pino passivo, sua retenção depende do agente cimentante empregado. O objetivo deste estudo foi avaliar à resistência à tração de agentes cimentantes resinosos, ionomérico e fosfato de zinco, utilizados para cimentação de pinos de fibra de vidro. Foram utilizadas 40 raízes bovinas tratadas endodonticamente e cimentado o pino Reforpost nº 3 (Ângelus) de acordo com os grupos experimentais: G1 - fosfato de zinco (controle), G2 - Rely X (3M), G3 - Rely X Vitremer Luting Cement (3M), G4 - Enforce (Dentsply), G5 - Bistite II SC (J. Morita). As amostras foram armazenadas em 100% de umidade relativa por uma semana e em seguida realizado o ensaio de resistência à tração em máquina universal de ensaios Instron a uma velocidade de 1,0 mm/min. Os resultados foram submetidos a análise de variância (ANOVA) e ao teste de Tukey (a = 0,05), obtendo-se os seguintes valores em kgf (DP) para cada grupo: G1 - 34,40 (9,67)a, G2 - 17,58 (7,14)b, G3 - 15,70 (9,72)b, G4 - 19,95 (5,20)b e G5 - 23,10 (7,67)ab.

O cimento de fosfato de zinco apresentou a maior média de resistência à tração quando comparadas aos cimentos resinosos, porém não apresentou diferença estatística para o Bistite II SC. Os cimentos resinosos apresentaram o mesmo comportamento em relação à resistência à tração.

 Ib155

Avaliação da influência do tipo de tratamento de superfície da cerâmica glazeada na colagem de braquetes ortodônticos

FALCÃO, C. B.*, OLIVEIRA, C. A., AHID, F. J. M., LIMA, D. M., VAZ, L. G.

Clínica Infantil - Universidade Estadual Paulista. E-mail: camilabelo@hotmail.com

O desenvolvimento clínico do tratamento ortodôntico em pacientes adultos é dificultado pela presença de restaurações cerâmicas, que não favorecem a colagem dos braquetes sobre sua superfície. Mediante a isto,o presente estudo se propôs a avaliar a influência do tipo de preparo da superfície da cerâmica na resistência adesiva dos braquetes ortodônticos, os modos das falhas e os tipos de fratura. Foram confeccionados 60 corpos-de-prova de cerâmica, divididos em seis grupos de acordo com os respectivos tratamentos de superfície: G1 (ácido fluorídrico a 9,5% e silano), G2 (ácido fluorídrico a 9,5%), G3 (ponta diamantada e silano), G4 (ponta diamantada), G5 (jato abrasivo e silano) e G6 (jato abrasivo), sendo depois submetidos a tratamento adesivo para cimentação dos 20 corpos-de-prova de braquetes com o cimento Concise (3M). Em seguida, o conjunto foi submetido a ciclagem térmica e ensaio mecânico de cisalhamento na máquina Material Test System - MTS 810 a uma velocidade de 0,5 mm/min. Aplicou-se a análise de variância para verificar se houve diferença significativa de resistência ao cisalhamento e se houve efeito do tratamento químico com silano.

Concluiu-se que houve diferenças estatisticamente significantes na resistência adesiva às forças de cisalhamento entre os tipos de tratamentos mecânicos da superfície, onde o grupo G1 > G3 > G5; o silano foi eficiente para aumentar a resistência adesiva e que as fraturas ocorreram na união cimento-braquetes.

 Ib156

Estudo clínico sobre a eficácia de dois agentes clareadores, peróxido de carbamida a 10% e peróxido de hidrogênio a 7,5%

MAIA, E. A. V., RESES, M. L. N.*, ANDRADA, M. A. C., BARATIERI, L. N., MONTEIRO JR., S.

Estomatologia - Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: manureses@hotmail.com

Agentes clareadores caseiros em baixas concentrações, à base de peróxido de hidrogênio, vêm sendo utilizados como uma alternativa aos clareadores à base de peróxido de carbamida. Ao contrário deste, o peróxido de hidrogênio não contém uréia (responsável pela elevação do pH) na sua composição, o que pode promover maior sensibilidade dental. Por outro lado, este possui a vantagem de promover um clareamento efetivo em menor tempo. O propósito deste estudo foi comparar o grau de clareamento dental alcançado com a utilização dos agentes clareadores peróxido de carbamida 10% e peróxido de hidrogênio 7,5%, após 3 semanas. Foram selecionados 18 voluntários com dentes na coloração equivalente ou superior à cor A3 da escala Vita. Cada paciente recebeu duas moldeiras superiores, uma para cada clareador, sendo que na hemi-arcada direita foi empregado o peróxido de carbamida a 10% (Nite White) (PC 10%) e na esquerda, o peróxido de hidrogênio 7,5% (Day White) (PH 7,5%). Cada agente clareador foi utilizado, separadamente, por 1 h/dia, durante 3 semanas. Semanalmente, realizaram-se avaliações da cor dos dentes caninos por 2 examinadores com o auxílio da escala Vita. Fotografias intra-orais foram realizadas no início e em cada avaliação posterior. Os resultados foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis (p < 0,05) e mostraram que na 1ª semana os pacientes do grupo PH 7,5% apresentaram um clareamento de, aproximadamente, 4 unidades de cor, estatisticamente diferente do clareamento observado no grupo PC 10%, o qual clareou 2 unidades. Tal comportamento também foi observado na 2ª e 3ª semana.

Ambos os agentes clareadores apresentaram um clareamento dental efetivo. Contudo, o PC 10% necessitou de um tempo maior para alcançar o resultado atingido pelo clareamento realizado com PH 7,5%.

 Ib157

Efeito dos agentes clareadores caseiros na morfologia do esmalte

LOPES, G. C., BONISSONI, L.*, BARATIERI, L. N., VIEIRA, L. C. C., MONTEIRO JR., S., ANDRADA, M. A. C.

Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: leandrobonissoni@globo.com

Objetivos: analisar alterações morfológicas no esmalte submetido a três agentes clareadores caseiros: um gel de peróxido de carbamida 10% (PC 10%. Rembrandt, Den-Mat), um gel livre de oxigênio a base de hidroxilite (HL. Hi-Lite II, Shofu), e um sistema clareador em tira de polietileno contendo peróxido de hidrogênio 5,3% (PH 5,3%. Whitestrips, Procter & Gamble). Materiais e métodos: vinte superfícies vestibular e lingual de molares humanos foram incluídas em resina acrílica, polidas até lixa de granulação 600, mantidas em saliva artificial por 48 h e divididas aleatoriamente em 4 grupos (n = 5). Para HL e PC 10%, o clareamento foi realizado durante 8 horas por dia durante 2 semanas. Para o agente PH 5,3%, o clareamento foi feito durante 30 min matutina e vespertinamente. Depois de cada secção de clareamento, os espécimes eram lavados e mantidos em saliva artificial (SA), trocada todos os dias. No grupo controle, os espécimes foram mantidos em SA. Depois do clareamento por duas semanas, os espécimens foram observados por um microscópio eletrônico de varredura (Philips XL 30). Resultados: nenhuma alteração morfológica foi observada no esmalte tratado com PC 10%, nem com o gel livre de oxigênio, quando comparados com o controle (saliva artificial). Por outro lado, o esmalte clareado com PH 5,3% resultou em áreas de erosão. Entretanto, este efeito não foi uniforme, ocorrendo com intensidade variável em todos os espécimes submetidos ao clareamento com PH 5,3%.

Conclusões do experimento: o clareamento caseiro realizado com PH 5,3% resulta em um efeito erosivo na superfície do esmalte.

 Ib158

Avaliação da profundidade de polimerização de resinas compostas polimerizadas com diferentes fontes de luz

FRANCO, E. B., AMARAL, M. B.*, LOPES, L. G., SANTIAGO, S. L.

Dentística - Universidade de São Paulo. E-mail: bordiniamaral@yahoo.com.br

Avaliou-se a profundidade de polimerização de resinas compostas: Z100 (Z), Filtek A110 (F) e Surefil (S), ativadas através da luz halógena - LH (XL 2500 - 3M) e laser de argônio - LA (Cohirent Innova 100). Foram confeccionados cinco corpos-de-prova a partir de uma matriz cilíndrica de teflon com orifício central de 5 mm de diâmetro e 1 cm de profundidade. Após inserção dos diferentes materiais foi interposta uma lamínula de vidro entre a matriz e as fontes de luz, com e sem a faceta (CF e SF) de esmalte (1 mm), seguida da polimerização por 20 s para LA e 40 s para LH. Um dispositivo especial com adaptação de um instrumento rotatório/broca esférica #8, com peso de 320 g foi utilizado para determinar a extensão de polimerização. A superfície oposta à fonte de luz foi considerada polimerizada quando a penetração da broca alcançava resistência semelhante àquela voltada para a fonte de luz. O remanescente foi medido com um espessímetro. As médias e desvios-padrão foram: Z-LH-SF: 7,72 ± 0,26, Z-LA-SF: 7,74 ± 0,16, Z-LH-CF: 5,60 ± 0,22, Z-LA-CF: 5,38 ± 0,22, S-LH-SF: 6,98 ± 0,46, S-LA-SF: 5,94 ± 0,20, S-LH-CF: 5,38 ± 0,21, S-LA-CF: 4,48 ± 0,13, F-LH-SF: 6,20 ± 0,40, F-LA-SF: 5,62 ± 0,19, F-LH-CF: 4,14 ± 0,20, F-LA-CF: 3,74 ± 0,36. Houve diferença estatisticamente significante (ANOVA a três critérios e Tukey) entre os fatores estudados.

Não obstante as resinas compostas apresentarem variações na profundidade de polimerização, tanto para a luz halógena quanto para o laser de argônio, os valores observados para todos os grupos, superaram a espessura mínima recomendada na prática clínica. (Apoio: FAPESP - 00/14747-0.)

 Ib159

Influência do tipo de ativação do sistema adesivo na resistência de união de uma resina autopolimerizável

TEDESCO, A. D., MATTOS, R. C., MIRANDA, M. S., PARAÍZO, M., DIAS, A. R. C.*

Dentística - Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. E-mail: arcdias@ig.com.br

O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar a resistência de união de uma resina autopolimerizável TiCore/EDS utilizando o sistema adesivo Scotchbond MP/3M (SBMP) quimicamente e fotoativados. Foram selecionados vinte molares humanos hígidos recém-extraídos e incluídos em tubos de PVC, usando resina epoxídica. Suas superfícies oclusais foram desgastadas com lixas d’água de granulação 400 e 600 até a obtenção de uma superfície lisa, com área adesiva em dentina com diâmetro mínimo de 3 mm. Os dentes foram aleatoriamente divididos em dois grupos iguais, e aplicados os sistemas adesivos conforme as especificações do fabricante: G1 = SBMP fotoativado e G2 = SBMP quimicamente ativado. Sobre estas áreas foram construídos cilindros de resina TiCore a partir de uma matriz de teflon padronizada em 6,0 x 3,0 mm. Após uma semana armazenados a 100% de umidade relativa, os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de cisalhamento em uma máquina de ensaios mecânicos EMIC a 0,5 mm/min. Os resultados foram tratados estatisticamente pelo teste t de Student (p < 0,05). As médias e desvios padrões foram (MPa): G1 = 3,22 ± 1,28 e G2 = 6,21 ± 2,65. Foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os dois grupos testados.

Os autores concluíram que, para a obtenção de melhores resultados adesivos, a resina TiCore deve ser utilizada em conjunto com o sistema adesivo SBMP quimicamente ativado.

 Ib160

Avaliação da associação do clareamento de consultório e caseiro na rugosidade superficial de materiais restauradores

BELOTSERKOVETS, L. R.*, RODRIGUES, J. A., WATANABE, M. M., MARCHI, G. M., AMBROSANO, G. M. B.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: larissa_ribeiro@yahoo.com

O objetivo deste estudo foi avaliar a rugosidade superficial em materiais restauradores após o uso associado dos géis de peróxido de carbamida (PC) a 10% (Whiteness Perfect FGM) e 37% (Whiteness-Super FGM). Matrizes cilíndricas de acrílico (4 x 2 mm) foram preenchidas com os materiais: resina composta microparticulada A110 - 3M (G1), resina composta micro-híbrida Z250 - 3M (G2) e um híbrido de ionômero de vidro/resina composta Vitremer - 3M (G3) que foram pressionados com carga de 500 g sobre uma tira de poliéster e fotopolimerizados. Após 24 h, o gel de PC a 10% foi aplicado diariamente por 8 h e o gel de PC a 37% semanalmente por 1 h durante 20 dias. O grau de rugosidade superficial foi medido antes e após 6, 13 e 20 dias (T0, T6, T13, T20) de aplicação do gel clareador, sendo realizadas três leituras de Ra em cada tempo estabelecido. Foi aplicada ANOVA em parcelas subdivididas e teste Tukey (p < 0,01) onde foi demonstrado que: T0, G1 = 0,124a, G2 = 0,145a, G3 = 0,209a; T6, G1 = 0,100b, G2 = 0,104b, G3 = 0,936a; T13, G1 = 0,096b, G2 = 0,133b, G3 = 1,025a; T20, G1 = 0,094b, G2 = 0,192b, G3 = 1,149a. Foram realizadas regressões polinomiais cujo coeficiente foi R2G3 = 0,94, não havendo diferenças para G1 e G2.

Concluiu-se que a associação de géis clareadores aumentou a rugosidade superficial do híbrido de ionômero de vidro/resina composta, não afetando a rugosidade superficial das resinas composta micro-híbrida e nem da microparticulada.

 Ib161

Efeito da utilização in vitro de agentes clareadores de consultório sobre a microdureza do esmalte

GALVANI, C. M.*, RODRIGUES, J. A., AMARAL, C. M., BARON, G. M. M., PIMENTA, L. A. F., AMBROSANO, G. M. B.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: cotchofop@yahoo.com.br

Este estudo avaliou a microdureza do esmalte dental bovino, submetido à agentes clareadores de consultório. Fragmentos de esmalte com 3 x 3 mm foram incluídos em resina de poliestireno, polidos seqüencialmente e divididos em 7 grupos: (n = 15) G1 = Apollo Secret, G2 = Whiteness HP, G3 = Whiteness Super, G4 = Opalescence Xtra, G5 = Opalescence Quick, G6 = Whiteness Perfect G7 = controle, permaneceu em saliva artificial. O tratamento clareador foi realizado por 3 semanas com uma aplicação semanal, com exceção do G6, que sofreu aplicações diárias por 8 h. Os fragmentos foram estocados em saliva artificial por mais 2 semanas. As mensurações de microdureza foram realizadas antes e nos períodos de 7, 14, 21, 28 e 35 dias (T0, T7, T14, T21, T28, T35) do tratamento. Foram rea­lizadas 3 leituras de microdureza Knoop com carga de 50 g em cada fragmento. Os testes ANOVA em parcela subdividida e Tukey (p < 0,05) demonstraram que: T0, G1 = 139,0A, G2 = 144,9A, G3 = 136,5A, G4 = 148,5A, G5 = 158,5A, G6 = 139,1A, G7 = 153,8A; T7, G1 = 133,2A, G2 = 145,0A, G3 = 156,5A, G4 = 140,9A, G5 = 120,8A, G6 = 128,4A, G7 = 129,4A; T14, G1 = 143,4AB, G2 = 159,1AB, G3 = 163,9A, G4 = 159,2AB, G5 = 147,0AB, G6 = 153,4AB, G7 = 122,9B; T21, G1 = 144,7AB, G2 = 163,4AB, G3 = 170,9A, G4 = 166,1AB, G5 = 132,9B, G6 = 163,8AB, G7 = 141,6AB; T28, G1 = 164,8A, G2 = 167,4A, G3 = 167,8A, G4 = 165,1A, G5 = 165,1A, G6 = 164,2A, G7 = 158,7A; T35, G1 = 170,0A, G2 = 168,7A, G3 = 169,1A, G4 = 176,8A, G5 = 145,4A, G6 = 170,3A, G7 = 157,9A. Foram realizadas regressões polinomiais cujos coeficientes foram: R2G1 = 0,81, R2G2 = 0,90, R2G3 = 0,96, R2G4 = 0,82, R2G6 = 0,79, R2G7 = 0,67.

Os géis clareadores não alteraram a microdureza do esmalte.

 Ib162

Avaliação in vitro dos métodos de remoção manual e químico-mecânico da dentina cariada

CASTILHO, G. A. A.*, ROSSI, F. M., CAMPOS, W. R. C., FERREIRA, R. C.,
NOGUEIRA-MOREIRA, A., MAGALHÃES, C. S.

Faculdade de Odontologia - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: guilhermecastilho@ig.com.br

Novos métodos para remoção de dentina cariada têm sido desenvolvidos, entre eles o método químico-mecânico usando o gel CarisolvTM. Este estudo in vitro teve como objetivos determinar a eficiência dos métodos de escavação manual (M) e químico-mecânico (QM) e avaliar a microdureza da dentina remanescente. Trinta molares humanos recém-extraídos foram seccionados longitudinalmente através da lesão de cárie oclusal, obtendo-se duas metades iguais. Cada hemi-secção foi escavada, aleatoriamente, empregando o gel CarisolvTM ou manualmente, seguindo os procedimentos sugeridos para o tratamento restaurador atraumático. O tempo gasto para completar a escavação foi cronometrado. As secções foram incluídas, planificadas, polidas e submetidas a ensaios de microdureza Knoop em intervalos de 100 mm a partir do assoalho cavitário. O teste de Wilcoxon indicou que o tempo gasto para a escavação pela técnica (M) foi significativamente menor que pela (QM) (a = 0,01). A análise de variância apontou diferença estatística significativa entre os métodos de escavação e as profundidades (a = 0,05). O teste t de Student permitiu ordenar as médias de microdureza a 100, 200, 300, 400 e 500 mm, respectivamente, para (QM): 15,639 (± 4,961); 17,972 (± 6,223); 21,251 (± 9,297); 24,281 (± 9,252); 28,457 (± 11,799); e para (M): 21,178 (± 10,264); 23,403 (± 9,486); 28,218 (± 11,624); 31,045 (± 12,165); 34,342 (± 11,948).

O método manual apresentou maior eficiência que o químico-mecânico. O uso do gel CarisolvTM produziu um remanescente dentinário de menor microdureza. (Apoio: CNPq - processo nº 474011/01-1.)

 Ib163

Efeito da presença dos solventes orgânicos na resistência à tração de sistemas adesivos em esmalte e dentina

OLIVEIRA, M. T.*, REIS, A. F., GIANNINI, M., GOES, M. F.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: oliveira.marcelo@terra.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência à tração (RT) de sistemas adesivos de frasco único a base de álcool/água e acetona, ao esmalte (E) e dentina (D), na presença (P) e ausência (A) dos respectivos solventes. Utilizou-se 32 terceiros molares, planificados com lixas de SiC 600, e restaurados com os adesivos Single Bond (SB - 3M) e Prime & Bond 2.1 (PB - Dentsply) de acordo com as instruções do fabricante e após completa eliminação dos solventes. Foram determinados 8 grupos experimentais (n = 12): G1 - SB-E-P, G2 - SB-E-A, G3 - SB-D-P, G4 - SB-D-A, G5 - PB-E-P, G6 - PB-E-A, G7 - PB-D-P e G8 - PB-D-A. Após a aplicação dos adesivos, coroas de aproximadamente 8 mm de altura foram construídas com o compósito TPH Spectrum (Dentsply). Os dentes foram armazenados em água destilada por 24 h e em seguida secções seriadas de 0,8 mm de espessura foram realizadas no sentido vestíbulo-lingual. Nestas fatias foram realizadas constricções laterais, para obter uma área adesiva de aproximadamente 0,8 mm2. Os espécimes foram submetidos ao ensaio de microtração em uma máquina de ensaio universal (0,5 mm/min - Instron 4411) e os resultados submetidos à ANOVA e teste de Tukey. Não houve diferença significativa quando os sistemas adesivos foram aplicados com ou sem solvente em esmalte, no entanto, esta diferença foi significativa em dentina (MPa): G3 - 26,19 ± 8,59a; G7 - 23,64 ± 11,31ab; G4 - 12,79 ± 2,06bc; G8 - 6,72 ± 3,06c.

Os resultados sugerem que a ausência do solvente não interfere na RT em esmalte, entretanto, na dentina a RT foi dependente da presença do solvente no sistema adesivo.

 Ib164

Efeito de agentes clareadores de alta concentração na dureza e rugosidade superficial do esmalte dental

PINTO, C. F.*, OLIVEIRA, R., CAVALLI, V., GIANNINI, M., AMBROSANO, G. M. B.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: crishelpfop@yahoo.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de agentes clareadores de alta concentração de peróxido na microdureza e rugosidade superficial do esmalte dental. Foram utilizados blocos de esmalte de 3 x 3 mm retirados de 20 terceiros molares hígidos. Os fragmentos foram incluídos em resina de poliestireno e polidos com lixas de Al2O3 e pastas de diamante. Os espécimes foram divididos aleatoriamente nos seguintes grupos (n = 11): G1 - peróxido de carbamida (PC) 37% (Whiteness Super - FGM); G2 - PC 35% (Opalescense - Ultradent); G3 - peróxido de hidrogênio (PH) 35% (Whiteness HP - FGM) e G4 - controle (sem tratamento). Os grupos G1, G2 e G3 foram tratados de acordo com as instruções dos fabricantes e quando não estavam sob tratamento clareador permaneciam armazenados em saliva artificial. Os espécimes do grupo (G4) permaneceram constantemente armazenados em saliva artificial. Foram determinadas a microdureza e rugosidade inicial de cada espécime, e a análise de variância não mostrou diferenças significativas. Após o término dos tratamentos, os espécimes foram novamente avaliados e os resultados submetidos a ANOVA e teste de Tukey (p < 0,05). Os valores médios finais de dureza foram (KHN): G1 - 61,42 ± 11,1b; G2 - 51,02 ± 16,3b; G3 - 44,42 ± 11,8b; G4 - 230,28 ± 73,0a. Os valores médios finais de rugosidade (DP) foram (Ra): G1 - 0,33 ± 0,07b; G2 - 0,27 ± 0,06ab; G3 - 0,35ab ± 0,05b; e G4 - 0,23 ± 0,03a.

Os resultados sugerem que o esmalte dental submetido a altas concentrações de peróxido pode diminuir a dureza, assim como aumentar a rugosidade superficial após o clareamento. (Apoio: PIBIC/CNPq.)

 Ib165

Efeito da proteção superficial e ciclos de escovação na rugosidade de compósitos indicados para dentes posteriores

ARITA, C. H. M.*, AGUIAR, F. H. B., AMBROSANO, G. M. B., LOVADINO, J. R.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: carlaarita@hotmail.com

O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar o efeito da proteção superficial e de ciclos de escovação na rugosidade superficial de compósitos fotoativados. Para tanto, foram confeccionados 60 corpos-de-prova, utilizando-se dois compósitos. Esses corpos-de-prova foram, aleatoriamente, divididos em 6 grupos, cada grupo contendo 10 amostras. Cada grupo variou no tipo de compósito (P60 - 3M ESPE ou Surefil - Dentsply) e na realização da proteção superficial (adesivo Single Bond - 3M ESPE, ou selante de superfície Fortify - Bisco) ou não. Após a primeira leitura de rugosidade, todos os corpos-de-prova foram submetidos à ciclagem de escovação (30.000 ciclos), e então, uma segunda leitura de rugosidade foi realizada. Os resultados de rugosidade - Ra (mm), antes e após os ciclos de escovação foram tabulados e analisados através da ANOVA e teste de Tukey, que mostrou diferenças estatísticas entre os três fatores estudados (p < 0,05), porém sem interação entre eles. Os resultados (mm) para compósito foram: P60 - 18,12 ± 0,045 (A) e Surefil - 0,2570 ± 0,078 (B); para proteção superficial: Fortify - 0,1998 ± 0,060 (A), Single Bond 0,2126 ± 0,069 (AB) e controle 0,2449 ± 0,055 (B); para escovação: antes da escovação 0,1673 ± 0,039 (A), depois da escovação 0,2709 ± 0,084 (B).

Os resultados permitem concluir que o compósito Surefil apresentou maior média de rugosidade, e que o selante de superfície Fortify foi efetivo na diminuição da rugosidade superficial, e que a ciclagem de escovação foi capaz de aumentar a rugosidade superficial. (Apoio: FAPESP, nº 01/10860-0.)

 Ib166

Levantamento de estudos e testes de sistemas adesivos dentinários apresentados em Reuniões da SBPqO (1997-2001)

CAL NETO, J. P., MIRANDA, M. S., ANDRADE, F.*

Dentística - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: vicfevi@uol.com.br

O objetivo deste trabalho é avaliar a freqüência relativa e absoluta, e analisar a metodologia de estudos e testes de sistemas adesivos apresentados em Reuniões da SBPqO, nos últimos cinco anos. Foi utilizado o método de abordagem indutivo, com procedimento estatístico descritivo e comparativo, empregando-se a técnica de documentação indireta. Foram selecionados nos Anais da SBPqO (nos anos de 1997 até 2001) todos os trabalhos onde foram avaliadas características ou o desempenho de sistemas adesivos dentinários (SA), associados à compósitos resinosos, utilizados em tecidos dentais duros. Em seguida foram sepa­rados conforme a metodologia de estudo empregada, sendo ainda observado o tipo de substrato dentário utilizado. Do total de 4.265 resumos analisados, 194 (4,54%) foram selecionados, e destes 54,5% foram testes de resistência de união, 30,5% avaliaram a capacidade de selamento marginal, 5,5% a biocompatibilidade do SA e 8,5% foram estudos da micromorfologia da camada híbrida. Quanto ao substrato dentário empregado, foi observado que em 132 (68,75%) trabalhos foram utilizados dentes humanos permanentes, em 16 (8,33%) dentes humanos decíduos e em 44 (22,92%) foram usados dentes bovinos.

Os autores concluem que: 1) os estudos de SA tem aumentado, o que é demonstrado não apenas em números absolutos, mas também pelo aumento da freqüência relativa no período; 2) os testes de resistência de união são os mais utilizados, sendo os ensaios de cisalhamento os mais frequentes; 3) a utilização de dentes bovinos tem demonstrado ser uma boa alternativa em estudos desta natureza.

 Ib167

Efeito do tempo de intervalo na técnica do pulso tardio na microinfiltração de restaurações de resina composta

LOPES, G. C., BRAND, C.*, VIEIRA, L. C. C.

Dentística - Universidade de Santa Catarina. E-mail: brand@openlink.com

Objetivos: analisar o grau de microinfiltração marginal de restaurações de resina composta usando 4 intervalos de tempos entre as duas fotopolimerizações usadas na técnica do pulso tardio. Material e métodos: quarenta cavidades classe V em forma de cunha foram preparadas em caninos, com a margens em esmalte e dentina (n = 10), e restauradas com Excite + Tetric Ceram A (Vivadent) aplicada em incremento único. Para a fotopolimerização, o aparelho VIP (Bisco) foi programado para funcionar com a técnica do pulso tardio: 3 s (100 mW/cm2) + intervalo + 30 s (500 mW/cm2). Os intervalos testados entre as duas fotopolimerizações foram: G0s = 0 s (controle), G30s = 30 s, G1min = 1 minuto e G5min = 5 minutos. De­pois de 24 h, os dentes foram termociclados (250 X, 5-55ºC, 60 s/ciclo). Os espécimes foram imersos em azul de metileno 2% por 12 h, lavados e seccionados. A microinfiltração foi analisada com escala de 0-3. Os dados foram submetidos ao teste Kruskal-Wallis (p < 0,05). Resultados: a mediana dos escores de infiltração nas margens de esmalte foram: G0 = 1b, G30s = 0ab, G1min = 0a e G5min = 0a. E, nas margens em dentina foram: G0 = 0a, G30s = 1a, G1min = 1a e G5min = 1,5a. Para as margens em dentina não houve diferença entre os grupos (p = 0,658). Para as margens em esmalte houve menor infiltração com tempos de 1 e 5 minutos quando comparado com o controle (G0s).

Conclusões do experimento: o intervalo de tempo na técnica do pulso não influenciou a capacidade de selamento nas margens em dentina, entretanto, considerando as margens em esmalte, o retardamento da fotopolimerização por mais de 1 min resulta em menor infiltração marginal.

 Ib168

Efeito da técnica adesiva na capacidade de selamento marginal de restaurações diretas de resina composta

MARIANO, L. O. H.*, LOPES, G. C., VIEIRA, L. C. C.

CCBS - Universidade do Sul de Santa Catarina. E-mail: luizoscarhm@zipmail.com.br

Objetivos: avaliar a microinfiltração marginal de restaurações de resina composta usando duas técnicas adesivas: “primers” autocondicionantes (SEP) e condicionamento ácido total (AcT). Material e métodos: quarenta cavidades classe V (3,0 mm x 2,0 mm x 2,0 mm) foram preparadas em terceiros molares humanos hígidos (n = 10), com margem em esmalte e em dentina. Os sistemas adesivos SEP testados foram: Clearfil SE Bond (SE. Kuraray) e One-Up Bond F (OneU. Tokuyama). E, os AcT foram: PermaQuick1 (PQ1. Ultradent) e Gluma One Bond (GOB. Heraeus Kulzer). Em todas as cavidades a resina Tetric Ceram/Vivadent foi aplicada em dois incrementos oblíquos. Depois de 24 h, os dentes foram termociclados (300 X, 5-55º C, 60 s cada ciclo). Os espécimes foram imersos em azul de metileno 2% (12 h), lavados, secos e secionados. A extensão da microinfiltração foi analisada com escala de 0-4. Os dados foram submetidos ao teste Kruskal-Wallis. Resultados: a mediana dos escores de infiltração nas margens de esmalte foram: PQ1 = 0, GOB = 0, SE = 1 e OneU = 1. E, para margens em dentina foram: PQ1 = 2; GOB = 3,5; SE = 1,5 e OneU = 1,5. Para ambas as margens, não houve diferença estatística no grau de infiltração entre os 4 adesivos testados, nem entre as duas técnicas (p = 0,118). Nas margens em dentina, a técnica do “primer” autocondicionante resultou num maior número de dentes com infiltração zero (p = 0,039). Nas margens em esmalte não houve diferença (p = 0,11).

Conclusões do experimento: os resultados sugerem que sistemas autocondicionantes propiciam um ­maior número de restaurações sem infiltração marginal nas margens em dentina.

 Ib169

Resistência à fratura em dentes pré-molares com preparos endodônticos restaurados com vários materiais

CORSO, R. C.*, CESERO, L., CUNHA, F.

Universidade Luterana do Brasil. E-mail: ronaldocorso@bol.com.br

O objetivo foi investigar, in vitro, a resistência à compressão axial de dentes que sofreram tratamento endodôntico com preparos tipo MOD e qual é o material que fornece maior resistência em restaurações diretas sem utilização de reforço radicular, para esses dentes. Para isso, foram utilizados 40 dentes pré-molares superiores armazenados em água destilada a 5ºC, que foram divididos em 4 grupos: grupo controle (dente hígido), n = 10; grupo teste 1 = restaurado com material provisório (Cimpat - Septodont), n = 10; grupo teste 2 = restaurado com resina composta (Filtek Z250 - 3M), n = 10; grupo teste 3 = restaurado com resina composta (Filtek Z250 - 3M) e base de cimento de ionômero de vidro modificado por resina (Vitremer - 3M), n = 10. Esses dentes foram incluídos em cilindros de PVC com resina de poliéster (Fibergess). Posteriormente foram submetidos à compressão numa máquina de ensaios universal Kratos com velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados obtidos foram submetidos ao teste estatístico de Kruskal-Wallis (p = 0,089) e estão dispostos na tabela (valores em kgf).

O grupo controle apresentou uma tendência à resistência a fratura, pelo teste de compressão, maior que os demais grupos. Os grupos testes 1, 2 e 3 apresentaram uma resistência as fraturas muito semelhantes. Os materiais restauradores definitivos não promoveram acréscimo, significativo estatisticamente, na resistência a fratura de dentes tratados endodonticamente com preparos MOD.

 Ib170

Influência do preparo cavitário com jato abrasivo sobre a espessura da camada híbrida

RODRIGUES, J.*, BARCELEIRO, M. O., MELLO, J. B., MIRANDA, M. S., JANKE, R. M.

Programa Especial de Treinamento - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: janainars@connectodonto.com.br

A utilização de aparelhos de jato abrasivo para preparo cavitário está cada vez maior na Odontologia, porém pouco se sabe sobre a influência que esta modalidade de preparo cavitário exerce sobre a adesão dentinária. O objetivo deste estudo foi promover uma comparação entre as camadas híbridas formadas entre o sistema adesivo Scotchbond Multi-Uso Plus e a superfície dentinária, preparada com dois métodos de preparo cavitário, a ponta diamantada em alta rotação (Grupo I - controle), e o jato abrasivo de óxido de alumínio, com partículas de 27 mm e pressão de 80 psi (Grupo II). Para isto, foram realizados tratamentos superficiais com os dois métodos descritos em 10 fragmentos de dentina superficial aplainada, retirados de cinco dentes humanos recém-extraídos. Após isso, a dentina foi preparada com o sistema adesivo descrito, e em seguida foram inseridos incrementos de compósito micro-híbrido Fill Magic. Os corpos-de-prova foram então cortados, polidos e preparados para visualização em MEV, através do que foram realizadas dez medidas da espessura da camada híbrida formada em cada corpo-de-prova, totalizando um total de 50 medições por grupo. Os resultados obtidos foram tratados estatisticamente por análise de variância (p < 0,05), a qual evidenciou haver diferença estatisticamente significante entre os dois grupos. Observou-se as seguintes médias nos diferentes grupos: Grupo I - 3,43 ± 0,74 mm; Grupo II - 4,94 ± 1,28 mm.

Através dos resultados, os autores concluíram que o jato abrasivo de óxido de alumínio influencia positivamente a formação da camada híbrida.

 Ib171

Efeito do método de inclusão e reprodução do ligamento periodontal na resistência à fratura de dentes bovinos

SOARES, C. J., PIZI, E. C. G., QUEIROZ, V. S.*, PAULLILO, L. A. M. P., MARTINS, L. R. M.

Dentística Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: van.br@bol.com.br

O propósito deste estudo foi avaliar a resistência à fratura de dentes bovinos incluídos com dois mate­riais, resina acrílica (AC) e resina de poliestireno (PC), usando quatro tipos de ligamentos periodontais: ausência do ligamento (1); material de impressão a base de poliéter, Impregum F, 3M - ESPE (2); material de impressão a base de polissulfeto, Permelastic, Kerr (3) e borracha de poliuretano (4). Foram selecionados oitenta dentes incisos bovinos com dimensões semelhantes que foram incluídos em cilindros de resina nos diferentes métodos e foram armazenados a 37ºC e 100% de umidade por 24 horas. Então, as amostras foram submetidas a uma carga de compressão tangencial na borda incisal a uma velocidade de 0,5 mm/minuto até a fratura do dente. Os padrões de fratura foram analisados em quatro níveis: 1 - fratura coronal; 2 - fratura na junção esmalte-cimento; 3 - fratura radicular parcial; 4 - fratura de radicular total. A análise estatística foi realizada por ANOVA e teste de Tukey. Os resultados foram para resistência de fratura (kgf) e padrões de fratura: AC1 - 90,13 ± 13,59 (2,0); AC2 - 70,39 ± 13, 27 (3,0); AC3 - 70,19 ± 10,01 (2,5); AC4 - 70,23 ± 11,13 (2,8); PC1 - 69,24 ± 21,72 (2,0); PC2 - 85,90 ± 14,65 (3,1); PC3 - 72,51 ± 14,32 (2,6); PC4 - 72,84 ± 11,92 (2,8).

A resistência à fratura foi influenciada pelo método de inclusão. O ligamento periodontal artificial modificou a distribuição de carga. A resina de poliestireno associada ao material de moldagem a base de poliéter parece ser o melhor método de inclusão.

 Ib172

Aplicação do aparelho TENS versus o uso de raio laser no tratamento das disfunções temporomandibulares (DTM)

KATO, M. T.*, CONTI, P. C. R., SANTOS, C. N., KOGAWA, E. M., LAURIS, J. R. P.

Faculdade de Odontologia de Bauru - Universidade de São Paulo. E-mail: thiemi.fob.usp@zipmail.com.br

O tratamento das disfunções temporomandibulares (DTM) objetiva ser conservador e reversível para alívio da dor e restauração da função normal. Sendo assim, tratamentos como a estimulação neural elétrica transcutânea (TENS) e o raio laser têm sido utilizados. Portanto, este trabalho se propõe a comparar o TENS versus o raio laser no tratamento de pacientes com DTM. Foram selecionados dezoito pacientes com sinais e sintomas de DTM de origem muscular. O grupo I recebeu aplicação de laser e o grupo II, estimulação elétrica, totalizando-se 10 sessões, três vezes por semana, durante um mês. A avaliação foi feita imediatamente antes e 5 minutos após cada sessão terapêutica, através da escala de análise visual (EAV), mensuração de abertura máxima e palpação muscular, num estudo tipo controlado. Para análise estatística foi aplicado ANOVA para mensurações repetidas. Os resultados demonstraram decréscimo na EAV e aumento da abertura bucal máxima de ambos os grupos (p < 0,05). A palpação muscular apresentou diferença significante para o grupo I (p < 0,05).

Baseado na análise da EAV e movimentação ativa, concluiu-se que ambas as terapias propostas foram efetivas no tratamento das DTM, sendo que o efeito acumulativo pode ser o responsável pela melhora obtida. Porém, é sugerida cautela quando se analisam os resultados, devido ao aspecto autolimitante das condições músculo-esqueletais como as DTM. (Apoio financeiro: FAPESP - processo nº 01/00250-0.)

 Ib173

Estudo da correlação entre índices para diagnóstico da síndrome dor e disfunção têmporo-mandibular

VÉRAS NETO, L.*, BONZI, A. B., GAIÃO, L., LUCENA, L. B. S., PADILHA, W. W. N.

Clínica e Odontologia Social - Universidade Federal da Paraíba. E-mail: luisverasneto@zipmail.com

Este estudo objetivou verificar a correlação entre dois índices, um clínico e outro anamnésico para diagnóstico de síndrome de dor e disfunção têmporo-mandibular. Como metodologia usou-se uma abordagem indutiva, com procedimento comparativo e estatístico e técnica de observação direta. A amostra foi composta de 37 pessoas, selecionadas por conveniência, sendo 21 pacientes da Disciplina de Oclusão da UFPB no semestre 2001.2 e 16 estudantes do Curso de Odontologia/UFPB. Cada indivíduo foi submetido ao índice clínico de Helkimo (1974) modificado e ao índice anamnésico proposto por Fonseca (1994). Estes índices observam itens relacionados à movimentação mandibular, dor e fadiga muscular, hábitos parafuncionais, ruídos e dor na ATM, oclusão e estado psicológico do paciente. Ambos os índices indicam os diagnósticos por meio de escores: 1) sem DTM, 2) DTM leve, 3) DTM moderada e 4) DTM severa. O exame clínico e o índice anamnésico foram realizados por examinadores diferentes e calibrados. Como resultados, observaram-se: a) igualdade nos diagnósticos em 49% (18); b) em 32% (12) o diagnóstico pelo índice anamnésico revela menor severidade e em 19% (7) maior severidade; c) quando houve divergência dos resultados, esta foi de apenas um nível de escore no diagnóstico. Os resultados foram analisados pelo teste de correlação de Spearman, indicando r = 0,8110.

Concluiu-se, pela forte correlação encontrada, que o índice anamnésico pode ser utilizado em substituição ao índice clínico quando em estudos epidemiológicos ou triagens. (Apoio: PIBIC/CNPq/UFPB.)

 Ib174

Perda dos dentes, fase de confecção e o uso de próteses totais: significado emocional na visão de pacientes

CESTARI, K.*, NOGUEIRA, S. S., MOLLO JR., F. A.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: nogueira@foar.unesp.br

Este trabalho teve por objetivo proporcionar aos cirurgiões-dentistas uma perspectiva ampla do significado que tem para o paciente a perda dos dentes, a fase de confecção e o uso de prótese total. A amostra constou de 120 indivíduos de classe sócio-econômica C, sendo 75 do sexo feminino e 45 do sexo masculino, em faixa etária de 31 a 89 anos, todos pacientes da Clínica de Prótese Total da FO Araraquara - UNESP. Para cada indivíduo foi aplicado, por uma psicóloga, um questionário com 20 questões dos tipos aberta e fechada. Análise e discussão das respostas obtidas foram realizadas pela psicóloga e por um professor da área de Prótese Total.

Concluiu-se: 1 - A perda dos dentes foi considerada pelos pacientes como um fato extremamente marcante em suas vidas. 2 - Higiene bucal deficiente foi associada pelos pacientes à perda dos dentes e 72% dos mesmos assumiu a culpa da situação de edentado. 3 - O motivo que levou os pacientes a usarem próteses totais foi considerado por 66% como sendo mais significativo do que o fato de usarem as próteses. 4 - A perda dos dentes e o uso de próteses totais contribuiu para a conscientização da importância dos dentes naturais para uma melhor qualidade de vida. Esta conscientização leva os indivíduos a ensinar os mais novos a cuidar dos dentes. 5 - Na fase de confecção os pacientes encontravam-se com um alto nível de expectativas favoráveis ao tratamento e ao uso das próteses totais, esperando ser ouvidos em seus anseios. 6 - Com adaptação e uso, as próteses totais ganham ampla significância, tornando-se parte integrante na vida das pessoas.

 Ib175

Alteração dimensional de modelos obtidos após desinfecção de moldes de alginato com soluções de óleo de mamona

ZANIN, F. R.*, SANTOS, C. M., KAMEOKA, E., ORSI, I. A.

Materiais Dentários e Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: frzanin@ig.com.br

O objetivo desse estudo é avaliar a alteração dimensional de modelos totais confeccionados com 2 tipos de gesso após desinfecção dos moldes de alginato com 3 tipos de soluções, sendo 2 derivadas de óleo de mamona. Para simular o arco superior foi confeccionado um modelo mestre em resina acrílica termopolimerizável, com 4 parafusos sextavados de aço inoxidável; 2 posicionados na região de pré-molar e 2 na região de molar simulando elementos dentais. A partir desse modelo foram obtidas moldagens com moldeiras individuais de resina acrílica e alginato (Hydrogum). Cada grupo apresenta 10 moldes, sendo 5 modelados com gesso tipo IV (Durone) e 5 com gesso modificado por resina (Tuff Rock). Os moldes foram submetidos a diferentes tratamentos de acordo com o seu grupo. Grupo Controle - sem tratamento; Grupo A - desinfecção com NaOCl a 1%; Grupos B e C desinfecção com soluções de óleo de mamona Perioquil e Poliquil Crost, repectivamente. Os modelos foram posicionados no microscópio de dupla coordenada e realizadas mensurações entre preparos nas posições: anterior (pré-pré), posterior (molar-molar) e laterais (molar-pré). Para o gesso Durone o teste estatístico Kruskal-Wallis evidenciou que não houve diferença entre as soluções para as medidas laterais; para as medidas anterior e posterior houve diferenças significantes. Com o gesso Tuff Rock houve diferenças significantes entre as soluções para todas as medidas.

Pelos resultados conclui-se que a solução Poliquil Crost promoveu as maiores alterações dimensionais nos modelos de gesso.

 Ib176

Avaliação da resistência adesiva entre uma cerâmica aluminizada e um cimento resinoso submetidos à ciclagem térmica

GALHANO, G. A. P.*, KIMPARA, E. T., ANDREATTA FILHO, O. D., SIQUEIRA, L. O.,
CAMARGO, F. P., TRAVASSOS, A. C.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: grazil_unesp@yahoo.com.br

Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da ciclagem térmica sobre a resistência adesiva entre a superfície de uma cerâmica aluminizada (In-Ceram, Vita) e um cimento resinoso (Panavia F, Kuraray). Foram confeccionados dois blocos de cerâmica, com dimensões de 5 x 6 x 6 mm, sendo que uma das faces, com dimensões de 6 x 6 mm de cada bloco, foi tratada com jato de óxido de sílica (sistema Rocatec, ESPE). A seguir foram cimentados, sob peso constante de 750 g, a blocos de resina composta (Clearfil AP-X, Kuraray), obtidos a partir da duplicação dos blocos cerâmicos com silicona de adição (Express, 3M). Após isto, os conjuntos formados por cerâmica, cimento e resina foram cortados obtendo-se um total de 20 corpos-de-prova com dimensões de 10 x 1 x 1 mm e área de ensaio de 1 mm2 ± 0,1 mm. Os corpos-de-prova foram divididos em dois grupos que receberam o seguinte tratamento: G1 - armazenagem por 7 dias em água destilada a 37ºC e G2 - ciclagem térmica (1.500 ciclos) em dois banhos (5ºC e 55ºC), com 30 segundos de permanência em cada banho. A seguir foram submetidos à tração em máquina de en­saios universal (EMIC) com célula de carga de 10 kgf e velocidade de 0,5 mm/min. Os valores numéricos (MPa) foram lançados em tabela própria e submetidos a tratamento estatístico (t de Student), mostrando que G1 (28,606 ± 5,708) não diferiu estatisticamente (p < 5%) de G2 (31,582 ± 4,994).

Em função da metodologia empregada e dos resultados obtidos é lícito concluir que a ciclagem térmica não in­fluenciou a resistência adesiva dos materiais ensaiados.

 Ib177

A influência da irradiação por microondas na dureza de duas resinas autopolimerizáveis para reembasamento

REIS, J. M. S. N.*, VERGANI, C. E., SEO, R. S., MACHADO, A. L., GIAMPAOLO, E. T.,
PAVARINA, A. C.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: jmsnr@terra.com.br

Este estudo analisou o efeito da irradiação por microondas na dureza de duas resinas autopolimerizáveis para ­reembasamento (Ufi Gel Hard e Tokuso Rebase Fast). Os corpos-de-prova designados para este estudo foram confeccionados em uma matriz metálica de 10 mm de diâmetro e 1 mm de espessura. Para cada material, 80 corpos-de-prova foram obtidos segundo recomendações do fabricante. Após polimerização, os corpos-de-prova foram divididos aleatoriamente em 10 grupos. No grupo 1 (controle), os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de dureza imediatamente após a polimerização. Para os grupos 2 a 10, os corpos-de-prova foram submetidos a diferentes tratamentos térmicos em microondas antes dos testes. Isso foi acompanhado por alterações de potência (500 W, 550 W e 650 W) e tempo de polimerização (3, 4 e 5 min). A dureza foi mensurada usando um microdurômetro Micromet 2103. A dureza Vickers foi determinada utilizando uma carga de 25 kgf por 30 segundos. ANOVA, seguido pelo teste de Tukey e Kruskal-Wallis foram utilizados para análise dos resultados. Não foram observadas mudanças significativas (p > 0,05) na dureza dos materiais submetidos à irradiação por microondas. Comparando os materiais, a resina Ufi Gel Hard (VHN = 20,88) demonstrou uma dureza significativamente maior (p < 0,05) que a resina Tokuso Rebase Fast (VHN = 5,77).

Os resultados deste estudo demonstraram que a irradiação por microondas não exerceu efeito na dureza superfi­cial destas resinas autopolimerizáveis para reembasamento. (Apoio: PIBIC-CNPq.)

 Ib178

Efeito da ciclagem térmica sobre a adesão entre uma cerâmica de di-silicato de lítio e um cimento resinoso

CAMARGO, F. P.*, ARAÚJO, M. A. J., ANDREATTA FILHO, O. D., BOTTINO, M. A.,
GALHANO, G. A. P., SIQUEIRA, L. O.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: fernandapelogia@hotmail.com

O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da ciclagem térmica sobre a resistência adesiva entre a superfície de uma cerâmica de di-silicato de lítio (IPS Empress II, Ivoclar) e um cimento resinoso (Panavia F, Kuraray). Para tanto, um bloco de cerâmica com dimensões de 10 x 6 x 6 mm, foi seccionado em outros dois blocos com dimensões de 5 x 6 x 6 mm; uma das faces de cada bloco foi condicionada com ácido fluorídrico a 2% por 20 segundos, silanizada e cimentada, sob peso constante de 750 g a um bloco de resina composta (Clearfil AP-X, Kuraray), confeccionado a partir da duplicação dos blocos cerâmicos com silicona de adição (Express, 3M). A seguir os dois conjuntos formados por cerâmica, cimento e resina foram cortados obtendo-se um total de 20 corpos-de-prova com dimensões de 10 x 1 x 1 mm, de modo que a região adesiva apresentasse área de 1 mm2 ± 0,1 mm. Desta forma foram obtidos dois grupos (n = 10) assim constítuidos: G1 - armazenagem por 7 dias em água destilada a 37ºC; G2 - 1.500 ciclos térmicos de 5ºC e 55ºC, 30 segundos em cada banho. Em seguida, os corpos-de-prova foram tracionados em máquina de ensaio universal (EMIC) com célula de carga de 10 kgf e velocidade de 0,5 mm/min. Os valores numéricos (MPa) foram lançados em tabela própria e submetidos ao teste estatístico de Mann-Whitney (p < 0,05), mostrando que G1 (45,809 ± 5,210) não diferiu estatisticamente de G2 (38,685 ± 10,197).

Em função da metodologia empregada e dos resultados obtidos é lícito concluir que a ciclagem térmica não afetou a resistência de união dos materiais ensaiados.

 Ib179

Avaliação da exposição dentária, altura labial e paralelismo incisal, em diferentes faixas etárias

PEDRO, F. P.*, SARTORI, I. A. M., LOPES, J. F. S.

Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: patrifranpe@zipmail

Como o objetivo do trabalho é dar subsídios para o cirurgião-dentista/protesista utilizar na determinação das linhas de referência, quando da escolha dos dentes artificiais, avaliou-se a exposição dentária, a altura labial e o paralelismo incisal, em cento e vinte indivíduos de ambos os sexos. A amostra foi dividida em grupos por idade: o grupo I, de 20-30 anos; o grupo II, de 31-40; e o grupo III, acima de 41 anos. Os dados foram obtidos através da análise visual, por um único examinador. No exame o paciente mantinha os lá­bios em repouso e depois sorrindo. Para avaliar a altura de exposição dos dentes foi utilizado um paquímetro. Os dados foram organizados em tabelas e analisados pelo teste qui-quadrado. Os resultados mostraram que com o aumento da idade há uma redução gradual da exposição incisal superior com o lábio em repouso, sendo essa estatisticamente significativa. Os demais resultados apresentaram valores médios semelhantes. O paralelismo incisal e a altura labial média (exposição de 75% a 100% da altura dos dentes superiores e papilas interproximais) estavam presentes em maior porcentagem, em todos os grupos. A exposição incisal inferior, durante o sorriso foi de 2 a 3,5 mm e da superior, acima de 4 mm.

Conclui-se que há uma redução gradual da exposição dos dentes superiores com o aumento da idade, porém com relação as outras variáveis não houve diferença estatística, quando os dados foram comparados entre os grupos.

 Ib180

Avaliação da exposição do bordo incisal de incisivos centrais superiores em pacientes jovens

RIVALDO, E. G., MACIEL, J. A. C., FRASCA, L. C. F., BALDISSEROTTO, S. M.*

Prótese - Universidade Luterana do Brasil. E-mail: simb@terra.com.br

Este estudo objetivou avaliar a exposição do bordo incisal de incisivos centrais superiores durante o repouso labial em indivíduos jovens. A necessidade de estabelecer uma relação para os padrões brasileiros é justificada pela importância deste referencial estético para as reabilitações protéticas. Para tanto, 200 indivíduos foram selecionados, de ambos os sexos, na faixa etária dos 20 aos 25 anos. Os indivíduos foram sentados em posição padrão. Com os lábios em repouso, a porção dentária exposta do incisivo central di­reito (11) e esquerdo (21) foi medida com um paquímetro Mitutoyo. Foram realizadas fotografias padronizadas. Os dados analisados não demonstraram diferença estatisticamente significante entre a exposição do bordo incisal dos indivíduos do sexo feminino e masculino. Os indivíduos não expuseram igualmente o bordo dos incisivos centrais superiores, sendo que somente 7,5% dos examinados apresentaram medidas coincidentes.

Pode-se concluir que dentes homólogos aparecem diferentemente e a simetria não é desejável para atingir a “estética natural”. A diferença da exposição do bordo incisal dos indivíduos do sexo masculino e feminino não apresentou significância nesta faixa etária. (Apoio: ULBRA, protocolo 182/98.)

 Ib181

Avaliação da aderência de C. albicans a materiais reembasadores rígidos

MIMA, E. G. O.*, PAVARINA, A. C., NEPPELENBROEK, K. H., SPOLIDÓRIO, D. M. P.,
VERGANI, C. E., MACHADO, A. L.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: ewerton_mima@hotmail.com

As resinas para base de prótese são conhecidas pela facilidade de colonização e infecção por C. albicans. A aderência desse fungo à superfície da resina acrílica é considerado o primeiro passo na patogênese da candidose asso­ciada com a estomatite protética. Esse estudo avaliou a aderência de C. albicans a três resinas reembasadoras para base de prótese (Kooliner, Tokuso Rebase e Ufi Gel Hard). Os corpos-de-prova (10 x 10 x 1 mm) de cada material (n = 10) foram confeccionados e esterilizados por meio de óxido de etileno. Cada amostra foi individualmente inoculada com C. albicans (10+7 UFC/ml) e incubada a 37º C por 48 h. Após esse período, os tubos de ensaio foram agitados vigorosamente por 1 min, deixados em repouso por 9 min, seguido por uma breve agitação para desprender qualquer fungo aderente. A seguir, 25 ml das diluições de 10-2 a 10-5 desta suspensão foram semeados em placas com meio de cultura seletivo para C. albicans (Sabourand Agar com 5 mg/ml de cloranfenicol). Após 48 h de incubação a 37ºC, as colônias foram contadas (UFU/ml) utilizando-se um contador de colônias digital. Os dados foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis. Quando os materiais foram comparados, a resina Kooliner demonstrou valores de aderência de C. albicans significativamente (p < 0,05) superiores. Não houve diferença estatisticamente significante (p > 0,05) entre as resinas Tokuso Rebase e Ufi Gel Hard.

Os resultados demonstraram que a C. albicans apresentou maior aderência à resina Kooliner que aos materiais Tokuso Rebase e Ufi Gel Hard, os quais apresentaram valores estatisticamente semelhantes.

 Ib182

Efeito da irradiação por microondas na resistência à flexão de uma resina para reembasamento

SILVA, J. C.*, GIAMPAOLO, E. T., SEO, R. S., VERGANI, C. E., MACHADO, A. L.,
PAVARINA, A. C., VAZ, L. G.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: jucs@vipmail.com.br

Este estudo avaliou o efeito da irradiação de microondas sobre a resistência à flexão de uma resina para reembasamento autopolimerizável (Ufi Gel Hard). Oitenta amostras foram obtidas utilizando uma matriz de aço inoxidável (64 x 10 x 3,3 mm). A resina para reembasamento autopolimerizável foi manipulada de acordo com a recomendação do fabricante. Para este estudo, a resina para reembasamento foi testada sob dez condições: autopolimerização apenas (grupo controle); autopolimerização seguida de irradiação de microondas utilizando diferentes combinações de tempo e potência (500 W/3 min; 500 W/4 min; 500 W/5 min; 550 W/3 min; 550 W/4 min; 550 W/5 min; 650 W/3 min; 650 W/4 min; 650 W/5 min). Após a polimerização, todos os grupos foram submetidos ao teste de resistência à flexão em três pontos, em uma máquina de teste universal a uma velocidade de deslocamento do travessão de 5 mm/min. A carga foi registrada e a resistência à flexão foi calculada em MPa. Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Mann-Whitney (p = 0,05). O teste de Tukey foi utilizado para identificação da diferença entre as médias ao nível de 95% de probabilidade. Foi observado que as amostras submetidas à irradiação de microondas por 5 min a 500 W (65,05 MPa) e 650 W (65,42 MPa) apresentaram um aumento estatisticamente significativo (p > 0,05) na resistência à flexão quando comparadas ao grupo controle (56,59 MPa).

Concluiu-se que a resistência à flexão da resina Ufi Gel Hard pode ser melhorada pela irradiação de microondas. (Apoio: FAPESP - 01/11350-5.)

 Ib183

Avaliação do desajuste cervical de coroas totais metálicas cimentadas com diferentes agentes

SANTOS, C. M.*, ORSI, I. A., PIERONI, C. H., FERREIRA, M. C. C. G., VAROLI, F. K.

Materiais Dentários e Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: carlamoreto@bol.com.br

O objetivo desse estudo é avaliar o desajuste cervical em coroas cimentadas com vários tipos de agentes cimentantes. Foram utilizados 20 molares superiores com núcleos metálicos, fundidos em liga de cobre-alumínio, com preparos para coroa total metálica. Os dentes foram incluídos em anéis de PVC com resina acrílica e moldados. Os padrões em cera das coroas foram fundidos em liga de Ni-Cr. Após a adaptação nos dentes, cada coroa recebeu três marcas na face vestibular, uma na mesial, uma na palatina e uma na distal, sendo os pontos de referência para as mensurações. A seguir, cada conjunto dente incluído/coroa era posicionado em um suporte e levado ao microscópio de dupla coordenada para avaliação do desajuste cervical pré-cimentação. Os dentes foram divididos em 4 grupos de cinco elementos, e em cada grupo foi utilizado um tipo de agente cimentante: fosfato de zinco, ionômero de vidro (Ketac-Cem) e cimentos resinosos (Panavia F e Rely X). Após a cimentação das coroas foi realizada a segunda mensuração e após a termociclagem a terceira mensuração. Os dados foram analisados pela análise de variância e testes de Tukey e Scheffé. Houve diferenças estatisticamente significantes entre as etapas de mensuração (p < 0,05) e entre os cimentos (p < 0,01). Os cimentos resinosos apresentaram os menores valores de amplitude de fenda e as etapas pós-cimentação e pós-termociclagem os maiores.

Conclui-se que dentre os cimentos a 1ª escolha deve ser Panavia F, pois apresentou os menores valores em todas as fases de mensuração.

 Ib184

Aumento da força mastigatória em prótese parcial removível sobre implante – análise da distribuição das tensões

BALEEIRO, R. P.*, LUERSEN, M. A., ROCHA, E. P., PELLIZZER, E. P.

Prótese Dentária - Universidade Estadual Paulista. E-mail: porfabaleeiro@bol.com.br

Estudos longitudinais em portadores de prótese sobre implante indicam um substancial aumento da eficiência mastigatória após a instalação das mesmas. Porém, correlacionam-se com o portador de prótese totalmente suportada ou retida por implantes, não havendo dados precisos sobre a prótese parcial removível de extremo livre associada a um implante osseointegrado (PPREL-I). Assim, o estudo analisou através do método dos elementos finitos bidimensional (MEF - ANSYS 5.5) o comportamento das estruturas de suporte de uma PPREL-I mandibular sobre diferentes condições de carregamento (C), com progressivo aumento da força aplicada nos molares artificiais (M), perfazendo C1 - 150 N nos 1º e 2º M; C2 - 210 N no 1º M e 150 N no 2º M; C3 - 210 N nos 1º e 2º M e C4 - 300 N no 1º M e 210 N no 2º M. Os resultados mostraram aumento progressivo da distribuição das tensões internas sobre as estruturas de suporte, conforme a seqüência estabelecida para o carregamento (C1 > C2 > C3 > C4), sendo que as tensões sobre o material de cobertura oclusal superou os valores estabelecidos para a carga de ruptura dos mesmos frente aos carregamento C2 a C4, com respectivamente (em MPa), 103,206, 118,735, 139,810.

Conclui-se que os materiais utilizados para cobertura oclusal apresentaram tensões acima do limite estabelecido para a carga de ruptura, sugerindo o uso de materiais mais resistentes para esta função.

 Ib185

Avaliação de pasta higienizadora de próteses totais sobre o biofilme dentadura em pacientes com estomatite de dentadura

ANDRUCIOLI, M. C. D.*, MACEDO, L. D., PANZERI, H., LARA, E. H. G., PARANHOS, H. F. O.

Materiais Dentários e Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: marcela.cda@zipmail.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar uma pasta específica para higiene de próteses totais quanto à habilidade de remoção de biofilme e cura de lesões do palato em pacientes com estomatite de dentadura. Vinte e quatro pacientes foram selecionados em dois grupos: pastas específica (experimental) e dental Sorriso (controle) e foram instruídos a escovar a dentadura 3 vezes ao dia, participando de 4 visitas quinzenais. A superfície interna da prótese total superior foi evidenciada (fluoresceína sódica 1%) e fotografada. Sobre os diapositivos escaneados (Canoscan 2700F, Canon) efetuou-se a quantificação do biofilme (Software Image Tool 2.0). O grau de estomatite foi avaliado sobre diapositivos empregando-se o índice tecidual de prótese. Comparando as pastas experimental e controle, houve redução dos níveis de biofilme em 93,7% e 91,6%, bem como dos escores de eritema em 75% e 58,3% dos casos, respectivamente. A análise estatística para os níveis de biofilme (análise de variância) mostrou redução significante ao nível de 1% quando as primeiras visitas (0 e 15 dias) foram comparadas com a 3ª (45 dias) e 4ª (60 dias). A redução dos escores de eritema foi significante ao nível de 1% entre a 1ª e 4ª visitas (teste de Kruskal-Wallis). Houve correlação ao nível de 1% (teste de correlação) entre níveis de biofilme e graus de eritema.

Conclui-se que a pasta experimental mostrou-se efetiva no controle do biofilme, promovendo melhora das lesões do palato, podendo ser útil no tratamento da estomatite de dentadura. (Apoio: FAPESP.)

 Ib186

Adaptação marginal de coroas do sistema Procera em dois tipos de términos cervicais

CAMARGO, A. M. A.*, FONSECA, A. C. J. M., MELO FILHO, A. B., BACIGALUPO, J. C., SALGADO, J. A. P.

Odontologia Social e Clínica Infantil - Universidade Estadual Paulista. E-mail: anacamargo.@uol.com.br

O sistema Procera, desenvolvido em 1986 pelo Dr. Matts Andersson, na Suécia, basea-se na tecnologia CAD/CAM (“Computer-Aided Design/Computer-Assisted Machining”) que utiliza um scanner de troquel e um computador. Os dados da leitura do troquel são transferidos via “modem” para a estação de produção (Procera Sandvik AB Estocolmo), onde o troquel é duplicado. Sobre este troquel confecciona-se o “coping” de alumina, que a seguir passa por um controle de qualidade e é enviado ao dentista. Após a prova na boca do paciente, aplica-se sobre o casquete porcelana de baixa fusão, como Procera AllCeramic (Nobel Biocare), Ducera AllCeram (Ducera Rosbach Germany), Vitadur Alfa (Vita) entre outras. Como preconizado, os preparos devem apresentar términos cervicais em chanfro, contornos suaves e ausência de ângulos agudos. Entretanto verifica-se no cotidiano clínico muitos términos cervicais em chanfro biselado ou em 135º. Diante do preconizado e desta situação clínica torna-se necessário uma análise comparativa mais criteriosa quanto à adaptação marginal destas coroas em términos cervicais de 135º e em chanfro. Foram utilizados 10 preparos com 135º e 10 preparos com chanfro, ambos em aço usinado. A análise comparativa foi realizada através de um microscópio óptico quanto à adaptação marginal.

Os resultados mostraram que não houve diferença estatisticamente significante entre a adaptação marginal dos dois tipos de preparos.

 Ib187

Estudo comparativo de diferentes nomes comerciais de gesso tipo IV na precisão de reprodução dimensional

RUSSOMANO, R. P.*, NIECKELE, F. A. N., CESERO, L., LOPES, L. A. Z., MEZZOMO, E., SUZUKI, R. M., PATRO, E.

Faculdade de Odontologia - Universidade Luterana do Brasil. E-mail: atpacheco@vetorialnet.com.br

Comparou-se a precisão de reprodução dimensional de quatro nomes comerciais de gesso tipo IV. Vinte e oito impressões de um modelo padrão metálico que simula dois dentes preparados para receber uma prótese parcial fixa foram executadas com silicona de adição (Express - 3M), em técnica de dois tempos. Os moldes foram divididos em quatro grupos de 7 e vazados com os gessos Durone - Dentsply (Grupo 1), Vel-Mix Stone - Kerr (Grupo 2), Troquel Quatro - Polidental (Grupo 3) e Fujirock EP - GC (Grupo 4). As medições foram feitas em três áreas distintas de cada dente preparado, diâmetros mésio-distal e vestíbulo-lingual, altura cérvico-oclusal e a distância entre os mesmos. Um aparelho de medição tridimensional por coordenadas com precisão de 0,002 mm (Zeiss) foi empregado nas mensurações. Os resultados mostraram que não houve diferença estatisticamente significante entre nenhum dos gessos empregados.

Dentro das condições do experimento, observou-se que todos os gessos testados apresentaram o mesmo comportamento dimensional.

 Ib188

Dificuldades relacionadas a um método de obtenção de áreas retentivas em resina composta para próteses removíveis

ALVES, M. O.*, MENDONÇA, M. J., MACHADO, A. L., VERGANI, C. E., PAVARINA, A. C., GIAMPAOLO, E. T., GARCIA, P. P. N. S.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: marioli75@uol.com.br

Um método para obtenção de áreas retentivas em resina composta para dentes pilares de próteses parciais removíveis tem sido indicado. Para isso, utiliza-se uma guia confeccionada em resina fotopolimerizável incolor empregada para restaurações provisórias. O objetivo deste estudo foi obter informações relativas a esse método por meio de um questionário aplicado a 23 cirurgiões-dentistas (CD) e 106 alunos de graduação (G). Este continha perguntas para avaliar possíveis dificuldades nas fases laboratorial e clínica, bem como o nível de sucesso obtido. Os resultados foram analisados utilizando-se o programa Epi Info 6.0. As principais dificuldades relatadas relacionavam-se à confecção da guia de transferência (52% e 32% para os grupos CD e G respectivamente), ao enceramento da área retentiva no modelo de estudo (grupo CD - 13%; grupo G - 20%) e à fotopolimerização da guia (grupo CD - 9%; grupo G - 16%). Além disso, foram relatadas dificuldades em relação à adaptação da guia ao dente pilar (65% e 48% para os grupos CD e G respectivamente). Os resultados revelaram, ainda, que as fases de inserção da resina no interior da guia (27%) e de acabamento/polimento da área retentiva (29%) foram apontadas como dificuldades pelo grupo G. Somente 13% do grupo CD responderam da mesma forma. Noventa por cento das áreas retentivas (n = 474) foram transferidas corretamente para os dentes pilares.

Concluiu-se que as principais dificuldades relatadas estariam relacionadas, provavelmente, à falta de experiência com o material utilizado na confecção da matriz, e que podem ser facilmente contornadas.

 Ib189

Análise dos modelos de prótese fixa entregues aos laboratórios de prótese dentária na cidade de Salvador - Bahia

SOUZA, I. A.*, CASTELLUCCI, L. B., ROCHA, P. B., NEGROMONTE, M., NUNES, R. C.

Odontologia Restauradora - Universidade Federal da Bahia. E-mail: ianderlei@ig.com.br

A confecção de prótese fixa compreende um conjunto de etapas que devem ser seguidas criteriosamente. Isto talvez seja uma das causas do relacionamento nem sempre cordial existente entre o cirurgião-dentista e os laboratórios de prótese dentária. Este trabalho se propôs a analisar os modelos de trabalho para prótese fixa entregues ao laboratório de prótese dentária para que os resultados sirvam de guia norteando as aulas dos professores da matéria e sejam comparados a outras pesquisas similares realizadas em outras localidades. Foram visitados 10 laboratórios de prótese dentária na cidade de Salvador - Bahia e cadastrados 184 modelos em fichas, os quais foram avaliados em vários aspectos como: procedência do trabalho, forma dos modelos, uso do articulador; tipo de gesso; registro oclusal; uso de gengiva artificial; tipo de informações relativas à cor. E verificou-se que: apenas 7,6% de todos os modelos não foram originados de consultório particular; 3,8% estavam em modelos parciais e 2% em molde; somente 13,3% continha algum sistema de troquelização e 2,8% já estavam troquelizados; 3,8% dos modelos estavam montados em articulador.

De acordo aos resultados, foi possível concluir que a maioria dos profissionais não dá a devida importância a algumas etapas laboratoriais de extrema relevância para o sucesso clínico das próteses fixas a longo prazo. Devido à importância de todos estes fatores no sucesso final do trabalho, é de fundamental importância um questionamento sobre o que está sendo executado rotineiramente na clínica diária e ensinado nos cursos de graduação.

 Ib190

Avaliação rugosimétrica da superfície de um cerômero submetido a diferentes agentes ácidos

CARVALHO, M. S.*, OSÓRIO, A. B., ELIAS, R. V., SAVARIZ, A., CAMACHO, G. B.

Odontologia Restauradora - Universidade Federal de Pelotas. E-mail: myllapel@terra.com.br

Este trabalho teve como meta avaliar a rugosidade do cerômero Belleglass (Kerr) submetido ao tratamento com diferentes soluções ácidas que visavam simular as condições adversas do ambiente oral. Foram empregados 35 corpos-de-prova divididos em 5 grupos (n = 6): grupo I - solução fisiológica (controle); grupo II - ácido láctico; grupo III - ácido acético; grupo IV - ácido cítrico e grupo V - ácido propiônico. As soluções de ácidos a 2%, pH 4 foram feitas em solução fisiológica. Previamente ao tratamento, os corpos-de-prova foram lavados com sabão neutro, enxaguados com água destilada e secos à 70ºC por 30 minutos até peso constante. Após, foi desenvolvida a análise rugosimétrica da superfície dos corpos-de-prova com auxílio de um rugosímetro digital. Os resultados foram analisados através do teste estatístico ANOVA a nível de significância de 0,01% não mostrando diferença estatística significante entre os grupos.

Conclui-se que as diferentes soluções não influenciaram os valores de rugosidade do cerômero testado.

 Ib191

Estudo comparativo de modelos finais de prótese total obtidos pelas técnicas de moldagem funcional e convencional

MACEDO, L. D.*, ANDRUCIOLI, M. C. D., PARANHOS, H. F. O., ORSI, I. A., ZANIQUELLI, O.

Materiais Dentários e Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: dorigan@bol.com.br

O objetivo desse estudo foi comparar duas técnicas (funcional e convencional) para obtenção de registro da zona de selado periférico em modelos finais de prótese total. As arcadas superior e inferior de 5 pacientes desdentados totais foram moldadas (godiva de baixa fusão e pasta zinco-enólica) pelas técnicas funcional (sucção e movimento lingual com auxílio de um cabo funcional em resina acrílica) e convencional (tracionamento de lábios e bochechas realizado pelo profissional), utilizando duas moldeiras individuais semelhantes obtidas por meio de duplicação com silicona de condensação. Os moldes foram modelados com gesso-pedra e avaliou-se o número de inserções musculares presentes, bem como as medidas de profundidade e largura dos sulcos vestibular e lingual em 8 pontos de referência no modelo superior e 16 no modelo inferior para abranger toda extensão dos sulcos, pela técnica de adaptação de fio metálico. Poste­riormente esse fio foi transportado para papel milimetrado e obtido o traçado de seu perfil. O teste estatís­tico análise de variância evidenciou que não houve diferença estatística entre as técnicas para a profun­didade e largura dos sulcos. A técnica funcional propiciou moldagem de maior número de inserções musculares.

Conclui-se que embora não tenha havido diferença entre as técnicas com relação às medidas de profundidade e largura dos sulcos, a funcional deve ser empregada por fornecer modelos com maior número de detalhes anatômicos. (Apoio: FAPESP.)

 Ib192

Efeito da guia oclusal excursiva sobre os movimentos mandibulares em portadores de próteses totais

FREITAS, K. B.*, SOUZA, R. F., COMPAGNONI, M. A., BARBOSA, D. B., LELES, C. R.

Materiais Odontológicos - Universidade Estadual Paulista. E-mail: kbfreitas@bol.com.br

Durante a construção de próteses totais, um padrão oclusal deve ser escolhido para os movimentos lateral e protrusivo. Contudo, há controvérsias entre as oclusões balanceada bilateral e mutuamente protegida, em pacientes desdentados. O propósito deste estudo foi avaliar os efeitos de uma mudança nas guias an­terior e lateral sobre os movimentos mandibulares em portadores de próteses totais. O instrumento cine­siográfico K6 I (Myotronics Research Inc., Seattle, WA, EUA) foi usado para avaliar quatro pacientes desdentados que receberam próteses totais balanceadas bilateralmente. Padrões em compósito foram posicionados sobre os caninos das próteses maxilares, dando uma oclusão mutuamente protegida, que foi mantida e avaliada por intervalos de tempo alternados, sem que o paciente soubesse dos propósitos das alterações. Foram realizados dois experimentos por paciente, descritos a seguir (legenda: A1 - antes da colocação do padrão; B1 - após colocação do padrão; A2 - após remoção do padrão; B2 - após recolocação do padrão). Experimento 1: A1 - B1 (3 horas) - B1 (3 dias) - A2 (5 dias). Experimento 2: A1 - A1 - A1 (em 3 dias distintos) - B1 (3 horas) - A2 (10 dias) - B2 (14 dias). Os resultados não mostraram qualquer diferença significativa (p < 0,05) entre as situações experimentais, em relação a lateralidade, protrusão, abertura máxima e espaço funcional livre.

Assim, foi possível concluir que as formas de oclusão excêntrica testadas não exerceram um papel importante sobre o movimento mandibular em portadores de próteses totais, bem como na utilização das mesmas pelo paciente. (Apoio: CNPq.)

 Ib193

Levantamento do ensino de Prótese Total em faculdades de Odontologia brasileiras

ARANTES, A.*, SOUZA, R. F., LELES, C. R., COMPAGNONI, M. A., PERO, A. C.

Materiais Odontológicos - Universidade Estadual Paulista. E-mail: arantesodonto@bol.com.br

Os princípios educacionais, relacionados aos procedimentos clínicos e técnicos ensinados aos alunos de graduação em Odontologia, têm um papel importante no desenvolvimento profissional dos futuros clínicos e na qualidade dos serviços prestados a seus pacientes. O presente estudo teve como objetivo um levantamento do ensino de Prótese Total, para graduação, em faculdades de Odontologia brasileiras. Um questionário abrangente, contendo perguntas relacionadas a materiais e técnicas usados durante a confecção de próteses totais, métodos pedagógicos e condições de trabalho, foi enviado para 84 faculdades e 59 das mesmas (70%) providenciaram as respostas. Os resultados mostraram um padrão relativamente uniforme relacionado aos diversos estágios clínicos e técnicos do tratamento por próteses totais, apesar de haver diferenças relativas às condições de trabalho providas pelas faculdades brasileiras.

Concluiu-se que alguma variação nos procedimentos lecionados se deu principalmente por causa da disponibilidade e custo dos materiais ou meramente por preferências pessoais. Uma discussão ampla entre professores, a respeito do ensino de Prótese Total, é necessária para melhorar condições educacionais da graduação (Apoio: FAPESP - processo nº 98/10650-0.)

 Ib194

Influência da pressão e temperatura na sorção e perda de água em resina acrílica polimerizada por energia de microondas

GABRIOTTI, M. N.*, CARRILHO, E., SILVA, L. R., RIZZATTI-BARBOSA, C. M.

Prótese e Periodontia - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: morgana_ng@uol.com.br

O objetivo deste trabalho foi verificar a influência da pressão e da temperatura sobre o índice de sorção e perda de água em amostras de resina termopolimerizável, processadas por energia de microondas a 500 W durante 3 minutos, em relação ao método de banho de água à 73 ± 1ºC, por nove horas. 80 amostras (ADA nº 12) foram divididas em oito grupos (GI, GII, GIII, GIV, GV, GVI, GVII, GVIII). Os grupos GI a GIV foram processados com banho de água, enquanto os grupos GV a GVIII, com energia de microondas. A seguir, foram submetidos a dois tipos de tratamento de sorção de água: os GI, GIII, GV e GVII, ao de imersão em água destilada, pressão ambiente, temperatura de 37ºC, por 30 dias; os GII, GIV, GVI e GVIII, ao de imersão em água destilada, pressão de 40 lb., temperatura de 90ºC, por 60 minutos. No teste de perda de água, os grupos foram divididos em GI, GII, GV e GVI e submetidos à pressão ambiente, temperatura de 37ºC e mantidos em estufa seca; os GIII, GIV, GVII e GVIII, à pressão ambiente, temperatura de 37ºC. Os resultados de (a) sorção de água e de (b) perda de água foram analisados pelo teste t de Student (p < 0,05).

Os resultados permitiram concluir que: a) as amostras dos grupos GV, GVI, GVII e GVIII sorveram água; b) as amostras dos grupos GIII, GIV, GVII e GVIII continuaram ganhando peso; c) as amostras polimerizadas por energia de microondas tiveram sorção total e organizada quando submetidas a uma pressão de 40 lb (teste de sorção) e mantidas em água destilada à 37ºC (teste de perda de água). (Apoio financeiro: FAPESP - processo nº 98/01705-6.)

 Ib195

Avaliação da resistência ao desgaste de três resinas de uso laboratorial

MESQUITA, A. M. M.*, NISHIOKA, R. S., KOJIMA, A. N., ANDREATTA FILHO, D. O.,
CARVALHO, M. C. A., COSTA, E. M. V.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: alfmikail@ig.com.br

O propósito deste trabalho foi comparar a resistência ao desgaste, em três resinas de uso indireto (Artglass; Solidex; Targis), após a simulação de um ano de escovação. Foram confeccionados 12 corpos-de-prova com 5 mm de diâmetro por 3 mm de espessura, de cada marca comercial obedecendo as orientações do fabricante. Foi usinada uma base de aço inoxidável, contendo três orifícios para que fossem assentados os corpos-de-prova das diferentes marcas, com um detalhe, apenas 1 mm do corpo-de-prova ficasse saliente em relação a superfície da base de aço. Os corpos-de-prova foram acondicionados em água destilada, por 14 dias a uma temperatura de 37ºC. Foram pesados inicialmente em uma balança analítica. A simulação da resistência ao desgaste foi realizado em um simulador de escovação no Centro de Pesquisa e Tecnologia da Johnson & Johnson®, utilizando quatrocentos gramas de força, o que corresponderia a média de força de uma pessoa normal, as escovas foram trocadas a cada noventa minutos de simulação, o que corresponderiam a 3 meses. Após a que corresponderia a um ano de escovação, os corpos-de-prova foram pesados novamente, na mesma balança analítica. Os valores obtidos foram submetidos ao teste ANOVA de Kruskal-Wallis, ao nível de significância de 5%. Resultados: a média de desgaste do Artglass, Solidex e Targis, foi de 0,001775; 0,001383 e 0,000367 respectivamente, com desvios padrão de 0,000422; 0,000536 e 0,000763.

Conclusão: a perda de peso da resina Targis, foi sempre menor que a de Artglass e Solidex, sendo a mais resistente ao desgaste.

 Ib196

Avaliação da higiene oral e da PPR de idosos com o uso de dispositivos acrílicos adaptados ao cabo da escova dental

FRANCO, R. L.*, MATTOS, M. G. C., RIBEIRO, R. F., VITTI, M., SEMPRINI, M., LOPES, R. A.

Materiais e Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: odifranco@hotmail.com

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da utilização de um dispositivo acrílico adaptado ao cabo da escova dental sobre a higiene oral de pacientes idosos portadores de PPR. Na 1ª etapa, após a instalação das próteses, os pacientes receberam instruções de higiene oral e, após 2 semanas, foi efetuada evidenciação de placa bacteriana, tanto nos dentes quanto na prótese. Por método visual foram avaliadas as condições de higiene, sendo atribuídos escores de 1 a 5, de péssima a ótima condição de higiene. Na 2ª etapa foi solicitado aos pacientes que seguissem as mesmas instruções de higiene acima referidas, porém fazendo uso do dispositivo adaptado ao cabo da escova. Após 2 semanas as condições de higiene bucal foram reavaliadas pela mesma metodologia da 1ª etapa. Os resultados mostraram que houve melhora nas condições de higiene bucal de 8 pacientes, sendo que em 2 deles a condição manteve-se inalterada e em 1 houve piora na terceira visita.

As condições clínicas de higienização da cavidade da boca e da PPR melhoraram nos pacientes após a utilização do adaptador do cabo de escova. (Apoio: IC/PIBIC/CNPq.)

 Ib197

Prevalência de crescimento gengival em pacientes transplantados renais sob terapia imunossupressora

BRASILEIRO, B. F.*, SILVA, L. C. F.

Estomatologia - Universidade Federal de Sergipe. E-mail: bernabr@bol.com.br

O presente pesquisa é baseada em um estudo do grau de prevalência e severidade de crescimento gengival droga-induzido, a avaliação de parâmetros clínicos periodontais correlacionados e interações medicamentosas em pacientes portadores de deficiência renal. A amostra foi obtida a partir do Centro de Hemodiálise do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe, e dividida em dois grupos: um grupo T, composto de 17 pacientes transplantados renais em uso de terapia imunossupressora à base de ciclosporina A (CsA), e um grupo H, formado por 17 pacientes portadores de insuficiência renal crônica em programa de hemodiálise (grupo controle). Os pacientes foram avaliados segundo o índice de biofilme bacteriano, índice de sangramento gengival, exame do PSR e índice de crescimento gengival droga-induzido. A análise dos dados clínicos revela significante prevalência do crescimento gengival em pacientes do grupo T (88%), com média de severidade em grau 2. Não foi observada correlação entre o crescimento gengival induzido por CsA e sua interação medicamentosa com a nifedipina entre os pacientes do grupo T (c2  < 3,84). Os parâmetros periodontais mostraram-se não significantes quanto à associação com a prevalência ou severidade do crescimento gengival droga-induzido também em um nível de significância de 5%.

Os pacientes renais em uso de CsA obtiveram significante índice de crescimento gengival (p < 0,05) e observou-se que ambos os grupos apresentaram deficientes condições de higiene oral, indicando necessidade de instituição de terapia periodontal de suporte. (Apoio: COPES/CNPq.)

 Ib198

Detecção precoce de lesões suspeitas de câncer bucal: um estudo preliminar

SILVA JÚNIOR, J. A.*, MOCARZEL FILHO, J., BEAUCLAIR, B. S., ROCHA, M. L., MAIA, L. C., NIELEBOCK, M. A. P.

Odontologia - Universidade Salgado de Oliveira. E-mail: jrgaliz@globo.com

A detecção precoce de lesões suspeitas de câncer bucal influi diretamente nas possibilidades de sucesso clínico. Assim, o presente estudo teve como propósito a identificação de lesões bucais em indivíduos que procuraram, voluntariamente, o Programa de Prevenção de Câncer Bucal da Universidade Salgado de Oliveira - UNIVERSO. Os achados clínicos foram obtidos através da realização de exames dos tecidos duros e moles bucais e estruturas associadas. Durante a execução do programa foram examinados 203 pacientes, com idade variando entre 6 e 74 anos, sendo 68,5% do sexo feminino e 31,5% do masculino. Em 17,7% dos indivíduos, foram identificados alterações passíveis de investigação histopatológica. Os locais mais acometidos pelas lesões foram: região do palato (27,8%), seguido de língua (19,45%), mucosa jugal (19,45%) e rebordo alveolar (19,45%). Dos indivíduos com lesão, 91,7% eram não fumantes, enquanto 8,3% eram fumantes, sendo 2,8% homens e 5,5% mulheres, não havendo neste grupo associação entre o fumo e presença de lesões bucais.

Pode-se concluir a partir dos resultados do estudo, que houve um alto índice de lesões suspeitas nos pa­cientes atendidos, incorrendo em necessidade de maior investigação das áreas alteradas a fim de diagnosticar lesões malignas, independente de estarem ou não associadas ao fumo. Este fato demonstra a importância da continuidade de programas que visem a detecção precoce de lesões suspeitas na população para construção de indicadores epidemiológicos que orientem um futuro planejamento de ações.

 Ib199

Doenças sistêmicas de origem auto-imune – incidência das manifestações bucais

FREIRE, D. R. Q.*, COSTA, L. J., PEREIRA, S. M. B., BARBOSA, R. P. S., SAMPAIO, M. C. C., AZZOUS, M., KOMATSU, A. A.

Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal da Paraíba. E-mail: freiredequeiroz@uol.com.br

O objetivo desta pesquisa foi avaliar a prevalência de manifestações bucais das doenças sistêmicas de origem auto-imune em pacientes do Ambulatório de Dermatologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley e Clínica de Semiologia Odontológica/UFPB. Os dados foram obtidos através da anamnese e exame físico geral e das estruturas bucais mediante análise dos pacientes atendidos. Análise estatística específica para o estudo foi realizada. Nos 37 pacientes examinados, diagnosticou-se lupus eritematoso sistêmico e discóide, pênfigo vulgar, penfigóide bolhoso e cicatricial, líquen plano e eritema multiforme. Manifestações bucais foram detectadas em 68% dos casos, sendo que, em 40% destes, esta foi a manifestação primária da doença, no entanto, estatisticamente, não significante (p > 0,05). Quanto ao gênero, 81% eram do feminino e 19%, do masculino. Do total, 24,3% estavam na faixa etária de 21 a 30 anos. Foi detectado, ainda que 40,5% eram fumantes.

Conclui-se que há uma prevalência considerável de doenças auto-imunes com graus de morbidade va­riáveis, em que as manifestações bucais desempenham um papel fundamental devido sua alta freqüência e manifestação primária, o que favorece o diagnóstico precoce e controle da doença. (Apoio: PIBIC/CNPq.)

 Ib200

Avaliação de lesões bucais em pacientes portadores de doença de Hansen

RUSSO, M. P.*, LEMOS, J. B. D., CORRÊA, C. T., MARTINS, M. D.

Semiologia - Universidade Braz Cubas. E-mail: michelle_russo@uol.com.br

O presente trabalho teve como objetivo avaliar as lesões bucais em 100 pacientes portadores de doença de Hansen (DH) que residem na colônia de pacientes hansenianos do Hospital Dr. Arnaldo Pezzuti Ca­valcanti. Foram realizados anamnese e exame físico intrabucal. Os resultados revelaram que 71 pacientes, sendo 50 do sexo masculino e 21 do sexo feminino, apresentaram lesões bucais, porém estas não estavam associadas a doença de Hansen. As principais alterações observadas foram: língua fissurada (18 casos), hiperplasia papilar inflamatória (16 casos), candidíase atrófica crônica (10 casos), fibroma (10 casos), candidíase eritematosa (8 casos) e úlcera traumática (7 casos).

Diante dos resultados pode-se concluir que as manifestações bucais da doença de Hansen estão diminuindo provavelmente devido ao tratamento poliquimioterápico que vem sendo utilizado. Entretanto, a incidência de outras lesões não relacionadas a hanseníase podem ocorrer e estão na dependência dos seus fatores etiológicos estarem presentes.

 Ib201

Freqüência de leveduras e produção de proteinase em dois diferentes grupos de pacientes

OLIVEIRA, F. V.*, ALEVA, N. A., BIRMAN, E. G.

Estomatologia - UNINCOR. E-mail: felipevoliveira@hotmail.com

A candidose eritematosa (CE) é uma manifestação bucal que afeta dois grupos bem distintos: usuários de prótese total (grupo A) e pacientes HIV+ ou AIDS (grupo B). Dada às características clínicas e diferentes condições de ambos os grupos, avaliamos a freqüência de leveduras e a produção de proteinases associada a candidose eritematosa presente em ambos os grupos. O grupo A foi representado por 42 usuários de prótese total sem uso de drogas locais ou sistêmicas enquanto o grupo B apresentou 26 pacientes HIV+/AIDS em tratamento com drogas relacionadas a inibidores de protease. Esfregaços das várias regiões bucais foram realizadas utilizando-se de “swabs” alginatados, seguindo-se a cultura e identificação. A produção de proteinase e seu nível foram avaliados sendo utilizado a eletroforese em SDS-PAGE. O grupo A apresentou 83% (25/30) positivos para C. albicans enquanto o grupo B 71,4%(15/21) positivos. Outras espécies também foram observadas em ambos os grupos diversificadamente em número. A relação da produção de proteinase bem como seus níveis respectivamente alcançaram 73,3% (22/31) positivos no grupo A e 42,8% (9/21) no grupo B. Os pesos moleculares sugeriram em ambos os grupos a presença de proteinase.

As diferenças entre os dois grupos demonstraram uma menor freqüência de C. albicans no grupo B (HIV+) sendo a ação da proteinase nestes pacientes relacionados à utilização de drogas como os inibidores de proteases.

 Ib202

Densitometria óssea bilateral comparativa do ângulo da mandíbula

BULGARELLI, A. F.*, LIMA, R. A., PARDINI, L. C., WATANABE, P. C. A.

Radiologia - Universidade de São Paulo. E-mail: alefavbulag@yahoo.com

A densidade óssea da mandíbula é fator decisivo no planejamento de implantes osteointegrados, visto que variações de densidades ósseas estão associadas a fatores anátomo-funcionais que devem ser respeitados mediante o planejamento de tal reabilitação, sendo o ângulo da mandíbula um sítio representativo da densidade da mesma. O objetivo do presente estudo é estabelecer uma análise comparativa bilateral da densidade óssea em mandíbula de pacientes jovens de ambos os sexos, através de densitometria óssea computadorizada. Para tal adequou-se uma metodologia onde selecionou-se 50 radiografias panorâmicas de pacientes jovens entre 19 e 23 anos (25 sexo feminino e 25 sexo masculino), e aplicou-se o programa de computador SDEXIS para densitometria óssea radiográfica com medidas limitadas entre ângulo da mandíbula (borda inferior) até linha inferior do canal mandibular bilateralmente em todo o espaço amostral. Após aplicação estatística não-paramétrica em teste de Wilcoxon chegou-se aos seguintes resultados: para sexo feminino 92% significante ao nível de 1% (0,01) (teste monocaudal) e 8% N* significante (> 0,05) (teste monocaudal); para sexo masculino 96% significante ao nível de 1% (0,01) (teste monocaudal) e 6% N* significante (> 0,05) (teste monocaudal).

Conclui-se que na amostra selecionada para este estudo houve diferença significante na densidade óssea da mandíbula entre os lados direito e esquerdo, com maior densidade para o sexo masculino.

 Ib203

Incidência de hipertrofia de adenóide e sua correlação com alterações dentais e faciais em crianças brasileiras

BRASILEIRO, C. B.*, LIMA, V. P., ANDRADE, E. L. S. P., CAVALCANTI, Y. S. L.,
NISHIMOTO, I. N., MENEZES, L. F. S., FREIRE, A. R. S.

Odontologia - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: cbbrasileiro@bol.com.br

Os objetivos deste estudo foram verificar a incidência de hipertrofia de adenóide em crianças brasileiras e sua correlação com alterações dentais e faciais. Foram examinadas 357 documentações ortodônticas dos arquivos do Serviço de Ortodontia da FOUFMG. Telerradiografias foram utilizadas para a avaliação das adenóides e medição do grau de obstrução do espaço aéreo útil (GONÇALVES et al., 1996). As alterações dentais foram avaliadas através de radiografias panorâmicas, fotografias, slides, fichas clínicas e modelos de gesso. Um grau de obstrução do espaço aéreo útil de 50% ou mais foi considerado patológico. O teste qui-quadrado foi utilizado para a análise das variáveis categóricas e o teste t de Student para variáveis contínuas (nível de significância 5%). A incidência de hipertrofia de adenóide encontrada foi de 77,87%. Nos indivíduos que apresentavam apinhamento dental inferior anterior, 82,9% tinham 50% ou mais do espaço aéreo obstruído (p < 0,05). Quando se comparou a média de idade entre o grupo de indivíduos com 50% ou mais do espaço aéreo obstruído e o grupo com obstrução menor que 50%, também se observou diferença estatisticamente significativa (p < 0,05). Entre os indivíduos que apresentavam mandíbula retruída, 79,8% possuíam 50% ou mais do espaço aéreo obstruído, porém estes resultados não foram significativos (p > 0,05), assim como quando analisamos variáveis como Classe de Angle, respiração, palato profundo ou em V, mordida cruzada ou aberta e “face adenoideana”.

A maioria das alterações dentais e faciais estudadas não se correlaciona com a hipertrofia de adenóide.

 Ib204

Estimativa da idade em remanescentes esqueléticos arqueológicos, pela análise do desgaste oclusal em molares

MATSUZAKI, R.*, SILVA, S. F. S. M., UCHOA, D. P., ANTUNES, J. L. F., OLIVEIRA, R. N.

Odontologia Social - Universidade de São Paulo. E-mail: robertomatsuzaki@yahoo.com.br

A estimativa da idade é um importante instrumento para as investigações arqueológicas de remanescentes esqueléticos. A presente pesquisa analisou 174 dentes molares (superiores e inferiores) de 22 remanescentes esqueléticos de indivíduos pré-históricos (4890 - 4930 aC) provenientes do sambaqui Piaçaguera, localizado no litoral do estado de São Paulo, que foi escavado entre os anos de 1964-69. Os diferentes estádios do macrodesgaste oclusal foi avaliado segundo os parâmetros do método de Brotwell, que analisa todos os dentes molares segundo os critérios visuais de: (i) desgaste do esmalte; (ii) níveis de desgaste dentinário; (iii) remanescentes de dentina (iv) exposição da cavidade pulpar. As observações macroscópicas dos desgastes oclusais foram realizadas por dois examinadores sob as mesmas condições de análise. Foram encontrados indicativos favoráveis de reprodutibilidade do método, interexaminadores com concordância global de 86.4% (coeficiente de kappa = 0,789) e intra-examinadores com concordância global de 81,8% (coeficiente de kappa = 0,723).

Os resultados indicam que o método de Brotwell pode contribuir para estimativa da idade de remanescentes esqueléticos provenientes de escavações arqueológicas de sítios sambaquis.

 Ib205

Avaliação das próteses totais dos idosos do Programa Interdisciplinar de Geriatria e Gerontologia da UFF

SANTOS, M. F.*, ALENCAR, M. J. S.

Clínica - Universidade Federal Fluminense. E-mail: Abisaguer@aol.com

A perda da dentição influi sobre a mastigação, digestão, gustação, pronúncia e aspecto estético, como também predispõe a doenças geriátricas. O papel da Odontologia em relação a esta faixa etária é o de mantê-la em condições de saúde bucal que não comprometam a alimentação nem criem repercussões negativas sobre a saúde geral. Desta forma o presente trabalho tem como objetivo estudar as condições das próteses totais em 50 pacientes integrantes do Programa Interdisciplinar de Geriatria e Gerontologia da UFF. Para isso foi utilizado um questionário específico com perguntas voltadas a mastigação, fonética, estabilidade das próteses e higiene. Constatou-se que em relação a mastigação 44% das próteses não proporcionavam uma boa mastigação, quanto a fonética 24% dificultavam a pronúncia correta das palavras, em relação a estabilidade 45% não possuíam boa retenção, e quanto a higiene 48% apresentavam escovação inadequada.

Com bases nesses resultados conclui-se que a investigação das próteses totais na população idosa se faz necessário a fim de identificar os principais problenas causados por seu uso e buscar meios para melhorar as condições de saúde oral dessa população.

 Ib206

Estudo epidemiológico do traumatismo facial no paciente idoso na cidade de Pelotas - RS

MACHADO, T. V.*, TORRIANI, M. A., LEIVAS, L. L.

Odontologia - Universidade Federal de Pelotas. E-mail: torriani@ig.com.br

No atual período de transição demográfica, a população de idosos é a que, proporcionalmente, mais cresce. Isto significa que cada vez mais, contingentes populacionais de idosos estão integrados no cotidiano social. Considerando que o idoso não é, por si só um doente, mas que é portador de limitações orgânicas sistêmicas, bem como costuma ser usuário de múltiplos fármacos com interações medicamentosas, faz com que seja entendido senão como um paciente especial, no mínimo com características que exigem uma atenção diferenciada. Assim é fundamental conhecer a participação do idoso no contexto do traumatismo buco-maxilo-facial: sua proporção, gênero, as causas mais prevalentes de traumas, seus sítios anatômicos mais freqüentes, bem como os tipos de lesão de maior ocorrência. Para tanto foi realizado um levantamento por amostragem entre a população atendida no Pronto-Socorro Municipal da cidade de Pelotas/RS, no período de um ano. Obtivemos como resultados uma participação de 5,0% de idosos entre todos os atendidos no referido serviço. Na distribuição por gênero, houve uma equivalência de 50%. Etiologicamente, em primeiro lugar aparecem as quedas da própria altura (64,7%), seguidas por acidentes automobilísticos e agressões (8,8% cada). O sítio anatômico mais prevalente foi a região frontal (26,4%), seguido da região peri-orbitária (20,5%), região zigomática (17,6%) e nariz (8,8%). Quanto ao tipo de lesão, aparece em primeiro lugar o ferimento corto-contuso (44,1%), seguido de contusão (29,4%) e lacerações (8,8%).

Com base nos dados obtidos, pode-se concluir que: a) é significante a participação do idoso no contexto do traumatismo facial na cidade de Pelotas - RS; b) conhecendo a etiologia, precisamos trabalhar com prevenção, formação adequada de recursos humanos e serviços.

 Ib207

Percepção da qualidade de vida dos idosos institucionalizados

ROSO, M.*, ALVES, M. U.

Saúde Coletiva - Universidade Estácio de Sá. E-mail: melroso@hotmail.com

“A velhice que na Antigüidade era venerada e desejada, a partir da Idade Média virou tabu nas sociedades ocidentais. Discriminados e imersos numa conspiração de silêncio”, no dizer de Simões de Beauvior, “os velhos tornam-se uma espécie de segredo vergonhoso do qual é indecente falar” (FRANÇA, 1999). O projeto foi aprovado pelos Comitês de Ética da UNESA e do Hospital do Carmo. A presente pesquisa trabalhou com 44 idosos, de ambos os sexos, com idade compreendida entre 69 e 102 anos. Utilizaram-se 2 questionários, os pacientes foram fotografados e realizadas as analises qualitativas das “falas”. Os resultados da análise do discurso mostram que 60% dos idosos se encontram de bem com a vida e estão felizes no local onde moram, apesar de estarem utilizando pelo menos um medicamento periódico devido a problemas sistêmicos. A maioria dos idosos vivem na instituição há aproximadamente 10 anos. Constatou-se que 55% dos idosos apresentaram demência senil enquanto que 95% não tem conhecimento sobre saúde bucal, negligenciando a higiene bucal e demonstrando seu pouco interesse a esse respeito. Os idosos que se encontram com maiores dificuldades econômicas, apesar das condições deficientes mostram mais otimistas com a vida e contentes de viver; já os idosos com maior poder aquisitivo e com freqüente visita dos familiares sentem-se infelizes.

A presente pesquisa mostra que é necessária a implementação de um programa voltado para a melhoria da qualidade de vida da população-alvo ou seja, implementação de atividades lúdicas como: bingo, passeios a parques, visitas a museus etc.

 Ib208

Capacidade mastigatória de pacientes geriátricos institucionalizados

ALVARES, J. T. T.*, SILVA JR., J. A., SENNA, M. A. A., MAIA, L. C.

Odontologia - Universidade Salgado de Oliveira. E-mail: jtta@hotmail.com

O presente estudo teve por objetivo avaliar a capacidade mastigatória de pacientes geriátricos institucionalizados. Avaliou-se um total de 48 idosos, de 65 a 100 anos, sendo 14 (29,2%) do sexo masculino e 34 (70,8%) do sexo feminino, todos residentes em casas de repouso situadas no município de Niterói - RJ. Para tanto, utilizou-se o Índice de Capacidade Mastigatória (ICM) preconizado por LEAKE (1990) que se baseia nas informações fornecidas pelos próprios pacientes sobre a sua capacidade mastigatória. Assim, todos responderam a uma entrevista contendo perguntas sobre a capacidade de mastigar alimentos de diferentes consistências. Os resultados foram tabulados e, quando possível, utilizou-se o teste não-paramétrico do qui-quadrado com significância de 5%. Como resultado pode-se verificar um ICM de 7,04. Quando avaliado por sexo, o ICM masculino foi de 6,07 e o feminino 7,44. Enquanto 7,14% dos homens e 2,94% das mulheres não conseguem mastigar nenhum tipo de alimento, a maioria, tanto de homens (42,9%), quanto de mulheres (41,2%) conseguem comer alguns dos alimentos mais consistentes e 28,6% dos homens e 35,3% das mulheres comem praticamente todos os alimentos sugeridos. Não houve diferença estatística significante ao se avaliar os tipos de alimentos para ambos os sexos (p > 0,05).

Pode-se concluir que, embora as mulheres estudadas apresentem um índice de capacidade mastigatória maior que a dos homens, ambos encontram-se ainda distantes dos valores ideais, fato que reitera a necessidade de programas que visem melhorar a capacidade mastigatória destes pacientes.

 Ib209

Análise comparativa das condições protéticas de pacientes geriátricos da cidade de Pelotas - RS

SANTOS, V. P.*, PAPPEN, M. L. G., PAPPEN, A. F., BOLZANI, L. M. V., PAPPEN, F. G.,
BELEM, V. V., TORRIANI, M. A.

Faculdade de Odontologia - Universidade Federal de Pelotas. E-mail: psvivi@bol.com.br

A população geriátrica dos países desenvolvidos vem apresentando nas últimas décadas, melhora nas condições de saúde bucal. No entanto em países em desenvolvimento este processo tem se dado de forma muito lenta. Com o objetivo de avaliar as condições e as necessidades protéticas de pacientes geriátricos, foram examinados 148 pa­cientes, 74 institucionalizados (grupo I) e 74 não-institucionalizados (grupo II). Os dados obtidos foram analisados estatisticamente através dos testes ANOVA e qui-quadrado com probabilidade de 5%. A média de dentes presentes no arco superior foi de 0,94 no grupo I e 0,31 do grupo II, diferença esta, estatisticamente significante (p < 0,05). No arco inferior, esta média foi de 2,35 e 2,44 nos grupos I e II respectivamente, diferença sem significado estatístico (p > 0,05). Quanto às condições protéticas, 40 (54%) pacientes do grupo I e 70 (94,6%) do grupo II utilizavam próteses superiores enquanto 19 (25,7%) do grupo I e 48 (64,9%) do grupo II, inferiores (p < 0,05). As necessidades protéticas também diferiram estatisticamente entre os grupos: dos pacientes institucionalizados, 71 (95,9%) necessitavam algum tipo de prótese superior, na sua maioria, totais; enquanto no grupo dos pacientes comunitários, este número era de 50 (67,6%). No arco inferior, a reabilitação se faz necessária em 70 (94,6%) pacientes do grupo I e 54 (73%) no grupo II.

Pode-se concluir que, tanto as condições quanto as necessidades protéticas observadas neste estudo, diferem significativamente entre os grupos, refletindo a variação na atenção odontológica dispensada aos idosos.

 Ib210

Saúde bucal em pacientes hospitalizados

FORONDA, R.*, MELO, E. S., MILANI, B. A., JORGE, W. A.

Odontologia - Universidade de São Paulo. E-mail: rforonda@usp.br

O cirurgião-dentista, como profissional de Saúde, tem um papel de fundamental importância no corpo clínico dos hospitais. Não só na especialidade de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais, mas também na prevenção e promoção da saúde bucal dos pacientes internados. A proposta desse estudo foi realizar um levantamento da saúde bucal em pacientes internados no Hospital Universitário da USP e se necessário instituir uma terapêutica adequada. De fevereiro a dezembro de 2001 foram visitados em seus leitos 1157 pacientes com as mais variadas enfermidades, para detecção de focos infecciosos de origem odontogênica e lesões em cavidade oral. Deste grupo de pacientes, 177 (15,2%) apresentavam algum tipo de alteração bucal que necessitavam intervenção por parte do cirurgião-dentista. Essas alterações bucais eram quase que totalmente focos odontogênicos (171 casos - 96,6%). As outras alterações encontradas foram úlcera traumática (2 casos - 1,12%), parestesia em lábio (2 casos - 1,12%), mácula negra (1 caso - 0,56%) e lesão branca (1 caso - 0,56%). Após a estabilização do paciente em seu estado geral, os mesmos foram encaminhados ao ambulatório onde foram submetidos a intervenção cirúrgica odontológica.

O presente estudo clínico demonstra a importância do cirurgião-dentista como parte atuante do corpo clínico de hospitais para a melhoria da saúde do paciente; principalmente na eliminação dos focos odontogênicos que podem evoluir para quadros clínicos graves e alterar a completa recuperação do paciente até a sua alta.

 Ib211

Análise da influência dos aspectos sócio-culturais na saúde bucal de idosos

SILVA, P. A.*, SALES PERES, S. H. C., OLYMPIO, K. P. K., BERNARDI, M. I. P., BASTOS, J. R. M.

Ortodontia, Odontopediatria e Saúde Coletiva - Universidade de São Paulo. E-mail: patricia67@ig.com.br

Com o aumento da expectativa de vida da população, estima-se que o número de pessoas idosas cresça em todo o mundo. A falta de motivação relacionada aos cuidados bucais aliada à presença de doenças e deficiências freqüentemente encontradas neste grupo populacional podem dificultar a manutenção de uma adequada higiene bucal, podendo agravar a saúde do indivíduo e diminuir sua qualidade de vida. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a correlação entre o nível sócio-cultural do idoso e seu conhecimento sobre a importância e os cuidados que o mesmo deve dedicar à saúde geral e, conseqüentemente, à saúde bucal. Para isto, participaram desta pesquisa 63 idosos na faixa etária de 60-86 anos, de ambos os sexos (F = 80% e M = 20%), pertencentes ao Grupo Agudense da Terceira Idade da cidade de Agudos - SP, considerados funcionalmente independentes ou parcialmente dependentes, os ­quais responderam a um questionário com perguntas objetivas de múltipla escolha. Os resultados demonstraram que: a) 77,6% da amostra apresentava-se entre o 1º grau incompleto e o 1º grau completo; b) as doenças mais prevalentes no grupo estudado foram hipertensão (17,4%), osteoporose (7,9%), diabetes (6,3%) e reumatismo (4,7%); c) 90,4% dos idosos utilizavam próteses, sendo que 80% usavam prótese total, 10% prótese parcial removível e os demais, outros tipos de próteses e d) 73% dos indivíduos declararam-se satisfeitos quanto ao seu aspecto bucal.

Os autores concluíram que a amostra estudada representou um baixo nível de escolaridade entre os idosos e que a maioria, mesmo utilizando próteses, apresentou um alto grau de satisfação quanto à sua saúde bucal demonstrando que, dentro dos aspectos sócio-culturais encontrados, a prótese continua sendo aceitável.

 Ib212

Influência da infecção pela Candida albicans na carcinogênese pelo 4NQO nos tecidos bucais de ratos

BASSO, M. F. M.*, SPOLIDORIO, L. C., NEVES, K. A., SPOLIDORIO, D. M. P.

Fisiologia e Patologia, Materiais Odontológicos - Universidade Estadual Paulista. E-mail: scorpion@techs.com.br

O objetivo deste trabalho foi analisar as alterações epiteliais que ocorrem durante o processo de carcinogênese bucal em ratos, nas fases que precedem o surgimento do carcinoma, na presença ou ausência de Candida albicans. Foram utilizados 40 ratos (Norvergicus albinus Holtzman), machos, com peso inicial de 100 g. Eles foram divididos em 4 grupos: controle, grupo tratado com 4NQO, grupo inoculado com Candida e grupo inoculado com Candida e tratado com 4NQO. Foram feitas 3 aplicações semanais de 4NQO diluído a 0,5% em propilenoglicol, no palato dos ratos por 4 meses. Durante o mesmo período foi inoculada 0,2 ml de suspensão de Candida albicans na concentração de 25 ´ 10-8 células viáveis/ml 1 vez por semana. Após o sacrifício dos ratos, com sobredose de anestésico, as línguas e os palatos foram incluídos em parafina e corados em H. E. Observou-se nos grupos tratados com 4NQO a exacerbação das alterações morfológicas principalmente do epitélio da mucosa lingual que se traduzia por hiperortoqueratose, hiperparaqueratose, acantose, hiperplasia da camada espinhosa e atipias celulares e nucleares. Estas observações estavam presente tanto no grupo tratado somente com 4NQO como no grupo tratado com 4NQO e Candida, independente da presença da Candida. As alterações morfológicas presentes no palato foram menos agressivas quando comparadas à língua.

Os resultados deste estudo nos permite concluir que a presença de Candida albicans não antecipa as identificações das lesões celulares que ocorrem nos estágios iniciais da carcinogênese.

 Ib213

Ausência de metalotioneína e proliferação celular em raspado bucal de pacientes alcoolistas e tabagistas crônicos

SANTOS, V. L.*, CUNHA, F. M., CARDOSO, S. V., CANDELORI, I., OLIVEIRA, L. C.,
LOYOLA, A. M.

Patologia - Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: vljs@bol.com.br

O objetivo do presente trabalho foi identificar e avaliar a expressão da metalotioneína (MT) e a atividade proliferativa celular de células epiteliais provenientes de raspados bucais de pacientes alcoolistas e tabagistas crônicos. Para tanto foram selecionados 57 pacientes alcoolistas e 54 pacientes tabagistas crônicos. As amostras foram dividas em três grupos de acordo com o grau de dependência – leve, moderada e pesada –, obtidos a partir da aplicação de um instrumento de medida segundo critérios da ISBRA-OMS. Os raspados de mucosa bucal foram aplicados sobre lâminas de vidro previamente silanizadas, fixados em álcool 96ºC, e submetidos a reações imuno-histoquímicas para pesquisa de metalotioneina, Ki67 e PCNA, através da técnica da estreptavidina-biotina. Os controles das reações foram realizados a partir de amostras citológicas e teciduais de neoplasias conhecidamente positivas para os antígenos pesquisados: carcinoma de mama e carcinoma epidermóide bucal. Nossos resultados mostraram negatividade para todos os esfregaços citológicos provenientes dos pacientes alcoolistas e tabagistas crônicos, enquanto os controles foram positivos para todos os antígenos pesquisados.

Estes achados levam-nos a concluir que a presença de MT e de atividade proliferativa são inexpressivas nas camadas superiores do epitélio de mucosa bucal dos pacientes examinados. (Apoio: CNPq-­FA­PEMIG.)

 Ib214

Imunoexpressão da proteína bcl-2 em carcinomas espinocelulares de alto e baixo escore de malignidade

AQUINO, F. C.*, GÓES, C. F., REIS, S. R. A.

Diagnóstico e Terapêutica - Universidade Federal da Bahia. E-mail: f.calo@bol.com.br

Os eventos que desempenham papel na etiologia do câncer de boca concentram-se na desregulação da proliferação e a diferenciação celulares. Neste trabalho objetivou-se avaliar a imunoexpressão da proteína bcl-2, envolvida na apoptose, em carcinomas espinocelulares de boca graduados histologicamente pelos critérios propostos por ANNEROTH, BATSAKIS e LUNA (1987). Foram avaliados 30 casos de carcinomas espinocelulares, obtidos a partir de biópsia incisional, cujos blocos foram retirados do serviço de Anatomia Patológica da UFBA e processados pela técnica da hematoxilina-eosina e para coloração imuno-histoquímica através da estreptavidina-biotina utilizando-se como anticorpo primário o anti-bcl-2, (Dako, clone 124, diluição 1:60). Avaliou-se semiquantitativamente a presença, e o padrão de distribuição da bcl-2 em células tumorais e verificou-se a existência de relação entre a expressão imuno-histoquímica da bcl-2 e os escores de malignidade das lesões. Oitenta e oito por cento dos tumores analisados expressaram a bcl-2. Não foi observada relação estatisticamente significante entre os escores de malignidade e a imunomarcação a bcl-2 (Spearman, p > 0,05) embora as lesões com maior número de células tumorais imunomarcadas tenham sido de alto escore de malignidade. O padrão de marcação observado foi citoplasmático difuso ou perinuclear irregularmente distribuído pelo tumor.

Os carcinomas espinocelulares com alto escore de malignidade expressaram uma maior porcentagem de células imunopositivas para o bcl-2 em relação às lesões classificadas com baixo escore. (Apoio: CADCT - PIBIC.)

 Ib215

Gradação do “front” de invasão tumoral e “broder” (OMS) na predição de metástases regionais no carcinoma epidermóide bucal

FARIAS, L. C.*, CARDOSO, S. V., DE-PAULA, A. M. B., GOMEZ, R. S.

Odontologia - Universidade Estadual de Montes Claros. E-mail: lucyanafarias@bol.com.br

O objetivo do presente estudo foi estudar dois sistemas de graduação histológica de malignidade (GHM), a saber: OMS (WAHI et al., 1971) e BRYNE (BRYNE et al., 1989), comparando-os com parâmetros clínicos bem estabelecidos como fatores prognósticos para o carcinoma de células escamosas bucal (CCEB). Trinta fragmentos representativos de peças cirúrgicas de pacientes portadores de CCEB, com estadiamento clínico disponível (sistema TNM), foram incluídos na pesquisa. Como variáveis clínicas, foram estudados o estadiamento clínico (TNM), o tamanho da lesão (T) e a ocorrência de metástases re­gionais (N). De cada fragmento, cortes histológicos de 5 mm de espessura, corados em H. E., foram graduados segundo os critérios preconizados, por dois avaliadores que buscaram o consenso na graduação aferida a cada caso. Possíveis relações entre a GHM e as variáveis clínicas foram investigadas por teste de qui-quadrado ou exato de Fisher quando necessário, com nível de significância estabelecido em 95%. Houve predomínio de tumores bem ou moderadamente diferenciados (55%, em ambos os métodos) e clinicamente avançados (59%). A comparação entre a GHM e os fatores clínicos mostrou correlação estatisticamente significativa entre a graduação pelo método de BRYNE e a presença de metástases regionais (p = 0,02). Nenhuma outra relação estatisticamente significante foi observada.

Conclusão: a GHM da fronteira de invasão tumoral (método de BRYNE) foi capaz de predizer a ocorrência de metástases regionais em CCEB.

 Ib216

Avaliação in vitro da citotoxicidade de clareadores dentais em cultura de fibroblastos gengivais

FARIA, F. P. C.*, ANTUNES, F. P. G. C., SANTOS, E. M., BUSSADORI, S. K.

Odontopediatria e Ortodontia - Universidade de São Paulo. E-mail: flapecora@hotmail.com

O objetivo foi avaliar a citotoxicidade in vitro de clareadores dentais em culturas de fibroblastos. Foram testadas 4 concentrações diferentes de Opalescence (peróxido de carbamida) a 10%, 15%, 20% e 35%. Os materiais foram colocados em lamínulas de vidro, e estas foram depositadas sobre células em cultura. Foram utilizados fibroblastos embrionários (NIH-3T3), células com alta inibição de contato (ATCC CRL 1658), e fibroblastos gengivais plaqueados em 2 ´ 104 células por placa de Petri. Obtida a confluência das células, os materiais testados foram colocados em contato com as mesmas. Nas culturas controle as lamínulas foram adicionadas sem os materiais clareadores. Os períodos experimentais foram 0, 4, 8 e 12 horas (curto prazo). Neles efetuamos a contagem celular, em triplicata para cada substância testada pelo método de exclusão de células coradas pelo azul de Trypan, que forneceu dados para curvas de sobrevivência e viabilidade celular. Os dados obtidos foram analisados com o programa estatístico GMC, versão 7.1. Nesses experimentos observamos que todas as substâncias testadas provocaram diminuição na ­viabilidade celular, porém os grupos de concentrações 10% e 15%, a porcentagem de viabilidade se manteve de 90% a 70% até o final do experimento. Os grupos experimentais de concentrações 20% e 35% apresentaram decréscimo na porcentagem de viabilidade celular a partir de 4 horas.

Os nossos resultados suportam a conclusão que as concentrações de 10% e 15% foram menos citotóxicas que as de 20% e 35%, as quais foram igualmente citotóxicas, sem diferença estatística entre si.

 Ib217

Efeito do licor de absinto e seu componente ativo (“thujone”) na mucosa lingual de ratos

NOGUEIRA, R. D.*, RAMALHO, L. T. O., SPOLIDORIO, L. C., SPOLIDORIO, D. M. P.,
OLIVEIRA, A. C., GERALDO MARTINS, V. R.

Morfologia - Universidade Estadual Paulista. E-mail: runogueira@zipmail.com.br

O objetivo desse trabalho foi avaliar microscopicamente a mucosa lingual de ratos tratados com álcool etílico, absinto e seu princípio ativo, “thujone” (extraído da Arthemisia absinthium). Foram utilizados 20 ratos (Wistar), machos, pesando em média 140 gramas que foram divididos igualmente em 4 grupos: controle, tratado com absinto, tratado com álcool e por último, o grupo tratado com “thujone”. A administração das drogas foi feito via oral monitorada diariamente através do controle do volume ingerido. Os animais do grupo controle receberam os mesmos procedimentos, com água comum. Após 13 dias do início do experimento, os ratos foram sacrificados com sobredose de anestésico, as línguas removidas e submetidas ao processamento laboratorial de rotina para inclusão em parafina. Os cortes foram corados em hematoxilina-e-eosina e tricrômico de Masson e analisados em microscopia de luz transmitida comumente. Observaram-se alterações morfológicas na mucosa lingual dos ratos tratados com absinto, “thujone” e álcool. A mucosa lingual dos ratos tratados com absinto teve alterações mais acentuadas do que a de ratos tratados com álcool ou “thujone”. Essas alterações foram ilustradas por hiperqueratose, acantose, hiperplasia da camada basal a atipias celulares representada pelo aumento da relação núcleo/citoplasma, hipercromatismo celular e mitoses bizarras.

A partir dos dados apresentados conclui-se que o absinto exacerba as lesões celulares que ocorrem nos estágios iniciais da carcinogênese induzida por álcool em ratos.

 Ib218

Estudo morfológico, morfométrico e estereológico da pele da região supra-hióidea de fetos de ratos sob ação da fenitoína

GONZAGA, F. R.*, SOUZA, R. A., MATTOS, M. G. G., AZOUBEL, R., SEMPRINI, M.,
FREITAS, T. M., LOPES, R. A.

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo. E-mail: flarengonzaga@zipmail.com.br

As drogas antiepiléticas têm sido largamente associadas ao aparecimento de defeitos fetais em humanos. Fetos humanos, cujas mães utilizam drogas antiepiléticas correm um risco muito maior de nascerem com alguma malformação, quando comparados a fetos, cujas mães não fizeram uso de tais drogas. A fenitoína (FT) é um anticonvulsivante efetivo, devido aos seus efeitos estabilizadores nos neurônios, bloqueando os canais de sódio, os canais de cálcio e canais de potássio. Em concentrações clinicamente relevantes a FT pode induzir bradicardia e arritmia ventricular/parada cardíaca temporária, tanto no embrião de rato como no de camundongos cultivados in vitro. Os efeitos adversos resultam em hipóxia embrionária e episódios de hipóxia severa seguida pela reoxidação. O objetivo do presente trabalho foi estudar morfológica e estereologicamente a região supra-hioídea do feto de rato tratado com 70, 100 e 140 mg/kg de peso de fenitoína, no 10º dia de prenhez. Nos fetos cujas mães foram tratadas com a droga não foram observadas malformações externas. No entanto, os grupos que receberam 100 e 140 mg/kg todos os fetos morreram. Os animais do grupo que recebeu 70 mg/kg mostraram-se menores e menos pesados quando comparados com os animais controles.

O epitélio da região supra-hioídea dos fetos tratados apresentou-se menos diferenciada, sendo menos espesso com células basais e espinhosas menores assim como seus núcleos eram de menor volume e mais achatados. As camadas granulosa e córnea estavam ausentes.

 Ib219

Análise comparativa da adaptação de conexões protéticas sobre implantes Steri-oss

SOUZA, V. A.*, MACHADO, R. S. P., SANTIAGO, L. C.

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação - Universidade do Grande Rio. E-mail: viviangels@hotmail.com

O objetivo desse estudo foi avaliar a adaptação dos componentes protéticos de três marcas disponíveis no mercado nacional, ditos compatíveis. Foram utilizados 10 “abutments” das empresas Conexão (grupo 1), Neodent (grupo 2) e Steri-oss (grupo 3) e 10 implantes de 3,8, com base regular de 4,1 mm de topo e hexágono externo, da empresa Steri-oss. Esses implantes foram fixados em um bloco de alumínio e teflon e travados horizontalmente com um pino atravessando a perfuração existente na porção apical do implante, evitando rotação dos mesmos durante o torque dos “abutments”. Cada implante recebeu apenas um “abutment” de cada marca comercial, visando não comprometer sua rosca e indiretamente sua adaptação. Cada amostra foi analisada e mensurada em quatro locais distintos em um projetor de perfil com objetiva MF10x, para então fazer uma média da adaptação de cada amostra. Os dados foram submetidos a uma análise de variância e os resultados médios encontrados foram: grupo 1 = 54,7 micrômetros, grupo 2 = 29,7 micrômetros e grupo 3 = 45,0 micrômetros. Na comparação entre os grupos, o teste t de Student mostrou diferença estatisticamente significativa entre os grupos 2 x 1, 2 x 3 e 3 x 1 (p < 0,05).

De acordo com os resultados apresentados concluímos que a melhor adaptação entre componentes protéticos e os implantes Steri-oss foi obtida com os componentes protéticos da empresa Neodent.

 Ib220

Regeneração óssea após implante com mamona, acrescido de BMP e HA, bioestimulado pelo laser de baixa intensidade

PRETEL, H.*, LIZARELLI, R. F. Z., RAMALHO, L. T. O.

Morfologia - Universidade Estadual Paulista. E-mail: hpretel@hotmail.com

A poliuretana derivada do óleo de mamona propicia estimulação na reparação óssea por apresentar propriedades de osteocondutividade auxiliando na neoformação óssea. Quanto a osteoindução, pode ser estimulada por fatores de crescimento, como a BMP, e por um fator físico como o laser. O trabalho avaliou a regeneração óssea a partir da confecção de uma lesão na base da mandíbula do rato, preenchida com mamona particulada, acrescida do “pool” de BMP e hidroxiapatita (HA) absorvível. Posteriormente aplica-se ou não um estímulo local com o laser de baixa intensidade, “laser beam” (infravermelho,785 nm, 50 mW). Foram usados 60 ratos Holtzman, divididos em quatro grupos de 15 animais, e estes subdivididos em 5 animais por período de análise, da seguinte forma: Grupo Controle (Grupo I, somente defeito); Grupo Experimental com estimulação laser (3 J/cm2) (Grupo II, defeito com estimulação); Grupo Experimental com mamona particulada acrescido de BMP-HA (Grupo III, defeito mais mamona, BMP-HA); Grupo Experimental com mamona particulada acrescido de BMP-HA, e estimulação laser (3 J/cm2) (Grupo IV, defeito mais mamona, BMP-HA com estimulação). Os ratos foram sacrificados nos períodos de 15, 45 e 60 dias, as mandíbulas foram removidas e processadas para inclusão em parafina, e os cortes corados por H. E., tricrômico de Masson e Picro sirius.

Os resultados histológicos mostraram formação óssea em todos os grupos. Nos grupos com estimulação laser a resposta tecidual foi antecipada em relação aos demais grupos promovendo a rápida neoformação da matriz óssea. (Apoio: FAPESP - IC 00/08969-0.)

 Ib221

Avaliação clínica da deplacagem com pasta profilática e
clorexidina 1%

CACHAPUZ, P. F.*, FERNANDES, M. I.

Odontologia - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: paulacac@terra.com.br

O objetivo desse estudo foi comparar a nova formação de placa dental e a quantidade de fluido gengival secretado após a remoção profissional de placa dental supragengival – deplacagem – utilizando pasta profilática e clorexidina gel 1%. Teve como característica ser um estudo cruzado e com examinador cego para o tipo de tratamento realizado. A formação de placa dental foi avaliada pelo índice de placa de Quigley e Hein, modificado por TURESKY (1970), a cada 24 horas por um período de 96 horas na ausência de hi­giene bucal. O fluido gengival secretado foi coletado inicialmente e após quatro dias de acúmulo de placa dental. Os resultados foram avaliados por medianas, para o índice de placa, e médias para o fluido gengival secretado, sendo os resultados comparados pelo teste t de Student e ANOVA (p < 0,05) respectivamente. Através da análise dos resultados pode-se observar que houve um aumento gradual na formação de placa dental nos dois grupos. A utilização de clorexidina gel 1% mostrou diferença estatística com um ­maior número de superfícies livres de placa em 48 horas e com menor formação de placa dental em 72 horas quando comparada com a pasta profilática em situação semelhante. A quantidade de fluido gengival secretado não mostrou ser diferente após 96 horas de acúmulo de placa dental, no início e final do estudo, com ambos os tratamentos.

Concluiu-se que houve uma menor formação de placa após o controle profissional supragengival asso­ciado com uma única aplicação de clorexidina gel 1% para um período de 72 horas.

 Ib222

A relação do fumo com a profundidade de sondagem, densidade óptica e posição da crista óssea alveolar

RODRIGUES, F. D. R.*, VILLAR, C. C., LIMA, A. F. M.

Prótese e Periodontia - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: ferdrr@yahoo.com

Tem sido proposto que o hábito de fumar pode modificar os sinais clínicos inflamatórios, influir na profundidade de sondagem e no nível clínico de inserção, entretanto, os métodos clínicos e radiográficos convencionais disponíveis falham em encontrar diferenças sutis no nível e na densidade óptica da crista óssea alveolar. O objetivo deste trabalho foi investigar a relação do fumo com a profundidade de sondagem, densidade óptica e posição da crista óssea alveolar em pacientes jovens. Foram selecionados quatro grupos de pacientes (grupo I: não fumantes com saúde gengival, grupo II: não fumantes com gengivite, grupo III: fumantes com saúde gengival, grupo IV: fumantes com gengivite). Nesses voluntários foram considerados os índices de placa (IPl), de sangramento (SS) e supuração (SuS) à sondagem, os parâmetros clínico profundidade de sondagem (PS) e radiográficos densidade óptica (DO) e nível da crista óssea al­veolar (NCOA) com o auxílio respectivamente de sonda periodontal computadorizada e imagem radiográfica digital. Os dados foram avaliados pelo teste de análise de variância (ANOVA), considerando significância de 0,05. Os resultados mostraram que não há diferença estatística significativa na densidade e no nível da crista óssea alveolar entre os grupos avaliados. A profundidade de sondagem foi maior nos dentes inferiores dos pacientes fumantes, principalmente naqueles com gengivite.

Conclui-se que o fumo não interferiu na densidade óptica e na posição da crista óssea alveolar dos pa­cientes analisados. (Apoio financeiro: SAE, agosto/2001 a julho/2002.)

 Ib223

Prevalência de periodontite em pacientes da Clínica de Periodontia da FOUFF

LOPES, P. A.*, MANDARINO, D., AGUIAR, T. R., CAMPANY, R. O., ZARRANZ, L., CRUZ, L. P.

Faculdade de Odontologia - Universidade Federal Fluminense. E-mail: pazeredo@terra.com.br

O objetivo deste estudo foi realizar um levantamento retrospectivo da doença periodontal destrutiva nos pacientes tratados na clínica de graduação da FOUFF. Os pacientes foram tratados no período de 1999 à 2001. Todos foram submetidos a exame clínico e radiográfico. A coleta de dados deu-se a partir dos prontuários dos pacientes, consistindo de periogramas, exame clínico e radiográfico, diagnóstico e plano de tratamento. Os dados foram tabulados e analisados. A amostra incluiu um total de 184 prontuários. Sessenta e oito pacientes eram do sexo masculino (36,95%) e 116 do sexo feminino (63,05%), cujas idades variavam entre 20 e 73 anos. Periodontite crônica foi observada em 131 pacientes (71,20%), sendo 48 (36,05%) do sexo masculino e 83 (63,30%) do sexo feminino. Do total de pacientes avaliados, 44 (37,29%) apresentavam periodontite agressiva e tinham entre 30 e 49 anos, enquanto 80 pacientes (75,47%) apresentavam periodontite crônica e tinham entre 40 e 59 anos.

Dentro dos limites deste estudo conclui-se que a doença periodontal de maior prevalência na Clínica de Periodontia da FOUFF é a periodontite crônica (71,20%) seguida pela periodontite agressiva (28,80%). Dentre os pacientes incluídos nesta amostra, 116 (62,93%) eram do sexo feminino e apresentavam entre 30 e 49 anos.

 Ib224

Efeito do cetoprofeno e do meloxican na reabsorção óssea alveolar na progressão da periodontite induzida por ligadura

ROCHA, A. L. R.*, CAMILOTTI, A. G., KIM, S. H., BORSATTO, K. S., TRAMONTINA, V. A., MACHADO, M. A. N.

Odontologia - Pontifícia Universidade Católica do Paraná. E-mail: marimattos2001@zipmail.com.br

Os metabólicos do ácido aracdônico representam uma classe de mediadores químicos responsáveis por uma grande variedade de eventos patológicos que incluem a inflamação gengival e a reabsorção óssea alveolar. A doença periodontal é caracterizada pela migração do epitélio juncional em direção apical a raiz com subseqüente perda de fibras do ligamento periodontal e reabsorção do osso alveolar. Tem sido proposto que as drogas antiinflamatórias não esteróides podem controlar a resposta inflamatória e reduzir a reabsorção óssea na periodontite. O objetivo deste estudo foi avaliar radiograficamente em ratos, a reabsorção óssea na área de bifurcação após administração do cetoprofeno e do meloxican em diferentes períodos. A periodontite experimental foi induzida em 50 ratos machos, adultos, da raça Wistar através da colocação de ligadura de seda ao redor do primeiro molar inferior. Após 7 (período 1) ou 18 dias (período 2) da colocação da ligadura, os animais foram aleatoriamente sorteados para receber diariamente por via subcutânea, as seguintes drogas, conforme os grupos: G1 (solução salina), G2 (cetoprofeno - 12 mg/kg), G3 (meloxican - 3 mg/kg). Após 38 dias, os animais foram sacrificados, suas mandíbulas removidas, e tomadas radiográficas padronizadas foram realizadas e digitalizadas. A mensuração da perda óssea foi realizada na área de bifurcação através de um programa analisador de imagens. ANOVA seguido pelo teste de Tukey (p < 0,05) revelou diferença estatística significativa entre os pares G1-G3 no período 2 e em diferentes períodos para os pares G3-G4.

Dentro dos limites do presente estudo podemos concluir que o efeito do cetoprofeno na doença periodontal instalada (período 2) resultou em menor reabsorção óssea alveolar na avaliação radiográfica.

 Ib225

Avaliação clínica de enxerto de tecido conjuntivo recoberto por retalho coronal em recessões gengivais em humanos

GOMES, C. S. G.*, BERNZ, M.

CCS - Universidade do Vale do Itajaí. E-mail: m.77@terra.com.br

Com objetivo de se conseguir recobrimento radicular utilizou-se a técnica com enxerto de tecido conjuntivo subepitelial para diminuir a sensibilidade radicular bem como suprir as necessidades estéticas dos pacientes. Após tratamento inicial foram realizadas as seguintes medidas: nível clínico de inserção, profundidade de sondagem, nível da margem gengival e quantidade de mucosa ceratinizada. Concluiu-se que a técnica de tecido conjuntivo subepitelial permite uma certa previsão de cobertura radicular com ganho de tecido ceratinizado, e garante um resultado estético satisfatório devolvendo uma condição mais próxima do natural, unindo estética e função.

As técnicas utilizadas com o objetivo de recobrimento radicular estão sofrendo aprimoramento em busca de um resultado cada vez mais previsível para o tratamento. Porém, na indicação pelo tratamento das recessões gengivais, deve-se avaliar criteriosamente a necessidade e a possibilidade de cobertura radicular e expor com clareza ao paciente as vantagens e limitações do tratamento e selecionar a técnica mais indicada. A técnica de enxerto conjuntivo subepitelial permite previsão de cobertura radicular com ganho de tecido ceratinizado, e garante um resultado estético satisfatório próxima do natural, unindo estética com função.

 Ib226

Distribuição do VEGF em gengiva humana cronicamente inflamada e na aumentada pelo uso de ciclosporina a

VAZQUEZ-SULLCA, R.*, ROCHA, L., PINHEIRO, M. L. B., TAKIYA, C. M., FERES-FILHO, E. J.

Clínica Odontológica - Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: vazquez@openlink.com.br

O VEGF (fator de crescimento endotelial vascular) é uma glicoproteína dimérica que se liga a heparina, com um efeito mitogênico seletivo sobre as células endoteliais. Essa molécula é a mais potente e específica entre as várias capazes de iniciar o processo de angiogênese. A angiogênese é uma parte essencial de uma série de processos fisiológicos e patológicos, incluindo a inflamação e o reparo, mas ainda não é clara a sua função em promover tanto a progressão como a cicatrização das lesões periodontais. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi analisar a distribuição morfológica do VEGF em diferentes condições periodontais. Biópsias gengivais foram obtidas de 10 pacientes com periodontite crônica, 16 periodontalmente saudáveis e 8 apresentando aumento gengival induzido pelo uso de ciclosporina A. O material foi submetido a técnica de imunofluorescência indireta sendo incubado com anticorpo monoclonal anti-VEGF (1:200) e revelado com anticorpo anticamundongo conjugado com biotina-IgG e estreptoavidina-Cy3. O VEGF foi visualizado nos epitélios juncional, sulcular e oral, e nas células inflamatórias e endoteliais dos tecidos gengivais saudáveis e doentes. Entretanto, uma marcação maior foi visualizada nos vasos e células inflamatórias do tecido conjuntivo da gengiva aumentada e inflamada.

A presença do VEGF nos tecidos gengivais saudáveis e doentes sugere que este fator de crescimento pode desempenhar um papel relevante tanto no processo angiogênico no tecido periodontal inflamado, quanto ser um fator necessário para a manutenção da homeostasia do periodonto saudável.

 Ib227

Avaliação clínica comparativa entre métodos de obtenção de espessura da mucosa palatina: agulha anestésica versus sonar (SDM)

BENFATTI, C. A. M.*, SAKIMA, A., RESENDE, D. R. B., GREGHI, S. L. A., IKE, S. S.,
SIQUEIRA, A. F.

Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: cesarbenfatti@yahoo.com

O objetivo deste trabalho foi avaliar comparativamente dois métodos de diagnóstico da espessura de mucosa palatina mastigatória doadoras de enxertos gengivais livres e/ou conjuntivos, por meio da utilização de agulhas gengivais de anestesia, com limitador de profundidade de silicone, e ultra-som (Krupp, SDM®). Foram selecionados 25 pacientes, onde foram obtidas medidas bilaterais de espessura, na região de segundos pré-molares e primeiros molares superiores, por meio do método de ultra-som (Grupo I) e de agulhas gengivais de anestesia (Grupo II), totalizando 50 avaliações para cada método. Os resultados obtidos foram submetidos ao teste t de Student para amostras dependentes e teste de correlação. Estes indicaram não haver diferenças significantes entre os dois métodos de análise e quando correlacionados obteve-se p < 0,5000.

Concluímos que o ultra-som quando comparado com um método convencional de medição de espessura de tecidos moles periodontais mostrou-se confiável, mostrando assim sua valia para a Periodontia.

 Ib228

Avaliação subjetiva da estética de enxertos gengivais livres autógenos e de Alloderm

SIQUEIRA, A. F.*, RESENDE, D. R. B., BENFATTI, C. A. M., GREGHI, S. L. A., NICOLIELO, J.

Periodontia - Universidade de São Paulo. E-mail: alinefobusp@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi avaliar comparativamente a estética de enxertos gengivais livres autógenos e de matriz dérmica acelular (Alloderm) em vinte e um pacientes que foram submetidos aos dois procedimentos, em áreas contralaterais de pré-molares inferiores, possuidoras de indicação clínica para o aumento e/ou criação de uma faixa de mucosa ceratinizada. A estética dos enxertos foi avaliada por meio de uma escala visual analógica por três alunos de pós-graduação em Periodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP e pelo próprio paciente que fora submetido aos procedimentos de enxertia. Os dados foram analisados estatisticamente pela análise de variância e pelo teste de Tukey como se observa na tabela.

Para o paciente e um pós-graduando não houve diferença estatisticamente significante entre a estética dos dois enxertos, havendo contudo para os demais examinadores. (Apoio: FAPESP.)

 Ib229

Avaliação comparativa de sondagem em sítios com bolsa periodontal por alunos de graduação e pós-graduação da FOB-USP

NICOLIELO, J.*, SIQUEIRA, A. F., BENFATTI, C. A. M., RESENDE, D. R. B., GREGHI, S. L. A.

Periodontia - Universidade de São Paulo. E-mail: jnicolielo@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi avaliar a reprodutibilidade da sondagem periodontal em pacientes portadores de periodontite por alunos de graduação (4º ano) e de pós-graduação (mestrado) da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP. Foram selecionados quatro alunos para cada grupo de examinadores (Grupo I de graduação e Grupo II de pós-graduação) e cinco pacientes possuidores de doença periodontal com perda óssea avançada (> 6 mm), em dentes localizados na mandíbula e maxila tanto posteriores como anteriores, totalizando quarenta faces examinadas. O material utilizado pelos examinadores consistia de uma sonda periodontal Hu-Friedy, espelho bucal e gaze estéril. Os dados foram analisados estatisticamente pela análise de variância e pelo teste de Tukey como se observa na tabela.

@Z_TBL_BEG = VERSION(8), COLUMNS(5), DIMENSION(TM), COLWIDTHS(E1,E1,E1,E1,E1), KEEP(OFF), ABOVE(10583), BOX(Single), HGRID(Single), VGRID(Single)

@Z_TBL_ROW_BEG =

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Profundidade de sondagem (mm)

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@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_CELL_BEG = HJOINED, C3,5,0,0,0,0,26

 

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_CELL_BEG = HJOINED, C3,5,0,0,0,0,26

 

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_CELL_BEG = HJOINED, C3,5,0,0,0,0,26

 

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_ROW_END =

@Z_TBL_ROW_BEG =

@Z_TBL_CELL_BEG = C3,5,0,0,0,0,26

Faces

Grupos

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_CELL_BEG = C3,5,0,0,0,0,26

Anterior superior

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_CELL_BEG = C3,5,0,0,0,0,26

Anterior inferior

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_CELL_BEG = C3,5,0,0,0,0,26

Posterior superior

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_CELL_BEG = C3,5,0,0,0,0,26

Posterior inferior

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_ROW_END =

@Z_TBL_ROW_BEG =

@Z_TBL_CELL_BEG = C3,5,0,0,0,0,26

Grupo I

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_CELL_BEG = C3,5,0,0,0,0,26

6,16 a

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_CELL_BEG = C3,5,0,0,0,0,26

6,47 a

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_CELL_BEG = C3,5,0,0,0,0,26

7,11 a

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_CELL_BEG = C3,5,0,0,0,0,26

5,44 a

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_ROW_END =

@Z_TBL_ROW_BEG =

@Z_TBL_CELL_BEG = C3,5,0,0,0,0,26

Grupo II

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_CELL_BEG = C3,5,0,0,0,0,26

6,66 b

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_CELL_BEG = C3,5,0,0,0,0,26

6,88 b

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_CELL_BEG = C3,5,0,0,0,0,26

8,34 b

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_CELL_BEG = C3,5,0,0,0,0,26

5,67 b

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_ROW_END =

@Z_TBL_ROW_BEG =

@Z_TBL_CELL_BEG = C3,5,0,0,0,0,26

Grupos com a mesma letra não possuem diferença estatisticamente significante entre si (p > 0,05).

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_CELL_BEG = HJOINED, C3,5,0,0,0,0,26

 

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_CELL_BEG = HJOINED, C3,5,0,0,0,0,26

 

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_CELL_BEG = HJOINED, C3,5,0,0,0,0,26

 

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_CELL_BEG = HJOINED, C3,5,0,0,0,0,26

 

@Z_TBL_CELL_END =

@Z_TBL_ROW_END =

@Z_TBL_END =

Independente da área examinada houve diferença estatisticamente significante entre os grupos de examinadores, sendo que os pós-graduandos obtiveram maior média de profundidade de sondagem. (Apoio: Faculdade de Odontologia de Bauru - USP.)

 Ic001 

A importância da porosidade interna do polímero de mamona durante a neoformação óssea – estudo em ratos

MANGILLI, P. D.*, LEONEL, E. C. F.

Morfologia - Universidade Estadual Paulista. E-mail: luizleonel@vol.com.br

Os biomateriais são materiais artificiais desenvolvidos para substituir os tecidos orgânicos que foram danificados, podendo ser usados para preencher defeitos ósseos. Para isto, os biomateriais devem apresentar algumas características, como a biocompatibilidade e boas propriedades estruturais, como a presença de porosidade interna, que é uma condição fundamental para a estabilização e incorporação dos mesmos pelos tecidos vivos. É importante citar que o grupo dos biomateriais é composto pelos metais, cerâmicas e polímeros. Desta forma, com o objetivo de se avaliar a importância da porosidade interna do polímero de mamona durante a neoformação óssea, um grupo composto por 45 ratos foi usado. Estes animais sofreram a ressecção de um segmento do arco zigomático direito, que foi imediatamente reconstituído pelo polímero de mamona. Após períodos de proservação de 15, 30, 60, 90 e 120 dias, os animais foram sacrificados e prosseguiram-se as tramitações laboratoriais de rotina para análise histológica. Os resultados demonstraram a existência de uma neoformação tecidual em meio aos poros do polímero em todos os períodos de avaliação. Uma progressiva diminuição no volume do polímero foi observada, à medida que tecido ósseo era formado em substituição ao polímero.

Assim, a estrutura interna do polímero de mamona permitiu a neoformação tecidual, que foi favorável a regeneração do defeito ósseo criado experimentalmente.

 Ic002 

Avaliação da biocompatibilidade do polímero de mamona usado para o preenchimento de defeitos ósseos – estudo em ratos

LOPES, A. V. O.*, LEONEL, E. C. F., MANGILLI, P. D.

Morfologia - Universidade Estadual Paulista. E-mail: peixeverissimo@hotmail.com

A biocompatibilidade de um material pode ser analisada pelos seguintes fatores: interação negativa com o sistema de defesa do hospedeiro, ausência de toxicidade ou de qualquer tipo de reação nos tecidos vizinhos, ausência de destruição das células sangüíneas e pela não-liberação de radicais livres que afetem outros órgãos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta do tecido ósseo ao implante do polímero de mamona, através da análise da biocompatibilidade do mesmo. Para isto, um grupo de 45 ratos foi empregado, sendo que um defeito ósseo foi criado na região do arco zigomático direito destes animais e preenchido com o polímero de mamona. Um grupo de 15 animais foi usado como controle, de forma que os defeitos ósseos do arco zigomático não receberam nenhum material para prenchê-los. Após sacrifício dos animais em períodos determinados de 15, 30, 60, 90 e 120 dias, foi realizado estudo histológico. Os resultados mostraram a ausência de reação inflamatória, da formação de cápsula fibrosa e de outros fatores que demonstrassem interação negativa do material implantado com o hospedeiro.

Estes resultados puderam provar a biocompatibilidade do polímero de mamona, quando usado como substituto dos tecidos vivos que foram danificados.

 Ic003 

Análise morfométrica da inter-relação entre os ductos estriados e granulosos durante o desenvolvimento pós-natal

CEOLIN, D. S.*, ASSIS, G. F. A., CESTARI, T. M., TAGA, R.

Ciências Biológicas - Universidade de São Paulo. E-mail: ceolin@fob.usp.br

A inter-relação entre o crescimento dos ductos estriados (DSs) e dos ductos granulosos (DGs) durante o desenvolvimento pós-natal das glândulas submandibulares de rato foi estudada em animais com 2, 7, 14, 21, 28, 35, 70 e 96 dias de idade. Os resultados morfométricos obtidos mostraram que no período de 2 a 28 dias, o volume total, o diâmetro e o comprimento dos DSs aumentaram, respectivamente, 1.396% (p < 0,01), 26% (p < 0,01), 712% (p < 0,01) e que entre 21 e 28 dias, as diferenças não foram estatisticamente significantes enquanto que, o volume individual de suas células aumentou 51% (p < 0,01). Aos 28 dias de idade, ocorreu a presença dos DGs, que apresentaram volume absoluto e comprimento próximos aos dos DSs. Entre 28 e 70 dias, tanto os diâmetros dos DSs, como dos DGs aumentaram em média 38% (p < 0,01), e o volume celular individual aumentou 64% (p < 0,01) e 102% (p < 0,01), respectivamente, nos DSs e DGs. Com relação ao comprimento, no período de 28 a 35 dias de idade ocorreu redução de 25% (p < 0,01) nos DSs e aumento de 12,25% (p < 0,01) nos DGs, e no período subseqüente, de 35 a 96 dias, ambos aumentaram, respectivamente, 68% (p < 0,01) e 188% (p < 0,01).

Concluímos que, o padrão de crescimento das diferentes dimensões dos ductos estriados nos vários períodos analisados, são semelhantes ou complementares aos dos ductos granulosos, o que está de acordo com a possível origem dos ductos granulosos à partir dos ductos estriados durante o desenvolvimento pós-natal da glândula submandibular. (Apoio: FAPESP - 99/11597-9.)

 Ic004 

Avaliação da reação óssea após a colocação de membrana e parafuso derivados do óleo de mamona na mandíbula de ratos

YKEDA, F.*, LEONEL, E. C. F., MANGILLI, P. D., CASTRO, M. S.

Morfologia - Universidade Estadual Paulista. E-mail: fykeda@hotmail.com

Devido a importância do fenômeno de cicatrização dos defeitos que venham a acometer os tecidos ós­seos, realizou-se a avaliação sobre a utilização de membranas derivadas do óleo de mamona para o recobrimento de defeitos ósseos faciais. Para este propósito, utilizou-se de 24 ratos que foram divididos em dois grupos: o grupo experimental, composto por 15 animais; e o grupo controle, composto por 9 animais. Realizou-se a criação de um defeito ósseo cortical na região vestibular do corpo mandibular de todos os animais, utilizando-se de um micromotor sob irrigação com soro fisiológico. A seguir, uma membrana, fixada por um parafuso, foi adaptada sobre o defeito ósseo criado nos animais do grupo experimental. A membrana e o parafuso de fixação empregados foram produtos derivados do óleo de mamona. Os animais do grupo controle não receberam nenhum tipo de material para auxiliar na cicatrização do defeito ósseo criado experimentalmente. Decorridos períodos de observação de 30, 60 e 90 dias, os animais foram sacrificados e prosseguiram-se as tramitações laboratoriais de rotina para análise histológica. Os resultados mostraram que a membrana do óleo de mamona levou a formação de um tecido ósseo imaturo, constituído por muitos osteócitos no interior da matriz orgânica que se encontrava em processo de reorganização com o objetivo de formar lamelas concêntricas. Além disto, ficou clara que a membrana estava sendo lentamente reabsorvida.

Desta forma, concluiu-se que a membrana derivada do óleo de mamona promoveu a neoformação óssea, atuando como um agente osteopromotor.

 Ic005 

Avaliação da resistência à tração de artifícios ortodônticos colados em dentes pré-molares – estudo in vitro

MOREIRA, T. C. A.*, LOPES, M. C. A.

Patologia e Clínica Odontológica - Universidade Federal do Piauí. E-mail: thaiscam@yahoo.com

Retenção dentária é a condição fisiopatológica em que o dente, uma vez chegado o seu momento fisiológico de erupção, apresenta algum impedimento para realizá-lo. O tratamento, com envolvimento cirúrgico-ortodôntico, visa deslocar o elemento dental para a correta posição na arcada dentária, sem causar danos aos elementos dentais adjacentes, restabelecendo a estética e a função. A colagem direta de botões e braquetes ortodônticos para tração de dentes inclusos transformou-se na técnica preferida, pois exige menor extensão cirúrgica e remoção de tecido para acesso à coroa dental. A pesquisa objetivou analisar a intensidade da força aplicada ao conjunto dente/artifício/fio de amarrilho, pelo tracionamento, e observar o local do rompimento. Utilizaram-se 31 pré-molares, conservados em soro fisiológico 0,9%, que foram divididos em 3 grupos (10 com braquetes, 11 com botões e 10 com telas). Os dentes foram fixados em canos de PVC preenchidos com resina acrílica e os acessórios fixados ao dente com resina autopolimerizável. Após a colagem dos acessórios ortodônticos, os dentes voltaram a ser conservados em soro fisiológico e o teste realizado após 72 horas com a utilização de um sensor força e um programa de computador (Logger Pro).

Com os resultados, observou-se que o braquete resistiu a uma força média de 38,61 N, sendo a junção fio/braquete o local menos resistente; o botão resistiu a uma força média de 42,12 N, o fio ortodôntico foi o local menos resistente e a tela resistiu a uma força média de 30,39 N, sendo a junção dente/tela o local menos resistente.

 Ic006 

Monitorização do paciente ASA I submetido a cirurgia oral menor

ALENCASTRO, V.*, GANDELMANN, I., CAVALCANTE, M. A., CHAIA, A., FONSECA, D.,
DEL CARO, R., MARINS, R.

Clínica Odontológica - Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: valencastro@hotmail.com

O estresse e a ansiedade ainda exercem grande influência no paciente submetido a qualquer procedimento odontológico e principalmente a procedimentos cirúrgicos. Para avaliar esta influência realizou-se uma observação sistemática quantitativa das pressões sistólica e diastólica, batimento cardíaco e da saturação de oxigênio plasmático de 30 pacientes com idade variando de 16 a 32 anos, sem doença sistêmica (ASA I). Todos os pacientes foram submetidos à cirurgia para remoção dos terceiros molares inclusos unilaterais sob anestesia local. Os pacientes foram tratados no Hospital Universitário da UFRJ pelos profissionais do Serviço de Cirurgia Oral e Maxilofacial. A primeira anotação dos dados era realizada 5 minutos antes da execução da técnica anestésica e a segunda, 5 minutos após. Os dados seguintes eram registrados em intervalos de 5 minutos. Durante toda fase para registro dos dados, foram utilizados os mesmos aparelhos e instrumentos. As médias aritméticas dos 5 valores aferidos para cada variável foram analisadas e comparadas com a primeira aferição através de gráficos. A média das maiores oscilações encontradas para P.A. mínima foi de 7 mm Hg e para a máxima de 21,2 mm Hg. Para a saturação de oxigênio foi de 6% e na mensuração dos batimentos cardíacos foi de 15,9 batimentos/min.

Podemos concluir que mesmo pacientes jovens, sem nenhum comprometimento sistêmico, apresentam além do aumento, oscilações significativas nos valores dos sinais vitais aferidos durante o transoperatório, quando comparados com os valores pré-operatórios.

 Ic007 

Determinação anatômica da posição do forame infraorbital

NEVES-NETO, J. R.*, TORRES-NEVES, C. D. T., PISSULIN, C. N. A., NEVES, C. D. T. T.,
NEVES, C. S.

Anatomia - Universidade do Oeste Paulista. E-mail: jayneves@muranet.com.br

O forame infra-orbital é utilizado com bastante freqüência como ponto de referência na prática diária do cirurgião-dentista, quer seja durante um planejamento de traçados cirúrgicos ou ainda para aplicação de anestesia regional. O objetivo deste estudo foi determinar seu posicionamento tendo como parâmetros, regiões ou acidentes anatômicos de fácil localização in vivo, e ainda analisar se há diferença significativa entre os lados direito e esquerdo da face. Foram utilizados 66 esqueletos cefálicos, de ambos os sexos, pertencentes a Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE). Duas medidas foram feitas: Medida M1 - do forame infra-orbital ao plano sagital mediano (linha perpendicular o plano sagital mediano); Medida M2 - do forame infra-orbital à margem infra-orbital (linha perpendicular à margem infra-orbital). As mensurações foram realizadas com paquímero digital. Foram realizadas análises da média, do desvio padrão e as diferenças estatísticas foram calculadas. Para a medida M1, a média do lado direito foi de 26,32 ± 2,73 mm (média ± SD), para o lado esquerdo foi de 26,46 ± 2,73 mm. Para a medida M2, a média para o lado direito foi de 6,92 ± 1,77 mm, enquanto que para o lado esquerdo foi de 7,05 ± 1,98 mm.

O forame infra-orbital apresenta uma distância média de 26,39 mm da linha mediana e 6,98 mm da margem infra-orbital, não apresentando diferença significativa estatisticamente entre as duas hemifaces (p > 5%).

 Ic008 

Estudo comparativo do osso humano nas formas mineralizada e desmineralizada – análise histológica em tíbias de coelhos

SARZEDO, R. R.*, MARTINES, R. T., MIRANDA, S. L., TOREZAN, J. F. R.

Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais - Universidade de Santo Amaro. E-mail: rsarzedo@bol.com.br

 Diante das necessidades de reabilitações funcionais e estéticas, uma das preocupações na Implantodontia é a preservação e obtenção de estrutura óssea alveolar. Para tanto, vários biomateriais têm sido utilizados com a finalidade de preencher e induzir biologicamente a formação óssea. Esse trabalho comparou histologicamente dois tipos de enxertos ósseos em tíbias de coelhos: osso humano congelado seco mineralizado e osso humano congelado seco desmineralizado. Nas tíbias dos animais foram realizadas 3 perfurações, sendo cada uma delas preenchida, respectivamente, por coágulo sanguíneo (grupo controle), osso mineralizado (FDBA® - OVTSC) e osso desmineralizado (DFDBA® - OVTSC), ambos com granulação de 750 mícrons. Os animais do Grupo 1 foram sacrificados após 21 dias da realização dos procedimentos e os do Grupo 2 após 42 dias. Subseqüente ao sacrifício realizou-se a coleta de material para análise histológica em microscopia óptica. Observamos que aos 21 dias o osso desmineralizado apresentou menor integração de suas trabéculas com o osso hospedeiro, ao contrário do osso mineralizado. Já aos 42 dias ocorreu fusão das partículas do osso desmineralizado com o tecido hospedeiro, enquanto que o osso mineralizado apresentou menor coalescência de suas partículas com o osso hospedeiro.

Baseado nas evidências histológicas, concluímos que os dois tipos de enxertos foram mais eficientes na maturação óssea em relação ao grupo controle. Quando comparados entre si, o osso mineralizado apresentou uma menor absorção e o desmineralizado maior integração ao osso hospedeiro. (Apoio financeiro: UNISA.)

 Ic009 

Verificação da redução de lesões maxilo-faciais com o uso do cinto de segurança em vítimas do trânsito de Presidente Prudente

BAZZO, G. J.*, CARDOZO, H. F.

Odontologia Social - Universidade de São Paulo. E-mail: pfb@muranet.com.br

Este estudo objetiva averiguar a efetividade do uso obrigatório do cinto de segurança (Lei 9.503, de 23/09/97 - C. T. B.) na redução de acidentes e traumas maxilo-faciais em vítimas de acidentes de trânsito. Foram analisados 7.666 laudos do IML de P. Prudente - SP, de dois períodos: I - 1 ano antes da edição da lei; II - 1 ano após a edição da lei (24/01/97 a 23/01/99). Os dados referem-se a: nº de acidentes; nº de vítimas de veículos de passeio e utilitários (usuários do cinto de segurança). Nessas verificou-se o nº e gravidade das lesões sediadas na cabeça, face e as de interesse odontológico. Os resultados apontaram redução de 40% no nº de acidentes; 38% naqueles com veículos de passageiros. A distribuição das vítimas por sexo foi: 2,8:1 (I) e 2,4:1 (II); o grupo etário de 41-50 anos foi o de maior redução de vítimas e a menor foi no de 61-70 anos. Observou-se diminuição das lesões da cabeça e face (53%), do nº de lesões maxilo-mandibulares e da região zigomática (47%), e do nº de lesões dentárias (10%).

As novas regras presentes no atual Código de Trânsito Brasileiro provocaram redução no número de acidentes e de vítimas. O uso obrigatório do cinto de segurança, na população estudada, mostrou-se medida eficaz na redução de lesões maxilo-faciais, inclusive nas lesões de interesse odontológico.

 Ic010 

Análise da região posterior de mandíbulas humanas edêntulas

ZANET, T. G.*, SILVA, D. P.

Cirurgia e Traumatologia e Prótese Buco-Maxilo-Faciais - Universidade de São Paulo. E-mail: tgzanet@hotmail.com

O rebordo alveolar residual ideal, quanto unidade biológica, suporta as forças mastigatórias, e seria constituído por osso cortical que estivesse recobrindo um osso esponjoso relativamente denso, uma crista grande e achatada e que apresentasse emergências verticais e que fosse recoberto por tecido conjuntivo fibroso, denso, imóvel e firme. Tal rebordo iria com toda a certeza suportar esforços horizontais e verticais exercidos sobre ele pela base da prótese, infelizmente esse tipo de rebordo é raramente encontrado. O estudo detalhado da região posterior de mandíbula, assim como as linhas de resistências buscam uma melhor preservação do osso remanescente. Para tanto foram então analisados o terço médio da região situada entre a espinha de Spix e o forame mentoniano, bilateralmente de 100 mandíbulas humanas secas e edêntulas. A análise foi realizada em duas etapas: a primeira, mensuração macroscópica da altura e da largura dos pontos externos do terço médio. A segunda parte constitui-se na verificação radiográfica do trajeto do canal mandibular desta região. O trabalho tem como finalidade definir uma área na região posterior que seria melhor indicada para colocação de implantes osseointegrados.

A região ideal para a colocação, seria imediatamente posterior a de primeiro molar. A altura óssea mínima de 4 mm, foi facilmente encontrada nas mandíbulas analisadas. A papila periforme é região mais distal proposta para a colocação de implantes.


 Ic011 

Prevalência de maloclusões em pacientes que procuram por tratamento ortodôntico

SOARES, A. S.*, PINHEIRO, F. A., SCHROEDER, M. A., MOCARZEL, J., SENNA, M. A. A.,
MAIA, L. C.

Odontologia - Universidade Salgado de Oliveira. E-mail: Pretaamanda@bol.com.br

O presente levantamento teve por objetivo identificar a prevalência de maloclusões em pacientes que procuraram tratamento ortodôntico e foram atendidos na Clínica de Especialização em Ortodontia da Universidade Gama Filho - RJ, no período de agosto de 1999 a agosto de 2000. Os dados referentes à prevalência de maloclusões dentárias Classe I, II e III de Angle, mordida aberta e mordida cruzada foram obtidos através da análise de 234 prontuários de pacientes, de ambos os sexos e idade variando entre 8 e 23 anos. Os dados foram tabulados e, quando possível, utilizou-se o teste não- paramétrico do qui-quadrado com significância de 5%. Do total de 234 pacientes, 121 (51,7%) eram do sexo feminino e 113 (48,3%) do sexo masculino. Pode-se verificar uma maior prevalência de maloclusões Classe I (53,8%), seguida pela Classe II (38,9%) e Classe III (7,3%). Verificou-se também uma prevalência de mordida aberta de 9,4%, sendo a anterior mais prevalente (9%) que a posterior (0,4%). As mordidas cruzadas tiveram uma prevalência de 15,8%, sendo, respectivamente, a anterior menos prevalente que a posterior (5,1% e 10,7%). Não houve diferença estatística em relação à prevalência das maloclusões quando se levou em consideração o sexo dos pacientes (p > 0,05).

Pode-se concluir que, a maloclusão mais prevalente foi a Classe I, seguida da Classe II e das mordidas cruzadas, sendo recomendável novas investigações, a fim de se estabelecer possíveis correlações entre as diferentes maloclusões e suas conseqüências para o sistema estomatognático.

 Ic012 

O uso do aparelho de ultra-som na remoção dos bráquetes ortodônticos – estudo in vitro

PEREIRA, I. A. V.*, TOSTES AMARAL, M. A.

Odontoclínica - Universidade Federal Fluminense. E-mail: isapereira@bol.com.br

O objetivo deste trabalho foi testar, in vitro, o aparelho de ultra-som durante a remoção dos bráquetes ortodônticos e verificar a superfície do esmalte após a descolagem. A amostra consistiu em 30 pré-molares, extraídos, conservados em formol a 1%. Para a pesquisa foram confeccionados blocos de resina poliéster contendo um dente incluído, cuja face vestibular, planificada em esmalte, estava voltada para a porção mais externa do bloco. A seguir, os dentes foram preparados para a colagem de acordo com as recomendações do fabricante do Concise Ortodôntico (3M). Os dentes foram divididos em dois grupos, com 15 dentes cada: grupo I - recebeu somente o teste de cisalhamento, conduzido na máquina de ensaios mecânicos EMIC (velocidade constante de 0,5 mm/min); grupo II - aplicou-se o ultra-som, por 15 segundos, antes do teste de cisalhamento. Os valores de força de adesão obtidos foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis. A superfície de esmalte foi, posteriormente, observada ao microscópio óptico (10 X) e classificada de acordo com o ARI.

Concluiu-se que não houve diferença, estatisticamente significativa (p > 0,05), entre as duas técnicas, embora o valor médio da força de adesão no grupo II (ultra-som + cisalhamento) tenha sido ligeiramente superior (10,69 MPa) em comparação ao grupo I (10,30 MPa). A fratura predominante no grupo I foi a adesiva, ocorrendo 8 na interface esmalte/adesivo (ARI = 0) e uma na interface adesivo/bráquete (ARI = 3). Destas, 4 foram coesivas no esmalte. Seis fraturas foram mistas (ARI = 1 e 2). No grupo II, 7 amostras apresentaram fraturas adesivas na interface esmalte/adesivo (ARI = 0), sendo duas coesivas em esmalte. Oito fraturas foram mistas (ARI = 1 e 2).

 Ic013 

Análise do perímetro do arco dentário e da área palatina após expansão rápida da maxila

MARUYAMA, N. E.*, PAIVA, J. B., RINO NETO, J.

Ortodontia e Odontopediatria - Universidade de São Paulo. E-mail: natymaruyama@bol.com.br

O objetivo neste estudo foi avaliar e correlacionar as possíveis alterações no perímetro do arco dentário superior e na área palatina, após a expansão rápida da maxila utilizando aparelho de Biederman modificado. Utilizou-se 40 modelos de gesso das arcadas superiores, de 20 pacientes entre 5 e 10 anos de idade, obtidos na fase pré-tratamento e após o período de contenção. As imagens oclusais dos modelos foram capturadas por meio de uma interface de câmera e luz (Fotovix - Tamron, Japão) e registradas em computador utilizando o programa VidCap. O perímetro do arco dentário e a área palatina foram mensurados, após o processamento e análise das imagens das regiões delimitadas, utilizando-se o programa Imagelab. Os dados da amostra foram submetidos à análise de correlação linear simples e teste t de Student, mostrando aumento significativo das grandezas referidas com nível de significância de 5%.

O perímetro do arco dentário e a área palatina apresentaram aumento significativo após a expansão rápida da maxila. Houve correlação significante entre os aumentos do perímetro e o da área palatina.

 Ic014 

Emprego de forças magnéticas em Ortodontia: uma nova perspectiva

SOBRINHO, S. I.*, CORTÉS, M. E., MOHALEM, N. D. S.

Odontologia Restauradora - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: sise.bh@terra.com.br

Para verificar a eficiência de forças magnéticas repulsivas na distalização de primeiro e segundo molar superior unilateral, simultaneamente, no tratamento da maloclusão de Classe II dentária, em paciente adulto, foram utilizados magnetos de samário-cobalto de forma circular (3,60 x 2,14 mm), revestidos, dispostos repulsivamente. O campo magnético foi cimentado na arcada superior entre o segundo pré-molar e primeiro molar superior, desenvolvendo força inicial distalizante de 143 g. Empregou-se preliminarmente, para contrapor os efeitos mesializantes dos campos magnéticos, uma ancoragem fixada nos primeiros pré-molares, através de bandas ortodônticas, e unidas por uma placa de acrílico (pêndulo de Hilgers). Nas suas extremidades utilizaram-se grampos de retenção. Uma vez que a força magnética obedece à equação F = 1/d2 onde F = força e d a distância, à medida que os dentes se afastavam o campo magnético necessitava ser reativado, devido a uma redução do nível de força desenvolvida pelos pólos. As reaproximações (ativações) dos pólos magnéticos foram feitos a cada 20 dias para que a quantidade de força se mantivesse o mais próximo possível dos níveis iniciais. Outro fator importante a se considerar nas forças magnéticas repulsivas é a ausência de uma orientação espacial, daí a necessidade do emprego de fio guia inserido no tubo oclusal dos molares. A relação molar de Classe I foi obtida ao final de 3 meses pela distalização de 3,0 mm e não foram detectadas mobilidade, inclinação excessiva nem perda de ancoragem. O paciente não manifestou desconforto.

Conclui-se que os magnetos samário-cobalto foram efetivos na distalização de primeiro e segundo molar.

 Ic015 

Avaliação clínica e microscópica de polpas humanas submetidas a materiais resinosos como capeadores diretos

MASIOLI, M. A., VARGAS, P. R. M., DIAS, K. R. H. C., CÓ, T. N., ESTEVES, F. V.*

Odontologia - Universidade Federal do Espírito Santo. E-mail: marcomasioli@escelsa.com.br

Essa pesquisa teve como objetivo avaliar a reação pulpar quando em contato direto com um sistema adesivo que, segundo alguns autores, devido sua hidrofilia se infiltram no tecido pulpar; e uma resina hidrofóbica, que serviria de anteparo a essa infiltração. Foram utilizados 14 terceiros molares superiores hígidos, com extração indicada, em pacientes de 18 a 30 anos, após a aprovação do comitê de ética da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e consentimento livre esclarecido. Cavidades Cl V foram confeccionadas nas palatinas dos espécimes e os grupos divididos conforme a forma de tratamento: G1 = aplicação do sistema adesivo (ácido, “primer”, adesivo) Scotchbond Multi-Purpose (3M), restauração com resina composta Z250 (3M) em incrementos; G2 = obliteração da exposição pulpar com resina composta Z250, polimerização, aplicação do sistema adesivo Scotchbond Multi-Purpose e restauração com resina composta Z250 em incrementos; G3 (controle) = aplicação do pó de Ca(OH)2, cimento de Ca(OH)2 e restauração com ionômero de vidro. Os espécimes foram radiografados, avaliados periodicamente, extraídos após 105 a 125 dias, fixados em formol, descalcificados em EDTA, processados e corados pela técnica H. E. Da análise microscópica verificou-se que no G1 e G2 embora radiograficamente sugerisse formação de tecido duro, quando este estava presente apresentava-se descontínuo e irregular, enquanto no G3 a barreira formada se apresentava de forma contínua e regular.

Os autores concluem que os materiais resinosos testados (G1 e G2), não devem ser utilizados em contato direto com o tecido pulpar.

 Ic016 

Avaliação histomorfológica da polpa e dentes de cães após o capeamento com sistema adesivo ou hidróxido de cálcio

MESTRENER, S. R., TAVEIRA, A. B.*, PEREIRA, F. P.

Materiais Dentários - Universidade Estadual Paulista. E-mail: ameliotaveira@bol.com.br

Foram usados neste trabalho quatro cães sem raça definida, de uma mesma ninhada com o objetivo de avaliar histomorfologicamente a resposta do tecido pulpar após capeamento com sistema adesiva All Bond 2 ou pasta de hidróxido de cálcio, bem como a influência da idade do animal no processo de reparo. Os animais foram divididos em 2 grupos de acordo com a idade, em grupo jovem e adulto. Foram preparadas cavidades com brocas e a exposição pulpar foi realizada em alta rotação. A seguir, metade dos dentes foi selada com a aplicação de sistema adesivo, seguindo-se a orientação do fabricante, e restauração com resina composta. A outra metade dos espécimes recebeu proteção de pasta de hidróxido de cálcio, seguindo-se a colocação de ionômero de vidro e restauração com resina composta. As peças foram removidas após 60 dias de tratamento e preparadas para análise histomorfólogica.

Os resultados obtidos com o sistema adesivo no grupo jovem foram significativamente melhores do que no grupo adulto. Com o hidróxido de cálcio, os resultados foram semelhantes nos dois grupos. As polpas tratadas com hidróxido de cálcio exibiram melhores resultados do que os observados com o sistema adesivo.

 Ic017 

Avaliação macroscópica, radiográfica digital e microscópica de molares humanos sem ou com lesão de cárie

RAMOS, J. M. O.*, CARVALHO, R. A., PINTO, L. P., OLIVEIRA, J. A. C., SOUZA, L. B.,
MELO, M. S., SOUZA, A. H. F.

Saúde - Universidade Federal de Sergipe. E-mail: mirabeau.ramos@bol.com.br

O objetivo desta pesquisa foi comparar as análises macroscópicas, radiográficas e microscópicas de molares permanentes humanos sem e com lesões de cáries na superfície oclusal. Quarenta dentes previamente armazenados em formalina a 10% foram selecionados, submetidos a exame macroscópico e distribuídos em 4 grupos: G1 - hígidos (controle); G2 - com lesão de cárie de cavidade rasa; G3 - com cavidade média; G4 - com cavidade profunda. Estas profundidades foram medidas com uma sonda milimetrada. Realizou-se tomadas radiográficas digitalizadas, observando-se a presença ou não de imagem radiolúcida, profundidades e o diâmetro da dentina medidos em milímetros. Posteriormente, foram preparados histologicamente para coloração com hematoxilina-eosina e análise microscópica.

Concluiu-se que: G1 apresentaram ausência de cárie em 100%, ausência de imagem radiolúcida em 90% e diâmetro da dentina 3,6 mm, e microscopicamente ausência de cárie em 100%. Macroscopicamente, G2, G3 e G4, tiveram a profundidade de 2,4; 3,7; 4,3 mm, e presença de imagem radiolúcida de 3,34; 6,12; 6,55 mm e diâmetro da dentina remanescente de 3,01; 1,85; 1,38 mm respectivamente. Microscopicamente, evidenciou-se que a inflamação pulpar não estava presente no G1, e quando presente, era infiltrado inflamatório crônico discreto, no G2, especialmente na polpa coronária e no G3 variaram de moderada a intensa. No G4, variou de discreta a intensa, embora em percentuais menores, em virtude da presença parcial de necrose pulpar. Em relação a necrose pulpar, observou-se no G2 discreta, e G3 e G4 variando de discreta a intensa, sendo de forma parcial e principalmente por liquefação, com predileção pela polpa coronária.

 Ic018 

Avaliação da técnica de obturação pela compressão hidráulica vertical após instrumentação automatizada

MARINHO, J. U., CARVALHO, R. A., MAIA, C. A. D. M.*, DANIEL, R. L. D. P., OLIVEIRA, M. D. C.

Odontologia - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: amaia@digi.com.br

Este trabalho avaliou, através de análise radiográfica e microscópica, a eficiência da técnica de obturação pela compressão hidraúlica vertical, após instrumentação com limas acionadas a motor in vitro, como também, avaliar a infiltração marginal apical por meio de análise macroscópica e microscópica. Trinta molares humanos inferiores, divididos em 3 grupos, foram subdivididos em 6 subgrupos, com cinco espécimes cada, totalizando 106 canais radiculares obturados. Os dentes foram instrumentados com o sistema Profile série 29 e obturados de duas formas: cone de guta-percha acessório único ou associado aos secundários, utilizando os cimentos Fill Canal ou Sealer 26. Após obturação, os dentes foram radiografados no sentido orto- e disto-radial, impermeabilizados com cianoacrilato, exceto nos 2 mm apicais e secos durante 3 horas. A seguir foi realizado o selamento coronário com resina fotopolimerizável e sua impermeabilização. Como controle negativo foram usados dentes sem impermeabilização e, como controle positivo foram usados dentes com total impermeabilização. Os espécimes foram imersos no corante azul de metileno a 2% durante 24 horas. As raízes mesiais e distais foram seccionadas, radiografadas no sentido vestíbulo-lingual e analisadas macroscopicamente, no sentido vestíbulo-lingual e mésio-distal, quanto à infiltração marginal apical. Cada raiz foi cortada transversalmente, de 3 em 3 mm, a partir do ápice radicular, e analisou-se, em estereomicroscópio, a qualidade da obturação e a infiltração marginal apical.

Concluiu-se que a técnica da compressão hidráulica vertical com cone acessório único e cimento Fill Canal e Sealer 26 é eficiente para canais indicados à instrumentação automatizada.

 Ic019 

Efeito da vibração ultra-sônica na remoção de retentores intra-radiculares com diferentes tipos de retenção

PALO, R. M.*, MENEZES, M. M., SILVA, A. S., VALERA, M. C.

Faculdade de Odontologia - Universidade Paulista. E-mail: drrenas@apcd.org.br

O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da vibração ultra-sônica na remoção de retentores intra-radiculares (RI) metálicos fundidos com diferentes tipos de retenção. Foram utilizados 30 dentes unirradiculados humanos que tiveram as coroas seccionadas ao nível da junção amelo-cementária e o forame apical instrumentado com LK15. Os preparos para RI foram realizados com brocas Gates-Glidden nº 1, 2, 3 e 4 e Batt nº 12, 14 e 16 introduzidas 10 mm no canal radicular sob irrigação com hipoclorito de sódio 1%. As raízes foram divididas em 3 grupos de acordo com o tipo de retenção realizada no retentor: G1 - sem retenção (liso); G2 - sulco longitudinal e G3 -  sulco transversal em forma de anel. Os retentores foram cimentados com cimento fosfato de zinco, armazenados por 24 h para completa presa do cimento e submetidos à vibração ultra-sônica (Multisonic-S) utilizando-se 2 pontas, 10P e SE por 3 minutos cada, sendo que a cada minuto, foi realizada uma tentativa de remoção do retentor intra-radicular com uma pinça hemostática. Os retentores que não se soltaram desta forma, foram removidos com saca-pino M-V. Os resultados foram submetidos ao teste de ANOVA e Tukey (HSD) e as médias de tempo para remoção dos RI foram: G1 - 4 ± 1,76 min; G2 - 1,5 ± 0,71 min; G3 - 2,3 ± 1,25 min. Houve diferença estatisticamente significante entre G1 e G2 e entre G1 e G3; G2 e G3 não foram diferentes entre si.

Concluiu-se que a vibração ultra-sônica foi eficiente na remoção dos RI especialmente para os com sulcos longitudinal e transversal por possuírem uma maior linha de cimentação, favorecendo a ruptura do cimento.

 Ic020 

Avaliação da concentração do cloro ativo do hipoclorito de sódio e sua possível contaminação

DEZAN JR., E., ALMEIDA, J. F. A.*, TAVEIRA, A. B., GAETTI-JARDIM JR., E.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual Paulista. E-mail: jfaffonso@ig.com.br

O hipoclorito de sódio é a solução irrigadora mais empregada em endodontia, sendo que seu poder antimicrobiano é consagrado. Entretanto, sabe-se que o cloro mostra-se volátil, esse estudo avaliou a concentração de cloro ativo em soluções de Milton, em uso clínico, pelo método da titulometria, bem como a contaminação microbiana nessas amostras. Das 38 amostras coletadas, nenhuma exibiu o teor de cloro esperado, sendo que 28,9% delas apresentaram menos de 10% do valor esperado. Das amostras coletadas, 13,16% mostraram-se contaminadas, destacando-se Pseudomonas aeruginosa em 4 das 5 amostras contaminadas. As amostras para análise microbiológica foram neutralizadas com tiossulfato de sódio e inoculadas em caldo infuso de cérebro-coração suplementado com extrato de levedura e incubadas em aerobiose, a 37ºC por até 30 dias.

Concluiu-se que a eficácia das soluções de hipoclorito de sódio se encontra extremamente prejudicada pela significativa redução do princípio ativo, podendo atuar como veículo de disseminação de patógenos.

 Ic021 

Avaliação do selamento marginal em retrocavidades obturadas com MTA, Portland e Sealapex acrescido de óxido de zinco

GAMA, E. R. P.*, CARVALHO, A. S., VALERA, M. C., CAMARGO, C. H. R.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual Paulista. E-mail: durpg@globo.com

O objetivo deste trabalho foi avaliar o selamento marginal da cavidades retro-apicais obturadas com os cimentos Portland (Cimentos Montes Claros - Concrebrás - MG - Brasil), ProRoot MTA (Dentsply - EUA) e Sealapex (Sealapex Kerr - EUA) acrescido de óxido de zinco (ODHACAM - Herpo - Brasil). Foram utilizados 42 dentes unirradiculados humanos extraídos que após remoção de suas coroas, tiveram seus canais preparados a 1 mm aquém do ápice radicular até o instrumento nº 60 (Lima Kerr - Dentsply) e escalonados até o de nº 80. Os canais foram obturados com cones de guta-percha (Tanari) e cimento AH Plus, em seguida foi feito o seccionamento de 3 mm do ápice em ângulo de 90º. Foram preparadas cavidades retroapicais com pontas diamantadas (DF 608) de ultra-som, a 3 mm de profundidade, e as raízes foram divididas aleatoriamente em 3 grupos de acordo com o material retrobturador: G1 - Portland, G2 - MTA e G3 - Sealapex + óxido de zinco. As raízes foram impermeabilizadas externamente e imersas em fluido tissular simulado por 30 dias. Em cada grupo, 2 dentes serviram como controle postivo (não impermeabilização) e 2 como negativo (total impermeabilização). Os espécimes foram imersos no corante Rodamina B 0,2% por 24 horas para avaliação da infiltração marginal. Verificou-se que as retrobturações do Grupo G1 levaram à ausência de infiltração. Os grupos G2 e G3 apresentaram infiltração média de 0,3 e 0,6 mm respectivamente, sem diferenças significativas entre eles (p < 0,05).

Concluímos que os 3 materiais são eficientes materiais retrobturadores, sendo que o cimento de Portland é excelente quanto ao selamento marginal.

 Ic022 

Análise comparativa da ação de substâncias impermeabilizadoras nas paredes do canal radicular

BALABAN, A. L.*, LAGE-MARQUES, J. L.

Endodontia - Universidade Ibirapuera. E-mail: l.balaban@ig.com.br

O escopo do trabalho foi avaliar a capacidade do tetrafluoreto de titânio 4%, e de um cariostático a base de nitrato de prata (Cariostatic, da Inodon) de diminuir a permeabilidade dentinária do canal radicular. Vinte e quatro dentes unirradiculares foram divididos em três grupos de oito espécimes cada, utilizando-se para o experimento apenas as raízes dos mesmos. Todos os espécimes foram tratados endodonticamente (PQC) pela técnica preconizada por PAIVA e ANTONIAZZI. Após a irrigação final com EDTA-T, os canais radiculares foram preenchidos com soro fisiológico (grupo I), cariostático (grupo II) e tetrafluoreto de titânio (grupo III) por dois minutos. Para avaliar a infiltração das paredes internas do canal radicular os mesmos foram preenchidos com Rodamina B 1% por trinta segundos. Os espécimes foram incluidos em resina ortozitálica e cortados horizontalmente a cada dois mm. Após serem escaniados os cortes foram avaliados através do programa de computador Imagelab. Os resultados obtidos foram: Grupo I - 38% da superfície dentinária corada com Rodamina B; Grupo II - 17% da superfície dentinária corada com Rodamina B; Grupo III - 19% da superfície dentinária corada com Rodamina B.

O tratamento da superfície dentinária do canal radicular com o cariostático a base de nitrato de prata e o tetrafluoreto de titânio reduziu significativamente a permeabilidade das paredes dos canais radiculares à penetração do corante Rodamina B quando comparados com os espécimes do grupo controle , tratados apenas com soro fisilógico.

 Ic023 

Atividade antimicrobiana de algumas substâncias químicas utilizadas no preparo de canais radiculares

SILVA, A. R. P.*, FRANCO DE CARVALHO, E. M. O., CHAVACO, J. K., PIRES, M. A. V.,
ROBAZZA, C. R. C.

Clínica e Cirurgia - Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas - Centro Universitário Federal. E-mail: ale.efoa@ig.com.br

O sucesso do tratamento endodôntico reside na descontaminação do interior dos canais radiculares. Substâncias químicas atuam como coadjuvantes no preparo do canal, sendo o hipoclorito de sódio, a clorexidina, o EDTA e o tergensol comumente utilizados e seu estudo foi o objetivo do presente trabalho. Bactérias anaeróbias e facultativas, bem como Streptococcus mutans, Staphylococcus aureus, Enterococcus faecalis, Escherichia coli e leveduras, como Candida albicans, são de ocorrência comum nas infecções do canal radicular. Tubos de ensaio contendo 0,5 ml das substâncias químicas testadas (hipoclorito de sódio nas concentrações de 1,0 e 2,5%, hipoclorito de sódio a 0,5% e a 1,0% associados ao creme de Endo-PTC, clorexidina a 0,12% e a 2,0% e EDTA-T a 17%) e 0,5 ml de suspensão microbiana, padronizada pelo tubo 2 da escala de McFarland, foram colocados em contato e em 10, 20 e 30 minutos retirou-se uma amostra que foi inoculada em 4 ml da caldo BHI e incubada a 37ºC por 24 horas. Após a incubação, realizou-se subcultivos para avaliar a ação microbicida das soluções.

O hipoclorito de sódio a 2,5%, a 1,0% associado ou não ao creme de Endo-PTC, clorexidina a 0,12% e 2,0% mostraram-se microbicida para todas as amostras microbianas testadas. O hipoclorito de sódio a 0,5% associado ao creme de Endo-PTC não atuou sobre Staphylococcus aureus e EDTA-T a 17% não foi efetivo contra nenhum microorganismo testado em nenhum dos tempos experimentais.

 Ic024 

Análise da estabilidade dimensional de cimentos endodônticos, conservados em água destilada/fluido tissular simulado

CARDOSO, P. E.*, VALERA, M. C., CAMARGO, C. H. R.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual Paulista. E-mail: paula.elaine@bol.com.br

A estabilidade dimensional é um requisito indispensável para cimentos endodônticos. Um cimento que apresente coeficiente de expansão térmico-linear semelhante ao da estrutura dental propiciaria menor chance de desadaptação da obturação endodôntica às paredes do canal radicular, minimizando risco de fracasso do tratamento. Neste experimento verificou-se a estabilidade dimensional e a influência do meio de armazenamento de três cimentos endodônticos: Sealer 26 (Dentsply), Fill Canal (Dermo Laboratórios) e N-Rickert. Foram confeccionados seis corpos-de-prova de 8 mm de diâmetro/3 mm de espessura para cada cimento utilizando-se matrizes de teflon fixadas por uma prensa, mantidos em ambiente de 100% de umidade a 37ºC por 7 dias. Após este período os espécimes foram removidos das matrizes e realizados os registros dimensionais (estereomicroscópio) e pesagem (balança de precisão). Metade dos corpos-de-prova foram imersos em água destilada (AD) e a outra metade em fluido tissular simulado (FTS). Os espécimes foram mantidos nas soluções por 84 dias, sendo removidos a cada 28 dias para novos registros.

Concluiu-se pelos dados da fase experimental uma alteração dimensional de expansão de 5,56% para o Sealer 26 e de dissolução de 1,22% para o N-Rickert, apresentando os dois cimentos diferenças estatisticamente significantes para tempo de armazenamento. Verificou-se efeito de potencialização da alteração dimensional com uso do FTS em relação à AD com diferença estatisticamente significante. Não foi possível o estudo com Fill Canal pois os espécimes se quebraram quando retirados da matriz.

 Ic025 

Pulpotomia: influência da qualidade da restauração no sucesso do tratamento – estudo preliminar

ROSA, M. S.*, ZANCHI, M., DEMARCO, F. F.

Dentística Restauradora - Universidade Federal de Pelotas. E-mail: marcisr@ig.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar o índice de sucesso de pulpotomias realizadas com Ca(OH)2 correlacionando-o com a qualidade das restaurações dos dentes pulpotomizados. Os pacientes foram selecionados através das fichas clínicas das disciplinas de Dentística da FOUFPel, entre os anos de 1996-2000. Foram rechamados 21 pacientes, os quais possuíam 23 dentes tratados em decorrência da exposição por cárie, sendo 6 em dentes anteriores e 17 em posteriores. A idade média dos pacientes era de 24,5 anos (15-50 anos) e a média de tempo pós-tratamento era de 30 meses. Exames clínico e radiográfico foram executados e os critérios para avaliar o sucesso foram: vitalidade pulpar, sensibilidade dolorosa e alterações periapicais. A qualidade das restaurações foi avaliada com base nos critérios USPHS. Os resultados evidenciaram sucesso em 10 dentes (43,5%), sendo 4 em anteriores e 6 em posteriores. Houve insucesso em 13 dentes (56,5%), 2 em anteriores e 11 em posteriores. Do grupo classificado como sucesso, 90% das restaurações foram classificadas como clinicamente aceitáveis e apenas 10% como inaceitáveis. No grupo do insucesso, 77,8% apresentavam-se clinicamente inaceitáveis e 22,2% aceitáveis. Através da análise estatística (teste de correlação de Spearman) detectou-se uma correlação estatisticamente significante (p < 0,05) entre a percentagem de sucesso da pulpotomia e a qualidade da restauração.

Dentro das limitações do estudo, inferiu-se que a qualidade da restauração pode ser fator influente no sucesso da pulpotomia. (Apoio: PIBIC/CNPq.)

 Ic026 

Avaliação do desvio apical do canal radicular após instrumentação por diferentes técnicas

CAMPOS, L. C.*, FAVIERI, A., ABAD, E. C., GHAYVA, S. M.

Faculdade de Odontologia - Universidade Estácio de Sá. E-mail: luisccampos@ig.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar o desvio apical observado nos 5 mm apicais de raízes mesiais de molares inferiores humanos, após preparo químico-mecânico. Seções transversais de canais radiculares foram obtidas e fotografadas antes e após a fase da instrumentação realizada por três diferentes sistemas rotatórios Pow-R 0.02, ProFile 0.04 e Quantec LX e uma técnica manual (“step-back”) associada a movimentos de limagem com limas de aço inoxidável. Durante a instrumentação foi utilizado o método descrito por CAMPOS et al. (2001) que possibilitou a fixação e manutenção do espécime na mesma posição durante toda etapa do preparo químico-mecânico. A mensuração do desvio apical foi realizada pela análise morfométrica, a partir de um software específico para o estudo de imagens digitais. Os resultados demonstraram que no grupo em que os espécimes foram instrumentados pela técnica “step-back”, ocorreu uma incidência de desvios significativamente maior quando comparada com as técnicas acionadas a motor (p < 0,01), que por sua vez não apresentaram diferença estatística significante entre si.

Como conclusão, observou-se que todas as 3 técnicas rotatórias empregadas favoreceram a modelagem de canais curvos, de forma segura e aparentemente sem causar deformações em seus trajetos originais.

 Ic027

 Avaliação in vitro das alterações promovidas em canais simulados após preparo com limas de NiTi manuais e a motor

MIRANZI, B. A. S.*, COSTA, W. F., MIRANZI, M. A. S., FRÖNER, I. C., VANSAN, L. P.,
PÉCORA, J. D., ALVES, M. A.

Endodontia - Universidade de Uberaba. E-mail: bmiranzi@mednet.com.br

A instrumentação de canais radiculares curvos, resulta, por vezes, na formação de acidentes e deformações, não obedecendo a forma prévia original. Os instrumentos confeccionados em níquel-titânio são propostos em substituição às limas manufaturadas de aço inoxidável na instrumentação de canais com curvaturas severas. Neste trabalho, comparou-se as alterações promovidas em 40 canais radiculares artificiais curvos de aproximadamente 30 graus de acordo com a metodologia proposta por SCHNEIDER (1971), após preparo com limas de níquel-titânio manuais Onyx-R e acionadas a motor Pow-R, ambas auxiliadas por brocas de Gates-Glidden #1 e #2 na técnica cérvico-apical, preparados no comprimento de trabalho até o instrumento #40. Avaliamos as áreas desgastadas na parte curva, as distâncias desgastadas em 3 níveis, 4, 5 e 11 milímetros aquém do final apical dos canais simulados e contorno final do canal para ambos os tipos de limas. Os resultados mostraram, pelas medidas das áreas apical e cervical da curvatura, maior tendência à formação de “zip” e “danger zones”, significante em 1% e 5% respectivamente, para os preparos manuais, o mesmo acontecendo nos 3 níveis averiguados, onde observamos maior transporte apical e cervical, significante em 1% para os níveis analisados. O contorno final mostrou canais mais centrados e regulares quando executados com limas de níquel-titânio movidas a motor.

Conclui-se que os preparos manuais, denotam maior transporte e tendência a provocar deformações ao preparo, em relação aos preparos automatizados.

 Ic028 

Análise das diferenças morfológicas e morfométricas comparando os sistemas de instrumentação Profile e ProTaper

CANOVA, C. A.*, BROZOZOWSKI, M. E., SANTOS, M.

Faculdade de Odontologia - Universidade de São Paulo. E-mail: alecanova@bol.com.br

Este estudo visa obtermos uma análise comparativa entre estes dois métodos de instrumentação mecânica rotatória objetivando buscar diferenças morfológicas e morfométricas dos preparos mecânicos com a utilização dos instrumentos rotatórios de NiTi sistemas Profile e ProTaper. Foram utilizadas 20 raízes mesiais de molares inferiores extraídos. Foram utilizados limas rotatórias do sistema Profile e ProTaper (Dentsply) montados em contra-ângulo redutor e motor elétrico com controle de torque (Driller); sistema de radiografia digital (sistema RVG - Trophy). Estas raízes foram radiografadas e mensuradas através de software que acompanha o sistema RVG e estandardizou-se que a instrumentação dos preparos mecânicos dos condutos mésio-vestibulares e mésio-linguais seriam realizados com o sistema ProTaper e Profile assim respectivamente, seguido o protocolo operatório determinado pelo fabricante. Utilizou-se como substância química auxiliar Endo-PTC neutralizado com NaOCl a 0,5% e EDTA-T para irrigação final. Após preparo químico e mecânico de todos os condutos, foram realizadas radiografias digitais das retificações obtidas e foram analisadas comparativamente as mensurações obtidas com as radiografias inicias.

De acordo com os resultados pode-se concluir que as diferenças observadas entre morfologia e a morfometria no desgaste retificador da região cervical dos preparos observados nos dois sistemas foi ligeiramente maior quando da utilização do sistema ProTaper em relação ao sistema Profile, enquanto que nos terços médio e apical não apresentaram diferenças significativas.

 Ic029 

Avaliação da infiltração marginal do MTA frente a duas técnicas de aplicação

MASSI, O. M.*, FIDEL, R. A. S., SOTELO, P., FIDEL, S. R., MOREIRA, E. J. L.

Endodontia - Uni La Plata. E-mail: valo@uol.com.br

O presente estudo teve como objetivo avaliar in vitro, a capacidade de selamento apical promovido pelo MTA (Angelus), frente a duas técnicas de aplicação em obturação retrógrada. Foram utilizados 20 dentes caninos que se encontravam estocados a longo tempo no laboratório de pesquisa da FO-UERJ e, cujos canais foram obturados pela técnica convencional da condensação lateral e os dentes divididos em dois grupos com dez dentes cada. O passo seguinte consistiu na apicectomia das raízes a 3 mm do ápice e preparo da cavidade com pontas lisas de ultra-som com 3 mm de profundidade, seguindo-se a obturação retrógrada da seguinte maneira: grupo A - aplicação do material na cavidade com condensadores manuais; grupo B - aplicação do material com pontas condensadoras de ultra-som. Os corpos-de-prova foram impermeabilizados, corados com Rodamina, lavados, seccionados longitudinalmente e avaliados numa escala de 0 a 3, através de três avaliadores calibrados, com auxílio de microscópio cirúrgico com aumento de 20 vezes. Os dados foram tratados estatisticamente pelo teste de Mann-Whitney que não revelou diferença significativa entre os grupos testados.

Assim, foi possível concluir que as duas técnicas de retrobturação testadas apresentaram graus de infiltração semelhantes.

 Ic030 

Influência dos veículos aquoso e oleoso na difusão do hidróxido de bário através da dentina: estudo in vitro

ALMEIDA, M. S., CHEVITARESE, O., ALMEIDA, P. B. A.*, ALMEIDA, N. S.

Clínica - Universidade Federal Fluminense. E-mail: sanmartin@montreal.com.br

Este trabalho foi realizado para um melhor entendimento da difusão do hidróxido de cálcio através da dentina, quando empregado na terapia endodôntica. O hidróxido de bário foi empregado como instrumento substituindo o hidróxido de cálcio, devido à maior radiopacidade do bário comparado ao cálcio e por ambos os íons terem características químicas semelhantes. 20 dentes unirradiculares receberam o saneamento e modelagem. Os dentes foram divididos em dois grupos, de acordo com o veículo a ser associado ao Ba(OH)2, grupo A (óleo de oliva) e grupo B (soro fisiológico). Os preenchimentos dos condutos foram realizados com espiral lentulo. Os vedamentos das superfícies cervical e apical foram realizados com resina epoxídica. Os dentes ficaram durante 28 dias (período de observação) imersos em água deionizada e estocados a 37ºC. As raízes foram divididas em duas metades no sentido vestíbulo-palatino por meio de clivagem, acompanhando o longo eixo do dente. Foram realizadas pela sonda EDX acoplada ao MEV três leituras (no terço médio da raiz): uma junto à superfície externa da radicular, outra central (eqüidistante do conduto e da superfície radicular externa) e uma terceira, próxima à parede interna do canal radicular. Os dados relativos ao bário foram analisados estatisticamente utilizando-se o teste não-paramétrico de Mann-Whitney, adotando-se o nível de significância de 5% de probabilidade (p <  0,05).

O grupo B (soro fisiológico) apresentou maior difusão de hidróxido de bário que o grupo A (p = 0,02). O veículo teve influência na difusão do material a ele associado.

 Ic031 

Análise comparativa da presença de dor após tratamento endodôntico em dentes vitais, pela técnica mediata ou imediata

CARVALHO, R. A., BARTH, I., DANIEL, R. L. P. D., FORTES, R. P.*, SOUZA, A. H. F.,
CHAGAS, O. L. C., RÊGO, I. A. G.

Odontologia - Universidade Potiguar. E-mail: mussolinifortes@uol.com.br

O presente trabalho objetivou avaliar a presença de dor pós-operatória, após tratamento endodôntico, em 55 casos de dentes com polpa vital inflamada. Os casos foram divididos em grupo 1 (G1), onde o tratamento endodôntico foi realizado pela técnica imediata; e grupo 2 (G2), nos quais utilizou-se a técnica mediata. Após a profilaxia, anestesia, isolamento absoluto e preparo químico-mecânico, os canais foram secos, e obturados, no G1, sendo os do G2 saturados com Otosporin®, os acessos cavitários foram então selados com Cimpat. Decorridos sete dias, os pacientes retornaram à clínica odontológica da Universidade Potiguar, onde os tratamentos foram executados, para controle pós-operatório, nos quais a sintomatologia apresentada foi classificada em escores.

Na análise dos resultados observou-se ausência de sintomatologia dolorosa em 93% dos casos do grupo 1, e 97% do grupo 2, sendo que os demais casos apresentaram dor apenas nas primeiras quarenta e oito horas pós-operatória.

 Ic032 

Influência dos vários veículos sobre o pH das pastas de hidróxido de cálcio

ZILIO, D. M.*, VIANNA, M. E., FERRAZ, C. C. R., GOMES, B. P. F. A., TEIXEIRA, F. B., SOUZA-FILHO, F. J.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: danimz@yahoo.com

Esse estudo in vitro objetivou mensurar o pH das pastas de Ca(OH)2 associadas a diversos veículos em função do tempo: a) água destilada, b) glicerina, c) glicerina + paramonoclorofenolcanforado (PMCC), d) PMCC, e) anestésico local (lidocaína com adrenalina), f) água destilada + iodofórmio, g) polietilenoglicol (Calen®), e h) polietilenoglicol + PMCC (Calen PMCC®). O pH das pastas foi mensurado em triplicata nos períodos de 5 min, 1, 24 e 48 h, 7, 14, 28 dias. Os resultados foram avaliados estatisticamente (ANOVA - p < 0,05). Aos 5 min, os pHs médios das pastas com água destilada (12,94 ± 0,13) e água destilada + iodofórmio (12,92 ± 0,13) foram estatisticamente maiores que as das pastas Calen® (12,29 ± 0,10) e Calen PMCC® (12,30 ± 0,26). Após 1 h, o pH médio da pasta com água destilada (13,05 ± 0,10) se apresentou maior em relação ao das pastas com PMCC (11,96 ± 0,42), Calen® (11,97 ± 0,12) e, Calen PMCC® (11,83 ± 0,14), enquanto que em 24 h, a média de pH das pastas de glicerina + PMCC (12,67 ± 0,05) foi maior que Calen PMCC® (11,35 ± 0,24). Aos 7 dias, a pasta com glicerina + PMCC apresentou maior média de pH (11,71 ± 0,31) que a com anestésico local (10,72 ± 0,64), água destilada (10,96 ± 0,10) e Calen® (10,32 ± 0,39). Aos 14 e 28 dias o Calen® (9,58 ± 0,46) e o Calen PMCC® (9,63 ± 0,27) apresentaram valores de pH estatisticamente menores que as outras pastas.

Concluímos que as médias de pH das pastas de Ca(OH)2 associadas a todos os veículos decresceram de acordo com o tempo e, que as pastas Calen® e Calen PMCC® apresentaram as menores médias de pH. (Apoio: FAPESP - 00/13689-7 e CNPq - 520277/99-6.)

 

 Ic033 

Reincidência de fraturas em dentes permanentes jovens traumatizados

AFONSO, S. E.*, OLIVEIRA, L. D., TALGE, C., VALERA, M. C., CAMARGO, C. H. R.,
FONSECA, M. B., SILVA, J. M. F.

Odontologia Restauradora - Universidade Júlio de Mesquita Filho. E-mail: samiraafonso@hotmail.com

A reincidência de traumatismos dentários em situações de incompleta formação radicular, é um problema relevante, visto que comumente um novo trauma pode levar a perda do elemento dental pelo comprometimento da relação corono-radicular. A proposta desse estudo foi avaliar clínica e radiograficamente a reincidência de fraturas coronárias, corono-radiculares e exclusivamente radiculares, em dentes portadores de rizogênese incompleta. Para tanto foram avaliados 31 dentes, com ápices incompletos, que foram tratados ou estavam em tratamento na clínica do Centro de Traumatismos Dentários da FOSJC - UNESP durante o período de 2 anos. Após a análise estatística descritiva foram verificados que: em seis dentes (19,3%) houve reincidência de fraturas, sendo que duas (33,5%) foram acima da junção cemento-esmalte e quatro (66,5%) abaixo. Destes dentes, três estavam com curativo de demora e três já haviam terminado o tratamento endodôntico.

Estes resultados mostram a importância e a necessidade da utilização de reforços mecânicos intra-radiculares durante e após o tratamento de dentes permanentes jovens traumatizados.

 Ic034 

Análise comparativa in vitro entre os métodos radiográfico convencional e digital utilizando o localizador apical

LOPES, R.*, YOKOYAMA, C., OYAMA, K. O. N., SANTOS, M.

Dentística - Universidade de São Paulo. E-mail: rogeriolopes@directnet.com.br

Este trabalho tem como objetivo comparar as radiografias convencional e digital (Trophy RVG) após a obtenção do comprimento do canal dos dentes obtidos com o localizador apical eletrônico Endex. Para o experimento, foram selecionados dez raízes mésio-vestibulares de molares superiores e um crânio humano para simular as dificuldades anatômicas em uma tomada radiográfica em pacientes. Após a cirurgia de acesso os dentes foram reidratados em soro fisiológico. Os dentes foram fixados em um pote de filme fotográfico e suas raízes ficaram imersas em soro fisiológico para simular a impedância gerada entre a mucosa alveolar e os ligamentos periodontais. Foi utilizada uma lima tipo K #15 para mensurar o comprimento real de trabalho utilizando o Endex. No método eletrônico determinou-se o limite apical como sendo a desembocadura do forame. Após a obtenção deste comprimento real de trabalho, os dentes foram introduzidos em um alvéolo do crânio mantido fixo e foi realizada a tomada radiográfica convencional e digital. Na tomada radiográfica convencional, o tempo de exposição foi de 0,5 s e na radiografia digital foi de 0,1 s. Os resultados mostraram que não houve diferenças estatisticamente significantes para os métodos testados neste estudo (p > 0,05).

Através da análise dos resultados pode-se concluir que as imagens geradas pelas radiografias são semelhantes. E a radiografia digital pode ser um forte candidato a substituir a radiografia convencional pois o tempo de exposição à radiação é menor e o tempo de aquisição da imagem radiográfica é mais rápido neste tipo de radiografia.

 Ic035 

Avaliação microbiológica das limas endodônticas dos alunos de graduação de 6 faculdades de Odontologia do RS

MAZZOCCATO, G.*, MATTUELLA, L. G., OLIVEIRA, E. P. M., VIER, F.V.

Endodontia - Universidade Luterana do Brasil. E-mail: ginamazzoccato@yahoo.com

O objetivo do estudo foi comparar as condições microbiológicas das limas endodônticas utilizadas pelos alunos de graduação de seis Faculdades de Odontologia (FAC) do RS, e qual o processo de esterilização recomendado pelas mesmas. Para tanto, foram recolhidas de 10 alunos de cada FO, uma lima endodôntica previamente já utilizada em paciente, que já tinha sofrido processo de limpeza e esterilização, estando pronta para um novo uso. As limas foram colocadas em tubos de ensaio contendo o meio de cultura BHI e conduzidas ao Laboratório de Microbiologia da ULBRA, colocadas em estufa a 37ºC por 72 horas. As amostras foram comparadas com o controle positivo que apresentou turvamento do meio e com o controle negativo que apresentava-se límpido. Os resultados demonstraram que do total de amostras examinadas, 53 (88,34%) encontravam-se estéreis, enquanto que 7 (11,66%) apresentavam-se contaminadas. Quanto ao processo de limpeza, 2 FAC utilizaram escovação; 3, detergente + escovação e 1, detergente enzimático + escovação. Quanto ao processo de esterilização, 5 utilizaram a autoclave e 1, a estufa odontológica.

Conclui-se que: apesar dos métodos de esterilização aconselhados pelas FAC serem os mais indicados, 7 limas (11,66%) apresentaram-se contaminadas; em apenas 2 FAC, as limas recolhidas apresentaram 100% de culturas negativas; a constatação de limas contaminadas no momento do uso em paciente é clinicamente relevante e preocupante, merecendo uma análise crítica de suas causas e conseqüências, para uma mudança ou não de atitude.

 Ic036 

Análise da morfologia da luz de canais achatados após emprego de instrumentação rotatória

LAUDARES, M. N.*, FERRARI, P. H. P., SANTOS, M.

Endodontia - Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas de Santo André. E-mail: vespuccio@ig.com.br

O objetivo deste estudo foi analisar a forma final da luz do canal principal de canais achatados de pré-molares superiores extraídos, submetidos ao emprego de instrumentação rotatória. Foram selecionados 10 pré-molares superiores unirradiculares, portadores de canais achatados, os quais foram incluídos em resina e seccionados transversalmente em nível de terço médio em 5 fatias de 1 mm de espessura. Os dentes foram divididos de acordo com o preparo do terço cervical em 2 grupos: GI - brocas Gates-Glidden nº 1 e 2 e Largo nº 1 e 2; GII - brocas Flare nº 25/.12. Todos os dentes foram submetidos ao preparo químico-cirúrgico com brocas Quantec nº 20/.02, 25/.03, 25/.05 e 35/.02 auxiliados pelo creme Endo-PTC e solução de hipoclorito de sódio à 0,5%. As secções foram avaliadas pelo analisador de imagem Visio Professional 5.0 antes e após o preparo dos canais. Pelos resultados obtidos pôde-se observar que a região polar das secções mais cervicais do terço médio foram deficientemente preparadas pelos instrumentos rotató­rios e que as secções mais apicais sofreram um desgaste homogêneo, independente do tipo de broca utilizado no preparo do terço cervical.

Conclui-se que a instrumentação rotatória em canais achatados privilegiou a porção central do canal (área de perigo), sendo os pólos menos trabalhados, o que pode representar uma situação clínica problemática em casos de necrose pulpar, onde os microrganismos apresentam uma maior distribuição polar.

 Ic037 

Microinfiltração em obturações retrógradas realizadas com diferentes materiais

PEREIRA, C. L.*, CENCI, M. S., DEMARCO, F. F.

Faculdade de Odontologia - Universidade Federal de Pelotas. E-mail: cissa1@terra.com.br

Com o objetivo de avaliar a microinfiltração em obturações retrógradas com diferentes materiais, foram selecionados 80 molares inferiores extraídos, que foram abordados, instrumentados e obturados com cones de guta- percha e cimento tipo Grossman. As raízes foram seccionadas em 45º a 3 mm do ápice, usando ponta diamantada em alta rotação refrigerada. Foram preparadas cavidades apicais classe I com 3 mm de profundidade, usando broca esférica nº 2, de forma circular (único canal) ou envolvendo o istmo (dois canais). Os dentes foram divididos aleatoriamente em 4 grupos de 40 cavidades, sendo as mesmas restauradas como segue: G1(controle) - verniz cavitário (SS White) e amálgama (GS-80/SDI); G2 - cimento de óxido de zinco e eugenol reforçado Super EBA (Bosworth); G3 - cimento de ionômero de vidro modificado Vitremer (3M ESPE) e G4 - MTA (Angelus). Os dentes foram, então, isolados, fixados e imersos em azul de metileno, por 72 h a 37ºC. Após lavagem, as raízes foram seccionadas transversalmente a cada milímetro usando disco de diamante (3 cortes por raiz). Os cortes foram avaliados por dois examinadores calibrados, em aumento de 40 X, registrando a presença ou ausência do corante em cada quadrante de cada corte. A análise estatística (Kruskal-Wallis) revelou diferenças significantes (p < 0,001) entre todos os materiais, sendo a ordem de infiltração marginal: G4 < G3 < G2 < G1. Também foi observada maior infiltração no 1 mm (p < 0,05).

Os fatores material e profundidade do corte foram influentes na infiltração observada. O MTA apresentou o melhor vedamento marginal. (Apoio: PIBIC/CNPq.)

 Ic038 

Influência de um verniz fluoretado na microdureza longitudinal do esmalte humano – estudo in vitro

ASSAD, T.*, TOSTES AMARAL, M., ASSAD, M. I., DAMATO, N.

Odontopediatria - Universidade Federal Fluminense. E-mail: tatiana@web4u.com.br

O objetivo deste trabalho in vitro foi avaliar a microdureza do esmalte humano em secção longitudinal, após aplicação de um verniz fluoretado. Foram utilizados 15 terceiros molares, hígidos, inclusos e extraídos por razões clínicas, divididos em 3 fragmentos da região vestibular e/ou lingual, sendo um para cada grupo: controle negativo, controle positivo e experimental (verniz Duraflur). Em cada amostra, uma área teste, de 4 mm de diâmetro, foi delimitada em esmalte para posterior análise. O grupo experimental recebeu uma única aplicação do verniz Duraflur. Os grupos experimental e controle positivo foram submetidos a ciclagem de pH durante 7 dias e escovação sem dentifrício por 10 segundos, 2 vezes ao dia, pela manhã e a noite (FORSS; SEPPA, 1982). O grupo controle negativo foi imediatamente avaliado. A análise de microdureza foi realizada a 25, 50 e 75 mm da margem externa de esmalte, em secção longitudinal, após preparo das amostras para o teste de microdureza Knoop (50 gf/15 s; ISOMET 2003). Os dados obtidos foram analisados estatisticamente por teste t pareado (p < 0,05). As médias encontradas a 25, 50 e 75 mm para cada grupo foram respectivamente: controle positivo (179,5 ± 32,7; 211,2 ± 33,4; 219,1 ± 34, 3), controle negativo (193,8 ± 42,8; 228,3 ± 40,7; 235,6 ± 35,2); experimental (188,4 ± 51,1; 223,6 ± 40,4; 232,0 ± 37,3).

Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos quando comparados os valores de microdureza Knoop obtidos a 25, 50 e 75 mm da margem externa do esmalte.

 Ic039 

Saúde bucal no município de Rio Claro - SP, Brasil e sua relação com o nível sócio-econômico

HOFFMANN, R. H. S.*, SOUSA, M. L. R., CYPRIANO, S., WADA, R. S.

Odontologia Preventiva e Saúde Pública - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: hoffmannrhs@hotmail.com

Rio Claro é um município situado há 170 km da cidade de São Paulo, com uma população de 168.000 habitantes. Este estudo foi o primeiro realizado no município com a finalidade de conhecer o perfil epidemiológico de pré-escolares e escolares segundo o nível sócio-econômico. A amostra foi de 357 individuos (102 pré-escolares de 5 anos, 135 escolares de 12 anos e 120 escolares de 18 anos), ambos os sexos, estratificados em escolas públicas e privadas da zona urbana e rural deste município. Utilizaram-se os critérios de diagnóstico preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 1997) e o teste de proporção com significância de 5% para análise dos dados. Os resultados mostraram não haver diferença significante entre a proporção de indivíduos livres de cárie da escola pública e privada em todos grupos etários (p > 0,05). Não houve diferença significante entre as médias do índice ceo-d aos 5 anos, assim como para as médias do índice CPO-D para as idades de 12 e 18 anos de idade nos grupos de escola pública e privada (p > 0,05). Quanto aos componentes, apenas aos 18 anos, a proporção de indivíduos com dentes cariados foi significativamente maior na escola pública do que na privada (p = 0,00).

Conclui-se: não houveram diferenças nas condições de saúde bucal nos grupos analisados em relação ao tipo de escola, com exceção do grupo de 18 anos, entretanto recomenda-se que mais estudos sejam realizados com a finalidade de obter outras variáveis, além do que o tipo de escola, para estratificação dos grupos quanto ao nível sócio-econômico no contexto atual.

 Ic040

Avaliação in vitro do diodo laser no diagnóstico de lesões de cárie em superfícies lisas

SACRAMENTO, R. R. S.*, SANTOS, G. A. G. R. M., COSTA, A. M.

Odontologia - Universidade de Brasília. E-mail: rrss@ieg.com.br

O diagnóstico precoce de lesão de cárie é um dos principais parâmetros para a avaliação do risco e atividade da doença. Os objetivos deste estudo in vitro foram avaliar a sensibilidade e a especificidade do método a laser (DIAGNOdent - KaVo, Alemanha) para lesões incipientes em superfícies lisas, determinar seus pontos de corte e verificar a concordância entre examinadores. Foram selecionados 66 dentes recém-extraídos hígidos ou com manchas brancas em superfícies lisas. Após profilaxia, os dentes foram separados individualmente em frascos numerados e armazenados em água destilada a 37ºC. Os dentes foram submetidos à inspeção visual e em seguida ao método a laser por dois examinadores independentes e calibrados sendo repetidas as medidas com laser após uma semana. Para assegurar a reprodutibilidade no mesmo ponto, foram realizados desenhos esquemáticos com a localização dos sítios avaliados. As medições foram padronizadas com jatos de ar por cinco segundos e a ponta ativa do instrumento posicionada perpendicular à superfície do dente. O método de validação consta de corte longitudinal com disco diamantado e avaliação em lupa estereoscópica. A análise estatística inclui cálculo de sensibilidade, especificidade, coeficiente kappa e curva ROC.

O método a laser apresentou sensibilidade moderada e alta especificidade, com reprodutibilidade satisfatória. Constatou-se também que há relação entre os valores das medições com o laser e a profundidade da lesão.

 Ic041 

Efeito do estresse crônico sobre o reparo ósseo – estudo histológico em tíbia de ratos

KUSUDA, R.*, OKAMOTO, T., ALVES-REZENDE, M. C. R.

Faculdade de Odontologia de Araçatuba - Universidade Estadual Paulista. E-mail: doctorick@ig.com.br

O estresse cotidiano, considerado pela OMS problema de saúde pública, acomete expressiva faixa populacional. Provoca aumento da fibrinólise, por ação das catecolaminas sobre as células endoteliais, estimulando a liberação dos ativadores de plasminogênio, além da fibrinólise e desorganização do coágulo sanguíneo. O propósito deste trabalho foi estudar histologicamente, o efeito do estresse crônico diário sobre o reparo ósseo. Para tanto, cavidades ósseas foram criadas em ambas as tíbias de 32 ratos machos, divididos em dois grupos: ratos-controle e ratos-estressados. Nestes, o estímulo estressor foi aplicado nos 5 dias pré-operatórios e em todos os dias pós-operatórios até o sacrifício, por 2 horas, no período da manhã, por meio da imobilização em tubos de PVC conforme metodologia de ALVES-REZENDE; OKAMOTO, (1989, 1997). Em grupos de quatro, os animais foram sacrificados aos 7, 14, 30 e 60 dias pós-operatórios. Aos 7 dias pós-operatórios, enquanto o grupo controle exibia tecido conjuntivo rico em fibroblastos, o grupo estressado mostrava extensas áreas de coágulo desorganizado. Aos 14 dias pós-operatórios, o grupo controle evoluiu para um trabeculado ósseo neoformado e o grupo estressado para espículas ósseas delgadas. Aos 30 dias pós-operatórios a cavidade óssea mostrou-se totalmente reparada por tecido ósseo maduro no grupo controle e parcialmente reparada no grupo estressado. Aos 60 dias pós-operatórios, tecido ósseo maduro e bem diferenciado ocupava todos os espécimes.

Com base nos resultados obtidos concluiu-se que o estresse crônico atrasou a reparação óssea.

 Ic042 

Efeito da esterilização na cor do esmalte dental

MACHADO, F.*, DANTAS, C. K., PIMENTEL, E., SEKITO, T., ALVES, M. U.

Odontologia - Universidade Estácio de Sá. E-mail: bianamachado@ig.com.br

Desde a sua implantação, o Banco de Dentes da UNESA vem realizando estudos para que meios adequados de coleta, limpeza, armazenamento e esterilização dos elementos dentários não alterem suas características. Os objetivos do presente estudo foram avaliar se há alteração de cor dos dentes após a esterilização com autoclave. A metodologia utilizou 49 dentes humanos: Grupo 1 (G1) - 24 decíduos e Grupo 2 (G2) - 25 permanentes. Utilizou-se luz artificial e escala Vitapan Classical R. A cor foi aferida por 3 examinadores calibrados anteriormente e posteriormente definida pela concordância de no mínimo 2 examinadores. Os resultados antes da esterilização mostraram que os decíduos apresentavam a cor A1 ou B1 sendo que os permanentes variavam de A1 à C4. Após o ciclo de esterilização, os dentes foram reidratados em soro fisiológico por 24 horas. Dos 26 dentes permanentes, 12 permaneceram com a cor inalterada, 6 clarearam, 2 escureceram e 6 apresentaram mudança de matiz. Nos decíduos, 6 permaneceram inalterados, 16 apresentaram mudança de matiz e 2 escureceram. Foi verificada a fratura de 12 dentes decíduos.

De acordo com os resultados, 54% dos dentes permanentes e 75% dos decíduos apresentaram variação em sua coloração após o processo de esterilização.

 Ic043 

Prevalência da fluorose e cárie dental em comunidades com e sem fluoretação de água

GONTIJO, A. I.*, TORRES, J. M., MENDONÇA, L. L., NOMAN-FERREIRA, L. C., BARREIROS, I. D.

Clínica, Patologia e Cirurgia - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: amandaig@uol.com.br

Este estudo teve como objetivo verificar a prevalência da fluorose e cárie dental em crianças de 7 e 10 anos através da comparação de dados previamente colhidos em duas comunidade distintas. A amostra foi constituída de 797 crianças de escolas públicas, residentes desde o nascimento em Belo Horizonte, onde a água é fluoretada (> 0,7 ppm) e 302 crianças, residentes desde o nascimento em Salvador, onde não havia tal fluoretação. As crianças foram submetidas a exame oral. As variáveis altitude, estado nutricional, sexo e raça foram colhidas para avaliação associativa com a fluorose e a cárie. A análise dos resultados foi realizada com o uso de “trend analyses” e regressão múltipla. Com relação à cárie dental, verificou-se que a prevalência na comunidade com fluoretação de água foi quase duas vezes maior que na outra comunidade. A prevalência de fluorose também se apresentou maior onde havia fluoretação de água, porém a diferença entre as duas comunidades não foi estatisticamente significante. A fluorose branda foi a mais prevalente em ambas as amostras e foi maior em crianças subnutridas, independente do gênero e da raça.

Portanto, conclui-se que a prevalência da fluorose dental é influenciada não só pela fluoretação da água, mas também por outras fontes de flúor. Além disso, a fluoretação da água em Belo Horizonte não se revelou como um fator contributivo para uma menor prevalência de cárie dental quando comparada a Salvador.

 Ic044 

Avaliação in vitro do efeito remineralizador e antimicrobiano do chá verde (Camellia sinensis) em esmalte bovino

SILVA, A. A. M.*, LIMA, F. L. T., SANTOS, V. R., SINISTERRA, R. D., CORTES, M. E.

Odontologia Restauradora - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: webhead@ibest.com.br

As folhas de alguns chás contém flúor em diferentes concentrações e seu efeito antimicrobiano já foi alvo de diversos estudos. O objetivo deste estudo foi analisar esta atividade antimicrobiana e o efeito remineralizante in vitro do chá verde (Camellia sinensis) em esmalte bovino. Quarenta e dois fragmentos ­foram colocados em solução pH 4,5 por 24 horas (grupo 1) ou 7 dias (grupo 2), sendo que metade de seu esmalte exposto foi previamente coberto com base de unha para posterior controle. Após a desmineralização, os corpos-de-prova foram colocados em solução de chá em diferentes concentrações, solução fluoretada 226 ppm e água destilada por 24 horas ou deixados por 10 minutos sob agitação, respectivamente nos grupos 1 e 2. Os dentes foram desidratados em álcool e analisados em microscópio eletrônico JEOL 840 A Edwars 10 kvolts. As superfícies de esmalte que foram deixadas em solução de chá do grupo 1 obtiveram uma maior remineralização em comparação com as do grupo 2, sendo que essa remineralização foi inversamente proporcional ao grau de diluição da solução de chá. A atividade antimicrobiana foi determinada através do teste de halos de inibição sobre uma cultura de S. mutans (IMRJ). Não foi observado qualquer efeito inibidor sobre o microrganismo.

Conclui-se que as soluções de chá têm capacidade de remineralizar satisfatoriamente as superfícies de esmalte bovino in vitro e não possuem efeito antimicrobiano sobre o S. mutans.

 Ic045 

Teste biológico de osso inorgânico bovino macrogranular e microgranular em defeito ósseo craniano

CESTARI, T. M.*, JANÃ, A. C. O., SOTTOVIA, A. D., TAGA, R., SOTTOVIA FILHO, D.

Ciências Biológicas - Universidade de São Paulo. E-mail: cestari@fob.usp.br

O osso bovino desproteinizado tem sido proposto como excelente material substituto ósseo por não ­conter substâncias antigênicas e apresentar características fisico-químicas do tecido ósseo natural. O objetivo do trabalho foi avaliar a capacidade de implante de osso bovino cortical desproteinizado macro (1,0-2,0 mm) e microgranular (0,6-1,0 mm) em promover a formação óssea em defeito de tamanho crítico em calvária de cobaias. Uma lesão óssea de 12 mm de diâmetro foi realizada nos ossos parietais de 45 animais, sendo que, 15 foram preenchidos com o osso bovino desproteinizado macrogranular, 15 com o microgranular e os outros 15 apenas com coágulo sangüíneo. A análise histológica nos períodos de 1, 3 e 6 meses pós-cirurgias, mostrou nos grupos tratados com osso desproteinizado macro- e microgranular, manutenção do espaço e o não-colapso da derme para dentro do defeito, pequena formação óssea na borda da lesão e gradual formação de tecido fibroso ao redor das partículas. Raras áreas de osso neoformado estavam associadas a partículas de maior tamanho com superfície irregular e grandes depressões. O grupo controle, tratado com coágulo sanguíneo, mostrou maior formação óssea na borda do defeito do que os grupos tratados com osso desproteinizado.

Concluímos que, o osso bovino cortical desproteinazado macro- e microgranular testados não favoreceram o reparo de extensos defeitos ósseos em calvária de cobaias. No entanto, os resultados sugeriram que, implantes constituídos por partículas maiores e com grandes porosidades poderiam aumentar a sua capacidade osteopromotora. (Apoio: CNPq/FAPESP - 00/00877-0.)

 Ic046 

Ultra-estrutura do côndilo em crescimento de ratas com hipotiroidismo com e sem tratamento com T3

ARANA-CHAVEZ, V. E., TESSI, S. S.*, FREITAS, F., MORISCOT, A. S., GOUVEIA, C.

Histologia e Embriologia - Universidade de São Paulo. E-mail: sstessi@usp.br

A ossificação endocondral do côndilo parece responder de maneira diferente à do disco epifisário dos ossos longos, frente à deficiência (hipotiroidismo) de hormônio tiroideu (T3). Entretanto, os efeitos destas situações são pouco conhecidos, razão pela qual no presente estudo foi examinada a ultra-estrutura do côndilo de ratas hipotiróideas em crescimento, com e sem tratamento com T3. Nove ratas Wistar com 21 dias de idade foram utilizadas neste estudo. Delas, 6 foram tratadas com metimazol 0,1% e perclorato de sódio a 1% para indução de hipotiroidismo. Uma semana depois foi iniciado o tratamento em três ratas com 5 doses diárias (300 mg/100 g peso) de T3 (G. Tratado); 3 ratas foram deixadas sem tratamento (G. Hipotiróideo). As três ratas nas quais não foi induzido o hipotiroidismo constituíram o G. Controle. Todos os animais foram sacrificados após 28 dias de administração de T3 no grupo tratado. Os côndilos foram fixados em glutaraldeído + formaldeído em tampão cacodilato sob irradiação com microondas, descalcificados em EDTA e processados para MET. Nos animais hipotiroideos a espessura da cartilagem, especialmente dos condrócitos hipertróficos, foi reduzida. Entretanto a diferença mais evidente foi na região de ossificação: as trabéculas de osso primário foram mais espessas do que nos animais normais e as células clásticas foram praticamente ausentes, resultando em cavidades medulares estreitas. O grupo tratado mostrou características semelhantes ao grupo controle.

Este estudo mostra que o hipotiroidismo afeta tanto a cartilagem como o osso, no côndilo em crescimento.

 Ic047 

Análise microscópica da resposta celular ao osso medular bovino orgânico em bloco implantado em subcutâneo de ratos

RODRIGUES, J. G. R.*, SANADA, J. T., CEOLIN, D. S., CESTARI, T. M., TAGA, R., TAGA, E. M., GRANJEIRO, J. M.

Ciências Biológicas - Universidade de São Paulo. E-mail: jgrr@usp.br

O objetivo do atual trabalho foi avaliar a resposta celular e a biocompatibilidade do bloco de osso bovino orgânico medular em sítio ectópico. Para tanto, foram implantados em subcutâneo de 30 ratos Wistar um cilindro de osso medular bovino orgânico em bloco (Gen-ox®, Baumer S/A) de 5 mm de diâmetro por 12 mm de comprimento, cujas cavidades foram preenchidas com sangue. Um total de 6 animais por período de 3, 7, 14, 21 e 28 dias pós-cirurgia foram sacrificados e as peças fixadas em formalina tamponada à 10% e processadas histologicamente. A análise dos cortes histológicos evidenciou no período de 3 e 7 dias um processo inflamatório agudo, caracterizado pela presença de neutrófilos, absorção do coágulo sanguíneo e angiogênese. Entre 14 e 21 dias, verificou-se a absorção da matriz implantada por células mononucleares e raras células gigantes, com substituição do tecido conjuntivo fibroso rico em vasos e células. Ao final de 28 dias, na maioria dos casos, observou-se apenas restos de fragmentos de matriz implantada envolto por tecido conjuntivo característico da região.

Com base nos resultados obtidos concluímos que o osso bovino medular em bloco, quando implantado em subcutâneo de ratos, é absorvido e substituído por tecido característico da região implantada, indicando ser um material biocompatível. (Apoio financeiro: PIBIC/CNPq-USP; Baumer S/A, FAPESP, FOB-USP.)

 Ic048 

Obturação de canais radiculares com pasta Lysanda

LIMA JR., S. M.*, PIMENTA, F. J. G. S., FARIAS, F. F., AGUIAR, M. C. F.

Clínica, Patologia e Cirurgia - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: limajrsm@uai.com.br

A obturação do sistema de canais radiculares perpetua o equilíbrio entre o seu conteúdo e os tecidos perirradiculares obtido durante o tratamento endodôntico. Avaliou-se a capacidade de selamento da pasta lysanda como material obturador de canais radiculares utilizando uma nova técnica de obturação. Trinta dentes incisivos, retos, recém-extraídos por motivos diversos foram utilizados neste estudo. Os dentes foram estocados em formol 10% por um período de 30 dias. Os dentes foram distribuídos em 2 grupos: I, 15 dentes submetidos à limpeza pela técnica hidrodinâmica (nova técnica) foram obturados utilizando apenas pasta lysanda; II, 15 dentes submetidos à limpeza e modelagem pela técnica de Oregon modificada e obturados pela técnica de condensação lateral de guta-percha com cimento obturador AH PlusTM. Os dentes foram estocados em câmara úmida por 2 dias a 37ºC, e, em seguida, impermeabilizados com esmalte de unha, exceto por 2 mm apicais, e submetidos ao teste de infiltração de azul de metileno 2%, pH 7,2, a 37ºC, por 7 dias. Os dentes foram secionados longitudinalmente e avaliados para o nível de infiltração do corante com auxílio de uma lupa estereoscópica. Não houve diferença estatisticamente significante entre o nível de infiltração do corante no grupo I (5,5 mm) e no grupo II (4 mm).

A associação da limpeza pela técnica hidrodinâmica e a obturação dos canais radiculares com pasta lysanda propiciou um selamento semelhante ao obtido com condensação lateral de guta-percha. (Apoio financeiro: FO-UFMG, CNPq, FAPEMIG.)

 Ic049 

Presença de Candida spp. na cavidade bucal de lactentes durante os primeiros quatro meses de vida

SCHERMA, A. P.*, JORGE, A. O. C., SANTOS, D. V. O., ROCHA, R. F.

Biopatologia Bucal - Universidade Estadual Paulista. E-mail: apscd27@yahoo.com.br

A candidose bucal é um dos processos infecciosos micóticos mais comuns da cavidade oral e apresenta susceptibilidade aumentada durante o período neonatal principalmente devido à imaturidade dos mecanismos de defesa e a falta de uma microbiota bucal balanceada. O objetivo do presente trabalho foi verificar a presença de Candida spp. na cavidade bucal de lactentes nos primeiros quatro meses de vida, determinar suas espécies e avaliar através de anamnese os possíveis fatores envolvidos com a manifestação da candidose bucal. Foram examinados inicialmente cem bebês, nos quais foram feitas coleta de material do dorso da língua com “swabs” embebidos em soro fisiológico nas primeiras 24 horas de vida. Trinta e três recém-nascidos deste grupo foram acompanhados por quatro meses onde foi realizada mensalmente coleta e avaliação das condições gerais de saúde, nutrição e higiene. Observou-se positividade para Candida spp. em 64 das 132 amostras analisadas, o que corresponde a 48,5%. Dos 33 recém-nascidos acompanhados 27,3% manifestaram a doença. Candida albicans foi à espécie encontrada em maior quantidade (44,6%), e a que apresentou maior patogenicidade, pois esteve presente em nove dos 11 casos de candidose bucal (81,8%). Verificou-se com a anamnese que os possíveis fatores de risco para o grupo estudado foram o uso de chupeta e mamadeira, e, a introdução de outros tipos de alimento.

Conclui-se que Candida albicans é realmente a espécie prevalente nesta faixa etária e também a que apresenta maior patogenicidade.

 Ic050 

Efeitos da água ozonizada em cepas de Candida albicans recém-isoladas da cavidade bucal humana

FARIA, I. S.*

Biologia - Universidade de Taubaté. E-mail: ivansfaria@uol.com.br

Considerando-se os efeitos do ozônio nos microrganismos e a freqüência de isolamento de leveduras do gênero Candida, principalmente C. albicans na boca humana, o presente estudo objetivou estudar os efeitos do ozônio em cepas de C. albicans recém-isoladas da cavidade bucal humana. Foram utilizadas 50 amostras isoladas da saliva dos alunos do curso de Odontologia e Medicina da Universidade de Taubaté de 18 a 25 anos de idade, testada in vitro. Foram preparadas suspensões de 10 ml de salina esterilizada contendo 5 ´ 108 células de C. albicans por ml. Dois ml de cada suspensão foram transferidos para um balão volumétrico contendo 248 ml de água destilada e esterilizada. Uma alíquota de 0,1 ml dessa mistura sem ter sido submetido ao ozônio foi inoculada em meio ágar Sabouraud Dextrose e incubada a 37ºC/24 a 48 h, o restante foi transferido para um tubo de vidro e submetido à uma concentração de 3,3 mg/l de ozônio nos seguintes tempos 20", 40", 60", 80", 100", 120", 140", 160", 180" e 300". 0,1 ml de cada mistura foi semeada com Ágar Sabouraud Dextrose e incubada a 37ºC/24 a 48 h, para posterior contagem de UFCs.

Os dados foram analisados estatisticamente pelo teste t (Student), demonstrando resultados significantes (p £ 0,05) e que o tempo de 300" não foi suficiente para matar todas as cepas testadas, indicando que cepas recém- isoladas foram mais resistentes ao ozônio.

 Ic051 

Avaliação in vitro do potencial antimicrobiano de cinco tipos diferentes de vernizes de flúor e clorexidina

HORLIANA, A. C. R. T.*, BUSSADORI, S. K., RIBEIRO, P. C., PINTO, M. M., SANTOS, E. M.

Clínica Integrada - Universidade Metropolitana de Santos. E-mail: acrth@unimes.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro o potencial antimicrobiano de quatro vernizes de flúor e clorexidina. Foram testados os vernizes de flúor (Duraphat, Duraflur, Dufluoride, Flúor Protector) e um verniz de clorexidina (Cervitec). Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, fez-se a coleta de dentina infectada com o auxílio de curetas otoscópicas em 30 molares. O material foi cultivado em BHI e semeado em 100 placas de Petri divididas igualmente em quatro meios: ágar Mitis Salivarius; ágar-sangue; Mueller-­Hinton e ágar Mitis Salivarius com bacitracina. Em cada meio foram colocados cinco discos de papel-filtro, sendo cada um embebido em um dos vernizes testados. Após 24 horas foi avaliado o comprimento do halo inibitório formado ao redor de cada disco. A análise estatística foi realizada com base no teste Kruskal-Wallis e ANOVA complementado por Tukey. Adotou-se o nível de significância de 5%. Os resultados indicaram que o Cervitec apresentou maior atividade bacteriostática no meio Mueller- Hinton e maior atividade bactericida nos demais meios. O Flúor Protector apresentou a menor atividade bacteriostática em todos os meios testados exceto no ágar Mitis Salivarius com bacitracina. No meio Mueller-Hinton todos os vernizes apresentaram atividade bacteriostática e no meio ágar Mitis Salivarius com bacitracina o Cervitec, o Duraphat e o Duraflur apresentaram atividade bactericida.

Conclui-se que, dos vernizes testados, o Cervitec apresentou maior atividade bactericida e bacteriostática enquando o Flúor Protector apresentou a menor ação antimicrobiana.

 Ic052 

Freqüência de isolamento e análise in vitro do potencial cariogênico de estreptococos grupo mutans

STIPP, R. N.*, FLÓRIO, F. M., HÖFLING, J. F., GONÇALVES, R. B.

Diagnóstico Oral - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: rafa.web@terra.com.br

O objetivo deste estudo foi comparar a distribuição das espécies de estreptococos grupo mutans em diferentes nichos da cavidade oral e analisar seu potencial cariogênico in vitro. Foram selecionados dezesseis voluntários que apresentavam lesão de cárie oclusal incipiente em primeiros molares permanentes em diferentes situações: lesão ativa (G1) ou lesão paralisada sob controle odontológico de três anos (G2). O isolamento e posterior identificação bioquímica destas espécies foram feitos a partir de amostras coletadas de três sítios distintos (saliva, superfície oclusal com lesão e superfície lisa hígida). O potencial cariogênico dos isolados foi analisado através da medição da capacidade de produção de ácido em intervalos de tempo crescentes (0, 3, 6, 12 e 24 horas). Os resultados mostraram que 93,5% das amostras do G1 foram identificadas como sendo S. mutans (SM) e 6,5% classificadas como S. sobrinus (SS), enquanto que no G2 96,7% das amostras foram identificadas como sendo SM e 3,3% SS não havendo diferenças entre os grupos. Na análise do potencial cariogênico, observou-se diferentes perfis de queda de pH dos isolados, sendo que as cepas de SM do G1 mostraram uma maior capacidade de redução do pH do meio, nos períodos de 6 e 12 horas, estatisticamente significante (p < 0,0001) em comparação com as cepas do G2.

Os resultados deste estudo sugerem que existam diferenças nos fatores de virulência apresentados por microrganismos isolados de lesões ativas ou paralisadas. (Apoio financeiro: PIBIC/CNPq 2001-2002.)

 Ic053 

Ativação das vias neurais após movimentação dentária em ratos

MAGDALENA, C. M.*, ROCHA, M. J., DEL BEL, E. A.

Morfologia, Estomatologia e Fisiologia - Universidade de São Paulo. E-mail: carolmagdalena80@yahoo.com.br

A ativação de componentes neurais após estímulos fisiológicos tem sido estudada, utilizando-se como marcador de atividade neuronal a expressão do gene c-fos. O objetivo deste trabalho foi, utilizando-se desta metodologia, estudar a ativação neuronal de áreas cerebrais envolvidas na mecanorrecepção e nocicepção da cavidade oral na movimentação dentária. Em ratos machos Wistar, anestesiados com ketamina e xilazina, foram cimentados aparelhos ortodônticos com fosfato de zinco nos incisivos maxilares. Uma única ativação foi realizada imediatamente antes da cimentação. Após 3 horas de ativação os animais tiveram a anestesia aprofundada e foram perfundidos com PBS (0,01 M, pH 7,4) e paraformaldeído 4% e os cérebros removidos e processados para imunocitoquímica para Fos segundo o método de avidina biotina. As áreas analisadas foram a substância cinzenta periaquedutal (PAG), locus coeruleus (LC), núcleo parabraquial (PB) e subnúcleos oralis (SPVO), interpolaris (SPVI) e caudalis (SPVC) e o gânglio de Gasser (GG). Foi observado grande número de neurônios expressando a proteína Fos no SPVC em todos os cérebros analisados e ocasionalmente no LC.No PAG e PB a marcação foi fraca com somente alguns neurô­nios positivos. Nenhuma marcação foi observada no SPVO ou no gânglio de Gasser.

As áreas cerebrais cujos neurônios expressaram c-fos são diretamente envolvidas no processamento da informação mecânica e nociceptiva da cavidade oral na movimentação dentária ocasionada pela força de distalização de 30 g pelo período de 3 horas.

 Ic054 

Efeito do estresse de isolamento e imobilização sobre a quantidade de ductos nas glândulas salivares de ratos

PEREIRA, A. C. C. I.*, CRIPPA, G. E., DEL BEL, E. A.

Morfologia, Estomatologia e Fisiologia - Universidade de São Paulo.

O presente trabalho tem como objetivo investigar as alterações morfológicas nas glândulas salivares de ratos submetidos a dois modelos de estresse: por isolamento social e imobilização. No primeiro modelo, após o desmame, os animais foram colocados em caixas individuais e manipulados apenas uma vez por semana por 4 (n = 8) ou 10 (n = 8) semanas. Os animais controles foram mantidos em grupos de quatro animais por caixa. No segundo modelo, estresse por imobilização, os animais foram imobilizados em gaiola por 2 h/episódio único (n = 4), 2 h por 5 dias (n = 4), 6 h/episódio único (n = 4) e 6 horas por 21 dias (n = 4). Após esse período os animais foram sacrificados e as glândulas salivares removidas, congeladas, seccionadas (14 mm) em criostato e submetidas à coloração hematoxilina-eosina e os ductos quantificados em sistema de análise de imagem. Não se observou diferença nas glândulas dos animais submetidos ao estresse por isolamento social. A alteração constatada foi no grupo estresse por imobilização agudo sendo observada redução do número de ductos nas glândulas dos animais submetidos à imobilização por 6 h/episódio único (13 ± 1, n = 4) em relação ao grupo 6 h por 21 dias (24 ± 1, n = 4), p < 0,01 e em relação ao grupo controle (25 ± 3, n = 4), p < 0,01 (“one-way” ANOVA).

Os resultados sugerem que o modelo estresse por imobilização (agudo, 6 h/único) causou alteração no número de ductos das glândulas salivares analisadas. Nos demais grupos não foram observadas alterações significativas.

 Ic055 

Prevalência de fluorose dentária em crianças de 12 anos de idade e sua relação com o consumo de leite em pó na infância

OLIVEIRA, A. G.*, ALMEIDA, B. S., AQUILANTE, A. G., BASTOS, J. R. M., LAURIS, J. R. P., BUZALAF, M. A. R.

Saúde Coletiva, Ortodontia - Universidade de São Paulo. E-mail: grandoal@mpc.com.br

O consumo excessivo de flúor durante o período de formação dos dentes pode causar fluorose dentária. Para os incisivos centrais superiores, a idade crítica da ingestão do flúor parece ser de 15 a 30 meses de idade. O consumo de leite em pó durante a infância tem sido relatado como fator de risco para fluorose dentária. Assim, este estudo transversal teve como objetivo relacionar a prevalência de fluorose (índice de Dean), em incisivos centrais superiores, de acordo com o tipo de alimentação que crianças de 12 anos (n = 101) tiveram nos seus primeiros três anos de vida. Também foram analisados cárie dentária (OMS), nível educacional e sócio-econômico dos pais, uso de suplementos fluoretados e idade de início da escovação com dentifrício fluoretado, através de questionários completados pelos pais. Os dados foram analisados por estatística descritiva e de correlação. O CPOD foi de 1,81 (± 2,02). Das crianças examinadas, 28,71% apresentaram fluorose muito leve a leve. Uma porcentagem de 42,57% das crianças iniciaram a escovação com dentifrício fluoretado com 1 ano de idade e 35,64% aos dois anos. A relação entre fluorose e o consumo de leite em pó não foi estatisticamente significante (p > 0,05). Contudo, o início precoce da escovação com dentifrício fluoretado apresentou uma correlação positiva com a prevalência de fluorose dentária (p < 0,05).

Conclui-se que deve haver um melhor esclarecimento de pais e crianças quanto ao uso de dentifrícios ­fluoretados e demais fatores de risco para fluorose dentária.

 Ic056 

Validação de procedimentos analíticos: sua importância na pesquisa e no desenvolvimento de novos métodos laboratoriais

MUNIZ, M. C. S.*, MIYAJIMA, V. P., MIYAJIMA, F.

Ciências Farmacêuticas e Ciências da Saúde - Universidade Paulista e Centro Universitário Anhanguera. E-mail: mcs_muniz@hotmail.com

Não basta ter apenas mão-de-obra, amostras, reagentes, equipamentos e metodologias, faz-se também necessário a obediência às boas práticas laboratoriais, além do uso de padrões de controle, de comparação e de calibração de instrumentos e equipamentos de laboratório, a fim de se obter rotineiramente resultados seguros e fidedignos. Desta forma, é necessário que todos os elementos envolvidos estejam organizados sob orientação de normas de validação, tornando-se imperativo o pleno conhecimento das mesmas para sua efetiva implantação. O objetivo principal da validação analítica é assegurar que determinado procedimento dê resultados reprodutíveis e confiáveis e que sejam adequados aos fins para os quais tenham sido planejados. Serão ilustrados o mecanismo de validação de alguns dos principais tipos de análise utilizados em pesquisas científicas para fins de identificação e quantificação, a partir de amostras químicas ou biológicas. A metodologia basear-se-á em fluxogramas hipotéticos, enquanto que o protocolo utilizado para validação dos procedimentos analíticos serão baseados nas características a seguir: 1) Exatidão, 2) Precisão, 3) Repetibilidade, 4) Reprodutibilidade, 5) Resistência, 6) Linearidade, 7) Seletividade, 8) Sensibilidade, 9) Limite de detecção, 10) Limite de quantificação. Dependendo dos resultados poder-se-á concluir pela validade total ou parcial e ainda pela inviabilidade do método proposto.

A coerência na execução dos procedimentos laboratoriais com as normas de validação e qualidade poderá assegurar o sucesso científico no desenvolvimento de novos métodos e conceitos.

 Ic057 

Análise da expressão da enzima iNOS na morfogênese da língua de ratos

DEMARCHI, A. C. C. O.*, ZAMBUZZI, W. F., GRANJEIRO, J. M.

Bioquímica - Universidade de São Paulo. E-mail: ademarchi@usc.br

Os óxido nítrico sintetase são enzimas complexas que catalisam a oxidação da L-arginina para formar óxido nítrico e L-citrulina. O óxido nítrico, além de ser um potente vasodilatador endógeno é um inibidor da adesão e agregação plaquetária, reduz a aderência de leucócitos ao endotélio vascular, e também suprime a proliferação de células da musculatura lisa vascular por inibição de fatores de crescimento. Atualmente foram identificadas 3 isoformas de óxido nítrico sintetase: NOS endotelial (eNOS), NOS neuronal (nNOS) e a NOS induzida (iNOS). A iNOS é expressada em diferentes células, e desempenha importante atividade antimicrobiana, antiparasitária e antineoplásica. O objetivo deste trabalho foi averiguar a participação da enzima iNOS durante o desenvolvimento da língua. Neste estudo utilizamos fetos a partir de ratos da linhagem Wistar (Rattus norvergicus) com período gestacional de 15 dias, período este que coincide com o fechamento do palato precedido pelo abaixamento da língua. Os fetos coletados foram fixados em formalina tamponada imediatamente e encaminhados para o processamento histotécnico convencional. Posteriormente foram submetidos à reação de imuno-histoquímica, utilizando anticorpo policlonal anti-iNOS. Os resultados obtidos afirmam a presença da enzima, sendo observado células imunomarcadas em todo o tecido mesenquimal estudado.

A partir dos resultados aventamos que a enzima iNOS está associada com a morfogênese da língua. (­Apoio financeiro: FAPESP e FOB/USP.)

 Ic058 

Relação entre a concentração de flúor nas unhas e a idade em ratos

CURY, A. H.*, RONCARI, G. P., WHITFORD, G. M., GRANJEIRO, J. M., ROSALEN, P. L., BUZALAF, M. A. R.

Ciências Biológicas - Universidade de São Paulo. E-mail: ahcury@usp.br

As unhas têm sido usadas como biomarcadores da exposição ao flúor (F). O objetivo deste trabalho foi verificar se existe variação na concentração de F na unha de ratos com a idade. Foram utilizados 60 ratos Wistar machos, que receberam, desde o desmame, água com 20 ppm de F (NaF) e ração Purina (25,9 ppm F). Nas 3 semanas antes de sua morte, os animais receberam dieta AIN-93 (3,6 ppm F) e o consumo de água foi avaliado. Os animais foram mortos com 42, 111 e 201 dias de vida (grupos I, II e III, respectivamente). Nesta ocasião, as extremidades das unhas dos animais foram cortadas e o F foi analisado com o eletrodo específico (Orion 9409), após difusão facilitada por HMDS. Os dados foram analisados por ANOVA e teste de Tukey (p < 0,05). A quantidade de F ingerida através da água nas 3 semanas que antecederam a morte dos animais reduziu com o aumento da idade dos mesmos, passando de 2,61 mgF/g de peso corporal aos 42 dias para 1,07 mgF/g aos 201 dias. A concentração de F encontrada nas extremidades das unhas (média ± DP, n = 20, unidade mg/g) foi: 31,25 ± 18,36; 8,35 ± 5,77 e 40,79 ± 32,11, respectivamente. A análise estatística revelou que apenas houve diferença significante na concentração de F presente nas unhas do grupo II em relação aos demais (p < 0,05).

Concluiu-se que existe variação na concentração de F presente nas unhas de ratos com a idade. São necessários estudos adicionais para se determinar a causa destas variações e para se verificar se as mesmas também ocorrem em humanos. Estes conhecimentos são essenciais para se validar as unhas como biomarcadores de exposição ao F. (Apoio: CNPq/PIBIC/USP.)

 Ic059 

Contribuição da alimentação típica brasileira para a ingestão diária de flúor e risco de fluorose dental

CASARIN, R. C. V.*, LIMA, Y. B. O., CURY, J. A.

Ciências Fisiológicas - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: recvc@bol.com.br

A contribuição de arroz e feijão para a dose de flúor que crianças na idade de risco de fluorose dental são submetidas foi determinada. A dose de 0,07 mg F/kg/dia foi considerada como limite de segurança. Seis lotes das três marcas de arroz e feijão das mais comercializadas foram adquiridas e cozidas com água não fluoretada e fluoretada (0,69 ppm F) sob condições caseiras padronizadas. Para a determinação de flúor total (FT) as amostras cozidas foram homogeneizadas em liquidificador com água deionizada; para flúor solúvel (FS) foram homogeneizadas em HCl 0,01 M. O homogeneizado em HCl 0,01 M foi incubado por 1 h a 37ºC para simular o meio gástrico. FT e FS foram determinados com eletrodo especifico após microdifusão facilitada por HMDS. A quantidade diária de arroz e feijão consumida por crianças na idade crítica para desenvolvimento de fluorose dental foi determinada através da dieta duplicada. A quantidade de flúor natural encontrada no arroz e feijão submeteria crianças a doses de 0,0083 ± 0,0008 e 0,0012 ± 0,0005 mg F/Kg/dia, considerando respectivamente FT e FS. As doses de FT e FS para os alimentos preparados com água fluoretada seriam respectivamente de 0,0210 ± 0,0005 e 0,0194 ± 0,0008 mgF/Kg/dia.

Conclui-se que a concentração de flúor natural presente no arroz e feijão é desprezível em termos de risco de fluorose dental, mas quando do cozimento com água fluoretada uma alimentação a base de arroz e feijão forneceria 30% da dose máxima de flúor em termos de uma fluorose esteticamente não comprometedora. (Apoio: FAPESP - processo 01/00666-1.)

 Ic060 

Comparação entre a técnica tradicional de anestesia local em Odontologia e um sistema eletrônico de injeção: “The Wand”

OLIVEIRA, R. A. F.*, RAMACCIATO, J. C., VOLPATO, M. C., RANALI, J.

Ciências Fisiológicas - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: rofrias@yahoo.com

Já é conhecida a relação entre tratamento odontológico, ansiedade e dor. A anestesia local é um dos fatores que interferem nessa relação, por ser um procedimento fóbico ao paciente. Assim, qualquer medida adotada para diminuir o desconforto durante a anestesia local contribui para o controle da ansiedade e da dor. O objetivo deste trabalho foi avaliar comparativamente dois métodos de injeção anestésica local: G1 - seringa carpule, e G2 - sistema eletrônico “The Wand”. Vinte voluntários sadios receberam, em duas sessões, anestesias infiltrativas (1,25 tubetes) vestibular e palatina na região de canino superior direito. Foram avaliados os tempos de latência (LAT), duração da anestesia pulpar (DAP) e volta ao limiar basal (TVLB), através de estímulos elétricos (“pulp tester”), e a sensibilidade dolorosa pela Escala Analógica Visual (EAV). Os dados foram analisados pelo teste de Wilcoxon pareado (p < 0,05). Não houve diferença estatisticamente significante entre os dois métodos testados: LAT (X ± DP[min]) G1 = 2,00 ± 0,0 e G2 =  2,250 ± 0,683 (p = 0,50); DAP (X ± DP[min]) G1 = 76,250 ± 24,732 e G2 = 69,375 ± 22,351 (p = 0,203); TVLB (X ± DP[min]) G1 = 38,75 ± 14,549 e G2 = 38,125 ± 19,397 (p = 0,689) e EAV (X ± DP) G1 = 3,863 ± 2,283 e G2 = 2,663 ± 2,237 (p = 0,125).
Em conclusão, as duas técnicas mostraram-se eficazes e sem diferenças em relação ao grau de desconforto durante a injeção.

 Ic061 

Efeito do fumo de cigarro e da abstinência antes da anestesia local infiltrativa de lidocaína isolada ou com fenilefrina

MACHADO, M. A. R.*, BORSATTI, M. A., HISSADOMI, M., ROCHA, R. G.

Estomatologia - Universidade de São Paulo. E-mail: machadorodrigues@bol.com.br

O estudo avaliou os efeitos cardiovasculares da anestesia local (AL) infiltrativa de 1,8 ml lidocaína (36 mg) isolada ou associada à fenilefrina (720 mg) precedida do fumo de cigarro ou por um período noturno de abstinência (de 8 horas antes da consulta pela manhã), e durante as etapas clínicas, em 20 pacientes fumantes deambulantes (26 ± 6 anos de idade). Estes eram fumantes há pelo menos 5 anos (15 cigarros/dia). Os pacientes receberam restaurações em 4 dentes superiores posteriores. As pressões sistólica (PS), diastólica (PD) e média (PM) e a freqüência cardíaca (FC) foram monitoradas a cada minuto pelos métodos oscilométrico e fotopletismográfico. Os valores registrados foram obtidos durante as etapas clínicas: 1) no 5º minuto antes da AL; 2) 2º min da AL; 3) 5º min após AL; 4) o maior registro durante o preparo cavitário com broca; 5) na condensação do amálgama; 6) na escultura dental; 7) 5º min de repouso na cadeira. Independente do vasoconstritor, o fumo anterior à AL elevou significativamente a FC (p < 0,05, ANOVA), comparado à abstinência. A abstinência não alterou os parâmetros cardiovasculares estudados. Durante o uso da broca e da injeção da AL, todos os parâmetros cardiovasculares aumentaram significativamente (p < 0,05), comparado ao repouso, independente do fumo ou vasoconstritor.

Os parâmetros cardiovasculares estudados alteram-se nas etapas clínicas independentemente do fumo ou vasoconstritor. O período de abstinência experimentado anterior à consulta odontológica é benéfico por não interferir nos parâmetros cardiovasculares.

 Ic062 

Teste de vitalidade a frio por diclorodifluormetano (DDM) como meio de avaliação da efetividade anestésica

PAIVA, A. O.*, SILVA, A. R. P., ALMEIDA, A. C. P., ROBAZZA, C. R. C.

Clínica e Cirurgia - Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas. E-mail: andre.paiva@lycos.com

A resposta ao frio de um dente com polpa normal é imediata. A dor provocada pelo frio é devido a uma sensibilidade repentina das unidades sensoriais, como resultado da rápida contração do esmalte, as terminações nervosas pulpares são estimuladas a partir de alterações vasculares. O diclorodifluormetano trata-se de um agente térmico de custo baixo, de grande praticidade e confiabilidade. Observamos que a falta de experiência de muitos graduandos leva a falhas e conseqüentes repetições da anestesia, aumentando o tempo clínico e causando outros inconvenientes. Este estudo utilizou o teste de sensibilidade a frio como meio de avaliação da efetiva administração de anestésicos locais, contribuindo para redução do desconforto e estresse do paciente. Com o anestésico local (Lidocaína a 2% + Adrenalina 1:100.000), foram anestesiados dentes com indicação restauradora sem envolvimento pulpar, através das técnicas ptérigo-mandibular para dentes inferiores e infiltrativa para superiores. Antes da anestesia, verificou-se a sensibilidade do paciente por meio do teste a frio com DDM e após o tempo de latência do anestésico, o teste foi repetido pelo mesmo tempo de sensibilidade registrado anteriormente para avaliar, então, a efetividade da anestesia. Constatou-se sensibilidade negativa em 71,4% dos pacientes, sendo, 66,6% nas anestesias infiltrativas e 75% nas anestesias por bloqueio.

Com os dados anteriores, podemos depreender que o teste foi viável para avaliar a eficácia da anestesia, independente da técnica aplicada, sendo portanto viável para a proposição inicial.

 Ic063 

Efeitos cardiovasculares da mepivacaína isolada ou associada à epinefrina, norepinefrina ou à levonordefrina

HONDA, E. M.*, BORSATTI, M. A., VIEIRA, A. F., PENHA, S. S.

Estomatologia - Universidade de São Paulo. E-mail: ehonda@terra.com.br

Avaliou-se os efeitos sobre as pressões sistólica (PS), diastólica (PD), média (PM) e freqüência cardíaca (FC) decorrentes da injeção infiltrativa de 1,8 ml de mepivacaína à 3% isolada ou à 2% associada à epinefrina (18 mg), à norepinefrina (36 mg) ou à levonordefrina (90 mg) e durante as etapas clínicas do procedimento restaurador, em 20 pacientes normorreativos. Estes receberam 4 restaurações em pré-molares superiores, utilizando apenas um tipo de anestésico local (AL) por vez. Os parâmetros cardiovasculares foram monitorados a cada minuto através dos métodos oscilométrico e fotopletismográfico. Analisou-se valores médios nos tempos: (1) no 5º minuto antes da AL; (2) 2º minuto durante AL; (3) 5º minuto após AL; (4) 1 registro no preparo cavitário - uso da broca; (5) na condensação do material; (6) na escultura; (7) 5º minuto de repouso. Observou-se elevação significativa da PS na associação à epinefrina e à levonordefrina, em relação à mepivacaína isolada (p < 0,05, ANOVA). Para FC, a associação à epinefrina apresentou aumento significativo em comparação à noradrenalina e à mepivacaína isolada (p < 0,05). Houve um aumento significativo na FC antes e depois da AL, e durante o uso da broca, em relação ao repouso (p < 0,05), para todas as drogas utilizadas, porém sem manifestação clínica.

Considerando a via de administração e doses utilizadas, a mepivacaína isolada ou associada a vasoconstritores mostrou-se clinicamente segura, apesar da influência das diferentes etapas clínicas interfir sobre a FC, independente do vasoconstritor associado. (Financiado pela FAPESP.)

 Ic064 

Perícias odontolegais de identificação humana realizadas no Instituto Médico Legal de São Paulo nos anos de 1999 e 2000

GOMES, E. M.*, CARDOZO, H. F., RAMOS, D. G., MUÑOZ, D. R.

Odontologia Social - Universidade de São Paulo. E-mail: eggomes@ig.com.br

O presente trabalho analisou os resultados das perícias odontolegais de identificação humana do Núcleo de Odontologia Legal do IML de São Paulo nos anos de 1999 e 2000; no que tange a freqüência, origem geográfica e a natureza sob a óptica policial. Foram realizadas 53 perícias, 18 (33,96%) em 1999 e 35 (66,04%) em 2000. Houve predominância de casos provenientes da Capital (66,6% em 99 e 60% em 2000). Os homicídios (61,11% em 1999) e os encontros de ossadas (60% em 2000) foram os fatores mais freqüentes na requisição de exame. O tipo de material biológico encaminhado foi crânios (49,06%), carbonizados (32,07%), fragmentos de arcos dentários (9,43%), outros (9,1%). A identificação foi conclusiva em 83,33% (1999) e 81,25% (2000) e inconclusiva em 16,67% (1999) e em 18,75% (2000). No que tange ao tipo de documentação encaminhado pelos profissionais das supostas vítimas prevaleceu a ficha clínica 81,82% e as radiografias compareceram em 50% dos casos, acompanhando a ficha clínica ou isoladamente.

Nas perícias odontolegais de identificação humana, a radiografia mostrou ser o mais eficaz e fiel meio de comparação, e deve ser o documento de eleição nesse tipo de perícia. Nos casos em que não foi possível estabelecer a identidade da suposta vítima, o grande problema foi representado pelas falhas de registro na documentação odontológica – elaborada pelo cirurgião-dentista – oferecida para confronto, o que demonstra a necessidade de maior conscientização, considerando a importância jurídica da documentação clínica.

 Ic065 

Banco de dentes: percepção e aceitabilidade junto à comunidade

BARROS, S. D.*, GUIMARÃES, S. D., PEREIRA, T. F., SILVA, A. S., MAIA, L. C., BUNDZMAN, E. R., MORAIS, A. P.

Odontologia - Universidade Salgado de Oliveira. E-mail: elmirasbf@hotmail

O objetivo do trabalho foi determinar as percepções da comunidade quanto a um banco de dentes (BD) e a aceitação do uso de dentes heterógenos (DH) como uma possibilidade restauradora. Foram entrevistados 84 indivíduos adultos freqüentadores da Clínica de Odontologia da UNIVERSO, dentre os quais 75% encontravam-se em tratamento regular e 25% eram acompanhantes. Os dados foram submetidos ao teste de Fisher revelando que a maioria (89,3%) dos entrevistados desconhecem o função de BD e após uma breve explicação do funcionamento e objetivo deste, 89,3% do total de participantes manifestaram-se a favor da possibilidade de doarem seus dentes para o BD, enquanto 65,1% dos pacientes e 76,2% dos acompanhantes aceitariam o uso de DH no tratamento atual (p > 0,05). Enquanto 65,5% dos entrevistados doariam e receberiam DH do BD, 25% destes doariam seus dentes mas não aceitariam ou teriam reservas quanto a utilizar DH e 7,1% consideram inaceitável a utilização de DH como doação e/ou tratamento (p < 0,05). Em relação a participação das crianças, 75,9% dos responsáveis aceitariam a utilização de DH no atual tratamento do menor sob sua responsabilidade e somente 2,2% não concordariam, o mesmo ocorrendo com responsáveis (62,5% e 6,3% respectivamente) por crianças que não se encontram em tratamento (p > 0,05).

Com base nos dados analisados, pode-se concluir que, após a compreensão das funções do banco de dentes, este teve uma boa aceitação junto a comunidade que se mostrou receptiva tanto à doação quanto à utilização de dentes, independente de estarem ou não em tratamento.

 Ic066 

Percepção do acadêmico frente aos aspectos inerentes à 3ª idade

SALES PERES, S. H. C., SALES PERES, A., BASTOS, J. R. M., SILVA, R. H. A.*

Ortodontia, Odontopediatria e Saúde Coletiva - Universidade de São Paulo. E-mail: rh_fob@yahoo.com

O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial. Atualmente os idosos constituem o segmento que mais cresce e a expectativa de vida aumentou, acarretando uma população idosa mais numerosa. Estima-se que em 2020, haverá, no Brasil, 9% da população com 65 anos ou mais. Isto justifica a importância da capacitação do cirurgião-dentista para o atendimento desta parcela da população, que possui um perfil bucal peculiar, necessitando de cuidados especiais. Este estudo teve como objetivo analisar o grau de conhecimento dos acadêmicos do último período, de duas universidades, uma pública e outra particular, quanto a atenção e o atendimento necessários aos indivíduos da terceira idade. Um questionário sobre conhecimentos básicos foi aplicado nos acadêmicos. Os resultados demonstraram o conhecimento dos futuros profissionais quanto ao processo de envelhecimento: fisiológicos - 63,7%, patológicos - 81,18%, terapêutica medicamentosa que reduz o fluxo salivar - 57,5%, correlação entre ATM e artrite - 85%, com respectivos percentuais de aprendizado.

Conclui-se que há necessidade de um currículo específico para graduação, incluindo a nova especialidade, a Odontogeriatria e sua área de abrangência.

 Ic067 

A percepção dos futuros profissionais de Odontologia frente ao mercado de trabalho e a obrigatoriedade do exame Provão

SILVA, T. C.*, FRÓES, I. P., FILHO, G. M., DINIZ, D. E., SOUZA, T. S., SALES PERES, A.,
SALES PERES, S. H. C.

Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva - Universidade de São Paulo. E-mail: thiagocruvinel@yahoo.com.br

Em relação à classe odontológica, alguns autores ressaltam o individualismo no trato de questões de desassistência e elitismo provocando um abismo entre profissionais e pacientes. Este estudo objetivou avaliar a visão do futuro profissional em relação ao campo de atuação, a utilização de recursos de marketing e o posicionamento em relação à avaliação do Provão. Foi aplicado um questionário com questões objetivas e dissertativas, permitindo a análise qualitativa e quantitativa. A amostra foi composta por 209 acadêmicos de Odontologia, de três universidades. Os resultados demonstraram que: a) 29,4% pretendem clinicar, 38,5% fazer especialização, 32,1% outras intenções; b) especialidade de interesse (mais relevantes) - Ortodontia (17,17%), Cirurgia (11,83%) Odontopediatria (10,30%), outros (45,05%); c) já realizaram pesquisa científica - sim (42,78%), não (56,14%), branco (1,08%); d) 96,65% demonstraram interesse em usar alguma estratégia de marketing; e) 43,77% dos entrevistados pensam que o Provão é uma forma de avaliar o ensino e apenas 9,42% dos alunos não confiam na forma de avaliação, sendo que outras opiniões perfazem 29,43%.

Pode-se concluir que a grande maioria dos acadêmicos pretende continuar os estudos, e quase a metade já realizou pesquisa científica, em detrimento ao atendimento clínico, ressaltando o enfoque dado pelas universidades, afastando os futuros profissionais do mercado de trabalho. O Provão é visto como uma boa forma de avaliar o ensino superior brasileiro.

 Ic068

Perspectivas no relacionamento jurídico entre o cirurgião-dentista e seu paciente

ALMEIDA, M. P. C.*, DAMASCENO, F., DAMASCENO, L. M., WINZ, M. L. P.,VALENÇA, A. M. G.

Direito - Universidade da Cidade. E-mail: msantoroalmeida@uol.com.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar a relação jurídica existente entre os cirurgiões-dentistas e seus pacientes. Foram distribuídos 100 questionários semi-estruturados a cirurgiões-dentistas (CDs) que ­atuam em clínica ou consultório particular no estado do Rio de Janeiro, sendo o índice de retorno 90%. Para a análise estatística utilizou-se o teste qui-quadrado (p < 0,05). 54,5% (n = 49) dos CDs tinham até 10 anos de formado, 32,2% (n = 29) de 11 a 20 anos, e 13,3% (n = 12) de 21 a 35 anos. Apenas 18,9% (n = 17) consultaram algum serviço de advocacia para obter orientações no relacionamento com o cliente. 85,6% (n = 77) realizam o tratamento odontológico em 2 ou mais etapas. O orçamento é parcelado por 96,7% (n = 87), sendo que a maioria (69,0%) o divide em parcelas iguais. Destes, 51,7% (n = 31) finalizam o tratamento antes do término do pagamento de todas as parcelas pelo paciente. Os profissionais que cobram por cada procedimento realizado separadamente obtiveram um menor índice de inadimplência (66,7%) (p < 0,05). 82,2% (n = 74) sofreram inadimplência, sendo que a maioria (83,8%) não consultou nenhum advogado depois do ocorrido, tendo 30,2% (n = 13) justificado que o benefício obtido seria inferior ao trabalho para reaver o crédito. O tipo de contrato mais utilizado foi o verbal (60%), e apenas 4,4% (n = 4) fazem seguro contra erro médico.

O pouco acesso à orientação jurídica somado à falta de precaução por parte do cirurgião-dentista quanto a possíveis danos monetários, contribuem para a alta prevalência de inadimplência encontrada.

 Ic069 

A visão da população de uma micro-região do Planalto Mineiro em relação aos profissionais de Odontologia

SIÉCOLA, G. S.*, YAEDU, R. Y. F., SILVA, R. H. A., BORGO, D., YOSHIZAKI, E. C.,
SALES PERES, S. H. C., SALES PERES, A.

Ortodontia, Odontopediatria e Saúde Coletiva - Universidade de São Paulo. E-mail: siecola@zipmail.com.br

Este estudo objetivou conhecer a percepção de uma comunidade residente na microregião do Planalto Mineiro em relação à importância da atenção odontológica. Participaram da pesquisa 499 indivíduos dos municípios de Ouro Fino (294), Jacutinga (59) e Monte Sião (146). Foi aplicado um questionário com questões abertas e fechadas, os participantes foram escolhidos de forma aleatória, e a análise foi quantitativa e qualitativa. Os resultados demonstraram: a-) a regularidade de visitas dos entrevistados ao cirurgião-dentista dentro de um ano foi de 72% em Ouro Fino, 73% em Jacutinga e 76% em Monte Sião; b-) a escolha do profissional por indicação, nome/fama e preço representou 34,27%, 28,86%, 13,63%, respectivamente; c-) 38,27%, em média, nos três municípios não compraria um convênio odontológico; d-) os ­meios de comunicação mais efetivos foram revista, internet e outdoor em Monte Sião; internet e carro de som em Jacutinga e jornal, TV e rádio em Ouro Fino.

Pode-se concluir que a efetividade do marketing é influenciada pela individualidade de cada município, ressaltando as diferenças culturais de cada região, as pessoas nesta região estão mais preocupadas em procurar profissionais através de indicação ou fama, e os convênios nesta região têm baixa aceitabilidade pela população.

 Ic070 

Representações de escolares sobre saúde geral e importância dos dentes

DUARTE, V. A.*, DUARTE, V. A., MOCARZEL, J., SENNA, M. A. A., MAIA, L. C.

Centro de Ciências da Saúde - Universidade Salgado de Oliveira. E-mail: dentist1@ig.com.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar as representações de escolares sobre saúde geral e importância dos dentes. Participaram da pesquisa 389 crianças e adolescentes regularmente matriculados em uma escola municipal de Niterói - RJ e inseridos em um projeto de educação em saúde, no período de agosto de 1999 a dezembro de 2001. Os participantes responderam a um roteiro de história de vida, previamente testado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Os dados relativos às suas representações sobre saúde geral e sobre a importância dos dentes foram tabulados e apresentados sob a forma de freqüência relativa. Quando questionados sobre o que achavam que fosse saúde, 27,4% relacionaram a saúde a uma boa alimentação, 15,9% ao bem-estar, e 14,5% vincularam a saúde à uma boa higiene e à ausência de doença. Em relação à manutenção da saúde 48,3% credenciaram a boa alimentação e 24,3% os cuidados com a higiene. Verificou-se que mastigação (56%) e estética (19,3%) foram os fatores mais relacionados à importância dos dentes. Outro dado relevante foi que 100% dos escolares relataram escovar os dentes, pelo menos uma vez por dia, e 92,5% já foram ao dentista, sendo a cárie dental o principal motivo de procura para 40,6%, seguida pela prevenção (23,9%), dor (13,5%) e extração dental (13%).

Conclui-se que as representações dos escolares sobre saúde geral e importância dos dentes está vinculada essencialmente à alimentação e hábitos de escovação e tratamento da cárie dental, fato que limita a relevância de outros determinantes no processo saúde/doença na Odontologia.

 Ic071 

Avaliação do atendimento odontológico dos pacientes portadores de necessidades especiais da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

FIGUEIREDO, M. C., SILVA, S. M. R. C.*, FRACARO, G. B., FERRÃO, M. A.

Cirurgia e Ortopedia - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: susanacs@terra.com.br

Tendo em vista o aumento gradual no número de indivíduos portadores de necessidades especiais (IPNE), a falta de compreensão da família em relação à necessidade de oferecer-lhes um tratamento odontológico especializado, bem como, a dificuldade financeira, a discriminação social, a dificuldade de manutenção dos mesmos por terem em sua maioria uma saúde muito instável e a falta de profissionais capacitados para atendê-los, instituiu-se um atendimento odontológico aos pacientes portadores de necessidades especiais. Na busca de proporcionarmos um atendimento mais personalizado e seguro à estes IPNE, propusemos neste trabalho, avaliar através do diagnóstico médico individualizado o percentual do tipo de necessidade especial de 378 IPNE (210 homens e 168 mulheres). Estes pa­cientes apresentavam idades que variaram de 2 meses a 60 anos e 9 meses (0-9 anos - 32,53%; 10-20 anos - 41,00%; 21-30 anos - 12,69%; acima de 30 anos - 11,37%) e com relação ao diagnóstico médico individualizado do tipo de necessidades especiais: deficiência neuromotora 26,98%; síndrome de Down 10,84%; epilepsia 7,40%; retardo mental sem outras alterações significativas 7,40%; hidrocefalia 3,44%; diagnóstico indefinido 19,84%. Com relação a presença das doenças bucais: cárie e periodontal, 98,7% destes pacientes são portadores de quadros severos.

Como conclusão podemos dizer que tratamento odontológico voltado aos pacientes portadores de necessidades especiais é oportuno em idades mais precoces possíveis, e, indicado, desde que se esteja seguro em relação a problemática sistêmica que envolve cada um destes pacientes, enfatizando assim, a importância de se trabalhar em esquemas de transdisciplinaridade.

 Ic072 

Úlceras aftosas recorrentes e estresse: a percepção do indivíduo sobre o aparecimento da lesão e o estado emocional

YAMAGUTI, A.*, NICODEMO, D., KASHIARA, D., GRANATO, D. C.

Universidade Estadual Paulista. E-mail: aleyamaguti@hotmail.com

As úlceras aftosas correspondem as lesões mais freqüentes dentre os vários tipos de ulcerações não traumáticas na mucosa oral (TOMMASI, 1998). Pesquisas relataram a relação de úlceras aftosas recorrentes (UAR) com fatores imunológicos, microbiológicos, nutricionais, traumáticos, psíquicos e emocionais, dentre os quais, ansiedade e estresse ditos fatores desencadeantes ou agravantes (NEVILLE, 1995). A incidência de úlcera aftosa recorrente é maior, para PROTELL et al. (1975), em pacientes introvertidos, passivos e nervosos. Este estudo objetivou verificar a relação do aparecimento das aftas com o estresse, na percepção do indivíduo que sofre de úlceras aftosas recorrentes. À partir do estudo exploratório, elaborou-se um questionário, que foi aplicado aos alunos da FOSJC, que sofrem ou sofreram de UAR. Verificou-se que as lesões são únicas, dolorosas e pequenas; localizadas, em sua maioria, na mucosa jugal, com duração de 5 a 10 dias. Os hábitos mais comuns relatados foram: ingestão de alimentos ácidos e mascar chicletes. Os sintomas físicos de maior incidência foram dores de cabeça, gastrite e dores musculares junto aos emocionais de irritação, falta de concentração, ansiedade, desânimo e tensão. Poucos indivíduos relacionaram sintomas de estresse com o aparecimento da lesão, e quando o fizeram discriminaram a ansiedade. No entanto, 38,38% responderam, em correlação direta, que tinham aftas com sintomas de estresse.

Concluiu-se, dentre outros aspectos, que os sujeitos investigados relatam os sintomas de estresse com o surgimento das lesões, mas não percebem a relação destes sintomas com o estresse.

 Ic073 

Estudo da percepção social das maloclusões

SOUZA, D. L. B.*, FERREIRA, A. A. A., SOUSA JR., J. S., ALVES, M. S. C. F., COSTA, I. C. C.

Odontologia Social - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: d.souza@mailandnews.com

Esta pesquisa objetivou estudar a percepção social das maloclusões observada em um grupo de escolares da rede pública de ensino da cidade do Natal - RN e seus respectivos pais. Como pressuposto, tem-se que as maloclusões fazem parte do cotidiano das pessoas no âmbito psicossocial e biológico. Utilizou-se a técnica de grupo focal para entrevistar adolescentes portadores de maloclusão e seus pais, além da aplicação do Índice de Estética Dental (IED) para corroborar as falas dos sujeitos. Os dados foram estudados através da técnica de análise de conteúdo e do teste exato de Fisher. Constatou-se que a problemática das maloclusões permeia os sentimentos dos indivíduos, e faz parte das suas preocupações, anseios e necessidades, sendo percebida principalmente, devido ao impacto provocado nas relações pessoais e na saúde bucal. Foi relatado que os serviços ortodônticos estão pouco acessíveis pela escassez da oferta dessa especialidade no setor público e a condição financeira insuficiente para o uso de serviços privados. Analisando, a partir do teste de Fisher, a percepção de cada grupo comparando ao IED, com nível de confiança de 95%, não observou-se diferença significativa (p = 0,41), entre o que pais e filhos identificavam como maloclusões e o resultado do IED.

Concluiu-se que os pais e portadores de alta severidade (38,5%) e os de baixa severidade (61,5%) percebem as maloclusões, incorporando o discurso científico, reconhecendo conceitos, causas e formas de tratar, configurando a necessidade da resolução deste problema no setor público, incluindo-o em programas de saúde bucal.

 Ic074 

Conhecimento e perspectiva de alunos de Odontologia em relação ao Programa de Saúde da Família

ARCÊNIO, I. P.*, MARTINS, K. A. S., GIONGO, M., BUNDZMAN, E. R., MEDEIROS, U. V.

Faculdade de Odontologia - Universidade Salgado de Oliveira. E-mail: zituoyoneshigue@hotmail.com

O objetivo deste trabalho foi investigar o nível de conhecimento de alunos de graduação em Odontologia do estado do Rio de Janeiro sobre o Programa Saúde da Família (PSF) e a sua perspectiva no mercado de trabalho em relação a este programa. Foram distribuídos questionários a alunos de universidades públicas e privadas dos estado do Rio de Janeiro, dos quais obteve-se retorno de 159 respondidos. Os dados foram analisados através de programa estatístico Epi Info e apresentados sob a forma de freqüência relativa, sendo aplicado o teste qui-quadrado. A amostra distribuiu-se em 67,7% para o sexo feminino e 32,3% para o sexo masculino (média de idade 22,5 anos; D.P. 3,0), sendo 65% de universidade privada e 35% de universidade pública. A maioria dos alunos (62%) respondeu que conhecia o programa, contudo, destes somente 46% descreveram adequadamente o PSF. Apesar de 55% dos alunos nunca tivessem este tema em aula, 74% acreditam que o mesmo será abordado no Provão. Somente 39% dos alunos demonstraram interesse em capacitação para atuar no PSF. Com relação ao mercado de trabalho, muitos acreditam que a carga horária ideal seria de 20 horas semanais (51,7%) com vínculo empregatício por concurso público (72,6%). Os alunos que optaram por dedicação exclusiva (22,4%), demonstraram maior conhecimento sobre o programa (p = 0,02).

Conclui-se que grande parte dos alunos não possuía conhecimento suficiente sobre o PSF, ressaltando a necessidade da incorporação deste conteúdo no currículo de graduação, visto que este programa desponta como um novo mercado de trabalho para os profissionais de Saúde.

 Ic075 

O exercício da profissão odontológica pelas mulheres

BLANCO, M. R. B.*, MOIMAZ, S. A. S., SALIBA, N. A.

Odontologia Infantil e Social - Universidade Estadual Paulista. E-mail: mikabasso@zipmail.com.br

Nos últimos anos tem havido mudança na área odontológica, no que se refere ao número de mulheres que exercem a profissão. Nesse trabalho o objetivo foi analisar o exercício da Odontologia por profissionais do sexo feminino, quanto ao grau de satisfação e problemas enfrentados. Foram entrevistadas 50 cirurgiãs-dentistas selecionadas do banco de dados da Vigilância Sanitária de Araçatuba, utilizando-se um formulário com 30 perguntas. Os resultados mostraram que 42% das entrevistadas não têm filhos e que a maioria delas não é a principal fonte de renda de sua família. Do total, 32% foram formadas na década de 80 e 46% na de 90. Mulheres que trabalham somente em consultório são aproximadamente 70%; 22% em consultório e outro emprego, e 8% somente em emprego, com uma carga horária de 5 a 8 horas diárias, e a maioria (88%) trabalhando de 5 a 6 dias por semana; 40% obtêm uma renda de até R$ 1.500,00. A maioria (58%) ainda informou que a renda obtida com a Odontologia não é suficiente para atender suas necessidades. Embora 74% delas admitam estarem satisfeitas com a profissão, 68% não incentivariam seus filhos a fazerem Odontologia, além de 60% das se queixarem de dificuldades no exercício profissional, como concorrência desleal de preço e filhos pequenos que exigem cuidados. As queixas de saúde relacionadas à profissão são por 50% delas.

Conclui-se que as mulheres têm encontrado dificuldade no exercício profissional. O elevado número de horas de trabalho e a baixa remuneração têm provocado insatisfação nas profissionais entrevistadas. (Apoio: PIBIC/ CNPq.)

 Ic076 

Avaliação da resistência adesiva de três sistemas “self-etching primer” em dentes decíduos

TORRES, C. P.*, CICCONE, J. C., BORSATTO, M. C., PALMA DIBB, R. G.

Clínica Infantil, Odontologia Preventiva - Universidade de São Paulo. E-mail: carolptorres@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a resistência à tração de três sistemas adesivos “self-etching primer” em dentina de dentes decíduos. Trinta molares decíduos foram seccionados no sentido mésio-distal e cada hemi-secção foi incluída em resina acrílica autopolimerizável de maneira que as superfícies vestibulares e linguais ficassem expostas. Os espécimes foram planificados até atingirem dentina com lixas d’água nº 180 a 600. Os materiais testados foram: Clearfil SE Bond (Kuraray), Prime & Bond NT/NRC (Dentsply) e One Up Bond F (J. Morita). Os sistemas adesivos foram aplicados de acordo com as instruções do fabricante. Cones de resina composta (Z250, 3M) com 3 mm de diâmetro na interface dentina-resina foram confeccionados com o auxílio de uma mesa metálica, usando uma matriz de teflon. Os corpos-de-prova foram imersos em água destilada e mantidos a 37ºC, por 24 horas. Os testes de tração foram realizados por uma máquina de ensaios universal a uma velocidade de 0,5 mm/min, e as fraturas analisadas usando uma lupa estereoscópica com aumento de 40 X. Os dados foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey. Os valores médios obtidos em MPa foram: 16,60 (± 4,10) para o Clearfil SE Bond; 8,48 (± 4,51) para o Prime & Bond NT/NRC e 6,75 (± 1,26) para o One Up Bond F. Observou-se que o sistema adesivo Clearfil SE Bond apresentou os maiores valores de resistência à tração e foi diferente estatisticamente dos sistemas Prime & Bond NT/NRC e One Up Bond F.

Pode-se concluir que o sistema Clearfil SE Bond apresentou uma adesão satisfatória à dentina de dentes decíduos.

 Ic077 

Estudo de alterações periodontais em bebês com dentição decídua completa e incompleta

MOREIRA, C. S.*, ALVES, F. B. T., KUMMER, T. R., CUMAN, V., WAMBIER, D. S.,
KOZLOWSKI JR., V. A.

Odontologia - Universidade Estadual de Ponta Grossa. E-mail: vanessa.cuman@bol.com.br

Na dentição decídua, o epitélio juncional é mais espesso com grande vascularização do tecido conjuntivo, conferindo maior resistência às agressões de toxinas bacterianas. Contudo, as crianças também podem apresentar alterações periodontais. A ausência de dentes pode dificultar a higiene bucal e favorecer o acúmulo de placa bacteriana, fator desencadeante da doença periodontal. Este estudo objetivou avaliar a ocorrência de alterações gengivais em 70 bebês de 7 a 40 meses. Foram avaliadas 28 crianças com dentição completa (grupo I) e 47 apresentavam menos de 20 dentes (grupo II). Registrou-se a presença de placa visível e corada (Greene & Vermillion modificado, 1964). Após exame visual e de pressão digital (Löe & Silness, 1963), avaliou-se o sangramento ao fio dental. A análise estatística pelo método de kappa (k = 0,741), demonstrou que a avaliação através do índice gengival apresentou melhor desempenho em comparação com os outros métodos utilizados. Os índices de placa visível e evidenciada foram altos, predominando os escores 2 e 3. O percentual de sangramento durante o exame foi pequeno, porém sugere a presença de alterações periodon­tais. Os testes estatísticos de Fisher e qui-quadrado mostraram que a avaliação do índice gengival o grupo I obteve maiores escores (p = 0,0331) em comparação com o grupo II. Quanto a placa visível e evidenciada e sangramento ao fio dental não houve diferença estatística entre os grupos.

Conclusão: a quantidade de dentes presentes interfere na quantidade de placa bacteriana acumulada bem como na presença de alterações periodontais.

 Ic078 

Avaliação in vitro da citotoxicidade do MTA e Super EBA em cultura de fibroblastos embrionários

ANTUNES, F. P. G. C., PÉCORA, F. F., SANTOS, E. M., BUSSADORI, S. K.

Odontopediatria e Ortodontia - Universidade de São Paulo. E-mail: fpgcantunes@hotmail.com

O MTA - mineral trióxido agregado e o Super EBA - óxido de zinco e eugenol com alumina são mate­riais utilizados recentemente para fins endodônticos. A utilização do MTA em casos de retro-obturação, perfuração do conduto radicular ou na região de furca e até mesmo em pulpotomias vem aumentando cada vez mais devido a sua capacidade de induzir a regeneração tecidual. Este experimento tem o objetivo de avaliar a citotoxicidade in vitro do MTA e do Super EBA em cultura de fibroblastos embrionários da linhagem NIH-3T3 que foram cultivados inicialmente com 1 ´ 104 células, após a confluência adicionou-se em lamínulas tais materiais previamente manipulados. Considerando que tal linhagem constitui-se de células com alta inibição de contato (ATCC CRL 1658), observou-se a sobrevivência celular quando em contato com os materiais testados a longo prazo, nos intervalos de 1, 3, 5 e 7 dias após o experimento. A avaliação estatística (GMC 7.1) demonstrou que o grupo controle apresentou o maior número de células viáveis estatisticamente significante durante todo experimento, comparando aos demais grupos. Enquanto os grupos MTA e Super EBA não demonstraram diferença estatística entre si na diminuição do número de células viáveis ao longo do tempo decorrido, quando comparadas ao grupo controle. No entanto, houve crescimento celular até o final do experimento, mesmo na presença dos materiais, o que indica que os dois produtos utilizados apresentam o mesmo grau de toxicidade.

Dessa forma os materiais podem ser considerados biocompatíveis em experimentos de toxicidade em cultura celular de fibroblastos embrionários.

 Ic079 

Atraso da erupção dentária: associação com a gravidade da infecção pelo HIV

LOPES, S.*, PINHEIRO, M., PORTELA, M., SOARES, L., CASTRO, G., SOUZA, I. P.

Patologia e Diagnóstico - Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: sabrina_l@hotmail.com

As lesões bucais são comuns em crianças HIV+ e possuem significante valor prognóstico. Um padrão de retardo na erupção de dentes decíduos e permanentes já foi observado nessa população. O objetivo foi verificar a associação entre o atraso de erupção (AE) de primeiros molares e incisivos centrais inferiores permanentes com a gravidade da infecção pelo HIV. Foram examinadas 48 crianças HIV+, com idade média de 88,9 meses de ambos os sexos. A classificação clínica e imunológica para a infecção pelo HIV (CDC, 1994) e o percentual de CD4 (CD4%) foram obtidos através da consulta aos prontuários médicos. Para análise dos resultados utilizou-se o Epi Info 6.04 com nível de significância de 5%. De acordo com a escala de LOGAN; KRONFELD (1939) modificada por McCALL; SHOUR (1940) observou-se que 27,2% (n = 13) dos pacientes apresentavam AE dos primeiros molares permanentes. Esse padrão apresentou relação estatisticamente significante com o CD4% (p = 0,05), o mesmo não acontecendo com a classificação clínica e imunológica. No entanto, 53,8% das crianças com AE estavam classificadas na categoria C (sintomas graves) e 76,9% na categoria 3 (imunossupressão grave). Com relação aos incisivos centrais inferiores 31,3% apresentavam AE. Não foi observada relação estatística em relação ao CD4% e a classificação da infecção. No entanto, a média de CD4% das crianças com AE foi de 16% (imunossupressão moderada), 73% estavam classificadas na categoria C e 66% na categoria 3.

Diante desses resultados, sugere-se que o atraso da erupção dentária pode estar associado com a gravidade da infecção pelo HIV.

 Ic080 

Influência de um programa de saúde bucal na dieta dos bebês

CIOTTA, A. M.*, BONOW, M. L. M., PEREIRA, R. R., REIS, A. S. P.

Odontologia Social e Preventiva - Universidade Federal de Pelotas. E-mail: raquelpereira@uol.com.br

O objetivo desta pesquisa foi verificar a influência de orientações sobre dieta no comportamento das mães em relação à dieta de seus filhos. Estas orientações integraram um programa de promoção de saúde bucal, que iniciou em 1998. Dezoito gestantes receberam informações através de palestra e, após o nascimento de seus filhos, de encontros quando o bebê tinha um, três, cinco, e nove meses de vida: grupo experimental. Vinte e cinco mães fizeram parte do grupo controle, ou seja, não receberam orientações, sendo seus dados coletados apenas no momento da avaliação. Os resultados foram submetidos ao teste exato de Fisher. Nos dois grupos, a escolaridade da mãe não influiu no tipo de aleitamento (0 a 6 meses: natural; natural e artificial; artificial), no utensílio utilizado para a ingestão de líquidos no período pós-desmame (copo ou colher; copo ou colher e mamadeira; mamadeira), na freqüência do uso da mamadeira (menos de 5 X/dia; 5 X/dia; mais de 5 X/dia) e no alimento ou objeto com o qual a sacarose foi ingerida pela primeira vez (leite; suco, fruta ou iogurte; chupeta). Apenas no grupo experimental, a escolaridade da mãe influiu na idade do primeiro contato com a sacarose (sem contato; após quatro meses; antes de quatro meses) (p = 0,041). Somente houve diferença estatisticamente significante entre os grupos quanto ao utensílio utilizado para ingestão de líquidos, no período pós-desmame (p = 0,014).

As orientações às mães não influenciaram a dieta dos bebês, mas influenciaram a utilização de copo ou colher para ingestão de líquidos, no período pós-desmame.

 Ic081 

Avaliação da resistência adesiva dos compômeros e dos ionômeros de vidro em dentes decíduos

TONOLLI, G.*, GONDO, S., BUSSADORI, S. K., OLIVEIRA, T. C., MATTOS, A. B.

Odontopediatria - Universidade de São Paulo. E-mail: gtonolli@terra.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a resistência adesiva dos compômeros (Compoglass F e Dyract A/P) e dos ionômeros de vidro modificados por resina (Vitremer) à superfície dentinária de dentes decíduos. Foram utilizados 30 molares decíduos provenientes do Banco de Dentes da FOUSP e realizados os corpos-de-prova em resina acrílica com as faces voltadas para a matriz. A dentina das superfícies vestibulares e/ou linguais/palatais dos corpos-de-prova foi exposta e planificada pelo atrito de lixas de carboneto de silício de granulação 240, 400 e 600 (Buehler Ltda. EUA) adaptadas em uma politriz Ecomet 6 (de mesma marca) até a exposição da dentina. Esses corpos-de-prova incluídos e desgastados foram divididos aleatoriamente em 3 grupos de 10 cada (Grupo 1- Dyract A/P; Grupo 2- Compoglass F ; Grupo 3- Vitremer). O material restaurador foi aplicado nos corpos-de-prova por meio de uma matriz de teflon com 3 mm de diâmetro em forma tronco-cônica invertida, imediatamente após o preparo da superfície, simulando o que é realizado in vivo e preconizado pelo fabricante. Os corpos-de-prova então passaram por um ensaio de tração e os valores obtidos foram comparados através de teste estatístico de análise de variância e complementado pelo teste de Tukey para comparação entre as médias. As médias (MPa) obtidas foram: grupo 1: 6,73, grupo 2: 6,42, grupo 3: 5,91.

De acordo com os resultados obtidos, o grupo do compômero Compoglass apresentou melhores valores de adesão, seguido do Dyract A/P e do ionômero Vitremer, porém as diferenças não foram estatisticamente significantes entre si.

 Ic082 

Prevalência de cárie em crianças de 2 a 5 anos associado à indicadores sócio-econômico-culturais

BITTENCOURT, C.*, COSTA, M. C., ALCANTARA, P. C. C ., PINTO, M. P. R., MARTINS, C., MONTE ALTO, L.

Odontopediatria e Ortodontia - Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: clariceodonto@uol.com

O objetivo deste estudo foi verificar correlação entre prevalência de cárie em crianças entre 2 e 5 anos, do Colégio de Aplicação da UNIG, com nível sócio-econômico-cultural dos responsáveis. Os resultados foram obtidos através de exame clínico (índice ceo) e questionário sobre renda familiar e nível de instrução. Obteve-se aprovação do Comitê de Ética da UNESA-RJ, os dados processados no Epi Info versão 6.0 utilizando-se os testes qui-quadrado e exato de Fisher. Ao exame, 18 (40%) apresentaram ceo > 0 e 27 (60%) eram livres de cárie (p < 0,05). No grupo de renda familiar até 2 salários mínimos (SM), o número de crianças com ceo = 0 (20,45%) foi equivalente ao de crianças com ceo > 0 (18,18%). No grupo entre 2 e 4 SM 9,09% apresentaram ceo = 0 e 13,63% ceo > 0; no maior que 4 SM 29,56% das crianças apresentava-se isentas de cárie e 9,09% ceo > 0. Dentre os pais com até o primeiro grau, 30,06% das crianças tinham ceo = 0 e 26,64% ceo > 0 e dentre as mães as crianças com ceo = 0 foi igual ao ceo > 0 (24,44%). Nos pais com até o segundo grau, 20,51% das crianças apresentaram ceo = 0 e 5,12% ceo > 0, em crianças com mães com formação até o segundo grau, a porcentagem de crianças isenta de cárie foi de 15,55%, superior a das que tiveram ceo > 0 (11,11%). Nos pais com ensino superior 12,82% mostravam-se livres de cárie, enquanto 5,12% apresentaram ceo > 0, nas mães, 20% apresentaram ceo = 0 e 4,46% ceo > 0.

Observou-se, então, uma relação entre a experiência de cárie e o fator sócio-econômico do grupo pesquisado, confirmando que as variáveis analisadas influenciam na saúde bucal das crianças observadas.

 Ic083 

Resistência à tração de selantes de fossas e fissuras em molares decíduos após o tratamento com laser de Er:YAG

ARAUJO, F. P.*, CORONA, S. A. M., PALMA DIBB, R. G., PECORA, J. D., BORSATTO, M. C.

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo . E-mail: ferparaujo@bol.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar in vitro a resistência à tração de um selante de fossas e fissuras (Fluroshield, Dentsply) em primeiros molares decíduos, após diferentes métodos de condicionamento do esmalte. Foram utilizados 30 primeiros molares decíduos hígidos, incluídos em resina acrílica. As superfí­cies vestibulares expostas foram planificadas com lixa d’água nº 180 até 600. Os corpos-de-prova foram divididos aleatoriamente em 3 grupos, de acordo com o tratamento do esmalte: I- ácido fosfórico a 37% por 30 segundos; II- irradiação com laser de Er:YAG (120 mJ/2 Hz) associado ao condicionamento ácido; III- irradiação com laser de Er:YAG (120 mJ/2 Hz). Foram confeccionados cones de selantes, e os corpos-de-prova foram imersos em água destilada e mantidos a 37ºC, por 24 horas. Os testes de resistência à tração foram realizados por uma máquina universal de ensaios (0,5 mm/min). As médias em MPa foram: Grupo I- 10,80 (± 3,28), Grupo II- 12,85 (± 2,14) e o Grupo III- 4,17 (± 2,31). Os dados foram submetidos a análise de variância e teste de Tukey, e foi constatado que o tratamento superficial influenciou significantemente a resistência à tração. No entanto, a associação laser Er:YAG e ácido fosfórico apresentou os maiores valores de resistência à tração e foi semelhante estatisticamente ao grupo controle no qual foi aplicado apenas o ácido.

Concluiu-se que a aplicação apenas do laser Er:YAG não proporciona uma efetiva resistência à tração dos selantes em primeiros molares decíduos. (Apoio: FAPESP - 01/14146-0.)

 Ic084 

Programa educativo e de adequação do meio bucal em crianças com cárie de estabelecimento precoce

BASTOS, J. T. L., VOLSCHAN, B. C. G., RODRIGUES, F. G.*

Odontologia - Universidade Estácio de Sá. E-mail: fernandaghetti@uol.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia de um programa educativo e curativo em crianças com cárie de estabelecimento precoce, do qual participaram 12 crianças, entre 2 e 4 anos de idade, que apresentavam lesões cariosas. Estas foram selecionadas a partir da listagem de espera para atendimento na Clínica de Odontopediatria da Universidade Estácio de Sá. A coleta de dados foi feita através de exame clínico bucal e índice de biofilme visível das crianças estudadas; entrevista semi-estruturada com as respectivas mães e observações obtidas durante o atendimento curativo e atividades educativas com os responsáveis. Os hábitos de dieta e de higiene bucal e corporal foram categorizados em saudáveis e não saudáveis. Após seis meses de programa, o qual envolveu atividades educativas e tratamento de adequação do meio bucal, foi realizada nova avaliação de índices e de hábitos. Os resultados foram analisados por meio do programa Epi Info 6.04, com aplicação do teste qui-quadrado com correção de Yates, apontando a mudança positiva em relação a higiene bucal de 75% das crianças, comprovadas através da redução do índice de biofilme visível (p < 0,01). A redução na prevalência de manchas brancas ativas foi de 75%. Foi observado maior motivação das mães frente a modificação dos hábitos de higiene bucal e dieta.

Programas de controle da cárie de estabelecimento precoce devem empregar atividades educativas que estimulem a auto-estima dos responsáveis e de suas crianças pelo apoio e compreensão do contexto familiar.

 Ic085 

Alterações fonoaudiológicas em crianças de 3 a 4 anos de idade participantes do programa preventivo do Cepae - FOP - UNICAMP

DEMATTE, E. A. M.*, POSSOBON, R. F., TOLEDO, D. B., RAVEN, F. G. C., CARRASCOZA, K. C., MORAES, A. B. A.

Odontologia Social - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: lutgens@zaz.com.br

O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento das alterações fonoaudiológicas de maior prevalência em crianças participantes do Programa de Prevenção de Problemas Oclusais do Centro de Pesquisa e Atendimento Odontológico para Pacientes Especiais - Cepae - FOP - UNICAMP. Os participantes foram 70 crianças na faixa etária entre 3 e 4 anos, de ambos os sexos. As crianças foram examinadas pela equipe de fonoaudiologia do Cepae, formada por 4 profissionais, para verificar a presença de problemas de motricidade oral que pudessem influenciar o desenvolvimento das estruturas orofaciais. Os resultados mostraram que 57 crianças (81%) eram respiradoras bucais, sendo que, destas, 59% apresentavam hipertrofia de amígdalas, 16% tinham hipertrofia de adenóide e 25% eram afetadas por alergias respiratórias ou mantinham o hábito de respirar pela boca mesmo sem apresentar obstrução das vias aéreas superiores. Observou-se que, dentre as 57 crianças respiradoras bucais, 68% (39 crianças) apresentavam algum tipo de hábito de sucção (chupeta e/ou mamadeira), sendo que, destas 39 crianças, 64% tinham algum tipo de obstrução nas vias aéreas superiores.

Conclui-se que a alteração fonoaudiológica de maior incidência foi respiração bucal, sendo causada principalmente pela hipertrofia de amígdalas e pelo hábito de sucção deletéria, sendo, portanto, de fundamental importância a organização e implementação de uma equipe inter-disciplinar para prevenir ou interromper a instalação destes hábitos.

 Ic086 

Persistência de hábitos nocivos em crianças com seis anos de idade

ROMANO, A. R., SIMÕES, R. C.*, MAAS, A. M. N., GONZALES, P. H., PERES, M. A.,
VICTORA, C. G.

Universidade Federal de Pelotas. E-mail: simoesrc@vetorialnet.com.br

A persistência de hábitos nocivos provoca alterações na oclusão de crianças. O objetivo foi avaliar, em estudo transversal das crianças nascidas na cidade de Pelotas/RS, os hábitos nocivos e a situação da oclusão aos seis anos de idade. Os dados foram obtidos a partir de entrevistas aos pais de 362 crianças e exame clínico, conduzido pelo método de estudo básico da OMS, por três examinadores calibrados (piloto de 40 crianças). Os resultados tabelados e avaliados no Epi Info, mostraram que 94,2% usaram mamadeira, sendo que 45% ainda usa. Com relação à chupeta, dos 80,9% que fizeram uso, 20,8% foi até dois anos de idade e 48,5% ainda o faz. Quanto ao dedo, 8,8% chupavam ou chupam, sendo em 62,5% dos casos, o polegar. Outro hábito registrado em 44,2% dos casos, foi a colocação de objetos na boca. No exame clínico, três pacientes faltaram. Dos 359 avaliados, a inserção dos freios era fisiológica em 83,3% para o labial e 86,3% para o lingual. Os caninos direito e esquerdo estavam, respectivamente, 37,6% e 40,1% em Classe I; 49% e 49,6% em topo. A presença bilateral dos espaços primatas foi de 74,1% no arco superior e de 40,4% no inferior, considerando que 49% não foram avaliados por apresentarem incisivos permanentes. O tipo de arco superior foi em 52,7% tipo I. Da amostra, 48,2% apresentavam mordida aberta, delas, 92,5% era anterior. A mordida cruzada foi observada em 17,8%.

A persistência de hábitos como a mamadeira e, especialmente, a chupeta levam a mordida aberta anterior, sugerindo a necessidade de campanhas incentivando a descontinuação do uso a partir dos 2 anos de idade.

 Ic087 

Avaliação da prática de educação em saúde em uma unidade de saúde do município do Rio de Janeiro

SANTOS, M. P. A.*, GIONGO, M.

Odontologia - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: dramarciaalves@aol.com

O objetivo deste trabalho foi avaliar a importância das atividades de educação em saúde que foram desenvolvidas com as gestantes que faziam pré - natal no Posto de Saúde Madre Teresa de Calcutá, Ilha do Governador, RJ. Ao ingressar no programa de saúde bucal, as gestantes participaram de atividades de educação em saúde sendo distribuídos 107 questionários, antes e após das atividades de educação em saúde, totalizando 214 questionários. O programa Epi Info 6.04 analisou a amostra. Constatou-se que as gestantes após as atividades de educação em saúde, tornaram-se mais motivadas em relação a sua própria saúde bucal e a saúde bucal do bebê, 76,7% das gestantes perceberam a relação entre gestação e saúde bucal do bebê; 98,1% perceberam a importância da amamentação para o crescimento e desenvolvimento bucal do bebê. Porém a amamentação artificial noturna persiste como hábito em 56,4% dos casos; 97,6% das gestantes demonstraram estar informadas da necessidade de higienizar a cavidade oral do bebê após a amamentação. A pesquisa revelou que embora as gestantes tivessem conhecimento das principais causas das doenças cárie e periodontal, há grande dificuldade em reduzir o consumo de alimentos, principalmente açucarados, entre as refeições, 50,5%. Um outro dado importante, a maioria das gestantes, 69,3%, não sabe como agir frente um trauma dental, indicando que este tema deva ser abordado em atividades de educação em saúde.

A prática de educação em saúde foi de vital importância para alcançar melhores padrões de saúde oral.

 Ic088 

Prevalência de cárie em crianças portadoras de Síndrome de Down

NASCIMENTO, M. C. B.*, LEPECKI, C., WINZ, M. L. P., VIEIRA, A. S. B., FORNASARI, M., MEDEIROS, C.

Odontopediatria e Ortodontia - Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: m-m-n@ig.com.br

Este trabalho teve por objetivo verificar a prevalência de cárie e fatores associados em crianças portadoras de Síndrome de Down (SD), que encontravam-se em atendimento na Unidade Pediátrica de Pacientes Especiais da UFRJ, através do levantamento de 68 prontuários. Para a análise estatística foram utilizados os testes do qui-quadrado e de Mann-Whitney (p < 0,05). A média de idade foi 68,6 (± 29,6) meses, va­riando de 18 meses a 12,2 anos. A prevalência de cárie foi 64,1% (n = 41), sendo 3,8 a média de dentes decíduos cariados e 0,6 a média de dentes permanentes cariados, com variação de 0 a 18 dentes e 0 a 4 dentes, respectivamente. 43,1% (n = 22) apresentaram higiene bucal (HB) deficiente, 19,6% (n = 10) regular e 37,3% (n = 19) boa. Houve associação entre a presença de precária HB e cárie (p < 0,001). A média de dentes decíduos cariados foi maior nas crianças SD que apresentavam HB regular ou deficiente (4,9) do que nas crianças com boa HB (1,4) (p < 0,001). A prevalência de cárie aumentou com a idade (p < 0,05), sendo 37,5% (n = 6) nas crianças até 4 anos de idade, 63,0% (n = 17) de 4,1 a 7anos, e 85,7% (n = 18) de 7,1 a 12,2 anos.

Houve uma alta prevalência de cárie (64,1%) nas crianças portadoras de Síndrome de Down, e em razão desta estar associada às condições de higiene bucal e de aumentar com a idade, há necessidade da ins­tituição de medidas de higiene bucal eficazes em crianças portadoras de Síndrome de Down de pouca ­idade.

 Ic089 

Avaliação longitudinal de selantes oclusais invasivos: um estudo clínico

DUTRA, P. M. M.*, SOARES, G. S., STRADIOTO, M. A., SAKURAI, E., MARTINS, L. H. P. M., PORDEUS, I. A.

Odontologia Social e Preventiva - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: pmmdutra@bol.com.br

Sendo a superfície oclusal de molares a área mais susceptível à cárie, os selantes têm sido utilizados como forma de prevenção na tentativa de reduzir os índices de cárie observados. Frente ao questionamento se a técnica invasiva poderia ser mais eficaz que o selamento não invasivo, torna-se importante que dados de sobrevida sejam coletados e analisados comparativamente. O objetivo do presente estudo foi avaliar a retentividade e durabilidade dos selantes invasivos realizados no Programa de Manutenção Preventiva da Clínica Odontopediátrica da FO-UFMG, considerando tipo de selante (resinoso ou ionomérico) e forma de isolamento (absoluto ou relativo). Cento e quatro fichas foram analisadas, totalizando-se 259 selamentos. A análise da sobrevivência foi aplicada aos dados, sendo as curvas de sobrevida submetidas ao qui-quadrado (“log-rank”). Os tempos médios de retentividade e durabilidade para os selantes ionoméricos foram os mesmos (18,1 meses), e para selantes resinosos foram de 17,4 e 16,4 meses, respectivamente. Diferença estatisticamente significante (p < 0,05) foi observada em relação à durabilidade comparando o tipo de isolamento (absoluto: média de 19,1 meses; relativo: média de 12,2 meses). Os preparos invasivos em molares permanentes tiveram médias de retentividade e durabilidade de 19,6 e 19,5 meses; tais médias para selantes não invasivos foram de 15,7 e 13,3 meses.

Conclui-se que selantes invasivos realizados sob isolamento absoluto, independentemente do tipo de material (­ionômero ou resina), possuem um maior tempo sobrevida. (Apoio financeiro: CNPq, FAPEMIG.)

 Ic090 

Efeitos da adequação do meio bucal com CIV sobre os níveis de estreptococos do grupo mutans na saliva de crianças

CESAR, A. C.*, CANDELÁRIA, L. F. A., JORGE, A. O. C.

Odontologia - Universidade de Taubaté. E-mail: acrivello@ig.com.br

No presente estudo, procuramos verificar os efeitos da adequação do meio bucal com cimento de ionômero de vidro sobre os níveis salivares de estreptococos do grupo mutans, em 12 crianças de 6 a 10 anos de idade e, que apresentavam no mínimo 2 cavidades de cárie abertas. Utilizando o método da espátula (KÖHLER; BRATTHALL, 1979), coletamos amostras salivares, que foram inoculadas em placas Rodac contendo ágar Mitis Salivarius Bacitracina. Estas placas foram incubadas a 37ºC por 48 horas, em tensão de CO2 (5%) para posteriormente, realizar a contagem do número de unidades formadoras de colônia (UFC) de estreptococos do grupo mutans. Estes procedimentos foram realizados em três momentos da pesquisa, ou seja, antes do tratamento, 1 semana e 40 dias após o término da adequação do meio bucal. Ocorreu uma redução estatisticamente significativa a 1% (p = 0,01), da contagem inicial para a final, determinando uma redução do risco de cárie dos sujeitos da pesquisa.

Estes resultados satisfatórios nos levam a crer que o emprego da adequação do meio bucal com cimento de ionômero de vidro, como parte inicial dos tratamentos, seja de grande importância para a obtenção do controle da doença cárie e, conseqüente restabelecimento da saúde bucal dos pacientes.

 Ic091 

Reação comportamental de pacientes portadores da Síndrome de Down, durante a assistência odontológica ambulatorial

CARDOSO, L. C.*, AGUIAR, S. M. C. A.

Clínica Infantil e Preventiva - Universidade Estadual Paulista. E-mail: leandrounesp@bol.com.br

O objetivo deste trabalho foi analisar os comportamentos de pacientes com Síndrome de Down, decorrentes de seus tratamentos odontológicos e correlacioná-los com suas análises psicológicas. Analisou-se o comportamento de 174 pacientes com Síndrome de Down, com idades de 4 a 40 anos, assistidos no CAOE - FOA - UNESP, de 1990 a 2000, foram analisados. Eles foram classificados segundo graduações de comportamento em: colaboradores; não colaboradores e colaboradores com reserva, de acordo com a faixa etária, sexo, ano de atendimento e análise psicológica. Obteve-se os seguintes resultados: 43,10% deles eram colaboradores, 19,54% colaboravam com reservas e 37,36% não colaboravam. Segundo os meios pelos quais os tratamentos foram realizados: 4,62% tratamentos odontológicos sob sedação, 23,08% sob anestesia geral e, 72,31% sob contenção física; quanto maior a faixa etária, maior o número de pacientes considerados colaboradores; a maioria deles apresentou grande sociabilidade e as mesmas reações, tanto no ambiente habitual quanto no desconhecido; geralmente apresentaram-se passivos e muito carinhosos, aceitavam carinho e eram sensíveis.

Concluiu-se que as reações emocionais, os fatores psicológicos e as reações em ambiente habitual e desconhecido, quando positivas, são essenciais para obtenção de colaboração e sucesso no tratamento desses pacientes.

 Ic092 

AIDS pela boca das mães...

SOUSA, R. M. R. B.*, LUZ, A. S., TELES, G. S., CORREA, M. S. N. P.

Odontopediatria - Universidade de São Paulo. E-mail: motarodrigues@yahoo.com.br

O estudo da dimensão subjetiva da mãe com HIV/AIDS é importante, visto que, os cuidados com a saúde dos filhos são influenciados pelo seu universo simbólico. O presente estudo teve por objetivo investigar os conhecimentos e práticas cotidianas de saúde bucal de mães de crianças soropositivas para o HIV/AIDS. O trabalho baseou-se em recursos teórico-metodológicos da pesquisa qualitativa, através da técnica da entrevista semi-estruturada e da análise hermenêutica-dialética dos dados. Foram entrevistadas cinco mulheres/mães portadoras do HIV com filhos também soropositivos, assistidos pela Associação de Voluntários do Hospital São José (Fortaleza - CE). Classificou-se cinco categorias após leitura e análise dos dados coletados: 1) o processo saúde/doença: discutiu-se um conceito idealizado de saúde; 2) auto-percepção do corpo: as mães relataram sobre auto-estima, importância do momento presente e função dos dentes como mediadores das relações sociais; 3) identificação de alterações bucais: as entrevistadas relataram experiências com o aparecimento de manifestações bucais associadas ao HIV, havendo relação destas com a história médica; 4) prevenção e saúde bucal em casa: as mulheres evidenciaram cuidados com a saúde bucal como uso da escova, do creme dental e a visita ao dentista; 5) a AIDS e os serviços de saúde bucal no SUS: discutiu-se os princípios de universalidade, integralidade e autonomia na busca pela qualidade no atendimento.

A metodologia da análise qualitativa neste trabalho permitiu-nos aproximação com a realidade do grupo e sistematização de um conjunto de conhecimentos das entrevistadas importante para a melhoria na organização dos serviços de saúde bucal.

 Ic093 

Influência do perfil sócio-econômico familiar na doença periodontal em bebês de 7 a 40 meses

KUMMER, T. R.*, MOREIRA, C. S., ALVES, F. T. B., CUMAN, V., WAMBIER, D. S.,
KOZLOWSKI JR., V. A.

Odontologia - Universidade Estadual de Ponta Grossa. E-mail: vanessa.cuman@bol.com.br

Objetivo: verificar a influência do perfil sócio-econômico familiar na doença periodontal em bebês de 7 a 40 meses. Métodos: foram examinados 70 bebês de creches municipais. O perfil sócio-econômico foi obtido através de questionário, distribuindo-se as famílias em grupo I com renda mensal inferior a 2 salários e grupo II com renda superior a 2 salários. Observou-se halitose, placa visível e após foi realizado exame visual e de pressão digital (índice de Löe & Silness, 1963). Como parâmetros clínicos foram feitas avaliações da presença de sangramento com fio dental e evidenciação de placa (índice de Greene & Vermillion modificado, 1964). A placa corada foi removida com gaze embebida em água destilada observando a presença de sangramento. Resultados: na amostra analisada foram obtidos os seguintes percentuais para o índice gengival: 91,3%, 8,42%, 0,13% e 0,15% respectivamente para os escores 0, 1, 2 e 3. Os percentuais de placa bacteriana foram altos. 5,89% dos bebês apresentaram sangramento ao fio dental. O teste qui-quadrado aplicado aos dados obtidos nos grupos mostrou que o grupo I apresentou maiores escores para o índice gengival (p < 0,0001) e para placa evidenciada (p = 0,0061). Os resultados para placa visível e avaliação do sangramento a gaze foram iguais em ambos os grupos. Na análise do sangramento com fio dental, o grupo I apresentou maior tendência ao sangramento (p = 0,0951) que o grupo II, contudo a diferença não foi estatisticamente significante.

O perfil sócio-econômico familiar parece representar um fator importante para a doença periodontal nesta faixa etária.

 Ic094 

Inter-relação entre hábitos bucais, má-oclusão e institucionalização de crianças de 3 a 6 anos de idade

FORLEVIZE, C. M.*, SAKAI, V. T., VIEIRA, A. L. F., MACHADO, M. A. A. M., SILVA, S. M. B.

Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva - Universidade de São Paulo. E-mail: camilaforlevize@yahoo.com.br

O objetivo deste estudo transversal foi avaliar se determinantes sócio-econômicos, principalmente o tempo de permanência na escola, afetam a prevalência de hábitos bucais deletérios, e conseqüentemente de má-oclusões em crianças de 3 a 6 anos de idade. A amostra foi constituída por crianças de ambos os sexos, divididas em: grupo I (n: 67): permaneciam em período integral em uma creche e grupo II (n: 55): ficavam em casa pelo menos um período do dia. Foi realizado exame clínico para avaliação da presença de má-oclusão. A avaliação da existência ou não de hábitos bucais deletérios, e o recebimento de orientações prévias sobre os mesmos foi realizada através de entrevista com a mãe ou responsável. Foi possível observar que no grupo I (institucionalizados) 44,5% possuíam má-oclusão, 55,5% oclusão normal e 80,6% apresentavam hábitos bucais deletérios, já no grupo II (parcial em casa) 27,3% possuíam má-oclusão, 72,7% oclusão normal e 64,1% apresentavam hábitos bucais deletérios. Estes dados foram submetidos ao teste do qui-quadrado (p < 0,05) que mostrou haver diferença estatisticamente significante entre o grupo I e II em todos os quesitos.

Os resultados mostram que tanto a presença de hábitos bucais deletérios quanto de má-oclusões é maior nas crianças institucionalizadas, sugerindo que a permanência fora de casa por um período maior (dia todo) pode afetar o estado emocional da criança se manifestando através da aquisição de hábitos bucais deletérios, que resultam em um número maior de má-oclusões.

 Ic095 

Situação da saúde bucal das gestantes atendidas no Projeto de Atenção Odontológica Materno-Infantil da UFPEL

DEL DUCA, F. F.*, ROMANO, A. R., PEREIRA, R. R., FREIRE, T. B., REDANTE, A. P., MICHELOTTO, R., OLIVEIRA, L.

Odontologia Social e Preventiva - Universidade Federal de Pelotas. E-mail: flaviaf.delduca@zipmail.com.br

O pré-natal odontológico tem sido cada vez mais divulgado. O objetivo foi avaliar o perfil e a condição da saúde bucal das gestantes que procuram o projeto de ensino: Atenção Odontológica Materno-Infantil da UFPel, Pelotas, RS. Foram tabulados os dados de 100 fichas, considerando o exame clínico da situação da cavidade bucal e parte das respostas da entrevista inicial. Os dados foram avaliados no SPSS (freqüência, médias e correlações Pearson e ­Spearman) e agrupados em dados pessoais, da gestação e da situação da cavidade bucal. Das gestantes, a maioria tem entre 21-30 anos de idade (51%), renda familiar entre 2-5 salários mínimos (61%), não tem ensino médio (63%), são donas-de-casa (52%) e não são casadas (57%). No geral, 60% não planejaram a gravidez, aumentando para 88% nas com menos de 20 anos de idade. A dor de dente foi relatada em 43% dos casos. Na situação bucal, 20% apresentavam lesão no tecido mole e apenas 19% não tinham anomalias de oclusão. Doença periodontal estava presente em 74% dos casos, correlacionada negativamente com escolaridade (p < 0,05). O CPOD médio foi de 13,31 (C = 3,9, P = 2,9, O = 6,49), aumentando com a idade (p < 0,01). O número médio de O, aumentou com renda e escolaridade, o C dimuinui com a escolaridade e aumento da idade, elevando nos pacientes com dor (5,48).

A maioria das gestantes que procuram o programa é para resolver o seu problema de saúde bucal, uma vez que apresentam necessidades múltiplas e, cabe ao profissional motivá-la a mudar os hábitos, criando o efeito multiplicador em seu filho.

 Ic096 

Indicação de substitutos de açúcar ou adoçantes para crianças

ROSA, F. T.*, SANTOS, V. P., PAPPEN, C., ROMANO, A. R.

Odontologia Social e Preventiva - Universidade Federal de Pelotas. E-mail: kikaya@tutopia.com.br

Mesmo com o número considerável de adoçantes ou substitutos da sacarose, sempre houve dúvidas se era possível sua utilização em crianças. O objetivo foi de avaliar o que os pediatras recomendam e mostrar as opções que o profissional dispõe para sugerir substituições de alimentos ou mesmo do açúcar até a mudança de hábito alimentar. Foi elaborado e enviado um questionário para 120 pediatras de Pelotas e cidades vizinhas (zona sul/RS), com carta-resposta. Retornaram 5 cartas (erro de endereço) e 35 respondidas. Os dados foram tabelados no SPSS (freqüências) e revelaram que a maioria da amostra era do sexo feminino (57%), formada em Pelotas (66%), tinha entre 10-20 anos de formado (60%), trabalhava em 3 locais (57%) e atuava na cidade de Pelotas (77%). Adoçantes ou substitutos foram prescritos por 86% deles, devido a diabetes (73%), obesidade (60%) e cárie (43%), dentre outros. O aspartame foi o mais prescrito (70%), seguido da sacarina c/ciclamato (43%) e esteviosídeo (27%). Para 57% dos pediatras, a primeira escolha foi o aspartame, por ser o mais conhecido. O esteviosídeo foi o escolhido em 11% e, a sucralose em apenas 2,9%. Quanto ao contra-indicado para crianças, a maioria (54%) ignoravam e apenas 2,9% disseram ser o aspartame, pois era também para adultos. Com relação ao tempo de uso, 17% responderam o menor possível.

Os pediatras indicam o uso de adoçantes ou substitutos para crianças, inclusive para cárie. No entanto, a maioria dos adoçantes escolhidos, vão completamente de encontro com a literatura, que mostra como melhores opções a sucralose, seguida do esteviosídeo.

 Ic097 

Microinfiltração marginal em dois tipos de cimento de ionômero de vidro usados na técnica TRA

FIGUEIREDO, G. C.*, KANAAN, D. D. M., SILVA, V. O.

Odontologia - Universidade de Ribeirão Preto. E-mail: gisele_cf@yahoo.com

O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar a microinfiltração marginal em restaurações de cimento de ionômero de vidro, na execução da técnica do tratamento restaurador atraumático (TRA). Os materiais usados foram Ketac®-Molar (ESPE) e VitremerTM (3M). Utilizaram-se dentes decíduos humanos extraídos e/ou esfoliados, num total de 45 molares e 3 incisivos centrais superiores, com lesões nas faces proximais e oclusais. Para a remoção da dentina cariada amolecida utilizamos instrumentos manuais, de acordo com a técnica TRA. Dividimos a amostra em dois grupos, um para o Ketac®-Molar (Gr I) e outro para o VitremerTM (Gr II), que foram subdivididos em subgrupos, de acordo com as variáveis: técnica convencional com e sem condicionamento das cavidades e com e sem pressão digital do último incremento. Após estocagem em solução de fucsina básica a 0,5% por 24 horas, os dentes foram seccionados horizontalmente no sentido vestíbulo-lingual. Os cortes obtidos foram analisados através de lupa esteroscópica com aumento de 40 X, por três examinadores previamente calibrados.

O cimento de ionômero de vidro da marca VitremerTM apresentou os menores valores de infiltração marginal, com ou sem pressão digital e com ou sem condicionamento, sendo certo que com pressão digital apresentou o melhor resultado. O cimento de ionômero de vidro Ketac®-Molar sozinho e com condicionamento e pressão digital apresentou valores semelhantes aos obtidos com o cimento VitremerTM. O cimento Ketac®-Molar, com condicionamento, apresentou os maiores valores de infiltração marginal.

 Ic098 

A visão do neonatologista no contexto da saúde bucal do seu paciente

SERAFIM, F. M. A.*, RÊGO, D. M., SOARES, S. C. M.

Odontologia Social - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: fabriziaserafim@bol.com.br

O presente trabalho teve por objetivo fazer uma análise qualitativa das atitudes e conhecimento de alguns neonatologistas, que fazem puericultura na rede privada, da cidade de Natal/RN, com relação à saúde bucal de bebês e crianças. Foram realizadas 10 (dez) entrevistas gravadas as quais após transcritas tiveram seu conteúdo analisado. Os temas abordados foram: orientações voltadas à saúde bucal, prevenção de cárie dentária, conhecimento sobre odontologia para bebês e momento ideal para a primeira consulta odontológica. Os resultados demonstraram que os neonatologistas entrevistados estão conscientes da importância em orientar os pais a realizar a limpeza da boca do bebê. Uma minoria prescreve flúor aos seus pacientes, orientam sobre a restrição das mamadas noturnas, bem como o uso racional do açúcar. A maioria tem dúvidas quanto a possibilidade de se evitar a cárie dentária por toda a vida e afirma encaminhar seus pacientes ao dentista a partir de um ano de idade.

Os resultados encontrados sugerem um maior intercâmbio entre neonatologistas e odontopediatras.

 Ic099 

Estudo das lesões mais freqüentes na cavidade bucal no grupo odontopediátrico

SANTOS, E. M., LEME, L. R.*, MATUSAKI, S. T., ARAÚJO, V. C., GUEDES-PINTO, A. C.

Odontopediatria - Universidade de São Paulo. E-mail: edu-leme@uol.com.br

O conhecimento das lesões que com maior freqüência acometem as crianças é indispensável para o diagnóstico precoce destas alterações e melhor prognóstico das mesmas. Este trabalho teve a finalidade de determinar as lesões mais freqüentes na cavidade bucal no grupo odontopediátrico, relacionando suas variações de acordo com a idade, sexo, raça e localização mais comum. Para este trabalho foram avaliados 13.160 exames anato-patológicos do Serviço de Patologia Cirúrgica da Disciplina de Patologia Bucal da Universidade de São Paulo, no período de 1985 a 1995, dos quais foram selecionados aqueles cuja faixa etátia do paciente compreendia de 0 à 12 anos, considerada uma faixa odontopediátrica. Os trabalhos foram divididos de acordo com os grupos de lesões e analisados os tipos encontrados. Os resultados obtidos demonstraram que dos 13.160 exames observados, 1.143 (8%) estavam na faixa escolhida para estudo. Destes, observamos que 209 casos (19,3%) foram lesões da mucosa bucal, 255 casos (23,5%) patologias pulpares, 203 casos (18,7%) foram cistos, 84 casos (7,7%) representavam neoplasias benignas, 11 casos (1%) neoplasias malignas, 56 casos (5,2%) tumores odontogênicos, 146 casos (13,5%) patologia das glândulas salivares, 20 casos (1,8%) em doenças ósseas, 14 casos (1,3%) em alterações dentárias e 86 casos (7,9%) foram catalogados como outras alterações.

A análise dos dados nos permitiu concluir que as lesões ósseas e neoplasias malignas representam os grupos menos representativos das lesões odontopediátricas, e as lesões da mucosa bucal e os cistos os de maior preponderância.

 Ic100 

Microinfiltração em fóssulas e fissuras seladas com ionômero de vidro, compômero e selante resinoso

FERREIRA, D. C.*, SOARES, L. F., PRIMO, L.

Odontopediatria - Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: carvalhoferr@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi comparar in vitro a microinfiltração em fossas e fissuras de um cimento de ionômero de vidro, um compômero e um selante resinoso. Um total de 40 pré-molares hígidos foram divididos em 4 grupos de 10 dentes cada: GI (Fuji IX), GII (Vitroseal), GIII (Fluorshield) e GC (controle). Após o selamento, os dentes foram submetidos a ciclos de DES-RE, simulando alto desafio cariogênico, por 14 dias (ANDRADE; MELLO; DIAS, 1998). Em seguida, os dentes foram imersos em solução de nitrato de prata a 50% por 24 horas, lavados com água destilada e imersos em solução reveladora por 30 minutos. Após inclusão em resina epóxica, as coroas foram cortadas no sentido vestíbulo-lingual para avaliação do grau de microinfiltração na interface esmalte/selante. Dois examinadores previamente treinados (teste kappa = 0,92) realizaram a avaliação seguindo os escores: 0- ausência de infiltração, 1- infiltração do corante até metade do sulco e 2- infiltração do corante em todo sulco. Os resultados foram tratados estatisticamente pelo teste qui-quadrado. Não houve diferença estatisticamente significante entre a freqüência dos escores dos grupos dos materiais, pois 95% do GII e GIII e 90% do GI apresentaram escore 0, não sendo observado nenhum escore 2, diferindo do GC, onde observou-se em todos os casos o escore 2 (p = 0,0000).

Diante da metodologia empregada, verificou-se que todos materiais testados apresentaram, in vitro, boa indicação para selamento de fossas e fissuras, quando simulado alto desafio cariogênico.

 Ic101 

Avaliação, sob a visão de gestantes, do pré-natal odontológico

ROMANO, A. R., REDANTE, A. P.*, FREIRE, T. B., SILVA, G. M.

Odontologia Social e Preventiva - Universidade Federal de Pelotas. E-mail: redanap@bol.com.br

A atenção odontológica à gestante é cercado de mitos e tabus, tanto do profissional como das pacientes e famílias. Este trabalho visa avaliar, sob a visão da gestante, o atendimento odontológico recebido. Das 100 gestantes atendidas na Clínica Materno-Infantil da UFPel, Pelotas, RS, 30 não necessitaram intervenção, 20 não retornaram pós-parto e, das 50 que necessitaram, 29 foram entrevistadas (20 questões) por terem sido atendidas mais de 3 vezes enquanto grávidas. Antes de entrarem no projeto, do total, 32% procuraram atendimento odontológico, sendo 34% por dor de dente e apenas 3% para prevenção do bebê. Delas, 38% relataram dificuldades, seja por subatendimento (42%) ou recusa do profissional (42%). Das 68% que não procuraram, 10% achavam que era contra-indicado. Das 29 entrevistadas após o parto, 35% responderam ter medo do atendimento odontológico, sendo a maioria desde criança. Quanto à ansiedade antes e durante o tratamento, 38% e 48%, respectivamente, responderam não ter tido nenhuma. O desconforto da barriga foi de 17%, sendo 80% no 3º trimestre. O relato do medo de prejudicar o bebê foi de 43%, sendo devido ao raio X no tratamento de canal (57%) e à anestesia (47%). Das entrevistadas, 97% acharam que o atendimento na gestação foi importante para melhorar a sua saúde bucal e a do seu filho.

Embora ainda exista tabus e mitos no atendimento às gestantes, parece ser este um importante caminho para melhorar a saúde infantil. No entanto, requer muito esclarecimento, ação, educação e motivação, pois, a mudança de hábito familiar não é uma tarefa fácil.

 Ic102 

Prevalência de má-oclusão em pré-escolares de 3 a 6 anos da cidade de Piracicaba - SP

SADAKIYO, C. A.*, DEGAN, V. V., PUPPIN RONTANI, R. M., PIGNATARO NETO, G.

Odontologia Infantil - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: crisakemi@yahoo.com

Objetivos: avaliar clinicamente as relações oclusais de crianças com idade entre 3 anos e 6 meses e 6 anos e 8 meses de creches da cidade de Piracicaba - SP. Materiais e Métodos: foram analisadas clinicamente as relações ântero-posteriores e transversais dos arcos dentais decíduos de 243 crianças, e classificadas de acordo com a morfologia apresentada: relação vertical dos incisivos (RVI): mordida aberta anterior (MAA), sobremordida (SM), normal (N), topo (T); relação horizontal dos incisivos (RHI): mordida cruzada (MC), sobressaliência (SS), normal (N); relação transversal de caninos (RTC) e molares (RTM): (N - normal, C - cruzada e T - topo). Os dados foram submetidos à estatística descritiva. Resultados: Pôde-se observar que do total da amostra, 28,4% das crianças apresentavam oclusão normal, isto é, RVI, RHI e relações transversais (RTC e RTM) do arco N. Das crianças com má-oclusão (71,6%), 40% apresentavam RVI N, 57,4% MAA, 6,9% SM, 1,7% T. No sentido horizontal (RHI), foram observadas 2,3% de MC e 16,7% de SS. As relações transversais mostraram: RTC: N, 16,1% de C e 6,3% de T; RTM: 21,3% de C e 45% N. Das crianças com algum tipo de má-oclusão, a de maior prevalência foi a MAA associada à MC em 20% dos casos. Em relação as RTC e RTM, observou-se que quando havia cruzamento unilateral ou bilateral de caninos, os molares decíduos também se apresentavam cruzados em 72,5% e 63% dos casos em média, respectivamente.

Conclusão: a amostra avaliada apresentou alta incidência de má-oclusão (71,6%) e a relação oclusal de maior prevalência foi a MAA associada a RTC e RTM C.

 Ic103 

Avaliação dos princípios de manutenção de restaurações de amálgama e resina composta

RIBEIRO, E. F.*, RODRIGUES, F. P., ARAÚJO, M. A. J.

Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista. E-mail: angever@terra.com.br

Através de uma pesquisa de campo foram investigados os princípios de manutenção de restaurações de amálgama e resina composta pelos profissionais sócios da APCD de cinco municípios do Vale do Paraíba. Este trabalho teve como objetivo a abordagem de todo o contexto que envolve modificações depreciativas para a prática odontológica. Dos profissionais consultados, 47,50% realizam substituições sendo que 15,43% destes relatam fratura/perda da restauração e 78,75% a justificam com um consciente diagnóstico e plano de tratamento. Outros 52,50% não realizam substituições com freqüência. Dentro desse contexto, a grande maioria dos profissionais faz uso dos sistemas adesivos sendo que 65,81% utiliza resina composta em cuja técnica de condicionamento ácido 56,88% a realizam com restrições em dentina, no entanto, 18,75% relatam uso de sistemas adesivos.

Podemos concluir que subsídios para um bom diagnóstico, propício para uma elaboração consciente de um plano de tratamento não parecem ser ainda os fatores a que os profissionais dão maior importância durante suas atividades clínicas. (Agradecemos a FAPESP pelo apoio financeiro: processo 00/10815-1.)

 Ic104 

Biocompatibilidade e atividade antimicrobiana dos vidros bioativos associados a ciclodextrina e tetraciclina

DINIZ, H. F. O.*, FREITAS, C. S., GOMES, J. B., CORTÉS, M. E., FARIA, A. M. C.,
ZACARIAS, R. D., SINISTERRA, R. D.

Odontologia Restauradora - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: lehenrique@bol.com.br

O presente estudo objetivou avaliar a biocompatibilidade in vivo e as propriedades antimicrobianas in vitro dos vidros bioativos (VB). O vidro bioativo foi preparado através do processo de sol-gel. Os grupos teste foram: (A) vidro bioativo branco, (B) associado com tetraciclina e (C) com tetraciclina:b-ciclodextrina. O composto de inclusão TCN:BCD continha cloridrato de tetraciclina e b-ciclodextrina 1:1 molar. Camundongos fêmeas C57BL/6 foram usados como animais experimentais e divididos em grupos de quatro. Os camundongos foram anestesiados com éter e partículas de VB estéreis foram implantadas cirurgicamente no subcutâneo, sendo sacrificados após intervalos de tempo preestabelecidos (6, 24, 48 e 72 hs). Cortes histológicos foram analisados por microscopia óptica. Nas primeiras 6 horas não foi observada nenhuma reação inflamatória nos três grupos analisados. Após 24 horas de implantação, houve uma pequena reação inflamatória em B com prevalência de células PMN. Foi encontrada inflamação menor, leve e dispersa, em B e C quando comparados ao grupo A, depois de 48 hs. Após 72 horas, foi encontrada uma resposta aguda leve em todos os grupos analisados. Para o teste antimicrobiano partículas de VB foram colocadas em cultura de A. actinomycetemcomitans Y4-FDC de 24 hs e incubados em condições de anaerobiose durante 48 hs. A turbidez foi medida através de espectrofotômetro. Os grupos B e C mostraram atividade bacteriostática em relação ao grupo A.

Conclui-se que o vidro bioativo com TCN:BCD ou com TCN é biocompativel e possui propriedades antimicrobianas.

 Ic105 

Comparação in vitro da adesão das porcelanas Vitadur Alpha e In-Ceram ao esmalte bovino com o cimento Panavia F

SILVA, R. C.*, ROIZMAN, E., SPYRIDES, G. M.

Prótese e Materiais Dentários - Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: raquelcs30@aol.com

O objetivo desta pesquisa foi quantificar e comparar in vitro os níveis de adesão alcançados entre a cerâmica infiltrada In-Ceram e a cerâmica feldspática Vitadur Alpha quando cimentadas ao esmalte bovino com o cimento Panavia F. Vinte corpos-de-prova foram divididos em dois grupos: o grupo I continha 10 cilindros de Vitadur Alpha (que receberam condicionamento com ácido fluorídrico), o grupo II continha 10 cilindros de In-Ceram (que receberam jateamento com óxido de alumínio 50 mm). As porcelanas de ambos os grupos receberam aplicação de agente silano de união. Estes cilindros foram cimentados com o cimento Panavia F ao esmalte bovino, submetidos a teste de resistência ao cisalhamento em máquina de ensaios mecânicos Instron e os resultados avaliados por meio de teste de análise estatística ANOVA. Os resultados obtidos foram de 27,86 ± 3,3 MPa para o grupo I e de 23,32 ± 6,14 MPa para o grupo II. As diferenças entre os níveis de adesão alcançados para ambos os grupos não foram estatisticamente significantes.

Portanto, concluiu-se que: o cimento resinoso Panavia F é adequado para a cimentação adesiva sobre a porcelana feldspática Vitadur Alpha e sobre a porcelana infiltrada In-Ceram; e que o jateamento com óxido de alumínio mostrou ser uma alternativa efetiva para o tratamento superficial da porcelana In-Ceram.

 Ic106 

Avaliação in vitro da resistência à tração de reparos em resina composta utilizando diferentes sistemas adesivos

ALMEIDA, M. P.*, DOMINGUES, S. M., LOPES, M. P., CATIRSE, A. B. C. E. B.,
PALMA DIBB, R. G., SALLES, A. E. S., SATO, S.

Materiais Dentários e Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: mapossato@hotmail.com

O estudo teve por objetivo avaliar in vitro a resistência à tração de reparos realizados em resina composta com dois diferentes sistemas adesivos. Confeccionaram-se 20 corpos-de-prova, 10 para cada adesivo testado (Single Bond, 3M/Scotchbond, 3M), a partir de um anel de PVC, preenchendo-o com resina acrílica e criando-se uma cavidade retentiva no centro da mesma, na qual foi inserida a resina Z100 (3M). Após fotopolimerizar a resina (40 s), a superfície foi lixada por 30 s (lixa 320). Os corpos-de-prova foram condicionados com ácido fosfórico a 37% por 30 s. Em seguida foram submetidos a lavagem com jato de água/ar, secagem e o adesivo foi aplicado. Após o tratamento de superfície, para cada amostra, um tronco de cone invertido de resina composta (Z100) foi preparado com o auxílio de uma matriz de teflon. Os corpos-de-prova foram submetidos à termociclagem (400 ciclos, 5-55ºC) e armazenados em água destilada a 37ºC por 7 dias. O teste de tração foi feito na máquina de ensaios universal com célula de carga de 50 kgf e velocidade de 0,5 mm/min. Obtiveram-se médias em MPa: 20,54 ± 0,74 para Single Bond e 18,83 ± 1,83 para Scotchbond. Os dados foram submetidos ao teste t, que demonstrou não haver diferença estatisticamente significante na resistência à tração dos dois sistemas adesivos testados.

A resistência à tração dos reparos em resina composta foi similar para os dois sistemas adesivos testados.

 Ic107 

Formação de “gaps” em restaurações de resina composta: efeito da espessura da camada adesiva e do uso de resina “flow”

FRÓES, N.*, FRANCCI, C.

Materiais Dentários - Universidade de São Paulo. E-mail: niveafroes@hotmail.com

Objetivo: avaliar o efeito do uso de resina “flow” e da espessura do sistema adesivo na formação de “gaps” na interface dente-restauração, devido à contração de polimerização da resina composta. Métodos: o terço oclusal de 32 molares humanos extraídos foi removido para a obtenção de uma superfície plana de dentina. Em cada superfície, duas cavidades classe I foram preparadas, e aleatoriamente restauradas com um dos seguintes sistemas: (A1) One Step camada única, Pyramid; (A2) One Step camada dupla, Pyramid; (A3) One Step camada única, AeliteFlo, Pyramid; (A4) One Step camada dupla, AeliteFlo, Pyramid; ou (B1) Bond 1 camada única, Alert; (B2) Bond 1 camada dupla, Alert; (B3) Bond 1 camada única, Flow-It, Alert; (B4) Bond 1 camada dupla, Flow-It, Alert. As restaurações foram secionadas, seguindo-se fixação, desidratação, desproteinização, metalização e observação em MEV. Os “gaps” foram mensurados e o resultados ­expressos em porcentagem de “gaps” na parede pulpar. Resultados: % de “gaps” (média ± DP): (A1) 12,39 ± 17,26; (A2) 13,82 ± 11,18; (A3) 9,51 ± 18,86; (A4) 7,75 ± 11,22; (B1) 26,2 ± 19,63; (B2) 8,11 ± 18,76; (B3) 23,15 ± 32,42; (B4) 8,22 ± 5,23. ANOVA não revelou significância entre os grupos e suas interações. O sistema Bond 1 apresentou uma tendência a reduzir a porcentagem de “gaps” quando usado em dupla camada, ou na presença de “flow”, o que não foi observado no sistema One Step.

A aplicação de resina “flow” ou o uso de camada adesiva espessa não foram capazes de reduzir a formação de “gaps” promovidos pela contração de polimerização na interface dente-restauração de cavidades classe I.

 Ic108 

Análise do monômero residual em uma resina com diferentes sistemas canforoquinona/amina ativadas por LED e luz halógena

VELASCO, H. G.*, JOÃO, M., CORRÊA, I. C.

Materiais Dentários - Universidade Gama Filho. E-mail: hvelasco@ig.com.br

A luz emitida por aparelhos LED é totalmente absorvida pela canforoquinona/amina para o início da reação. Além disso, o uso de diferentes aminas também pode influenciar a liberação dos radicais livres. O objetivo deste estudo foi avaliar o percentual de monômero residual de uma resina com diferentes sistemas CQ/Amina, após a fotoativação com LED e luz halógena. Corpos-de-prova cilíndricos (d = 5 mm e h = 2 mm), de uma resina contendo BisGMA/TEGDMA/UDMA/Bis-EMA com diferentes sistemas CQ/amina (0,25/0,5%): I - CQ/EDB; II - CQ/CEMA; III - CQ/DMAEMA, foram fotoativadas por 20 s com Optilux 401 e com o LED UltraBlue. Os c.ps. fotoativados, foram solubilizados em clorofórmio deuterado por 7 dias para extração do monômero residual, posteriormente analisados por ressonância magnética nuclear de hidrogênio em solução (RMN1H), em espectrômetro VARIAN 300. Os espectros mostraram percentual de monômero não reagido em cada sistema (n = 3), pela detecção de sinais em 5,6 e 6,1 ppm, dos grupamentos CH2=. Após análise de variância e teste de Tukey, o sistema I apresentou menor percentual do que os outros sistemas testados (p = 0,008): Hal- 4,4 (0,24) e LED- 4,8 (0,18). Os sistemas II e III não apresentaram diferença estatística dentro da fonte de luz testada (p = 0,77): Hal - 5,3 (0,19) e 5,7 (0,23) e LED - 5,9 (0,12) e 5,9 (0,11), respectivamente.

EDB mostrou maior reatividade com CQ do que CEMA e DMAEMA, possivelmente por ser uma base aromática mais forte na doação de elétrons durante o mecanismo de fotoativação. O uso da nova tecnologia LED produziu a mesma % de monômero residual do que a fotoativação convencional.

 Ic109 

Avaliação de dois métodos de descontaminação na adesão do cimento Enforce à dentina contaminada com sangue e saliva

YONESHIGUE, Z.*, SANTOS, I. P. A., PIMENTEL, L. M. N., BARCELLOS, A. A. L., SILVA, E. M.

Materiais Dentários - Universidade Salgado de Oliveira e Universidade Federal Fluminense. E-mail: zituoyoneshigue@hotmail.com

O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência de dois métodos de descontaminação de superfícies dentinárias, hibridizadas com o adesivo Prime & Bond NT (Dentsply) e contaminadas com uma mistura de sangue e saliva, na capacidade adesiva do cimento resinoso Enforce (Dentsply). Trinta incisivos bovinos foram incluídos em resina de poliéster e tiveram as faces vestibulares lixadas, com lixas de SiC 220 e 600, até a exposição da camada superficial de dentina. As superfícies dentinárias foram condicionadas com H3PO4 37%/15 s e hibridizadas com o adesivo Prime & Bond NT, de acordo com as recomendações do fabricante. Cilindros (Æ = 3 mm x h = 2 mm) de Enforce foram confeccionados sobre as superfícies adesivas, de acordo com o seguinte protocolo: Grupo I (controle) - imediatamente após a hibridização da dentina, Grupo II - após contaminação com sangue/saliva (5 s) e lavagem com água (20 s) e Grupo III - após contaminação com sangue/saliva (5 s), lavagem com água (20 s), recondicionamento H3PO4 37%/15 s e nova aplicação do adesivo. Os espécimes foram armazenados em água a 37ºC/48 horas e submetidos a ensaio de cisalhamento em máquina EMIC DL 10000 (50 kN/0,5 mm/min). Os resultados obtidos foram (MPa): Grupo I (7,86 ± 5,30), Grupo II (4,87 ± 3,60) e Grupo III (6,07 ± 3,69). Os valores originais foram submetidos à análise de variância, não sendo detectada diferença estatística significante entre os grupos.

Concluiu-se que ambos os métodos avaliados foram eficientes na descontaminação das superfícies dentinárias hibridizadas.

 Ic110 

Rugosidade superficial de resinas acrílicas submetidas ao polimento químico

NASCIMENTO, F. C.*, RACHED, R. N., VEIGA, C. M., ROSA, E. A. R.

Odontologia - Pontifícia Universidade Católica do Paraná. E-mail: fabianacoimbra_cn@hotmail.com

Apesar da economia de tempo e da versatilidade do polimento químico, a rugosidade superficial dos dispositivos acrílicos polidos pelo mesmo é desconhecida. Desta forma, avaliou-se o efeito do polimento químico na rugosidade superficial de uma resina acrílica termopolimerizável convencional (TP, Clássico) e de uma ativada por microondas (MI, Ondacryl), produzidas por A.O. Clássico Ltda., Brasil. Foram confeccionados 20 espécimes discóides (30 mm diâmetro x 5,0 mm espessura) com cada uma das resinas, sendo os mesmos (n = 5) submetidos aos seguintes métodos de acabamento/polimento: CN (controle negativo, broca de carboneto de tungstênio Edenta 1513), CP (controle positivo, lixa d’água 600 + pasta de pedra-pomes e branco de espanha por 15 s cada), PQ1 (CN + imersão por 10 s em polidor químico Poli-Quim, A.O. Clássico Ltda., aquecido a 80ºC) e PQ2 (idem à PQ1, porém aquecido a 65ºC). Foram ­realizadas três mensurações em cada espécimes. A média (Ra = micrômetros) e o desvio-padrão para CN, CP, PQ1 e PQ2 foram, respectivamente: TP = 1,94 (0,36); 0,09 (0,02); 2,02 (0,62); 2,30 (0,72) / MI = 2,16 (0,46); 0,10 (0,01); 1,36 (0,11); 1,29 (0,06). O teste de Kruskal-Wallis detectou diferenças significativas (p < 0,05) entre CN-CP para ambas as resinas, entre CP-PQ1-PQ2 para TP, e entre CP-PQ1 e CN-PQ2 para MI.

O polimento químico foi mais efetivo quando aplicado à resina de microondas. O aquecimento do polidor químico a uma temperatura inferior à convencional não influenciou na efetividade do polimento, podendo assim prevenir distorções do dispositivo polido.

 Ic111 

Influência de três fontes de ativação no grau de polimerização de um compósito fotoativado

PEREIRA, T. F.*, CAMPOS, V. F., COVIELLO, R. C., SILVA, E. M., GUIMARÃES, J. G. A.

Materiais Dentários - Universidade Salgado de Oliveira e Universidade Federal Fluminense. E-mail: tatianepereira@globo.com

O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia de três fontes de ativação na polimerização do compósito Z250 (3M), tendo como variável o número de dureza Knoop (NDK). Utilizando uma matriz cilíndrica (Æ = 3,0 mm x h = 2,0 mm) foram produzidos seis grupos de cinco espécimes de acordo com o seguinte protocolo de polimerização: Grupos I e II - os espécimes foram polimerizados com o aparelho Degussa Softstart (Degussa) no modo convencional (C) = 600 mW/cm2/40 s; Grupos III e IV - polimerização com o aparelho Degussa Softstart no modo Softstart (SS) = 300 mW/cm2/20 s + 600 mW/cm2/20 s e Grupos V e VI - polimerização com o laser de argônio AccuCure3000/LaserMed (L) = 250 mW/40 s. Em seguida, os grupos foram embutidos em cilindros de PVC. Nos Grupos I, III e V, as superfícies irradiadas (I) ficaram voltadas para o topo do cilindro e nos Grupos II, IV e VI, as superfícies opostas às irradiadas (O). Após polimento com lixas de SiC 600 e 1200, foram realizadas, em cada espécime, três medições do NDK em um microdurômetro Micromet 2003 (Büehler /50 g/15 s). Os resultados obtidos foram: Grupo I = 85,42; Grupo II = 79,49; Grupo III = 85,62; Grupo IV = 80,56; Grupo V = 97,19; Grupo VI = 85,68. A análise de variância e o teste de Tukey (1%) mostraram diferença estatística significante para os fatores fonte de ativação (C = 82,45a, SS = 83,08a e L = 91,44) e superfície (I = 89,41 e O = 81,90).

Concluiu-se que o laser de argônio foi mais eficiente na polimerização do compósito Z250 e que o grau de polimerização diminuiu na face oposta à superfície irradiada.

 Ic112 

Avaliação da rugosidade superficial de resinas acrílicas submetidas aos polimentos mecânico e químico

KAIZER, R. O. F.*, BRAUN, K. O., CHARÃO, G., SILVA, L .C. F., PELLEGRIN, D. Z.,

Odontologia Restauradora - Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: rosanekaizer@bol.com.br

Foi avaliada a rugosidade superficial (Ra) de 3 diferentes resinas acrílicas, cada uma com seu método próprio de polimerização, submetidas a dois tipos de polimento. Confeccionaram-se 10 amostras para cada grupo, com dimensões 20 x 20 x 5 mm. Estas foram divididas em 6 grupos: (G1) resina Vipi polida mecanicamente, (G2) resina Vipi polida quimicamente, (G3) resina Vipi Wave polida mecanicamente, (G4) resina Vipi Wave polida quimicamente, (G5) resina Vipi Flash polida mecanicamente, (G6) resina Vipi Flash polida quimicamente. Sendo que os grupos G1, G3 e G5 são controle dos G2, G4 e G6. A rugosidade superficial foi verificada pelo rugosímetro Surftest 211 (Mitutoyo) e os dados obtidos foram submetidos ao teste de Kruskal-Wallis (a = 5%), mostrando que há diferença estatística entre os grupos. Os resultados foram (em Ra): G1 = 0,29 ± 0,11a; G2 = 1,04 ± 0,07 b; G3 = 0,25 ± 0,05 a; G4 = 0,82 ± 0,1 c; G5 = 0,30 ± 0,09 a; G6 = 0,69 ± 0,1 c.

Conclui-se que o polimento químico apresentou superfície menos lisa quando comparado às superfícies mecanicamente polida. (Apoio financeiro: PIBIC/CNPq.)

 Ic113 

Volatilização do solvente de sistemas adesivos monocomponentes

PIMENTA, F. J. G. S.*, SANDER, H. H., DISCACCIATI, J. A. C., NEVES, A. D., ORÉFICE, R. L.

Odontologia Restauradora - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: fjpimenta@ig.com.br

O objetivo do estudo foi avaliar a volatilização do solvente de 10 sistemas adesivos monocomponentes, cujos solventes são a acetona1, etanol2, acetona/água3 e etanol/água, após sucessivas simulações de uso. Inicialmente, os frascos foram pesados em uma balança analítica de precisão, sendo então abertos 2 vezes ao dia, por 1 minuto, durante 60 dias. A variação da proporção monômero/solvente, indicando volatilização, foi determinada por meio de espectroscopia de infravermelho (FTIR). Os espectros obtidos na análise de FTIR demonstraram uma redução nas bandas de absorção relativas ao solvente. A perda de massa foi avaliada, novamente por pesagem, após 30 e 60 dias e os valores foram respectivamente os seguintes: Suprafill1 (0,4254 - 0,6764 g); DenTASTIC Uno1 (0,3556 - 0,6695 g); Stae1 (0,2589 - 0,4959 g); Bond 13 (0,1802 - 0,3333 g); Gluma One Bond1 (0,1483 - 0,2693 g); One-Step1 (0,1353 - 0,2642 g); Unibond1 (0,0719 - 0,1503 g); Single Bond (0,0446 - 0,0804 g); Prime & Bond 2.11 (0,0372 - 0,0594 g); Excite2 (0,0044 - 0,0104 g).

Concluiu-se que, em todos os sistemas adesivos avaliados, ocorreu evaporação do solvente devido à abertura dos frascos, o que foi comprovado pela perda de massa e pela análise de FTIR. Adesivos a base de acetona apresentaram uma maior tendência à perda de massa que aqueles contendo etanol, podendo esta perda ser influenciada pelo tipo de frasco. Resultados clínicos insatisfatórios poderiam advir em função da alteração entre monômero e solvente. (Apoio financeiro: FAPEMIG - Ref. CDS 678/99.)

 Ic114 

Efeito da silanização na resistência ao cisalhamento entre resina composta e pinos cerâmicos de dióxido de zircônio

CHIQUETO, K. F. G.*, XIBLE, A. A., ARAUJO, C. R. P.

Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: kellychiqueto@bol.com.br

O objetivo deste trabalho in vitro foi avaliar quantitativamente a influência do sistema de silanização Rocatec na adesão da resina composta fotopolimerizável (Tetric Ceram - Vivadent) aos pinos cerâmicos à base de dióxido de zircônio (Cosmopost - Ivoclar) através de testes de resistência ao cisalhamento. Foram utilizados 20 pinos cerâmicos divididos em 2 grupos. O grupo I consistiu de 10 pinos jateados com óxido de alumínio de 50 mm pelo fabricante; o grupo II consistiu de 10 pinos que, além do tratamento de fábrica, foram tratados com sistema de silanização Rocatec, como segue: a) jateamento com Rocatec-Plus, b) aplicação do silano Rocatec Espe-Sil. Os pinos foram dispostos individualmente numa matriz metálica perfurada em sua parte mais central com o mesmo diâmetro dos pinos. Uma vez posicionado o pino, a segunda parte da matriz era montada sobre a primeira criando um espaço de 6 mm de diâmetro e 4 mm de altura ao redor dos pinos onde a resina composta era inserida e fotopolimerizada. Os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada a 37ºC por 48 horas e submetidos ao teste de cisalhamento na máquina universal de ensaios Kratos (K-2000MP) à velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados foram submetidos ao teste t de Student que mostrou haver diferença estatisticamente significante entre grupo I = 20,38 kgf ± 9,02 e grupo II = 64,30 kgf ± 5,44 (p < 0,001).

Concluiu-se que o sistema de silanização Rocatec foi efetivo em aumentar a resistência ao cisalhamento entre resina composta fotopolimerizável e pinos cerâmicos à base de dióxido de zircônio.

 Ic115 

Desinfecção de moldes nos consultórios odontológicos de Porto Alegre

PASSOS, D. G.*, GALVAGNI, L. E., PIRES, M. M., D’AGOSTINI, G., MOTA, E. G., PIRES, L. A. G.

Odontologia - Universidade Luterana do Brasil. E-mail: dizapassos@hotmail.com

As moldagens dos procedimentos odontológicos são potenciais vias de contaminação constituindo um risco de infecção cruzada entre paciente e a equipe odontológica (CD e/ou ACD e THD) e o técnico de prótese dental. O objetivo deste trabalho foi avaliar como o cirurgião-dentista executa a desinfecção dos moldes na clínica odontológica, bem como o material utilizado neste procedimento. Esta pesquisa foi realizada através de um questionário com 13 perguntas diretas entre entrevistador-entrevistado e aplicada em 498 cirurgiões-dentistas de Porto Alegre - RS, escolhidos aleatoriamente, onde 143 (28,71%) tinham até 5 anos de formados. 173 (34,74%) tinham de 5 a 10 anos de formados e 182 (36,55%) tinham mais de 10 anos de formados. As respostas foram analisadas por análise descritiva dos resultados. Observou-se que 118 (23,69%) dos profissionais não fazem qualquer tipo de desinfecção, 319 (64,06%) lavam em água corrente e 71 (14,26%) fazem a desinfecção. Destes 71 (14,26%) que fazem desinfecção 7 (4,26%) utilizam clorexidina em suas desinfecções, 30 (32,97%) glutaraldeído, 17 (18,68%) água e detergente, 9 (9,89%) hipoclorito de sódio e 8 (8,49%) álcool iodado.

Baseado nestes dados observamos que 85,74% dos cirurgiões-dentistas entrevistados, durante a manipulação de moldes não encontraram-se preparados quanto a prevenção e controle da infecção cruzada quer por descuido, desconhecimento ou por negligência dos profissionais com as medidas de biossegurança.

 Ic116 

Resistência de união à dentina superficial e profunda submetida ao tratamento convencional e com hipoclorito de sódio

UCEDA, N. G.*, REIS, A., LOGUERCIO, A. D., CARRILHO, M. R. O., RODRIGUES FILHO, L. E.

Materiais Dentários - Universidade de São Paulo. E-mail: ninoshkauceda@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência de união entre o sistema adesivo One-Step e diferentes substratos: dentina superficial (S), profunda por via oclusal (PO) e profunda por via apical (PA), aplicando-se o adesivo de forma convencional (C) ou aplicando-se o hipoclorito de sódio a 10% (H) após o condicionamento. Utilizaram-se 18 molares, de 6 removeu-se as raízes, planificou-se até eliminação dos cornos pulpares (PA). Nos 12 restantes desgastou-se as superfícies oclusais: em 6 dentes até a exposição da dentina superficial (S), e nos outros 6 até a exposição da dentina profunda (PO). Nos grupos SC, PAC e POC, o adesivo e a resina Z100 foram aplicados de acordo com a indicação do fabricante. Nos grupos SH, PAH e POH, após condicionamento ácido, aplicou-se H por 60 s seguido da aplicação do adesivo e Z100. Os dentes foram fatiados em cortes paralelos e perpendiculares para a obtenção de palitos (0,8 mm2) e testados sob tração (0,5 mm/min). Os dados foram submetidos a uma análise de variância (95%). As médias e respectivos desvios padrão para dentina foram calculados e expressos em MPa: SC (35,4 ± 12,3), POC (26,5 ± 8,5), PAC (26,1 ± 10,2), SH (28,82 ± 12,7), POH (24,3 ± 8,3) e PAH (23,5 ± 8,5). A interação não foi significante (p = 0,209) e o tratamento de superfície e o substrato foram significantes (p < 0,05), sendo S > PO = PA e C > H.

Conclui-se que: 1) os valores de resistência adesiva foram maiores em dentina superficial; 2) a aplicação do hipoclorito de sódio após o condicionamento ácido diminuiu a resistência de união.

 Ic117 

Análise da resistência à compressão de gesso tipo III manipulado com diferentes soluções e técnicas

FERNANDES, R. A. G., MATOS, R. L., SORIANI, N. C.*, CATIRSE, A. B. C. E. B., PAGNANO, V. O.

Materiais Dentários e Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: natsoriani@yahoo.com.br

Os modelos de gesso utilizados em Odontologia devem apresentar resistência mecânica suficiente para suportar os esforços a que são submetidos durante o manuseio. A alteração da proporção água/pó, adição de retardadores ou aceleradores de presa podem influenciar a resistência à compressão dos gessos. O objetivo deste trabalho é avaliar a resistência à compressão do gesso-pedra tipo III em função de duas técnicas de manipulação (manual e a vácuo) e de duas soluções (água e água gessada). Foram obtidos 28 corpos-de-prova (16 mm de diâmetro e 32 mm de altura). Cada grupo de 14 corpos-de-prova foi obtido pela manipulação manual e a vácuo, sendo que cada grupo de 7 foi obtido pela adição de água gessada ou não. Após secagem por 24 h os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de resistência à compressão em máquina universal de ensaios. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e teste complementar de Tukey. Os resultados mostraram que o fator manipulação influenciou a resistência à compressão, sendo que o gesso manipulado manualmente (19,56 MPa) apresentou as menores médias quando comparadas com a manipulação à vácuo (23,37 MPa). Na interação manipulação/solução, analisando-se a solução, verifica-se que quando utilizada a solução água gessada na manipulação a vácuo, esta condição determina maiores médias de resistência à compressão (24,65 MPa).

De acordo com os resultados obtidos, a manipulação teve efeito sobre a resistência à compressão e na interação, a solução com água gessada, manipulada a vácuo, apresentou os maiores valores de resistência à compressão.

 Ic118 

Análise da atividade antibacteriana de sistemas adesivos monocomponentes fotopolimerizados sobre Streptococcus mutans

RUFINO, T. C.*, LAMAC, A. C. C., PIMENTA, F. J. G. S., NEVES, A. D., DISCACCIATI, J. A. C., SANDER, H. H.

Odontologia Restauradora - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: thalinec@globo.com

Os sistemas adesivos monocomponentes surgiram no intuito de simplificar o processo adesivo. Mesmo com os altos valores de força de adesão atualmente conseguidos, ainda não se obteve um material que bloqueasse totalmente a microinfiltração, responsável pela penetração de bactérias cariogênicas na interface dente-restauração. O objetivo deste estudo foi avaliar, in vitro, a atividade antibacteriana de 8 sistemas adesivos monocomponentes (Bond 1®, DenTASTIC UNO®, One Coat Bond®, One-Step®, PQ1®, Prime & Bond 2.1®, Single Bond® e Stae®), após terem sido fotopolimerizados, sobre S. mutans. Doze corpos-de-prova cilíndricos (5,0 mm de diâmetro x 2,0 mm de altura) de cada material foram preparados e distribuídos em 12 placas de Petri com ágar Mueller-Hinton, previamente inoculadas com S. mutans. Cada placa recebeu, além dos corpos-de-prova (1 de cada marca comercial), 1 disco Blank embebido em água destilada estéril (controle negativo) e 1 “sensibiodisc” de vancomicina 30 mcg (controle positivo). As placas foram incubadas em ambiente de microaerofilia, por 48 h, e os halos de inibição de crescimento foram medidos. Os resultados foram avaliados pelo teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis (p < 0,05), e demonstraram que os adesivos testados não apresentaram atividade antibacteriana contra S. mutans.

Concluiu-se que os sistemas adesivos monocomponentes não foram capazes de inibir o crescimento de S. mutans, in vitro, quando fotopolimerizados.

 Ic119 

Avaliação da superfície da resina acrílica quimicamente ativada quando submetida a diferentes soluções para desinfecção

SAAVEDRA, G. S. F. A.*, VICENTE, M. M., RODRIGUES, F. P., KIMPARA, E. T.

Materiais Dentários e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: guilhermasso@bol.com.br

O objetivo desse estudo foi avaliar a ação de diferentes métodos de desinfecção de resina acrílica quimicamente ativada com várias soluções desinfetantes (hipoclorito de sódio 1%, ácido peracético 0,2% glutaraldeído 2%, solução enzimática e clorexidina 2%) em dois tempos (10 e 30 minutos) e dois métodos (imersão e aspersão) com o auxílio de um rugosímetro. Foram confeccionados 63 corpos-de-prova constituídos por um cubo de dimensões 20 mm x 20 mm x 5 mm. Todos os corpos-de-prova foram submetidos a desinfecção e posteriormente lavados em água corrente durante 15 segundos, constituindo 20 grupos experimentais e um grupo controle no qual os corpos-de-prova não sofreram qualquer procedimento de desinfecção. Os dados obtidos, submetidos a análise de variância (5%) e teste de Tukey (5%), revelaram que o efeito meio foi significante (F4;40 = 3,43; p = 0,0168). Para o efeito meio, o teste de Tukey (5%) indicou que a solução enzimática (0,84 ± 0,57) apresentou corpos-de-prova com maior rugosidade, enquanto que o hipoclorito de sódio 1% com menor (0,29 ± 0,21). O glutaraldeído 2% (0,44 ± 0,46), a clorexidina 2% (0,44 ± 0,46) e o ácido peracético 0,2% (0,40 ± 0,24) ocupam uma posição intermediária, de mesmo comportamento.

Podemos concluir que, quanto a valores de rugosidade, a desinfecção da resina acrílica quimicamente ativada com solução enzimática foi mais significante que as demais sendo que o menor valor correspondeu ao do hipoclorito de sódio 1%.

 Ic120 

Avaliação do tempo de presa dos cimentos de ionômero de vidro

LIMA, E. P.*, RIBEIRO, P. C., SANTOS, E. M., RAGGIO, D. P., BUSSADORI, S. K.

Odontopediatria - Universidade de São Paulo. E-mail: elzapad@ig.com.br

Devido à grande variedade de materiais que surgem no comércio, tornou-se de extrema importância o conhecimento das propriedades químicas, físicas e biológicas dos produtos para que se possa fazer uma indicação mais precisa de seu uso. O presente estudo tem por objetivo avaliar a reação de presa inicial (­geleificação) e endurecimento final (perda de brilho) do cimento de ionômero de vidro convencional de presa rápida para verificar qual seria o melhor deles. Foram utilizados cinco tipos de cimento de ionômero de vidro: Ketac Molar (ESPE), Fuji IX (GC América), Vidrion C (SS White) em cápsulas, Ionofil U (VOCO) e Vidrion R (SS White), pois um dos problemas que dificultam a utilização do cimento de ionômero de vidro na técnica de ART e também na clínica de bebês é o seu tempo de presa e endurecimento, acabando desta forma por desestimular seu uso pelo clínico. Os resultados referentes ao tempo de reação de presa inicial (geleificação) apresentaram distribuição amostral não normal, desta maneira aplicamos o teste não-paramétrico, teste de Kruskal-Wallis. Os resultados referentes à reação de presa final (perda de brilho) apresentaram distribuição amostral normal. Desta maneira, aplicamos o teste de ANOVA complementado pelo valor crítico de Tukey (0,76).

De acordo com os resultados obtidos no presente trabalho, o material que apresentou as melhores qualidades quanto à reação de presa inicial e final sugerindo ser corretamente indicado para utilização em Odontopediatria, foi o Ketac-Molar (ESPE) minimizando desta forma o problema presente não só na clínica de bebês, mas também quando empregamos a técnica de ART (Técnica de Restauração Atraumática).

 Ic121 

Determinação do perfil de liberação de flúor por diferentes materiais odontológicos

MOREIRA FILHO, M.*, JANSEN, W. C., REIS, N. A., SOUZA, E. L., MANSUR, H. S.,
GIOVANNINI, J. F. B. G.

Faculdade de Odontologia - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: moacirmoreirafilho@hotmail.com

Este estudo visa determinar o perfil de liberação de flúor de diferentes materiais odontológicos: dois ionômeros de vidro convencionais (Vidrion R® e GC Fuji I Capsule®), dois modificados por metal (Vidrion N® e Ketac-Silver Aplicap®) e dois modificados por resina (GC Fuji Plus Capsule® e Photac-Fil Aplicap®). Para fins de comparação, utilizou-se duas resinas compostas modificadas por poliácidos (Ariston pHc® e Freedom®) e uma resina composta (Helio Fill-AP®). Oito corpos-de-prova (CP) de cada material foram obtidos de acordo com as instruções dos fabricantes. Aguardado certo tempo após sua manipulação, os CP foram armazenados em água deionizada (18,2 Mohm) à temperatura ambiente. Alíquotas de 25,0 ml foram coletadas em diferentes tempos após a imersão: 1 h, 4 h, 24 h, 48 h, 3 dias, 7 dias, 14 dias e 21 dias. As amostras foram preparadas para análise pelo eletrodo íon-seletivo para flúor (MetrOhm®), previamente calibrado e acoplado a um ajustador de força iônica (pH 5,25 ± 0,25). Os resultados, em mg/ml em função do tempo, foram: Vidrion R® (0,74; 0,88; 0,98; 1,07; 1,50; 4,91; 5,79; 6,51), GC Fuji I Capsule® (0,18; 0,89; 1,41; 2,17; 1,56; 1,70; 2,82; 3,38), Ketac-Silver Aplicap® (0,12; 0,26; 0,40; 0,60; 0,66; 1,05; 1,19; 1,50), Vidrion N® (0,48; 1,55; 2,63; 4,07; 3,16; 4,23; 6,07; 4,72), GC Fuji Plus Capsule® (0,21; 0,38; 0,65; 1,52; 0,91; 3,02; 3,19; 2,04), Photac-Fil® (0,30; 0,66; 0,74; 0,87; 0,96; 2,82; 3,88; 1,93), Ariston pHc® (0,08; 0,11; 0,44; 0,37; 0,95; 1,45; 2,35; 3,21), Freedom® (0,07; 0,08; 0,12; 0,13; 0,19; 0,18; 0,40; 0,27) e Helio Fill-AP® (0,04; 0,04; 0,03; 0,14; 0,04; 0,04; 0,04; 0,04).

Pode-se concluir que os materiais avaliados apresentaram diferenças com relação aos perfis de liberação de flúor.

 Ic122 

Determinação do caráter hidrofílico de algumas siliconas

MARTINS, L. M.*, BROZOSKI, M., WEST, P.

Universidade Ibirapuera. E-mail: manonmartins@bol.com.br

As siliconas contribuíram para um aumento da precisão em trabalhos de prótese fixas características poliméricas ainda apresentam certas desvantagens, como por exemplo a hidrofobia. Esta propriedade limita a obtenção de moldes em áreas de grande umidade, além de favorecer um maior número de bolhas no modelo de gesso. Tentando determinar o ângulo de contato entre a água e as siliconas, foi utilizado o seguinte método: duas siliconas de condensação (3M e Optosil & Xantopren - Bayer) e uma de adição em duas consistências (Aquasil LV e ULV ). Após completa polimerização foi vertido sobre o espécime uma gota com 0,2 ml de água destilada. Usando um conjunto Accucam, com sua câmera reta em 90º com a placa de vidro, obteve-se as imagens em grande aumento; que foram fotografadas com uma câmera digital Sony. Usando recursos gráficos em um microcomputador e através de fotografias e um transferidor determinou-se o ângulo de contato.

Pelos resultados obtidos pode-se concluir que a silicona Aquasil, em especial a de consistência ULV, apresentou o menor ângulo de contato, podendo ser chamada de silicona hidrofílica.

 Ic123 

Caracterização de fios de níquel-titânio por difração de raios X

SOUZA, A. C. R. A.*, BUONO, V. T. L.

Engenharia Metalúrgica e de Materiais - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: acrants@terra.com.br

A finalidade deste estudo foi caracterizar, por difração de raios X (DRX), fios ortodônticos de níquel-titânio presentes em seis marcas comerciais. Todos os fios utilizados apresentavam-se na forma de arcos pré-formados retangulares (.019”x .025”), sendo que três dos fios selecionados eram de níquel-titânio na forma clássica, dois termoativados com Af de 35ºC e um superelástico. Cada arco foi estudado como recebido do fabricante e cortado em 16 pedaços de aproximadamente 15 mm de comprimento. Os fios foram unidos para a análise por DRX. Foi também realizada análise química elementar através de espectroscopia por dispersão de energia (EDS). Os resultados obtidos por DRX permitiram concluir que em todas as amostras eram constituídas das fases B2 (austenítica) e B19’(martensítica). A fase R estava presente em três das seis amostras analisadas. As quantidades de fase variaram de 71,0 a 93,1% para a fase B2, de 6,4 a 26,4% para a fase B19’ e de 0 a 16,5% para a fase R. A análise por EDS mostrou que os elementos níquel (Ni) e titânio (Ti) estavam presentes em todas as amostras, mantendo uma proporção de aproximadamente 55% de Ni para 45%de Ti (% em peso). O cobre foi observado somente em uma amostra (6,15%).

Os resultados permitiram concluir que embora todos os fios que não continham cobre apresentassem quantidades semelhantes de Ni e Ti, seu processamento levou a frações de fase distintas.

 Ic124 

Influência do tempo de vazamento na alteração dimensional dos moldes de alginato

BELÍSSIMO, C. C. T.*, PASSOS, D. G., GALVAGNI, L. E., PIRES, M. M., PIRES, L. A. G.

Odontologia - Universidade Luterana do Brasil. E-mail: cctb@via-rs.net

O objetivo deste estudo foi avaliar a estabilidade dimensional dos alginatos verificando qual o melhor tempo de vazamento do molde com gesso. Foram avaliadas duas marcas comerciais Integra (Kerr) e Jeltrate Plus (Dentsply). Utilizando um modelo de arcada superior em resina acrílica com 4 cones metálicos de bronze, simulando os dentes 13, 17, 23 e 27, convergentes da base para o topo, medindo 8,0 mm na base, 7,0 mm no topo e 7,5 mm de altura. Para a realização das moldagens foi confeccionada uma moldeira de alumínio com perfurações. Foram realizadas 40 moldagens de cada marca comercial de alginato, proporcionadas e manipuladas conforme os fabricantes e divididas aleatoriamente em grupos de 10 moldagens. Sendo logo após vazadas em diferentes tempos com gesso tipo IV Velmix (Kerr) conforme os seguintes grupos: Grupo 1 - vazamento imediato; Grupo 2 - vazamento em 30 minutos; Grupo 3 - em 60 minutos; Grupo 4 - em 90 minutos. Todos os modelos permaneceram em um umidificador por 60 minutos. Após 24 horas, nos modelos foram avaliadas as distâncias entre os cones com o uso de um paquímetro digital (Mitutoyo, Japão) e os dados analisados através do teste t à 5%.

Os resultados demonstraram que com as duas marcas comerciais no Grupo 2 ocorreu a menor alteração em relação ao modelo padrão.

 Ic125 

Resistência adesiva utilizando um adesivo de frasco único e um autocondicionante

GABRIEL, A. R.*, PEDRO, C. P.*, HUHTALA, M. R. L.

Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Universidade Estadual Paulista. E-mail: drele@globo.com

O estudo avaliou a resistência adesiva da cimentação à dentina bovina, utilizando-se dois sistemas adesivos: autocondicionante e frasco único. Foram coletados 30 incisivos bovinos mantidos a 18ºC. Os dentes foram limpos e uma área de 6 mm de diâmetro e 1,8 a 2 mm de espessura de dentina foi exposta. Através de lixas de granulações decrescente, obteve-se uma superfície regular. Na região cervical delimitou-se uma área de 5 mm de diâmetro com fita adesiva de teflon. As superfícies dentinárias foram limpas e tratadas de acordo com o sistema adesivo empregado. Previamente à cimentação com cimento resinoso (Rely X, 3M), os discos de resina (P60 - 3M) tiveram as superfí­cies jateadas com óxido de alumínio por 5 s. Os espécimes foram divididos em: Grupo A, que recebeu o adesivo de frasco único, Single Bond (3M); e, Grupo B, com o adesivo autocondicionante One Up (Morita). A cimentação foi realizada com força estática padronizada de 0,5 kg, com o auxílio de um delineador modificado. Os espécimes foram armazenados a 37ºC por uma semana, submetidos a termociclagem (300 ciclos; 55ºC ± 1ºC e 4ºC ± 1ºC), e mantidos a esta temperatura por seis meses e então foram submetidos ao teste mecânico laboratorial de resistência ao cisalhamento. Os resultados obtidos foram analisados estatisticamente pelo teste de Mann-Whitney, observando-se diferença significante entre os dois grupos, pois o Grupo A, apresentou valores médios de resistência adesiva de 3,16 MPa e o Grupo B, de 12,06 MPa.

Estes resultados sugerem que o adesivo autocondicionante pode apresentar uma melhor resistência adesiva a longo prazo.

 Ic126 

Avaliação in vitro da citotoxicidade dos vernizes odontológicos

OLIVEIRA, T. C.*, SANTOS, E. M., BUSSADORI, S. K., TONOLLI, G.

Odontopediatria - Universidade de São Paulo. E-mail: tatianacarol@hotmail.com

O objetivo foi avaliar a citotoxicidade in vitro dos vernizes de flúor e clorexidina, em fibroblastos em­brionários e gengivais. Os vernizes utilizados foram: Grupo 1 (G1): Duraphat (Colgate), Grupo 2 (G2): Flúor Protector (Vivadent), Grupo 3 (G3): Cervitec (Vivadent), e Grupo 4 (G4) Duflorid XII (FGM). Os materiais foram colocados em lamínulas de vidro e a seguir foram depositados sobre células em cultura. Após o contato do material com células em cultura, utilizou-se para a realização da contagem das células viáveis o método de exclusão de células corada pelo azul de Trypan em câmara de Neubauer, com o auxílio de microscópio de fase invertida nos intervalos de 1, 3, 5, e 7 dias após o contato com o material que forneceram dados para a curva de sobrevivência e viabilidade celular. No grupo controle utilizou-se lamínula sem material. Os dados foram analisados utilizando o programa estatístico GMC, versão 7.1, e por se tratarem de uma amostra não normal utilizou-se o teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis. As diferenças estatísticas foram consideradas significantes no nível de 5% (p = 0,05). Observamos que G1 e G2 permitiram crescimento até o final do experimento, G2 apresentou maior viabilidade celular em todos os períodos testados, G3 e G4 não permitiram o crescimento celular, sendo que o G4 determinou morte celular a partir do 5º dia e no final do experimento estes materiais não apresentaram diferenças estatísticas entre si.

Os resultados nos permitem concluir que G2 demonstrou ser menos citotóxico em cultura de fibroblastos e o G4 determinou ser o mais citotóxico.

 Ic127 

Influência do tratamento da superfície de adesão na resistência à tração de reparos realizados em resina indireta

SILVA, A. P. R. B.*, CATIRSE, A. B. C. E. B., SOBREIRA, M. R. A., FERNANDES, R. M.

Materiais Dentários e Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: ap.ramos@bol.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência à tração de reparos em resina indireta (Solidex, Shofu), realizados com três resinas compostas fotopolimerizáveis diferentes (Z100 e Z250, 3M; Tetric Ceram, Vivadent), cuja interface de adesão foi submetida a três tipos de tratamento de superfície distintos. Foram confeccionadas 45 hemipastilhas de Solidex, por meio de matriz bipartida de Teflon® adaptada em um porta-matriz. Após a termociclagem, cada 15 amostras receberam tratamento específico de superfície (face retangular-diametral): I- condicionamento com ácido fosfórico 37% + silano e adesivo; II- microabrasão com óxido de alumínio + tratamento I; III- microabrasão com óxido de alumínio, condicionamento com ácido fluorídrico + silano e adesivo. As hemipastilhas eram posicionadas na matriz cilíndrica original para que se completasse com resina composta o restante da pastilha, utilizando-se 3 resinas diferentes para cada tipo de tratamento. As amostras foram levadas à máquina universal de ensaios para o teste de tração por compressão diametral. Utilizou-se ANOVA e teste de Tukey (p < 0,05) e observou-se diferença estatística entre os tratamentos de superfície. As resinas Z100 (81,4 kgf) e Z250 (75,3 kgf) apresentaram igualdade estatística entre si e foram diferentes da Tetric Ceram (67,2 kgf), que apresentou menor média de resistência à tração.

Pode-se concluir que os tratamentos de superfície estudados não exerceram influência sobre a resistência à tração dos reparos, enquanto que as resinas utilizadas determinaram diferentes resultados. (Bolsista PIBIC/CNPq.)

 Ic128 

Influência do cimento endodôntico com eugenol na retenção de pinos intra-radiculares cimentados com cimentos resinosos

PEREIRA, F. P.*, FRANCCI, C., COSTA, J. A.

Materiais Dentários - Universidade de São Paulo. E-mail: francianepinheiro@bol.com.br

Objetivo: avaliar a capacidade de retenção de pinos intra-radiculares pré-fabricados cimentados com cimentos resinosos em canais obturados com cimentos a base de eugenol ou não. Material e método: 60 incisivos centrais e caninos superiores, com raízes retas tiveram a porção coronária removida. O tratamento endodôntico foi padronizado e os condutos radiculares obturados com guta-percha, sendo 30 com cimento N-Rickert (A) e outros 30 com AH Plus (B). Após preparo padronizado dos condutos, pinos pré-fabricados metálicos Parapost foram cimentados de acordo com um dos seguintes grupos (n = 6): (1) Scotchbond Multi-Uso Plus (SBMU) autopolimerizado + Rely X ARC (RX) sem fotoativação; (2) SBMU + RX com fotoativação; (3) Single Bond + RX com fotoativação; (4) Rely X Luting; (5) fosfato de zinco. Os espécimes foram armazenados em água (24 h; 37ºC) e então submetidos ao teste de tração (0,5 mm/min). Resultados: valores em MPa (média ± DP) (letras em destaque, p < 0,05): Grupo (A1) 29,98ab ± 6,07; (A2) 28,26b ± 6,28; (A3) 24,76a ± 7,06; (A4) 21,96a ± 6,35; (A5) 22,69a ± 6,52; (B1) 25,65ab ± 8,86; (B2) 32,95b ± 8,46; (B3) 20,81a ± 3,91; (B4) 22,52a ± 7,44; (B5) 20,33a ± 5,26. Os cimentos endodônticos não foram significativamente diferentes, bem como sua interação com os cimentos de fixação dos pinos. O SBMU + RX apresentou melhores resultados que os demais cimentos, especialmente quando fotoativado.

O uso de cimento endodôntico com ou sem eugenol não influenciou na retenção dos pinos intra-radiculares, e esta ainda depende do tipo de cimento. O cimento resinoso usado não depende da fotoativação, mas do tipo de adesivo.

 Ic129 

Compatibilidade adesiva entre compósitos restauradores, fotopolimerizáveis, de diferentes matrizes orgânicas

TINOCO, S. G.*, MENDONÇA, J. O., COSTA, K. T., SANTOS, C. F., SILVA, E. M.

Dentística - Universidade Federal Fluminense.

A confecção de restaurações com compósitos fotopolimerizáveis envolve a utilização de materiais com características ópticas semelhantes ao esmalte e a dentina. A maioria dos compósitos disponíveis no mercado possui o Bis-GMA como matriz orgânica, no entanto, materiais mais modernos apresentam novas formulações em suas matrizes. O objetivo deste trabalho foi avaliar a compatibilidade entre compósitos com matrizes orgânicas distintas. Incisivos bovinos com a superfície oclusal aplainada e com uma cavidade em seu centro, foram embutidos em resina de poliéster. As cavidades foram preenchidas com o compósito Z250 [matriz Bis-GMA e Bis-EMA (3M)], cobertas com uma lamínula de microscópio (1,0 mm), fotopolimerizadas por 40 s e divididas em três grupos (n = 10). Em cada grupo, sobre a resina Z250, foram construídos cilindros com 2 mm de altura e 3 mm de diâmetro com os seguintes materiais: Grupo I - Z250 (controle), Grupo II - Definite [matriz Ormocer (Degussa)] e Grupo III - Solitaire [polímero vitróide multifuncional (Heraeus Kulzer)]. Após armazenagem em água a 37ºC/7 dias, os espécimes foram submetidos a teste de resistência adesiva por cisalhamento em máquina de ensaios EMIC, modelo DL 10000 (50 kN/0,5 mm/min). Os resultados obtidos foram (MPa): Grupo I (24,59 ± 7,79), Grupo II (17, 21 ± 4,35) e Grupo III (20,26 ± 5,53). A análise de variância e teste de Tukey mostraram diferença estatística significante (p < 0,05) entre os Grupos I e II.

Com base nos resultados pode-se concluir que o compósito Definite apresentou desempenho inferior quando aplicado sobre o compósito Z250.

 Ic130 

A potencialidade genotóxica dos clareadores dentais caseiros: é seguro utilizá-los?

ZOUAIN, T. R. F.*, DIAS, K., MOLINARO, A., MATTOS, J., ZOUAIN-FERREIRA, S.

Dentística Restauradora - Universidade Severino Sombra. E-mail: szouain@uol.com.br e zouain@vento.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a genotoxidade de 4 agentes clareadores dentais, Insta-Brite, Karisma, Opalescence e Whiteness, todos a 10%, amplamente utilizados pela população e por profissionais indiscriminadamente. A exposição dos seres vivos a agentes físicos e químicos, como os clareadores dentais, pode produzir lesões celulares, incluindo o material genético. Verificamos o efeito dos clareadores dentais sobre a molécula de DNA. Para tanto, 40 amostras de DNA de plasmídeo (200 ng) foram incubadas com 2 diferentes concentrações destes clareadores Insta-Brite (2,5 mg - 76 mg/ml), Karisma (0,34 mg - 10 mg/ml), Opalescence (5 mg - 151 mg/ml), Whiteness (2,5 mg - 76 mg/ml), durante 40 minutos. O cloreto estanoso (SnCl2 200 mg/ml), um agente produtor de ERO (espécies reativas de oxigênio), já descrito na literatura, foi utilizado como controle positivo. Todas as amostras foram submetidas à eletroforese em gel de agarose (0,8%). A seguir, o gel foi corado com brometo de etídeo, visualizado em transluminador de luz ultravioleta e o resultado registrado em foto.

Na análise dos resultados do tratamento de DNA isolado de plasmídeo constatou-se que os produtos testados foram capazes de promover alteração da mobilidade eletroforética em gel de agarose da preparação de DNA. Esse efeito foi mais intenso para o Insta-Brite e, com menor importância para o Karisma. Esse achado, mais uma vez reforça a potencialidade genotóxica (alteram o DNA) para os clareadores dentais. (Apoio financeiro: CAPES/UERJ/USS.)

 Ic131 

Efeito da armazenagem em água na adesão à dentina de dois sistemas adesivos

NOGUEIRA, C. C. G.*, SANTOS, G. B., COVIELLO, R. C., GUIMARÃES, J. G. A., SILVA, E. M.

Dentística - Universidade Federal Fluminense. E-mail: ccgn@ig.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do tempo de armazenagem em água na eficiência dos adesivos Bond 1 (Jeneric/Pentron) e Clearfil SE Bond (Kuraray). Os adesivos foram aplicados, segundo as recomendações dos fabricantes, em superfícies dentinárias preparadas com lixa de SiC, 220 e 600, na oclusal de molares extraídos por indicação ortodôntica. Para cada adesivo foram produzidos dois grupos (n = 10): grupos I e II (Bond 1) e grupos III e IV (Clearfil SE Bond) . Após o procedimento adesivo foram confeccionados cilindros de resina composta Tetric Ceram A3 (Vivadent) (Æ = 3,0 mm x h = 2,0 mm), no centro das superfícies dentinárias, e os espécimes foram armazenados em água destilada a 37ºC. Os espécimes foram submetidos a ensaio de resistência adesiva por cisalhamento em máquina de ensaios Emic, modelo DL 10000, com célula de carga de 50 kN à velocidade de 0,5 mm/min. Nos grupos I e III o ensaio foi realizado após sete dias de imersão e nos grupos II e IV após seis meses. Os resultados obtidos (média e desvio padrão) foram (MPa): grupo I (13,14 ± 4,7), grupo II (9,68 ± 5,3), grupo III (18,66 ± 6,7) e grupo IV (18,19 ± 4,1). Os valores originais foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey (5%), sendo observada diferença estatística significante (p < 0,05) para o fator adesivo.

Com base nos resultados pode-se concluir que o adesivo Clearfil SE Bond foi superior ao Bond 1 e que o tempo de armazenagem não interferiu no desempenho dos materiais.

 Ic132 

Influência da fotoativação por LED e luz halógena na resistência flexural de várias resinas compostas

JAÑA, B. C.*, SANTOS, M., CORRÊA, I. C.

Dentística - Universidade Gama Filho. E-mail: familiajana@ajato.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a eficiência da fotoativação com LED na resistência flexural de resinas compostas, comparando-a com a fotoativação convencional com luz halógena. Corpos-de-prova (n = 10) foram confeccionados em forma de barra (ISO 4049), em matriz da aço inoxidável, com as resinas (cor A2): Z250 e A110, Tetric Ceram (TC), Solitaire (ST) e Durafill (DF), Esthet-X (EX) e Definite (DT). A fotoativação com LED (Ultrablue, DMC) e com luz halógena (Optilux 401, Demetron) foi executada por 40 s. Após a fotoativação, os espécimes foram mantidos em água destilada a 37ºC/24 h. O teste de flexão em 3 pontos (ISO 4049), foi realizado em máquina universal de teste Instron 4442, com 0,5 mm/min. Após a ruptura, os valores (MPa) foram tratados pela análise de variância e teste de Tukey para as médias. A Z250 obteve os maiores valores (p < 0,001) para o LED - 149 (12,5) e Halógeno -145 (11,2). Para TC, EX, ST, DF, A110, DT, (p = 0,91), não houve diferença estatística entre as médias halógena e LED. Na 1ª os resultados foram 104 (9,2); 105 (11,4); 96 (6,4); 60 (2,1); 64 (4,5); 101 (4,6) respectivamente. Na 2ª foram: 149 (12,5); 101 (6,7); 98 (6,2); 59 (3,1), 67 (4,7); 70 (3,8), respectivamente. Porém quando ativada por LED, a Definite mostrou menor resistência (p < 0,001). As resinas A110 e Durafill obtiveram os menores valores (p < 0,001).

Nas resinas testadas, a fotoativação com LED foi tão eficiente quanto a convencional halógena. Apenas na resina Definite, onde há fotoiniciadores de absorção espectral próximo ao ultravioleta (± 400 nm), a fotoativação com LED não foi efetiva.

 Ic133 

Avaliação quantitativa e qualitativa da composição mineral de dentes humanos e bovinos

BARRETO, L.*, LAMAS, A., ROSAR, J. V., CARVALHO, R. V., DEMARCO, F. F.

Dentística Restauradora e Endodontia - Universidade Federal de Pelotas. E-mail: leticiasbarreto@ig.com.br

A evolução acelerada dos materiais odontológicos e o alto custo das avaliações clínicas conduz a necessidade de avaliações laboratoriais. Limitações éticas e a pouca disponibilidade de dentes humanos tem levado ao uso, principalmente, de dentes bovinos. Porém, diferenças nos achados entre dentes bovinos e humanos tem sido relacionadas a composição dos mesmos. O objetivo do estudo foi avaliar quantitativamente e qualitativamente a composição mineral de molares humanos e incisivos bovinos. Na avaliação quantitativa 5 espécimes de cada foram selecionados. Os dentes foram pesados úmidos em balança analítica e a seguir secos à 110ºC por 24 h para evaporar a água e obter o peso a seco. Os dentes foram calcinados a 600ºC, obtendo-se a porção inorgânica na forma de óxidos não voláteis. Na análise qualitativa, amostras de esmalte, dentina superficial e profunda de dentes humanos e bovinos foram calcinadas e posteriormente moídas. As amostras sofreram digestão química, sendo os teores dos elementos Ni, P, Ca, Mg e K avaliados através da espectrofotometria de absorção atômica. A análise quantitativa demonstrou que os teores de matéria seca foram 81,38% (± 0,39) nos bovinos e de 89,66 (± 2,08) nos humanos. O valor das cinzas em base seca para os bovinos foi de 81,40% (± 0,43) e 81,65 (± 0,65) para os humanos.

Na análise qualitativa foi verificado que a porcentagem dos diferentes minerais avaliados nos 3 substratos foram similares nos dentes humanos e bovinos. Os dentes bovinos e humanos apresentaram similaridade de composição mineral. (Apoio: FAPERGS.)

 Ic134 

Avaliação da concentração de flúor em 14 águas engarrafadas comercializadas no município de Pelotas - RS

CARVALHO, R. V.*, LUND, R. G., LIMA, F. G., DELPINO, F. A. B., DEMARCO, F. F.

Odontologia Restauradora - Universidade Federal de Pelotas. E-mail: carvalhodonto@ig.com.br

Como medida preventiva à cárie dental, o método de maior eficácia em termos de saúde coletiva ainda é a fluoretação da água de abastecimento público, principalmente em países em desenvolvimento. Porém há um incremento cada vez maior de marcas comerciais de águas engarrafadas devido a maior preocupação com a qualidade da água a ser ingerida. No entanto, poucos trabalhos têm avaliado a qualidade destas águas, com relação ao flúor existente. O objetivo desse estudo foi avaliar o conteúdo de flúor em águas engarrafadas. Foram adquiridas no comércio de Pelotas 14 marcas de águas engarrafadas: Da Guarda, Fonte Ijuí, Fratelli Vita e Charrua (com e sem gás); Nestlé Pure Life e Evian (sem gás); Sarandi, Rainha, Frioba e Bonanza (com gás). As amostras foram analisadas em triplicata, cada uma com 9 ml da água e 1 ml de TISAB III. Para a mensuração do flúor foi utilizado o método eletrométrico, através de um potenciômetro microprocessado (NA 2000), com eletrodo seletivo para fluoreto. Os dados foram avaliados pelo software analisador de íons do Departamento de Bioquímica da UFPel. Foi observado que as concentrações de flúor indicadas nos rótulos não são feitas na forma iônica, os valores encontrados não coincidiram com os rotulados e em outras o valor não estava especificado. Algumas marcas apresentaram valores que oferecem risco a fluorose dental: Sarandi (1,04 ppm) e Charrua sem gás (1,97 ppm) e com gás (3,13 ppm).

Foi concluído que há necessidade de regulamentação dos teores adequados de flúor das águas engarrafadas, uma vez que algumas delas podem causar risco de fluorose.

 Ic135 

Estudo comparativo das fontes de luz LED e halógena: análise da microdureza superficial

SANTOS, M.*, JAÑA, B. C., CORRÊA, I. C.

Dentística - Universidade Gama Filho. E-mail: mabel@ajato.com.br

Vários fotopolimerizadores à base de LED (“Light Emitting Diode”) têm sido introduzidos no mercado nacional com o objetivo de substituir as tradicionais unidades de luz halógena. A eficiência desses novos fotopolimerizadores pode ser analisada através da microdureza superficial de materiais resinosos. Este estudo visa avaliar a microdureza Knoop de uma resina composta fotoativada por luz LED e halógena. Corpos-de-prova cilíndricos (Æ = 5 mm e h = 2 mm) foram confeccionados com resina Z250 (A3) e fotoativados por duas unidades LED - LEC-470 (MMOptics) e UltraBlue (DMC) e pela unidade halógena Optilux 401 (Demetron) por 40 s e 60 s em apenas um dos lados. Em água destilada 37ºC/24 h, cinco leituras foram feitas em 3 cps, para cada condição experimental, em durômetro Micromet 2003 (100 g/15 s), na superfície próxima a emissão de luz e na oposta. Os resultados foram submetidos a análise de variância e teste de Tukey (média/dp). Após 40 s no lado ativado: o LEC apresentou 97 (8,3); UB 123 (6,5); OPT 129 (7,5). Após 60 s apresentaram os seguintes valores: 67(7,4); 120 (5,3); 124 (10,8), respectivamente. Em contrapartida após 40 s o lado oposto apresentou: LEC 90 (4,4); UB 118 (4,8); OPT 119 (11,2). Após 60 s apresentou os seguintes valores 68 (18,4); 116 (8,6); 119 (13,1), respectivamente.

Os valores de microdureza obtidos pelas unidades UltraBlue e Optilux 401 foram estatisticamente semelhantes (p = 0,79). Contudo, a fotoativação com LEC 470 gerou valores menores (p < 0,001) em todas as condições testadas. Para a resina testada, a polimerização com LED se mostrou eficiente quando comparada à luz halógena.

 Ic136 

Diagnóstico de cárie oclusal com o laser DIAGNOdent: uma comparação in vitro com exame clínico e exame radiográfico

GUEDES, M. F.*, CRUZ, A. C. R. M., ARAÚJO, R. M., BORGES, A. B.

Odontologia Restauradora -  Universidade Estadual Paulista.  E-mail: melguedes@bol.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar a validade do laser DIAGNOdent em comparação com outros dois métodos para diagnóstico de cárie oclusal: exame clínico e radiográfico. Foram selecionados 143 dentes humanos (67 pré-molares e 76 molares), que apresentavam superfícies oclusais hígidas ou com cárie incipiente. Após profilaxia e secagem dos dentes, dois avaliadores (A1 e A2) realizaram os testes independentemente. Foram realizados cortes no sentido vestíbulo-lingual dos dentes para avaliação em microscopia de luz polarizada, utilizada como padrão-ouro. Os valores de sensibilidade (S) e especificidade (E) foram calculados para todos os métodos avaliados e para cada avaliador (exame clínico: S1 = 42%, E1 = 98% e S2 = 52%, E2 = 88%; exame radiográfico: S1 = 3%, E1 = 93% e S2 = 3%, E2 = 95%; DIAGNOdent: S1 = 85,5%, E1 = 18,5% e S2 = 82,5%, E2 = 20%); sendo que para o DIAGNOdent foram traçadas curvas ROC diferentes para cada examinador. Aplicou-se o teste estatístico Cohen’s kappa para avaliação da concordância interexaminadores, com acordo substancial para o exame clínico (k = 0,647) e acordo quase perfeito para os exames radiográfico (k = 0,826) e DIAGNOdent (k = 0,834). A concordância intra-examinadores quanto à decisão de tratamento, antes e após a realização dos testes, foi calculada pela estatística McNemar, havendo mudança significativa entre as decisões (A1: c² = 10,08 e A2: c² = 12,07).

Concluiu-se que o DIAGNOdent poderia ser utilizado como método complementar no diagnóstico de cáries oclusais incipientes, desde que se tenha uma boa compreensão de seu funcionamento e de suas limitações.

 Ic137 

Liberação de fluoretos em materiais ionoméricos – eletrodo específico

SOARES, V. O.*, OLIVEIRA, M. T.

Materiais Dentários - Universidade do Sul de Santa Catarina. E-mail: missek@globo.com

O objetivo deste trabalho foi avaliar a liberação de fluoretos em diferentes materiais ionoméricos. Utilizou-se cinco amostras para cada material avaliado. As análises foram realizadas um e quinze dias após a sua confecção, permanecendo num recipiente opaco e hermeticamente fechado em 20 ml de água deionizada a qual era realizada a cada 24 horas. Os resultados apresentaram diferença estatística significante entre os grupos, sendo a liberação de fluoreto maior para o material Vitremer (3M) seguido pelo Freedom (SDI) e Compomer LC (Stern Implamed) para ambos os intervalos de tempo. Os resultados foram avaliados pelo teste de Tukey e ANOVA “one” e “two-way” ao nível de 5%.

Os materiais Vitremer e Freedom apresentaram liberação de fluoretos em todos os períodos da análise, o que não aconteceu para o material Compomer LC . O Vitremer apresentou maior liberação que os demais em qualquer intervalo de tempo.

 Ic138 

Avaliação da intensidade de luz emitida por aparelhos fotopolimerizadores na cidade de João Pessoa

FERNANDES, M. A., MORAIS, K. A.*, SOARES, G. M., UCHOA, R. C.

CCS - Universidade Federal da Paraíba. E-mail: moraisk@bol.com.br

O fotopolimerizador é um aparelho indispensável à realização de restaurações adesivas na clínica odontológica, apresentando influência direta no sucesso clínico a longo prazo das restaurações. A presença de material não polimerizado ou parcialmente polimerizado pode reduzir as propriedades mecânicas do material restaurador, problema este que deve ser eliminado através da emissão de uma adequada intensidade de luz, correto comprimento de onda e apropriado tempo de polimerização. A presente pesquisa avaliou a intensidade de luz emitida por 101 aparelhos fotopolimerizadores de clínicas particulares e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), através do aparelho radiômetro de cura. Os cirurgiões-dentistas foram ainda questionados sobre a marca e o tipo de aparelho, tempo de aquisição, freqüência de uso e de manutenção, tempo de polimerização utilizado, além da intensidade de luz considerada ideal para polimerização. Os resultados revelaram que 34,6% dos aparelhos emitiam intensidade de luz abaixo da recomendada pelos fabricantes, enquanto 54,4% apresentavam quantia de luz excessiva e apenas 7,9% propiciavam a intensidade de luz ideal. 29,7% dos entrevistados detinham conhecimento correto quanto a intensidade de luz para uma adequada polimerização dos materiais adesivos.

Os autores concluíram que o cirurgião-dentista deve ficar atento à manutenção dos aparelhos fotopolimerizadores, pois sua negligência é responsável, em grande parte, pelo insucesso dos procedimentos restauradores.

 Ic139 

Influência da escovação na morfologia superficial do esmalte submetido a um gel clareador

CORRÊA, J. H.*, VALADÃO, V. M., SANTOS, G. B., MONTE ALTO, R. V., SILVA, E. M.

Odontologia - Universidade Federal Fluminense. E-mail: jobhorta@ig.com.br

Este estudo objetivou avaliar, através de microscópio eletrônico de varredura (MEV), o efeito da escovação na morfologia do esmalte humano submetido a um gel clareador (peróxido de carbamida 10%/Whiteness/FGM). Oito pré-molares humanos, foram acondicionados em matrizes individuais e tratados com o clareador (8 h/dia, por 14 dias). Entre os períodos de exposição ao gel, os dentes eram lavados e colocados em saliva artificial (SA) a 37ºC. Após 14 dias, os espécimes foram submetidas ao protocolo padrão de escovação de acordo com os grupos (n = 2): Grupo I - controle (após 2 semanas em SA, sem exposição ao gel); Grupo II - imediatamente após a última exposição ao gel; Grupo III - após 40 min em SA finda a última exposição ao gel; Grupo: IV - após 24 h em SA finda a última exposição ao gel. Em seguida, os dentes foram seccionados no sentido mésio-distal e preparados para análise em MEV (JEOL JSM 5800). As imagens mostraram que, à exceção do grupo controle, a escovação provocou alteração na morfologia superficial do esmalte com o aparecimento de riscos e desorganização estrutural.

Com base nos resultados conclui-se que a escovação, após o ciclo de clareamento com peróxido de carbamida 10%, levou a alterações superficiais no esmalte independente do momento da escovação.

 Ic140 

Avaliação radiográfica da espessura de adesivos na parede cervical de cavidades classe II utilizados com e sem matriz

WALTERMANN, E.*, FRONZA, L., BALDISSERA, R. A., BUENO PINTO, A., ROSA, M. S., FREDRICH, A. L.

Odontologia Restauradora - Universidade Federal de Pelotas. E-mail: baldis@terra.com.br

Para realizar este trabalho in vitro foram utilizados 30 molares humanos extraídos e que receberam dois preparos de classe II cada um. Os materiais utilizados foram os adesivos Single Bond (SB) e Scotchbond Multi-Uso (SBMU) e a resina Z250, todos da 3M. Os dentes foram divididos em 5 grupos ficando 12 restaurações em cada: G1- restaurações realizadas sem sistema adesivo; G2- Single Bond aplicado antes da colocação da matriz; G3- Single Bond aplicado após colocação da matriz e cunha; G4- como o G2 mas com SBMU; G5- como o G3 mas com SBMU. Todos os materiais foram utilizados de acordo com instruções dos fabricantes e as restaurações realizadas com os dentes montados em manequim, utilizando matriz de aço e cunhas de madeira. Depois de prontas, foram radiografadas pela técnica interproximal, com películas Agfa Dentus M2 e reveladas em processadora automática. As imagens foram analisadas por dois observadores calibrados projetando as radiografias em “zoom” máximo num projetor Kodak. Os resultados foram submetidos a teste estatístico de Kruskal-Wallis e mostraram que a imagem radiolúcida observada nos grupos 4 e 5 foram significativamente diferentes do G1 e G2 e que o G3 também foi diferente do G2.

Baseado nos resultados podemos concluir que: houve diferença entre a espessura dos dois adesivos sendo que o SBMU, utilizado com e sem a presença da matriz, mostrou uma imagem radiolúcida maior do que o Single Bond; a matriz exerceu influência apenas com o Single Bond, que mostrou uma área radiolúcida significativamente maior quando aplicado com a matriz em posição.

 Ic141 

Influência do tempo de condicionamento ácido na adesão porcelana/cimento resinoso

SANTOS, F. A. M., SALAMI, T. M.*, EDUARDO, C. P.

Dentística - Universidade de São Paulo. E-mail: taisms@zipmail.com.br

O objetivo deste trabalho in vitro foi avaliar a influência do tempo de condicionamento ácido na resistência adesiva de porcelana unida por cimento resinoso. 30 amostras de porcelana feldspática (Sistema CEREC) foram condicionadas com ácido fluorídrico a 8% com diferentes tempos de aplicação: grupo A (n = 10) por 30 segundos, grupo B (n = 10) por 2 minutos e 30 segundos e grupo C (n = 10) por 5 minutos. Após o condicionamento, foi disposto silano em todas as amostras. A cimentação de peças de resina constou de sistema adesivo, fotopolimerização por 20 segundos e inserção com cimento resinoso dual (En­force). Após a retirada dos excessos, fotopolimerizou-se por 40 segundos. As amostras foram mantidas por 48 horas em água deionizada e em seguida submetidas ao ensaio de resistência à tração. Os resultados obtidos em MPa foram: grupo A (30,5 ± 5,05), grupo B (27,14 ± 7,6) e grupo C (30,19 ± 7,05). Os valores foram tratados por ANOVA (F = 0,3; p = 0,251) e não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos.

Concluiu-se que os diferentes tempos de condicionamento ácido não influenciaram a adesão entre a porcelana e o cimento resinoso.

 Ic142 

Efeito da técnica restauradora direta e indireta na infiltração marginal de restaurações em compósitos

CELIBERTO, L.*, SOARES, C. J., PIZI, E. C. G., MARTINS, L. R. M., PFEIFER, J. M. G. A.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: lceliberto@aol.com

Este trabalho se propôs a avaliar através da análise por microscopia óptica a adaptação e o selamento marginal de restaurações diretas e indiretas em compósitos. Foram selecionados 30 incisivos bovinos e com preparos parciais expulsivos, com término em dentina (D) ou esmalte (E), e foram restaurados um, pela técnica direta (D), Z250 + Single Bond e o outro pela técnica indireta (I), Solidex (Shofu) (3M) fixada com Rely X + Single Bond (3M). As amostras foram armazenadas em 100% de umidade, a 37ºC por 24 horas. Os dentes foram selados distando 1 mm da margem da restauração, e então imersas em solução de nitrato de prata a 50%, por 6 horas em recipiente isento de luz. Então, foram lavadas e imersas em solução reveladora por 12 horas, exposta a luz fluorescente. Os dentes foram seccionados no sentido mésio-distal e analisados por cinco avaliadores em microscopia óptica de medição (Olimpus, Japão) verificando a penetração do corante em 4 níveis de infiltração. Os valores foram analisados pelo teste de kappa e posteriormente pelo teste de Kruskal-Wallis Os resultados do teste de Kruskal-Wallis foram: DD - 44.400C; ID - 31.700b; DE - 25.300a; IE - 20.600a.

A infiltração marginal em dentina foi sempre maior que em esmalte. A técnica restauradora apresentou melhor resultado que a técnica direta apenas para os preparos com término em dentina.

 Ic143 

Avaliação de dois métodos alternativos na aplicação de dois sistemas adesivos

SANTOS, C. F.*, MONTE ALTO, R. V., SANTOS, G. B., BARCELLOS, A. A. L., SILVA, E. M.

Odontotécnica - Universidade Federal Fluminense. E-mail: fcarlosfs@ig.com.br

A aplicação de sistemas adesivos de acordo com as recomendações dos fabricantes, supostamente, levaria a obtenção de valores maximizados de resistência adesiva. Este estudo objetivou avaliar 2 métodos alternativos às recomendações dos fabricantes para aplicação dos adesivos Gluma One Bond/Heraeus Kulzer (GOB) e Optibond Solo Plus/Kerr (OSP). Superfícies dentinárias foram preparadas, com lixas de SiC nº 220 e 600, nas faces vestibulares de 40 incisivos bovinos incluídos em resina de poliéster. Os dentes foram divididos, aleatoriamente, em 4 grupos (n = 10): Grupos I e II - os adesivos GOB e OSP, respectivamente, foram aplicados de acordo com as recomendações dos fabricantes; Grupo III - o adesivo GOB foi aplicado de forma ativa (2 camadas consecutivas esfregadas durante 15 s) e Grupo IV - o adesivo OSP foi aplicado passivamente (deixado 15 s sobre as superfícies dentinárias). Cilindros de resina composta Tetric Ceram (Vivadent) com 2 mm de altura e 3 mm de diâmetro foram confeccionados no centro das superfí­cies adesivas. Os espécimes foram armazenados em água destilada (7 dias a 37ºC) e submetidos a teste de resistência adesiva, por ensaio de cisalhamento (célula de carga de 50 kN à velocidade de 0,5 mm/min). Os resultados obtidos (média e desvio padrão) foram (MPa): Grupo I = 12,4 ± 3,89; Grupo II = 15,78 ± 3,95; Grupo III = 13,47 ± 2,29; Grupo IV = 13,09 ± 3,86. O teste de análise de variância mostrou não haver diferença estatística significante entre os grupos.

Concluiu-se que os métodos de aplicação alternativos não interferiram no desempenho dos sistemas adesivos avaliados.

 Ic144 

Avaliação da microdureza de um cimento resinoso dual

SANTOS, F. A. M., OLIVEIRA, M. F.*, EDUARDO, C. P.

Dentística - Universidade de São Paulo. E-mail: marcellaesteves@hotmail.com.br

Este estudo in vitro objetivou avaliar a dureza de um cimento resinoso dual (Rely X - 3M) em diferentes formas de polimerização: química, fotopolimerizado sem anteparo, fotopolimerizado com anteparo de porcelana. 36 amostras foram confeccionadas sobre uma matriz metálica de aço inoxidável (4 mm de diâmetro, 2 mm de profundidade). Após a espatulação o cimento foi colocado na matriz e recoberto por uma lâminula de vidro para regularizar a superfície de análise. No grupo A (n = 12), uma fonte fotopolimerizadora (intensidade média de 450 mW/cm2) foi aplicada por 30 segundos, e no grupo B (n = 12) idem ao grupo A, colocando-se sobre a amostra um anteparo em porcelana com espessura de 2 mm. As amostras do grupo C (n = 12) foram mantidas no escuro até a execução do teste de dureza. Após 15 minutos, o teste de microdureza Vickers foi aplicado como forma de determinação indireta do grau de conversão do cimento resinoso. Os resultados obtidos em número de dureza Vickers foram: grupo A (43,00 ± 3,88); grupo B (40,66 ± 5,29) e grupo C (36,72 ± 6,13). Os resultados originais foram submetidos à análise de variância (F = 13,1; p = 0,00) e ao teste de Tukey (p < 0,05), ocorrendo uma diferença estatisticamente significante entre grupos A, B e o grupo C.

Concluiu-se que a ausência de fotopolimerização influiu negativamente na dureza superficial do cimento resinoso Rely X.

 Ic145 

Avaliação da adaptação cervical dos compósitos P60 E Z250 em cavidades classe II com término em dentina

PAES, T. T. B.*, MENDES, L. M., ANDRADE FILHO, H. A.

Dentística Restauradora - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: tathianatbpaes@hotmail.com

Objetivos: avaliar e comparar in vitro o comportamento de dois compósitos: um condensável (P60 - 3M) e outro convencional (Z250 - 3M) em relação à adaptação cervical em cavidades classe II com término em dentina. Materiais e Método: 40 cavidades classe II do tipo “slot” foram preparadas em 20 molares humanos nas faces mesial e distal. Os espécimes foram divididos em 4 grupos: Grupo I-A P60 + fotoativação convencional; Grupo I-B P60 + fotoativação gradual; Grupo II-A Z250 + fotoativação convencional; Grupo II-B Z250 + fotoativação gradual. Duas técnicas restauradoras foram utilizadas: técnica dos três sítios de Lutz e técnica multi-incremental com incrementos prismáticos. O adesivo utilizado foi Scotchbond Multi-Uso Plus. Os espécimes foram submetidos a infiltração pelo corante nitrato de prata e seccionados para avaliação em lupa estereoscópica através da medição de escores de microinfiltração. Tratamento estatístico: análise de variância e testes de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney.

Conclusões: os dois compósitos apresentaram comportamento semelhante em dentina. A penetração do corante não foi impedida por nenhuma das técnicas restauradoras independente do material utilizado. O Grupo I-B do material P60 com fotoativação gradual apresentou os melhores resultados, porém sem relevância estatística. A fotoativação gradual pareceu influenciar positivamente a dissipação da tensões da contração de polimerização, representada por menores escores de microinfiltração.

 Ic146 

Efeito do peróxido de carbamida a 10% na rugosidade superficial de materiais restauradores

RIBEIRO, F. S. V.*, DUTRA, R. A., VASCONCELOS, W. A., BRANCO, J. R. T.,
ALBUQUERQUE, R. C.

Odontologia Restauradora - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: fvilelarib@yahoo.com

O clareamento dental é um procedimento bastante usado nos dias de hoje. No entanto há poucos trabalhos publicados que relatam os efeitos dos agentes clareadores sobre a superfície dos materiais restauradores. Este estudo tem como objetivo avaliar o efeito do peróxido de carbamida a 10% na rugosidade superficial de amostras feitas de amálgama, resina, compômero e cimento ionomérico. Para cada amostra foram confeccionadas 10 espécimes, 5 controle e 5 experimental. As espécimes foram armazenadas em solução salina a 37ºC sendo que as espécimes experimentais foram submetidas a seções de clareamento de 8 horas diárias por um período de 30 dias enquanto que as controles permaneceram em seu local de armazenamento. A análise da superfície foi feita por um perfilômetro tridimensional o qual analisou uma área de aproximadamente 3 mm2 em cada amostra. Estas imagens permitiram que fosse realizada uma detalhada análise qualitativa. Para a análise quantitativa, foram extraídos das imagens alguns parâmetros numéricos (sPa, sPv e sPsk). A significância estatística destes resultados foi avaliada pelo teste t de Student. Quanto ao sPa (rugosidade média), foi verificado que apenas o cimento ionomérico apresentou uma alteração significativa após o clareamento (alfa = 0,01). Com relação ao sPv (maior profundidade de vale) uma diferença estatisticamente significante foi observada para o amálgama (alfa = 0,05) e para o cimento ionomérico (alfa = 0,01). Finalmente, com relação ao sPsk (irregularidade de superfície) uma diferença estatisticamente significante foi observada apenas para o amálgama (alfa = 0,05).

Concluiu-se, desta forma, que deve-se evitar o contato do peróxido de carbamida a 10% com restaurações de amálgama e cimento ionomérico.

 Ic147 

Avaliação da profundidade de cura de resinas compostas micro-híbridas com dois aparelhos fotopolimerizadores: luz halógena e LED

VIEIRA, L. C. C., BERNARDON, J. K.*, LOPES, G. C.

Dentística - Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: jkbf@bol.com.br

Objetivo: avaliar a profundidade de cura de resinas compostas micro-híbridas fotopolimerizadas com dois aparelhos fotopolimeriadores: luz halógena (H. Ultralux - Dabi Atlante) e LED (L. UltraLED - Dabi Atlante). Métodos: cilindros de resinas compostas (P. Prodigy, Kerr e Z. Filtek Z250, 3M) foram confec­cionados a partir de uma matriz metálica bipartida (4 mm, diâmetro e 6 mm, altura). Cada resina composta foi inserida até o completo preenchimento do cilindro (n = 6). Uma matriz de poliéster foi posicionada sobre a resina composta e a fotopolimerização foi realizada durante 10, 15, 20 e 40 segundos. Em seguida, foram submetidas ao “teste de raspagem” com uma cureta afiada. A espessura do remanescente do cilindro foi medido com um espessímetro e o valor dividido por dois, para a determinação da profundidade de polimerização. Os dados foram analisados com ANOVA III. Resultados: a profundidade de cura média (em mm) foram P10H- 1,1; P15H- 1,3; P20H- 1,4; P40H- 1,5; P10L- 0,9; P15L- 1,16; P20L- 1,18; P40L- 1,4; Z10H- 1,2; Z15H- 1,3; Z20H- 1,4; Z40H- 1,0; Z10L- 1,4; Z15L- 1,7; Z20L- 1,6; Z40L- 2,0. Com o aumento do tempo de fotopolimerização, houve uma tendência para o aumento da profundidade de cura, embora não tenha havido diferença estatística. Não houve diferença significativa na profundidade de cura entre os diferentes aparelhos, nem entre as duas resinas testadas.

Conclusão: os aparelhos fotopolimerizadores testados (LED e luz halógena) propiciam similar capacidade de polimerização das resinas compostas micro-híbridas.

 Ic148 

Influência de dois tratamentos dentinários após contaminação por saliva e/ou sangue na adesão à dentina bovina

COVIELLO, R. C.*, PIMENTEL, L. M. N., SANTOS, G. B., SILVA, E. M., GUIMARÃES, J. G. A.

Dentística - Universidade Federal Fluminense. E-mail: coviello@terra.com.br

Este estudo objetivou avaliar a resistência adesiva em dentina bovina contaminada e submetida a 2 métodos de descontaminação previamente à aplicação do sistema adesivo. Após condicionamento com H3PO4 a 37% (15 s) das superfícies dentinárias, 3 tipos de contaminação foram realizadas: 5 s com saliva; 5 s com uma solução de saliva e sangue; nenhuma contaminação (controle). A descontaminação foi realizada por meio de lavagem com H20 destilada por 15 s ou lavagem com H20 destilada por 20 s associada a posterior recondicionamento ácido. Dois adesivos – One Coat Bond (Coltène) e PQ1 (Ultradent) – foram utilizados para hibridização da dentina, sobre a qual um cilindro (d = 3 mm x h = 2 mm) de resina composta micro-­híbrida (Tetric Ceram/Vivadent) foi confeccionado. Para cada condição experimental foram realizadas 8 repetições e os espécimes foram submetidos ao teste de resistência adesiva por cisalhamento (DL10000/Emic/50 kN/v = 0,5 mm/min). Os dados foram submetidos à análise de variância e os resultados mostraram que tanto os tipos de contaminação como os métodos para descontaminação testados não mostraram diferença estatística significante (p = 0). Por outro lado, quando o adesivo One Coat Bond foi empregado, os valores médios de resistência adesiva (19,13 ± 5,19 MPa) foram significantemente supe­riores (p < 0,01) aos do PQ1 (10,17 ± 4,29 MPa).

Concluiu-se que os métodos de descontaminação propostos foram eficazes e que, quando utilizado o adesivo One Coat Bond a resistência adesiva mostrou-se superior em relação ao uso do PQ1.

 Ic149 

Avaliação de diferentes técnicas restauradoras com resina composta em cavidades classe II: microinfiltração

COSTA, J. A.*, FRANCCI, C., PEREIRA, F. P.

Materiais Dentários - Universidade de São Paulo. E-mail: gokusky@uol.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar diferentes técnicas restauradoras para resina composta, em cavidades classe II, por meio de microinfiltração. Foram preparadas cavidades mésio- e disto-oclusais em 30 molares humanos (60 cavidades). Os dentes foram organizados em 10 grupos (n = 6), sendo 5 com ângulo cavo-superficial em esmalte e outros 5 em dentina. As técnicas restauradoras empregadas foram: (1) incremental; (2) resina composta com “inserts” cerâmicos (b-quartz, Lee Farmaceutics); (3) resina composta autopolimerizável (Bisfil 2B, Bisco) na caixa proximal e fotopolimerizável na oclusal; (4) resina composta com “inserts” de resina composta pré-polimerizada; e (5) matriz de compósito. O adesivo utilizado foi o One Step, a resina composta o Pyramid (Bisco) e a resina composta autopolimerizável a Bisfil 2B (Bisco). Os dentes foram termociclados (700 X, 5-55ºC, 1 min por banho), corados por nitrato de prata a 50%, seccionados e avaliados em lupa. Resultados em mm (média ± DP). Esmalte: Grupo (1) 770,3a ± 340,6; (2) 622,0a ± 368,6; (3) 581,7a ± 391,4; (4) 1645,8b ± 181,4; (5) 850,7a ± 175,0. Dentina: Grupo (1) 413,2a ± 354,0; (2) 649,8a ± 252,8; (3) 734,2a ± 317,6; (4) 1.344,7b ± 308,7; (5) 746,2a ± 159,9 (letras em destaque, p < 0,05). Apenas a técnica com “inserts” de resina composta pré-polimerizada mostrou maior microinfiltração em esmalte e dentina.

Nenhuma técnica restauradora selou completamente as interfaces esmalte e dentina cervicais. Todas as técnicas foram semelhantes entre si, com exceção da com “inserts” pré-polimerizados de resina composta, que apresentou maior infiltração em esmalte e dentina.

 Ic150 

Influência do protocolo de fotoativação na profundidade de polimerização de um compósito restaurador

PIMENTEL, L. M. N.*, MONTE ALTO, R. V., COVIELLO, R. C., SANTOS, G. B., SILVA E. M.

Dentística - Universidade Federal Fluminense. E-mail: leonardompimentel@ig.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar, através do número de dureza Vickers - NDV, a influência do protocolo de fotoativação na profundidade de polimerização do compósito P60 (3M). Foram confeccionados 10 espécimes inseridos, em incremento único, em uma matriz de alumínio com canaletas semicirculares de 2 mm de diâmetro, com graduação lateral e fundo de escala de 0,5 mm. Os espécimes foram divididos em 2 grupos (n = 5) de acordo com o seguinte protocolo de fotoativação: Grupo I - Convencional (600 mW/cm2/40 s) e Grupo II - Softstart (300 mW/cm2/20 s + 600 mW/cm2/20 s). Após armazenagem em água destilada (37ºC/7 dias), foi mensurado o número de dureza Vickers em todos os espécimes, com três penetrações a cada 0,5 mm de profundidade (carga de 50 g/15 s). Os resultados obtidos foram submetidos a análise de variância e teste de Tukey (5%). Os valores médios do NDV foram: Grupo I - 0,5 mm (87,3)a, 1,0 mm (72,2)a, 1,5 mm (68,3)b, 2,0 mm (65,6)b, 2,5 mm (63,0)b, 3,0 mm (58,2)b, 3,5 mm (52,2)c e 4,0 mm (46,4)c; Grupo II - 0,5 mm (75,1)a, 1,0 mm (64,3)b, 1,5 mm (63,1)b, 2,0 mm (55,3)b, 2,5 mm (52,4)b, 3,0 mm (47,8)c, 3,5 mm (41,7)c e 4,0 mm (37,1)c. Houve diferença estatística significante (p < 0,05) entre os valores marcados com letras diferentes.

Concluiu-se que houve decréscimo na polimerização do compósito P60 em profundidades superiores a 1,0 mm com a técnica convencional e a 0,5 mm com a Softstart.

 Ic151 

Análise do potencial hidrogeniônico de sistemas adesivos após fotopolimerização

GOMES, D. O.*, ISHIY, E., PARAÍSO, M. C. C. S., FREITAS, T. M., PEREIRA, K. L., SILVA, C. H. V., SILVA, V. L., SILVA, J. E.

Prótese e Cirurgia Buco-Maxilo-Faciais - Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: diego79@bol.com.br

A proposta deste estudo foi avaliar o potencial hidrogeniônico liberado por dois sistemas adesivos convencionais e um autocondicionante, antes e após fotopolimerização. A mensuração foi realizada em pHmetro (Potassium Ion e OP-265/Radelkis) calibrado com tampões de acetato pH 7,0 e 4,0. Foram preparadas soluções de água bidestilada e deionizada (5 ml), com 2 gotas dos sistemas adesivos: Single Bond 3M - m = 0,044 g; Prime & Bond NT - massa (m) = 0,030 g; Clearfil SE Bond - m = 0,044 g; Clearfil SE Prime - m = 0,042 g; e Clearfil SE Bond (1 gota) + Clearfil SE Prime (1 gota) - m = 0,043 g. As massas foram verificadas em balança de precisão (AND HR-120). O estudo foi composto pelos grupos: 1- controle (água bidestilada e deionizada - pH = 5,03); 2- Single Bond 3M; 3- ­Prime & Bond NT; 4- Clearfil SE Bond; 5- Clearfil SE Prime; e 6- Clearfil SE Bond + Clearfil SE Prime. Os grupos 2, 3, 4, 5 e 6 ainda apresentaram subgrupos A, B e C (A = não-fotopolomerizados, B = fotopolimerizados por 40 s e C = fotopolomerizados segundo as recomendações do fabricante). A aferição do pH foi feita a cada hora durante 6 horas, e após 12, 24 e 48 horas para os sistemas adesivos nos subgrupos mencionados. Os resultados evidenciaram os valores médios de pH: G2- A = 3,85; B = 4,05; C = 3,99; G3- A = 3,16; B = 3,20; C = 3,20; G4- A = 3,26; B = 3,74; C = 3,63; G5- A = 2,70; B = 2,75; C = 2,69; G6- A = 2,86; B = 2,96; C = 2,90. Não houve diferenças significativas estatisticamente.

No período de avaliação, os sistemas adesivos testados evidenciaram uma liberação hidrogeniônica semelhante entre si, havendo tendência de elevação do pH após a fotopolimerização.

 Ic152 

Avaliação do nível de ruído produzido por canetas de alta rotação de duas marcas comerciais

BRITO, F. M. C.*, DIAS, L. O., ALMEIDA, Y. M. E. M., ALMEIDA, M. A. B., MESQUITA, M. F.

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - Universidade de Uberaba. E-mail: faustocastelar@bol.com.br

Este estudo avaliou os níves de ruído produzidos por canetas de alta rotação de duas marcas comerciais, em dois momentos.  Foram avaliadas 40 canetas de alta rotação, com vida média de 3 anos, 20 marca KaVo (modelo 625) e 20 Dabi (modelo MS 350). A quantificação do nível de ruído foi realizada com auxílio de um decibelímetro Instrutherm® (com memória de 16 Kb e extensão de leitura de 30 dB até 130 dB), posicionado próximo ao ouvido direito do operador, a distância de 30 cm da extremidade da caneta. A mensuração foi realizada em dois momentos distintos: durante funcionamento livre (FL) e durante operação de corte (FC), realizada em dentes bovinos. As canetas foram acionadas durante um período de 30 segundos sendo realizadas neste período, 15 leituras consecutivas em intervalos de 2 segundos. A média aritmética das leituras correspondeu ao nível de ruído em decibéis (dB) para cada caneta testada. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Newman-Keuls com nível de significância mínimo de 5%. A análise estatística indicou diferença entre os grupos testados, sendo as médias produzidas pelas canetas de alta rotação marca KaVo (72,23 e 72,57 dB) inferiores estatisticamente (p < 0,01) aos da marca Dabi (76,43 e 76,68 dB) em ambas situações, funcionamento livre e operação de corte, respectivamente.

Dentro das limitações deste estudo, as canetas de alta rotação da marca KaVo modelo 625 produziram níveis de ruído inferiores aos das canetas de alta rotação da marca Dabi modelo MS 350.

 Ic153 

Avaliação da microinfiltração marginal de um adesivo autocondicionante submetido a diferentes pressões intrapulpares

NASCIMENTO, A. B. L., TEIXEIRA, H. M., PAES, A. C., CARACIOLO, A. R. S., VASCONCELOS GOMES, E.*, DONATO, L. M. A.

Profissionalizante - Sociedade Caruaruense de Ensino Superior. E-mail: enricovgomes@uol.com.br

A proposta do trabalho foi avaliar a influência de diferentes pressões intra pulpares (0, 15 e 30 cm H2O) sobre o grau de microinfiltração marginal restaurados com Clearfil SE Bond (Kuraray) e Z250. Foram utilizados 15 molares humanos e confeccionadas cavidades do tipo classe V, sendo uma vestibular e outra lingual, com término oclusal em esmalte e término cervical localizado em cemento. Em seguida, restaurados com Clearfil SE Bond e Z250. Os dentes foram divididos em 3 grupos: Grupo 1 - sem simulação da pressão intrapulpar (P-0 cm H2O); Grupo 2 - simulação de pressão intrapulpar de 15 cm H2O (P-15 cm H2O) e Grupo 3 - simulação de pressão intrapulpar de 30 cm H2O (P-30 cm H2O). As amostras foram termocicladas 250 vezes (5ºC e 55ºC). Após, os dentes foram mergulhados em solução de azul de metileno a 2% por 48 h para posterior avaliação, obedecendo aos escores: grau 0 - ausência de infiltração; grau 1 - infiltração até 1/3 da parede gengival; grau 2 - infiltração até 2/3 da parede gengival e grau 3 - infiltração a nível da parede axial. Os escores em dentina foram: G1: 1 = 30%; 2 = 30%; 3 = 40%; G2: 0 = 10%; 2 = 10%; 3 = 80%; G3: 0 = 10%; 1 = 10%; 3 = 80%. Em esmalte: G1: 1 = 90%; 3 = 10%; G2: 0 = 80%;1 = 20%; G3: 0 = 60%; 1 = 20%; 3 = 20%. Os resultados foram submetidos à análise estatística de Kruskal-Wallis (5%), demonstrando não haver diferença estatisticamente significante entre os grupos.

Conclui-se que a aplicação de pressão intrapulpar de 15 e 30 cm H2O não interfere no grau de microinfiltração marginal.

 Ic154 

Influência do tratamento de superfície de liga metálica na adesão à dentina

SANTOS, F. A. M., COGA, A.*, EDUARDO, C. P.

Dentística - Universidade de São Paulo. E-mail: acoga@hotmail.com

Este estudo avaliou a resistência adesiva de amostras metálicas (Ni-Cr) condicionadas com diferentes agentes de tratamento de superfície. 40 dentes molares inferiores recentemente extraídos foram distribuídos aleatoriamente, incluídos em resina e desgastados até a exposição da dentina (lixas de granulação 120, 240 e 600 por 30 segundos). A dentina sofreu condicionamento ácido por 20 segundos, lavagem abundante, aplicação de adesivo (Single Bond) e fotopolimerização por 30 segundos. 40 amostras metálicas (Ni-Cr) foram confeccionadas e divididas segundo o tratamento superficial: grupo A (sem tratamento), grupo B (aplicação de silano), grupo C (adesivo dual) e grupo D (“primer” metálico). Todas as mostras foram inseridas sobre a dentina mediadas por cimento resinoso (Resin Cement) e após remoção dos excessos foram fotopolimerizadas por 30 segundos. Após serem mantidas por 24 horas em água deionizada e estufa a 37ºC, as amostras foram submetidas ao ensaio de resistência à tração e os resultados obtidos em MPa foram: grupo A (6,74 ± 2,94); grupo B (8,03 ± 2,24); grupo C (5,76 ± 1,93) e grupo D (7,67 ± 2,82). Os valores obtidos foram submetidos à análise de variância (F = 1,47, p = 0,2383) e não foram encontradas diferença estatisticamente significante entre os grupos.

Concluiu-se que os agentes de tratamento de superfície metálica não influenciaram de forma estatisticamente significante a adesão ao metal.

 Ic155 

Influência da redução do tempo de fotopolimerização sobre o selamento marginal em resinas compostas

SOUZA, F. B.*, PEDROSA GUIMARÃES, R., VICENTE SILVA, C. H., MENEZES FILHO, P. F., CORREIA, M. N.

Prótese e Cirurgia Buco-Faciais - Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: amigofa@zipmail.com.br

Verificou-se a influência do tempo de fotopolimerização por incremento sobre o selamento marginal de três resinas compostas condensáveis e uma híbrida convencional. Oitenta cavidades tipo classe II, com margem cervical em dentina, foram realizadas em 40 molares humanos, sendo 20 cavidades por grupo: G1 controle (Single Bond/3M + Z100/3M); G2 (Gluma One Bond/Kulzer + Solitaire/Kulzer); G3 (Prime & Bond NT/Dentsply + Surefil/Dentsply) e G4 (Single Bond/3M + P60/3M). Cada grupo foi dividido em subgrupo A (fotopolimerização convencional) e subgrupo B (fotopolimerização por 10”/incremento). A intensidade de luz do aparelho fotopolimerizador foi de 550 mW/cm2. Os dentes, após restaurados, foram armazenados em solução fisiológica (24 horas/37ºC), termociclados (125 ciclos/5º-55ºC/15” cada banho), imersos em azul de metileno (24 horas/37ºC), lavados, seccionados e avaliados quanto a penetração do corante em escores de zero (sem infiltração) a 3 (máxima infiltração). O teste de Mann-Whitney não indicou diferença significante entre os subgrupos G1A e G1B para p > 0,05 (z = 1,0596), G2A e G2B para p > 0,05 (z = –0,6623), G3A e G3B para p > 0,05 (z = –0,3402) e G4A e G4B para p > 0,05 (z = –0,5292). Entretanto, através do teste de Kruskal-Wallis, entre os subgrupos G1B, G2B, G3B e G4B existiu diferença significativa para p = 0,01 (y2 = 13,12/H = 13,1186) com melhores resultados para o subgrupo G1B.

Pode-se concluir que a resina híbrida testada é a mais indicada para o emprego com tempo de fotopolimerização reduzido, quando considerado o selamento marginal.

 Ic156 

Pigmentação superficial de compósitos para dentes posteriores submetidos ou não à ciclos de escovação

OLIVEIRA, T. R. V.*, FRANÇA, F. M. G., SANTOS, A. J. S., AGUIAR, F. H. B., LOVADINO, J. R.

Odontologia Restauradora - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: thaatii@bol.com.br

O objetivo deste estudo in vitro foi verificar quantitativamente a pigmentação superficial de três compósitos para dentes posteriores, submetidos ou não a ciclos de escovação. Foram utilizados 120 espécimens cilíndricos com dimensões 4 mm de diâmetro por 2 mm de espessura, divididos em 6 grupos (n = 20): G1- resina P60 (3M Dental Products) com escovação; G2- resina P60 sem escovação; G3- resina Surefil (Dentsply De Trey) com escovação; G4- resina Surefil sem escovação; G5- resina Solitaire 2 (Heraus Kulzer) com escovação; e G6- resina Solitaire 2 sem escovação. Apenas uma face de cada espécimen foi submetida ao ensaio em máquina de escovação, as outras foram protegidas com esmalte para unhas. Os grupos não submetidos à escovação foram armazenados a 37ºC até a avaliação. Após o término dos ciclos de escovação, os espécimes foram imersos em solução corante de azul de metileno a 2% por 12 horas. O esmalte para unhas foi removido e os espécimes foram triturados em moinho para tecidos duros. Ao pó foi adicionado 4 ml de álcool etílico para resgatar o corante. Após a centrifugação, o sobrenadante foi submetido a leitura espectrofotométrica e os dados foram analisados estatisticamente pela ANOVA e teste de Tukey-Kramer (alfa = 0,05). Os resultados mostraram diferença estatística significativa na pigmentação superficial entre as médias (mg/ml) dos compósitos, Solitaire (0,0401)a, Surefil (0,0286)b e P60 (0,0278)b, p < 0,01.

A resina Solitaire 2 pigmentou-se mais do que as resinas P60 e Surefil e os ciclos de escovação não exerceram efeito significativo sobre a pigmentação superficial.

 Ic157 

Avaliação in vitro de um selante de superfície na microinfiltração de restaurações de resina composta classe II

DELFINO, C. S.*, DUARTE JR., S. L. L.

Odontologia Restauradora -  Universidade Estadual Paulista.  E-mail: casincler@hotmail.com

O objetivo desse estudo é avaliar a influência do selante de superfície no controle da microinfiltração marginal (região oclusal e cervical) de restaurações de resina composta classe II, após diferentes métodos de tratamento da superfície. Foram utilizados 60 molares humanos extraídos, isentos de cárie, onde foram realizados preparos classe II padronizados e restaurados com o mesmo tipo de material. Quatro grupos foram obtidos variando apenas a ordem de polimento e aplicação do selante de superfície: G1- apenas polimento (controle), G2- polimento + selante, G3- selante + polimento, G4- selante + polimento + selante. Após o tratamento da superfície os corpos-de-prova foram termociclados, submetidos ao agente traçador de nitrato de prata a 50%, seccionados e avaliados quanto ao grau de penetração do agente traçador, de acordo com os escores definidos. Os resultados obtidos mostraram que a microinfiltração marginal na parede oclusal foi nula, por qualquer um dos procedimentos. Já na parede cervical, os resultados avaliados pelo teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis (nível de significância 5%) mostraram que há evidência estatística de diferença significativa entre os postos médios, sendo G1 = 32,8; G2 = 39,8; G3 = 24,5 e G4 = 24,8. A comparação dos postos médios, dois a dois, levou a uma diferença de microinfiltração apenas entre os grupos G2 e G3 e entre G2 e G4, mas não estatisticamente diferente do grupo controle (G1).

Conclui-se que para restaurações de resina composta classe II, a aplicacão prévia de um selante de superfície, antes do acabamento e polimento, promove um melhor selamento da parede cervical. (Apoio financeiro: FAPESP - processo nº 00/11712-1.)

 Ic158 

Remoção de dentina cariada: estudo comparativo entre Carisolv™ e método convencional

RICKLI, A. C.*, MELO, C. S. A., BERTO, P. M., PAULA, L. M., COSTA, A. M.

Odontologia - Universidade de Brasília. E-mail: annecarol18@hotmail.com

O Carisolv™ é um sistema que visa a remoção seletiva do tecido cariado e o conforto do paciente. O objetivo deste estudo é avaliar, in vivo, a percepção do paciente, efetividade, evolução dos casos e possíveis reações adversas com a utilização do Carisolv™ e com a técnica convencional. Foram selecionados dentes permanentes posteriores de adolescentes e adultos jovens com lesão cariosa aguda e teste de vitalidade pulpar positivo. A amostra (n = 20 dentes) foi dividida igualmente nos grupos G1 e G2, que correspondem à remoção do tecido cariado com o método convencional (brocas e escavadores de dentina) e Carisolv™, respectivamente. O acompanhamento dos casos foi com critérios de exame clínico, radiográfico e teste de vitalidade pulpar no momento do procedimento restaurador, 3 e 6 meses após. Anamnese e questionário também foram realizados. Em ambos os grupos, não houve alterações clínicas e radiográficas, a vitalidade pulpar continuou positiva e apenas no grupo G1 (controle) foi relatado um caso de sensibilidade pós-operatória. A percepção da maioria dos pacientes tratados com Carisolv™, de acordo com o questionário aplicado, foi que o mesmo proporcionou maior conforto e menor tempo clínico que o método convencional.

Pode-se concluir que, no período de 6 meses, os dois métodos de remoção de dentina cariada avaliados mostraram-se efetivos, sem reações adversas significativas e com uma boa evolução dos casos, porém com uma melhor percepção dos pacientes frente à remoção quimiomecânica com o Carisolv™.

 Ic159 

Influência do tratamento superficial na resistência de união à tração de Belleglass/resina composta

CARRACHO, H. G.*, DILLENBURG, A. L. K., ROLLA, J. N., MASOTTI, A.

Odontologia Conservadora - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: lrolla@zaz.com.br

O presente estudo teve como objetivo avaliar a influência de diferentes tratamentos na superfície da resina indireta Belleglass (Kerr). Foram confeccionados 48 discos de Belleglass que foram incluídos em resina acrílica quimicamente ativada. Estes foram divididos em 6 grupos com 8 amostras cada. Cada grupo foi submetido aos seguintes tratamentos: Grupo I- jateamento com óxido de alumínio (50 mm) e adesivo (OptiBond Solo Plus, Kerr); Grupo II- jateamento com óxido de alumínio, silano (Silane Primer, Kerr) e adesivo; Grupo III- jateamento com óxido de alumínio, ácido fosfórico a 37% (Kerr) e adesivo; Grupo IV - jateamento com óxido de alumínio, ácido fosfórico a 37% (Kerr), silano e adesivo; Grupo V- jateamento com óxido de alumínio, ácido fluorídrico a 10% (Dentsply), silano e adesivo; Grupo VI- jateamento com óxido de alumínio, ácido fluorídrico a 10% e adesivo. Após o tratamento, foram confeccionados cones de resina composta (Point 4, Kerr) sobre a área de Belleglass previamente delimitada. Depois de armazenados em água destilada 37ºC por 48 horas os corpos-de-prova foram submetidos ao ensaio de tração em uma máquina de ensaio universal (EMIC DL - 2000), a uma velocidade de 0,5 mm/min. A média dos resultados obtidos foram: Grupo I- 19,65 MPa; Grupo II- 17,46 MPa; Grupo III- 16,92 MPa; Grupo IV- 20,64 MPa; Grupo V- 15,24 MPa e Grupo VI- 12,55 MPa.

Através de ANOVA verificou-se diferença significativa (p = 0,002) entre os grupos; o teste de Tukey indicou que o grupo VI possui média significativamente menor que os grupos I e IV, sem diferença entre os demais.

 Ic160 

Resistência de união de dois sistemas adesivos em dentina tratada com laser de Er:YAG

VASCONCELOS, B. C.*, CRUZ, S. M. L., EDUARDO, C. P., ARANA-CHAVEZ, V. E., DORINI, A. L., RAMOS, A. C. B.

Odontologia - Universidade de Fortaleza. E-mail: jerseybcv@bol.com.br

Este estudo in vitro analisou a resistência de união à dentina tratada com laser de Er:YAG (KaVo) e dois sistemas adesivos, o frasco único Single Bond (SB) - 3M e o autocondicionante Clearfil SE Bond (CSEB) - Kuraray associados à resina composta Z250 - 3M. Quarenta e oito terceiros molares foram seccionados ao meio e divididos em 5 grupos. G1 (preparado com lixa), G2 (Er:YAG com energia de 250 mJ e freqüência de 2 Hz), G3 (Er:YAG com energia de 250 mJ e freqüência de 2 Hz, seguido da aplicação com laser desfocalizado com energia de 60 mJ e freqüência de 10 Hz) e G4 (Er:YAG com energia de 400 mJ e freqüência de 4 Hz) foram tratados com SB e subdivididos em grupo A e B (com e sem condicionamento ácido) e o G5 foi tratado com CSEB e subdividido em A (preparado com lixa), B (Er:YAG com energia de 250 mJ e freqüência de 2 Hz), C (Er:YAG com energia de 250 mJ e freqüência de 2 Hz, seguido da aplicação com laser desfocalizado com 60 mJ e freqüência de 10 Hz) e D (Er:YAG com energia de 400 mJ e freqüência de 4 Hz). Após estocagem em água a 37ºC por 24 h, foram submetidos ao teste na máquina Instron com velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados foram convertidos em MPa e as médias encontradas em ordem decrescente foram: 1A = 18,38; 4A = 18,19; 2A = 18,03; 5A = 17,51; 3A = 16,98; 5D = 16,32; 5C = 16,04; 3B = 8,92; 4B = 7,63; 2B = 7,62; 1B = 5,59.

O teste ANOVA (= 5%) revelou que os valores não apresentavam diferença estatisticamente significativa entre SB com ácido e o CSEB, porém valores significativamente menores foram encontrados quando se utilizou o adesivo SB sem o condicionamento ácido da superfície.

 Ic161 

Colagem homógena em dentes anteriores

CUMAN, V.*

Odontologia -  Universidade Estadual de Ponta Grossa. E-mail: vanessa.cuman@bol.com.br

Apesar da extraordinária evolução dos materiais restauradores, não é possível reconstituir com perfeição o dente perdido, seja por cárie ou fratura coronária. A possibilidade de reconstituição do elemento dental com um fragmento natural é um fator altamente positivo, pois quando uma fratura ocorre, a alteração emocional dos pacientes e familiares é extremamente forte. Objetivo: apresentar uma proposta para as soluções estéticas adesivas, utilizando como material o elemento dental. Métodos: a técnica utilizada foi a de colagem homógena que possui um grande número de indicações e vantagens. Neste projeto foram avaliados num período de doze meses, a eficiência dos materiais restauradores utilizados (pino intracanal de fibra de vidro, cimento resinoso, resina composta, adesivo), bem como a efetividade do elemento dental como material restaurador. Apresentaremos casos clínicos, nos quais os pacientes perderam a coroa dental devido uma fratura por trauma ou cárie. Nestes casos a endodontia foi realizada, conforme as técnicas estabelecidas, e cimentado um pino intracanal da marca Fibrekor Post. As coroas foram previamente preparadas e autoclavadas e foi escolhida a que melhor se adaptou ao modelo de gesso obtido. Em seguida, foi realizada a colagem utilizando o cimento resinoso Enforce. Resultados: foram realizadas avaliações, após seis e doze meses da execução e constatamos clínica e radiograficamente que os fragmentos se mantiveram em posição e a estética obtida continuou favorável.

Conclusão: os materiais restauradores utilizados e o elemento dental foram efetivos.

 Ic162 

Avaliação do conhecimento profissional sobre diagnóstico e tratamento das lesões cervicais não-cariosas

MACHADO, L. G. P. D.*, PEREIRA, R. F., RESENDE, M. N., ALMEIDA, J. C. F.

Odontologia - Universidade de Brasília. E-mail: lgmachado@terra.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar o grau de conhecimento dos profissionais sobre diagnóstico e tratamento das lesões cervicais não-cariosas (LCNC) no Distrito Federal. Utilizou-se um questionário contendo uma fotografia de LCNC com características clínicas compatíveis com abfração e questões abrangendo itens atinentes ao diagnóstico e tratamento dessas lesões. Foram entrevistados 300 cirurgiões-dentistas inscritos no CRO-DF. Os resultados demonstraram que esse tipo de lesão é freqüente nos consultórios odontológicos, sendo encontrada por 43% dos entrevistados uma ou mais vezes por semana. Quanto à classificação, 51% dos dentistas entrevistados classificaram a lesão como abrasão e 43% como abfração. Entretanto, 70% citaram as forças oclusais como provável causa, enquanto a escovação dentária ficou com 60% das respostas. Para 66% dos entrevistados a decisão de restaurar a lesão foi motivada principalmente pelo fator estético, seguida da presença de hiperestesia dentinária, com 60% das respostas. A resina composta foi o material restaurador de escolha para 77% dos profissionais e o ionômero de vidro para 53%. Como medidas adicionais após o tratamento a orientação para escovação foi mencionada por 77% e o ajuste oclusal por 68% dos entrevistados, respectivamente.

A análise dos resultados permitiu concluir que os profissionais entrevistados apresentam variados graus de conhecimento acerca do diagnóstico e marcantes diferenças de atitudes no tratamento das LCNC. Futuras pesquisas visando a padronizar a conduta clínica relacionada ao tratamento dessas lesões são necessárias.

 Ic163 

Avaliação in vitro da resistência adesiva em esmalte e dentina de diferentes sistemas adesivos

SOUZA, W. C. S.*, SEIXAS, L. C., CICCONE, J. C., RAMOS, R. P., CHIMELLO, D. T., ­
PALMA DIBB, R. G.

Odontologia Restauradora - Universidade de São Paulo. E-mail: wanssouza@bol.com.br

O objetivo do presente estudo foi avaliar, in vitro, a resistência adesiva em esmalte e dentina de diferentes sistemas adesivos. Para tal finalidade foram testados os sistemas Single Bond (SB), Clearfil Liner Bond 2V (C), All Bond 2 (AB) e Prime Bond NT/NRC (PB). Quarenta molares humanos hígidos foram seccionados ao meio (sentido mésio-distal) e cada hemidente foi incluído em resina acrílica e desgastado até a remoção da convexidade do esmalte (E) ou exposição da dentina (D) utilizando-se lixas d’água (120 a 600). As amostras (n = 80) foram aleatoriamente divididas em 4 grupos iguais (n = 20, 10 em E e 10 em D). Após o tratamento do substrato para cada espécime, seguindo as normas dos fabricantes, foi preparado um cone de resina Z250 (3M). Os espécimes foram mantidos em água destilada por 24 h a 37ºC e a resistência adesiva foi testada em máquina universal de ensaios (0,5 mm/min). As médias (MPa) foram: SB-E: 20,06 (± 6,11); D: 16,95 (± 2,57); C-E: 18,66 (± 2,67); D: 21,62 (± 5,29); AB-E: 18,20 (± 3,94) e D: 15,94 (± 4,72), e PB-E:18,13 (± 2,96) D: 3,19 (± 1,4). Os dados foram submetidos a ANOVA e teste de Tukey. Observou-se que a resistência adesiva é maior em esmalte do que em dentina. O sistema Clearfil obteve os melhores resultados seguido pelo Single Bond, sendo que dentre eles o primeiro apresentou-se melhor em esmalte enquanto o segundo apresentou-se melhor em dentina.

Concluiu-se que dentre os materiais testados o Clearfil foi o de melhor desempenho, e que o tipo de substrato influenciou na resistência adesiva sendo que esta se apresenta maior em esmalte.

 Ic164 

Avaliação da formação de “gaps” em dois tipos de resina composta

SOUZA, S. N.*, RIBEIRO, F. S. V., BARREIROS, I. D.

Odontologia - Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: steniosouza@bol.com

A cada ano, os fabricantes vêm melhorando as resinas compostas quanto às suas propriedades. Uma propriedade muito importante, relacionada à longevidade clínica de uma restauração da mesma é a contração de polimerização. Uma alternativa para tentar diminuir esta contração está na diminuição de matriz orgânica. O objetivo deste trabalho foi avaliar a formação de fendas marginais em restaurações com resina composta convencional e resina composta condensável. Foram utilizados 48 dentes bovinos armazenados em uma solução de Cloramina T 1%. Estes corpos foram preparados em sua porção vestibular tendo como término superficial esmalte dentário. As cavidades possuíam 3,0 mm de diâmetro e 1,5 mm de profundidade. Os dentes foram divididos em 8 grupos: G1 - resina convencional com adesivo e polimento com 10’; G2 - resina convencional sem adesivo polimento com 10’; G3 - resina condensável com adesivo polimento com 10’; G4 - resina condensável sem adesivo polimento com 10’; G5, G6, G7 e G8 seguindo a mesma ordem com tempo de polimento de 60 dias. Os dentes foram armazenados em água a 37ºC durante 10 minutos e 60 dias. A leitura foi feita em um microscópio óptico com aumento de 500 X. Foram realizadas análises quantitativa e qualitativa. Como resultado verificou-se o seguinte: G1- 1,5; G2- 10,4; G3- 2,16; G4- 10,4; G5- 13,4; G6- 4, 33; G7- 2,5; G8- 0,4 (mm).

Após a análise estatística concluiu-se que não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos de resina condensável e convencional, tanto com polimento após dez minutos, quanto com polimento após 60 dias.

 Ic165 

Efetividade do selamento oclusal convencional e com laser de Er:YAG – estudo in vitro

GARCIA, L. G.*, BARBOSA, M. T., TANJI, E. Y., EDUARDO, C. P.

Dentística - Escola de Farmácia e Odonlogia de Alfenas. E-mail: liliggarcia@yahoo.com.br

O objetivo desse trabalho, foi avaliar o selamento oclusal variando-se a aplicação de selante resinoso e o tratamento de superfície com laser Er:YAG. Após a limpeza prévia dos dentes, foi realizada a profilaxia com pedra-pomes e água; com escova de Robinson em baixa rotação. O grupo 1, consistiu-se em condi­cionamento (ácido fosfórico a 37%), lavagem, secagem e aplicação do selante FluorShield (Dentsply); grupo 2, laser Er:YAG, 86 mJ, 2 Hz e aplicação do selante FluorShield; grupo 3, laser Er:YAG, 86 mJ, 2 Hz, condicionamento ácido, lavagem, secagem e aplicação do selante FluorShield; grupo 4, laser Er:YAG, 108 mJ, 2 Hz e aplicação do selante FluorShield; grupo 5, laser Er:YAG, 108 mJ, 2 Hz, condicionamento ácido, lavagem, secagem e aplicação do selante FluorShield. Utilizou-se temociclagem com 700 ciclos, variação térmica de 5 a 55ºC. As amostras foram impermeabilizadas com esmalte para unha, exceto oclusal e, em seguida imersas em solução aquosa de fucsina básica a 0,5% por 24 horas a 37ºC. As 25 amostras, cinco para cada grupo, foram seccionadas no sentido vestíbulo-lingual, totalizando 50 faces avaliadas e o grau de penetração do corante foi analisado utilizando-se o programa Jandel-Sigma Scan 2.0. Após coleta de dados, foi utilizado o teste Kruskal-Wallis e o de comparações múltiplas de Dunn.

Os resultados deste experimento permitiram concluir que a penetração do selante não sofreu influência da irradiação com o laser de Er:YAG e o não-condicionamento com ácido fosfórico promoveu maior microinfiltração. (Apoio financeiro: PROBIC - Efoa/Ceufe.)

 Ic166 

Influência da técnica de acabamento e polimento na rugosidade superficial de resinas compostas microparticuladas

MONTE ALTO, R. V.*, BORBA, M. M., POSKUS, L. T., SILVA, E. M., GUIMARÃES, J. G. A.

Dentística - Universidade Federal Fluminense. E-mail: raphama@nitnet.com.br

Este estudo objetivou avaliar a influência da técnica de acabamento e polimento (A/P) na rugosidade superficial (RS) dos compósitos A110/3M (A); Durafill/Kulzer (D) e Helio Fill/Vivadent (H) e verificar a possibilidade de correlação dos resultados com a dureza Knoop (KHN) desses materiais. Dez espécimes cilíndricos (Æ = 3 mm x h = 2 mm), fotoativados por 40 s em uma matriz de aço, foram produzidos com cada compósito. Formaram-se 4 grupos de A/P: I- controle (só tira de poliéster); II- pontas diamantadas (3195F e FF/KGSorensen); III- discos Sof-Lex (3M); IV- discos de feltro e pastas Kota (Poli I/Poli II/Fotogloss). Avaliou-se a RS das amostras (parâmetro Rz/rugosímetro Surftest/Mitutoyo) a cada etapa de A/P. Outros 10 espécimes de cada resina foram polidos com lixa (SiC) 600 e 1200, para avaliação do KHN (microdurômetro Buhller/50 g/v = 15 s). Os valores de RS foram submetidos à análise de variância com fator vinculado e Tukey (1%). Verificou-se que não houve diferença estatística na RS das 3 resinas estudadas e que o grupo I mostrou a menor RS (p < 0,001). O grupo II apresentou a maior RS (p < 0,001), seguido dos grupos III e IV, que foram semelhantes entre si (p = 0). Para o KHN, os resultados foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey (1%), constatando que o KHN da resina H > resina A > resina D (p < 0,001). O teste de Pearson não mostrou correlação entre a RS e o KHN dos materiais.

Conclusões: 1. não deveriam ser utilizadas somente pontas diamantadas para o A/P das restaurações; 2. embora as resinas apresentem diferentes valores de KHN, o menor KHN não levou a uma maior RS.

 Ic167 

Avaliação dos métodos empregados nos testes de infiltração marginal dos trabalhos apresentados nas Reuniões da SBPqO

FREITAS, T. M.*, GOMES, D. O., ISHIY, E., PARAÍSO, M. C. C. S., BARBOSA, F. S.,
BEATRICE, L. C. S., SILVA, C. H. V.

Prótese Buco-Facial - Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: thais_mariz@hotmail.com

A proposta deste estudo foi analisar o método predominante usado nas investigações de infiltração marginal dos trabalhos apresentados durante as Reuniões da SBPqO. Para tanto foram analisados 272 trabalhos publicados no CD-ROM “18 anos de História – Memória Científica da SBPqO – 1984/2001”, selecionados a partir das palavras microinfiltração e infiltração marginal, estando relacionados a procedimentos restauradores. Nos resumos avaliados foram identificados, quando mencionados, o tipo e grupo de dentes; tipo de cavidade realizada; margem cavitária; material restaurador utilizado; solução de armazenamento; tempo de estocagem; número de ciclos térmicos; temperaturas de estocagem e de ciclagem térmica; agentes químicos traçadores; tempo de imersão no corante; formas de avaliação. Os resultados evidenciaram uma variação nas metodologias empregadas quanto aos itens avaliados, evidenciando um maior número de trabalhos com o emprego de molares humanos permanentes; de cavidades classe V; da realização de 500 ciclos térmicos com variação de temperatura de 5-55ºC; da utilização do nitrato de prata; predominando um maior número de avaliações qualitativas da infiltração marginal.

Conclui-se que dentre os trabalhos avaliados existe pouca padronização (“standardization”) entre os métodos dos testes de infiltração marginal empregados e que algumas variáveis não são relatadas dificultando análises comparativas dos resultados obtidos com os diferentes estudos. Evidencia-se, desta forma, a necessidade de uma normatização para realização destes testes.

 Ic168 

Disfunção temporomandibular: estudo epidemiológico

GONDIN, M. O. A.*, OLIVEIRA, L. M. C., MARKUS, C., LUCENA, L. B. S., COSTA, L. J.

Odontologia - Universidade Federal da Paraíba. E-mail: lucianalucena@openline.com.br

O objetivo desta pesquisa foi avaliar o perfil e sintomatologia dos pacientes com disfunção temporomandibular (DTM) atendidos na Clínica de Oclusão do curso de Odontologia da UFPB. A amostra foi composta por 150 prontuários dos arquivos da clínica supracitada, no período de 1999 a 2002, onde foram avaliadas variáveis como gênero, faixa etária, procedência, encaminhamento profissional, sintomatologia e diagnóstico imediato baseado no Índice Anamnésico Fonseca (1994). Do total de pacientes avaliados, 85% foram do gênero feminino e 15% do gênero masculino, com faixa etária variando entre 11 e 75, e média de 34 anos. Cerca de 83% destes procederam da cidade de João Pessoa/PB e apenas 17% de outros municípios do mesmo estado. O encaminhamento foi feito, na maioria, por cirurgiões-dentistas e estudantes do curso de Odontologia, totalizando 59%, seguido por médicos otorrinolaringologistas, com 13%. Quanto à queixa principal dos pacientes, a mais prevalente foi dor na ATM, com 30% dos casos, fatores oclu­sais 13%, dor de ouvido 10%, estalido 7%, dor de cabeça 7% e outras variáveis associadas com 33%. Através do índice anamnésico, constatou-se que 44% dos pacientes apresentavam DTM moderada; 25% DTM leve; 25% DTM severa e apenas 6% não-DTM.

Conclui-se que o perfil dos portadores da DTM são pessoas adulto-jovens e a doença é diagnosticada numa fase intermediária, associada a fatores predisponentes e sintomatologia bem caracterizados, o que sugere a necessidade de ações preventivas e tratamento imediato.

 Ic169 

Prevalência e diversas formas de ocorrência do estalido articular

ALIHIEVISKI, C. E.*, NAGAO, S. E., STEMPNIEWSKI, R. T.

Instituto da Cabeça - Universidade Federal de São Paulo. E-mail: carolinaesper@hotmail.com

O objetivo deste trabalho foi avaliar a prevalência e as diversas formas de ocorrência do estalido articular em pacientes portadores de disfunção temporomandibular e dor orofacial. Foram avaliados 289 pa­cientes que procuraram a Clínica de Disfunção Temporomandibular (DTM) e Dor Orofacial do Instituto da Cabeça da Universidade Federal de São Paulo (Escola Paulista de Medicina), no período de 30/07/2001 à 22/04/2002 sendo 231 do gênero feminino e 58 do gênero masculino, na faixa etária de 5 à 88 anos (idade média 36,2). O método utilizado para a detecção do estalido foi exame clínico através da palpação bilateral dos pólos laterais das articulações temporomandibulares (ATM), nos movimentos de abertura, fechamento e protrusão da mandíbula, observando-se o momento e a fase de ocorrência do mesmo e sua reprodutibilidade ou não no movimento de protrusão. Também foi avaliada a correlação do lado de ocorrência do estalido com o lado da dor. Do total de pacientes avaliados, 116 (40%) apresentaram estalidos articulares, sendo 40 (34%) estalido apenas na abertura, 10 (9%) apenas no fechamento, 8 (7%) em fases iguais da abertura e do fechamento, 52 (45%) em diferentes fases da abertura e do fechamento e em 6 (5%) apresentaram associação entre os demais grupos.

Os estalidos da ATM podem estar inseridos em um contexto de “variação de normalidade” e podem não necessitar de tratamento específico. Portanto, os mecanismos físicos dos sons da ATM necessitam ser melhor estudados para poderem ser levados em conta na tomada de decisão terapêutica.

 Ic170 

Prevalência dos hábitos parafuncionais em pacientes portadores de disfunções temporomandibulares

MORIYAMA, I. S.*, GENNARO, S. D. A., CHECCHINATO, A. M., WATINAGA, G. K.,
GUIMARÃES, A. S.

Instituto da Cabeça - Universidade Federal de São Paulo. E-mail: isa_moriyama@hotmail.com

O objetivo deste trabalho foi verificar a prevalência dos hábitos parafuncionais em 185 pacientes sele­cionados aleatoriamente e diagnosticados com desordens temporomandibulares (DTM) musculares, DTM articulares ou ambas no Instituto da Cabeça da UNIFESP. Dos 148 portadores de DTM muscular, 78 (53%) apresentaram apertamento diurno (grupo 1), 53 (36%) apertamento noturno (grupo 2), 39 (26%) rangiam à noite (grupo 3), 60 (40%) possuíam outros hábitos (grupo 4) e 23 (15%) não apresentaram hábitos parafuncionais (grupo 5). Dos 13 pacientes com DTM articular, 1 (8%) pertence ao grupo 1; 1 (8%) ao grupo 2; 3 (23)% ao grupo 4 e 8 (61%) ao grupo 5. Dos 24 portadores de ambas DTM, 9 (37%) eram do grupo 1; 9 (37%) do grupo 2; 6 (25%) do grupo 3; 8 (33%) do grupo 4 e 7 (29%) do grupo 5. Dentre os 60 pacientes portadores de DTM muscular do grupo 4, 25 (42%) mascavam chicletes (A), 19 (32%) onicofagia (B), 11 (18%) mordiam lábio (C), 9 (15%) mordiam bochecha (D), 9 (15%) mordiam outros objetos (E), 5 (8%) mordiam a língua (F) e 7 (11%) possuíam outros hábitos (roer cutícula, sucção do polegar ou das bochechas, movimentar desnecessariamente a mandíbula ou a musculatura facial - G). Os 3 pacientes com DTM articular do grupo 4 mascavam chicletes e 2 também roíam unhas e dos 8 pacientes com ambas DTM do grupo 4, 6 (75%) eram do grupo A, 2 (25%) do grupo B, 3 (37%) do grupo E e 4 (50%) do grupo G.

Concluímos que houve uma maior prevalência dos hábitos parafuncionais nos pacientes portadores de DTM muscular.

 Ic171 

Avaliação da distância interincisal na abertura bucal de pacientes portadores de disfunção temporomandibular

CHECCHINATO, A. M.*, CASTANHO, J. S., COSSOLIN, G. S.

Anatomia Descritiva - Universidade Federal de São Paulo. E-mail: achecchinato@hotmail.com

A mensuração da limitação da abertura bucal é um dado importante na avaliação dos pacientes portadores de disfunção temporomandibular (DTM) articular e/ou muscular. Os diversos índices de disfunção temporomandibular (Helkimo, RDC/TMD, “Craniomandibular disorders”) avaliam o grau de limitação da abertura bucal através de medidas lineares. O objetivo deste trabalho foi avaliar comparativamente o grau de abertura bucal sem dor com a abertura bucal máxima mensurada em 268 pacientes, 48 homens e 220 mulheres, com idade média de 35,6 anos, diagnosticados com disfunção temporomandibular segundo os critérios de diagnóstico do RDC/TMD, no período de julho de 2001 à abril de 2002 no Instituto da Cabeça da Universidade Federal de São Paulo. 28% dos pacientes apresentaram um resultado falso-negativo em relação a esta avaliação, pois o grau de abertura linear sem dor era superior aos dos critérios propostos pelos referidos índices, porém a proporção da abertura bucal sem dor com a abertura bucal máxima era a mesma quando comparada com as medidas dos pacientes portadores de limitação da abertura bucal pelos referidos índices.

As medidas lineares empregadas nestas avaliações teriam validade se fossem correlacionadas ao comprimento póstero-anterior da mandíbula, a simples mensuração milimétrica da abertura bucal e o seu correlacionamento com os índices de disfunção empregues não espelham a real dinâmica articular.

 Ic172 

Resistência à tração de coroas totais metálicas cimentadas sobre substrato metálico

ORSI, I. A., PIERONI, C. H., VAROLI, F. K.*, PERREIRA, M. C. C. G., SANTOS, C. M.

Materiais Dentários e Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: fkvaroli@bol.com.br

A resistência de união de um agente cimentante à dentina é de grande importância, assim como em vá­rios materiais de núcleo. Este estudo tem como objetivo avaliar a resistência à tração de coroas totais metálicas cimentadas com 3 tipos de cimentos em dentes com núcleo metálico fundido. Foram selecionados 20 molares superiores com diâmetros de coroas semelhantes. As coroas dentais foram cortadas no terço cervical a 2 mm da junção amelocementária. Os padrões dos núcleos foram fundidos em liga de Cu-Al. Os núcleos foram adaptados e cimentados e a porção coronária preparada para coroa total metálica.Os dentes foram incluídos em anéis e moldados. Após a desinclusão, as coroas fundidas em liga Ni-Cr eram jateadas e adaptadas nos dentes. A área de cada porção coronária foi calculada com uso de papel alumínio e planímetro. Os dentes foram divididos em 4 grupos referentes aos cimentos: fosfato de zinco, ionômero de vidro (Ketac-Cem) e resinosos (Panavia F e Rely X). Após a cimentação os dentes foram mantidos a 37ºC por 48 horas. Decorrido esse período, foi realizada a termociclagem, e após 48 horas o ensaio de tração na máquina Universal. Utilizando os valores da área da porção coronária e os fornecidos pelo ensaio foi calculada a resistência à tração de cada elemento. Os dados foram analisados estatisticamente pelo teste de Kruskal-Wallis que evidenciou diferença significante (p < 0,01) entre as amostras avaliadas.

Concluiu-se que as coroas cimentadas com Panavia F sobre núcleos metálicos fundidos apresentam ­maior resistência de união à tração.

 Ic173 

Estudo comparativo de 3 técnicas de transferência de planos de guia para a boca

CARVALHO, C. R.*, UEMURA, E. S., BORGES, A. L. S., MAEKAWA, M. Y., ROSSETTI, V. R.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: charlinho@hotmail.com

O presente estudo tem como objetivo determinar a qualidade dos preparos de planos de guia realizados por três técnicas: comparação visual, Krikos e O’Meeghan & Berend. Foram utilizados 15 modelos de gesso classe III de Kennedy, divididos em 3 grupos (n = 10): grupo 1- O’Meeghan & Berend; grupo 2- Krikos e grupo 3– por comparação (controle). Em cada modelo foi confeccionado 4 superfícies de guia conforme a técnica. Cada superfície preparada formou um ângulo em relação à base do modelo, que foram medidos com uma máquina de coordenadas tridimensionais (Mitutoyo). Os resultados em graus referem-se às diferenças de angulação entre as superfícies. Os valores de média, valor máximo e mínimo foram: –1,23º, 5,39º e –5,36º para o grupo 1; 0,99º, 11,20º e –11,20º para o grupo 2 e –5,10º, 8,5º e –11,24º para o grupo 3. O teste de Kruskal-Wallis (5%) revelou diferença estatística entre os ângulos, técnica e interação. O teste de Dunn (10%) apontou que a técnica que produziu o maior desvio foi a da comparação e a menor a de O’Meeghan & Berend.

Conclusão: as três técnicas de preparo de plano de guia não são precisas; a técnica de O’Meeghan & Berend apresentou menor diferença nas angulações das superfícies preparadas, enquanto a técnica de preparo por comparação foi a que apresentou o maior desvio.

 Ic174 

Análise comparativa da resistência mecânica de infra-estruturas soldadas com diferentes configurações de interface

CÉZAR, I. E. S.*, OLIVEIRA, M. S., ROCHA, P. V. B.

Odontologia - Universidade Federal de Sergipe. E-mail: igorcezar@uol.com.br

Esta pesquisa objetivou avaliar a resistência mecânica de uniões soldadas em função de diferentes configurações entre as superfícies soldantes. Para observar se esta variante tem repercussão na resistência final da união soldada, confeccionou-se a partir de uma matriz comum de silicone, quarenta corpos-de-prova metálicos em forma de pré-molares com bastões cilíndricos de diâmetro inferior a este, nas regiões proximais. Os corpos-de-prova foram fundidos em liga a base de Ni-Cr e distribuídos em quatro grupos, de acordo com a configuração de secção que haviam recebido: secção vertical no bastão proximal, secção vertical no centro do pôntico, secção oblíqua no pôntico e secção em degrau no pôntico. Após metodologia laboratorial aplicada para a fundição e soldagem dos corpos-de-prova, estes foram submetidos a en­saios de resistência empregando-se uma máquina de ensaios universais. Os dados foram coletados, uma tabela foi elaborada para comparar a resistência de cada grupo, e seus valores foram submetidos a análise estatística. Dos resultados obtidos, pôde-se constatar que as réplicas cujas secções e soldagens foram realizadas no bastão proximal apresentaram resistência inferior aos de juntas de seção vertical no pôntico, estes, por sua vez, apresentaram menor resistência que os seccionados obliquamente, e os que sofreram secção em degrau obtiveram resistência superior aos demais.

Com tantas influentes etapas laboratoriais envolvendo o processo de soldagem, o desenho da secção é um fator que pode ser planejado em benefício da qualidade final das uniões soldadas.

 Ic175 

Avaliação de planejamento em Prótese Parcial Removível

ROCHA, J. M.*, FRAGOSO, J. B., SABROSA, C. E.

Prótese - Universidade Estácio de Sá. E-mail: jane179@uol.com.br

As próteses parciais removíveis (PPR) visam restabelecer estética e relações intermaxilares, além de preservar saúde e restaurar a função oral dos pacientes parcialmente edêntulos. Entretanto, existe uma grande dificuldade por parte dos cirurgiões-dentistas em obter um planejamento adequado para as PPRs, o que muitas vezes acaba sendo delegado e realizado por um técnico de prótese dentária, sem qualquer planejamento ou acompanhamento do cirurgião-dentista. O objetivo desse trabalho foi avaliar o planejamento de uma PPR superior (classe II de Kennedy) e uma PPR inferior (classe II modificação 1 de Kennedy) para um paciente parcialmente edêntulo por diferentes técnicos de prótese. Ambos modelos foram enviados para 50 laboratórios de prótese dentária do Rio de Janeiro. Os modelos devidamente planejados foram analisados para tipo de grampo, conectores maiores, apoios e placas proximais. Todos os planejamentos diferiram entre si. Um planejamento foi confeccionado pelos autores para explicar os princípios biomecânicos para PPR.

Devido a inúmera diversidade de planejamentos, concluímos que o desenho para confecção de uma estrutura metálica de uma PPR deve ser sempre efetuado pelo cirurgião-dentista, o que implica na necessidade de aplicar princípios biomecânicos e delineamento de todos os modelos de pacientes que irão receber uma PPR.

 Ic176 

Análise da profundidade de fratura de dentes restaurados com núcleos metálicos fundidos ou pinos de fibra de carbono

LINS, M. O.*, MAGALHÃES, F., SILVA, R. S., ANTUNES, R. P. A., ZANIQUELLI, O.

Materiais Dentários e Prótese - Universidade de São Paulo. E-mail: malins@zipmail.com.br

Os núcleos metálicos fundidos são indicados em reabilitações protéticas com freqüência, mas atualmente tem havido crescente interesse em sistemas de pinos pré-fabricados, entre eles os pinos de fibra de carbono. O objetivo deste estudo foi comparar a profundidade de fratura de dentes restaurados com núcleos metálicos fundidos ou núcleos de fibra de carbono, quando submetidos a forças oblíquas de compressão. Foram tratados endodonticamente 21 caninos superiores e divididos em três grupos. O grupo controle (GC) não recebeu nenhum preparo intra-radicular. Nos demais grupos as coroas foram cortadas e então o segundo grupo (NMF) recebeu núcleos metálicos fundidos e o terceiro grupo (PFC) recebeu pinos pré-fabricados de fibra de carbono, restaurações coronárias de resina fotopolimerizável. Todos os grupos receberam preparo para coroa total. Foram enceradas coroas totais em modelos para posterior fundição em liga de níquel-cromo. Os testes de compressão foram realizados numa máquina de ensaios universal com os corpos-de-prova posicionados numa matriz de modo que a força fosse aplicada em ângulo de 130º em relação ao longo eixo dental. A mensuração da profundidade de fratura foi feita com um paquímetro digital. Após análise dos resultados foi observada diferença estatisticamente significante entre os grupos, sendo que as linhas de fratura para o grupo NMF foram mais profundas quando comparados aos demais grupos.

Concluiu-se que, nas condições deste estudo, o grupo NMF causou fraturas radiculares mais desfavoráveis que os demais tratamentos. (Apoio: FAPESP - processo 97/13532-6.)

 Ic177 

Análise laboratorial dos troquéis de modelos de trabalho para coroas metalocerâmicas

MOTA, K. F.*, ROCHA, P. V. B., OLIVEIRA, M. S., MAIA, I. P. G. R., CRUZ, M. V. J.

Odontologia - Universidade Federal de Sergipe. E-mail: kafmota@bol.com.br

Durante a confecção de uma prótese, a adaptação cervical da coroa não deve ter falha para evitar deposição do biofilme bacteriano e favorecer o resultado estético-funcional. Assim, o objetivo da pesquisa foi analisar laboratorialmente os troquéis de modelos de trabalho para coroas metalocerâmicas, verificando a execução dos passos propostos, a fim de ter uma noção prognóstica da longevidade dos trabalhos. A amostra foi de 250 troquéis, entre 12/2001e 04/2002. As medidas foram feitas com pontas diamantadas cilíndricas de extremidade ogival, mensurando o tipo e a nitidez do término. Foram considerados o total de modelos montados em ASA e a troquelização feita pelos CDs, desprezando os que serviram de pilar para PPF. Para confirmar a estatística, foi efetuado o Teste Normal para uma amostra com significância de 5% e confeccionado um gráfico. Sobre a troquelização, 24% eram feitas por CDs e 28,58% eram instáveis mésio-distalmente; 38% foram montados em ASA. Sobre o tipo de término, 42,86% eram incompatíveis com o preconizado ou sem condições de análise, 33% não eram nitidos; em relação a espessura metal/porcelana, 25% eram insuficientes ou não preservaram a estrutura dental.

Pudemos comprovar através do Teste Normal de significância 5% que apesar da importância de cumprir os princípios que regem um preparo, houve negligência evidenciada pelos preparos considerados inadequados e que quanto à troquelização, houve transferência de função do CD para o protético, possibilitando mais erros na adaptação da peça, contribuindo no fracasso dos tratamentos protéticos restauradores.

 Ic178 

Estudo da resistência ao cisalhamento entre titânio comercialmente puro e materiais compostos para revestimento estético

NASRAUI, A. P.*, BOTTINO, M. A., GIANINNI, V., BONDIOLI, I. R., MELO, R. M.,
TRAVASSOS, A. C., FARIA, R.

Materiais Odontológicos e Prótese - Universidade Estadual Paulista. E-mail: paulanasraui@hotmail.com

Este trabalho teve por objetivo verificar, por ensaio mecânico de cisalhamento, a união entre o titânio comercialmente puro (Ticp) e dois materiais para revestimento estético: cerômero (Targis, Ivoclar) e polímero de vidro (Artglass, Heraeus Kulzer). Vinte cilindros do metal, com 5 mm de comprimento e 4 mm de diâmetro foram divididos em dois grupos: G1- cerômero/Ticp e G2- polímero de vidro/Ticp. Para ambos os grupos as bases metálicas receberam jateamento com óxido de alumínio (250 mm), com pressão de 2 bar durante 20 segundos a uma distância de 3 cm. Em seguida foram aplicados os sistemas adesivos correspondentes aos materiais de revestimento, ou seja, para G1 o sistema adesivo Targis Link e para G2, Siloc. A aplicação dos materiais de revestimento seguiu as recomendações dos fabricantes. Os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada por 24 horas, à 27ºC e em seguida submetidos a cisalhamento em máquina de ensaios universal (Instron-4301) com célula carga de 500 kgf e velocidade de 0,5 mm/min. Os valores numéricos (MPa) foram lançados em tabela própria e submetidos ao teste estatístico de Mann-Whitney (p = 0,43, p  > 0,05), mostrando que G1 (22,693 ± 10,078) não diferiu estatisticamente de G2 (16,942 ± 2,636).

Em função da metodologia empregada e dos resultados obtidos é lícito concluir que ambos materiais para revestimento estético apresentaram comportamento semelhante quando aplicados sobre Ticp.

 Ic179 

Avaliação de diferentes condicionamentos superficiais na resistência de união à tração em três sistemas cerâmicos e NiCr

PIRES, M. M.*, PASSOS, D., GALVAGNI, L., MOTA, E. G., PIRES, L. A. G.

Materiais Dentários - Universidade Luterana do Brasil. E-mail: gaieskipires@cpovo.net

O objetivo deste estudo foi comparar dois métodos de microjateamento óxido de alumínio e Cojet (3M ESPE) na resistência de união à tração em Empress II (Ivoclar-Vivadent), In-Ceram (Vita), Cergogold (Degussa) e liga de NiCr. Para isto, foram confeccionados 30 discos com 3 mm de altura e 5 mm de diâmetro de cada material. Os corpos-de-prova foram incluídos em resina acrílica autopolimerizável. Após receberam três condicionamentos superficiais em cada grupo: grupo controle (sem condicionamento), grupo jateamento com óxido de alumínio 50 mm com 80 lbs por 1 min e Grupo sistema Cojet.  Em seguida foram lavadas com spray com água e ar e secadas com jatos de ar. Após foi aplicado adesivo Single Bond (3M), fotoativados e receberam o cimento resinoso Rely - X (3M) e fotoativados. Sendo 24 horas após, tracionados com velocidade 0,5 mm/min a fim de estabelecer a resistência de união à tração (MPa). Os valores médios foram: grupo controle: Cergogold 3,8; Empress II 12,3; In-Ceram 2,1; NiCr 3,0; grupo óxido de alumínio: Cergogold 7,8; Empress II 17,8; In-Ceram 6,1; NiCr 13,8; grupo Cojet: Cergogold 8,6; Empress II 18,3; In-Ceram 38,5; NiCr 25,3. O teste estatístico Kruskall-Wallis e post-hoc Dunn ao nível de 5%, indicaram que houve diferenças estatisticamente significantes entre os grupos.

Os grupos condicionados com o sistema Cojet aumentaram significativamente os resultados de resistência de união dos materiais utilizados quando cimentados com cimento resinoso.

 Ic180 

Avaliação do grau de convergência de preparos para coroa total

VASCONCELLOS, F. E. C.*, RIPPER, R., SABROSA, C. E.

Prótese - Universidade Estácio de Sá. E-mail: fredykiko@hotmail.com

A permanência de uma restauração cimentada em um dente preparado proteticamente depende de três fatores: 1) o desenho do preparo; 2) a natureza do cimento e 3) a adaptação marginal. O desenho do preparo depende do tipo de término utilizado e do grau de convergência das paredes do preparo. Na literatura o grau de convergência relatado como ideal é de 6º. O objetivo desse estudo foi avaliar o grau de convergência de um preparo para coroa total em um molar inferior e um preparo para uma prótese parcial fixa de três elementos anterior de alunos de graduação. Foram utilizados preparos feitos durante duas provas práticas em dentes de manequim de prótese (Prodens, Niterói, RJ) sem notificação prévia aos alunos. As angulações foram passadas para um papel através da projeção dos dentes com o auxílio de um retroprojetor. O desenho das paredes axiais foram digitalizados e com ajuda de um programa de computador foram obtidas as convergências dos preparos. A maior média de convergência registrada foi de 20,5 ± 11,2 graus na vista proximal do central (preparo para prótese fixa) e a menor média de convergência registrada foi de 7,1 ± 4,2 graus na vista bucal do incisivo central (preparo para prótese fixa). A maioria dos preparos que apresentaram grau acentuado de convergência foram dentes anteriores, na visão proximal, ou seja, angulação buco-palatina. Todas as outras angulações estão abaixo das angulações descritas em estudos na literatura.

A convergência dos preparos executados pelos alunos de graduação que participaram deste estudo está dentro dos limites descritos na literatura.

 Ic181 

Avaliação clínica do planejamento de apoios em 105 próteses parciais removíveis

SOUZA, M. B.*, FRANÇA, C. R. C., SOUZA FILHO, C. B., SOUSA NETO, M. D., PARDINI, L. C., PAULINO, S. M.

Odontologia - Universidade de Ribeirão Preto. E-mail: lucarautomoveis@ig.com.br

A prótese parcial removível (PPR) é um dos aparelhos protéticos mais utilizados para reabilitar, funcional e esteticamente, os pacientes parcialmente desdentados; entretanto, cada estrutura da prótese deve ser criteriosamente planejada e confeccionada dentro dos princípios biomecânicos, visando desempenhar suas funções e preservar os tecidos de sustentação. Este trabalho tem como objetivo avaliar irregularidades no planejamento de PPRs em relação aos seus apoios, que são estruturas fundamentais para a estabilidade da prótese e transmissão das forças para o dente pilar e, com isso, alertar os profissionais que executam esses trabalhos em suas clínicas que, a negligência às regras de planejamento pode, com certeza, levar ao fracasso do tratamento. A partir de triagens habituais na Clínica de Odontologia da UNAERP, selecionou-se 105 pacientes que usavam uma PPR há mais de 5 anos e suas próteses foram avaliadas por 3 professores quanto aos apoios, seguindo a regra geral de suas indicações, nos seguintes aspectos: quantidade necessária, posição, integridade e presença de nicho para sua adaptação. Segundo a regra, seriam necessários 486 apoios para essas próteses, mas foram encontrados 414; dos quais, 287 estavam em posições corretas, 76 em posições incorretas, 76 em posições duvidosas, 28 fraturados e 390 não tinham nicho para sua adaptação.

Concluiu-se que existe grande negligência dos profissionais ao planejar as PPRs e que é necessária uma maior conscientização para que estes trabalhos não venham a prejudicar as demais estruturas de suporte remanescentes do paciente.

 Ic182 

Análise comparativa da superfície de preparos cavitários com a utilização de diferentes instrumentos rotatórios

SOUZA, C. F.*, LIMA, C. E., SABROSA, C. E.

Prótese - Universidade Estácio de Sá. E-mail: caiou@ig.com.br

O alisamento das paredes axiais de dentes preparados para coroas totais é motivo de grandes controvérsias. O objetivo deste trabalho foi demonstrar através de microscopia eletrônica de varredura (Phillips XL 20): 1) a superfície de dentes naturais preparados com brocas (Horico/Wilcoss) de 3 tipos (diamantada grossa, diamantada fina e “carbide”); 2) a superfície de troquéis de gesso tipo IV com e sem espaçador de troquel e 3) a superfície de uma moldagem com poliéter. Para este trabalho foi realizado um preparo em um molar. As brocas foram utilizadas em seqüência (grossa, fina e “carbide”), e duas moldagens com poliéter (Impregum, ESPE Dental AG, Seefeld, Germany) foram realizadas após a utilização de cada broca. Uma terceira moldagem foi feita para analisar a superfície da moldagem. As duas moldagens foram vazadas com gesso tipo IV Vel-Mix (Kerr, Romulus, MI). Um dos modelos em gesso recebeu a aplicação de lápis vermelho seguido de cianoacrilato na margem e de duas camadas de espaçador de troquel azul (Belle de St. Claire, Chatsworth, CA). As superfícies do troquel sem espaçador e da moldagem seguiram os mesmos padrões dos dentes. Entretando o espaçador pareceu preencher as depressões deixadas pelas brocas diamantadas grossa e fina.

Não parece haver uma diferença entre a superfície do dente preparado, do troquel e da moldagem, a não ser quando é aplicado espaçador de troquel ao gesso.

 Ic183 

Análise de tensões no osso resultantes de esforços mastigatórios em próteses fixas implanto-suportadas com cantilever

SAAB, A. M.*, VAZ, M. A. K.

Odontologia - Tuiuti do Paraná. E-mail: saab@onda.com.br

O objetivo deste trabalho foi analisar a distribuição de tensões produzidas no osso por próteses fixas implanto-suportadas com cantilever utilizando o método dos elementos finitos. Foi confeccionado um modelo matemático de mandíbula, ao qual foi incorporado um par de implantes auto-rosqueáveis (4 x 15 mm) na região dos segundos pré-molares, com um molar em cantilever. Este modelo foi obtido pelo software ANSYS, onde foram estabelecidos 3 grupos para uma análise bidimensional. GI: PF em metal/cerâmica, GII: PF em metal/cerômero e GIII: PF metálica (liga de ouro). Foi utilizado o metal Pors-on 4 para o GI e GII. Sobre o cantilever foi aplicado um carregamento padrão de 89 N distribuído em 4 pontos oclusais. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância (p = 0,05) que não detectou influência estatisticamente significante para os fatores de tensões máximas (p > 0,05). Nos três grupos estudados a tensão máxima localizou-se no osso cortical mesial do implante colocado mais mesialmente. Os valores de tensões máximas encontrados foram: 60,625, 60,102 e 60,757 MPa, respectivamente.

Dentro das limitações deste trabalho, concluiu-se que: 1) Os padrões de distribuição e as intensidades das tensões no osso foram semelhantes nos três grupos. 2) No osso esponjoso as tensões máximas localizaram-se na região apical do implante distal. 3) Foram encontradas tensões significativas na região in­terimplantes nos 3 grupos. (Apoio financeiro: bolsa IC-UTP.)

 Ic184 

Comparação das marcas oclusais em prótese total obtidas por carbono de articulação de duas espessuras diferentes

FURUYAMA, R. J.*, TAMAKI, R., NAKAMAE, A. E. M., MARTINS, C. V.

Prótese Dentária - Universidade de São Paulo. E-mail: junfuruyama@hotmail.com

A oclusão balanceada bilateral é considerada constituinte da oclusão ideal para próteses totais bimaxilares, possibilitando a reabilitação do sistema estomatognático no tratamento de um paciente desdentado total. Estudos com o emprego do papel carbono de articulação foram realizados para mostrar sua efetividade no auxílio do ajuste oclusal. Atualmente, sofisticados sistemas computadorizados de análise oclusal, têm sido desenvolvidos. No presente trabalho, procurou-se uma alternativa de registro e comparação das áreas demarcadas por dois carbonos de diferentes espessuras, um grosso e outro fino. Nas próteses totais bimaxilares confeccionadas para dez pacientes desdentados totais, registrou-se os contatos oclusais com o carbono fino e as marcas foram digitalizadas, o mesmo processo foi utilizado para o registro com o carbono grosso. As áreas projetadas demarcadas pelo papel carbono de articulação nas duas situações foram calculadas e os dados foram submetidos à análise estatística. Os resultados mostraram que as áreas marcadas pelo papel carbono grosso foram maiores, porém o papel carbono de fina espessura marcou as mesmas regiões, com menor intensidade.

Chegou-se à conclusão de que o papel carbono fino fez registros dos mesmos pontos com maior fidelidade, mas o papel carbono grosso pode ser utilizado como auxílio inicial no ajuste oclusal. (Projeto finan­ciado pela BIC-FUNDECTO.)

 Ic185 

Avaliação da adaptação cervical de casquetes de cerâmica de alumina infiltrada com vidro

D’ARRIGO, L. F.*, MEZZOMO, E., KAPCZINSKI, M. P.

Prótese - Universidade Luterana do Brasil. E-mail: gordodarrigo@pro.via-rs.com.br

A confecção de casquetes de In-Ceram é uma técnica sensível que torna o desempenho do ceramista ­muito crítico para o sucesso clínico de um trabalho. Os estudos disponíveis sobre adaptação referem-se a medidas realizadas em casquetes produzidos em condições muito controladas. O objetivo deste estudo foi verificar que valores de adaptação cervical apresentariam casquetes de In-Ceram produzidos na rotina diária de laboratórios de Prótese Dentária. Foi produzido um modelo mestre e a partir deste confeccionados 9 troquéis. Três troquéis foram enviados três laboratórios porto-alegrenses selecionados randomicamente, solicitando a confecção de casquetes de In-Ceram conforme a rotina de procedimentos adotada pelo laboratório em questão. Cada casquete foi produzido em um momento diferente. A adaptação cervical dos casquetes obtidos foi estabelecida com o uso de microscópio eletrônico de varredura Phillips XL 20, que permite leituras de desadaptação vertical medidas em micra. Foram medidos 5 pontos da margem de cada casquete (2 proximais e 3 vestibulares) assentado sobre o modelo mestre. A análise estatística foi realizada com o programa Estat D+ e teste t de Student. As médias de adaptação proximal obtidas foram 102 mm (laboratório X), 48 mm ( laboratório Y) e 37 mm ( laboratório Z). Na face vestibular as médias obtidas foram respectivamente 46 mm, 8 mm e 11 mm. Os valores relativos as proximais não apresentaram diferença estatística. Em relação a face vestibular o laboratório X difere significativamente dos demais.

Os casquetes apresentaram margens clinicamente aceitáveis nas condições pesquisadas.

 Ic186 

Azul de toluidina: eficácia na marcação de áreas para biópsia em lesões bucais, como método auxiliar na prevenção do câncer

SILVA, S. D.*, CALLESTINI, R.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: sabrinadaniela@hotmail.com

O azul de toluidina, por difusão e afinidade ao DNA nuclear, evidencia áreas concentradas de material genético, que somado às observações do exame clínico, indicam o local mais apropriado para a realização de biópsia. Objetivo: avaliar a eficácia da coloração com azul de toluidina em áreas de lesões submetidas à biópsia. Materiais e métodos: estudaram-se dezessete pacientes portadores de lesão branca, vermelha ou ulcerada encaminhados à Clínica de Estomatologia da FOA-UNESP. A aplicação da técnica seguiu a seqüência: bochecho com água, aplicação do azul de toluidina a 1%, aplicação de ácido acético a 1%, e realização de bochecho com água para remover excesso de solução e de saliva. As áreas marcadas pelo corante e as áreas escolhidas através do exame físico da lesão foram biopsiadas e fixadas em formol a 10%. As peças foram levadas ao laboratório de Patologia da mesma unidade para processamento e análise histopatológica através pelo sistema duplo-cego. Resultados: em 65% dos casos, a área de escolha clínica não foi à mesma área corada pelo azul de toluidina. A sensibilidade do teste foi 100%, e a especificidade da coloração foi de 83%.

Conclusão: o azul de toluidina é um método auxiliar no diagnóstico do local mais representativo da lesão. Apesar da possibilidade da ocorrência de falso-positivos, não ocorreram falso-negativos, isto é, toda lesão que apresentou qualquer alteração, foi corada. Assim, a técnica mostrou-se confiável e de fácil uso, desde que bem indicada e aplicada.

 Ic187 

Como realizar a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de boca?

CARVALHO, R. R.*, PINTO-JR., D. S., TAVARES, M. R., DURAZZO, M., CAMPOS, F. S. A., PALMIERI, M., PEGORETTI, T.

Estomatologia - Universidade de São Paulo. E-mail: rrdecarvalho@yahoo.com

Com o objetivo de implementar a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de boca, a Liga Interdisciplinar das Neoplasias Bucais (LINB-FOUSP) e a Liga de Prevenção e Controle do Câncer da Cavidade Oral (LPCCCO-­FMUSP), elaboraram uma ação educativa, aplicada em amostra da cidade de São Paulo, constando de informações e de aconselhamento sobre tabagismo, etilismo e câncer de boca; realização de anamnese dirigida; exame da cavidade bucal dos pacientes voluntários e encaminhamento, quando necessário, para a LINB-FOUSP ou para o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP). Foram examinados 509 indivíduos, com idade média de 49,8 anos, dos quais 134 (26,32%) foram encaminhados. Das 48 pessoas que compareceram ao ambulatório, 11 foram submetidas à biópsia e 16, à citologia exfoliativa. As biópsias resultaram em 3 hiperqueratoses, 2 hiperplasias papilomatosas, 3 hiperplasias fibrosas inflamatórias, 1 displasia branda, 1 adenocarcinoma e 1 carcinoma epidermóide. As citologias exfoliativas resultaram em 5 classes I e 11 classes II. Sete pacientes foram encaminhados ao HCFMUSP. Paralelamente, 343 pessoas foram examinadas na LINB-FOUSP e 14 neoplasias malignas foram diagnosticadas.

As ações educativas são efetivas no alerta à população quanto aos agentes carcinogênicos e ao câncer bucal, identificação de grupos de risco, orientação para realização de auto-exame e disponibilização do serviço permanente das Ligas, que tem demonstrado ser o mais eficaz método de prevenção e diagnóstico precoce.

 Ic188 

Análise sobre o estágio em que o câncer bucal é diagnosticado – perfil dos portadores

PEREIRA, S. M. B.*, BARBOSA, R. P. S., FREIRE, D. R. Q., FIGUEIREDO, E. Q., COSTA, L. J.

Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal da Paraíba. E-mail: jobrape@terra.com.br

O objetivo desta pesquisa foi avaliar o perfil dos portadores de neoplasias malignas e as características do tumor, em hospitais de referência no estado da Paraíba, no período de 1996 a 2001. Foram analisados 69 prontuários que confirmaram o diagnóstico anatomopatológico de câncer bucal, dos quais apenas 32 foram considerados, devido à ausência de informações necessárias para o estudo nos demais. Os resultados mostraram que a faixa etária de maior ocorrência foi acima de 61 anos de idade, com 56% dos casos, sendo 66,7% no gênero masculino e 33,3% no feminino; a maior prevalência do tumor foi em homens agricultores, com 29,2% dos casos. Em relação à localização anatômica da lesão, ocorreram 20% na língua, seguidos do lábio, rebordo alveolar e assoalho bucal com 13% cada e, em menor freqüência, a mucosa jugal com 11%; o carcinoma espinocelular teve maior ocorrência com 88%, sendo o padrão histológico Grau I o mais observado, com 52% dos casos; em relação à sintomatologia, constatou-se que 13% eram assintomáticos, 53% sintomáticos e 34% não relataram. Foi aplicado o teste estatístico não-paramétrico exato de Fisher (p > 0,05), não tendo sido encontrado significância entre as variáveis.

Conclui-se que o perfil do portador de câncer bucal não alterou no que refere as características indivi­duais, no entanto, o diagnóstico foi feito em estágio inicial na maioria das lesões, denotando-se um avanço no que refere ao prognóstico. (Financiamento: PIBIC.)

 Ic189 

Avaliação sialométrica em indivíduos portadores de deficiência visual

MARQUES, F. R.*, LIMA, A. A. S., PEREIRA, A. C. P., BARBOSA, A. P. M., IGNÁCIO, S. A.

Odontologia - Pontifícia Universidade Católica do Paraná. E-mail: f.marques@onda.com.br

A saliva desempenha diversas funções na cavidade bucal e sua produção está ligada a fatores intrínsecos e extrínsecos. A luz é considerada como um dos fatores que participa na sua produção. Um fluxo salivar reduzido torna as mucosas, lábios e a língua com a aparência seca, fissurada, sensível, além de predispor o indivíduo à doença cárie. Este trabalho objetivou medir a produção de saliva total de indivíduos portadores de deficiência visual e, desta maneira, avaliar se o fato destes indivíduos não poderem enxergar perfeitamente teria alguma participação no funcionamento normal destas glândulas. Amostras de saliva total estimulada foram coletadas de forma padronizada em 84 indivíduos (52 deficientes visuais e 32 portadores de visão normal). A velocidade do fluxo salivar (VFS) foi determinada pelo método gravimétrico. Os resultados demonstraram que a média da VFS nos indivíduos portadores de deficiência visual (grupo experimental) foi de 0,86 ml/min. Ao correlacionarmos a VFS com o gênero dos indivíduos, observamos que o gênero feminino (VFS = 0,75 ± 0,67 ml/min) produz menos saliva do que o gênero masculino (VFS = 0,94 ± 0,72 ml/min). No entanto, não houve diferença estatisticamente significativa entre as médias da VFS do grupo experimental e do grupo controle.

Diante destes resultados pode-se concluir que a deficiência visual parece não interferir na produção normal da saliva total humana. (Apoio financeiro: PIBIC/CNPq/PUCPR.)

 Ic190 

Efeito da própolis em lesões ulceradas da mucosa bucal de ratos

BARBOSA, A. P. M.*, GRÉGIO, A. M. T., LIMA, A. A. S., RIBAS, M. O., PEREIRA, A. C. P., MARQUES, F. R.

Odontologia - Pontifícia Universidade Católica do Paraná. E-mail: deia.cila@bol.com.br

A própolis é um polímero balsâmico resinoso confeccionado pelas abelhas a partir de resina vegetal. Esta substância tem sido largamente empregada na clínica médica e odontológica devido as suas propriedades antiinflamatórias, cicatrizantes e antimicrobianas. Este trabalho objetivou verificar a eficiência da própolis no processo de reparo de lesões ulceradas da mucosa bucal de ratos. 56 ratos machos adultos da linhagem Wistar foram utilizados neste estudo. Uma lesão ulcerada foi produzida com a aplicação tópica de NaOH (40%) na face dorsal da língua de cada animal sob anestesia. As lesões do grupo experimental foram tratadas com aplicação diária do extrato alcoólico de própolis, enquanto que nas lesões dos animais do grupo controle utilizou-se solução salina. Os animais foram divididos em 4 grupos e sacrificados 2, 7, 14 e 21 dias depois. Um fragmento tecidual contendo a área tratada foi processada e submetida à análise histopatológica. A análise do processo de reparo nas lâminas coradas pela hematoxilina-eosina demonstrou que a partir do 7º dia de observação há uma diminuição significativa na intensidade do processo inflamatório do grupo experimental se comparado ao grupo controle e praticamente ausência de inflamação após 21 dias. O processo de reparo das lesões ulceradas ocorreu de maneira mais rápida nos animais do grupo experimental.

A própolis parece favorecer aos eventos que promovem o processo de reparo das lesões ulceradas na boca de ratos, o que foi comprovado estatisticamente pelo teste de Mann-Whitney. (Apoio financeiro: PIBIC/CNPq/PUCPR.)

 Ic191 

Estudo clínico e radiográfico das lesões associadas aos terceiros molares inclusos ou semi-inclusos

SILVA, M. C. B.*, CUTRIM, M. C. F. N., DUARTE JR., A. J. F., LOPES, F. F.

Faculdade de Odontologia - Centro Universitário do Maranhão. E-mail: mari@box.elo.com.br

O objetivo deste trabalho foi avaliar clínica e radiograficamente terceiros molares inclusos (submucosa e intra-óssea) ou semi-inclusos, verificando a relação entre lesões e a presença destes dentes. Cinqüenta e sete pacientes atendidos na Clínica de Cirurgia Bucal II da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Maranhão, foram submetidos a exame clínico e radiográfico e apresentaram 85 terceiros molares em condição de inclusão, dos quais os inferiores e superiores somaram 72 e 13 respectivamente. Quarenta e três dentes apresentaram lesões, sendo a pericoronarite e a perda óssea interproximal as mais freqüentes (30,91% e 23,64%), seguidas da cárie dentária (16,36%), reabsorção dentária (16,36%) e radiolucidez coronária (12,73%). Sessenta e cinco por cento dos dentes com lesões associadas estavam em semi-inclusão. O grupo semi-inclusão apresenta probabilidade de desenvolver lesões 3,294 vezes superior ao grupo submucosa pelo teste odds ratio, havendo diferença estatisticamente significante entre os dois grupos (p = 0,021).

Concluímos que o terceiro molar incluso não é potencialmente um agente patológico, porém em semi-inclusão pode favorecer o desenvolvimento de lesões de origem infecciosa.

 Ic192 

Perfil hematológico dos indivíduos portadores de ulceração aftosa recorrente

MOTTA, C. S.*, CHERUBINI, K., FIGUEIREDO, M. A. Z., GOUVEIA, A. P. C.

Departamento Clínico - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. E-mail: claudiamotta@hotmail.com

O objetivo do presente estudo consistiu em comparar o perfil hematológico de portadores de ulceração aftosa recorrente (UAR) com aquele apresentado por fumantes e não-fumantes não-portadores dessa enfermidade. A amostra estudada foi composta por indivíduos de ambos os sexos pertencentes à faixa etária entre 15 e 60 anos e assim distribuídos: a) grupo 1 (n = 88): indivíduos portadores de UAR; b) grupo 2 (n = 19): indivíduos fumantes não portadores de UAR; grupo controle (n = 18): indivíduos não-fumantes e não-portadores de UAR, inclusive com história pregressa negativa para a doença. Os valores hematológicos de cada grupo foram obtidos dos prontuários, registrados e analisados comparativamente. A análise dos resultados foi feita através de estatística descritiva e do teste da análise de variância. Os resultados revelaram que: (1) não houve diferença estatisticamente significante no hemograma de portadores de UAR em relação aos demais grupos; (2) o número de leucócitos foi significativamente maior no grupo 2 quando comparado ao grupo 1 e ao grupo controle (ANOVA, p < 0,05); (3) o grupo 1 apresentou VSG significativamente maior que os demais grupos (ANOVA, p < 0,05); (4) o VCM mostrou-se significativamente ­maior no grupo 2, quando comparado ao grupo 1 (ANOVA, p < 0,05).

A partir dos resultados do presente estudo foi possível concluir que: 1) não há diferença estatisticamente significante entre o perfil hematológico de pacientes portadores e não-portadores de UAR; 2) pacientes portadores de UAR apresentaram VSG maior que pacientes não-portadores da lesão.

 Ic193 

Estudo do efeito radioprotetor da vitamina E no processo de reparo de alvéolos dentários de ratos

SILVA, A. L.*, ALMEIDA, S. M., BÓSCOLO, F. N., HAITER, C. F. S.

Diagnóstico Oral - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: andrenet2001@hotmail.com

Avaliar o efeito radioprotetor da vitamina E em alvéolos dentários irradiados de ratos foi o objetivo do presente estudo. Para tanto, os animais foram divididos em 4 grupos experimentais: Controle; Irradiado; Vitamina E e Vitamina E/Irradiado. Os animais dos dois últimos grupos receberam intraperitonealmente, previamente à cirurgia, 270 UI de vitamina E divididas em três doses; 48 horas após a última dose, realizou-se a avulsão dentária do incisivo superior nos animais pertencentes a todos os grupos. Os grupos Irradiado e Irradiado/Vitamina E, 72 horas após a exodontia, tiveram o alvéolo irradiado com 0,07 Gy de ra­diação X. Os animais foram sacrificados aos 4, 7, 14 e 21 dias pós-cirurgia, para avaliação do processo de reparo. A análise do processo de reparo foi realizada utilizando-se a coloração tricrômico de Masson. Esta mostrou haver um retardo na reparação óssea aos 4, 7 e 14 dias, naquele grupo somente irradiado. Nos demais grupos o processo de reparo se deu de maneira semelhante ao grupo controle, evidenciando assim, o efeito radioprotetor da vitamina E.

Pode-se concluir do trabalho em questão que a vitamina E se mostrou um eficiente agente radioprotetor no processo de reparo de feridas exodônticas irradiadas. (Projeto de iniciação científica apoiado pela FAPESP.)

 Ic194 

Efeito da variação do tempo de exposição sobre a opacidade óptica de duas marcas de filmes periapicais

WANDERLEY, J. N. B.*, BELTRÃO, R. V., COSTA, R. F., PADILHA, W. W. N.

DCOS - Universidade Federal da Paraíba. E-mail: nielles@ig.com.br

Este estudo objetivou comparar a opacidade óptica dos filmes periapicais das marcas Kodak Insight (KI) e Agfa Dentus M-2 (AD-M2), sob variação do tempo de exposição. A abordagem foi indutiva, com procedimento comparativo e estatístico. Foi utilizado um aparelho da marca Dabi Atlante modelo Spectro 70 X. Os tempos (T) testados em segundos foram: 0,2; 0,3; 0,4; 0,5; 0,6; 0,7; 0,8; 0,9; 1,0; 1,1; 1,3; e 1,5. Para cada tempo foram expostas 3 películas de cada marca. O padrão de opacidade óptica foi definido por meio de um “stepwedge” de alumínio (99,5%) contendo dez degraus. A distância foco-filme foi padronizada em 400 mm. As películas foram processadas manualmente através do método temperatura/tempo, utilizando-se soluções reveladora e fixadora da marca Kodak. As imagens foram digitalizadas no scanner Genius Colorpage-HR6, e medidas as tonalidades de cinza pelo software Image Tool 2.0. Os resultados foram: T- 0,2 s, AD-M2 (24,8%) e KI (28,13%); T- 0,3 s, AD-M2 (33%) e KI (31,93%); T- 0,4 s, AD-M2 (37,13%) e KI (39,33%); T- 0,5 s, AD-M2 (37,06%) e KI (36,2%); T- 0,6 s, AD-M2 (41,73%) e KI (46,4%); T- 0,7 s, AD-M2 (43,93%) e KI (43,93%); T- 0,8 s, AD-M2 (47,6%) e KI (48,47%); T- 0,9 s, AD-M2 (48,67%) e KI (49,07%); T- 1,0 s, AD-M2 (51,07%) e KI (53,6%); T- 1,1 s, AD-M2 (56,67%) e KI (59,07%); T- 1,3 s, AD-M2 (62,33%) e KI (62,2%); T- 1,5 s, AD-M2 (74,47%) e KI (67,67%). A análise estatística pelo teste t de Student indicou ausência de significância (p > 0,05) entre os dois grupos de dados.

Concluiu-se que a variação do tempo de exposição produziu alterações semelhantes na opacidade óptica das marcas estudadas.

 Ic195 

Validação do exame radiográfico periapical para a seleção de dentes pilares para a prótese parcial removível

FRANÇA, C. R. C.*, SOUZA, M. B., SOUZA FILHO, C. B., PARDINI, L. C., SOUSA NETO, M. D., PAULINO, S. M.

Odontologia - Universidade de Ribeirão Preto. E-mail: cintiaregi@uol.com.br

O sucesso da prótese parcial removível (PPR) está relacionado a um diagnóstico preciso, com minucioso exame clínico e a correta indicação e execução da técnica radiográfica dos dentes e rebordo residual, que serão estruturas de suporte para a prótese. A literatura relata muitas situações de anormalidade ou patológicas, que são observadas ou confirmadas pelo exame radiográfico. Este trabalho tem como objetivo detectar anormalidades presentes nas radiografias periapicais dos dentes e rebordos indicados como suporte da PPR, em pacientes atendidos na Clínica da UNAERP no período de 1990 a 2000, que interferem no planejamento das próteses. Realizou-se levantamento no arquivo de prontuários, onde estabeleceu-se um protocolo de identificação do paciente e laudo radiográfico; cada prontuário foi analisado em negatoscópio, com auxílio de uma lupa, por 3 observadores que anotavam as alterações encontradas nos dentes pilares e no rebordo residual. Nos 624 prontuários avaliados (total de 1.872 radiografias) encontrou-se 767 (41%) radiografias sugerindo situações de anormalidade que inviabilizavam a confecção da PPR ou que levavam a uma alteração no seu planejamento, sendo: dentes com cárie extensa (43%) e inclinação excessiva (30%); patologias periapicais (21%); dentes com perda óssea acentuada (63%); raízes residuais (11%) e dentes inclusos (6%).

Concluiu-se que o exame radiográfico é imprescindível no planejamento da PPR, para que se possa detectar anormalidades que sugiram a necessidade de alteração no planejamento ou que possam ser tratadas, viabilizando a confecção da prótese.

 Ic196 

Análise do alongamento do processo estilóide em radiografias panorâmicas

SAUERESSIG, F.*, CAMPANHA, B. P., HUTTNER, E. A., SILVA, D. N., VEECK, E. B., GLOCK, L., PAGNONCELLI, R. M.

Cirurgia - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. E-mail: icosauer@ig.com.br

Este trabalho teve por objetivo avaliar o alongamento do processo estilóide em pantomografias dos arquivos do Departamento de Radiologia da PUC-RS. A amostra constou de 150 radiografias panorâmicas que apresentaram alongamento do processo estilóide. As variáveis investigadas foram: faixa etária, gênero, tipo de alongamento (segmentado ou não segmentado) e localização (uni- ou bilateral). Os dados foram submetidos à análise estatística, sendo as variáveis quantitativas avaliadas através da correlação de Pearson e as qualitativas através teste do qhi-quadrado para tabela de contingência. Foram comparadas também as médias das variáveis agrupadas segundo o gênero e o tipo de característica do alongamento. Os resultados não apresentaram uma relação significante por faixa etária. Houve uma leve predileção pelo gênero feminino (55,3%), o processo não-segmentado foi o mais freqüente (53,3%) e prevaleceu a localização bilateral (86%), não se verificando, nestes casos, diferença estatisticamente significativa para p < 0,05.

Os achados são compatíveis com os relatos da literatura em relação às variáveis analisadas.

 Ic197 

Perfil citológico da mucosa bucal saudável de indivíduos de diferentes faixas etárias

BARBOSA, R. P. S.*, PEREIRA, S. M. B., FREIRE, D. R. Q., CASTRO, J. F. L., SILVEIRA, F. M. M., COSTA, L. J.

Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal da Paraíba. E-mail: holandasa@uol.com.br

O objetivo da pesquisa foi avaliar o padrão celular e inflamatório em cinco diferentes áreas anatômicas da mucosa bucal de indivíduos saudáveis, pertencentes a três grupos etários diferentes, através do exame citológico. Foi realizada uma avaliação citológica qualitativa e quantitativa das células da mucosa bucal de 30 pacientes do sexo masculino saudáveis sistemicamente e não portadores de hábitos como tabagismo e etilismo. A amostra foi dividida em três grupos distintos, conforme faixa etária, sendo dez crianças com idade máxima de 10 anos; dez adultos com idade entre 21 e 30 anos e dez indivíduos geriátricos, com idade mínima de 65 anos. As áreas anatômicas selecionadas foram lábio inferior, língua, palato, assoalho de boca e mucosa jugal. As lâminas foram coradas pela técnica de Papanicolau modificada e analisadas através de microscopia óptica binocular. Os resultados demonstraram que há um aumento da ceratinização da mucosa bucal normal com o avanço da idade, principalmente no lábio, palato e soalho.

A presença de algumas alterações citoplasmática e nuclear é freqüente na mucosa normal, mas não sugere diagnóstico de patologias. O infiltrado inflamatório é um achado constante, em pequenas proporções, em parte significante da mucosa bucal saudável, independente da idade do paciente ou localização anatômica da mucosa. (Financiamento: CAPES.)

 Ic198 

Cisto periodontal apical: uma revisão de 192 casos

LOPES, D. R.*, AGUIAR, M. C. A., SÁ, J. C., COSTA, A. L. L.

Odontologia - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail:  dianarosadolopes@hotmail.com

O cisto periodontal apical é o mais comum dos cistos odontogênicos, originando-se após a mortificação pulpar dentária devido a estímulos físicos, químicos e bacterianos tendo, portanto, íntima relação com a cárie. O objetivo do presente estudo foi o conhecimento do perfil deste cisto por intermédio de uma revisão de 192 casos registrados nos arquivos da Disciplina de Patologia Oral da Faculdade de Odontologia da UFRN durante o período de 1990 a 2001. Foram avaliados os seguintes parâmetros: sexo, idade, cor da pele do paciente, localização anatômica acometida, presença ou não de sintomatologia, etiologia e forma de remoção da lesão. Realizamos também uma análise comparativa entre o diagnóstico clínico e histopatológico. Constatamos que o cisto periapical foi mais freqüente no sexo feminino (55,21%), cor branca (65,1%) e segunda década de vida (27,08%). A maxila foi mais acometida do que a mandíbula, com 63,02% dos casos e a maioria dos pacientes apresentou quadro clínico assintomático (37,5%). A cárie foi a principal etiologia relatada (23,44%) e a cirurgia foi a forma de remoção prevalente (62,5%); a maior parte dos diagnósticos clínicos coincidiu com os histopatológicos (58,33%).

Concluímos que o cisto periodontal apical acomete mais pacientes do sexo feminino, segunda década de vida e de cor branca. Lesões assintomáticas em maxila em íntima relação com a cárie dentária prevaleceram. O principal tratamento foi a cirurgia tendo a maior parte dos diagnósticos clínicos coincidido com os histopatológicos.

 Ic199 

Efeito da extração dentária unilateral maxilar posterior na mandíbula dos animais Cavia porcellus

CAMPOS, M.*, MORA, O., IYOMASA, M. M., MANDARIM-DE-LACERDA, C. A., BOASQUEVISQUE, E., WATANABE, P. C. A., MIZUSAKI,C. I.

Morfologia, Estomatologia - Universidade de São Paulo. E-mail: matheuscampos

Alterações nas funções dentais causadas por estresse ou mudanças na aplicação de forças promovem mudanças morfológicas no osso alveolar, o qual encontra-se constantemente se remodelando em resposta às forças à ele direcionadas. Com o propósito de verificar se a resposta óssea já se encontra instalada na mandíbula submetida à maloclusão, no período de uma semana o objetivo deste trabalho foi identificar as alterações na densidade óssea e biométricas da mandíbula nas áreas do periodonto e do côndilo decorrentes da maloclusão induzida por exodontia de molares superiores esquerdo em cobaias machos. Os animais foram distribuídos em: alterados (com a maloclusão instalada por uma semana) e, controle (com mesmo tempo de estresse). Após uma semana, foram sacrificados, macerados e analisados radiograficamente. As radiografias foram submetidas à análise de densitometria óssea (“density profile”) através do programa Sidexis - Sirona Dental. Foi observado um aumento significativo na densidade óssea no lado de hiperfunção tanto na região de periodonto como na região de ATM. As áreas de maior densidade foram identificadas em locais ligeiramente diferentes quando comparados os lados da hiper- e hipofunção. Biometricamente foram observados aumentos da coroa do dente e aumento do comprimento da mandíbula no lado de hiperfunção e foram confirmadas as alterações no periodonto obtidas através do programa Sidexis.

Verificou-se que após uma semana, as alterações decorrentes da maloclusão encontram-se instaladas na mandíbula.

 Ic200 

Prevalência da dor cervical em pacientes com desordem temporomandibular

AZEVEDO, M.*, CUNHA, P. C. M., WILHELMSEN, S. M. S.

Instituto da Cabeça - Universidade Federal de São Paulo. E-mail: marisawaei@uol.com.br

A dor cervical é uma das comorbidades que podem ser observadas nos pacientes com desordem temporomandibular (DTM). O objetivo deste trabalho foi verificar a prevalência de cervicalgia em 210 pacientes aleatoriamente selecionados da Clínica de Dor Orofacial do Instituto da Cabeça da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo). A avaliação cervical é parte da rotina de exames dos pacientes portadores de DTM, observando-se os músculos cervicais em relação à restrição e/ou sensação dolorosa. Tais exames são realizados solicitando-se ao paciente que faça movimento de flexão (para frente), extensão (para trás), inclinação e rotação da cabeça à esquerda e à direita, e os movimentos são realizados sem intervenção do examinador. Do total dos pacientes avaliados, 191 apresentavam ou DTM muscular ou articular ou ambas, sendo que 91 pacientes não tinham dor nos exames funcionais cervicais. Dos 100 pacientes que apresentavam dor cervical, 65 tinham dor sem restrição aos movimentos funcionais e 35 tinham dor com restrição aos movimentos, distribuídos como segue: 13 com restrição aos movimentos de lateralidade esquerda e direita, 6 com restrição aos movimentos para a esquerda, 6 com restrição de movimentos à direita, 2 com restrição à extensão, 1 com restrição à flexão, 3 com restrição à extensão e lateralidades esquerda e direita, 1 com restrição à flexão e lateralidades esquerda e direita, 1 com restrição à extensão e lateralidade direita e 2 com restrição a qualquer movimento cervical.

Concluiu-se que 52,35% dos pacientes com DTM apresentam a dor cervical como comorbidade.

 Ic201 

Odontologia Legal: obtenção de DNA para identificação cadavérica à partir de ossada

AOKI, M. R. L.*, SALLES PERES, A., TORRES, E. A., SANDRI, R. M. C. S., BIJELLA, M. F. B., FREITAS, C. A.

Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva - Universidade de São Paulo. E-mail: liporacciaoki@uol.com.br

Observando o aumento de solicitações judiciárias para cirurgiões-dentistas credenciados auxiliarem no reconhecimento de cadáveres, este trabalho objetiva demonstrar a operacionalidade no reconhecimento de ossadas humanas, feita pela Disciplina de Odontologia Legal da FOB-USP, em colaboração com o Instituto Médico Legal. O presente caso constitui-se de uma ossada enviada para identificação cadavérica. Na ausência dos elementos dentários optou-se em fazer este reconhecimento através de DNA. A cabeça do fêmur foi escolhida como área para a extração do resíduo. Após intensa escovação e irrigação com água destilada, a parte superior foi retirada com serra própria e, posteriormente resíduos da medula óssea foram extraídos, em pequenas porções de 3 a 5 mg, com auxílio de motor de baixa rotação e broca diamantada. Para a extração do DNA, utilizou-se o kit específico Puregene, da marca comercial Gentra. O material foi dissolvido em solução de lise, tratado com proteinase K, encubado por 24 horas a 55ºC, centrifugado, precipitado com isopropanol e hidratado com água Milli-Q. Após a diluição, verificou-se a concentração e a pureza do DNA em espectrofotômetro (Ultrospec 2000) obtendo-se a concentração variável entre 80 mg/ml e grau de pureza (R) de 1,66 a 2,14.

Concluiu-se que através desta técnica é possível obter DNA suficiente e com qualidade para identificação cadavérica, sendo importante ferramenta de auxílio na identificação odontolegal, com finalidade específica de esclarecer a Justiça naquilo que foi pedido.

 Ic202 

PCNA e AgNOR em carcinoma epidermóide oral – estudo comparativo com gradação histológica de malignidade

ROCHA, D. A. P.*, BORGES, R. F., TRINDADE, P. K. D., SOUZA, L. B., COSTA, A. L. L.

Patologia - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: dannyodonto@hotmail.com

O objetivo deste estudo foi pesquisar a correlação da expressão do antígeno nuclear de proliferação celular (PCNA) e do número médio de regiões organizadoras nucleolares (NORs) com a gradação histológica de malignidade do carcinoma epidermóide oral. Selecionamos 10 casos de carcinoma epidermóide oral, os quais foram classificados de acordo com o sistema de graduação histológica de malignidade proposto por BRYNE (1998). Foi utilizada a técnica imuno-histoquímica para expressão do PCNA e a técnica histoquímica AgNOR para expressão das NORs. A análise estatística dos dados, utilizando-se o teste de correlação de Spearman revelou a não-existência de correlação (r = 0,1768) entre o índice de PCNA e os escores histológicos de malignidade, como também não houve correlação (r = 0,1047) entre o número médio de NORs/núcleo e os escores histológicos de malignidade do carcinoma epidermóide oral.

Concluímos que os marcadores de proliferação celular PCNA e AgNOR não refletiram a atividade proliferativa do carcinoma epidermóide oral.

 Ic203 

Saúde bucal e assistência odontológica de idosos dependentes institucionalizados: percepção dos cuidadores

MARQUES, F. C.*, RIBEIRO, M. T. F., FERREIRA, R. C., TRAVASSOS, D. V., MOREIRA, A. N.

Odontologia Restauradora - Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: flaviacmarques@bol.com.br

O objetivo desse estudo foi avaliar a percepção dos cuidadores de idosos em relação à saúde bucal e à atenção odontológica dos dependentes residentes em instituições de longa permanência públicas e privadas. Uma amostra aleatória de 40 cuidadores, 20 de instituições conveniadas à Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PB) e 20 de privadas (PV), foi submetida à entrevista. A avaliação mostrou que 100% dos entrevistados eram do sexo feminino e 37% estava na faixa etária de 45-50 anos. Os cuidadores relataram problemas de saúde bucal nos idosos (60% PV, 20% PB). Os principais problemas citados foram feridas no canto da boca, próteses mal adaptadas, doença periodontal, necessidades de extrações, perda de restaurações e perda dental. A necessidade de atenção odontológica foi percebida pelos cuidadores. O atendimento domiciliar odontológico (“home care”) foi a modalidade de serviço mais indicada (67%) para idosos dependentes, 16,5% citaram consultório sem barreiras arquitetônicas, 10% serviço público e 6,5% não apresentaram restrições para levar o dependente ao consultório convencional. A negligência por parte da família, da instituição e dos cuidadores foi apontada por 63,3% dos entrevistados como causa da falta de assistência odontológica a essa população. Os entrevistados (90% PB, 10% PV) não souberam relatar a data do último atendimento odontológico recebido pelo idoso dependente.

Os cuidadores perceberam que os idosos dependentes apresentam problemas de saúde bucal e carência de atenção odontológica. O estudo indica a necessidade da implementação de medidas de assistência odontológica a partir da conscientização das pessoas envolvidas com o cuidado dos idosos, o que pode contribuir para a melhora da qualidade de vida destes indivíduos.

 Ic204 

Avaliação do conhecimento sobre câncer bucal entre universitários e pacientes odontológicos na cidade de Curitiba

BAIONI, C. S.*, LIMA, A. A. S., FRANÇA, B. H. S., IGNÁCIO, S. A.

Patologia - Pontifícia Universidade Católica do Paraná. E-mail: carlabaioni@zipmail.com.br

Este estudo avaliou o grau de conhecimento que a população brasileira, em especial, os estudantes universitários e pacientes odontológicos da cidade de Curitiba, tem sobre câncer, câncer bucal e os fatores de risco envolvidos na doença. A amostra constituiu-se de 400 indivíduos maiores de 18 anos, de ambos os sexos, escolhidos aleatoriamente e subdivididos em 4 subgrupos: 100 estudantes de Ciências Biológicas e Saúde, 100 estudantes de Ciências Exatas e Tecnologia, 100 estudantes de Ciências Humanas e 100 pa­cientes odontológicos de um posto de saúde (grupo controle). A metodologia baseou-se na aplicação de um questionário específico com perguntas abertas e fechadas e posteriormente submetidas à análise estatística. Os resultados demonstraram que dos 400 indivíduos entrevistados apenas 118 (29,5%) tinham conhecimento exato sobre a doença e 333 (83%) afirmaram saber que o câncer poderia ocorrer na boca e 140 (35%) indivíduos responderam que conheciam a existência de lesões cancerizáveis. Com relação aos fatores relacionados ao câncer bucal, 251 (63%) desconheciam que o fumo pode causar a doença e 379 (95%) não sabiam da participação do álcool. Quanto ao tratamento, apenas 154 indivíduos procurariam o cirurgião-dentista se suspeitassem que estivessem com o câncer bucal.

Diante destes achados, este trabalho demonstrou que grande parcela da população brasileira ainda desconhece o fato do câncer afetar a boca e dos agentes envolvidos na patogênese desta doença, o que reforça a necessidade da implementação de medidas preventivas mais eficientes. (Apoio financeiro: PIBIC/CNPq/PUCPR.)

 Ic205 

Análise quantitativa e dimensional de AgNORS em displasia epitelial e carcinoma epidermóide de mucosa oral

BARROS, S. L. V., ARRUDA, M. L. S., MEDEIROS, A. M.*, AMORIM, R. F. B., MIRANDA, J. L., SÁVIO, E. S. S., FREITAS, R. A.

Odontologia - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: angelamedeiros@bol.com.br

A análise quantitativa e dimensional das regiões organizadoras nucleolares (NORs), através de métodos de coloração pela prata, vem relacionando maior número e menor diâmetro destas estruturas, a um maior grau de agressividade em lesões das mais variadas origens e naturezas. O objetivo deste estudo foi realizar uma análise quantitativa e dimensional das AgNORs em 16 casos de displasia epitelial (DE) e 22 casos de carcinoma epidermóide oral (CEO), corados pela técnca do AgNOR, pertencentes à Disciplina de Patologia Oral/UFRN. A análise quantitativa do número médio de AgNORs/núcleo procedeu-se em 150 células basais e parabasais nos casos de DE, e em 150 células aleatoriamente distribuídas nas lesões de CEO. A análise dimensional foi realizada através do cálculo do diâmetro médio em 100 AgNORs por caso. Os números médios de AgNORs/núcleo e os diâmetros médios referentes às lesões estudadas foram, respectivamente, os seguintes: 2,5 e 2,1 mm nas DE leves; 2,4 e 2,2 mm nas DE moderadas; 2,4 e 2,6 mm nas DE severas; 1,9 e 3,9 mm nos CEO de baixo escore de malignidade; e 2,1 e 3,5 mm nos CEO de alto escore de malignidade. A análise estatística através do teste U de Mann-Whitney demonstrou que as DE apresentam número médio de AgNORs maior que os CEO (p < 0,05) e que o tamanho médio das AgNORs é significativamente maior nos CEO (p < 0,05).

Estes resultados sugerem que a avaliação quantitativa e dimensional das AgNORs não pode ser utilizada como indicador do comportamento biológico das lesões estudadas, uma vez que as DE demonstraram AgNORs mais numerosas e menores que os CEO. (Apoio: CNPq.)

 Ic206 

Efeito progressivo da diabete melito sobre o epitélio da pele do rato

NAKAO, C.*, BUTTROS, K. R., TANGA, M. B., KOMESU, M. C., AZEVEDO, R. V. P.

Morfologia, Estomatologia e Fisiologia - Universidade de São Paulo. E-mail: cristianonakao@bol.com.br

A pele atua como interface entre os ambientes interno e externo protegendo contra a penetração de microrganismos e produtos tóxicos. Alterações teciduais podem levar a um aumento da patogenicidade e/ou diminuição da capacidade de defesa. A diabete é um grupo heterogêneo de alterações, caracterizada principalmente por estado hiperglicêmico. Em geral, suas complicações são associadas à cronicidade e muito pouca informação existe a respeito dos eventos iniciais dessa importante doença. Modelos animais são considerados bastante úteis para o estudo das alterações iniciais da diabete. Foram realizadas avaliações histométrica e estereológica na pele de ratos, após a indução da diabete. Foram utilizados ratos Wistar, com diabete induzida por aloxana. Cinco animais foram sacrificados 11 dias (Fase I) e cinco aos 30 dias (Fase II) após injeção de aloxana. Cinco animais não injetados foram utilizados como controle. Nossos resultados nos permitiram observar que, embora diminuição da espessura epitelial seja progressiva com o avançar da diabete, alterações significativas na espessura epitelial podem ser observadas em estágios bastante iniciais da diabete.

Nossos resultados sugerem que, apesar de a diabete ser uma doença crônica, com complicações relacionadas a essa cronicidade, as fases iniciais da doença podem produzir alterações que elevam a deficiên­cias na capacidade de defesa do epitélio. Consideramos que os profissionais da Saúde devam estar atentos à pacientes com risco elevado para o desenvolvimento da diabete.

 Ic207 

Expressão de Wnt5a em carcinoma epidermóide de boca

ACQUAFREDA, T.*, TUCCI, R., MATIZONKAS, L. F., PINTO JR., D. S., NUNES, F. D.

Odontologia - Universidade de São Paulo. E-mail: t_acquafreda@yahoo.com

Os genes Wnt são importantes no desenvolvimento dos embriões, onde eles atuam na morfogênese e na diferenciação celular. A associação entre os genes Wnt e a oncogênese foi verificada em carcinomas de cólon, pulmão e mama. Wnt2, 3a, 4, 5a e 7b estão expressos de forma diferenciada quando comparamos tecido de mama normal e lesões benignas e malignas desse tecido. O Wnt5a é, provavelmente, um gene supressor de tumor cuja perda permite a diferenciação celular. Para verificar a possível associação entre o gene Wnt5a e o carcinoma epidermóide de boca, nós usamos RT-PCR para a amplificação do gene nas linhagens celulares HN-6, HN-19, HN-30 (tumores primários) e HN-31 (metástase da HN-30). Todas as linhagens celulares expressaram Wnt5a com exceção da HN-31.

Esses achados sugerem, pela primeira vez, uma possível participação dos genes Wnt nos eventos moleculares que contribuem para a carcinogênese oral e processo de metástase.

 Ic208 

Imunoexpressão das caderinas E e P no desenvolvimento das glândulas salivares

KOBAYASHI, J. M.*, LODUCCA, S. V., ARAÚJO, V. C.

Estomatologia - Universidade de São Paulo. E-mail: jmkobayashi@zipmail.com.br

Adesão intercelular é fundamental na morfogênese sendo mediada por diversos grupos de moléculas de adesão. As caderinas são glicoproteínas que promovem adesão intercelular através de ligações homofílicas cálcio-dependentes e estão presentes em diversos tecidos. As caderinas E e P tem sido estudadas em diversos tecidos e órgãos de origem epitelial. Porém, encontram-se poucos relatos sobre sua expressão em glândulas salivares em desenvolvimento. Nosso estudo avaliou por meio da imuno-histoquímica a presença dessas caderinas em glândulas salivares de fetos em desenvolvimento. Espécimens fetais obtidos do arquivo da Disciplina de Patologia Bucal foram utilizados. Cortes de 3 mm de blocos de parafina contendo o material fetal foram submetidos à reação de imuno-histoquímica utilizando dextran contra os anticorpos E e P-caderina. Os cortes foram incubados com os anticorpos E e P-caderina na concentração de 1:50 e 1:75, respectivamente. Terminada a reação, os cortes foram observados no microscópio de luz. Nas fases ini­ciais de formação glandular, as caderinas E e P foram intensamente positivas, contornando a membrana das células epiteliais glandulares. Positividade para a E-caderina permaneceu na maioria das estruturas glandulares durante a sua maturação enquanto que a marcação da P-caderina teve sua intensidade dimi­nuída.

Os resultados sugerem que as caderinas E e P são importantes durante a morfogênese de glândula salivar e que alterações de sua expressão em estágios mais tardios da diferenciação poderão ser investigadas com relação a questões funcionais.

 Ic209 

Fatores psicogênicos associados ao líquen plano bucal – CDDB/FOUFPEL

VENTURINI, D.*, COSTA, J. R. S., TIBOLA, J., TARQUINIO, S. B. C.

Semiologia e Clínica - Universidade Federal de Pelotas. E-mail: danielaventurini@bol.com.br

O estresse emocional tem sido fortemente associado ao líquen plano (LP). A proposta deste trabalho foi avaliar em 70 pacientes com LP bucal, oriundos do CDDB, a existência de distúrbios psiquiátricos menores, através do Questionário SRQ-20, e de eventos estressantes vivenciados por esses indivíduos, através do Questionário CAEE. Além disso, procurou-se analisar a percepção individual a respeito da simultaneidade entre o aparecimento e/ou agravamento das lesões de LP bucal e situações de estresse vividas por eles. Foram observadas maiores prevalências para o sexo feminino (71,4%), em indivíduos com idade igual ou superior a 40 anos (80%) e para as associações de variantes clínicas (62,9%). Em 52,9% dos casos, o SRQ-20 demonstrou positividade, tendo 35,7% dos indivíduos vivenciado apenas um evento estressante ultimamente. Parente com doença crônica em casa (26 casos) e morte familiar (22 casos) foram os itens mais freqüentemente assinalados. A maioria dos pacientes entrevistados (61,4%) não havia relacionado a existência ou agravamento das lesões de LP e/ou sintomatologia ao vivenciamento de situações estressantes. Foi observada diferença estatisticamente significativa (p < 0,01) quando correlacionou-se a resposta ao SRQ-20 com o sexo, sendo a maioria das mulheres com LP bucal estressadas (64%).

Com base em nossos dados, concluímos que embora não pudessem ser implicados diretamente na etiologia do LP, os distúrbios psiquiátricos menores e as situações estressantes vividas pelos indivíduos parecem ser importantes na patogenia de suas lesões bucais, especialmente nas mulheres.

 Ic210 

Efeito do peptídio AG73 em linhagem celular derivada de carcinoma adenóide cístico

OLIVEIRA, E. C.*, MELLO, E. S., PÉCORA, G. A., FREITAS, V. M., JAEGER, R. G.

Histologia - Universidade de São Paulo. E-mail: ecryeno@hotmail.com

O carcinoma adenóide cístico é uma neoplasia maligna de glândulas salivares, possuindo aspectos cribriforme, tubular e sólido, e disseminação perivascular ou perineural. Descobrimos que a laminina é uma molécula morforegulatória dessa neoplasia. Linhagem celular (CAC2), de carcinoma adenóide cístico, é induzida a diferenciar quando crescida dentro de laminina. Microscopia de luz e eletrônica evidencia­ram formações sólidas, tubulares e pseudocísticas, semelhante à neoplasia in vivo. Como a laminina possui peptídios bioativos no crescimento e diferenciação, estudamos o efeito do peptídio AG73 (RKRLQVQLSIRT, domínio globular da cadeia alfa) nas células CAC2. Esse peptídio é ativo em neoplasias, porém seu efeito nunca foi estudado antes em neoplasias de glândulas salivares. Preparações tridimensionais de laminina foram enriquecidas com diferentes concentrações de AG73. Como controle, utilizamos células crescidas em ambiente tridimensional de laminina somente. A análise dos resultados foi feita em microscopia de luz (H. E.). Células crescidas em laminina formaram ilhotas com pequenos espaços pseudocísticos, como o padrão cribriforme da neoplasia in vivo. Por outro lado, o peptídio AG73 induziu a formação de grandes espaços pseudocísticos revestidos por delgada camada de células fusiformes. Esse achado seria resultado de digestão da matriz, pois esse peptídio apresenta essa atividade.

Nossos resultados preliminares sugerem que o peptídio AG73 é um domínio molecular determinante na formação de espaços pseudocísticos no carcinoma adenóide cístico.

 Ic211 

Influência da administração tópica do óleo de copaíba na reparação alveolar pós-exodontia

DESTRO, M. F. S. S.*, SILVA, M. A. D., SALGADO, M. A. C.

Biociências e Diagnóstico Bucal - Universidade Estadual Paulista. E-mail: fesdestro@hotmail.com

Ultimamente a Organização Mundial da Saúde tem incentivado com destaque o uso de plantas medicinais e assim o óleo de copaíba vem sendo utilizado pela população como auxiliar no tratamento de úlceras estomacais, processos inflamatórios e até em tumores de próstata. Nosso objetivo foi avaliar histologicamente a influência da administração tópica do óleo de copaíba no processo de reparação alveolar pós-exodontia. Para isso foram utilizados 12 ratos Wistar machos, submetidos a exodontia do primeiro molar inferior esquerdo e separados em dois grupos, controle (C) e tratado (T), nos quais foram realizadas irrigações alveolares com 30 ml de soro fisiológico estéril ou 30 ml de óleo de copaíba, respectivamente. As irrigações foram realizadas logo após a cirurgia e nos dois dias que a seguiram. Após 7 dias os animais foram sacrificados, tiveram suas mandíbulas removidas e incluídas em Paraplast para estudo em microscopia de luz. Os resultados mostraram uma formação epitelial mais desenvolvida no grupo C com ausência de ulceração, além da formação de um trabeculado ósseo mais denso. O grupo T apresentou neste período uma grande área de ulceração e formação óssea menos evidente de distribuição irregular. A presença do tecido inflamatório foi aferida pelo estudo histomorfométrico sendo significantemente maior no grupo tratado (p < 0,05).

Com base nisso pudemos concluir que a utilização tópica do óleo de copaíba dificulta a migração epitelial, gerando a permanência do infiltrado inflamatório pós-cirúrgico o que resulta num retardo da cicatrização do tecido ósseo neoformado.

 Ic212 

Lesões periapicais: estudo epidemiológico

DUARTE, A. H. S.*, SOUZA, M. E., TORRES, M. A., SOBRAL, A. P. V.

Medicina Oral - Universidade de Pernambuco. E-mail: henriqueduart@bol.com.br

As lesões periapicais constituem patologias freqüentes da cavidade bucal. Em decorrência desta alta prevalência objetivamos verificar a incidência dessas lesões no período entre 1991 e 2001, diagnosticadas no laboratório de Patologia Bucal da FOP/UPE. Para a realização deste trabalho foi criado um banco de dados oriundo das fichas de exames. Os nossos resultados demonstraram que as lesões periapicais corresponderam a 3,91% (78 casos) do total de 1.990 casos diagnosticados, o cisto radicular correspondeu a 2,31%, enquanto os granulomas a 1,60%. Verificamos que: a) 72,7% dos pacientes com diagnóstico histopatológico de cisto radicular eram do sexo masculino (teste de Fisher, p < 0,05); b) os dentes mais acometidos foram os incisivos superiores (12 casos) e os molares inferiores (8 casos); c) a maioria dos pacientes encontram-se entre 21 e 40 anos, e assintomáticos; d) a raça branca foi a mais incidente com 32 casos seguida da raça amarela com 17 casos.

A nossa amostra demonstra uma maior incidência dos cistos radiculares em pacientes da raça branca, do sexo masculino, acometendo os dentes do grupo dos incisivos superiores e molares inferiores, esses dentes devido à cronologia de erupção permanecem na cavidade bucal expostos a agentes cariogênicos por mais tempo justificando a alta incidência de lesões periapicais nos mesmos.

 Ic213 

Estudo da biocompatibilidade da liga Ti-6Al-7Nb e titânio de grau 2 em tíbia de coelhos

SILVA, K. C.*, MOMOSE, D. R., CARVALHO, Y. R., REIS, L. M., FERNANDES, R. G.

Biopatologia - Faculdade de Odontologia de São José dos Campos. E-mail: karencristina@yahoo.com

O trabalho analisa a reação do tecido ósseo a implantes confeccionados com a liga de titânio contendo alumínio e nióbio (Ti-6Al-7Nb) em relação ao titânio de grau 2. Foram obtidos 48 pinos por metalurgia do pó, os quais foram usinados em corpos-de-prova de 3,17 mm de diâmetro, 7 mm de comprimento e com 1,67 mm de rosca. Utilizamos 24 coelhos da raça Nova Zelândia com 3,5 kg e com aproximadamente três meses e meio de vida. Na tíbia esquerda foi implantado dois corpos-de-prova da liga Ti-6Al-7Nb, eqüidistantes 4 cm, e na direita o titânio grau 2. Após os períodos de 21, 42 e 84 dias, os animais foram sacrificados e a interface entre o corpo-de-prova e o tecido ósseo foi analisado a nível histológico. As imagens foram digitalizadas e submetidas ao programa de análise de imagem, onde foram calculadas as áreas dos espaços medular no osso neoformado dos períodos em análise e entre os mate­riais pesquisados. Os resultados mostraram que não houve diferenças entre o tipo de material implantado. Em relação ao período de formação óssea percebemos que entre os períodos de 42 e 84 dias não houve diferenças significativas, mas entre esses períodos e o de 21 dias, podemos observar maior quantidade de espaços medulares e de osso imaturo quando comparado com os outros.

Concluímos com o trabalho que os períodos de 21 e 42 dias são períodos suficientes para analisar a osseointegração de implantes que não sofreram cargas funcionais, e que a liga de titânio Ti-6Al-7Nb apresentou comportamento semelhante ao titânio de grau 2, podendo ser empregada como alternativa de uso na biomedicina.

 Ic214 

Variabilidade da profundidade clínica de sondagem utilizando sonda convencional e de pressão controlada

FRANCO, A. P. M.*, ROCHA, E. F., CAMPANELLI, V., CRIVELENTI, L. A. M., JOAQUIM, A. M. C.

Periodontia - Fundação Educacional de Barretos. E-mail: ana.plim2@zipmail.com.br

A profundidade clínica de sondagem (PCS) é de fundamental importância para a avaliação da saúde periodontal. A espessura, posicionamento, pressão aplicada na sonda e inflamação influenciam os resultados. Este estudo comparou a PCS obtida através de uma sonda convencional - Hu-Friedy (SC, grupo controle) a uma sonda de pressão controlada - Aesculapio (SPC, grupo teste). Esta apresenta um “stop” que indica quando a pressão atinge 0,25 N sendo a leitura da PCS realizada. Vinte pacientes foram examinados pelo mesmo operador, calibrado, que conduziu dois exames de sondagem, com intervalo de uma hora entre eles. Seis sítios por elemento dental foram avaliados, utilizando guias individuais de PVC, com sulcos, para a padronização da posição e trajetória de inserção da sonda. Para cada exame foram registradas 144 medidas, sendo impossível ao examinador recordar-se destas. Foram examinados 2.880 sítios para cada grupo. Os valores de cada sítio, obtidos no grupo teste foram subtraídos dos valores obtidos no grupo controle. Em 66,78% dos sítios o resultado foi zero representando concordância entre as sondagens. A SPC produziu medidas 1,0 mm mais profundas em 12,27% e medidas 1,0 mm menos profundas em 17,44% dos sítios. Os dados não obedeciam uma distribuição normal e a análise estatística utilizou o teste de Wilcoxon. Somente três pacientes apresentaram uma diferença estatisticamente significante entre os dois exames.

Concluiu-se que há uma variabilidade grande da PCS comparando a sonda convencional e a sonda de pressão controlada, não se verificando vantagem adicional na utilização desta.

 Ic215 

Estudo descritivo dos hábitos de prescrição do cirurgião-dentista

CARNEIRO, K. F.*, ARAKI, J. D. V., ROSSA JR., C.

Diagnóstico e Cirurgia - Universidade Estadual Paulista. E-mail: kapiu@hotmail.com

O objetivo foi realizar um levantamento da conduta dos cirurgiões-dentistas em relação à prescrição medicamentosa. Uma amostra de 131 profissionais de ambos os sexos, atuando em clínica privada nas regiões central e noroeste do estado de São Paulo e na região do Triângulo Mineiro foi selecionada aleatoriamente a partir das listas telefônicas locais. Duas examinadoras visitaram os consultórios, explicando os objetivos do trabalho e entregando os questionários que foram recolhidos após 48 h em envelopes lacrados e não identificados. Os dados foram tabulados para avaliação descritiva dos resultados, além do registro de dados demográficos para verificação de possíveis associações com a conduta na prescrição. Observou-se uma homogeneidade na conduta dos profissionais, com os analgésicos representando os medicamentos mais freqüentemente prescritos (54,2% dos voluntários), seguidos dos antiinflamatórios (34,3%). A dipirona foi o analgésico preferido para 58,7% dos profissionais, e a amoxicilina o antibiótico de escolha para 53,3%. A principal preocupação dos profissionais ao fazer a prescrição foi história de alergia (57,7%), seguida da presença de diabetes (40,7%) e hipertensão (39,2%), enquanto apenas 9,2% se preocupavam com problemas gástricos. A prescrição de genéricos era feita eventualmente por 46,9%, sendo rotineira para apenas 24,6%.

Em geral, os dados obtidos indicam uma indesejável padronização da conduta dos profissionais, considerando as variações nas necessidades terapêuticas segundo a natureza do procedimento ou patologia e características sistêmicas do paciente.

 Ic216 

Novo adesivo de fibrina em enxertos gengivais livres: avaliação histológica

BRITO, A. T.*, OLIVEIRA, M. D. B., GREGHI, S., STIP, A., BARRAVIEIRA, S.

Periodontia - Fundação para o Desenvolvimento das Ciências. E-mail: deabrito@hotmail.com

Um novo adesivo de fibrina, fabricado a partir do fibrinogênio derivado do plasma de bubalinos e por uma enzima tipo trombina obtida a partir do veneno de serpente, tem sido usado com sucesso para imobilizar enxertos gengivais livres. Este estudo comparou histologicamente enxertos suturados (grupo controle) com outros que foram imobilizados através do uso do adesivo (grupo teste). Os enxertos foram realizados em pré-molares inferiores contralaterais de 15 pacientes, de forma que cada paciente recebeu um tratamento de cada tipo. Coletaram-se 5 biópsias de cada grupo no 7º, 14º e 45º dia após a cirurgia, as quais foram histologicamente analisadas. Observou-se que os sítios do grupo controle apresentaram-se mais inflamadas no 7º dia e com tendência a uma menor densidade de fibras colágenas. Os enxertos do grupo experimental apresentaram uma melhor reparação pós-operatória. O adesivo de fibrina estudado promoveu uma reparação mais rápida.

Dessa forma, o uso desse material merece mais estudos que possam elucidar suas propriedades e pos­síveis aplicações na terapia periodontal.

 Ic217 

Avaliação da largura da mucosa ceratinizada em jovens universitários

POCHAPSKI, M. T.*, CANEVER, T., ZENÓBIO, E. G., KOZLOWSKI JR., V. A., SANTOS, F. A.

Odontologia - Universidade Estadual de Ponta Grossa. E-mail: marciatp@onda.com.br

Este trabalho teve por objetivo, analisar a largura da mucosa ceratinizada em jovens universitários. Foram analisados 66 indivíduos de diferentes cursos da Universidade Estadual de Ponta Grossa, sendo 25 do sexo masculino e 41 do sexo feminino. Um único examinador treinado e calibrado, realizou todos os exames, utilizado uma solução de Schiller e uma sonda periodontal milimetrada (UNC-15), analisando apenas as faces vestibulares. Os resultados mostraram não existir diferenças estatísticas entre os sexos, sendo 4,77 ± 0,75 mm - homens e 4,71 ± 0,75 mm - mulheres (p = 0,2452 - teste de Mann-Whitney). Houve diferenças na largura média da mucosa ceratinizada nos dentes anteriores (4,84 ± 0,88 mm) em relação aos posteriores (4,65 ± 0,77 mm), sendo p = 0,0007 - teste de Mann-Whitney. A comparação da largura média nos dentes superiores (5,23 ± 0,72 mm) em relação aos inferiores (4,23 ± 0,58 mm), também mostrou diferenças significativas (p < 0,0001 - Mann-Whitney). Quando realizada a comparação entre os diferentes grupos de dentes observamos diferenças estatísticas (p < 0,0001 - teste de Kruskal-Wallis), sendo os incisivos superiores (5,58 ± 0,62 mm), caninos superiores (5,30 ± 0,79 mm) e molares superiores (5,18 ± 0,68 mm) os dentes que apresentaram as maiores larguras médias. Pré-molares inferiores (4,02 ± 0,50 mm), caninos inferiores (4,15 ± 0,64 mm) e molares inferiores (4,34 ± 0,51 mm) foram os que mostraram as menores larguras médias.

Pode-se concluir que não existem diferenças entre os sexos com relação a largura da mucosa ceratinizada. Os dente inferiores posteriores foram os que apresentaram as menores larguras médias.

 Ic218 

Evolução dos registros de controle de placa em pacientes submetidos a tratamento clínico integrado

SANTOS, A. P.*, MONTANDON-POMPEU, A. A. B., MUÑOZ CHÁVEZ, O. F.

Odontologia Social - Universidade Estadual Paulista. E-mail: andresgremi@hotmail.com

O Índice de O’Leary foi utilizado neste estudo como parte da motivação e educação do paciente e para se obter medidas quantitativas de placa durante o tratamento clínico integrado global de 111 pacientes adultos de ambos os sexos em clínica de ensino. Os pacientes foram classificados em 4 tipos segundo a complexidade do tratamento requerido e os registros do índice obtidos antes do início do tratamento, em intervalos semanais (4 registros), mensais e posteriormente até o final do tratamento, o último registro. Quase a totalidade (99,1%) dos pacientes apresentou redução entre os escores de placa inicial e final, sendo que os percentuais médios de redução ocorridos nos grupos de complexidade crescente foram respectivamente 64,5%, 63,8%, 68,1% e 55,0%, e os pacientes apresentaram escores de placa iniciais e finais mais altos segundo a complexidade do tratamento requerido. Com relação ao comportamento dos escores durante o tratamento, embora tenha havido uma tendência geral de se reduzir os valores mais rapidamente no início do tratamento, quando os intervalos de registro eram menores, e aumentando-se os intervalos, os valores tenderam a sofrer certo acréscimo, caindo gradativamente até o final.

Os resultados nos permitiram também observar uma redução mais acentuada dos escores de placa na fase preparatória do tratamento, valores que oscilaram durante a fase restauradora, tendendo a se manterem mais altos durante a presença de provisórios e reduzindo novamente após a cimentação das próteses definitivas.

 Ic219 

Efeitos da terapia não cirúrgica nos CSV de acordo com a severidade da doença periodontal

VEIGA, P.*, NOGUEIRA-FILHO, G. R., SALLUM, A.W.

Odontologia - Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. E-mail: lucasveiga@terra.com.br

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da terapia periodontal não cirúrgica sobre a formação de compostos sulfurados voláteis (CSV) e sua relação com parâmetros clínicos periodontais. Foram selecionados 25 pacientes periodontais não tratados e um grupo controle de 10 indivíduos saudáveis. Os pacientes foram subdivididos de acordo com seu diagnóstico periodontal: gengivite marginal (GE), periodontite leve (P1), periodontite moderada (P2), periodontite avançada (P3) e periodontite terminal (P4). Foram avaliados os seguintes parâmetros: índice de placa, índice gengival, profundidade de sondagem e nível de inserção clínica. Foram usados dois tempos experimentais (T1 = “baseline” e T2 = após 3 meses). Os pacientes receberam a terapia convencional de motivação, higiene bucal e raspagem e alisamento supra- e subgengivais. Os resultados pós-tratamento demonstraram que a formação de CSV, a profundidade de sondagem, o nível de inserção clínica reduziram similarmente nos grupos GE e P1 (p < 0,05), os quais diferiram do grupo saudável. No entanto, os grupos P3 e P4 apresentaram uma maior formação de CSV e a persistência de bolsas periodontais (p < 0,05).

Concluiu-se que o tratamento periodontal não cirúrgico influenciou a formação de CSV de uma forma dependente à severidade da doença periodontal.

 Ic220 

Processo de reparo de feridas cirúrgicas provocadas por bisturi com lâmina 15 e laser Er:YAG

KINA, M.*, PEREIRA, F. P., SOUBHIA, A. M. P., KAMINAGAKURA, S., KINA, J. R.

Clínica Integrada e Cirurgia - Universidade Estadual Paulista. E-mail: monicakina@globo.com

Este trabalho teve como propósito avaliar comparativamente o processo de reparo de dois tipos de feridas realizadas com bisturi montado com lâmina 15 e com o “power” laser Er:YAG nos tempos de 0:00 hora, 7, 14 e 21 dias. Utilizou-se 40 ratos, divididos em 4 grupos. Após a anestesia geral, realizou-se a assepsia com gaze embebida em álcool iodado. Após fez-se a demarcação do tamanho da incisão com caneta dermográfica. A seguir realizou-se duas incisões retas na região dorsal dos animais, expondo o tecido conjuntivo subcutâneo. O sacrifício dos ratos para obtenção das peças histológicas foi realizado: imediatamente para o grupo I, após 7, 14 e 21 dias respectivamente para os grupos II, III e IV. As peças foram processadas e coradas com H. E. e tricrômico de Masson. Os resultados obtidos mostraram que nos tempos iniciais o processo de reparo foi muito retardado nos animais incisados com laser, porém este retardo foi menos acentuado nos últimos períodos analisados.

Conclusão: em todos os tempos analisados o laser apresentou uma resposta biológica reparacional retardada quando comparada ao bisturi convencional, porém a regeneração epitelial é completa aos 21 dias.

 Ic221 

O papel do polimento coronário no tratamento da gengivite

CASTRO, C. R. D.*, MORTARI, F. D. C., HALLA, R. J.

Odontologia - Universidade Luterana do Brasil. E-mail: camicastro@bol.com.br

Este estudo teve por objetivo avaliar a influência da realização do polimento coronário na presença do sangramento gengival durante os procedimentos no tratamento da gengivite. A partir da lista de espera de pacientes da Periodontia, foram selecionados 24 pacientes não fumantes com pelo menos 20% de sangramento gengival. O estudo foi tipo ensaio cego, onde após a seleção os pacientes receberam raspagem e alisamento coronal e remoção de fatores retentivos de placa, sendo realizado o polimento em duas hemiarcadas contralaterais fixas pré-selecionadas. Após o polimento, os pacientes receberam instrução de escovação e do uso do fio dental sendo divididos em dois grandes grupos com e sem reforço na instrução de higiene. Nos exames experimentais 7, 30 e 60 dias a presença de placa foi aferida pelo IPV e a presença de gengivite pelo ISG. As medianas das mudanças porcentuais dos parâmetros avaliados foram calculadas para os grupos experimentais, dentro dos dois grandes grupos, e analisadas pelo teste Mann-Whitney para um nível de significância de 5%. O grupo com reforço de higiene, aos 30 dias, reduziu o IPV proximal em 75,23% com polimento e 74,06% sem. Aos 60 dias, o ISG proximal também reduziu em 53,56% com polimento e 58,92% sem. As faces livres apresentaram o mesmo comportamento. O grupo sem reforço apresentou comportamento semelhante ao com reforço.

Conclui-se, nesse estudo que a realização do polimento após raspagem e alisamento coronal não teve influência na redução porcentual dos parâmetros avaliados, dentro dos grandes grupos, tanto nas faces livres como proximais.

 Ic222 

Ocorrência de bactérias periodontopatogênicas em crianças

VEDOVATTO, E.*, MARTINS, A. L., GAETTI-JARDIM JR., E.

Patologia e Propedêutica Clínica - Universidade Estadual Paulista. E-mail: evedovatto@zipmail.com.br

As doenças periodontais representam um sério problema de saúde pública e sua relação direta com microrganismos microaerofílicos e anaeróbios gram-negativos vem sendo evidenciada. Entretanto, a ocorrência de periodontopatógenos em crianças ainda permanece obscura. Assim o objetivo do estudo foi avaliar a ocorrência de periodontopatógenos em crianças com dentição decídua, que habitavam a zona rural do município de Araçatuba - SP, e em suas escovas dentárias respectivamente. Os espécimes clínicos foram coletados de 142 crianças e suas respectivas escovas e incubados em anaerobiose por 37ºC em ágar-sangue, ágar TSBV, ágar CVE e ágar KVLB por 15, 4, 3 e 15 dias respectivamente. Os isolados foram identificados por suas características morfocelulares, morfocoloniais e bioquímico-fisiológicas. Verificou-se que Actinobacillus actinomycetemcomitans, Prevotella intermedia e Fusobacterium nucleatum foram freqüentemente isolados, enquanto o Porphyromonas gingivalis não foi detectado em nenhuma das amostras.

Assim concluiu-se que a maioria dos periodontopatógenos faziam parte da microbiota indígena do sulco gengival dessas crianças e que suas escovas dentárias podem se portar como meio de disseminação da doença.

 Ic223 

Adesivo de fibrina derivado de veneno de serpente: um estudo clínico

GOMES, F. C. S.*, OLIVEIRA, M. D. B., GREGHI, S. L. A.

Odontologia - Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. E-mail: thescagomes@zipmail.com.br

Um novo adesivo de fibrina, feito de fibrinogênio derivado de plasma de búfalo e de uma enzima tipo trombina obtida de veneno de cobra, foi avaliado quanto à sua aplicação em cirurgia periodontal. Compararam-se enxertos gengivais livres suturados (grupo controle) com outros imobilizados através dos adesivos (grupo experimental). Os enxertos foram realizados em pré-molares contralaterais inferiores de 15 pacientes, de forma que cada paciente recebeu um tratamento de cada tipo. As análises incluíram medidas de sondagem e dimensão vertical dos enxertos e acompanhamento fotográfico por 90 dias. Os pacientes foram submetidos a um questionário que envolvia sinais e sintomas pós-operatórios. O decréscimo das dimensões verticais dos enxertos foi significativa durante os 30 primeiros dias. Este decréscimo foi ainda mais significativo para o grupo controle. A profundidade de sondagem e o nível de inserção na avaliação apresentavam estatisticamente um decréscimo significativo em ambos grupos. Os enxertos do grupo experimental apresentaram melhor aparência durante os 14 primeiros dias pós-operatórios.

O adesivo de fibrina estudado pode ser instituído em enxertos gengivais livres, apresentando resultados comparáveis ao uso de suturas com algumas vantagens tais como: fácil aplicação, menores alterações dimensionais dos enxertos e melhor reparação pós-operatória.

 Ic224 

Efeito do controle glicêmico sobre a doença periodontal em ratos diabéticos

GARCIA, D. F.*, HOLZHAUSEN, M., ROSSA JR., C., PEPATO, M. T., MARCANTONIO JR., E.

Dignóstico e Cirurgia - Universidade Estadual Paulista. E-mail: danifaky@yahoo.com.br

Sabe-se que as conseqüências da hiperglicemia em indivíduos diabéticos têm sido associadas com defeitos nos mecanismos de defesa daqueles, podendo gerar maior risco de desenvolvimento de doença periodontal (DP). Este estudo procurou investigar o efeito do controle metabólico com insulina sobre a severidade de perda óssea alveolar em ratos diabéticos. A estreptozotocina (STZ: 50 mg/kg, i.v.) foi utilizada na indução de diabetes em 36 ratos Wistar machos adultos. Os animais controle (18) receberam apenas injeção de tampão citrato. Três dias após a indução, os animais foram separados conforme os níveis glicêmicos obtidos. Dos 36 ratos diabéticos, 18 receberam tratamento com insulina (6 U/ dia) e 18 receberam solução salina 0,9%. Após 1 semana, induziu-se DP em todos os ratos com colocação de ligaduras de algodão ao redor dos primeiros molares inferiores direitos. Após o sacrifício aos 7, 15 e 30 dias, realizou-se radiografias digitais padronizadas para medir a quantidade de perda óssea alveolar ocorrida. O teste ANOVA 2 fatores indicou significativa progressão da perda óssea alveolar nos 3 grupos (diabéticos, ­diabéticos + insulina, e controle). Entretanto, não se encontrou diferenças significativas entre os grupos quanto a severidade da perda óssea.

Dentro dos limites deste estudo piloto, estes resultados indicam que o controle metabólico em diabetes de curto prazo pode não modificar a severidade da perda óssea alveolar em ratos com DP experimental, confirmando assim, a importância do tempo de duração do diabetes como fator de risco à DP. (Apoio financeiro: FAPESP - processo 00/10055-7.)

 Ic225 

Prevalência de fatores etiológicos de risco nos pacientes tratados entre fevereiro de 1998 e dezembro de 2000 na FOUSP

KULIK, M. A.*, ANZAI, D., TRAMONTINA, R. G.

Estomatologia - Universidade de São Paulo. E-mail: dr_kulik@yahoo.com

Este trabalho avaliou a prevalência das diferentes formas de doença periodontal e a prevalência de fatores de risco em 293 pacientes atendidos no curso de graduação em Periodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Do total de 241 pacientes com diagnóstico definido, 12,45% apresentaram gengivite e 87,55% apresentaram periodontite. Cinco pacientes (2,37%) apresentaram periodontite de início precoce e 206 pacientes (97,63%) apresentaram periodontite do adulto. Dos pacientes com diagnóstico de periodontite do adulto, 35,92% não apresentavam doença agravada por fatores etiológicos enquanto 64,08% apresentavam periodontite do adulto agravada por fatores modificadores locais ou sistêmicos. Do total de pacientes com diagnóstico de periodontite do adulto, 15,53% tinham menos de 35 anos. A prevalência de fatores predisponentes pôde ser estudada em 235 pacientes, restaurações inadequadas (59,14%), cáries interproximais e cervicais (51,49%) e diastemas (33,19%) foram os fatores retentores de placa mais prevalentes. Em 70% dos pacientes, esses fatores estiveram associados entre si. A prevalência de fatores modificadores foi estudada em 241 pacientes. Ressaltam-se: contatos excessivos em dentes periodontalmente comprometidos (34,47%), hábitos parafuncionais (9,71%) e fumo (24,27%). A identificação desses fatores permite o correto diagnóstico e adequado plano de tratamento periodontal.

Os fatores iatrogênicos foram os predisponentes mais prevalentes na população estudada, assim como os contatos oclusais inadequados.

 Ic226 

Influência da nicotina, associada ou não ao trauma de oclusão na perda óssea na periodontite induzida em ratos

TUNES, R. S.*, SOEIRO, C. R. M., REIS, S. R., TUNES, U. R., NOGUEIRA-FILHO, G. R.

Núcleo de Pós-Graduação e Pesquisa - Fundação para o Desenvolvimento das Ciências. E-mail: tunes@terra.com.br

O presente estudo tem como objetivo avaliar a influência do fumo e do trauma de oclusão, associados ou não na perda óssea na periodontite induzida em ratos. Quarenta ratos adultos foram utilizados. Os primeiros molares foram aleatoriamente selecionados para receberem uma ligadura de fio de algodão em região intra-sucular, enquanto que o dente contralateral foi mantido sem a ligadura. Os molares posteriores foram desgastados com o intuito de causar sobrecarga oclusal nos primeiros molares. Os animais foram aleatoriamente divididos em 4 grupos experimentais para receberem administrações intraperitoneal diariamente como se segue: A) 0,44 mg/ml de solução de nicotina e trauma oclusal, B) solução salina e trauma oclusal, C) 0,44 mg/ml de solução de nicotina, e D) solução salina. Depois de trinta dias os animais foram sacrificados, os espécimes foram submetidos a cortes histológicos mésio-distais seriados, e os resultados foram analisados pelo teste Kruskal-Wallis. No dente com ligadura, análises intergrupos demonstraram que a associação de nicotina e trauma de oclusão (grupo A) resultou em uma maior perda óssea (12,27 ± 4,4 - p < 0,01), seguido pelo grupo B (8,43 ± 3,51), grupo C (5,43 ± 2,21) e grupo D (4,43 ± 2,17). Em adição, os resultados sugerem que o colapso periodontal pode ter sido mais dramático para o trama de oclusão em vez da nicotina.

Com os limites do presente estudo, associação de nicotina e o trauma de oclusão pode resultar num efeito sinérgico no colapso periodontal em periodontite induzida em ratos, e essas observações podem ter implicações clínicas no prognóstico do dente.

 Ic227 

Determinação através de sonda de DNA dos níveis de microorganismos subgengivais de brasileiros com periodontite crônica

ROSALÉM JR., W.*, MENDES, M. C. S., COLOMBO, A. P., TORRES, M. C. M. B., TELES, R. P.

Periodontia - Universidade Estácio de Sá. E-mail: wrjunior.ntg@terra.com.br

O presente estudo apresentou como objetivo avaliar os níveis bacterianos de 13 patógenos periodontais em indivíduos brasileiros com periodontite crônica, que nunca tiveram acesso à terapia periodontal. Um total de 31 indivíduos participaram do estudo, 17 indivíduos no grupo teste (42,4 ± 4,32 anos) e 14 no grupo controle (34,8 ± 4,8 anos). Os parâmetros clínicos avaliados em 6 sítios por dente foram: placa, sangramento à sondagem; supuração; profundidade de bolsa (mm) e nível de inserção (mm). A quantificação dos microorganismos utilizou a técnica de sonda de DNA (“Checkerboard DNA-DNA hybridization”).

Os níveis bacterianos médios nestes indivíduos se apresentaram significativamente maiores para B. forsythus, C. rectus, P. gingivalis, P. intermedia, P. nigrescens e T. denticola, em relação ao grupo controle (p < 0,05). Os níveis bacterianos de P. gingivalis foram significativamente correlacionados com sangramento à sondagem (p < 0,05).

 Ic228 

Influência do estresse na formação de CSV da periodontite induzida em ratos

CADIDÉ, T. J. M.*, BENATTI, B. B., DINIZ, M. C., NOCITI JR., F. H., NOGUEIRA-FILHO, G. R.

Periodontia - FDC. E-mail: get_nogueira@uol.com.br

O presente estudo investigou os efeitos do estresse na formação de CSV durante a periodontite induzida em ratos. Vinte ratos Wistar machos e adultos foram usados, nos quais os primeiros molares inferiores receberam uma ligadura de algodão na área dento-gengival. Os animais foram aleatoriamente distribuídos nos seguintes grupos experimentais: A- estresse (imobilização - 2 h/dia/40 dias) e B- controle. Os animais foram monitorados por quarenta dias. O teste ANOVA (p < 0,05) revelou uma maior formação de VSC no grupo A (25 ± 2,4 ppb) quando comparado ao grupo B (12 ± 1,5 ppb).

Com as limitações do presente estudo, concluiu-se que o estresse associado à periodontite afetou de forma significativa a formação de CSV.

 Ic229 

Avaliação clínica do uso do PerioChip® no tratamento periodontal de suporte

RODRIGUES, I. F. G.*, CORRÊA, J. A., MORETTI, J. A., CAFESSE, R. G., NOCITI JR., F. H., SALLUM, E. A.

Prótese e Periodontia - Universidade Estadual de Campinas. E-mail: ifgrodrigues@hotmail.com

PerioChip® é um sistemas de liberação local que contêm 2,5 mg de gluconato de clorexidina. O objetivo deste estudo foi avaliar clinicamente a utilização do PerioChip® em pacientes de manutenção que ainda apresentavam áreas com sangramento à sondagem e profundidade de sondagem > 5 mm e < 8 mm em dentes anteriores. Foram utilizados 30 pacientes que concordaram em participar da pesquisa, e distribuídos aleatoriamente em dois grupos: teste, tratados com PerioChip® e controle, tratados com raspagem e alisamento radicular. Os pacientes foram avaliados nos seguintes parâmetros: Profundidade de Sondagem (PS), Nível de Inserção Clínica (NIC) e Recessão Gengival (RG), nos períodos inicial, 6 semanas e 3 meses. Após três meses, foi observado uma redução de 2,4 mm e 2,3 mm na PS para o grupo teste (p < 0,01) e grupo controle (p < 0,01), respectivamente. Observou-se que o ganho no NIC era de 1,9 mm e 2,0 mm para o grupo teste (p < 0,01) e grupo controle (p < 0,01), respectivamente. Um aumento de 0,5 mm na RG foi observado no grupo teste (p = 0,1183) e de 0,3 mm no grupo controle (p = 0,3094). A comparação intergrupo não mostrou diferença estatisticamente significante entre os dois tratamentos em nenhum dos parâmetros avaliados.

Dentro dos limites do estudo, pode-se concluir que ambos os tratamentos foram igualmente efetivos em reestabelecer saúde periodontal em sítios inflamados de pacientes em manutenção.