1 / 1987

AÇOS INOXIDÁVEIS NA ODONTOLOGIA

J.M.D.A. Rollo

Departamento de Materiais -EESC/USP

Três tipos de aços inoxidáveis austeníticos, sendo dois deles ao nióbio, foram investigados em termos de suas composições, microestruturas, propriedades mecânicas e de corrosão.

Estes aços foram estudados em duas condições distintas; lamina dos e no estado bruto de fusão, sendo analisados os achados sobre conformabilidade e fusibilidade.

O autor indica o aço ao nióbio com porcentagens hipo-estequiométricas deste elemento para a aplicação no estado laminado (coroa estampada, banda), e com porcentagem um pouco acima da faixa estequiométrica, para ser utilizado no estado bruto de fusão (aplicação em metalo-plástica, metalo-cerâmica, coroas fundidas e próteses unitárias).

É evidenciado o emprego do aço inoxidável da série 300 ao nióbio como um material que poderá ser utilizado em odontologia, principalmente pelo fato de possuir baixo custo e boas propriedades quanto à corrosão.

 

 

 

2  / 1987

ACTINOBACILLUS ACTINOMYCETEMCOMITANS: SUSCEPTIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS PELOS MÉTODOS DE DIFUSÃO EM AGAR E DILUIÇÃO EM CALDO.

M.J.A. Campos; L.M. Farias; M.A.R. Carvalho; C.A. V. Damasceno; E. O. Cisalpino; J.E. Costa.

Departamento de Microbiologia -ICB -UFMG

41 amostras de A. actinomycetemcomitans isoladas de 15 pacientes com periodontite juvenil localizada (28), de 5 indivíduos sem doença periodontal (9) e de 4 cuspideiras de equipamentos odontológicos (4), caracterizadas no laboratório de Microbiologia Oral e Anaeróbios do Departamento de Microbiologia, e 5 de referência, foram submetidas a testes de susceptibilidade a 17 antimicrobianos pelos métodos de difusão em agar (técnica de disco-difusão em meio sólido de Wilkins & Chalgren para anaeróbios) e de diluição em caldo (técnica de diluição do disco em caldo BHI, suplementado com L-cisteína). O inóculo, para ambos os métodos, foi previamente padronizado, determinando-se o número ótimo de células (104 a 105 células/mL), que correspondeu à diluição 1 1:100 da cultura mãe. As leituras foram realizadas após 24 e 48 hs de incubação a 37ºC, em microaerofilia (método da vela), pela comparação visual do crescimento em caldo com aqueles dos tubos-controle, e pelas medidas dos halos de inibição no meio sólido, interpretadas segundo tabelas padronizadas.

Todos os isolados foram resistentes, nos dois métodos, à bacitracina, vancomicina, metronidazol e penicilina G, com variações ponderáveis na sensibilidade dos métodos para lincomicina, eritromicina e clindamicina, o que sugere, pela importância dessas drogas para anaeróbios e pelo uso clínico, estudos mais detalhados, com maior número de amostras. Destaca-se, pela importância do microrganismo na patologia oral e tendo em vista os usuais esquemas terapêuticos na odontologia, a singular resistência dessas bactérias à penicilina G e ao metronidazol.

*Auxílio parcial de CNPq e FINEP.

 

 

 

3 / 1987

ADAPTAÇÃO DO AMÁLGAMA EM CAVIDADES DE CLASSE II MODIFICADAS. CONDENSAÇÃO MANUAL VS MECÂNICA

J.R. Lovadino* ;. J.L. Coradazzi**;. A. Ishikiriama**; J. Mondelli**. C.E. Francischone*** .

*Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

.*Faculdade de Odontologia de Bauru -USP

O amálgama dentário, sem dúvida, continua sendo o material odontológico mais utilizado em restaurações dentais. Deste modo, pareceu-nos oportuno verificar a influência da condensação manual e mecânica, com esforço controlado, no que diz respeito à formação de poros e à adaptação do amálgama na região dos ângulos gengivo-vestibular e gengivo-lingual. Para tanto utilizamos troquéis metálicos que exibiam uma cavidade de classe II com a superfície mesial plana. Estes troquéis foram fixados numa base e neles foram realizadas restaurações de amálgama, com o auxílio de uma matriz de acrílico plana e polida, mantida em posição, na superfície proximal plana, por meio de um porta matriz munido de tira de matriz de aço. A limalha foi triturada mecanicamente e condensada no troquel em 3 etapas, com o condensador atuando 10 vezes em cada incremento e ainda com o esforço controlado em 1,5 kgf atuando no condensador. Foram realizadas condensação manual e mecânica. Os corpos de prova foram então armazenados por 24 horas em estufa à 37( 2º C e umidade relativa 100%. Decorrido este tempo os corpos de prova foram preparados segundo o novo método para o estudo da adaptação do amálgama às margens cavitárias, descrito por Marques et ai, 1986. Por este método foram obtidas fotomicrografias dos ângulos gengivo-vestibular e gengivo-lingual que após analisadas, foram ordenadas por dois avaliadores calibrados, na seqüência da melhor para a pior em termos de adaptação e porosidades, levando os autores concluirem o seguinte: que a condensação mecânica promove uma menor incidência de poros na região dos ângulos diedros gengivo- vestibular e gengivo-lingual, e que este tipo de condensação promove ainda uma melhor adaptação da massa de amálgama na interface troquél metálico-restauração.

 

 

 

4  / 1987

ADERÊNCIA BACTERIANA SOBRE O CORPO DE PROVA METÁLICO. ESTUDO PRELIMINAR*

 

C.A.P. Fonterrada** ; F. Zelante*** ; E. Matson** ; M.R. L orenzetti*** ; R. .G.Jaeger**

 

** Faculdade de Odontologia -USP

*** Departamento de Microbiologia do ICB -USP

O considerável aumento no emprego de ligas de metais alternativos na confecção de próteses, torna de interesse avaliar a eventual influência da sua composição com a aderência.

Foram confeccionados corpos de prova de 5mm x 10mm, aproximadamente, de ligas de prata-estanho, cobre-alumrnio e cobre-zinco, adequadamente polidos para eliminar ao máximo a retenção mecânica, identificados e pesa- dos. Após a esterilização, os corpos de prova foram depositados em tubo contendo BH I sacarosado e contaminado com cultura de Streptococcus mutans, seguindo-se a incubação a 37ºC, em atmosfera rica em CO2. Após 24 horas de incubação, os corpos de prova foram transferidos para novo tubo com BHI e mantidos de forma semelhante.

Após esta incubação, os corpos de prova foram submetidos à dessecação a vácuo, durante 48 horas e novamente pesados, para verificar a quantidade de depósito formado.

Posteriormente, estes corpos de prova foram submetidos à microscopia de varredura, com o objetivo de se verificar o tipo de formação desenvolvida, bem como as possíveis variações na quantidade aderida.

 

________________________________________________________________

                        Peso inicial              Peso final                     Peso diferença

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CuAI               0,36912                   0,36977                           0,00065

CuZn               0,37660                   0,37917                           0,00257

Ag                   0,41759                   0,42561                           0,00802

________________________________________________________________

 

*Pesquisa subvencionada pela FAPESP .

 

 

 

5  / 1987

 

ADMINISTRAÇÃO SISTÊMICA DE FLUORETO DE SÓDIO E A MORFOLOGIA DO PRIMEIRO MOLAR DE RATO (RATTUS NORVEGICUS ALBINUS, HOLTZMAN). ESTUDO DIMENSIONAL EM DUAS GERAÇOES.

R. Abbud; N. Moraes; R.A. Rocca

Departamento de Fisiologia e Patologia -FOA/UNESP

 Foram analisados comparativamente em duas gerações sucessivas a dimensão mesio-distal, altura das cúspides e a profundidade dos sulcos mesial, central e distal de 112 primeiros molares inferiores de ratos com 25 dias de idade, cujas mães e ninhadas receberam tratamento com água fluoretada contendo 0,8 - 0,9 ppm (T 1 ), 25 ppm (T2), 50 ppm (T3) ou 100 ppm (T 4) de flúor durante os períodos de crescimento (25 a 120 dias), acasalamento, prenhez e lactação. Nas condições experimentais estabelecidas e com base na análise estatística foi lícito concluir:

1) Foram observadas diferenças entre os valores médios das dimensões mesio-distal, altura de cúspide e profundidade de sulcos dos primeiros molares inferiores, dos grupos tratados, em relação aos controles, na 1ª e 2ª geração e entre gerações.

2) As diferenças para os valores médios da dimensão mesio-distal foram estatisticamente significantes apenas na 2ª geração, para o sexo masculino.

3) As diferenças para os valores médios da altura das cúspides mesial, central e distal, foram estatisticamente significantes apenas na 2ª geração, independente do sexo.

4) As diferenças para os valores médios da profundidade dos sulcos, foram estatisticamente significantes apenas para o mesial, na 2ª geração, independente do sexo.

5) O sexo masculino apresentou as maiores variações (aumento) nas concentrações menores (25 ppmF e 50 ppmF) do que os do sexo feminino, para todas as dimensões estudadas, na 1ª e 2ª geração, com diferenças estatisticamente não significantes.

6) Os valores para a 2ª geração foram quase sempre os mais acentuados observados para todas as medidas, em todas as condições experimentais (sexo e tratamento) com diferenças estatisticamente não significantes.

7) A dose de 100 ppmF (T 4) , de modo geral, foi a que apresentou menores valores médios para ambos os sexos e, os maiores valores médios foram associados ao tratamento T 2, para o sexo masculino, e ao tratamento T3, para o sexo feminino, com diferenças estatisticamente não significantes.

 

 

 

6  / 1987

 

ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS DE FIBRAS NERVOSAS DA POLPA DENTAL HUMANA, RElACIONADAS COM O PROCESSO DE CÁRIE.

S.P. Barros; L. Bozzo; E.A. Gregório; O.P. Almeida

Departamento de Diagnóstico Oral-Patologia -FOP/UNICAMP

A sensibilidade pulpar em dentes cariados tem sido estudada sob vários aspectos. No presente trabalho procuramos correlacionar alterações morfológicas das fibras nervosas da polpa, com aspectos e manifestações clínicas. Foram estudados dentes com cárie superficial, média e profunda, e também dentes inclusos. Os dentes foram clivados imediatamente após sua remoção, com o auxílio de morsa, e a polpa dental, foi preparada para análise ao Microscópio Eletrônico.

Observamos, através de fotomicrografias, que com a evolução do processo de cárie, as fibras nervosas amielinizadas apresentam um número aumentado de mitocôndrias e vacuolizações. As fibras mielinizadas sofrem uma maior alteração estrutural, chegando ao rompimento das camadas de mielina e por fim o axônio aparece destruído.

Considerando-se que os axônios amielinizados Possuem alto limiar de estimulação e baixa velocidade de condução, caracterizando a dor como crônica e ao correlacionarmos com os relatos dos pacientes, que com cáries profundas caracterizaram a dor como intermitente, podemos concluir que apesar de haver fibras nervosas mielinizadas em condições de transmitir impulsos do tipo "agulhada", quem comanda os impulsos no estágio avançado da cárie são fibras nervosas amielinizadas. A melhor preservação estrutural destas fibras vem reforçar estas conclusões.

 

 

 

7  / 1987

 

ANALGESIA DENTAL POR BAIXAS DOSES DE PEPTÍDEO NO SNC.

L.G. Brentegani; M.C. Lico; M.R. Brentegani

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP

Estudou-se no presente trabalho, se a substância P (SP), a qual foi demonstrado produzir uma ação moduladora nas transmissões sinápticas, agindo como um neurotransmissor nos neurônios aferentes primários, podia modificar as respostas aversivas quando injetada no núcleo magno da rafe (NMR), que emite uma via de ação analgésica, para o núcleo trigeminal espinhal. Foi efetuado a microinjeção deste peptideo (doses baixas) no NMR de cobaias superficialmente anestesiados e registrou-se a resposta motora de defesa (RMD) e o ECoG, antes e após estimulações elétricas da polpa dental. Foi verificado que este neurotransmissor em doses baixas possue um efeito analgésico e sincronizante, pois houve uma diminuição significante dos RMD e um aumento das ondas lentas no traçado eletrocortical.

 

 

 

8  / 1987

 

ANÁLISE COMPARATIVA DAS ÁREAS NASAL E NASOFARINGEA EM FISSURADOS TRANSFORAME INCISIVO UNILATERAL, ATRAVÉS DA TELERRADIOGRAFIA CEFALOMÉTRICA.

G. Scar*; L. Capelozza F.**; J.A. Souza Freitas** ; E.S. Lopes***

* Departamento de Diagnóstico e Cirurgia -FOA/UNESP

** Hospital de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio Palatais/USP

*** Departamento de Odontologia Social -FOB/USP

Na expectativa de minimizar os efeitos decorrentes das alterações morfológicas e funcionais do complexo crânio-facial, de pacientes portadores de fissuras lábio-palatinas, sentiu-se a necessidade de avaliar as áreas nasal e nasofaringea, "a priori" consideradas grandemente comprometidas pela lesão, comparando- as a parâmetros de normalidade. Acredita-se que os resultados deste trabalho possam contribuir nas diversas especialidades, para uma melhora na reabilitação do paciente fissurado, sabendo da participação das áreas nasal e nasofaríngea em funções importantes da fisiologia humana e que estas se encontram alteradas no fissurado.

Através da telerradiografia cefalométrica, foram avaliadas as áreas nasal e nasofaríngea, de 149 pacientes portadores de fissura lábio palatina transforame incisivo unilateral e 157 normais, leucodermas, de ambos os sexos, nas idades de 12 a 16 anos. Utilizaram-se grandezas cefalométricas lineares (S -N; N -P';P' -Ptm'; Ptm' -S; Ptm' -IPPF; (x)), ângulo (SNA) e medidas das áreas nasal e nasofaríngea.

Considerando a análise comparativa das áreas nasal e nasofaríngea, entre os grupos fissurados e controle, pode-se concluir que:

1. a área nasal e os seus limites: superior, inferior, anterior e posterior são menores para os fissurados;

2. a área nasofaríngea apresenta um tamanho menor para o grupo fissurado;

3. a profundidade nasofaríngea resulta em uma medida menor para os fissurados;

4. a proporção entre as áreas nasal e nasofaríngea tem um valor menor para o grupo fissurado;

5. não há correlação entre o ângulo SNA e as áreas nasal e naso- faríngea, para os grupos fissurado e controle.

 

 

 

9  / 1987

 

ANÁLISE DE "WITS" EM INDIVÍDUOS NEGRÓIDES.

 

MB.B.A. Magnani; M.H. C. Almeida; V. C. V. Siqueira; L. Teramoto; R.S. Prata

 

Apresentaremos a aplicação da análise de "Wits" em indivíduos negróides da região de Piracicaba por considerarmos um método muito importante no relacionamento entre as bases ósseas apicais desses indivíduos.

Material e Método

Utilizamos para nosso trabalho, uma amostra de 100 indivíduos, sendo assim distribuídos:

25 indivíduos negróides masculinos

25 indivíduos negróides femininos

25 indivíduos caucasóides masculinos

25 indivíduos caucasóides femininos

 

Resultados

Foram feitos traçados cefalométricos de interesse para nosso trabalho.

Dessa forma, verificamos os valores do ângulo SNA, SNB, ANB, AO-BO, para os caucasóides bem como para os negróides.

Dessa forma, chegamos às seguintes conclusões:

1) Os valores de SNA, SNB, estão aumentados no grupo dos negróides, demonstrando maior prognatismo facial para este grupo.

2) Quanto ao relacionamento maxilo-mandibular, ditado pelo ângulo ANB e pela média da AO-BO, notou-se que existe um prognatismo maior no grupo negróide e que a mandíbula se posicionava mais distalmente.

 

 

 

10  / 1987

 

ANÁLISE DOS EFEITOS DAS DIFERENTES FRAÇÕES DO PAROTIN SOBRE A HIPERGLICEMIA DE RATOS DIABÉTICOS EXPERIMENTAIS.

J.L.José;D. Teixeira;M.C. Boaventura;M.C.F.A. Veiga.

Departamento de Ciências Fisiológicas -FOP/UNICAMP

A interrelação das atividades entre as glândulas salivares e o pâncreas, mais objetivamente ligados ao controle da glicemia, têm sido amplamente estudados por numerosos pesquisadores. Da mesma forma, já foram identificados nas glândulas salivares numerosos peptídeos com ações biológicas.

Para o referido trabalho distribuiram-se os animais Diabéticos Experimentais aloxânicos em 2 grupos, sendo o Grupo I, composto de 5 animais que receberam via intraperitoneal dose única de solução fisiológica; o Grupo II de Diabéticos Experimentais formado de 20 animais redistribuídos em 4 sub-grupos. Os 5 animais de cada sub-grupo, receberam, respectivamente, no dia do experimento, dose única da fração 1, 2, 3 e 4 de Parotin, via intraperitoneal, numa concentração de 0,40 mg/100g de peso corporal em um volume médio de 0,5 ml. O sangue, para as determinações glicêmicas, foi coletado nos intervalos de tempo 0, 3, 6 e 12 horas.

A análise dos valores glicêmicos individuais dos animais diabéticos, os quais receberam 0,40 mg/100g de peso corporal da Fração 1, 2, 3 e 4 do Parotin, mostra que os níveis glicêmicos médios antes da administração do Parotin, tempo zero, foi respectivamente 422. 0+ 150.2; 245.6 + 72.9; 493.0 + 89.3; 387.8 + 47.3 e as médias dos valores glicêmicos que receberam as frações 1, 2, 3 e 4, foram respectivamente de 422.0 + 150.2; 244.0 + 140.0; 324.0 + 91.0; 345.0 + 88.3; Fração 2, 245.6 + 72.9; 196.4 + 62.1; 232.0 + 96.2; 293.6 + 105 e a Fração 3, 493.0 + 89.3; 351.2 + 24.1; 272.6 + 62; 289.2 + 67.1, Fração 4, 387.8 + 47.3; 288.2 + 49.1; 325.0 + 81,3; 337.2 + 95.5. A análise de variança obtidas entre os animais do grupo I e II (sub-grupo) demonstrou que há diferenças significativas ao nível de 1% entre as Frações 1 e 3 quando comparados com o grupo I.

 

 

 

11  / 1987

 

ANÁLISE MORFOLÓGICA DAS ALTERAÇÕES TECIDUAIS ENCONTRADAS AO NÍVEL DO OSSO ALVEOLAR QUE ENVOLVE O GERME DENTAL DO 1º MOLAR SUPERIOR DO RATO ALBINO COM TRÊS DIAS DE IDADE. ESTUDO ULTRAESTRUTURAL.

M. L.P. Almeida; A. W. Almeida; E. Katchburian.

Departamento de Histologia ICB/USP. Disciplina de Histologia UFU.

Durante o processo de desenvolvimento do germe dental do rato, observa-se que são evidentes as alterações morfológicas que se fazem presentes, não só no futuro elemento dental bem como nas estruturas ósseas a ele adjacentes.

O osso alveolar que envolve o germe dental do primeiro molar superior do rato com três dias de idade apresenta um quadro morfológico de intensa atividade osteoclástica em inúmeros sítios da lâmina óssea que o separa da cavidade oral.

Com auxilio da microscopia óptica foi possível determinar que tais sítios apresentam capilares com suas luzes extremamente dilatadas, mostrando ao seu redor um infiltrado celular cujos constituintes se assemelham àqueles encontrados no processo inflamatório crônico.

A análise com auxilio do microscópio eletrônico de transmissão mostrou que em tais áreas existe um quadro geral de fragmentação e morte celular em meio ao qual alguns elementos celulares mostram-se vivos e com um aspecto morfológico que sugere grande atividade metabólica.

Dentre as células que mostram aspectos morfológicos que sugerem processos degenerativos destacam-se os osteoblastos e os osteócitos. Tais células apresentam nas suas proximidades a presença de osteoclastos que além de participarem nitidamente dos processos de reabsorção do tecido ósseo mineralizado, parecem desempenhar importante papel também nas ações lesivas observadas junto a outros elementos tissulares.

Trabalho subvencionado pelo CNPq

 

 

 

12  / 1987

 

ANESTESIA AMBULATORIAL EM ODONTOPEDIATRIA COM A KETAMINA. I - AVALIAÇÃO DO ANESTÉSICO.

S. Cromberg & C. G. Mota

Divisão de Odontologia -H.C. -F.M.U.S.P.

Procuramos dar condições propícias de tratamento às crianças rebeldes, excepcionais e com patologias diversas sem necessidade da internação hospitalar ou do risco de uma anestesia geral.

Nosso trabalho baseia-se na notável potência analgésica da Ketamina (CI 581 PARKE.DAVIS) e na sua propriedade de conservação dos reflexos faringo-laringeanos e sobretudo do tônus muscular da língua e dos músculos periorais.

A chamada anestesia dissociativa foi estudada quanto a pressão arterial, a amplitude respiratória e tempo de duração das doses aplicadas em relação ao tipo de tratamento dentário.

Estudamos 1000 crianças de ambos os sexos de 8 meses a 15 anos aplicando de 3 a 5 mg de Ketamina por kg, via intra.muscular e 114 a 1/2 mg de atropina conforme a idade.

Concluímos que a Ketamina em doses adequadas e bem maneja. da constitui-se para nós num agente de grande utilidade e valor, principalmente pela sua excepcional tolerância e ampla margem de segurança nos tratamentos odontopediátricos em regime ambulatorial.

 

 

 

13  / 1987

 

ANESTESIA AMBULATORIAL EM ODONTOPEDIATRIA COM A KETAMINA. II- AVALIAÇÃO CLÍNICA.

C.G. Mota; S. Cromberg

Divisão de Odontologia -H.C.

Com o desenvolvimento obtido pelas Cirurgias Cardíacas nos últimos anos e a confirmação da importância dos focos dentários em infecções focais como as endocardites bacterianas acentuou-se na atualidade a necessidade da prevenção e eliminação cirúrgica, quando indicada de focos infecciosos odontogênicos.

Em cirurgias bucais para erradicação completa de focos infecciosos (exodontias múltiplas) em crianças, introduziu-se no H.C. o uso da anestesia dissociativa; desta forma evitou-se a anestesia geral e a internação do paciente, já que o mesmo não perde os reflexos e pode ser atendido a nível ambulatorial, acompanhado dos pais. O método foi estendido a crianças com diferentes patologias (neurológicas, endócrinas, etc.) e a pacientes rebeldes, tanto para atendimento cirúrgico rápido e seguro como para tratamentos clínicos extensos.

A avaliação clínica revelou excelentes resultados ao longo do tempo.

 

 

 

14  / 1987

 

ASPECTOS MORFOLÓGICOS DA GENGIVITE NECROSANTE AGUDA (GNA)

P.D. Novaes;A.O.C. Jorge; O.P. Almeida; L. Bozzo Disciplina de Patologia -FOP/UNICAMP

A gengivite necrosante caracteriza-se por quadro inflamatório agudo, que se manifesta clinicamente por ulcerações necróticas interproximais. Nas áreas necróticas o tecido normal é substituído por acúmulo de neutrófilos e resíduos bacterianos e teciduais. Nas áreas de integridade do epitélío, verificamos em microscopia eletrônica a presença de netrófilos, macrófagos, linfócitos e mastócitos. Os neutrófilos mostravam evidências de degranulação, tanto no conjuntivo quanto no interior do epitélio. Foi encontrado frequentemente mastócitos intraepiteliais, principalmente no terço interno do epitélio, e no conjuntivo mostravam aspectos característicos de degranulação. Os fibroblastos apresentavam as vesículas do retículo endoplasmático dilatadas e continham no citoplasma fibrilas de colágeno. O conjuntivo, principalmente nas áreas próximas aos neutrófilos, estava em desorganização, e não observou-se fibrilas de colágeno no citoplasma dos neutrófilos e macrófagos. A lâmina basal do epitélio mostrava soluções de conti- nuidade, associadas ou não a penetração de células para o interior do epitélio. Observou-se também a separação da lâmina basal do tecido epitelial formando um espaço ocupado por fibrilas de colágeno. Nas áreas estudadas, bactérias não foram encontradas e as alterações descritas não devem resultar da interação direta dos microorganismos com os componentes teciduais da gengiva.

 

 

 

15  / 1987

 

ASPECTOS VASCULARES DE GRANULOMAS EXPERIMENTAIS*

M.C.C. Sampaio & E.G. Birman**

 

** Faculdade de Odontologia -USP

O aspecto da vascularização de granulomas é muito importante para compreender os aspectos evolutivos e o destino deste processo inflamatório. Utilizando o modelo experimental de produção de granulomas a partir da inoculação intradérmica por BCG, estudamos três espécies animais induzindo a formação de granulomas que foram estudados pela técnica do carvão ativado (Nankim - modificado por lojan, utilizando-se o método de Spateholzs. Pudemos demonstrar que estas lesões tendem a se vascularizar a partir dos 15 dias no hamster e camundongo e um pouco mais tardiamente no rato, contrariando os clássicos padrões destas lesões, arguindo-se se seria esta uma resposta reacional de substituição e reparo face a evolução do processo inflamatório presente e da resposta imune destas espécies.

O estudo da vascularização nestes casos seguiu os padrões usuais já descritos embora técnicas alternativas (A TPase) , imunoperoxidase) também foram tentadas constituindo alternativa de grande interesse para o patologista, em geral.

 

* Trabalho subvencionado pelo CNPq

 

 

 

16  / 1987

 

ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA E AÇÃO SINDICAL - QUE TIPO DE PROBLEMA SE PENSA ENFRENTAR.

F.M. Pires Filho

Centro de Pesquisas em Odontologia Social- FO/UFRGS

O trabalho constitui parte de uma pesquisa mais ampla em que o autor estuda o Serviço de Odontologia mantido pelo Sindicato dos Bancários de Porto Alegre-RS. A investigação procura desvendar os papéis que esse Serviço cumpre, não apenas como instrumento de assistência, as, como instância ideológica das práticas sociais que são inerentes a própria natureza dos organismos sindicais. Nesta parte do estudo o autor busca identificar e trabalhar a compreensão que os diferentes autores envolvidos com o Serviço têm sobre a questão da assistência odontológica. Neste sentido foram entrevistados usuários, funcionários técnico/administrativos, cirurgiões-dentistas e membros da Diretoria do Sindicato. O estudo concluiu pela prevalência entre eles de três tipos de percepção, catalogadas como difusa, técnica e política. Observou-se que a cada uma delas correspondia um tipo de solução diferente, que o autor denominou de: racionalizadora, pragmática e estratégica. Identificou-se também, que a escolha de um determinado tipo de solução privilegiava, na perspectiva de enfrentamento da questão, focos específicos de atenção. A pesquisa aponta esses focos e adjetiva o que no entendimento do autor, constitui os limites de resolutividade que cada abordagem impõe ao trato da questão. Enquanto a visão política só foi percebida entre os membros da Diretoria, a difusa e a técnica, em intensidade variada, foi manifesta entre todos os segmentos entrevistados.

.Trabalho financiado pelo CNPq

 

 

 

17 / 1987

 

ATIVIDADES BIOLÓGICAS DA SIALOTOXINA I. DETERMINAÇÃO DA DL50 EM CAMUNDONGOS TRATADOS COM ESTRADIOL E TESTOSTERONA.

D. Teixeira;S.M.S. Agostinho; M.C. F.A. Veiga;J.L. José

 Departamento de Ciências Fisiológicas -FOP/UNICAMP

Determinou-se a DL50 da Sialotoxina I e analisou-se seus efeitos biológicos em camundongos machos tratados com Estradiol e camundongos fêmeas tratadas com Testosterona. Grupo I -80 camundongos machos redistribuídos em 8 subgrupos compostos de 10 camundongos cada, os quais receberam tratamento com hormônio Estradiol, via I.P., na conc. de 2,Omg/kg de peso, durante 10 dias, em seguida receb. Sial. 1, via I.P. nas conc. de: 0,5; 1,0; 1,3; 1,5; 1, 7; 2,0; 2,3; 2,5mg/kg de peso, cuja taxa de mort. apresent. foi respect. 0% para conc. de 0,5 e 1,Omg/kg e 40, 60, 70, 80, 90 e 100%. Através da análise de probltos obteve-se uma D L50 = 1,45 I 0, 11 mg/kg para Sialotoxina I. Analis. os efeitos biológicos provocados observ. que na conc. de 0,5mg/kg, 100% dos animais apresent. as reações de hiperexcitabilidade, apatia e a partir da conc. de 1,3mg/kg as manifestações foram crescentes e na concentração de 2,5mg/kg de peso as manifestações de: hiperexcitabilidade, apatia, festinação, hipotonia, piloereção, taqulcardia, sudoração, cianose, midrlase e exoftalmia, poliúria, epistótono da cauda e convulsões e, contraturas foram evidenciadas em 100% dos animais. Grupo II -90 camundongos fêmeas, redistribuídos em 9 subgrupos de 10 camundongos cada, que receberam tratamento com Testosterona na mesma concentração e período do grupo I anterior e em seguida recebeu Sialotoxina I nas concentrações de: 0,5; 1,0; 1,5;  1,8; 2,0; 2,3; 2,5; 2,8 e 3,Omg/kg apresent. taxa de mort. de 10% a partir da concentração de 1,8, as doses subsequentes respectivamente mort. de: 20, 50, 60, 80 e 100%. A DL50 foi de 2,26 I 0,10mg/kg de peso. Com relação à ativ. biol. observou-se que a partir da conc. de 1,5mg/kg de peso apresent. em 100% dos animais as reações hiperexcitabilidade e apatia, e na conc. de 2,3mg/kg de peso tanto as reações biol. quanto o nP de mortes dos animais foram mais acent., demonst. todas as manifest. já citados no grupo anterior na conc. de 3,Omg/kg de peso. Concluímos que a administ. de Estradiol em camund. machos aumenta a sua sensib. à Sial. I quando compar. com os machos normais e que a Testosterona protege, parcial. as fêmeas, dimin. a sua sensib. quando compar. com as fêmeas normais.

 

 

 

18  / 1987

 

AVALIAÇÃO CITOLOGICA DA MUCOSA BUCAL DE PACIENTE AIDÉTICOS: ESTUDO PRELIMINAR.

 

 

L.S.U.Yamamoto;C. R. osta ; V.A. F. Alves; E.G.Birman

*Instituto Adolpho Lutz

**Instituto da Saúde

***FOUSP

As deficiências imunológicas, em geral, acarretam predisposições a numerosas infecções relacionadas a certo grupo de agentes microbianos. Tais manifestações podem se revelar em vários órgãos ou sistemas mas também a nrvel das mucosas, notadamente a bucal. Assim, procuramos realizar um estudo prospectivo em pacientes de risco da srndrome de imunodeficiência adquirida (Aids) para caracterizar as alterações citológicas obtidas de esfregaços da mucosa bucal, correlacionando-as com as modificações observadas na clínica bem como analisar os agentes microbianos mais significativos presentes. Foram estudados 40 pacientes de risco (sendo confirmado até agora 19 anti-HIV positivos), representados por grande maioria de pacientes do sexo masculino, na faixa etária de 20 a 57 anos. As colheitas foram executadas em várias áreas, preferencialmente onde a mucosa apresentava alterações clínicas, (mucosa jugal, borda lateral e dorso da língua). Os esfregaços fixados em álcool-éter foram corados pelo método de Papanicolaou e permitiram caracterizar alterações de maturação celular até atipias nucleares. Quadros inflamatórios em variados graus foram observados em alta porcentagem, sendo encontrados pelo menos um agente microbiano associado em grande número de esfregaços além da presença de flora mista bem caracterizada. Destaca-se o encontro de Actinomices, Histoplasma capsulatum, fungos leveduriformes, esporos e hifas de Candida sp., não sendo observado aspectos conclusivos da presença de virus. Estes achados preliminares motivaram-nos a prosseguir este estudo buscando agora não só a correlação citada como a correlação citológica com a cultura e posterior definição das espécies.

 

19  / 1987

 

AVALIAÇÃO CLÍNICA DE RESTAURAÇOES CONFECCIONADAS COM LIGAS METÁLICAS DO SISTEMA COBRE/ALUMÍNIO E COBRE/ZINCO.

M.F. de Andrade; W Dinelli; J.R. C. Saad

Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP

Até o presente momento as investigações relacionadas com as ligas alternativas estão restritas a testes de laboratório.

Assim sendo e com objetivo de confrontar os resultados até então obtidos com o desempenho clínico de restaurações efetuadas com estas ligas, consideramos oportuno avaliá-las clinicamente, através de rigoroso acompanhamento, por um período de 24 meses.

Serão analisados, o ajuste marginal e a resistência à corrosão de 3 marcas comerciais: Duracast, Idealoy e Goldent.

Serão utilizados para avaliação o método de Gunnar Ryge, que consiste na análise da restauração diretamente na boca, o método fotográfico, classificando da melhor para pior, e análise em modelo de gesso.

Como conclusões parciais, dentro do per lodo de 12 a 18 meses temos observado bom desempenho das ligas em termos de ajuste marginal.

Com relação a resistência a corrosão, observa-se que estas apresentaram estreita relação com a higiene oral dos pacientes.

 

 

 

20  / 1987

 

AVALIAÇÃO CLÍNICA DE RESTAURAÇÕES DE AMALGAMA DE BAIXO TEOR DE PRATA -2 ANOS DE ESTUDO*

 

P.E.C. Cardoso; W.G. Miranda Jr.;J.F.F. Santos

 

Departamento de Materiais Dentários -F0/USP

 

Desde 1970, quando a A.D.A. liberou a porcentagem de cobre nas ligas para amálgama, novas formulações foram lançadas no mercado. A ausência da fase (2 destes materiais tem gerado uma expectativa otimista no que se refere a uma maior resistência mecânica e a corrosão.

Nos últimos anos muito se tem investido no Brasil, no sentido de lançar ligas de alto teor de cobre e baixo teor de prata. laboratorialmente esses materiais têm apresentado bom desempenho, no que diz respeito às propriedades mecânicas. Por outro lado, pouco se sabe sobre o comportamento clínico dessas ligas. Apresentamos aqui, os resultados obtidos após 2 anos de uso na boca, avaliados segundo critério proposto por Gunnar Ryge e modificado por leinfelder, de 3 ligas de baixo teor de prata e alto teor de cobre (Novaloy, Veraloy e Aristaloy 21 ), comparadas com uma liga convencional de alto teor de prata e baixo teor de cobre (Velvaloy). As três ligas de baixo teor de prata sofreram perda de brilho precoce, constatada na primeira avaliação (6 meses), e na avaliação final as ligas Ve- raloy e Aristaloy 21 apresentavam comportamento clínico aceitável, ao contrário da liga Novaloy que se mostrou inaceitável.

 

*Trabalho subvencionado pela FINEP.

 

 

 

21  / 1987

 

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO, COM RELAÇÃO AOS RISCOS DE INFECÇÃO CRUZADA, NA PRÁTICA ODONTOLÓGICA.

G.M. D'Antonio; N. Y. Sakakibara; R. R. Koga; M.E.M. Hirata

Visando o controle da transmissão de doenças entre profissionais e pacientes, foram avaliados 58 Cirurgiões Dentistas em atividade em três cidades, por meio de questionários contendo quesitos abrangendo medidas de proteção pessoal: tratamento dispensado ao lixo, ambiente de trabalho, técnicas de esterilização e desinfecção comparando os métodos utilizados na prática odontológica com o recomendado na literatura. Como resultado notamos que: as medidas de proteção pessoal mostraram que 65% dos profissionais não usam gorro e 80% não trocam aventais ao deixar o consultório, óculos e máscaras são utilizados por 60%, dos entrevistados e as luvas, 50% utilizam em cirurgias. Quanto ao tratamento do lixo, 80% possuem recipientes com tampa e 39% usam saco plástico nas lixeiras. Com relação ao ambiente de trabalho, 78% possuem paredes e pisos que facilitam a limpeza e desinfecção, as torneiras abertas com o pé ou cotovelo são utilizadas por 6 e 8% respectivamente; quanto à retenção de poeira (cortinas, persianas, prateleiras e quadros) são encontrados em 71% dos consultórios. Quanto às técnicas de esterilização, 85%, dos profissionais usam o forno Pasteur e, destes, 50% obedecem o tempo e temperatura recomendados; a autoclave e panela de pressão são utilizadas por 9% dos entrevistados. As substâncias químicas mais utilizadas foram Germkill e álcool, perfazendo um total de 85% dos Cirurgiões Dentistas, as pastilhas de formol por 60%, e o Gluratex por 2%. Avaliando os resultados, notamos que os cuidados preventivos quanto a infecções cruzadas são ainda negligenciados por boa margem de profissionais. Necessário se faz promover palestras e seminários para reciclagem dos mesmos.

 

 

 

22  / 1987

 

AVALIAÇÃO DE AGENTES QUIMICOS UTILIZADOS NA ESTERILIZAÇÃO DE CONES DE GUTA-PERCHA.

M.H.P. Paz; T.M. da Rosa; L.L. Bammann

Curso de Pós-Graduação em Endodontia e Núcleo de Pesquisas em Odontologia, Faculdade de Odontologia, UFPEL.

O presente estudo teve por objetivos determinar a atividade antimicrobiana de 10 agentes químicos, e avaliar sua utilização para a esterilização de cones de guta-percha. As soluções químicastestadas foram "Cepacol", "Creosolit", "Germekil", "Merthiolate", "Microcide", "Milton", "Paramonoclorofenol canforado (PMC)", "Romisan", "Tergentol" e "Valmicid". Assim, numa primeira etapa, o efeito antimicrobiano das soluções foi estudado, pela técnica da difusão em meio sólido, na superfície do "Brain Heart Infusion Agar", frente a amostras de B. subtilis, E. coli, S. aureus, S. mutans e S. ulivarius. Nesse modelo de estudo, o microrganismo que apresentou maior sensibilidade, em relação às substâncias-teste, foi S. mutans, aparecendo o "Creosolit" como o agente de maior atividade sobre os microrganismos indicadores. Para avaliar a aplicabilidade das referidas soluções à esterilização de cones de guta-percha, estes eram contaminados nas culturas microbianas, lavados em salina esterilizada e, subsequentemente, expostos à ação direta das substâncias ou a seus vapores ("Creosolit" e PMC); o efeito direto foi experimentado durante 1 a 3 minutos, e a ação dos vapores foi ensaiada entre 0 e 24 horas. Os testes controle e de atividade, removido o excesso de agente químico, foram procedidos em "Brain Heart Infusion", ocorrendo a incubação segundo as exigências respiratórias dos microrganismos, a 37ºC, por um período de 72 horas.

Os resultados referentes à ação direta sugerem que os agentes químicos testados foram efetivos na esterilização dos cones de guta-percha, com exceção do "Microcide" e "Tergentol"; o efeito inibidor dessas soluções somente foi observado em relação a certos microrganismos, em determinados tempos experimentais. A ação antimicrobiana dos vapores foi bastante variável, em função do microrganismo indicador considerado, do agente químico testado e do tempo de exposição experimentado.

Trabalho financiado, em parte, pela CAPES.

 

 

23  / 1987

 

AVALIAÇÃO DE UM SISTEMA INFORMATIZADO.

 A.L. Rodrigues Jr.

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

Uma estrutura de informações (coleta, processamento, análise e armazenamento) foi estabelecida para melhorar a eficiência no atendimento clínico odontológico da Faculdade de Odontologia de Piracicaba. Esta estrutura é gerenciada pelos Coordenadores da  Clínica  Odontológica com o apoio de microcomputadores de 8 bits, 2 dlsk drives, monitor de vídeo e uma Impressora seqüencial tipo Rima, sendo toda a informação utilizada armazenada em minidiscos magnéticos de dupla face e de dupla densidade. O fluxo de informações nesta nova estrutura é o mais simples possível para permitir o armazenamento dos dados em arquivos relacionais usando a linguagem dBase II.

Após 4 meses de utilização prática 1.793 clientes foram cadastrados e os dados armazenados em 414 kbytes de memória. Estas informações, necessárias ao gerenciamento da estrutura, são arquivadas em espaço físico reduzido e podem ser acessadas com facilidade.

Os resultados têm se mostrado satisfatórios pela rapidez em gerar informações em forma da relatório, localizar dados com facilidade e atualizar automaticamente os dados arquivados. Além disso, relatórios tidos como impossíveis de serem realizados manualmente e levantamentos estatísticos podem ser obtidos em minutos através deste Sistema Informatizado.

 

 

24  / 1987

 

AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE PLACA O'LEARY EM PROGRAMA DE HIGIENE ORAL.

C. Sansone & R. V. Oppermann

Disciplina de Periodontia do Departamento de CIínica -FO/UFRJ.

No Brasil, ficou popularizado nos últimos anos a utilização do índice de placa O'LEARY para avaliação de programas de higiene oral graças a sua aplicação em grande número de Faculdades de Odontologia. Este índice revela a presença de depósitos moles sobre as superfícies dentárias na junção dentária gengival; ele não analisa a quantidade de placa presente, muito embora os níveis de inflamação gengival pareçam estar diretamente relacionados com esta quantidade. Desta forma, surge o questionamento sobre a capacidade do índice de placa O'LEARY traduzir com fidelidade as eventuais variações existentes nos níveis de inflamação gengival. Foi realizada uma análise aprofundada da relação do índice de placa proposto por O'LEARY e os níveis de inflamação gengival ao longo de um programa de controle de placa, com a finalidade de identificar os limites de rendimento de ambos frente à modificações da higiene oral dos pacientes.

Dezoito pacientes do sexo masculino com idade variando entre 18 e 21 anos que apresentavam quadros de gengivite, diagnosticada através de exame clínico onde se procurou observar a presença de sangramento gengival à sondagem, assim como a presença de edema e alterações na coloração da gengiva. A presença de placa nos dentes foi avaliada através do índice de placa O'LEARY (Plaque control Record, O'LEARY, 1967). Enquanto que as condições gengivais foram avaliadas através do índice gengival de Loe e Silness, 1963. Cada paciente foi examinado no início do estudo, 7, 14 e 21 dias após, sendo em cada oportunidade levantados os índices de placa e gengival. O programa de Higiene Oral utilizado no estudo constou de escovação e uso do fio dental pelos participantes, foi realizado no início do estudo, 7 e 14 dias após, portanto teve a duração de 21 dias.

No início do experimento, 88,39% das superfícies dentárias apresentavam placa corada. O percentual diminuiu para 70,41. 7 dias após o início do trabalho; houve redução adicional no 14º e 21º dia, sendo essa redução de 62,49% e 60,74% respectivamente. Os valores encontrados no índice gengival foram 1.52 no início do estudo, tendo esse valor reduzido significativamente 7, 14 e 21 dias após, sendo esses valores 0.99, 0.83 e 0.71 respectivamente. Níveis significativos de saúde gengival foram alcançados mesmo quando o índice de O'LEARY encontrava-se muito além do recomendado pelo autor (10 a 15%). Ocorreram reduções significativas de níveis de inflamação gengival embora o índice de placa O'LEARY manifestasse uma tendência de estabilização. Como o principal objetivo de um programa de higiene oral é melhorar as condições gengivais dos pacientes, o índice gengival reflete adequadamente a consecucão deste interesse. Os programas de higiene oral devem usar uma associação de índices de placas e gengival. 

 

 

 

25  / 1987

 

AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DO TRAUMA INDIRETO SOBRE A ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR.

J.G.C. Luz;J.R. V. Rezende; R.G. Jaeger

Traumatologia Buco-Maxilo-Facial -FOUSP

Foi desenvolvido um modelo experimental que permitiu a avaliação dos efeitos do trauma indireto sobre a articulação temporomandibular (ATM), um evento comum em pacientes.

Para a padronização do trauma foi desenvolvido um suporte em madeira que permitiu a queda livre de um corpo metálico. Através de um pino de madeira o impacto foi transmitido ao ângulo da mandíbula, estando os animais em decúbito dorsal.

Utilizando ratos albinos jovens, pesando entre 170 e 180 gramas, o trauma foi aplicado indiretamente sobre a ATM do lado direito, sendo que a ATM esquerda serviu de controle. Os animais foram distribuídos em 5 grupos e sacrificados em períodos de 24 horas, 7 dias, 15 dias, 30 dias e 90 dias.

A avaliação histológica do HE revelou que o trauma Indireto foi capaz de lesar o côndilo, o disco articular e a cavidade glenóide. Inicialmente ocorreu uma resposta inflamatória. Com a regressão desta, houve uma resposta proliferativa das superfícies articulares, principalmente da cavidade glenóide. Esta resposta apresentou uma tendência de preencher o espaço articular .

 

 

26  / 1987

 

AVALIAÇÃO DOS ELEMENTOS CELULARES DO ODONTOMA PELA TÉCNICA IMUNOENZIMATICA.

D. S. Pinto Jr.; F.D Nunes; V.C  Araujo; V.A.F. Alves; N.S. Araujo

Disciplina de Patologia Bucal -FOUSP.

Em continuidade ao estudo clínico-patológico do odontoma (SBPqO, 1986), o presente trabalho visa fornecer subsídios para uma melhor compreensão dos componentes celulares da lesão.

Nesta pesquisa, foi utilizada parte do material diagnosticado como odontoma dos arquivos pertencentes à Disciplina de Patologia Bucal da FOUSP, o qual foi submetido à técnica imunoenzimática da peroxidase-antiperoxidase (PAP).

Cortes de 3 (m obtidos de material emblocado em parafina, foram submetidos aos procedimentos preconizados para a técnica do PAP, utilizando-se anticorpos mono e policlonais específicos para a detecção de AE-1 , vimentina, fibronectina, S-100, fosfatase alcalina e enolase, nos elementos do tumor .

Os anticorpos utilizados nesta pesquisa foram elucidativos para vários componentes teciduais da lesão, entre os quais podemos citar o epitélio odontogênico, positivo para AE-1, a papila dentária para vimentina e enolase, e fosfatase alcalina para matriz, cutícula de esmalte e pré-dentina.

Os achados obtidos serão discutidos durante a apresentação, com especial Anfase à positividade da enolase tanto para odontoblastos como para ameloblastos.

 

 

 

27 / 1987

 

"AVALIAÇAO FOTOMICROGRAFICA DE LIGAS PARA RESTAURAÇOES DE AMALGAMA."

S. T. Porto Neto; F. Mandarino; M.S.M. Candido; W. Dinelli; A.L. Lolato

 Faculdade de Odontologia de Araraquara.

O amálgama dental tem sido exaustivamente estudado e a melhoria de suas propriedades nestes últimos anos tem sido atribuída à introdução de maior porcentagem de cobre na sua composição associada com diminuição do tamanho de suas partículas.

Neste estudo nos propomos a investigar ligas para amálgama tanto convencionais como as de alto teor cobre para uma comparação de sua forma e tamanho.

Serão feitas fotomicrografias de cada liga utilizada no trabalho para uma melhor comparação entre estas e assim obtermos uma conclusão sobre o seu formato e dimensão.

 

 

 

28  / 1987

 

AVALIAÇÃO MONITORADA DA PROFUNDIDADE DE BOLSA PERIODONTAL. USANDO A SONDA PERIODONTAL INTCP SUGERIDA PELA FEDERAÇÃO DENTÁRIA INTERNACIONAL.

H. H. Rodrigues:D.. Magalhães: M. Semprini: C.A. Pelé

O exame periodontal simplificado. Também chamado Índice das Necessidades Terapeuticas Periodontais da Comunidade (INTCP) foi o resultado da colaboração técnica entre a FRDI e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A sonda INTCP, apresentando dimensões apropriadas tem em sua extremidade uma modificação (ponta esferoidal) que não sendo perfurante, oferece maior segurança de trabalho ao clínico geral no diagnóstico da doença periodontal. Sendo esta sonda periodontal já um projeto vitorioso da FDI, foi nossa intensão modificá-la no sentido de ajustar ao seu istmo estensômetros elétricos, e dessa forma monitorar a penetração da sonda em sulcos gengivais ou bolsas periodontais. Com essa nova t6cnica foi possível controlar a pressão de penetração da sonda durante a medida de profundidade da bolsa. A monitoração permitiu avaliar a conduta de diagnóstico do operador, conduta essa que de avaliação clínica qualitativa passou a ser avaliação quantitativa monitorada. Após a avaliaçio clínica, espécimes controles serão testados a nível histológico conforme as normas da FDI.

.Pesquisa em parte subvencionada pela FAPESP

 

 

 

29  / 1987

 

BACTERIEMIAS TRANSITÓRIAS POR MICRORGANISMOS ANAERÓBICOS, PÓS-REMOÇÃO DE FIO DE SUTURA .

M. V. Gayotto; M.A.A. Santos; C. Gregori

Departamento de Cirurgia Odontológica e Buco-Maxilo-Facial -FOUSP .

O presente trabalho visou a constatação da ocorrência de hemoculturas positivas, pós-remoção do fio de sutura, aposto na mucosa gengival depois de exodontia de molar superior, tendo sido feito, previamente, o uso, como colutório, de uma solução aquosa de cloreto de cetilpiridínio 1 :4000 que embebia a região durante 1 (um) minuto. Foram utilizados seres humanos de sexo masculino, normo-reativos, os quais foram divididos em grupos: A e B. O grupo Avisava a detecção de possíveis bacteriemias transitórias, pela simples punção venosa do antebraço e a permanência do "Butterfly" pelo tempo de duração do teste (cinco minutos). O grupo B se constituía de pacientes que foram submetidos à avulsão de dentes molares superiores nos quais, após oito dias, removia-se o fio de sutura. Do grupo A colhia-se 3 ml de sangue imediatamente à punção venosa e também após um minuto e cinco minutos. Do grupo B colhia-se a mesma quantidade de sangue,  pré-remoção do fio de sutura e também um minuto e cinco minutos após a remoção do mesmo. Todas as hemoculturas foram processadas em meio de cultura para anaeróbicos, conforme as normas preconizadas pelo Virginia Polytechnic Institute (VPI). Constatou-se que, em todos os casos do grupo A, (dez indivíduos) as hemoculturas foram negativas. Nos pacientes de grupo B (dezoito pacientes), todas as hemoculturas feitas pré-remoção do fio de sutura foram negativas e nas hemoculturas realizadas a um minuto e cinco minutos, após a remoção do fio, houve positivância em 50% dos casos. As colônias de microrganismos encontrados foram identificadas quanto ao gênero

 

 Resumo da Tese apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade de  São Paulo, para obtenção do título de Doutor em Clínicas Odontológicas.

 

 

 

30  / 1987

 

CALCIFICAÇÕES PULPARES -ESTUDO MORFOLÓGICO EM MICROSCOPIA DE LUZ E ELETRONICA DE VARREDURA.

M.M.M. Jaeger: R.G. Jaeger: V.C. Araújo: N.S. Araújo

Disciplina de Patologia Bucal -FOUSP .

Calcificações pulpares foram pesquisadas em 203 polpas de dentes de humanos, pertencentes ao Serviço de Patologia Cirúrgica da Disciplina de Patologia Buco-Dentária do Departamento de Estomatologia da FOUSP .

O estudo morfológico se deu através de microscopia de luz em lâminas coradas pela hematoxilina-eosina e pelo método de Von Kossa, para detecção de sltios de íon cálcio.

Ao HE verificou-se que cerca de 78% das polpas estudadas possuiam calcificações, com maior evidência nos pacientes com idade entre 14 e 30 anos (69,8%), sem preferência por sexo (45,6%F e 54,4%M). Usualmente as calcificações apareciam ao redor de vasos sanguíneos, seguindo o trajeto vásculo-nervoso ou em áreas hialinizadas da polpa, dados concordes com a literatura previamente compulsada. Estas calcificações aparecem na forma nodular às vezes bem definida, ovóídes ou arredondadas; ou mesmo difusas pela polpa com dimensões e formatos variados. Por vezes encontramos um quadro misto, onde estão presentes nódulos e calcificações difusas, sendo esse último o tipo mais comum.

Estas calcificações parecem ser do tipo distrófica e alguns nódulos exibem deposição concêntrica. Somente um caso, diagnosticado como displasia pulpar, entidade hereditária autossômica dominante, permitiu a observação de nódulo verdadeiro, representado por tecido dentinário de configuração tubular .

Parte do material obtido foi fixado em glutaraldeido, pós-fixado em tetróxido de ósmio, desidratado em série crescente de alcoóis, submetido ao "ponto-crltico", colado em bases apropriadas de alumínio, recoberto com ouro em um "sputtering" catódico Balzers, observado e fotografado em um microscópio eletrônico de varredura Etec-autoscan, a 20Kv, no intuito de fornecer maiores subsídios para o presente trabalho.

 

 

 

31 / 1987

 

CÁRIE DE DENTINA. ESTUDO EM MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA*

R.G. Jaeger; M.M.M. Jaeger; V. C. Araújo; N.S. Araújo

Disciplina de Patologia Bucal -FOUSP

Concluindo trabalho previamente apresentado na SBPqO (JAEGER, 1986) foram estudadas amostras de cárie aguda e crônica de dentina, a nível de microscopia eletrônica de varredura.

O material selecionado foi fixado em glutaraldeido, pós fixado em tetróxido de ósmio, desidratado em série crescente de alcoóis, submetido ao "ponto-crítico", montados em bases apropriadas de alumínio, recobertos com ouro em um "sputtering" catódico Balzers, observados e fotografados em um microscópio eletrônico de varredura Etec-Autoscan, a 20 Kv e vácuo de 10-5 torr .

Os resultados obtidos mostraram alterações evidentes de comportamento biológico nos dois tipos de dentina cariada estudadas. A cárie aguda mostrou exposição dos canaliculos dentinários em múltiplas áreas e desmineralização da dentina peritubular e intercanalicular. Tanto a dentina peri quanto a intertubular mostraram perda do seu conteúdo de hidroxiapatita, restando delicada trama reticular de colágeno em torno dos prolongamentos odontoblásticos. Grande número de bactérias foi verificado, principalmente formas cocóides e bacilares.

A cárie crônica exibiu quadro microestrutural diferente, sendo evidente a neoformação dos túbulos dentinários, bem como foram verificadas múltiplas áreas de esclerose. Ninhos de estruturas cristalóides, de formato filamentoso e de morfologia similar, porém com tamanho superior ao dos cristais de cárie descritos por Boyde e colab, foram verificados, sugerindo intrigante campo de futuras investigações.

*Trabalho subvencionado pela FAPESP.

 

 

32  / 1987

 

CISTO ODONTOGÊNICO EPITELIAL CALCIFICANTE. ESTUDO MORFOLÓGICO, IMUNOENZIMÁTICO E MICROESTRUTURAL.

L.E.B. Rosa; R. G. Jaeger; V.C. Araújo; V.A.P. Alves; N.S. Araújo

Disciplina de Patologia Bucal -FOUSP

Departamento de Patologia -I.A. Lutz

Dando continuidade a estudos realizados pela Disciplina (SANTOS PINTO JR., 1986), vimos no presente trabalho estudar os aspectos morfológicos do cisto odontogênico epitelial calcificante a nível de microscopia de luz e eletrônica de varredura, com o intuito de fornecer maiores subsídios para a correta compreensão do mesmo.

Foram utilizados 18 casos diagnosticados como cisto odontogênico epitelial calcificante, pertencentes aos arquivos do Serviço de Patologia Cirúrgica da Disciplina de Patologia Bucal, Departamento de Estomatologia da FOUSP.

Os dados clínicos referentes à localização; idade; sexo; raça e sintomatologia da lesão foram obtidos a partir das fichas de pedido de exame arquivadas no Núcleo de Informática desta Disciplina. Por vezes o número de observações não é coincidente com o total de casos devido a ausência de informações relativas àquele tópico.

As lâminas coradas pela hematoxilina-eosina foram revistas para detalhar e enumerar os aspectos principais da lesão. Novos cortes com espessura de 5(m foram corados pelo PAS; Papanicolaou; Tricrômico de Masson e Vermelho do Congo.

De um grupo de espécimes previamente selecionados foram obtidos cortes de 3(m de espessura, submetidos à técnica imunoenzimática de peroxidase-antiperoxidase (PAP), tendo como finalidada verificar a positividade para queratina, vimentina, fibronectina e fosfatase alcalina dos elementos secretores da entidade. Outro grupo de espécimes sofreu desparafinização, sendo posteriormente submetido ao "ponto-crítico", reooberto oom ouro em um "sputtering", observado e fotografado em um microscópio eletrônico de varredura Etec-autoscan, à 20 Kv e vácuo de 10-5 torr .

Os resultados obtidos parecem mostrar que a secreção dos elementos da lesão é essencialmente epitelial, fato justificado principalmente pela positividade à citoqueratina. A presença dessa proteína em graus variáveis no material dentinóide sugere fortemente que tal substância seja resultante da agregação de "células fantasma".

 

 

 

33  / 1987

 

COMPORTAMENTO DE CÁRIE OCLUSAL SOB SELANTE DE FÓSSULAS E FISSURAS. AVALIAÇÃO CLÍNICA E MICROBIOLÓGICA. RESUL TADOS PRELIMINARES.

R.S Vieira*; C. Prado*. A. C. Bezerra*. V. Brunner*. D. Koritnik . T Ando. F Zelante**

* Faculdade de Odontologia da USP

* Departamento de Microbiologia -ICB/USP

O presente estudo visa verificar o comportamento de lesões cariosas ativas, seladas com um selante de fóssula e fissura, em dentes permanentes posteriores, através de exames clínico, radiográfico e microbiológico e determinar se os microrganismo abaixo do selante permanecem viáveis ou se ocorre diminuição de sua população.

Estão sendo usados 20 dentes posteriores permanentes de crianças de 07 a 12 anos de idade.

O método de se lamento das lesões é o mesmo usado rotineiramente para dentes não Criados, usando-se um selante quimicamente ativado (Delton, da Johnson & Johnson), com os dentes anestesiados e isolados com dique de borracha.

A abertura das fissuras é realizada com uma broca 330 e a colheita do material feita com uma cureta esterilizada. O material é pesado e semeado em meios de cultura, para a contagem das UFC. Após a retirada do material do fundo da cavidade, esta é isolada com cera utilidade para evitar interferências externas, entre as colheitas posteriores. O selante é em seguida aplicado conforme recomendação do fabricante e os dentes são reexaminados após 1 semana, 30, 60 e 90 dias, seguindo a metodologia descrita.

Os resultados obtidos até o momento indicam uma redução acentuada no número de UFC, nos dentes em que o selante está íntegro. Foi observada ainda uma modificação do estado físico da dentina, passando de um estado amolecido para uma consistência mais endurecida.

 

 

 

34  / 1987

 

CORRELAÇÃO ENTRE OS CRITÉRIOS DO ÍNDICE DE PLACA E A CONDIÇÃO HISTOLÓGICA DOS TECIDOS GENGIVAIS.

E. Marcantonio Júnior; B. E. C. Toledo; R. C. C. Lia; R.L. Tagliavini; R.S.G.A. Rached; A.J.D. Mendes

Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP

Diversos índices têm sido utilizados na avaliação da severidade da inflamação gengival. Porém as avaliações histológicas destes índices mostram que eles não traduzem perfeitamente o real estado inflamatório dos tecidos gengivais, especialmente nos estágios iniciais. Desta forma testou-se a correlação entre os critérios do Índice de Placa de Silness & Loe ( 1967) e a inflamação tecidual avaliada histologicamente, sendo encontrada uma correlação positiva em 60% 80% 90% e 90% dos casos para os graus 0, 1, 2 e 3 respectivamente.

 

 

 

35  / 1987

 

DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE UM GEL DENTIFRÍCIO CONTENDO XILITOL E FLUOR.

J.A. Cury

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

A formulação correta de um dentifrício fluoretado requer conhecimento científico para se conseguir flúor disponível, estável e reativo. Foi idealizado um dentifrício contendo basicamente 15% de sílica, O,25% de NaF e 12% de xilitol, denominado de EXPERIMENTAL, o qual foi comparado com um dentifrício sem flúor (PLACEBO) e um aprovado pela ADA (PADRÃO).

No dentifrício EXPERIMENTAL determinou-se a disponibilidade e estabilidade do flúor, analisando-se íon flúor total e solúvel antes e após o teste de envelhecimento precoce. A reatividade do dentifrício foi estudada utilizando-se solução da suspensão de dentifrício (1 p) com saliva humana estimulada (3p) e avaliando-se íon flúor total (FT), íon flúor na forma de fluoreto de cálcio F (CaF2) e na forma de apatita fluoretado (FA) no esmalte dental após 1 minuto de reação. Os resultados mostraram que o dentifrício EXPERIMENTAL apresenta íon flúor totalmente disponível e estável, e que sua reatividade com o esmalte foi significativamente melhor que o PLACEBO e PADRÃO.

 

 

 

36  / 1987

 

DETERMINAÇÃO DA DL50 DA SIALOTOXINA I E SUAS MANIFESTAÇÕES BIOLÓGICAS EM CAMUNDONGOS MACHOS E FÊMEAS.

S.M.S. Agostinho; D. Teixeira; A. Guimarães; C.E. Pinheiro

Departamento de Ciências Fisiológicas -FOP/UNICAMP

O trabalho foi realizado com o objetivo de se determinar a DL50 da Sialotoxina I e de avaliar as suas manifestações biológicas em camundongos machos e fêmeas. Foram utilizados 160 camundongos sendo 60 fêmeas e 100 machos, os quais foram distribuídos da seguinte forma: Grupo I -60 camundongos fêmeas redistribuídos em 6 subgrupos compostos de 10 camundongos cada, nos quais foram administradas Sialotoxina I nas concentrações de: 0,5; 0,75; 1,0; 1,3; 1,4 e 1,5 mg/kg de peso corporal, via I.P., apresentando respectivamente, a taxa de mortalidade de 0,20, 50, 70, 80 e 100%. Utilizando-se da análise de probitos obtivemos uma D L50 = 1,05 ( 0,06 mg/kg de peso para Sialotoxina I. A análise das manifestações biológicas demonstrou que nos animais que receberam Sialotoxina I na conc. de 0,5 mg/kg, havia reações de hiperexcitabilidade, apatia em 100% dos animais, festinação em 30% e poliúria em 20% dos animais. A medida em que aumentaram-se as concentrações, as manifestações biológicas se agravaram e, na concentração de 1,5 mg/kg houve manifestações de: hiperexcitabilidade, apatia, festinação, hipotonia, piloereção, epistótono da cauda, conulsões, contraturas e morte. Grupo II -100 camundongos machos redistribuídos em 10 subgrupos de 10 cada, que receberam Sial. I nas concentrações de: 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5; 3,0; 3,3; 3,5; 3,6 e 3, 7 mg/kg de peso demonstrou-se que somente a conc. de 3,3 apresentou (ndice de mortalidade de 10% e as doses subssequentes respectivamente, taxas de mortalidade de 30, 60 e 100%; pela análise de probitos obtivemos uma DL50 = 3, ( 0,09 mg/kg de peso. auanto às manifestações biológicas, verificou- se que os efeitos iniciais de hiperexcitabilidade e apatia aparecem apenas na concentração de 2,0 mg/kg de peso corporal e as demais manifestações, já citadas no Grupo I foram evidenciadas na concentração de 3,7 mg/kg de peso. Concluímos que existe diferença na DL50 da Sialotoxina I em camundongos machos e fêmeas, sendo a fêmea muito mais sensível do que o macho.

 

 

37  / 1987

 

DETERMINAÇÃO DA DL50 PARA STAPHYLOCOCCUS AUREUS EM CAMUNDONGOS PORTADORES DE TUMOR DE EHRLICH.

A.O.C. Jorge; J.F. Hofling ; P.D. Novaes; O.P. Almeida

Disciplinas de Microbiologia e Patologia -FOP/UNICAMP

O trabalho teve como finalidade verificar, através da determinação da DL50, se camundongos portadores de Tumor de Ehrlich apresentavam alterações na sua resistência à infecção por Staphylococcus aureus (NCTC 8530).

Foram utilizados 10 grupos com 8 animais portadores de tumor de Ehrlich na pata traseira direita e 10 grupos com 8 animais sem tumor. Em cada grupo foi inoculada uma quantidade conhecida de S. aureus (u.f.c/ml), e os animais observados por 24, 48 horas e 1 semana. Foram utilizadas doses padronizadas crescentes do microrganismo nos diferentes grupos.

As DL50, nos diferentes tempos observados, foram obtidas estatisticamente pelo método de estimadores de máxima verossimilhança (análise de probitos), processo iterativo, através do computador .

Os resultados demonstraram, que para tempos de 24 e 48 horas, a DL50 foi maior para os camundongos portadores do tumor, embora sem significância estatística.

 

38  / 1987

 

DIAGNÓSTICO ENZIMÁTICO UTILIZANDO PLACA SUBGENGIVAL EM PACIENTES COMPROMETIDOS PERIODONTALMENTE. CARACTERÍSTICAS DA REAÇÃO*

WA. Bretz; W.J. Loesche

Departamento de Biologia Oral, Bacteriologia, University of Michigan, Ann Arbor , Michigan, 48109, USA.

Estudos anteriores demonstraram que a hidrólise do substrato sintático para tripsina N-benzoil-DL-arginina-ß-naftalamida (BANA) pela placa subgengival obtida de um único sítio gengival, correlacionou melhor com os números e proporções de espiroquetas em amostras de placa e poderia ser utilizado como indicador de doença clínica. No presente trabalho determinou-se se esta mesma associação da hidrólise do substrato BANA com os espiroquetas poderia ser obtida em amostras de placa subgengival coletadas de vários sítios em um mesmo paciente. Concomitantemente, as características desta reação quanto ao tipo de substrato e concentração, números microbianos necessários para promover uma reação positiva (microscopia de campo escuro), rapidez da hidrólise, e o efeito do pH e de vários aditivos na interação placa-BANA foram estudadas em pacientes comprometidos periodontalmente ou normais. Da mesma forma, objetivou-se determinar se a atividade hidrolítica do substrato BANA com a placa subgengival refletia oontribuições da saliva e da placa supragengival. Os resultados indicaram que o teste pode ser utilizado na concentração de 0,67 mmol/L BANA no pH 7,0. EDTA e CaCl2 promoveram uma pequena inibição e DTT, um pequeno estímulo na reação do BANA com as suspensões de placa suegengival. A maioria das reações (85%) desenvolveram a cor (vermelho) na totalidade após incubação por 18 horas. A hidrólise do BANA pela saliva não foi detectada, e ocorreu numa frequência maior na placa subgengival ao contrário da placa supragengival. Este estudo demonstrou que a hidrólise do BANA pela placa subgengival coletada de vários sítios gengivais é um teste adequado para a detecção de espiroquetas quando 2 a 3 espiraquetas por campo microscópico observado estão presentes na amostra de placa subgengival. O teste é simples, de baixo custo, e poderia ser utilizado pela comunidade odontológica como um parâmetro para diagnosticar e monitorar as proporções de espiroquetas em amostras de Placa subgengival de pacientes comprometidos periodontalmente ou normais.

*Trabalho subvencionado em parte pelo CNPq

 

 

39  / 1987

 

DIFERENTES PROCEDIMENTOS DURANTE A CORREÇÃO DE UMA MALOCLUSÃO CLASSE II

M.H.C. Almeida; M.B.A. Magnani; V. C. Siqueira; L. Teramoto; R. Salge Prata; R.C. Almeida

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNESP

A maior porcentagem de pacientes que procura tratamento ortodôntico, são portadores de maloclusão classe II divisão 1. Esta anomalia consome 98% do tempo do profissional, porém nem sempre é totalmente resolvida. Portanto, sua correção é uma preocupação constante. Deve-se tomar o cuidado na remoção ou não de dentes para a correção da chave molar. Ao empregar-se a análise total da dentadura dividem-se os arcos dentários em três áreas, podendo visualizar melhor a discrepância em cada setor. Após estudo criterioso decide-se quanto ao dente a extrair ou não e em que área. Quando a discrepância apresentar-se maior na área anterior extraem-se os 1ºs. pré-molares; quando na área média, e não é desejo modificação de perfil, escolhem-se os 2ºs. pré-molares. Pode haver combinação de escolha entre os arcos. De conhecimento da idade do paciente pode-se avaliar o crescimento individual e a possibilidade de irrompimento dos 3ºs. molares. Através deste estudo pode-se justificar a necessidade de extração em mais que uma área por exemplo: extração de 1º pré-molar e de 3º molar, quando a discrepância é muito grande e extração, somente de pré-molar, não resolve o problema. Considera-se a correção da maloclusão classe II bem sucedida quando há perfeito engrossamento entre dentes de ambos os arcos em correta relação com o seu antagonista, pois o crescimento esquelético e muscular é melhor estimulado em tal situação, proporcionando ao paciente equilíbrio facial e estabilidade na dentadura.

 

 

 

40  / 1987

 

DINÂMICA EVOLUTIVA DO PROCESSO INFLAMATÓRIO DOS TECIDOS GENGIVAIS.

R.L. Tagliavini; R. C. C. Lia; B.E.C. Toledo

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia -Araçatuba/UNESP

Departamento de Patologia e Fisiologia -Araraquara/UNESP

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia -Araraquara/UNESP

Convém salientar que não é fácil correlacionar com precisão, do ponto de vista clínico, o estado histopatológico dos tecidos gengivais (AMBROSE e DETAMORE, 1960; ZACHRISSON e SCHUL TZ-HAUDT, 1968; MOTTA e cols., 1983; ABI RACHED e cols., 1983 e MARCANTONIO Jr., 1986). Assim, foi nosso propósito, verificar se a utilização de um Indice Histológico Gengival (I.H.G.), visando a avaliação quantitativa por áreas de infiltrado inflamatório para atribuição qualitativa permita: a) Análise histopatológica mais precisa; b) Estabelecimento de uma dinamica de evolução e difusão do processo inflamatório em diversos graus clínicos. Neste estudo, 187 biópsias foram realizadas, em 40 pacientes sendo que na maioria deles, mais de uma foi efetuada. O índice clínico aplicado foi o Índice Gengival (I.G.) de LÖE e SILNESS (1963) de acordo com os critérios propostos por LÖE (1967). Nossos resultados demonstraram, que o nível de concordância entre o I.G. e o I.H.G. foram representativos (95%), o que torna o método preciso e confiável, devido a sistematização da análise histopatológica.

 

 

 

 

41  / 1987

 

DISCRIMINAÇÃO HISTOLÓGICA ENTRE DISPLASIA FIBROSA MONOSTÓTICA, FIBROMA OSSIFICANTE E FIBROMA CEMENTIFICANTE

P. V. Rados

Faculdade de Odontologia -U. de Chile/UFRS

Realizou-se um estudo histométrico comparativo entre Displasia Fibrosa, Fibroma Ossificaste e Fibroma Cementificante com base em 6 casos de cada lesão, que tinham seu diagnóstico clínico - radiográfico e histológico confirmados.

O objetivo era o de estabelecer diferenças que permitissem discriminar lesões de forma objetiva do ponto de vista histológico. Para isto se analisaram variáveis relacionadas com o tecido conjuntivo fibroso, o tecido mineralizado, além de se estabelecer índices considerando as relações entre alguns dos parâmetros medidos.

Foi possível observar que no Fibroma Ossificante, as células do tecido conjuntivo fibroso têm uma tendência a transformarem-se em células de matriz orgânica mineralizada. A Displasia Fibrosa mostrou uma marca da relação entre a presença de vasos sangüíneos e zonas hemorrágicas, além de se comprovar a presença de osteoblastos ativos, em torno das trabéculas mineralizadas, fato este negado por alguns investigadores.

O Fibroma Cementificante apresenta uma maior área de matriz orgânica não mineralizada quando comparado com o Fibroma Ossificante e Displasia Fibrosa, possivelmente por ser uma lesão onde a mineralização ocorre mais lentamente de mostrar um menor número de células presas no interior desta matriz orgânica.

A variável mais confiável para diferenciar as três lesões é a forma das trabéculas, predominando os "cementículos" no Fibroma Cementificante, "caracteres chineses" na Displasia Fibrosa e trabéculas "retangulares" no Fibroma Ossificante.

*Bolsista da CAPES -Trabalho realizado no CREPO (Centro de Referências em Patologia Oral -Santiago do Chile)

 

 

 

42  / 1987

 

DOENÇA PERIODONTAL EM ESTUDANTES DE ODONTOLOGIA: OCORRÊNCIA E ASPECTOS RELACIONADOS.

J.E. C. Sampaio; E. Marcantonio Júnior; S. R.P. Orrico

Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP

Alguns estudos têm demonstrado a existência de taxas elevadas de doença periodontal em estudantes de Odontologia e uma correlação positiva entre os índices periodontais e os de higiene bucal.

A constatação desses fatos em grupo populacional no qual a motivação e a conservação dos dentes deveriam ser pontos essenciais, nos levou a realizar levantamento das condições periodontais de um grupo de 85 alunos do 5º semestre do Curso de Odontologia relacionando-as com as condições de higiene bucal, presença de sinais ou sintomas e o conhecimento prévio da presença ou não da doença periodontal.

Foram utilizados os índices de Gengivite e de Placa e um questionário especialmente organizado para a colheita dos dados relatados pelos acadêmicos. Os resultados indicaram que:

1. A totalidade dos acadêmicos apresentou gengivite.

2. Os índices de placa foram elevados, com 27,05% dos indivíduos apresentando índices acima de 50%.

3. 65,88% dos estudantes não tinham conhecimento da presença ela doença periodontal, embora relatassem a existência de sinais a ela relacionados.

4. Dentre os sinais relacionados com a Doença Periodontal, 85,88% relatou a presença da impactação alimentar, 36,47% da halitose e 23,52% do sangramento  gengival.

5. Os acadêmicos também não estavam  informados a respeito da escovação dental, utilizando a maioria, técnicas incorretas e escova inadequada.

Esses resultado  nos indicam que maior ênfase deve ser dada aos estudantes de Odontologia sobre o problema periodental, desde o início do Curso.

 

 

 

43  / 1987

 

EFEITO DAS DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE SIALOTOXINA I SOBRE A INCORPORAÇÃO DA GLICOSE EM DIAFRAGMA DE RATOS.

 

M.C. Boaventura; D. Teixeira; C. E. Pinheiro; A. Guimarães; M.C. F.A. Veiga

 

 Departamento de Ciências Fisiológicas -FOP/UNICAMP

 

Pesquisas recentes revelam que diferentes polipeptídeos produzidos pelas glândulas submandibulares de camundongos machos denominados Sialotoxinas, têm um efeito letal quando injetadas, intraperitonealmente, em fêmeas e machos. O presente trabalho procurou verificar os eventuais efeitos das diferentes concentrações de Sialotoxinas I sobre a incorporação de glicose, "In Vitro", pelo diafragma de ratos. Foram utilizados 35 ratos, com 2 a 3 meses de Idade, dos quais foi retirado o tecido diafragma e frações desse tecido foram incubadas em frascos de Warburg. Os ensaios biológicos constaram de: Endógeno + Glicose, Endógeno + Glicose + Insulina, Endógeno + Glicose + Sialotoxina I (nas concentrações de 0,01; 0,07 e 0,14 mg/ml); Endógeno + Glicose + Insulina + Sialotoxina I (0,10 mg/ml) e Endógeno + Glicose + Sialotoxina I (0,10 mg/ml). Após 90 minutos de agitação, o tecido foi retirado e baseando-se na diferença de concentração entre a glicose introduzida inicialmente (1 mg/ml) e a glicose residual, calculou-se a quantidade de incorporação de glicose, expressa em ug/mg/tecido/hora, segundo a técnica de glicose-oxidase. Os resultados revelaram que nos ensaios contendo Sialotoxina I, a incorporação de glicose é menor quando comparada com os ensaios contendo glicose e insulina. Verificou-se também que, à medida que se aumenta a concentração das Sialotoxinas no meio de incubação, ocorre uma diminuição progressiva e significativa na incorporação da glicose, demonstrando que a Sialotoxina I interfere no mecanismo de transporte de glicose através das células.

 

 

 

44  / 1987

 

EFEITO DAS VARIÁVEIS BRUNIDURA E PERÍODOS DE ARMAZENAGEM NA INFILTRAÇÃO MARGINAL DAS RESTAURAÇOES DE AMÁLGAMA

C.G. Guirado;S. Consani; L.A. Ruhnke

Os níveis de micro-infiltração marginal das restaurações confeccionadas com limalha de prata de partículas convencionais (Novo True Dentalloy) e de partículas convencionais, com alto conteúdo de cobre (Novaloy), foram verificados nas variáveis brunidura e períodos de armazenagem (48 horas, 7 dias e 90 dias).

Cavidades circulares foram preparadas nas faces V e P ou L de 72 dentes humanos, recém-extraídos, lavados em água e armazenados em soro fisiológico, restauradas pelas técnícas de trituração mecânica e condensação manual e trituração e condensação manuais. Para padronízar a condensação foram feitas pressões verticais e laterais de 1 kg. As cavidades foram super preenchidas e contornadas com instrumento cortante. Em cada dente, a face V ficou reservada para as restaurações brunidas e a face L ou P para as não brunidas.

A micro-infiltração foi observada através do uso de solução de violeta de genciana a 0,5%, numa lupa estereoscópica Carl Zeiss, com aumento de 125 vezes e os resultados obtidos foram anotados de acordo com escores de infiltração.

A análise dos resultados obtidos apontou a brunidura das restaurações de amálgama como um fator preponderante na redução da micro-infiltração marginal nas duas limalhas utilizadas.

Os maiores escores de penetração pelo corante ocorreram no período de armazenagem de 7 dias e de 48 horas, para a limalha convencional; já para a limalha com alto conteúdo de cobre, os maiores escores ocorreram aos 7 e 90 dias.

 

 

 

45 / 1987

 

EFEITO DE DROGA XEROSTÔMICA NA ATIVIDADE METABÓLICA DA GLÂNDULA SALIVAR DE RATOS.

F. Andrade e Silva & J. A. Cury

Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP

 

O efeito de medicamentos no fluxo salivar e o conseqüente incremento de cárie tem sido descrito ultimamente. No presente trabalho procurou-se estudar o efeito do Diazepam no metabolismo da glândula submandibular de ratos. Diazepam ( 0,28mg/Kg)  foi administrado subcutaneamente a ratos de 21 dias de idade. Após 30 dias avaliou-se nos animais o fluxo salivar (ml/min), concentração de glicogênio (mg%), quociente metabólico (QO2) e atividade específica da glucose-6-fosfato desidrogenase (G6PDH) das glândulas submandibulares, quando comparado com animais controle, nos quais injetou-se NaCl 0,9%. Foram obtidos os seguintes resultados do fluxo salivar, concentração de proteínas, concentração de glicogênio, QO2  e atividade G6PD para respectivamente os anmais controle e experimental: 0,053 e 0,040; 5,9 e 5,7; 0,030 e 0,026; 2,7 e 0,8; 0,197 e 0,0173.

Os resultados obtidos mostraram que aparentemente, talvez o Diazepam diminua a atividade metabólica da glândula submandibular de ratos.

 

 

 

46  / 1987

 

EFEITO DE PASTAS À BASE DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO SOBRE A POLPA DE MOLARES DE RATOS, EXPOSTA EXPERIMENTALMENTE. ESTUDO HISTOPATOLÓGICO COMPARATIVO.

D.C. Oliveira; R. C. C. Lia; C. Benatti Neto

Departamento de Fisiologia e Patologia -FOA/UNESP.

O capeamento e a pulpotomia são considerados como métodos adequados para o tratamento da exposição pulpar, cujo objetivo tem sido um selamento biológico no local da exposição. Pastas à base de hidróxido de cálcio têm recebido a preferência de muitos autores (LIA e cols., ANDRADE, DIAS). Assim, avaliamos o efeito de três misturas em polpas expostas de molares de ratos, em períodos de 3, 7, 15, 30 e 45 dias, a saber: hidróxido de cálcio + polietileno glicol 400 (oontrole), hidróxldo de cálcio + iodofórmio + polietileno glicol 400, hidróxido de cálcio + óxido de zinco + polietileno glicol 400. Concluiu-se que:

- Todas as pastas avaliadas caracterizam-se como irritantes do tecido conjuntlvo pulpar permitindo entretanto no decorrer dos períodos, evolução por reparação.

- Houve melhor oomportamento reacional quando da utilização das pastas de hldróxido de cálcio + polietileno glicol 400 (Grupo I) e hidróxido de cálcio + óxido de zinco + polietileno glicol 400 (Grupo III) sobre a de hidróxido de cálcio + iodofórmio + polietileno glicol 400 (Grupo II).

-A condição de barreira completa e maior regularidade com esboço de canalículos e camada odontoblástica em paliçada associada, vistas nos períodos finais de 30 e 45 dias, foram mais frequentes nos Grupos I e III e esporádicas no Grupo II.

 

 

 

47  / 1987

 

EFEITOS BIOLÓGICOS DA SIALOTOXINA I E DETERMINAÇÃO DA DL50 EM CAMUNDONGOS MACHOS CASTRADOS E FÊMEAS OVARIECTOMIZADAS.

S.M.S. Agostinho; O. Teixeira; C. E. Pinheiro; M.C. Boaventura

Departamento de Ciências Fisiológicas -FOP/UNICAMP

A proposta deste trabalho foi analisar os efeitos biológicos da Sialotoxina I e determinar a DL50 em camundongos machos castrados e fêmeas ovariectomizadas. Utilizaram-se 80 camundongos machos castrados e fêmeas ovariectomizadas. Utilizaram-se 80 camundongos machos e 60 fêmeas, assim distribuídos: Grupo I -80 camundongos machos redistribuídos em 8 subgrupos com. postos de 10 camundongos cada, os quais foram submetidos à orquidectomia e após 30 dias receberam Sialotoxina I nas concentrações de: 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,2; 2,4; 2,5 e 2,6 mg/kg de peso corporal, via I.P. que apresentaram a taxa de mortalidade de 30% somente a partir da concentração de 2,2 mg/kg de peso e as concentrações subsequentes uma taxa de 60, 80 e 100% de mortalidade. A DL50 obtida através da análise de probitos foi de 2,32 ( 0,06 mg/kg de peso. Analisando os efeitos biológicos provocados pela Sialotoxina I observamos que nas concentrações de 0,5; 1,5 e 2,0 mg os animais apresentaram manifestações de hiperexcitabilidade e apatia e nas demais concentrações apresentaram as manifestações de: hiperexcitabílidade, apatia, festinação, hipotonia, piloereção, taquicardia, sudoração, cianose, midríase, exoftalmia, poliúria, epistótono da cauda, convulsões, contraturas e mortes. Grupo II -60 camundongos fêmeas redistribuídos em 6 subgrupos de 10 camundongos cada, os quais foram submetidos à ovariectomia e 30 dias após receberam via I.P. Sialotoxina I nas concentrações de 0,5; 0,75; 1,0; 1,3; 1,4 e 1 ,5 mg/kg de peso, apresentaram respectivamente as taxas de mortalidade de: 0, 30, 50, 80, 90 e 100% e uma DL50 de = 0,97 (0,07 mg/kg de peso, com relação aos efeitos biológicos já na concentração de 0,75 mg/kg de peso de Sialotoxina I apresentaram os sintomas de hiperexcitabílidade, apatia, festinação, hipotonia, piloereção, taquicardia, sudoração, cianose, midríase, exoftalmia e poliúria em percentual significativo de animais e nas concentrações subsequentes completou-se o quadro de manifestações já citado no grupo anterior .

 

 

48  / 1987

 

EFEITOS DA DESIDRATAÇÃO SOBRE AS ESTRUTURAS BUCO-DENTÁRIAS.

C.G. Marques; F.M.C. Martinez-Quintana; M.A. de Cabrera; T. Okamoto; C. Cabrera-Peralta.

Departamentos de Ciências Fisiológicas e Diagnóstico e Cirurgia -FOA/UNESP .

Os líquidos corporais formam o meio onde as células realizam as reações químicas visando o seu crescimento e desenvolvimento. A desidratação afeta esta funções através de alteração que promove a movimentação de molécuIas em consequência do desequilíbrio hidroeletrolítico.

A fim de analisar os efeitos da desidratação sobre estruturas buco-dentárias, foram submetidos à hidroprivação, por períodos de 24, 48 e 72 horas, 150 ratos machos, adultos jovens, com massa corporal de 180-220 g, mantidos em gaiolas metabólicas individuais com ração "ad lib".

Os resultados mostram uma alteração significativa no comportamento alimentar, havendo nítida redução no consumo de ração (p ( 1 %) e diminuição da massa corporal (p ( 0,1%). Na mucosa lingual, histologicamente observa-se um aumento de queratinização, aparecendo locais de degeneração celular na mucosa de animais com desidratação mais severa. O dente torna-se friável e quebradiço à tração exodôntica. A reparação de ferida pós-exodôntica mostra nítido atraso na cronologia de formação tecidual. A susceptibilidade à cárie dentária não sofre variação significativa.

Baseado nos dados obtidos conclui-se que a desidratação tem importantes reflexos na cavidade bucal, afetando significativamente as condições morfológicas e funcionais dos tecidos buco-dentários.

 

 

49  / 1987

 

EFEITOS DA OOFORECTOMIA SOBRE A GLÂNDULA SUBMANDIBULAR (GSM) DA CAMUNDONGA PORTADORA DA SÍNDROME ANOVULATORIA ANDROGÊNICA (SAA).

I.R.S. Costa & P.E.P. Leite

Departamento de Biologia Geral. Universidade Federal de Viçosa (MG) e Departamento de Histologia e Embriologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.

Para detectar as possíveis alterações das glândulas submandibulares, especialmente a nível dos ductos granulosos, estudo morfológico foi realizado em camundongas normais e portadoras da SAA, após a ooforectomia. Para isso, foram organizados os seguintes grupos (cada grupo com 11 animais) : machos controle, fêmeas controle, fêmeas androgenizadas, fêmeas androgenizadas castradas e fêmeas castradas. A androgenização consistiu na aplicação subcutânea de uma única dose de propionato de testosterona (1,25 mg de hormônio para 0,05 ml de óleo de amendoim neutro) no terceiro dia de vida pós-natal, enquanto que a ooforectomia foi realizada aos 21 dias de idade. Todos os animais foram sacrificados aos 90 dias de idade, após jejum prévio de aproximadamente 12 horas. As glândulas submandibulares foram removidas rapidamente e submetidas ao processamento rotineiro de inclusão em parafina ou ao processo de congelamento, para fins histoquímicos. Para análise morfológica, foram utilizados cortes de 7 (m corados com Hematoxilina-Eosina ou com tricrômico de Mallory. As reações histoquímicos foram usadas para detectar o aminoácido triptofano e as enzimas fosfatase ácida e succino-desidrogenase. Através de análise histométrica em cortes submetidos à reação histoquímica para o triptofano, foram obtidos os seguintes valores percentuais de ductos granulosos: machos controle: 57%. fêmeas controle: 17.9%. fêmeas com SAA: 27.9%, fêmeas SAA castradas: 19.5% e fêmeas castradas: 7,5%. Todos os resultados indicam que a ooforectomia em fêmeas com SAA é capaz de estabelecer a semelhança no sentido morfológico entre as glândulas de fêmeas com SAA e fêmeas controle. Porém, a redução no volume de ductos granulosos na glândula de fêmeas castradas é muito mais acentuada do que em fêmeas com SAA. Isto sugere que em resposta à androgenização, outros hormônios, além dos esteróides ovarianos, estão provavelmente alterados contribuindo para a manutenção do "padrão masculinizante" verificado na glândula submandibular .

'Trabalho subvencionado pela FINEP 43830186/00.

 

 

50  / 1987

 

EFEITOS DAS DIFERENTES ASSOCIACÕES DAS FRACÕES DO PAROTIN SOBRE A HIPERGLICEMIA DE ANIMAIS DIABÉTICOS.

J.L. José; A. Guimarães; D. Teixeira; R.S. Moraes

Departamento de Ciências Fisiológicas -FOP/UNICAMP

Inúmeros trabalhos têm revelado a participação de diferentes fatores biológicos secretados pelas glândulas salivares, sobre o metabolismo de carboidratos.

Deste modo, propôs-se ao presente trabalho, observar o eventual efeito das associações das Frações 1 + 2 + 3 + 4 sobre a glicemia de ratos diabéticos aloxânicos.

Após a verificação da instalação do estado diabético (glicofita) os animais foram divididos em três grupos experimentais: Grupo I, animais controles diabéticos aloxânicos que receberam somente solução fisiológica; Grupo II, 5 ratas diabéticas, as quais receberam, via intraperitoneal dose única das frações 1 + 3 do Parotin, numa concentração de 0,40 mg/100 g de peso corporal; Grupo III, 5 ratos diabéticos, que receberam, pela mesma via, as associações das frações 1 + 2 + 3 + 4 do Parotin na mesma concentração do grupo anterior, no volume máximo de 1,0 ml.

As amostras sanguíneas, para as dosagens de glicemia foram Coletadas nos intervalos de tempo de 0, 3, 6 e 12 horas, sendo tempo O considerado como grupo controle, antes da administração das referidas frações do Parotin.

Os animais do Grupo II apresentaram respectivamente valores glicêmicos de 287,4 ( 68.8; 188,8 ( 34.6; 222,4 ( 33.1 e 229,8 ( 28, e os animais do Grupo III de 337,4 ( 37,5; 216,4 ( 38,7; 215,4 ( 27,3 e 305, 8 (28,4. A análise de variança demonstrou que há diferenças específicas ao nível de 1% de probabilidade entre os Grupos II e III, quando comparados com o Grupo I.

 

 

51  / 1987

 

EFEITOS DA XEROSTOMIA NAS ESTRUTURAS ORAIS DO RATO

V.S. Ito; O.P. Almeida; P.E. V. Silva; P. D. Novaes

Disciplina de Patologia --FOP/UNICAMP

A saliva é importante para a manutenção do equilíbrio da flora bucal e da saúde das estruturas orais. A saliva contém substâncias anti-microbianas como lisosima, lactoperoxidase, lactoferrina e imunoglobulinas. A saliva também é rica em mucina, que como elemento lubrificador auxilia na deglutição, fala e mastigação. São várias as causas da xerostomia no homem, e os sinais e sintomas dependem do grau de severidade da doença. No rato, a xerostomia pode ser provocada pela retirada cirúrgica das glândulas parótida, submandibular e sublingual. Houve acentuada diminuição da saliva produzida normalmente ou pela estimulação com pilocarpina. O índice de cárie aumentou, assim como o consumo de água. Entretanto, não ocorreu alterações significantes no peso corporal; consumo de ração; morfologia e espessura das diferentes mucosas da boca. Não se observou também modificações na quantidade de bactérias aderidas às células epiteliais descamadas ou nas superfícies da língua. Estes resultados sugerem que no rato, as glândulas salivares menores conseguem manter a integridade das mucosas que recobrem as estruturas da boca, e que para se observar efeitos mais pronunciados da xerostomia, há necessidade de se bloquear a secreção das glândulas menores.

 

 

52  / 1987

 

EFEITOS DO LASER CO2 NA SUPERFÍCIE DA COMPACTA ÓSSEA DO CORPO DA MANDIBULA DE FETOS HUMANOS. ESTUDO AO MICROSCÓPIO ELETRÔNICO DE VARREDURA.

I. Watanabe; E.A. Liberti; R.A. Azeredo

Departamento de Anatomia, Instituto de Ciências Biomédicas -USP

Face lateral do corpo da mandibular de fetos humanos foram utilizadas para a presente pesquisa. Disparos contínuos com uma intensidade de 10 W foram aplicados na superfície da compacta óssea da mandíbula. Em seguida, as peças foram seccionadas, desidratadas em série crescente de alcoóis e metalizadas com os íons de ouro. As peças foram examinadas em um microscópio eletrônico de varredura, da Jeol, JSM-P15.

A aplicação do raio laser CO2 com intensidade de 10 watts, provocou na superfície óssea a formação de um sulco relativamente profundo bem delimitado no osso normal adjacente. A estrutura óssea esponjosa subjacente é notada em algumas áreas. Ao longo do sulco determinado pelo raio laser, nota-se a formação de estruturas planas caracterizadas em forma de ondas. Fotomicrografias de maior aumento, revelam a formação de superfície plana e pouca quantidade de microporos.

São observadas também, gotículas de material fundido de diversos tamanhos, e linhas de fraturas dispostas em várias direções.

Observa-se que as margens do sulco formado pela irradiação do laser CO2 não provoca grandes alterações de tecido ósseo. A região irradiada compreende uma faixa de largura mais ou menos constante e bem delimitada do osso normal. A porção central do sulco contém o tecido ósseo extremamente alterado pela irradiação do laser CO2 mostrando que áreas lisas ou de tecido aglomerado caracterizam-se como estruturas típicas desta área.

 

 

53  / 1987

 

ESTRUTURAÇÃO DE NÚCLEO DE INFORMÁTICA NA DISCIPLINA DE PATOLOGIA BUCAL DA FOUSP.

L.E.B. Rosa; J.H.B. Rosa*; N.S. Araújo

Disciplina de Patologia Bucal -FOUSP

*Consultor Técnico-Científico

A utilização da Informática nos diversos campos do conhecimento, tem propiciado novas perspectivas de desenvolvimento da Ciência, com evidentes benefícios à Sociedade. Em Odontologia, temos utilizado essa tecnologia na área de Patologia Bucal.

Dando continuidade a trabalhos anteriormente realizados na Disciplina, estamos estruturando um Núcleo de Informática, para adequada e racional utilização de metodologia anteriormente desenvolvida.

Para tanto, estamos utilizando um microcomputador IBM-PC, de quarta geração, da classe dos computadores pessoais, constituindo-se de per si em um aparelho de fácil manuseio, principalmente para usuários que não possuam conhecimento prévio de programação

A unidade do sistema PC consiste de uma CPU (unidade central de processamento), memória RAM de 256 Kbytes, memória ROM, unidade de disco flexível e de disco rígido (Winchester) com capacidade esta última de 10 Mbytes. Teclado alfanumérico, monitor e impressora completam o "hardware" utilizado.

Os aplicativos ("softwares") a serem utilizados foram selecionados de acordo com as necessidades da Disciplina. Para tanto, foi escolhido inicialmente O programa dBase III, por ser um gerenciador de bancos de dados, onde as informações são arquivadas de maneira estruturada, permitindo ao usuário rapidez no acesso e grande flexibilidade de consulta. Foram criadas planilhas para inserção de dados, baseada em ficha de pedido de exame anátomo-patológico da Disciplina. A seguir, foram confeccionados relatórios para estudo em planilha de cálculo estatístico, para geração de gráficos e textos. Para tanto, foram associados ao dBase III outros "softwares", como Lotus 1-2-3, VP Planner, PC Tools e Wordstar .

Em virtude dos numerosos casos arquivados na Disciplina, a utilização desses programas permite levantamento epidemiológico de um ou dos diversos grupos de doenças da boca, bem como projeções de incidência futura. Os trabalhos a serem apresentados na SBPqO já possuem seus dados estatísticos acionados pelo núcleo em epígrafe.

 

 

54  / 1987

 

ESTUDO CLÍNICO COMPARATIVO DA RESINA COMPOSTA E CIMENTO DE SILICATO PROTEGIDO SUPERFICIALMENTE COM "SELANTE".

J.R.C. Saad; U.F. Fontana;M.F. Andrade

Foi realizada uma avaliação para se verificar, comparativamente, por análise clínica e fotográfica, o comportamento de materiais restauradores estéticos.

Foram utilizadas três marcas comerciais, o cimento de Silicato da S.S. White, protegido superficialmente com selante (Prisma Shield), Resina Composta Prisma-Fill fotoativada e a Resina Composta Estic microfill do sistema

pasta-pasta.

Através de métodos clínicos e fotográficos pré-estabelecidos, serão avaliados a cor, a descoloração marginal, integridade marginal, contorno e reincidência de cárie, em intervalos de 6 meses, até completar-se 3 anos de avaliação.

Foram realizadas (30) restaurações de cavidade de CI III para restauração estética, em dentes de pacientes previamente selecionados, sendo 10 restaurações para cada material cimento de Silicato S.S.W., Resina Prisma-Fill e Resina Composta Estic-microfill.

 

 

55  / 1987

 

ESTUDO CLÍNICO DAS LESÕES NA MUCOSA BUCAL EM PACIENTES DE PRÓTESE TOTAL MUCO SUPORTADA.

P.P. Feltrin; A.L. Zanetti; G. Marcucci;. V.C. Araujo; N.S. Araujo

Disciplina de Patologia Bucal -FOUSP

As condições da mucosa bucal em pacientes portadores de prótese total muco suportada e a correlação das lesões eventualmente encontradas com possíveis falhas técnicas de confecção, foram analisadas e estudadas em 100 pacientes.

A metodologia utilizada consistiu no exame do paciente e no exame da prótese.

Como na presente investigação baseamo-nos exclusivamente em características clínicas das alterações presentes, houve necessidade de se estabelecer critérios para o diagnóstico, para o qual baseamo-nos no consenso de diversos autores referente a manifestações de doenças.

Dos 100 pacientes examinados, 93 apresentaram uma ou mais lesões, que somaram um total de 118 lesões, sendo que o maior número ocorreu na faixa etária entre 40 e 50 anos.

A lesão mais frequente foi a hiperplasia fibrosa inflamatória perfazendo 31,4% do total, seguida pela estomatite por prótese com 18,6%, ulceração traumática com 15,3%, rebordo flácido com 13,6%, hiperplasia papilomatosa inflamatória com 10,2%, candidíase com 4,2%, áreas de compressão com 3,4%, reabsorção óssea acentuada com 1,7%, hiperqueratose com 0,8% e queilite angular com 0,8%.

Com relação a prótese, verificamos que onde esta apresentava algum tipo de irregularidade, seja por falta ou excesso de material ou mesmo por oclusão desbalanceada, como consequência a mucosa que a suportava estava comprometida, ora por resposta meramente inflamatória, ora por hiperplasias.

 

 

56  / 1987

 

ESTUDOS CLÍNICOS E ULTRA-ESTRUTURAL DA REPIGMENTAÇÃO MELÂNICA FISIOLÓGICA EM GENGIVA DE CAUCASIANOS*.

O. Bergamaschi; A.I. Doine; S. Kon

O comportamento da pigmentação melânica fisiológica e dos melanócitos em gengiva de caucasianos, após a realização de gengivectomias, foi estudado, a nível clínico e de ultra-estrutura, em 3 homens e 2 mulheres. Para o estudo da ultra-estrutura, foram examinados 450 micrografias eletrônicas, obtidas de biópsias efetuadas no ato operatório e aos 2, 3, 6, 7, 15, 49, 155, 330 dias e 5 anos pós-operatórios. Os pacientes foram observados, clinicamente, durante um período que variou de 180 dias a 5 anos. Verificou-se, a partir do 6º dia pós-operatório, o aparecimento de mitoses de melanócitos ativos, junto às margens da ferida cirúrgica, os quais passsaram a repopular a área operada, juntamente com as células basais do epitélio recém-formado e a produzir melanossomas maturos que eram transferidos, paulatinamente, para os queratinócitos. Foi observado, clinicamente, que a partir do 180º dia começaram a surgir os primeiros sinais de repigmentação melânica, com variações de intensidade de um paciente para o outro e que estas variações pareciam ser proporcionais à quantidade de melanossomas presentes nos queratinócitos.

*Parte da Tese de Doutorado, F.O.U.S.P., 1986.

 

 

 

 

 

57  / 1987

 

ESTUDO COMPARATIVO DA RESPOSTA DO TECIDO CONJUNTIVO SUBCUTÂNEO DE RATO AO IMPLANTE DE TUBOS DE POLIETILENO E DE DENTINA, OBTURADOS PARCIALMENTE COM ENDOMETHASONE.

E. M. S. Zanoni; M. R. Leonardo; R. C. C. Lia; R.L. Tagliavini; C. Benatti Neto

 

Departamento de Dentística Restauradora -FOA/UNESP

Departamento de Fisiologia e Patologia -FOA/UNESP

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia -FOAraçatuba/ UNESP

Tubos de polietileno e de dentina, obturados parcialmente com cones de gutapercha e cimento endomethasone, de tal forma a deixar espaços vazios em uma de suas extremidades, numa distância que variou de 0,5 a 1,0 mm; 1,5 a 2,0 mm e 4,0 mm aquém da abertura final dos mesmos, foram implantados em tecido conjuntivo subcutâneo de ratos.

Decorridos 7, 21 e 60 dias de período pós-operatório, os animais foram sacrificados. As lâminas, obtidas, após os procedimentos laboratoriais de rotina, foram analisadas morfologicamente.

Comparativamente, os tubos de dentina com menor espaço vazio, apresentaram melhor evolução por colagenização, enquanto que, nos subgrupos com 4,0 mm, quer em tubos de dentina como, de polietileno, persistiu reação inflamatória e prevalência marcante de resíduos diversos.

 

 

 

58  / 1987

 

ESTUDO COMPARATIVO DAS PARTÍCULAS DE RESINAS COMPOSTAS (ANÁLISE FOTOMICROGRAFICA).

F. Mandarino; S. T. Porto Neto; W. Dinelli; A. L. Lolato; M.S.M. Candido

Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP

As Resinas Compostas basicamente sao constituídas de 2 partes distintas: o sistema resinoso ou matriz (BISGMA) e um sistema de reforço (70 a 80% do material) que pode ser em forma de pérolas, contas ou lâminas de vidro, quartzo cristalino ou alumínio silicato de lítio, tratadas com um agente de ligação chamada gama-metacriloxi-propil-silano.

Com a evolução das resinas compostas, temos observado que elas são classificadas de acordo com o tamanho e forma de suas partículas. A metodologia realizada baseou-se fundamentalmente no processo de dissolução da matriz orgânica, objetivando melhor visualização dessas partículas.

Nossa intenção nesse trabalho, é analisar fotomicrograficamente o tamanho e forma das partículas de algumas Resinas Compostas disponíveis em nosso mercado odontológico.

 

 

 

59  / 1987

 

ESTUDO COMPARATIVO DAS TÉCNICAS DE INSTRUMENTAÇÃO DOS CANAIS RADICULARES EM RELAÇÃO A EXTRUSÃO DE RESTOS NECRÓTICOS DO INTERIOR DO CANAL PARA ALÉM DO ÁPICE RADICULAR.

L.R. Ferreira; R.R. Biral; L. Valdrighi

Departamento de Endodontia -FOP/UNICAMP

Técnicas distintas de instrumentação dos canais radiculares foram comparadas em um estudo realizado em 48 dentes humanos extraídos. Objetivou-se estabelecer uma comparação entre a quantidade de material necrótico que é levada além do ápice radicular e a técnica empregada. Foram escolhidos para o estudo dentes superiores, monorradiculares e que se apresentassem necrosados.

Nos dentes tomados para o estudo foi realizado a abertura do canal bem como sua retificação. Seguiu-se a colocação no interior dos canais da solução de azul de metileno a 1%, com a finalidade de corar os restos remanescentes de material necrótico dos canais, possibilitando assim verificar com mais exatidão a quantidade desses restos que extravazavam além do ápice radicular. A solução de azul de metileno foi levada ao canal através de uma lima tipo K nº 20 ou 25 à 3 mm aquém do ápice radicular visando preencher toda a luz do canal. Os dentes foram então instrumentados utilizando as quatro técnicas mais usadas atualmente: -Técnica seriada modificada por De Deus; -Técnica escalonada ou telescópica (step-back) ; -Técnica da Universidade de Oregon; -Técnica de Schilder. Para a manipulação dos canais foram utilizadas limas tipo K e alargadores (téc. de Schilder), irrigação com soro fisiológico através de seringa Luer Lok 3 ml com agulha calibre (30-5) e aspiração com cânula suctora. Os canais foram manipulados até a lima 50 com parada apical à 1 mm do ápice. Em relação a quantidade de restos extruídos além do ápice elaborou-se a seguinte leitura: 0- ausente; 1- escasso (restos aproximaram do ápice mas não chegaram a ultrapassá-lo); 2- presente (restos extravazaram o ápice permanecendo porém nas proximidades do orifício apical); 3- grande quantidade (restos extruíram em excesso além do ápice recobrindo toda a região ao redor do orifício apical). De acordo com esses critérios foi elaborada uma tabela e concluído que a técnica modificada de De Deus foi a que apresentou maiores níveis de extravazamento seguida da técnica telescópica que apesar de menor apresentou altos níveis de extrusão. As técnicas de Schilder e principalmente a técnica da Universidade de Oregon apresentaram os menores índices de extrusão. Dos 12 dentes instrumentados pela técnica de Oregon 9 apresentaram nível 0 de extrusão enquanto 3 dentes apresentaram nível 1. Notou-se, portanto, que nas técnicas que tiveram maiores índices de extravazamento, a sua manipulação deve ser de modo cuidadoso, uma vez que esta extrusão pode acarretar dor pós-operatória e contaminação do periápice.

 

 

 

60  / 1987

 

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS GRAUS CLÍNICOS DA INFLAMAÇÃO GENGIVAL E SUA CORRESPONDÊNCIA HISTOPATOLÓGICA.

R.L. Tagliavini; R. C. C. Lia; B.E.C. Toledo

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia - Araçatuba/UNESP

Departamento de Patologia e Fisiologia -Araraquara/UNESP

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia -Araraquara/UNESP

É essencial conhecer a relação entre a avaliação clínica e o estado histopatológico da gengiva, para que seja possível determinar acuradamente a extensão e o tipo de inflamação presente (ORBAN e cols., 1970). Entretanto, convém salientar que não é fácil correlacionar com precisão, do ponto de vista clínico, o estado histopatológico dos tecidos gengivais. Assim, nosso estudo teve como objetivo, verificar se os escores do Índice Gengival (I.G.) de LÖE e SILNESS (1963) correspondem ao grau de inflamação constatado na mucosa gengival, quando analisados histopatologicamente, e assim avaliar, por concordância, sua utilização em especial nos estudos clínicos. Neste estudo, 82 pacientes foram escolhidos ao acaso, aos quais, antes de qualquer medida terapêutica, aplicou-se o Índice Gengival (I.G.) de LÖE e SILNESS (1963), de acordo com os critérios de LÖE (1967).

Nossos resultados demonstraram que houve uma correlação significativa entre os graus clínicos da inflamação gengival (I.G.) e sua correspondência histopatológica (I.H.G.).

 

 

 

61  / 1987

 

"ESTUDO COMPARATIVO RADIOGRÁFICO DOS PADRÕES DOS OSSOS LONGOS HUMANOS VERSUS ANIMAIS".

I. Chilvarquer*; L.W Chilvarquer;  J.O. Katz; D.M. Glassman; T.J. Prihoda; J.A. Cottone

* Faculdade de Odontologia -USP

O objetivo deste estudo foi testar a hipótese de que certas características radiográficas poderiam ser distinguidas entre fragmentos de ossos longos de humanos e animais, e portanto, úteis na identificação forense. Usando critérios radiográficos propostos, 13 arqueologistas e 12 dentistas foram requisitados para identificar 20 amostras radiográficas de ossos humanos e animais. Resultados mostraram que os arqueologistas identificaram corretamente 86,8% das amostras, e os dentistas acertaram 81,9% das mesmas. Baseado nos resultados deste estudo, concluiu-se que a interpretação radiográfica de fragmentos ósseos pode ser um subsídio na identificação forense de remanescentes humano e animal.

 

 

 

62  / 1987

 

ESTUDO DA CONTAMINAÇÃO BACTERIANA EM AMPOLAS DE ANESTÉSICOS ODONTOLÓGICOS QUANDO PRIMARIAMENTE MANIPULADOS.

M. V. Gayotto; D. Tommasi; M.A.A. Santos

Com o objetivo de verificar a ocorrencia ou não de crescimento bacteriano em anestésicos odontológicos, quando estes são parcialmente utilizados e conservados para uma posterior aplicação, desenvolvemos este trabalho experimental no sentido de favorecer o crescimento bacteriano aeróbio e/ou anaeróbio nas amostras estudadas, as quais foram colhidas durante dois meses consecutivos, e escolhidas ao acaso, totalizando 100 unidades. Os anestésicos CITANEST 3% C/OCTAPRESSIN, primariamente conservados em álcool comum, e utilizados, foram inoculados em meios de cultura naturalmente oxidados (para aeróbios) e meios pré-reduzidos (PRAS), para aneróbios, ambos BHI (Brain Heart Infusion). Após período de incubação não inferior a 15 dias, a 37ºC, notou.se ausência de crescimento em quaisquer dos meios de cultura, em todas as amostras até agora estudadas.

Os trabalhos devem ter prosseguimento, no sentido de se aumentar a amostragem, num período mais longo, uma vez que outros estudos fazem referência a contaminações ocorridas durante a manipulação dos referidos anestésicos.

 

 

63  / 1987

 

ESTUDO DA MICROBIOTA AMBIENTAL DO AR DA CLÍNICA ODONTOLÓGICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA FOUSP-SP.

M.C.P. Prado; D. Tommasi; A.C. Campos; M.A.A. Santos

Com a finalidade de analisar a microbiota ambiental e verificar se existem diferenças entre as áreas estudadas, procedeu-se, no período de abril a junho de 1986, à análise microbiológica do ar do ambulatório da FOUSP. Para tal foram realizadas 10 exposições em cada um dos 10 pontos estratégicos, durante 10 minutos, de placas de Petri contendo ágar-sangue e ágar-Sabouraud, seguindo a identificação a nível de gênero (em alguns casos, espécie), segundo a literatura convencional. Foi feita análise estatística, usando-se o método qui quadrado, onde os resultados obtidos, após incubação, isolamento e identificação, evidenciaram maior incidência de bactérias do que de fungos, e maior diversidade de fungos do que de bactérias. Sob o ponto de vista de saúde odontológica, os microrganismos isolados, cosmopolitas no ar, não exibem patogenicidade, sendo, todavia, determinantes das condições de higiene local.

 

 

 

64  / 1987

 

ESTUDO DOS EFEITOS DE DIETA HIPERPROTÉICA NA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DO RATO DIABÉTICO PELA ACÃO DO ESTREPTOZOTOCINA.

 

L.G. Brentegani; S.O. Petenusci; R.A. Lopes; D.L. Eizirik; M.A. Sala; G.M. Campos

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Os autores estudaram morfológica e morfometricamente os efeitos da administração de dieta rica em proteínas sobre a glândula submandibular de ratos diabéticos após a injeção de estreptozotocina. Foram utilizados 15 ratos albinos, variedade Wistar, machos pesando ao redor de 200g , os quais foram divididos em 3 grupos: I) 5 animais alimentados com dieta balanceada e que serviram de controles; II) 5 animais diabéticos alimentados com dieta balanceada, e III) 5 animais diabéticos alimentados com dieta hiperprotéica e livre de carboidratos. Após 25 dias do início do experimento, os animais foram sacrificados e as glândulas retiradas, fixadas em alfac, incluídas em parafina e os cortes corados pelo HE. Foram analisados o volume nuclear, volume acinar e os níveis glicêmicos de todos os animais. Observou-se, nos ratos diabéticos tratados com dieta hiperprotéica, maior volume nuclear e acinar, maior diâmetro nuclear e nível glicêmico menor. Esses resultados permitem concluir que a dieta hiperprotéica  exerce uma proteção frente à ação diabetogênica da estreptozotocina.

 

 

 

65  / 1987

 

ESTUDO HISTOLÓGICO COMPARATIVO DA MUCOSA PALATINA

EM PACIENTES PORTADORES E NÃO PORTADORES DE PRÓTESES TOTAIS ANTES E APÓS A INSTALAÇÃO DE NOVAS PRÓTESES.

N.C. Roslindo; E.B. Roslindo; L.S. Utrilla; L. T.O. Ramalho; M.A. Compagnoni & S. Russi

Departamentos de Morfologia e Materiais Odontológicos e Prótese -UNESP/Araraquara

Os autores verificaram sob o aspecto histológico, a influência de próteses totais sobre a mucosa do palato duro em dois grupos a saber: 1 -pacientes que nunca utilizaram prótese total. 2- pacientes portadores prévios de prótese total. Para cada grupo constituído de 10 pacientes foram confeccionadas novas próteses. Foram realizadas biópsias antes e após 90 dias da instalação das dentaduras completas recém construídas. O material biopsiado foi fixado em formol 10% e corado pelo H.E. e tricrômico de Mallory. Procedeu-se a análise histomorfológica e mensurações da camada córnea. Os resultados foram submetidos a análise estatística.

Diante da metodologia empregada pode-se observar que: 1 -A coloração ou substituição de uma prótese total determina a redução de espessura da camada córnea. 2 -A diferença média de espessura da camada córnea entre os Grupos I e II (4,86 um/2,18 um), estatisticamente não foi significante e, após o uso da prótese, a camada córnea do epitélio tende a paraceratinização.

 

 

 

66  / 1987

 

ESTUDO HISTOLÓGICO DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBUlAR (ATM) EM CAMUNDONGOS.

D. T. Lima & A.A. Tavares

Departamento de Histologia e Embriologia -ICB/USP

Camundongos de 3, 4, 5 e 6 meses de idade, foram utilizados para descrição histológica dos elementos articulares da ATM. As preparações histológicas foram coradas pelo H.E. e tricrômicos de Mallory e Gomori, sendo examinadas ao microscópio óptico, além das miaoscopias de polarização, contraste de fase e campo escuro. Foram descritos os elementos ósseos articulares: escamoso e côndilo mandibular, com seus respectivos revestimentos; o disco articular e a cápsula articular .

O escamoso apresenta estrutura de díploe, sendo visível uma fina lâmina óssea interna, do tipo compacta, constituindo o teto da cavidade glenóide; uma região intermediária de osso esponjoso, com amplas cavidades medulares e uma lâmina externa, cujo osso compacto apresenta sistemas de Havers pouco desenvolvidos. Revestindo a superfície articular do escamoso, observa-se tecido fibrocartilaginoso de espessura variável.

O côndilo mandibular apresenta-se constituído de 6 zonas histologicamente distintas, que se sucedem, cujas dimensões são reduzidas e limites imprecisos: 1. Zona Fibrosa, faixa estreita fortemente eosinófila, em contato com a superfície articular;  2. Zona de Células Jovens, bastante celularizada, rica em elementos pouco diferenciados; 3. Zona de Condrócitos Maduros, células volumosas, arredondadas, com aspecto de condrócitos típícos; 4. Zona de Condrócitos Hipertrófícos; 5. Zona de Calcificação estando presentes condrócitos em graus variados de degeneração; 6. Zona Óssea, a qual ocupa o maior volume do côndilo, sucedendo e suportando a cartilagem articular. Nos animais mais velhos (5 e 6 meses), quando comparados aos mais jovens (3 e 4 meses) , há uma crescente redução da zona de células jovens, a favor de um espessamento gradativo da zona fibrosa.

Interpondo-se às superfícies ósseas, há o disco articular, constituído de tecido conjuntivo denso, composto cle grossos feixes colágenos entrecruzados, sendo ainda visíveis áreas de fibrocartilagem. A cápsula articular consiste de duas camadas: uma externa fibrosa e uma interna, a membrana sinovial, a qual apresenta-se lisa em alguns pontos e noutros mostra vilosidades, as quais se projetam para as cavidades articulares, nos sentidos antero-posterior e látero-medial.

 

 

 

67  / 1987

 

ESTUDO IMUNOENZIMÁTICO DE NEOPLASIAS MALIGNAS BUCAIS.

 F.D. Nunes; V. C. Araujo; V.A. F. Alves; N.S. Araujo

Disciplina de Patologia Bucal -FOUSP

Departamento de Patologia -I.A. Lutz

No objetivo maior da saúde do indivíduo, as neoplasias malignas assumem importantes proporções. Nesse contexto, o cirurgião-dentista não pode se furtar ao conhecimento e estudo destas lesões, não só pela sua freqüência, mas também pela evolução que podem apresentar .

Dessa forma, o correto diagnóstico é fundamental para o tratamento adequado do paciente. Embora a maioria dos tumores seja diagnosticada usualmente pela microscopia de luz, sabe-se que alguns são de identificação difícil e questionável.

Entre os diversos métodos e técnicas que o profissional lança mão para alcançar o objetivo final do diagnóstico, a imunohistoquímica desponta com seu valor comprovado e como área de pesquisa das mais promissoras.

Assim,  propusemo-nos a estudar algumas neoplasias malignas bucais, pertencentes aos arquivos da Disciplina de Patologia Bucal da FOUSP, com o objetivo de contribuir para elucidar eventuais dúvidas de diagnóstico.

Foram selecionados 10 casos, que processados de acordo com os procedimentos preconizados para a técnica, foram submetidos à anticorpos específicos, selecionados de acordo com o diagnóstico estabelecido pelo H.E.

Comparando os achados imunohistoquímicos com os morfológicos obtidos pelo H.E., pudemos obter concordância de diagnóstico em 7 casos. Em um dos casos diagnosticado como tumor maligno indiferenciado, a técnica possibilitou a elucidação da origem da lesão. Em dois casos, o achado de antígenos específicos modificou o diagnóstico estabelecido em bases morfológicas pelo H.E.

 

 

68  / 1987

 

ESTUDO IMUNOHISTOQUÍMICO DA CÉLULA MIOEPITELIAL PRESENTE NO MIOEPITELIOMA DE GLÂNDULA SALIVAR.

S.O.M. de Sousa; L.A.G. Cabral; V.A.F. Alves; V.C. Araujo; N.S. Araujo

 

Disciplina de Patologia Bucal -FOUSP

F.O.S.J.C. -UNESP

 

Departamento de Patologia -I.A. lutz

A célula mioepitelial nos recentes anos tem ocupado lugar de destaque na literatura mundial. Todos aqueles que militam na área das glândulas salivares preocupam-se com sua origem, morfologia e seu papel no desenvolvimento de tumores.

Com o advento da imunohistoquímica, surgiu uma nova possibilidade para o estudo da sua origem. Na literatura são encontrados alguns relatos que empregam reações imunohistoquímicas para evidenciação de células mioepiteliais tanto em glândula salivar normal quanto em tumores (principalmente o adenoma pleomórfico).

Sendo o mioepitelioma tumor composto exclusivamente por células mioepiteliais, propusemo-nos a estudar pela imunohistoquímica três casos pertencentes aos arquivos do Serviço de Patologia Cirúrgica da FOUSP.

Os três casos foram processados de acordo com os procedimentos preconizados para a técnica imunohistoquímica de peroxidase-antiperoxidase (PAP), e submtidos à anticorpos mono e policlonais específicos para as proteínas: vimentina, S-100, GFAP, queratina e miosina.

A revelação pelas proteínas vimentina, S-100 e miosina foi fortemente positiva nos três casos estudados. Já a GFAP mostrou-se presente apenas em raras células fusiformes em dois dos tumores estudados. A revelação pela queratina mostrou distribuição irregular nos lençóis celulares, sendo mais positiva em células de aspecto fusiforme e isoladas.

 

 

 

69  / 1987

 

ESTUDO MORFOLÓGICO E CITOFOTOMÉTRICO EM CARTILAGEM ARTICULAR DE ATM SUBMETIDA A ALTERAÇÕES EXPERIMENTAIS DA OCLUSÃO DENTÁRIA.

D.T. Lima & N. Macha

Departamento de Histologia e Embriologia -ICB/USP

Camundongos de 3 meses de idade, foram submetidos a desgaste bilateral das superfícies oclusais dos molares superiores e inferiores. Após um período de 90 dias foram sacrificados, tendo sido realizado estudo morfológico dos elementos articulares da ATM e análise quantitativa das glicosaminoglicanas da cartilagem articular .

Para descrição histológica, as preparações foram coradas pelo H.E. e tricrômicos de Mallory e Gomori, enquanto para análise citofotométrica, foram coradas pelo Alcian Blue 8GX 0,1% tampão acetato pH 5,7 MgCI2 0,4M, segundo o método CEC -Critical Eletrolyte Concentration. As leituras foram realizadas no Citofotômetro Zeiss MPM 05, a um comprimento de onda de 580 nm. Procedeu-se em seguida a análise estatística dos dados obtidos, sendo aplicados os testes não-paramétricos de Wilcoxon e Mann-Whitney.

As alterações morfológicas mais evidentes, ocorreram a nível do côndilo mandibular. Foi observado espessamento da cartilagem articular, sendo visíveis maior número de condrócitos, constituindo grupos isógenos axiais. Foi visível, ainda no côndilo, espessamento do trabeculado ósseo, com consequente redução das cavidades medulares. As leituras citofotométricas revelaram haver um aumento significante (p < 0,05), na quantidade de glicosaminoglicanas sulfatadas da região média e posterior da cartilagem articular.

Os resultados morfológicos e citofotométricos, permite-nos concluir: 1. Alterações oclusais, determinadas experimentalmente através do desgaste bilateral dos molares, acarretam alterações morfológicas nas superfícies articulares, da ATM, principalmente a nível do côndilo mandibular; 2. Estímulos mecânicos, provocados pela perda de oclusão dentária, ocasionam incremento na atividade metabólica dos condrócitos da cartilagem articular, detectável peto aumento na secreção de glicosaminoglicanas.

 

 

70  / 1987

 

ESTUDO MORFOLÓGICO, MORFOMÉTRICO E ESTEREOLÓGICO DAS ALTERAÇÕES PROVOCADAS PELO CHUMBO, NOS EPITÉLIOS DE REVESTIMENTO E GLANDULAR DAS MUCOSAS PALATINA E LINGUAL DO EMBRIÃO DE RATO.

R.A. Lopes; T.L. Lamano Carvalho,. W.G. Kempinas; S.O. Petenusci; M.A. Sala; M. G.D. Contrera; G.M. Campos

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Os compostos de chumbo atravessam a placenta e provocam retardo no nascimento, ossificação retardada, hidrocefalia, exencefalia, meningocele, anoftalmia, espinha bífida, hipoplasia do globo ocular e dos dentes, costelas fusionadas, etc. no embrião do coelho, camundongo, rato e hamster. Esses compostos não tem efeito no gado, carneiro e macaco. Tendo em vista tais fatos, os autores estudaram morfológica e morfometricamente as alterações presentes nos epitélios de revestimento e glandular das mucosas palatina e lingual do embrião do rato, após a mãe ter recebido, no 10º dia da gestaça-o, 0,004 ml/100g de peso corporal de uma solução contendo chumbo, perfazendo a dosagem final de 2,5 mg do metal/100 g de peso corporal. No 19º dia de gestação as ratas foram sacrificadas e os embriões foram colhidos e imersos em alfac. As cabeças foram separadas, cortadas longitudinalmente, incluídas em parafina e os cortes seriados corados com HE. Foram observados: crescimento fetal retardado (1,14 g de peso corporal para o intoxicado e 1,44 g para o controle), epitélios de revestimento palatino e lingual de menor espessura, com células de menor volume e núcleos das camadas basal e espinhosa com volume diminuído, além de glândulas palatinas e linguais pouco desenvolvidas. Essas alterações foram avaliadas morfométrica e estereologicamente.

 

 

71  / 1987

 

ESTUDO MORFOMÉTRICO DAS GLÂNDULAS PARÓTIDA E SUBMANDIBULAR DE RATOS SUBMETIDOS AO ALCOOLISMO.

S. Zucoloto; T.  L. Lamano Carvalho; M.A. Rossi; R.A. Lopes

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Ratos albinos recém-desmamados de peso variável entre 27 e 29 g, foram divididos em 2 lotes. O primeiro (alcoolismo) recebeu, no bebedouro, etanol a 32% + 25% de sacarose, durante 7 meses. O segundo lote (controle) recebeu água + 25% de sacarose, também durante 7 meses. Ambos os lotes de animais receberam dieta artificial constituída de: proteína de caseína, 14%; óleo vegetal, 8%; amido comercial, 68%; mistura de sais (Hegested et al., 1941 ), 5% mistura de vitaminas, 1 %. Cada grama de ração corresponde a 3,88 calorias. Os animais foram pesados diariamente e a quantidade de alimentos sólido e líquido ingerido por todos os animais foi controlada. Após o sacrifício pelo éter, as glândulas salivares maiores eram colhidas e imersas, imediatamente, em solução de alfac durante 24 horas e incluídas em parafina. Os cortes histológicos foram corados pelas técnicas da hematoxilina + eosina. As técnicas morfométricas utilizadas foram a cariometria e a Chalkley (1947). A glândula parótida dos animais alcoólatras apresentou-se com volume nuclear acinar menor (155,55 (m3 + 6,26) quando comparado ao do controle (163.96 (m3 + 8.65). Com a aplicação da técnica de Chalkley observou-se os seguintes valores percentuais: 74.06 para a célula, 10.63 para o conjuntivo e 15,31 para os ductos no animal alcoólatra e 71,60 para a célula, 10,93 para o conjuntivo e 17,47 para os ductos no animal controle. Os volumes nucleares acinares da glândula submandibular foram: 146,90 (m3 + 5,92 para o alcoólatra e 174,37 (m3 + 8,89. Os valores percentuais para a submandibular dos ratos alcoólatras foram: 59,62 para a célula. 12,71 para o conjuntivo e 27,67 para os ductos; os dos ratos controles foram: 65,02, 12,04 e 22,94 para as mesmas estruturas.

 

 

72  / 1987

 

ESTUDO MORFOMÉTRICO DO DUCTO GRANULOSO (DG) DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR (GSM) DA CAMUNDONGA PORTADORA DA SÍNDROME ANOVULATÓRIA ANDROGÉNICA (SAA).

M.H.C. Fabretti & P.E.P. Leite*

* Departamento de Histologia e Embriologia -ICB/USP

A GMS do camundongo apresenta, após a puberdade, marcante diformismo sexual, andrógeno dependente a nível dos DG, em sua histologia e bioquímica. O DG é mais desenvolvido, numeroso e repleto de grânulos no macho do que na fêmea.

Vários modelos de estudo como castração, reposição hormonal, tiroidectomia, etc., vem sendo empregados na tentativa de elucidar as implicações hormonais na morfologia e secreção do DG, fonte de uma variedade de fatores biológicos com atuações fisiológicas diferentes daquelas relacionadas à digestão na cavidade oral.

O presente trabalho visa detectar as alterações ultraestruturais ocorridas na célula do DG após tratamento neonatal de fêmeas, até o 5º dia de vída, com propionato de testosterona (1,25 mg/ml de óleo de amendoim). Esse              tratamento resulta no estabelecimento da SAA, no animal adulto, apresentando evidente masculinízação do DG quando comparado à seus controles macho e fêmea.

Os DG na fêmea com SAA comparados à fêmea controle apresentam aumento na densidade de volume de 4,6% que pode ser atribuído ao aumento de 35,5% no volume absoluto eelular (hipertrofria). O valor da densidade de volume do núcleo da célula granulosa da fêmea com SAA revela que o núcleo é relativamente mais desenvolvido que o da fêmea controle e que o do próprio macho.

Os grânulos de secreção e as mitecôndrias foram as mais atingidas pelo tratamento, sendo que os primeiros aumentaram 46,7% e as mitocôndrias diminuiram em 13,5%, em relação à fêmea controle. O aumento do volume do retículo endoplasmático granular foi proporcional ae aumento do volume celular, mantendo-se inalteradas sua forma e distribuição intracelular. O aparelho de Golgi não mostrou variações volumétricas significativas.

Essas alterações poderiam ser atribuídas à ação androgênica e/ou anabolizante da testosterona circulante na fêmea com SAA, que se verifica na puberdade por indução do tratamento neonatal. Contudo, a masculinização da GSM da fêmea com SAA não atinge os valores do macho, o que leva a suposição que outros fatores estejam implicados no fenômeno. As alterações quantitativas de grânulos e mitocôndrias sugerem que o tratamento evoca maior grau de modulacão de células estriadas secretoras mais ricas em mitocôndrias mas pobres em grânulos, em células granulosas, que se verifica na GMS no início da puberdade.

 

Trabalho subvencionado pela FINEP 43830186/00

 

 

73  / 1987

 

ESTUDO MORFOMÉTRICO E BIOQUÍMICO DA GLÂNDULA

SUBMANDIBULAR (GSM) DE RATOS INJETADOS NEONATALMENTE COM 6 OH-DOPAMINA (60HD) E CAPSAICINA (CAP).

S.A. Guimarães*; E.S. Oliveira** ;. M.M. Sakamoto; M. V. V. Rondon***;. C.A.S.A. Minetti*

Departamento de Histologia e Embriologia e** Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas/USP-05508, São Paulo (SP; ***Acad. do IB/USP

São conhecidas as consequências da desnervação simpática e parassimpática cirúrgicas sobre a morfologia e padrão de secreção das glândulas salivares de roedores. Mais recentemente, demonstrou-se que tais glândulas estão sob controle não apenas autonômico clássico, mas são também reguladas por outros sistemas neurotransmissores, entre os quais, aqueles que envolvem VIP e substância P. Neste trabalho avaliamos a influência da administração neonatal de 60HD (droga que em tais condições promove degeneração das terminações simpáticas) e CAP ( que destruindo as fibras sensitivas ocasiona depleção irreversível de substância P) sobre a histofisiologia da GSM de ratos machos. Para tanto, ratos machos foram injetados sc ao nascer com 6OH D (150 mg/Kg/dia, a partir do nascimento, durante 14 dias) em salina contendo 1% de ácido arcórbico, tendo outro grupo recebido CAP em injeção neonatal única (50 mg/Kg) em PBS contendo 10% de etanol abs. 10% de Tween 80. Os resultados foram:

 

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Grupos     Peso da       mg prot.    mg tir          (mol Nana   Volume     Volume           Diametro

                GSM(mg)      /gland.     /gland.          /gland.         Nuclear      Acinos             Ductos

                                                                                                ((m3)         ((m3)                ((m)

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Controle     280,3          43,38        3,99               0,3900         109,21      1.072,31          158,20

                   +16,0          +4,96       +0,12              +0,007        + 5,13       +105,17           + 3,68

60HD         248,9           40,00        3,96                0,462          88,62        1.382,14          162,70

                   +25,0          +0,001     + 0,001           +0,001        + 4,58       + 66,80            + 3,95

CAP.         293,2            38,85        4,62               0,289          148,33       1.625,11          145,00

                  +23,0           + 2,304     +0,076           +O,036      + 9,43       +82,90              + 3,64

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Os resultados revelam que a ação das drogas estudadas se concentram no segmento acinoso. A notar pelos dados cariométricos de tais estruturas enquanto os animais do grupo 60HD tiveram redução os do grupo CAP tiveram seus volumes nucleares aumentados sugerindo respectivamente redução e aumento da atividade de síntese de suas células. Estudos estão em curso para esclarecer os mecanismos para tais achados.

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Apoio financeiro CNPq

 

 

74  / 1987

 

ESTUDO MORfOMÉTRICO E ESTEREOLÓGICO DAS ALTERAÇÕES DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DE CAMUNDONGOS SUBMETIDOS À HIPERVITAMINOSE A.

A. R. Silva Júnior: R.A. Lopes: M.A. Sala: S.O. Petenusci: G.M. Campos

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Uma das funções principais da vitamina A é a manutenção morfológica e funcional das células epiteliais. O objetivo do presente trabalho é estudar as alterações da glândula submandibular do camundongo adulto submetido à hipervitaminose A. Foram utilizados 14 camundongos machos com peso médio de 38,6 gramas: I) sete animais receberam excesso de vitamina A, durante 11 dias e II) sete animais receberam salina e serviram de controles. Os animais foram sacrificados e as glândulas retiradas, fixadas em alfac, incluídas em parafina e os cortes corados pela HE. Os núcleos foram avaliados morfometricamente pela cariometria. O volume relativo de ácinos, ductos e conjuntivo; a relação superfície/volume, a densidade de superfície e o diâmetro de ácinos e ductos foram analisados estereologicamente, empregando-se agrade de MERZ (1968). Após a cariometria observou-se volumes nucleares acinares semelhantes nos dois grupos e volume menor nos ductos granuloso e excretor do animal tratado com vitamina A. O volume relativo para tecido conjuntivo mostrou-se major no animal hipervitaminótico. A densidade de superfície mostrou-se menor no ducto granuloso, e maior no estriado. A relação superfície/volume dos ductos granulosos foi menor no animal tratado. maior para o ducto estriado e menor para o excretor. Quanto aos diâmetros das estruturas glandulares, somente o dos ductos excretores mostrou-se maior no animal tratado.

 

 

 

75  / 1987

 

ESTUDO ULTRAESTRUTURAL E CITOQUÍMlCO DO PRODUTO DE SECREÇÃO DOS AMELOBLASTOS ASSOCIADO À NUCLEAÇÃO DE CRISTAIS NO INTERIOR DAS FIBRILAS COLÁGENAS QUANDO DO INÍCIO DO PROCESSO DE MINERALlZAÇÃO DA DENTINA.

A.W Almeida; M.L.P. Almeida; E. Katchburian

Departamento de Histologia ICB/USP. Disciplina de Histologia UFU.

Nossos estudos anteriores sugerem que o início do processo de mineralização da dentina ocorre em concomitância com o aparecimento do produto de secreção dos ameloblastos. Tal secreção é lançada no meio extracelular e parece envolver as fibrilas colágenas que foram previamente secretadas pelos odontoblastos.

No meio extracelular encontramos núcleos de mineralização associados aos aglomerados de secreção eletrodispersantes que acreditamos seriam provenientes do trabalho dos ameloblastos. Tais aglomerados estão dispersos por entre as fibrilas colágenas e no interior das mesmas e os cristais parecem iniciar sua formação quando associados à sua presença.

A análise das micrografias eletrônicas do material preparado após a ação do vermelho de rutênio, mostrou que tais grumos possuem carga elétrica negativa. A marcação característica foi também observada nas vesículas da matriz e acompanhando o longo eixo de muitas fibrilas colágenas.

A "coloração" do material após a ação do EDTA, num tempo suficiente para promover a dissolução dos cristais, mostrou que o material eletron-dispersante continua presente no interior das fibrilas de colágeno, corroborando com a hipótese de que talvez as mesmas possam conter no seu interior, além dos cristais, uma substância amorfa que nos parece ser fruto da secreção dos ameloblastos.

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*Trabalho subvencionado pelo CNPq

 

 

76  / 1987

 

EXAME BACTERIOLÓGICO EM ENDODONTIA. UMA ALTERNATIVA PARA USO EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO.

J.F. Hofling & Hannah C.C. Ribeiro Silva

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

O momento da obturação do canal radicular tem chamado a atenção de pesquisadores e profissionais da área de endodontia. A avaliação do canal após tratamento, tendo como objetivo a obturação final, parece necessitar , até os dias de hoje, de melhores conceitos e investigações, apropriadas, já que parece inquestionável que a ausência de microrganismos no interior do canal constitui um dos elementos fundamentais para o sucesso do tratamento endodontico. Daí ser apropriado investigações que de alguma forma, viabilizem constatar a desinfecção do canal radicular e, especialmente, o desenvolvimento de uma prática, de fácil execução e viável, para ser empregada rotineiramente pelo clínico. Visando contribuir para conscientizar o cirurgião dentista da importância do uso corriqueiro do teste bacteriológico no consultório, nossa preocupação foi a de propor uma alternativa prática de controle bacteriológico e o aspecto clínico. Os resultados obtidos com o meio de cultura utilizado para o cultivo de material colhido dos canais radiculares de polpa necrozada com cárie profunda, mostraram crescimento bacteriano satisfatório após 12-24 hs. à 37ºC quando comparado com o controle. Os tubos idealizados como recipientes do meio de cultura, se mostraram adequados e de fácil manipulação. Esse crescimento foi positivo quando se utilizou a estufa convencional e similares.

 

 

77  / 1987

 

EXPRESSÃO IMUNO-HISTOPATOLÓGICA DA EVOLUÇÃO DA PARACOCCIDIOIDOMICOSE.

L. Bozzo; R. C. Audi; O.P. Almeida; N.G.S. Mota

Departamento de Patologia

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

A Paracoccidioidomicose é uma infecção relativamente comum em nosso meio, afetando com frequência a mucosa bucal. Em algumas circunstâncias, a lesão fica por longos períodos de tempo restrita à cavidade bucal. Outras vezes, a lesão se difunde por diversas regiões, afetando pulmões, linfonodos, pele, etc. Esta multiplicidade de manifestações da paracoccidioidomicose humana, deve constituir expressões clínicas das interações parasita-hospedeiro. Fatores inerentes à virulência ou patogenicidade do fungo, à intensidade da resposta imune-celular, à produção de anticorpos, à idade, sexo, ou condições nutricionais do paciente devem participar dessa interação. A fim de avaliar alguns desses fatores, foram isoladas de humanos, duas cepas diferentes do Paracoccidioides brasiliensis (Bt1 e Bt2), representando formas progressiva aguda e crônica mista da doença, respectivamente, e inoculadas nos testículos de 100 hamsters. Foi feito um estudo da Imunidade Humoral e Celular, procurando-se correlacionar os dados obtidos com os achados histopatológitos do testículo, baço, fígado, rins, pulmões e linfonodos dos animais infectados.

Durante 14 semanas, grupos de animais iam sendo sacrificados e os dados avaliados. Os aspectos histopatológicos alteram-se paralelamente com o aumento do nível de anticorpos circulantes, e com a depressão progressiva da resposta imune-celular, e com a multiplicação dos fungos nas lesões.

 

 

78  / 1987

 

FLÚOR NA PLACA DENTAL APÓS A PARALlSAÇÃO DA FLUORETAÇÃO DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO PÚBLICO.

M. Nobre dos Santos & J.A. Cury

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

A eficiência da fiuoretação da água na redução da cárie dentária está bem estabelecida. No entanto, um aumento do incremento de cárie á observado quando a fiuoretação da água á paralisada ou quando as pessoas mudam-se para urna região sem água fluoretada. Deste modo, o fluoreto incorporado durante a formação do esmalte, parece não ser suficiente para manter o efeito cariostático da água fluoretada ingerida, logo a presença constante do flúor nos fluidos bucais deve ser fundamental para a persistência do seu efeito. Assim, o objetivo da presente pesquisa foi determinar a variação da concentração de flúor na placa dental dois meses após a paralisação da fiuoretação de água de Piracicaba, SP. Amostras de placa dental foram coletadas em escolares de 6-8 anos de idade de ambos os sexos. A concentração de fluor solúvel em ácido foi determinada utilizando-se eletrodo de flúor. O valor médio da concentração de flúor na placa dental expresso em ngF/mg de peso seco de placa, antes e após a descontinuação da fiuoretação da água de Piracicaba foi de 21,7 ( 12,5 e 1,7 ( 0,6 respectivamente. Esses resultados mostram que há um decréscimo significativo da concentração de fluor na placa dental após a paralisação da fluoretação da água, o que poderia explicar a perda do efeito cariostático do fluor quando o mesmo não foi ingerido continuamente.

Apoio FINEP (4/3/85/0521/00)

 

 

 

79  / 1987

 

FONÉTICA EM PRÓTESE TOTAL. ESTUDO PALATOGRÁFICO DO SOM G

S. Russi; J. G. Lombardo; M.A. Compagnoni; S.S. Nogueira

Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP

Visando estudar o relacionamento da língua com a base das dentaduras completas superiores, foi investigado o palatograma do som palato-lingual G com a finalidade de estabelecer sua extensão e morfologia. permitindo sua aplicação como elemento auxiliar na elaboração da superfície palatina da base das prótese totais.

Os resultados obtidos revelaram uma predominância dos contactos totais da língua em toda a região posterior da base, avançando lateralmente. A região anterior permaneceu como área livre enquanto na região média da base a prevalência observada foi de contactos parciais da língua, sendo, portanto, uma área parcialmente livre.

A amostragem constou de 35 pacientes portadores de prótese totais bimaxilares. As palavras utilizadas para estabelecimento dos palatogramas foram: Gema, Guia. Goma, Gago e Gume.

 

 

80  / 1987

 

FONÉTICA EM PRÓTESE TOTAL . ESTUDO PALATOGRÁFICO DO SOM L .

S. Russi; J. G. Lombardo; M.A. Compagnoni; S.S.. Nogueira

Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP

 

Os autores investigaram em pacientes portadores de próteses totais os limites do palatograma do som palato lingual L, com o objetivo de proporcionar maiores subsídios à atividade clínica do Cirurgião Dentista no estabelecimento da morfologia da superfície palatina destas próteses.

Foram utilizados para este trabalho 35 pacientes portadores de próteses totais bimaxilares.

As palavras utilizadas para o estabelecimento dos palatogramas foram: Lima, Lua, Lama, Lôbo, Lei.

Os resultados obtidos demonstraram na maioria dos casos a presença de áreas de contato da língua com o palato na região anterior e lateral do mesmo, ficando sem contato a região média e posterior .

 

 

 

81  / 1987

 

FONÉTICA EM PRÓTESE TOTAL. ESTUDO PALATOGRÁFICO DO SOM R.

 

 S. Russi; J.G. Lombardo; M.A. Compagnoni; S.S. Nogueira

 

Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP

 

Os autores verificaram o padrão fonético do som Palato lingual R em portadores de Prótese Totais, com o objetivo de proporcionar maiores subsídios para a confecção da anatomia palatina destas próteses.

As áreas de contacto e não contacto da língua com o palato da prótese foram verificadas em 35 pacientes portadores de próteses totais bi-maxilares.

Para tanto foram utlizadas as palavras: Ramo, Rua, Remo, Rio, Roma.

Os resultados obtidos demonstraram a prevalência de palatogramas com contactos laterais da língua, havendo a tendência de formação na região mediana da prótese de um canal de escape de ar com uma área de não contacto lingual mais ampla na região anterior .

 

 

82  / 1987

 

GRANULOMAS EXPERIMENTALMENTE INDUZIDOS POR BCG*

L.F. Godoy & E.G. Birman.'**

** Faculdade de Odontologia -USP

O processo granulomatoso caracteriza numerosas doenças humanas de considerável importância, podendo representar um problema diagnóstico para o patologista cirúrgico.

Procuramos assim estudar o desenvolvimento e a evolução do processo inflamatório granulomatoso em vários animais de laboratório afim de contribuir para seu melhor conhecimento histopatológico.

Utilizando-se a inoculação intradérmica de BCG, provocamos o desenvolvimento de granulomas na região dorsal em cinco espécies animais (coelho, cobaia, hamster, rato e camundongos) tendo sido estudado o padrão macroscópico e microscópico (H-E) dos granulomas bem como o destino dos microrganismos (Ziehl-Nielsen) nos prazos de 7, 15, 30 e 60 dias.

Os resultados observados indicam nos animais estudados a ausência da típica necrose caseosa descrita nos granulomas tuberculosos humanos bem como do clássico halo linfocitário do padrão avascular e das células gigantes multinucleadas (com exceção do cobaia) fazem-nos especular sobre o envolvimento da resposta imunogenética.

O granuloma pode ser considerado um grande desafio para o patologista sendo portanto seu conhecimento fundamental para compreensão de doenças granulomatosas que também ocorrem ou se refletem na boca.

 

 

 

83  / 1987

 

HIPERALGESIA DENTAL POR ALTAS DOSES DE PEPTÍDEO NO SNC.

 

L.G. Brentegani; M.C. Lico; M.R. Brentegani

 

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP

Em continuidade com o projeto de identificação de agentes neuromoduladores, ativos em alterar à resposta frente a uma estimulação nociva, estudou-se neste trabalho o efeito da microinjeção de substância P (SP) no núcleo magno da rafe (NMR); tido como um dos responsáveis pela ação inibitória descendente sobre a medula; sobre a resposta aversiva produzida pela estimulação nociva da polpa dental de cobaia superficialmente anestesiada, registrando as respostas motora de defesa (RMD) e o eletrocorticograma (ECoG) bilateral. Os resultados mostraram que após a injeção deste peptídeo houve uma diminuição das RMD, nos primeiros minutos após a droga, mas dos 10 minutos em diante ficaram acima dos valores controles. A análise qualitativa do ECoG, demonstrou uma ligeira sincronização, especialmente nos intervalos finais do experimento.

 

 

84  / 1987

 

INCIDÊNCIA DE CÁRIE DENTAL EM RATOS SUBMETIDOS À DIETA ALIMENTAR CARIOGÊNICA E INTUBAGEM GÁSTRICA COM GLICEROFOSFATO DE CÁLCIO E DE SÓDIO.

M. lnada; C.E. Pinheiro; A. Gonçalves

Departamento de Ciências Fisiológicas -FOA/UNESP

Inúmeras investigações estio envolvidas no estudo de controle da cárie dentária, em muitas condições experimentais e/ou clínicas. Uma evolução nessas pesquisas diz respeito à preocupação em se analisar influência sistêmica na cavidade bucal, principalmente às relacionadas com a dieta alimentar. Trabalhos já desenvolvidos em nosso laboratório tem demonstrado que o local de atuação de várias substências diretamente no dente ou sistemicamente, constitui ponto fundamental para o estudo do aparecimento e desenvolvimento da cárie dentária. Neste trabalho foi estudado a influência do glicerofosfato de cálcio e de sódio na incidência de cárie, uma vez que essas substâncias são removidas durante a moagem e processamento dos cereais. O fornecimento representaria a restauração dos fosfatos perdidos durante o processamento dos alimentos. Os animais (ratos) foram divididos em 6 grupos experimentais alimentados com dieta cariogenica: Grupo 1 - controle -Dieta cariogênica; Grupo 2 - com glicerofosfato de Ca a 5% na ração; Grupo 3 - glicerofosfato de Na a 5% na ração; Grupo 4 - controle com intubagem gástrica com glicerofosfato de Na a 50% e Grupo 6 - intubagem gástrica com glicerofosfato de Ca a 50%.

Após o sacrifício, as mandíbulas e maxilas foram hemiseccionadas, coradas e as cáries de sulco dos molares foram avaliadas pelo método de Keyes.

Os dados mostraram que o glicerofosfato de Ca e glicerofosfato de Na quando adicionados à dieta (grupos 2 e 3 respectivamente) tem uma ação anticariogenica comparados com o controle ao nível de significância a 5% em escores de cárie de esmalte e dentina. Quando administrados por intubagem gástrica ocorreu diminuição de escores de cáries tanto do esmalte quanto da dentina somente no grupo 6 (entubagem com glicerofosfato de Ca) ao nível de significância de 5% (p < 0,05).

A análise dos dados obtidos permite concluir que o glicerofosfato de sódio tem um efeito anticariogênico somente local, enquanto que o glicerofosfato de cálcio tem efeito tanto local como sistêmico.

 

85  / 1987

 

INCIDÊNCIA DE CÁRIE DENTÁRIA EM RATOS SUBMETIDOS À DIETA

CARIOGÊNICA E INTUBAGEM GÁSTRICA COM ÁCIDO NICOTÍNICO (NIACINA)*.

A. Gonçalves; M. Inada

Departamento de Ciências Fisiológicas -FOA/UNESP

Vários fatores de ordem local e sistêmico, tais como, hormônios, vitaminas e sais minerais podem alterar a susceptibilidade de dente à cárie dentária modificando a sua resistência.

As vitaminas como um dos fatores nutritivos, fazem parte de sistemas enzimáticos envolvidos em processos metabólicos essenciais, tem sido amplamente estudadas, procurando associá-las com a patogenia e prevenção de cárie dentária.

Neste trabalho verificamos o efeito do ácido nicotínico na incidência de cárie, adicionado na ração cariogênica e ração normal moída, assim como o efeito desta substância quando administrada por intubagem gástrica, em ratos com 21 dias e 18 dias de idade, acompanhamos por um período de 45 dias de observação.

Após o sacrifício, as mandíbulas e maxilas foram hemiseccionadas, coradas e as cáries de sulco dos molares foram avaliadas pelo método de Keyes.

Os dados de escores de cáries, embora tenhamos observado um aumento na incidência de cárie quando administramos o ácido nicotínico na ração e uma diminuição por entubagem gástrica no grupo de 21 dias de idade e um aumento nessa incidência no grupo de 18 dias com ácido nicotínico na ração, esses dados não apresentaram significância estatística. No entanto, a entubagem gástrica do ácido provocou diminuição na incidência de cárie estatisticamente significativa (p < 0,05) no grupo de 18 dias de idade.

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*Trabalho subvencionado pela FAPESP

 

 

86  / 1987

 

ÍNDICES PERIODONTAIS: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE 1 E 4 EXAMINADORES.

R.L. Tagliavini; R. C. C. Lia; B.E.C. Toledo

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia - Araçatuba/UNESP Departamento de Patologia e Fisiologia -Araraquara/UNESP Departamento de Diagnóstico e Cirurgia - Araraquara/UNESP

Um dos métodos mais utilizados em Prevenção da Doença Periodontal é a aplicação de Índices Periodontais. Porém, a sua utilização não deve restringir-se unicamente a estudos de campo, consequentes a levantamento epidemiológicos, mas transferir a sua aplicabilidade aos estudos clínicos. Assim, vários trabalhos foram realizados na tentativa de se encontrar uma correlação precisa entre os dados clínicos e os achados histopatológicos. Entretanto, o número de resultados discordantes entre os autores foi significativo, e muitos afirmam que uma das possíveis causas esteja relacionada com o fator erro entre examinadores. Assim, este fato (erro entre examinadores), é uma variável fundamental quando se deseja interpretar resultados, advindos de diferentes examinadores (GUIMARÃES. 1968; MOTA e cols., 1983). Portanto, o propósito deste trabalho, foi o de comparar através do Índice Histológico Gengival (I.H.G.) os graus clínicos do Índice Gengival (I.G.) de LÖE e SILNESS (1963), atribuídos por 1 e por 4 examinadores com pleno conhecimento da biologia periodontal. Nossos resultados demonstraram que foi significativa a porcentagem de acertos na aplicação do I.G., por um único examinador, enquanto o erro entre examinadores na avaliação clínica foi evidente, para esse tipo de estudo.

 

 

87 / 1987

 

INFLUÊNCIA DA AGITAÇÃO SOBRE O pH E A ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DO HIDRÓXIDO DE CÁLCIO.

G.R. Me/o & M.G.B. Ribas

Faculdade de Odontologia -UFMG

Hidróxido de cálcio é, sem dúvida, uma das substâncias mais longamente utilizadas em Odontologia. Em trabalhos anteriores, Melo e cols (1984), Melo & Campos (1984), foi verificado que a menor concentração do hidróxido de cálcio que demonstrou eficácia antimicrobiana foi a de 20%; nesta condição o hidróxido de cálcio pode ser utilizado como antisséptico após preparo cavitário, quando reduz em 70% a microbiota aeróbia e anaeróbia presentes em cavidades recém preparadas. Para testar se alguma modificação ocorria nesse sal quando submetido à agitação, foram preparadas amostras em duplicatas das soluções em concentrações de 5, 10 e 20%. Uma das amostras foi submetida à agitação por 24 horas em agitador mecânico "Ética". Ambas as amostras, agitadas e não, foram deixadas em repouso até que houvesse a sedimentação. Colhia-se o sobrenadante - água de cal - e avaliava-se tanto a "água de cal" como "leite de cal" após agitação das várias concentrações testadas, para avaliação da atividade antibacteriana e do pH. A atividade antimicrobiana se fez frente à amostras de S. faecalis, S. mutans e E. coli e o pH determinado.

Verificou-se que o hidróxido de cálcio tem uma efetiva ação antimicrobiana a 20%; esta atividade foi mais efetiva após agitação por 24 horas, além de se apresentar mais alcalino do que as amostras não agitadas.

 

 

 

88  / 1987

 

INFLUÊNCIA DA SÍNTESE TECIDUAL NA REPARAÇÃO PÓS-EXODONTICA DE MOLARES DE RATOS.

M.H.C. Gallottini; R.G. Jaeger; V.C. Araujo;N.S. Araujo

Disciplina de Patologia Bucal -FOUSP

Com a finalidade de analisar a influência da sutura no processo de reparação alveolar foram utilizados 20 ratos albinos, distribuídos em dois grupos. Os animais do grupo I receberam sutura alveolar após avulsão do primeiro I molar superior direito. Os animais do segundo grupo não foram suturados, permanecendo o alvéolo aberto após a exodontia.

Foram sacrificados dois animais de cada grupo, decorridos 24 horas, 7, 15, 21 e 30 dias da realização da exodontia, sendo obtidas peças macroscópicas que sofreram processamento usual de rotina e estudo morfológico do HE.

A análise dos resultados mostra o retardamento cronológico das fases de reparação nos alvéolos não suturados. Diante do exposto, podemos concluir que a síntese tecidual melhorou as condições locais, facilitando dessa forma o processo de cicatrização alveolar .

A metodologia aqui proposta, além dos resultados anteriormente descritos, procura estabelecer um modelo experimental que possibilite o estudo da reparação alveolar frente a inúmeros fatores, utilizando o molar do rato, dente que possui bastante semelhança biológica com o do ser humano. Em sequência a essa linha de pesquisa, estamos investigando a ação de substâncias farmacológicas no processo de reparação alveolar, com resultados preliminares já obtidos.

 

 

 

89  / 1987

 

INFLUÊNCIA DE ADESIVOS DE DENTINA NA INFILTRAÇÃO

MARGINAL DE RESTAURAÇÕES CERVICAIS.

 

M.F. Goes; L.A.M. Cardoso; S. Consani; L.A. Ruhnke

 

Área de Materiais Dentários -FOP/UNICAMP

O propósito deste estudo foi avaliar "in vitro" o nível de penetração de corante nas restaurações cervicais de resina composta, cujos preparos foram acondicionados co adesivos de dentina (Scotchbond e Bondlite) e a compatibilidade de união do Scotchbond com resina de outro fabricante (Prisma-Fill). Oitenta cavidades de classe V foram feitas na junção cemento-esmalte das faces vestibular e lingual de 40 dentes que foram separados em grupos controle e experimental. O grupo controle foi subdividido em subgrupos A e B e o experimental nos subgrupos C, D e E, sendo cada um com 8 dentes. As cavidades preparadas com brocas diamantadas refrigeradas à agua foram acondicionadas com gel de ácido fosfórico e restauradas como segue: subgrupos A) Prisma-bond e Prisma-Fil,; B) SUE e Concise; C) Scotchbond e P10; D) Bondlite Herculite; e, E) Scotchbond e Prisma-Fill. A seguir, os dentes foram submetidos à 100 ciclos térmicos (5ºC e 60ºC), posteriormente isolados com esmalte e cera e imersos em solução de azul de metileno à 0,5%, durante 72 horas. Após remoção do corante, os dentes foram raspados para remover os isolantes, lavados e seccionados no sentido vestíbulo- lingual. A profundidade de penetração do corante ao redor das margens oclusal e cervical foi determinada de acordo com os seguintes critérios: nível 0, quando não houve penetração do corante; nível 1, penetração do corante até a metade da extensão da parede lateral do preparo cavitário; nível 2, penetração do corante em toda extensão da parede lateral; e, nível 3, penetração do corante até a câmara pulpar. As observações dos níveis de infiltração e as fotomicrografias dos resultados foram feitas com auxílio de lupa estereoscópica Carl Zeiss.

Os resultados mostraram que não houve infiltração do corante no esmalte cavo superficial correspondente à margem oclusal das restaurações de classe V, quando o esmalte foi tratado com o sistema de união convencional ou com os adesivos de dentina. Entretanto, todos os preparos exibiram infiltração na região correspondente à margem cervical constituída de cemento. Os dentes que foram submetidos à aplicação de Scotchbond e P10 apresentaram níveis menores de infiltração na margem cervical em relação àqueles dentes onde foram utilizados Bondlite e Herculite e o Scotchbond e Prisma-Fill. O Scotchbond também se mostrou incompatível à união com as resinas compostas produzidas por outros fabricantes.

 

 

90  / 1987

 

INFLUÊNCIA DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS ENZIMÁTICOS VEGETAIS: PAPAÍNA, ESCINA E BROMELINA NA MIGRAÇÃO DE CÉLULAS AO FOCO INFLAMATÓRIO.

A.M.S. Arruda; L.C. Silva; S. T. Arbex; A.C. Neder

Departamento de Ciências Fisiológicas -FOP/UNICAMP

Este trabalho tem por objetivo observar se anti-inflamatórios enzimáticos vegetais exercem alguma modificação na migração de células ao foco inflamatório.

Foram utilizados camundongos Swiss fêmeas, pesando 25g no início do experimento os quais foram submetidos a tratamento rom os anti-inflamatórios enzimáticos vegetais durante cinco dias consecutivos em doses terapâuticas e doses cinco vezes maior que a terapâutica. No sexto dia de experimentação, produziu-se reação inflamatória nestes animais com injeção intraperitoneal de ovalbumina, observando-se a migração celular ao peritôneo após 6 horas. Para isso, retirou-se o exudato peritoneal e contaram-se as células existentes (contagens global e diferencial).

Os resultados obtidos, embora ainda não sejam conclusivos, parecem mostrar que estas drogas pouco ou nenhuma influência exercem sobre o número de células que migram ao foro inflamatório, neste modelo experimental.

 

 

91  / 1987

 

INFLUÊNCIA DO TAMOXIFEN SOBRE A GENGIVA DE RATAS.

ESTUDO ULTRA-ESTRUTURAL.

 

O.A. Mora & M.J. Simões

Escola Paulista de Medicina

O Tamoxifen é uma substância conhecida por sua ação anti- estrogênica.

Doze ratas, adultas, foram divididas ao acaso em 4 grupos. O primeiro grupo (controle) constituído por 3 ratas na fase de estro. As demais (9) sofreram ooforectomia bilateral e constituíram, 21 dias após a cirurgia, os outros grupos. Grupo II recebeu 1 mg/Kg (i.p) de 17 dietilestilbestrol; grupo III recebeu durante os últimos 3 dias (19º, 20º e 21º) doses diárias de 1 mg de Tamoxifen, sendo que no último dia recebeu 1 mg/Kg (i.p) de 17 dietilestilbestrol; o grupo I V foi constituído de ratas sem tratamento hormonal.

Os resultados mostraram nos grupos controle (I) e injetados com estrógeno (II) epitélio bem desenvolvido (estratificado pavimentoso queratinizado) e lâmina própria contendo fibroblastos bem desenvolvidos, espaços intercelulares bastante evidentes e grande concentração de eosinófilos.

Nos grupos III e IV notamos epitélio menos desenvolvido e lâmina própria fibrosa com fibroblastos pouco desenvolvidos além de escassos eosinófilos.

Esses achados são indicativos de que a gengiva está na dependência dos hormônios sexuais.

Tamoxifen -Nolvadex

 

 

92  / 1987

 

INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO ODONTOLOGICO SOBRE AS FUNÇÕES CARDIOCIRCULATÓRIAS.

C.G. Marques; C. Y. Tokubo; M.A. de Cabrera; C. Cabrera-Peralta

Departamento de Ciências Fisiológicas -FOA/UNESP

As alterações emocionais provocadas pela aplicação de anestesia, tempo de tratamento e a apreensão causada pelo próprio ato operatório, faz com que o tratamento odontológico atue como um estímulo estressante. Isto implica na ativação do sistema nervoso simpático que através da liberação de adrenalina e noradrenalina promove aumento no trabalho cardíaco (taquicardia e maior força de contração) e aumento da resistência periférica total (vasoconstrição) induzindo a um significativo aumento da pressão arterial sistêmica.

Para avaliar a importância e/ou risco que este efeito poderia representar, foi realizada a determinação da pressão arterial, pelo método auscultatório, em 7.100 pessoas de ambos os sexos, e de 15 a 75 anos de idade, a fim de verificar os valores de pressão arterial em condições ambientais habituais da população.

Os resultados mostraram que 1.207 pessoas (17,2%) eram portadoras de diferentes graus de hipertensão arterial. Destas pessoas hipertensas 808 pessoas {67%) desconheciam serem portadoras da mesma. Seguindo o critério adotado pelo OMS, foi verificado que em 913 pessoas {75,7%) a pressão diastólica era de 95 a 109 mmHg (HA-I), em 234 pessoas (19,4%) a pressão diastólica era de 110 a 125 mmHg (HA-II) e em 60 pessoas (4,9%) a pressão diastólica era acima de 125 mmHg (HA-III).

O alto índice de hipertensão arterial verificado no ambiente habitual da população, e a influência que os trabalhos odontológicos tem sobre o sistema cardiocirculatório, permite concluir sobre a conveniência da determinação de pressão arterial nos pacientes antes da realização de tratamentos Odontológicos, a fim de orientar o plano de tratamento e atenuar os riscos de acidentes no trans e pós-operatório.

 

 

93  / 1987

 

INFLUÊNCIA DO USO DE APARELHOS ORTODÔNTICOS SOBRE A PRESENÇA DE Candida albicans NA CAVIDADE BUCAL.

A.O.C. Jorge; M. T. Shimizu; N.O. Almeida; C.S. UntBrkircher

Disciplina de Microbiologia -FOSJC/UNESP

Aceita-se, atualmente, que microrganismos hospedeiros da cavidade bucal coexistam em estado balanceado de harmonia. Entretanto, a ocorrência de mudanças na boca, pode acarretar alterações qualitativas e quantitativas no estado de equilíbrio da microbiota bucal. A colocação de aparelhos ortodônticos propicia, também, modificações na microbiota da boca, as quais podem produzir alterações em determinados grupos de microrganismos.

A presença de Candida albicans foi pesquisada em amostras de saliva de 266 pacientes na faixa etária de 7 a 25 anos, e correlacionada com o tipo de aparelho ortodôntico utilizado (placa acrílica, aparelho fixo e extra-oral), o sexo e o grau da higiene bucal do paciente.

Os resultados demonstraram maior isolamento de C. albicans nos portadores de aparelhos ortodônticos em relação ao grupo controle, e percentuais menores de isolamento do microrganismo nos pacientes com higiene bucal mais eficiente.

 

 

94  / 1987

 

ISOLAMENTO DE MICRORGANISMOS ANAERÓBIOS DE INFECÇÕES PÓS-EXODÔNTICAS DO ALVÉOLO DENTAL DE RATOS.

 

G.M. D'Antonio; P.S. Camargo

O presente trabalho refere-se à criação de um modelo de alveolite experimental em ratos, com o objetivo de estudar o componente bacteriano envolvido nas infecções pós-exodônticas. Foram utilizados 70 ratos machos (Rattus norvegicus, albinus, Wistar), divididos em 5 grupos. Os animais tiveram seus incisivos superiores direitos extraídos e seus alvéolos submetidos aos seguintes procedimentos. Grupo I - Controle apenas exodontia. Grupo II - exodontia mais isquemia por adrenalica. Grupo III - exodontia mais isquemia e inoculação de "pool" de secreção purulenta obtida de animais com alveolite espontânea. Grupo IV - exodontia mais inoculação de "pool" de secreção purulenta e Grupo V - exodontia mais inoculação com meio de transporte reduzido que foi utilizado como meio de suspensão das secreções purulentas. Os resultados dos esfregaços das secreções purulentas apresentaram quadros qualitativamente iguais, variando apenas na quantidade. Os exames bacteriológicos demonstraram uma predominância dos anaeróbios por volta de 98% sobre os facultativos, que totalizaram 2% das amostras de secreção purulenta. Dentre os anaeróbios, houve predominância de um biotipo que foi isolado em 100% das culturas, cuja morfologia celular, da colônia, testes bioquímicos e sensibilidade a antibióticos, foi classificado presuntivamente como Bacteroides fragilis. Em menor proporção, foi isolada uma bactéria cuja morfologia celular, da colônia e testes bioquímicos permitiram classificá-la como Streptococcus sp., também anaeróbio. Em vários casos, foram isolados estafilococos coagulase negativos. Esse modelo experimental cria a possibilidade de estudar métodos de prevenção e/ou terapêutica das infecções por anaeróbios da cavidade bucal.

 

 

95  / 1987

 

ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE ACTINOBACILLUS ACTINOMYCETEMCOMITANS DE INDIVÍDUOS COM DOENÇA PERIODONTAL, SEM DOENÇA PERIODONTAL E DE AMBIENTE*

M.J.A. Campos; L.M. Farias; M.A.R. Carvalho; C.A. V. Damasceno; E. O. Cisalpino; J.E. Costa

Departamento de Microbiologia -ICB/UFMG

Pesquisou-se a ocorrência de A. actinomycetemcomitans em espécimes orais de 30 pacientes com bolsa periodontal, 30 sem bolsa periodontal (sulco gengival) e de 30 cuspideiras de equipamento odontológicos, encontrando-se o microrganismo em 15, 5 e 4 espécimes, respectivamente, sendo isoladas e caracterizadas 41 amostras. Os espécimes clínicos foram coletado, com cureta periodontal e cone de papel absorvente, esterilizados, este último mais eficaz. Os ambientais foram colhidos com "swabs" esterilizados. Com exceção das placas dentárias, transportadas em microaerofilia (método da vela), os espécimes foram transportados em solução Ringer pré-reduzida, pH 7.2, também utilizada para as diluições. Alíquotas das diluições pré-estabelecidas foram transferidas para placas com meio agar de soja tripticaseína, suplementado e contendo ainda bacitracina e vancomicina (TSBV), incubando-se em anaerobiose, método mecânico (10% CO2 + 90% N2), a 37ºC, por 72 hs, para isolamento primário. Após os testes respiratórios, a caracterização bioquímica foi processada em microaerofilia, utilizando-se como controle 5 amostras de referência.

Todos os isolados apresentaram características morfo-coloniais, celulares e fisiológicas típicas da espécie, reforçando alguns testes aprovável heterogeneidade do grupo, destacando-se a eficácia do isolamento primário em anaerobiose e o pobre crescimento em aerobiose. A proporção de isolamento em pacientes cor respondeu à literatura: 50% em bolsa periodontal e 17% em sulco gengival fisiológico. Considerando-se o expressivo potencial periodontopático desses microrganismos, o seu isolamento "in natura", como dado original, abre perspectivas novas quanto à ecologia e patogênese, tendo em vista novas fontes de infecção, restando esclarecer sobre o tempo de viabilidade no ambiente, que experimentos recentes indicam não ser permanente.

Auxílio parcial de CNPq e FINEP.

 

 

96  / 1987

 

LIBERAÇÃO DE Cu, Sn E Hg DE AMÁLGAMAS DENTAIS EM SALIVA ARTIFICIAL.

A.A. Del Bel Cury; L.A. Ruhnke; S. Consani

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP 

A corrosão de amálgama dental como fator de insucesso clínico das restaurações de amálgamas dentais é um fato consumado. Esse comportamento foi extensivamente estudado por métodos eletroquímicos, mas poucas pesquisas têm sido realizadas sobre a liberação de elementos específicos a partir de amálgamas.

A finalidade da presente pesquisa é determinar a liberação de Cu, Sn e Hg de três diferentes produtos, comerciais sem zinco. 25 amostras dos amálgamas Aristalloy 21, Ventura III e Standalloy F foram confeccionados e imersos em saliva artificial. As amostras permaneceram nesta solução por 32 dias a condições ambientais sob agitação constante. De tempos em tempos até 32 dias, amostras da solução foram retiradas para análise dos elementos químicos Sn, Cu e Hg. As análises foram realizadas por espectrofotometria de absorção atômica. Pelos resultados obtidos foi observado que houve diferença significativa quanto a liberação de Cu, Hg e Sn em relação ao tempo, entre os diferentes amálgamas. Quanto aos amálgamas foi observado que em relação a liberação de Cu há diferença estatisticamente significativa do amálgama Standalloy F em relação aos amálgamas Aristalloy 21 e Ventura III. Liberação de Sn apresenta diferença significante entre o amálgama Ventura III em relação aos amálgamas Aristalloy 21 e Standalloy 21 e Standalloy F apresentam diferenças estatisticamente significativa em relação ao amálgama Ventura IIl. Conclui-se que os amálgamas estudados mostram comportamentos diferentes em relação a liberação dos produtos de corrosão em saliva artificial.

 

 

97  / 1987

 

MANOBRA FUNCIONAL PREVENTIVA PARA MANUTENÇÃO DOS MOVIMENTOS MANDIBULARES.

 

F.M.C. Martinez-Quintana; Y. Takahashi; M.A. de Cabrera; C. Cabrera-Peralta

 

Departamento de Ciências Fisiológicas -FOA/UNESP

 

Em condições normais somente 40-50% da capacidade total dos movimentos mandibulares é utilizada habitualmente. Estados psicológicos desfavoráveis promovem redução dos movimentos mandibulares através da estimulação de complexos circuitos neuronais que inervam os músculos da mastigação, deglutição, fonação, mímica e expressão facial. A estimulação desses circuitos desencadeia reflexos neuromusculares que induzem a um aumento da tonicidade muscular e diminuição da capacidade de trabalho. Esta limitação funcional constitue um fator determinante para a implantação de bruxismo, fadiga muscular e dor .

Baseada em mecanismo fisiológicos de atividade neuromuscular, neste trabalho é proposta a "Manobra Funcional Preventiva" que visa mlnimizar ou mesmo evitar as disfunções buco-dentárias que tem como fator desencadeante as alterações emocionais.

A "Manobra Funcional Preventiva" consiste na realização diária de movimentos mandibulares máximos, puros e combinados, com a finalidade de promover estimulação mioneural intensa, maior que a habitual, afim de induzir a ativação circulatória na região buco-dentária e consequentemente melhorar as condições metabólicas, diminuindo o tônus muscular.

A estimulação neuromuscular deve ser praticada por um período mínimo de 10 dias, 2 vezes ao dia, por 3-6 minutos. O esquema de estimulação deve ser repetido e os períodos prolongados toda vez que for necessário, e ainda ser associado à aplicação de massagens faciais e estimulação térmica, de acordo à necessidade de adequação funcional de nervo-músculo-dente-ATM.

A adoção desta manobra permite a manutenção dos movimentos mandibulares em condições fisiológicas, preservando a capacidade máxima de função neuromuscular .

 

 

98  / 1987

 

MENSURAÇÃO DAS VARIAÇÕES DA FORÇA MECÂNICA DESENVOLVIDA NA PONTA DA LÂMINA DE ELEVADORES DE SELDIN ANGULADOS, PORTADORES DE DIMENSÕES -PROCEDÊNCIAS - DIFERENTES*

A.C. Campos; C. Gregori; T.I. Tachibana

Departamento de Cirurgia Odontológica e Buco-Maxilo-Facial -FOUSP

O objetivo do presente trabalho foi obter uma mensuração acurada das variações da força mecânica desenvolvida na ponta da lâmina de elevadores de Seldin angulados, de números 1 R e 1 L, portadores de diferentes dimensões.

Foram utilizados vinte e seis elevadores dentais, previamente usinados, com as seguintes procedências: quatro americanos, quatro alemães e dezoito nacionais de três marcas diferentes.

As mensurações das dimensões dos elevadores foram obtidas do traçado geométrico no desenho da projeção obtida de cada elevador, sobre um papel vegetal, aposto na tela do projetor de perfil e também usando-se uma máquina de medir tridimensional "Micro-Cord".

Após as mensurações, estes elevadores foram submetidos a um dispositivo de ensaio de elevadores (DEE). Assim, cada elevador desalojou a raiz dentária de resina de um modelo do segmento posterior da arcada dentária mandibular, também em resina. As raízes foram fixadas aos modelos com um selante à base de silicona que, em nosso experimento desempenhou função semelhante a dos ligamentos alvéolo dentários.

Após a colocação do modelo da arcada dentária mandibular no DEE, posicionamos a ponta da lâmina do elevador no espaço existente entre a raiz de resina e O modelo suporte, e acionamos a manivela do DEE, imprimindo um movimento de rotação na lâmina do elevador, resultando no desalojamento da raiz. Uma célula de carga, disposta no fio de aço que traciona a polia do DEE, mediu a força desenvolvida para o desalojamento da raiz, através de um impulso elétrico, transmitido ao registrador potenciométrico. O registro gráfico da força permitiu- nos calcular a força máxima.

Os valores médios da força máxima medida na ponta da lâmina de elevadores de Seldin angulados, de números 1 R e 1 L, permitiu-nos concluir, pela metodologia proposta, que existem variações da força máxima presente na ponta da lâmina destes elevadores, que pela procedência diversificada apresentam diferentes dimensões.

Resumo da tese apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, no Curso de Pós-graduação em Clínica Odontológica, para obtevção do grau de Doutor.

 

 

99  / 1987

 

NOVO TREPONEMA SP  ISOLADO DE PACIENTES COM  PERIODONTITE.

S.L. Salvador; M. Suzuki; S.A. Syed; K.K. Makinen;P.L. Makinen; C.A. Edwards; W.J. Loesche

Departamento de Ciências da Saúde -FCFRP/ USP e Universidade de Michigan - USA

Utilizando-se da técnica do poço, foi isolado um novo espiroqueta oral sacarolítico de tamanho médio. O meio de cultura empregado para o isolamento foi Tryptone-Yeastolate-glicose, suplementado com 10% de soro inativo de coelho (M-TYGVS). A morfologia ultra-estrutural revelou que da extremidade das células originavam-se 4 a 5 fibrilas axiais, proporcionando uma relação ."4-8-4/5-10-5". As células apresentavam 5 a 10 (m de comprimento e 0,20 a 0,28 (m de diâmetro. Diferentemente do T. denticola e T. vincentii, a glicose e a pectina foram fermentadas resultando um pH final de 5,2-5,3. Este espiroqueta difere do T. pectinovorum por não produzir H2S, fermentar a glicose e produzir lactato e succinato como maiores produtos de fermentação. Este microrganismo difere de T. socranskii por não produzir H2S, não fermentar a frutose e não produzir o acetato como produto final. Nenhum dos 25 N-L-aminoacyl-2-naphythylamina ou azacol, azocaseína e elastina-orceína foram hidrolisados, sugerindo que as células apresentam muito pequena ou nenhuma atividade aminopeptidásica. Entretanto, uma enzima capaz de hidrolisar rapidamente o substrato sintético para atuação da colagenase: phenyl azobenzyloxycarbonyl-L-prolyl-L-leucylglycyl-L-prolyl-D-arginina (PZPLGPA) foi isolada e purificada por Cromatografia líquida de alta eficiência (FPLC) em colunas Mono Q e Superose. O peso molecular dessa enzima foi estimado em 100.000 daltones. Os resultados obtidos permitem verificar que apesar do novo espiroqueta apresentar um limitado espectro proteolítico, produz uma importante enzima proteolítica que tem atividade sobre o colágeno sintético.

 

 

100  / 1987

 

PAPEL DA SIALOTOXINA I NO CONSUMO DE OXIGÊNIO, NO DIAFRAGMA DE RATOS.

 

M.C. Boaventura; D. Teixeira; C. E. Pinheiro; J.A. Cury; J. L. José; S.M.S. Agostinho

 

Departamento de Ciências Fisiológicas -FOP/UNICAMP

 

Inúmeras pesquisas têm comprovado a existência de diversos fatores biologicamente ativos isolados das glândulas salivares. Alguns peptídeos, com atividades biológicas, foram extraídos de glândulas submandibulares de camundongos machos e isolados recentemente por PINHEIRO (1984). Foram já identificadas diferentes frações destes peptídeos denominados de Sialotoxina I, II, III e IV, com efetiva ação tóxica. O presente trabalho procurou verificar o efeito da Sialotoxina I sobre o consumo de oxigênio do diafragma de ratos normais. Frações deste tecido foram incubadas em frascos de Warburg, para determinação do consumo de oxigênio, durante 90 minutos. Os ensaios biológicos foram constituídos de: Endógeno; Endógeno + Glicose; Endógeno + Glicose + Insulina; Endógeno + Glicose + Sialotoxina 1(0,10 mg/ml); e Endógeno + Sialotoxina I (0,10 mg/ml).

Através dos resultados, verificou-se que a Sialotoxina I diminuiu o consumo de oxigênio e que, mesmo na presença de insulina houve também uma significativa diminuição do consumo de oxigênio. Deste modo, os resultados demonstraram que a Sialotoxina I age no transporte de glicose, diminuindo-o, com ou sem insulina, significando que a mesma deve estar agindo a nível de receptor , no mecanismo de transporte e na via glicolítica.

 

 

 

101  / 1987

 

PATOLOGIA BUCAL COMPARADA.

M. L.Z.Dagli; J. L. Guerra; E. G. Birman

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia -USP

Faculdade de Odontologia -USP

É indiscutfvel a importância do estudo da oncologia comparada, tanto para a patologia humana, como para a patologia animal. Com este intuito, é feita uma revisão de 170 casos de lesões bucais de cães, das quais 97 eram de natureza neoplásica colecionadas no Departamento de Patologia da FMVZ-USP, num período de aproximadamente 40 anos. São discutidos os aspectos clínicos, etiológicos e histopatológicos, procurando-se estabelecer uma comparação com os mesmos tumores na espécie humana. Constatou-se que a neoplasia bucal mais frequente em nossa amostra foi o carcinoma epidermóide (26,8% dos casos), sendo que este constitui no homem mais de 90% das neoplasias bucais. Diagnosticou-se casos de melanoma em 9,07%; 10%, das neoplasias corresponderam aos mastocitomas, sendo observados ainda sarcomas em 12,4%, papilomas em 21,6%, neurofibromas em 6,2% e fibromas em 5,2% O aspecto histopatológico destas neoplasias não apresenta diferenças das correspondentes na espécie humana. Ressalta-se aqui a necessidade de se estabelecer prontuários clínicos mais detalhados, afim de se obter melhor avaliação do comportamento biológico e da etiopatogenia das neoplasias bucais que acometem os cães, enriquecendo o conhecimento da patologia.

 

 

102  / 1987

 

PLACAS DE MORDIDA EM PRÓTESE TOTAL - AVALIAÇÃO CLÍNICA

 S. Russi

Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese - FOAR/UNESP

Investigou-se clinicamente o efeito terapêutico de placas de mordida em portadores de próteses totais os quais apresentavam sintomatologia dolorosa nas articulações temporo-mandibulares ou na musculatura da cabeça e pescoço.

Inicialmente foram avaliados 09 pacientes, tratados com placas construídas por metodologia própria, desenvolvida pelo autor.

Os resultados clínicos preliminares indicaram que em 80% dos casos houve uma regressão total dos sintomas durante a primeira semana de uso das placas, sendo que nos 20% dos casos restantes ocorreu a normalização dentro do período de 30 dias.

Concluiu-se pela amostra estudada que o uso de placas para reposicionamento mandibular em pacientes disfuncionados e portadores de próteses totais é um procedimento terapêutico útil e perfeitamente viável.

 

 

103  / 1987

 

POSTURA DE TRABALHO EM ODONTOLOGIA: AVALIAÇÃO DAS POSIÇÕES DO CIRURGIÃO-DENTISTA E DA AUXILIAR ODONTOLÓGICA.

M.D. Figlioli

Departamento de Odontologia Social -FO/UNESP

Neste trabalho, relacionamos os conceitos de equipamento funcional à postura e às posições de trabalho do dentista e auxiliar, com o paciente deitado na cadeira operatória.

Nosso objetivo é contribuir com o estudo dos problemas relacionados com a postura em odontologia, procurando obter posições de trabalho que permitam à equipe, manter uma postura ergonômica durante todo o procedimento clínico.

Assim sendo, registramos fotograficamente:

1. as posiçqes do dentista destro em 7, 9 e 11 horas, e a auxiliar em 3 e 5 horas,

2. o dentista e a auxiliar trabalhando em cada uma das respectivas posições, com o equipo nas concepções 1/, 2/ e 3/, e a unidade auxiliar na concepção /1; para cada posição, fotografamos a equipe nas fases de apreensão das pontas e de preparos cavitários.

De acordo com nossas observações, concluímos que:

1. o equipamento odontológico deve possuir os requisitos necessários para a equipe trabalhar sentada, com o paciente horizontalmente posicionado, mantendo postura ergonômica,

2. para o dentista, a posição de 7 horas é contra-indicada, sendo que as de 9 e 11 horas são ideais,

3. a melhor posição para a auxiliar, é a de 3 horas, a de 5 horas é indicada apenas para manipulação de materiais,

4. o equipo de concepção 3/ é ideal pois as pontas podem ser transferidas pela auxiliar, ficando dentro do campo de visão da equipe e

5. a equipe deve ter tudo ao alcance mínimo.

 

 

104  / 1987

 

PROGRAMA PRÉ-ORTODÔNTICO ADOTADO PELOS ALUNOS DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FOP/UNICAMP.

M.H.C. Almeida; M.B.B.A. Magnani; V. C. V. Siqueira; L. Teramoto; R. Salge Prata; C. Aihara; V. Maraccini; R. C. Almeida

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

Serão apresentados em forma de painel fotográfico, diversos tipos de aparelhos removíveis e alguns fixos empregados pelo Programa Pré-Ortodôntico, para os diferentes tipos de maloclusões apresentados pelos pacientes da Clínica de Ortodontia do Curso de Graduação da Faculdade de Odontologia de Piracicaba da UNICAMP.

1. Manutenção ou prevenção do fechamento de espaço pela perda prematura de dentes decíduos. Mantenedores fixos, removíveis e estético funcionais.

2. Recuperadores de espaço quando é possível o emprego de molas helicoidais, ou tornos.

3. Cruzamentos dentários anteriores, planos inclinados fixo e removíveis.

4. Cruzamentos dentários posteriores: uni ou bi-laterais e mais complexos. Com uso de tornos, mola de Coffin, progênico e quadri-helix.

5. Interposição labial  - bumper acoplado aplaca de Hawley.

6. Hábitos: fala -deglutição atípica, interposição lingual com mordida aberta - placa para exercícios e grade palatina.

7. Mordida profunda -placa de altura simples de Sved.

8. Programa de extração seriada - arco lingual de Nance.

9. Mialgias da A TM na dentadura decídua e dentição mistagoteira oclusal e estimuladas do posicionamento correto dos condilos articulares.

10. Redução do ponto B através de mentoneiras.

 

 

105  / 1987

 

PURIFICAÇÃO DE LECTINA DE JACA E SUA INTERAÇÃO COM GLICOPROTEÍNAS SALIVARES E SÉRICAS.

C. Paulino da Costa; N.J. Moral; J.A. Cury

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

Em comunicações anteriores mostramos que o extratoprotéico bruto (EB) de semente de jaca (Artocarpul intagrifolia) reagia tamo com glicoproteínas do soro humano normal (SoHN) e saliva humana normal (SaHN) como com soro e saliva de pacientes com imonodeficiência hipogama (SoLC, SaLC). Estes resultados levaram a suspeitar de que a lectina (jacalina) presente no EB não fosse específica para IgA, o que poderia ser confirmado após sua purificação. Assim, jacalina foi purificada por cromatografia de afinidade usando uma coluna de agarose- D-galactose (Selectin 16, Pierce) conforme descrito por ROQUE-BARREIRA et al (1986). As proteínas não ligadas foram eluidas com PBS 0,15M pH 7,2, e a lectina com D-galactose 0,4M em tampão fosfato 0,01 M pH 7,2- Os picos de proteínas foram reunidos dialisados contra água e liofilizados.

Após teste de difusão em gel e imunoeletroforese contra SoHN, SoLC, SoLC e SaLC evidências adicionais confirmaram de que jacalina não reage  especificamente com IgA.

 

 

106  / 1987

 

A REABS0RÇÃO  RADICULAR  DENTÁRIA EM ORTODONTIA: UMA ABORDAGEM PREVENTIVA.

E.O.S. Bacchi & C. O. G. Munoz

Curso de Pós-Graduação em Ortodontia

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

Baseado em trabalho experimental, o autor relata efeitos histológicos de estados carenciais de Vitamina C sobre estruturas periodontais submetidas a situações de "stress" biomecânico semelhantes aos provocados durante os tratamentos ortodônticos, dando ênfase às lesões denominadas reabsorções radiculares.

Ressalta a importância de o clínico levar em conta estados carenciais subclínicos (hipovitaminose C) que, embora não configurem situações de escorbuto, podem gerar condições inadequadas para uma conveniente e rápida resposta dos tecidos periodontais à mecânica ortodôntica.

 

 

107  / 1987

 

RECEPTOR PARA PROLACTINA NA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DO CAMUNDONGO.

R.M. Oliveira-Filho*;  C.A.S.A. Minetti*; L.B.S. Valle*; M.M. Oshiro** & P.E.P. Leite*.

Departamento de *Farmacologia e +Histologia/Embriologia do Instituto de Ciências Biomédicas/USP -05508 São Paulo (SP); ++Acadêmico da FOUSP.

A despeito da grande quantidade de trabalhos acerca de andrógeno-dependência da glândula submandibular (GSM) do camundongo por um lado, e das inúmeras evidências que apontam  a prolactina (Prl) como importante agente modulador da expressão androgênica em vários órgãos alvo por  outro, praticamente inexistem na literatura dados vinculando a Prl com essa glândula salivar .

Para estudar os efeitos da Prl sobre a GSM, camundongos machos de 45 dias de idade foram tratados com o antagonista dopaminérgico haloperidol (2,5 mg/kg s.c. por dia, 10 dias), ou com prolactina (NIAMDD o Prl-14, 10 mg/kg i.p. por dia 10dias). Para estudar a possível interação andrógenos/prolactina, camundongos fêmeas da mesma idade foram tratadas com propionato de testosterona (TP, 5 mg/animal, dose única s.c. 5 dias antes dos experimentos), com haloperidol, com haloperidol + TP, ou com prolactina, como acima. Numa segunda série de experimentos, camundongos machos e fêmeas normais de 45 dias foram usados para estudo da presença de receptor para Prl na glândula. As GSM foram hormogeneizadas em tampão PBS e a fração de membranas usada para ensaios de união com [125I] oPrl.

Os resultados obtidos nestes experimentos preliminares levam às seguintes considerações (1) A Prl não mostrou efeito considerável no compartimento andrógeno-dependente da GSM; (2) Isto foi corroborado nos grupos injetados com a associação Halo + TP, onde o efeito do TP não foi incrementado em relação a TP isoladamente; (3) Os ensaios de união de [125I] oPrl à GSM mostraram a presença de sítios receptores específicos para este hormõnio (entre 10 e 25 fmo I/mg de proteína) com alta afinidade (Ka = 2 a 8 x 1010 M-1 ); (4) Os dados disponíveis não permitem atribuir uma localização exata para os receptores encontrados. Experimentos estão em progresso no laboratório com o fim de estudar o possível papel fisiológico da Prl na GSM.

Apoio  Financeiro : FAPESP 86/2683-9 e 86/2139- 7.

 

 

108  / 1987

 

REPARAÇÃO ALVEOLAR.INFLUÊNCIA DA METIL-PREDINISOLONA SISTÊMICA.

M.H. C. Gallottíní; R.G. Jaeger; V. C. Araujo; N.S. Araujo

Disciplina de Patologia Bucal -FOUSP

Em sequência à trabalhos anteriormente realizados na Disciplina (Gallottini, MHC, 1987), foram analisados os efeitos da administração sistêmica, por via subcutânea, do corticoesteróide metil-predinisolona (Depo-medrol, Up- Jonh), em diferentes dosagens, no processo de reparação de feridas pós-exodônticas de molares de rato.

Os animais foram submetidos à técnica cirúrgica para remoção do primeiro molar superior direito, posteriormente alojados em gaiolas e alimentadas com ração comercial granulada e água "ad libitum".

Dois dias antes da exodontia, os animais começaram a receber a droga, sendo esta administrada diariamente até o sacrifício. Três doses distintas foram utilizadas: 1 mg (grupo I), 0,5 mg (grupo II), 0,25 mg (grupo III). Em princípio esperávamos sacrificar os animais em tempos de 24 horas, 7, 15, 21 e 30 dias, sendo realizados exame macroscópico e microscópico das peças ao H.E.

Os animais do primeiro grupo mostraram grande perda de peso, indo a óbtido aos oito dias pós-operatórios. Os animais do grupo II apresentaram também significativa perda de peso, ocorrendo a morte aos 15 dias após a exodontia. Nos dois grupos, microscopicamente foi evidenciado na região alveolar extensa área de osteomielite, com grande formação de sequestro ósseo. O infiltrado inflamatório era escasso, representado por neutrófilos e células mononucleares, predominantemente no grupo II.

O terceiro grupo apresentou animais com menor perda de peso que nos grupos anteriores. Histologicamente, aos 20 dias, pudemos observar coágulos necróticos preenchendo o alvéolo, infiltrado inflamatório mononuclear mais exuberante, e células gigantes de permeio à fragmentos ósseos necróticos. Tecido ósseo reativo foi observado à distância.

Frente a esses resultados, acreditamos que uma dosagem de 0,25 mg, administrada a cada quatro dias, poderá atenuar a intensa imunossupressão verificada, modulando efetivamente a resposta inflamatória no alvéolo.

 

 

109  / 1987

 

RESULTADO DO TRATAMENTO EFETUADO EM 30 PACIENTES COM DISFUNÇÃO DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO TRATADOS PELA ELETROESTIMULAÇÃO TRANSCUTÂNEA PERIFÉRICA.

R. T.L.S. de Almeida; A. Nuti-Sobrinho; L.G. Brentegani; E. Ignácio

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto -USP

Estudou-se no presente trabalho, se a eletroestimulação transcutânea (EET), podia modificar o quadro de dores articulares e musculares produzidas por alguma disfunção do sistema estomatognático. A EET é um método não invasivo de analgesia no tratamento de dores crônicas localizadas na cabeça, pescoço, face e no tratamento de nevralgia do trigêmio, adaptando-se os eletrodos em locais correspondentes aos nervos periféricos, em pontos de acupuntura ou ainda ao redor da área dolorosa. Os resultados embora qualitativos mostraram que 90% dos pacientes submetidos a este método, obtiveram o alívio da dor disfuncional temporomandibular após a 3ª aplicação da estimulação.

 

 

111  / 1987

 

SIGNIFICAÇÃO CLÍNICA DA INERVAÇÃO SUPLEMENTAR DE DENTES INFERIORES: ESTUDO ANATÔMICO DO NERVO CERVICAL TRANSVERSO (CUTÂNEO DO PESCOÇO)

R.J. Cruz Rizzolo; M. C. Madeira; V. de Freitras; J.M. Bernaba

Departamento de Morfologia - Fac. Odont. Araçatuba/UNESP

Departamento de Anatomia -IBBMA Botucatu/UNESP

Dificuldades eventuais em se obter anestesia completa após o bloqueio do nervo alveolar inferior têm levado os autores a suspeitar que o nervo cervical transverso desempenha um papel especial na inervação de dentes inferiores. Dissecções anatômicas dos ramos terminais deste nervo foram feitas para comprovar se a suposição é correta ou não. O trabalho foi realizado em 25 cadáveres, sob microscópio anatômico. Notou-se que os ramos ascendentes do nervo cervical transverso perfuram o músculo platisma e se dividem na pele ao nível da borda inferior da mandíbula. Ainda que tenham sido descritos numerosos pequenos forames no aspecto lingual da borda inferior da mandíbula, dando passagem a vasos e nervos, esta pesquisa não revelou nenhum ramúsculo do cervical transverso penetrando em algum desses forames.

Do ponto de vista clínico, se a dor persiste após injeção de rotina do nervo alveolar inferior, uma anestesia complementar pode ser útil. Neste caso uma infiltração dos tecidos moles ao nível da borda inferior da mandíbula entre premolares e molares pode alcançar pequenos ramos de outros nervos que não sejam o cervical transverso.

 

 

112  / 1987

 

SÍNDROME DA DOR E DISFUNÇÃO MIO-FACIAL: FATORES IATROGÊNICOS.

J.T.T Siqueira

Divisão de Odontologia -Hospital das Clínicas -USP

O diagnóstico de alterações mastigatórios (oclusais, articulares ou musculares) em pacientes com história de dor facial (dores mandibulares, otalgias relexas, cefaléias temporais, etc.), tem aumentado significativamente na atualidade.

Constituímos uma amostra de pacientes deste grupo que está sendo submetido a tratamento e controlado por período de até 3 anos.

A incidência de alterações oclusais em próteses totais antigas ou inadequadas em pacientes com queixa de dor facial tende a ser significativa em pacientes idosos, confirmando nosso trabalho, observações prévias de outros autores.

A importância de uma história clínica e exame conveniente para diagnóstico diferencial. tratamento ou encaminhamento pelo Cirurgião-Dentista é ressaltada nesta linha de pesquisa clínica.

 

 

 

113  / 1987

 

STAPHYLOCOCCUS AUREUS: INCIDÊNCIA NA SALIVA DE PORTADORES ASSINTOMÁTICOS E SUSCETIBILIDADE A 12 ANTIMICROBIANOS, PELO MÉTODO DE KIRBY-BAUER.

I. Y. Ito; A.M. Brito; B.S. Bellini; J.C. V. Salis; M.A. Kisere; M. Rosa Jr.; M. V. Grandini

Disciplina de Microbiologia e Imunologia

Faculdade de Odontologia da Fundação Educacional de Barretos

A incidência de S. aureus em 140 alunos da Faculdade de Odontologia de Barretos foi estimada por meio da análise de amostras de saliva. Foram coletados aproximadamente 2,0 ml de saliva não estimulada, em tubos de ensaio de 20x 150 mm, contendo 5 pérolas de vidro esterelizados. De cada amostra 0,1 ml foi depositado em placas de petri com meio seletivo (meio hipercloretado com gema de ovo) e espalhado em toda a superfície com bastão de vidro em forma de L. Essa metodologia permitiu isolar S. aureus de 77 acadêmicos (55,0%). Os isolamentos ocorreram em 54 alunos do sexo masculino (59,3%) dentre 91 acadêmicos e em 23 (47,0%) de 49 pertencentes ao sexo feminino.

Quando submetidas ao teste de sensibilidade a 12 antimicrobianos, pelo método de Kirby-Bauer, as 77 cepas mostraram que a cefalotina foi mais eficaz, com 100,0% de sensibilidade. Em seguida, pela ordem, surgiram: netilmicina (94,8%); sulfametoxazol-trimetoprima (80,5%); ceftriaxone (76,5%). O antibiótico menos eficaz foi a estreptomicina com 100,0% de resistência. Os antibióticos mais indicados em Odontologia apresentaram os seguintes valores: lincomicina, 11,7%; penicilina e ampicilina, 22,1%; tetraciclina, 50,6%; eritromicina e cloranfenicol, 71,4% de sensibilidade.

 

 

114  / 1987

 

TERAPIA PULPAR DE DENTES DECÍDUOS COM POLPA MORTIFICADA

 

R.M.P. Rontani; C.F. Peters; M. Cebim

 

Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP

 

As autoras pesquisaram o efeito de duas medicações tópicas intra-canal, no tratamento endodôntico de decíduos com mortificação pulpar , através de análises clínico-radiográficas. A amostra constituída de 42 dentes decíduos de crianças com idade variando de 4 a 8 anos, foi dividida em dois grupos: o primeiro constituído de 26 dentes, e o segundo de 16, utilizando-se como medicação de espera, o formocresol e o tricresol-formalina, respectivamente. Todos os dentes foram obturados com a pasta reabsorvível preconizada por GUEDES-PINTO, PAIVA & BOZZOLA (19811, composta da associação: Rifocort(r), paramonoclorofenol-canforado e iodofórmio. Firmadas nos resultados obtidos, concluíram que, embora o tricresol-formalina tenha demonstrado alto poder antisséptico, os melhores resultados foram obtidos quando se utilizou o formocresol como medicação de espera.

 

 

 

115  / 1987

 

TIPO DE TECIDO GENGIVAL REMOVIDO NA GENGIVECTOMIA COM O EMPREGO DA SONDA DEMARCADORA. ANÁLISE HISTOLÓGICA.

S.R.P. Orrico; B.E. C. Toledo; R.S.G.A. Rached; R. C. C. Lia

Faculdade de Odontologia de Araraquara -UNESP

Foi estudada uma faixa de tecido gengival removida na gengivectomia, quando a incisão é realizada de 1 a 2 mm apical ao ponto determinado pelo uso da sonda demarcadora, tendo em vista que a profundidade da sondagem é influenciada por diferentes fatores, entre os quais, o estado do tecido. 28 biópsias, obtidas de 21 pacientes de 13 a 46 anos de idade foram analisadas morfologicamente com a aplicação de um Índice Histológico Gengival (I.H.G.).

Os resultados revelaram; em 68,86% dos casos um I.H.G. = 0, em 32,14% um I.H.G. = 1 relacionado com o ponto de demarcação e o fundo do sulco, e nenhuma evidência de I.H.G. mais elevados. Esses resultados indicam que a incisão realizada de 1 a 2 mm apical aos pontos sangrantes, leva à remoção de uma faixa de tecido gengival normal.

 

 

116  / 1987

 

TRANSPLANTE AUTÓGENO DE CARTILAGEM HIALINA DE COSTELA, PRESERVADA EM GLICERINA, APÓS REMOÇÃO DO PERICÔNDRIO, PARA O PROCESSO MALAR DE RATOS. ESTUDO HISTOLÓGICO.

T. Okamoto & M.F.R. Gabrieli

Departamento de Diagnóstico e Cirurgia -FOA/UNESP

Foi estudado o comportamento de implantes de cartilagem hialina de costela, conservada em glicerina após remoção do pericôndrio, no processo malar de ratos. Para tanto, foram empregados 72 ratos (Rattus norvegicus, albinus, Wistar), machos, com peso corporal variando entre 300 e 350 gramas, divididos em 2 grupos de 36. Os animais do Grupo I (controle) receberam implantes de cartilagem preservada em glicerina 98%, tendo sido mantido o pericôndrio. Os animais do Grupo II (tratados), tiveram o pericôndrio removido previamente à preservação em glicerina.

Seis animais de cada grupo, correspondentes às repetições de cada condição experimental foram sacrificados aos 5, 10, 20, 30, 60 e 120 dias de pós-operatório. As peças obtidas seguiram tramitação laboratorial de rotina e cortes, semi-seriados na espessura de 6 micrômetros, foram corados pela H/E para estudo histológico. Nos limites das condições experimentais utilizados, puderam concluir que a preservação em glicerina manteve a estrutura da cartilagem e o material preservado mostrou-se bem tolerado como implante intra-ósseo. Por outro lado, a reabsorção da cartilagem sem pericôndrio foi mais intensa e mais rápida que a observada no grupo controle e, por outro lado, a neoformação óssea foi mais rápida e intensa no caso dos implantes sem pericôndrio.

 

 

117  / 1987

 

TRANSPLANTES AUTOGÊNICOS SUB-PERIÓSTICOS DE CARTILAGEM. ESTUDO EXPERIMENTAL EM COELHOS (ORYCTOLLAGUS CUNICULLUS L.)*

J. L. Santiago

 

Departamento de Cirurgia Odontológica e Buco-Maxilo-Facial -FOUSP

 

 

Realizamos um trabalho experimental sobre transplantes autogênicos de cartilagem, em coelhos. Após serem submetidos ou não a um tratamento térmico, os transplantes eram colocados sob o periósteo das patas anteriores dos animais. Observamos, comparativamente, macro e microscopicamente os resultados do procedimento cirúrgico efetuado. Os resultados encontrados permitiram as seguintes conclusões:

1. Não foram encontradas reações inflamatórias com infiltrado linfocitário ou linfo-plasmocitário que evidenciassem rejeição com participação imunológica do transplante praticado.

2. Ocorreram áreas de calcificação dentro da estrutura cartilaginosa, indistintamente, na cartilagem tratada ou não tratada.

3. Não foi constatado aumento de crescimento do transplante em relação ao seu tamanho original.

* Resumo da tese apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Mestre em Clínicas Odontológicas.

 

 

118  / 1987

 

TRATAMENTO DE DENTES TRAUMA TIZADOS.

M.I.S. Côrtes; J. V. Bastos; L.A.F. Pimenta

Faculdade de Odontologia -UFMG

Selecionamos pacientes de ambos os sexos, sem delimitação de faixa etária, que sofreram traumatismo nos dentes anteriores permanentes.

Quando necessário, realizamos a imobilização temporária de acordo com as diversas técnicas preconizadas.

Nos casos de fratura de esmalte ou de esmalte e dentina quando a polpa apresenta vitalidade, nos limitamos a proteção pulpar indireta, usando cimento de hidróxido de cálcio (Dycal) e restauração com resina fotopolimerizável. O controle desses pacientes é mensal, através de exame radiográfico e provas de vitalidade pulpar. Verificada a ausência de resposta aos testes de vitalidade e confirmada, radiograficamente, rizogênese incompleta, continuamos o controle até o completo fechamento do ápice ou até que surja alguma alteração clínica ou radiográfica que nos conduza ao tratamento endodôntico radical.

Nos casos onde o diagnóstico é necrose pulpar em dentes com rizogênese incompleta, procedemos o tratamento endodôntico radical usando, na 1.º sessão, irrigação com hipoclorito de sódio a 1% (solução Milton) e obturação provisória do canal com pasta de hidróxido de cálcio PA e paramonoclorofenol (solução aquosa a 2%) que permanece 30 dias. Na 2.º consulta, realizamos irrigação com solução de hidróxido de cálcio e renovamos a obturação provisória com pasta de hidróxido de cálcio PA e soro fisiológico. Na 3ª consulta, 30 dias após, realizamos exame radiográfico para confirmar a presença da pasta de hidróxido de cálcio, até o ápice. Quando verificamos ausência do material procedemos a nova obturação. Quando o material está presente, marcamos nova consulta, 30 dias após, quando renovamos a obturação provisória. Novas consultas são marcadas, seguindo a sistemática descrita acima até o completo fechamento do ápice.

Nos casos onde a polpa apresente vitalidade em dentes com rizogênese incompleta, procedemos o tratamento endodôntico radical utilizando na 1ª sessão, irrigação com solução de hidróxido de cálcio e obturação provisória com pasta de hidróxido de cálcio PA e soro fisiológico. Nas consultas subsequentes realizamos os mesmos procedimentos descritos para os casos de necrose pulpar com rizogênese incompleta.

Nos casos de dentes com necrose pulpar ou polpa vital e rizogônese completa, realizamos o tratamento endodôntico de modo convencional e obturação provisória com pasta de hidróxido de cálcio PA e soro fisiológico por 30 dias. Na 2ª consulta procedemos a obturação pela técnica da condensação lateral, diante da ausência de sinais e sintomas.

 

 

119  / 1987

 

ULTRA-ESTRUTURA DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR DE RATOS OBSERVADA ATRAVÉS DO MÉTODO DE CONGELAÇÃO RÁPIDA.

I. Watanabe* ; K. Ogawa** ; E. Yamada **

* Departamento de Anatomia -ICB/USP

** Departamento de Anatomia, Faculdade de Medicina da Universidade de Fuko- ka, Japão

O método de congelação rápida consiste em obter fragmentos de tecido vivo congelado sobre a base polida de cobre puro. O dispositivo contém um tubo no interior de uma câmara a qual é preenchida com o hélio líquido a -263ºC. O material a ser congelado é levado através de uma haste contendo a base cilindrica de cobre. O contacto das duas bases com a peça é por vários segundos e em seguida, as mesmas são colocadas em um recipiente de nitrogênio liquido (-196º C) para proceder a retirada dos blocos congelados. Para a presente pesquisa utilizamos o equipamento RF-20, Eiko Engineering Co. do Departamento de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade de Fukuoka, Japão. Para o presente trabalho, utilizamos a glândula submandibular de ratos.

Em seguida, as peças foram mantidas em acetona absoluto contendo 4% de OSO4 a -90ºC, durante 48 horas, tempo necessário para proceder a substituição em baixa temperatura. A seguir, os blocos foram mantidos a -20ºC por várias horas e elevou-se a temperatura gradualmente. Procedeu-se a lavagem por várias vezes em acetona absoluto e incluídos em resina Epox 812. Corte ultra- finos foram obtidos em ultramicrótomo LKB, corados com a solução de acetato de uranila a 4% em 50% de etanol e de citrato de chumbo a 0,4%. As telas foram examinadas em um microscópio eletrônico Hitachi, H-700, regulado para 200 Kv.

As estruturas celulares de ácinos foram evidenciadas contendo numerosos reticulo endoplasmático granular, mitocôndrias, núcleo volumoso e grânulos de secreção. Foi notado um espaço intercelular que varia de 0,5 a 1 (m e também, a presença de numerosos prolongamentos citoplasmáticos com características semelhantes daquelas que apresentam no animal vivo.

 

 

120  / 1987

 

"UMA NOVA TÉCNICA PARA A VISUALIZAÇÃO DA A.T.M. USANDO UM APARELHO PANTOMOGRÁFICO. PARTE 1- DESCRIÇÃO DA TÉCNICA".

 

I. Chilvarquer*. L.W: Chilvarquer; W. D. McDavid; R.P. Langlais; P. V. Nummikoski .

 

Faculdade de Odontologia -USP

 

Uma nova técnica para a visualização da A. T .M. com um aparelho pantomográfico é explicada e demonstrada, usando um phantom. Nesta técnica, o paciente é deslocado para frente e para o lado oposto ao lado examinado. Radiografias foram feitas usando a técnica proposta, as quais mostraram a A.T.M. com menor distorção e mais detalhe do que as técnicas panorâmicas convencionais.

 

 

121  / 1987

 

"UMA NOVA TÉCNICA PARA A VISUALIZAÇÃO DA A.T.M. USANDO UM APARELHO PANTOMOGRÁFICO. PARTE II- POSICIONAMENTO BASEADO EM DADOS CLÍNICOS".

I.  Chilvarquer* L.W. Chilvarquer; W. D. McDavid; R.P. Lsnglais; P. V. Nummikoski; B.J. Glass

Faculdade de Odontologia -USP

No primeiro estudo desta série, uma nova técnica para a visualilação da A.T.M. foi descrita. No presente estudo, demonstra-se que o posicionamento requerido para a implementação desta técnica pode ser inferido pelo sexo, etnicidade e distância biligomática do paciente. Tabelas para o posicionamento no Panoral foram derivadas da análise dos dados de 196 pacientes. O uso destas tabelas elimina a necessidade de uma radiografia submento-vertex adicional e a consequente radiação advinda do uso desta.

 

 

122  / 1987

 

UTILIZAÇAO DO EXAME RAOIOGRÁFICO PANORÂMlCO EM PACIENTES EDENTADOS.

S.M. Paulino; C.B. Souza; L.C. Pardini

Faculdade de Odontologia de Ribeirlo Preto -USP

Sem o conhecimento das condições existentes nas estruturas ósseas de suporte da prótese total, o tratamento de pacientes desdentados torna-se empírico e inconfiável, uma vez que o tecido ósseo poderá estar albergando alguma patologia. Assim, torna-se essencial, na prática odontológica, o exame radiográfico dos pacientes desdentados, o qual auxiliará no planejamento da prótese total. Todavia, tais pacientes não são rotineiramenre radiografados.

Com o propósito de salientar a importância desse exame na confecção da prótese total, realizou-se um estudo, utilizando a radiografia panorâmica, em 100 pacientes desdentados, sendo 71 mulheres, entre 28 e 66 anos, e 29 homens, entre 30 a 70 anos.

Desses 100 pacientes, 65 não apresentaram qualquer anormalidade, tanto nas regiões dos maxilares e mandíbula. Nos 35 restantes, encontraram- se: 8 fragmentos de raiz, 1 dente incluso, 17 lesões ósseas radiopacas, 1 lesão óssea radiolúcida.

Considerando apenas 35 casos positivos, a distribuição desses achados, por radiografia panorâmica, foi a seguinte: 27 panorâmicas com apenas um achado radiográfico, 6 radiografias com dois, e 2 radiografias com três.

A alta incidência de achados positivos confirma a necessidade do exame radiográfico de todos os pacientes desdentados antes da confecção da prótese total.

 

 

123  / 1987

 

VASOS GENGIVAIS E DIABETE EXPERIMENTAL.

 

A.O.C. Jorge; P.D. Novaes; O.P. Almeida; M.R. Vizioli

 

Disciplina de Patologia -FOP/UNICAMP

 

Está bem estabelecido que a diabete experimental em ratos através da aloxana, modifica a resposta inflamatória tornando o animal mais suscetível a infecção. A permeabilidade vascular provocada por mediadores químicos, tipo histamina e serotonina, está diminuída em animais diabéticos. Existem evidências de que a migração celular, nas diferentes fases da inflamação, está diminuída na deficiência de insulina. Na gengiva há uma constante migração de neutrófilos e exsudação vascular, e os mecanismos que controlam a formação do fluído gengival não são conhecidos. Embora haja similaridades morfológicas entre as alterações dos vasos gengivais com a de outros tecidos inflamados, é possível que a fisiologia e os mediadores envolvidos sejam diferentes. Fizemos um estudo quantitativo da permeabilidade vascular do músculo cremáster e da gengiva de ratos normais e diabéticos. No músculo cremáster houve evidente redução do aumento da permeabilidade nos animais diabéticos, entretanto os resultados obtidos até o momento indicam que nos vasos gengivais não houve diferenças nos dois grupos. Estes resultados sugerem que os mecanismos envolvidos na permeabilidade dos vasos gengivais responsáveis pela formação do fluído gengival, são diferentes do que ocorre na reação inflamatória em outros tecidos.

 

 

 

124  / 1987

 

VERIFICAÇÃO DA CAPACIDADE ANTIBACTERIANA DE "ESTERILIZADORES" QUE UTILIZAM LUZ ULTRAVIOLETA.

G.R. Melo;M.G.B. Ribas,.C.C. Miranda Netto 

Faculdade de Odontologia -UFMG

Para verificar-se a eficácia dos chamados "esterilizadores" cujo princípio ativo é a luz ultravioleta, selecionamos instrumental que o dentista usa na clínica cotidiana, como espátula, tesoura, seringa, fórceps, pinça goiva, alavancas, que foram submetidos à ação do aparelho citado.

Cada instrumento era primeiramente lavado rigorosamente com água, sabão e escova; em seguida, era levado à estufa de ar quente para secagem. Depois de seco era levado à câmara asséptica onde cada parte do instrumento - por ex. fórceps: cabo: parte externa e parte interna; mordente: parte externa e interna, na intercessão parte superior e inferior - era pincelada com uma cultura de 24 horas de E. coli, S. faecalis e S. mutans. Cada instrumento era pincelado com um único germe e a operação era repetida para cada germe. Com o auxílio de uma pinça autoclavada o instrumental era levado ao aparelho de U. V. e deixado por 10, 20, 30, 60 e 120 minutos.

Depois do tempo aprazado em câmara asséptica cada parte do instrumento era friccionado com bolinhas de algodão estéril - duas para cada parte do instrumento e inoculavam-se em tubos de caldo tioglicolato - sendo no incubado e maerobiose e outro em anaerobiose (CO2 + N2), ambos a 37ºC. Leituras eram feitas com 24, 48 e 72 horas para aerobiose e 6 dias para anaerobiose.

Usando,se a mesma técnica de contaminação em outra parte do experimento testamos os mesmos instrumentos somente esterilizados em autoclave.

Verificamos que em nenhum dos tempos examinados, isto é, no prazo máximo de 2 horas, o aparelho que utiliza a luz ultravioleta não foi capaz de impedir o crescimento de E. coli, S. faecalil e S. mutans, tendo sido observado um crescimento mais acentuado no instrumental previamente autoclavado.

Frente a estes resultados não se recomenda a utilização dos chamados "esterilizadores" de luz ultravieleta para instrumental odontológico de clínica.